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CENTENÁRIO DA MORTE DE JOSÉ TOMÁS NABUCO DE ARAÚJO

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CENTENÁRIO DA MORTE DE JOSÉ TOMÁS NABUCO DE ARAÚJO

1813-1878

A vida de José Tomás Nabuco de Araújo foi escrita e admiravelmente

escrita pelo seu filho Joaquim Na buco, num dos livros que é a síntese

da história política do Império, ainda por escrever. Ela compreende po-

liticamente desde sua estréia na Câmara em

1853

até sua morte aos

19

de março de

1878.

Foi Promotor e Juiz de Direito em Recife, deputado-

geral em

1843-1844,

e

1850-1852, 1853-1856, 1857-1860,

também por

Pernambuco, presidente da Província de São Paulo (

18 51-18 5

2),

três

vezes ministro da Justiça no Gabinete da Conciliação (

18 5 3-18 5 7) ,

no

Gabinete liberal-conservador (

18 5 8-18 5 9) ,

e no liberal chamado das

Águias

(1865-1866),

Senador durante vinte anos

(1858-1878),

Conse-

lheiro de Estado doze anos

(1866-1878).

A sua biografia por Joaquim Nabuco não traça somente sua vida

privada e pública, mas acentua sua atividade política, conservador con-

ciliador e moderado, e sua transformação em líder liberal. A obra de

Joaquim Nabuco segue um método próprio e original, sem similar antes,

na historiografia brasileira, pois

é

ao mesmo tempo uma história parla-

mentar, examinada legislatura por legislatura, como apresenta as grandes

questões nacionais, os problemas sociais, econômicos e políticos. Mostra

ainda a capacidade do Pai como jurisconsulto buscando soluções legais

para os casos concretos da realidade política, social e econômica.

Ao lado do exame da história parlamentar e da atuação de seu Pai,

Joaquim N abuco estudou os Ministérios formados durante sua carreira

política, os ministros, as atividades, os resultados políticos, e soube, com

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extraordinária perspicácia, relacionar as atividades dos trés Poderes, o Executivo, o Moderador e o Legislativo, sem esquecer o que afetasse o Judiciário.

Todos os Ministérios são assim estudados, quer fosse ou não membro dele Nabuco de Araújo, que sempre participàva, apoiando ou se opondo, aos vários gabinetes.

Nabuco de Araújo foi um parlamentar notável, de raro poder verbal, unido a uma extraordinária capacidade argumentativa, lógica, coerente que dava aos seus pronunciamentos um tom oracular. Era igualmente um jurisconsulto de grande autoridade, o que, somado à sua capacidade go- vernamental, como ministro, à sua experiência provincial, dele fizeram uma das maiores personalidades políticas do Segundo Reinado. Nunca foi um conservador muito convicto, e sua identificação com a política de conciliação calçaria o caminho para sua ultrapassagem para o liberalis- mo, realizada em 1869.

Ele tinha uma visão social dos problemas brasileiros que não foi co- mum aos homens de sua época. Já na sua atividade como jornalista n'O

Lidador (

184 5-1848), ou n'

A União (

1848-18 51) ele revelava uma posição conservadora não ortodoxa.

Na

Justa Apreciação do predominio do Partido Praieiro ou história

da dominação da Praia,1

Nabuco de Araújo reconheceu os males da grande propriedade, do "feudalismo" dos senhores de engenho que cons- tituíam o alvo principal da luta da Praia.

São seus projetos e discursos que o transformam num verdadeiro esta- dista. Muitos de seus projetos, como o da reforma judiciária, morreram em face da oposição da grande propriedade cafeeira fluminense.

Apesar de Ministro da Justiça do Gabinete Paraná, não lhe coube, e sim ao próprio Honório Hermeto, a Lei de 19 de setembro de 1855, cha- mada a Lei dos Círculos, [ que modificando a de 1846 consignava três idéias capitais: 1) as incompatibilidades eleitorais; 2) a divisão das pro- víncias em círculos ou distritos de um só deputado; e 3) a eleição dos suplentes de deputados.]

Mas lhe cabe a Lei de junho de 1854, que completa a série de medidas legislativas contra o tráfico, um reforço às leis repressivas que evitassem

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os desembarques, bem como o Decreto e 28 de dezembro de 1853, que concedia emancipação aos africanos livres que houvessem prestado servi- ços a particulares durante quatorze anos.

Seu filho na obra sem igual que escreveu sobre o Pai e sobre a política do Império durante a vida de Nabuco de Araújo, centralizada, é verdade, em torno da atividade e do pensamento do Senador e Conselheiro, não esqueceu de mostrar cronologicamente a marcha das reformas em que se empenhou durante toda sua carreira, desde moço conservador à madureza liberal. Os regulamentos do Código Comercial ( 18 5 O), as tentativas de reforma judiciária que começam em 18 5 4, reaparecem em 18 5 7 e em 1866, a reforma hipotecária, a dos tribunais de comércio, os títulos de residência dos estrangeiros, os passaportes e sobretudo a interpretação das leis pelo Supremo Tribunal de Justiça, mostram que o Ministro da Jus- tiça nas três vezes que ocupou o cargo (1853-1857, 1858-1859, 1865- 1866) tentou a unidade da jurisprudência e da legislação e com elas co- laborou para a unidade nacional.

Sua moderação conservadora, sua visão social, sua formação jurídica liberal muito influiram na conciliação de 18 5 3, do gabinete Paraná, quan- do foi o Ministro da Justiça. "Se um partido não deve prevalecer-se do abuso da autoridade para vencer, o outro não pode tambero tornar-se senhor do campo pela intimidação. Estes dois excessos, isto é, o abuso e o despotismo, de um lado, e a intimidação ou ameaça de desordens e vio- lências, pelo outro, são igualmente inimigos da liberdade e da concorrên- cia das opiniões",2 Tentei esboçar o que foi a política de conciliação e de reformas no Império,3 que teve em Nabuco de Araújo um intérprete modelar.

Senador aos 45 anos, em 1858, e conselheiro de Estado em 1866, ele participou neste último ano dos principais projetos judiciários, como a reforma da Lei de 3 de dezembro de 1841, que pusera o país sob o do- mínio conservador, [ou melhor policial]. A proposta de 1866 é baseada no espírito liberal e pende mais para a liberdade que para a ordem, ao

2 Joaquim Nabuco, Um Estadiria do Império, 2a. ed., São Paulo, Companhia Edi-

tora Nacional, 19%, I, 287.

3

Conciliação e Reforma no Brasil. Um desafio histórico-cultural. Rio de Janeiro,

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contrário de 1841, e afinal só se realizará na reforma de 1871, depois que ele a incluiu no programa do Centro Liberal.

Defensor da criação da Ordem dos Advogados, do casamento civil, que enfrentou sem resolver, tal como a abertura do Amazonas, cujo gran- de advogado foi Tavares Bastos, e a grande dificuldade for vencer o receio de Pimenta Bueno e do Conselho de Estado.

Coube-lhe, com outros senadores liberais, incluir o aditivo ao orça- mento mandando aplicar mil contos à alforria dos escravos, fato que gerou a queda do gabinete ltaborai ( 1868-1870). Desta iniciativa partem os cinco projetos de Pimenta Bueno sobre a liberdade dos escravos, ao que parece inspirados pelo Imperador. Ele reconheceu a severidade e maldade intrinseca da escravidão -um estado de sítio, dizia ele. Viu bem que a lentidão do processo histórico brasileiro se devia aos conservadores sa- quaremas, Euzebio de Queiroz, Itaboray, Uruguay, representados mais tarde por Olinda, o guardião do

statu-quo.

"Olinda cujo primeiro im- pulso e sempre sustentar o que existia", escreveu Joaquim Nabuco.4

Os projetos apresentados por São Vicente ao Conselho de Estado sobre a emancipação dos escravos, a abertura do Amazonas, a reforma do Con- selho de Estado, a organização dos Conselhos das Presidências, todos de inspiração imperial, foram debatidos por N abuco de Araújo desenvol- vendo idéias próprias que seu filho estudou exaustivamente. Sobre os dois últimos projetos suas idéias eram diametralmente opostas às de Pimenta Bueno; sobre a abertura do Amazonas, sua objeção versara não sobre a própria abertura, mas sobre a navegação dos afluentes; sobre a emancipa- ção dos nascituros apresentou seu projeto, diferente do original de Pi- menta Bueno e do de Rio Branco. O de Pimenta era o mais justo ( o filho entregue à mãe ao nascer), o de Rio Branco (a indenização de 600$ réis pela criança de oito anos entregue ao Estado pelo Senhor da Mãe), e o de N abuco ( a obrigação do senhor de criar ou a criação, em caso de abandono, por conta dele).

Joaquim N abuco detem-se na análise dos vários projetos, destacando o do Pai e expondo à discussão do projeto no Conselho de Estado, tendo Nabuco como relator.

O projeto da lei do ventre-live do Conselho de Estado virá a ser a Lei 4 Ob. cii., I, 340.

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de 28 de setembro de 1871, "o que faz de Nabuco o verdadeiro relator dessa lei", diz Joaquim, acrescentando que isto não diminui em nada a parte que cabe a Rio Branco ou a São Vicente.

A lei será conseguida por Rio Branco devido à sua imensa capacidade parlamentar, ao seu domínio oratório, à sua infatigável atividade políti- ca. Nisso tudo junto, Nabuco fica-lhe muito a dever. É certo que coube a Nabuco acrescentar o aditivo ao orçamento de 1.000 cantos de réis para alforria dos escravos, precipitando com isso a queda do gabinete con- servador Itaborai e com a substituição deste por São Vicente se iniciou realmente o debate sobre a abolição. Só então foi possível a São Vicente trabalhar pela vitória de cinco projetos apresentados em 1866 ao Con- selho de Estado. Agora eles tinham oportunidade de se transformar em lei, sobretudo porque era manifesto o apoio do Imperador ao Marquês de São Vicente.

A oposição que lhe fizeram os chefes conservadores, o temor de cisão do Partido, a necessidade de flexibilidade política e de energia de ati- vidade parlamentar fizeram com que São Vicente resignasse ao cargo, com a oposição do Imperador, e indicasse Rio Branco, que tinha todas as qualidades políticas e parlamentares para tornar vitorioso o projeto que veiu a ser a Lei de 28 de setembro de 1871.

Nabuco de Araújo era então chefe liberal e lider abolicionista (1868- 1871 ), herança que deixa ao filho Joaquim, este sim, verdadeiramente um dos maiores líderes do abolicionismo no Brasil.

Seu programa exposto no Manifesto de 18 69 é uma reorganização do Partido Liberal. Era uma frente de oposição liberal O Centro Liberal consagrava como seus princípios fundamentais os seguintes: 1) a res- ponsabilidade dos ministros pelos atos do Poder Moderador; 2) a máxima -o Rei reina, mas não governa; 3) a descentralização; 4) a maior li- berdade comercial e industrial com a derrogação de privilégios e mo- nopólios; 5) garantias efetivas de liberdade de consciência; 6) liberdade de ensino; 7) independência do Poder Judiciário e a independência pessoal do magistrado; 8) a unidade da jurisdição do poder judiciário; 9) o con- selho de estado como auxiliar da administração e não político; 1 O) a supressão da vitaliciedade do Senado, como corretivo da imobilidade e da oligarquia; 11) redução das forças armadas, em tempo de paz.

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toral, para por termo ao absolutismo de fato, que era visto como o im- perialismo, o abuso do poder imperial, e também como o poder fixo, permanente nas monarquias e passando de mão em mão nas repúblicas, devido à falta de eleições reais.

Não creio fosse lúcido esse pensamento, pois, na verdade, o caráter permanente, a fixez ou fixura das monarquias, como se dizia, se concen- trava no Imperador, fosse qual fosse a verdade eleitoral. Se não havia eleições verdadeiras devia-se ao imperialismo do Imperador, aliado aos conservadores. O absolutismo nas repúblicas hispanoamericanas, como o absolutismo imperial não era devido só ao Ditador ou ao Monarca, mas à estrutura económica estável como uma rocha, impermeável às mudan- ças econômicas e sociais, e ao poder das minorias dominantes que con- servavam a povo no mais completo obscurantismo.

O segundo compromisso era a reforma judiciária, que como a elei- toral, foi sempre remédio superestrutural, que não atingia à medula das coisas, que permaneciam como eram, como sempre foram. Essas refor- minhas foram sempre o paliativo aos grandes males nacionais apresentados pelos Senhores do Poder às classes médias, que com elas se satisfaziam ou pensavam que elas viriam a melhorar a situação, mas sem solucionar os problemas fundamentais da estrutura econômica e da escravidão da mão de obra.

A reforma judiciária era vista pelos dois Nabuco como o sistema de defesa da liberdade individual. Vai custar ao filho a traição à sua classe ver que era incompatível a liberdade de uns poucos com a escravidão de muitos, estes reunidos em verdadeiros campos de concentração.

O terceiro e quarto eram a abolição do recrutamento e da Guarda Nacional, os dois poderosos mecanismos de perseguição e domínio de que estava de posse o Governo.

Por fim a emancipação dos escravos, a medida inadiável, preliminar para Nabuco de Araújo, segundo Joaquim Nabuco. Deve ser assim, pois o filho tomou a peito esta causa e por ela combateu até a vitória final.

"Sabe o Senado", diz Nabuco de Araújo no discurso de 17 de junho de 1869, "que não passei rapidamente do partido conservador para o par- tido liberal; caminhei lentamente, sempre com esta condição que se vê em todos os meus Discursos: Legitimai-vos pelas idéias; eram as idéias a condição e o vínculo de minha adesão. Pois bem, Senhores, esta condi-

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ção está preenchida com o programa do partido liberal; no dia 16 de julho tomei o posto que me indicaram o meu patriotismo e a minha cons- ciência para salvar o sistema representativo no meu país e o sol de 16 de julho estava no zenite e não o ocaso".5

A Opinião liberal,6 jornal republicano, noticiava a reunião em casa

do Conselheiro Na buco, a seu convite, de muitos liberais, progressistas, senadores e ex-deputados, e vários membros do Partido, e dizia que Ho pensamento dessa reunião não foi outro senão a concentração das forças democráticas para resistir à ditadura, na frase brilhante do Sr. Conse- lheiro Na buco". O Partido liberal era então considerado como o Partido Democrático, sem que essa expressão pudesse dar-lhe o carater subversivo que tinha em 1822, quando pelo seu emprego pelo jornalista João Soares Lisboa, chamando D. Pedro I de democrata, causou-lhe a expulsão do país e a adoção de violentas medidas repressivas. Era uma das primeiras grandes Frentes liberais.

Desde o Manifesto de 1869, a atividade de Nabuco de Araújo con- centra-se no Senado e no Conselho de Estado e os problemas nacionais de que trata são os já mencionados: a questão dos escravos, com a Lei do Ventre Livre, a Reforma Judiciária, os problemas do Após Guerra, es- pecialmente a pretensão de limites da Argentina, e logo a questão reli- giosa, definida em dois Discursos. Desde aí começa seu retraimento polí- tico, e com a política conservadora do Gabinete Caxias e a sessão de 1877 termina sua extraordinária atividade política, servida por um talento incomum, uma competência extraordinária, uma eloquência singular.

São seus grandes Discursos, vozes liberais, que defenderam as liber- dades públicas, as garantias individuais, os direitos humanos e sociais, que merecem a releitura e reflexão dos brasileiros e sobretudo a reedição se- lecionada para que a juventude brasileira conheça não só seu pensamento político, sua eloquência parlamentar, mas tambem um grande brasileiro em ação, e veja como o Discurso é uma peça de grande influência no processo histórico.

Sua estréia parlamentar é de 11 de fevereiro de 184 3 e diz Joaquim Nabuco que ela contem em embrião a estrutura toda do futuro estadista. Nabuco de Araújo denuncia as causas da impunidade geral, a parciali-

5

Joaquim Nabuco, ob. cit., II, 103.

6

(8)

<lade dos juízes, a indiferença dos particulares, o poderio das influências locais. "Quando a força social não vem em socorro do cidadão; quando os tribunais, em vez de punirem os crimes insultam a dor do ofendido, cada um tem o direito de recorrer ao seu próprio braço e vingar as suas ofensas. Um raciocínio é filho do outro; eu os condeno, porque não é possível a existência da sociedade civil, se eles vingarem".

Estes discursos iniciais ( de 1 de julho e 23 de maio de 184 3) formu- lam curtos projetos, revogando títulos das Ordenações, ou de leis provin- ciais. Neles predomina o espírito jurídico, embora defendendo princípios políticos.

Seu primeiro grande discurso foi feito aos 6 de julho de 18 5 3, e foi chamado de

Ponte de Ouro,

considerado pelo próprio filho como talvez o mais perfeito de Nabuco de Araújo. Ele tratava das questões da Pro- víncia de Pernambuco. "Entendo que o Governo deve atender a que não se trata ali somente de questões políticas; a estas questões políticas estão associadas questões sociais, e as questões sociais são de grande alcance, são de grande perigo".

E foi este trecho que deu nome ao discurso, ponte de ouro da conci- liação.

"Qual é a política a que me refiro? Não penseis que nesta época, em que todos os espíritos generosos e patrióticos mostram tendências para a conciliação, eu viesse hoje queixar-me do governo do país porque não oprime, porque não persegue nossos adversários políticos. Nesta tribuna, ainda não proferi, desde que tenho a honra de pertencer ao corpo legis- lativo, uma só palavra de intolerância contra meus adversários políticos da Província de Pernambuco; sempre entendi que era um obstáculo para a pacificação moral da Província revolver esse passado que produziu ce- nas sanguinolentas que todos nós deploramos. Não sou suspeito, e em verdade vos digo, Senhores, se é possível, como eu entendo, sem desdizer os princípios característicos do partido conservador, sem fazer a menor transação sobre o princípio da autoridade, que é o primeiro dos nossos princípios, se é possível, digo, fazer alguma concessão ao espírito de re- forma para chamar a nós os homens honestos, inteligentes e moderados do partido adverso, estou pronto a concorrer com o meu voto para esse

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grande fim. Eu entendo que é preciso fazer alguma concessão no sentido que o progresso e a experiência reclamam".7

Na

sessão de 1854, aos 27 de junho, dada a ruptura de Luís Pedreira do Couto Ferraz, o Visconde de Bom Retiro, com Honório Hermeto, o Marquez do Paraná, chefe do gabinete, dizia Nabuco de Araújo:

"Seria, Senhores, um anacronismo hoje um Saquarema de 184 3 a 1849, como um Luzia dessa era. Não está no poder de ninguem fazer que volte o tempo que já passou. É um trabalho insano, mas um trabalho sem fruto, querer constituir uma opinião real do país contra as idéias, contra os interesses, contra as circunstáncias da atualidade. . . Na pre- sença de uma crise, quando há agressão, quando há receio, pode-se, por necessidade de defesa, por necessidade de segurança pública, ter sob sus- peita, pode-se excluir da concorrência das posições oficiais, aqueles que são adversários da situação; mas quando o horizonte se mostra sem man- chas, quando ... não há aspiração ao poder por meio de revolta .. essa exclusão seria um ostracismo odioso, seria um germen de reações futu- ras .... Estamos, Senhores, em uma época de transição, de transforma- ção, convem aproveitá-la para reorganizar e consolidar o país, convem reunir para esse fim as inteligências do país, quebrar os ódios passados, e esperar e prevenir as reações futuras, as que podem vir."8

Aos 13 de julho de 18 5 7, no gabinete Olinda, que se seguiu ao de Pa- raná, N abuco de Araújo faz novo discurso em defesa da conciliação.

"A Conciliação que desejamos era a combinação do elemento conser- vador como base e do programa refletido como accessório. Sois partidos históricos; as tradições podem gloriar, mas não governam; as idéias são tudo. A política de conciliação não pode ser senão a da transição; a ausência de partidos é um mal, e eu direi mesmo uma contingência de perigo .... A contingência do perigo é que o vazio que deixam tais par- tidos pode ser invadido pelas idéias anárquicas dos indivíduos, dos gru- pos, das £acções. Quando há partidos organizados, com idéias, com dis- ciplina, obedecendo ou ouvindo a palavra dos chefes, esses chefes são a garantia do poder, que eles querem conquistar e não destruir".9

7 Ver Joaquim Nabuco, ob. cit., I, 107,115, e Anais do Parlamento Braisiléiro, Câ-

mara dos Deputados, Rio de Janeiro, 1876, t. 3, 86.-90.

8 Joaquim Nabuco, ob. cit., I, 135-136. 9 Joaquim Nabuco, ob. cit., I, 297-299.

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No Discurso de 15 de junho de 18 61, uma espécie de exame da sua consciência política, Nabuco de Araújo examina a questão dos Partidos no Brasil, especialmente o Conservador e o Liberal. "Entendo que quando os partidos estão extintos, quando não há possibilidade de partidos pro- fundos nos devemos contentar com as questões da situação; devemos con- tentar-nos com os partidos periódicos e ocasionais, com os partidos que são naturais e ordinários no sistema representativo, isto é, o partido mi- nisterial e o partido da oposição .... Devo contudo dizer que não des- conheço que, apesar de extintos os partidos, existem relíquias deles, exis- tem porfias de resurreição, existem grupos de pessoas respeitáveis que querem preponderar no presente pelo muito que importaram no pas- sado".10

O Discurso do Uti Possidetis (1862), como o da Ponte de Ouro

( 18 5 3) e o do Statu-quo ( 18 6 5) são três grandes momentos do pensa- mento político e da oratória parlamentar de Nabuco de Araújo.

O Uti Possidetis é de 20 de maio de 1862, e começa lançando uma

rápida vista de olhos sobre a situação política:

"Diz-se que esta situação é deploravel. .. É que o Parlamento está dividido em três Partidos: o partido conservador puro, que domina to- das as posições oficiais, dispõe de todos os meios oficiais, e não pode por conseqüência deixar de ter proselitismo e adesões; os dois partidos mode- rado e liberal, que repelem esse uti possidetis do partido conservador . . . . O que eu não admito, e contra o que eu protesto em honra do Brasil, em honra da nossa civilização, é que não se possa fazer uma liga com os liberais, porque em razão do seu passado eles estão perpetuamente exco- mungados. Eu não sou liberal, mas digo que não é possível admitir essa perpétua exclusão de uma porção de brasileiros."

Aparte do Sr. Dr. Manuel [ de Assis Mascarenhas, Senador pelo Rio Grande do Norte

J:

"Um grande número, a maior parte do Brasil é com- posta de liberais".

Prossegue abuco: "É condição de paz público que uns respeitem as opiniões e o acesso d soutros, pois este Brasil é de todos os brasileiros . .. . Quando eu digo, Senhores, que os partidos são convenientes, refiro-me

(11)

aos partidos regulares, partidos com idéias, com princípios, com antago- nismo, com disciplina, com responsabilidade; partidos civilizados que porfiam, mas não se excluem; que se substituem, mas não se exterminam, infelizmente nós não os temos; vejamos: temos três partidos, o partido conservador, que não representa senão o uti possidetis das posições ofi-

ciais .... Em nome de que princípio político atual o partido conservador guerreia os liberais, exclui os moderados e despreza mesmo os conserva- dores independentes. Em nome de que princípios quer o partido conser- vador chamar a si a mocidade ambiciosa de servir e de glória? Não há senão o passado, revolve o passado, discute o passado, procura a tradição do passado para justificar a existência. . . Os outros dois partidos, o mo- derado e o liberal também não têm programa definido; mas o fim comum é combater esse uti possidetis do partido conservador, uti possidetis de quatorze anos que eles consideram como uma tendência à oligarquia, co- mo um embaraço ao sistema representativo, que não pode viver, senão com as vicissitudes das opiniões que porfiam. . . Senhores nós temos muita liberdade política de falar, de escrever, mas não temos liberdade individual. O cidadão brasileiro, que não tem proteção, é o ente mais desgraçado que há neste mundo, porque pode ser preso por qualquer

motivo, pode ser detido na prisão até morrer".11

Em 4 de junho de 18 64, ele faz um histórico da situação desde 18 5 3, trata do que representou a conciliação e diz:

"Não se quis a Conciliação, pois bem, não é hoje possível voltar à Con- ciliação; não se refaz o passado, não se revive o passado. . . Foi então que eu disse em 1862: "Legitimai-vos pelas idéias, só as idéias podem ge- rar o antagonismo, só o antagonismo mantem os partidos; transformai- vos, porque só por incessantes transformações os partidos podem vivi- ficar-se e acompanhar a vida da sociedade, que não é inmóvil, que há de caminhar sempre".12

Um de seus mais famosos discursos é o do Statu-quo, pronunciado a 2 6 de maio de 18 6 5, tratando da situação política duran te o Gabinete

11 Joaquim Nabuco, ob. cit., I, 355-360; Anais do Senado, Rio de Janeiro, 1862,

I, 3 7-42.

12 Joaquim Nabuco, ob. cit., I, 369-372; Anais do Senado, Rio de Janeiro, 1864,

(12)

as paixões políticas, quando temos necessidade do concurso de todos para salvar o país invadido, ensanguentado pelo estrangeiro".13

Ao

Statu-quo

segue-se o discurso de

Saturno,

(23.3.1866) em res- posta a José Bonifácio, o Moço, que ao lado dos outros liberais, Urbano de Melo, Cristiano Ottoni, Martinho de Campos atacara fortemente o governo e seu ministro da Justiça, Nabuco de Araújo. Ao terminar seu discurso de 20 de março, José Bonifácio dissera que o Ministro da Jus- tiça, Nabuco de Araújo, se enganara: "Os Saturnos políticos são mais velhos do que S. Ex. pensa; como o Saturno da mitologia devoram a pro- le, porque receiam que ela se aposse do poder: A Camara sabe e com- prende o seu dever; na luta entre o Executivo e o elemento parlamentar, este zelará as prerrogativas constitucionais, que largos anos não puderam ainda de todo aniquilar (Apoiados da oposição) ".15

É a 23 de março que Nabuco responde e, ao lamentar que a Câmara se ache dividida, deplora o procedimento hostil de amigos contra amigos, esta terceira oposição contra o terceiro ministério saído desta situação. "Dir-se-à, Senhores,que Saturno devora um a um seusprópriosfilhos, que não há ministério possível". Como se vê, a evocação primeira de Saturno não fôra feita por Nabuco, mas por José Bonifácio, o Moço, e assim deve

ter sido Joaquim N abuco quem deu esse nome a o discurso de N abuco de Araujo.

Mas é nele que este prevê a organização de um novo Partido Liberal, que surgirá em 1869, sob o comando de seu nome. "Tenho sempre feito sinceros esforços, Senhores, e não receio ser desmentido, para que se or- ganizem no meu país partidos regulares, para que haja entre nós um par- tido liberal, que dê ao país garantias. Mas, vós o sabeis, para que se or- ganize um partido liberal como convém à democracia e à civilização são precisas duas condições, às quais tenho sempre aludido. Quais são essas condições? A primeira é o esquecimento do passado

(apoiados prolonga-

dos),

porquanto não é possível, Senhores, que estejamos sinceramente reunidos tendo de permeio o pejo da apostasia. Ainda mais: é preciso atender às gerações que vieram depois das nossas lutas políticas, as quais

13 Joaquim Nabuco, ob. cit., I, 470-473; Anais do Parlamento Brasileiro, Camara

dos Deputados, Rio de Janeiro, 1865, 70.

14 Joaquim Nabuco, ob. cit., I, 530-537.

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não podem conceder-nos suas adesões, seus sufrágios, quando lhe ofere- cemos não o futuro, mas um passado sem razão de ser, um passado de exclusivismo e de ódios".16

Aos 16 de julho de 1868, tomava posse o gabinete Itaborai, ministé- rio conservador, em que estreavam dois jovens conservadores, Paulino José Soares de Sousa, filho do Visconde do Uruguai, ministro do Império, e José Martiniano de Alencar, filho do liberal do mesmo nome, ministro da Justiça. No dia seguinte, Nabuco de Araújo, num ato impulsivo, pro- nuncia um discurso curto, mas de sérias consequências para sua carreira política.

Seu filho fez largas e generosas reflexões sobre a importância desse discurso que une as facções hostis do Partido Liberal, que durante os próximos dez anos vai sitiar o poder pessoal do Imperador. É uma nova Liga, uma nova Frente.

No Discurso do Sorites, de 17 de junho de 1868, o velho Senador critica a realidade do sistema político monárquico, "que nunca foi, nem podia ser, outra coisa, em falta de eleições verdadeiras, senão a alternação dos partidos no governo a contento do Imperador".

O que ele fez, acrescenta Joaquim Nabuco, com esse discurso, foi ten- tar a formação de um grande partido democrático, homogêneo, que disputasse a popularidade à idéia republicana, ao mesmo tempo em que repudiava o absolutismo da Coroa.

Depois de mostrar a diferença entre a legalidade e a legitimidade, e de acentuar que havia no Parlamento uma maioria liberal, constituída pela vontade nacional, que tendia a crescer e não a decrescer, pergunta o que aconselhava o sistema representativo à Coroa. O respeito à vontade nacional, e a Coroa não fez isto. Chamou um ministério de política con- trária, adversa à política dominante, à política estabelecida pela vontade nacional, uma política vencida nas urnas. Era isso um sistema represen- tativo? "Não. Segundo os preceitos mais comezinhos do regime consti- tucional, os ministérios sobem por uma maioria, como nao de descer por outra maioria. O Poder Moderador não tem o direito de despachar mi- nistros como despacha empregados, delegados e subdelegados de polícia; há de cingir-se, para organizar ministérios, ao princípio dominante do

(14)

sistema representativo, que é o princípio da maioria". E depois de criti- car a Coroa e de declarar que fazia este protesto, como havia de fazer outros, afirmava estar "na consciência de nós todos, está no reconheci- mento da ilegitimidade do gabinete atual, e de todos os ministérios que forem saídos, não das maiorias, mas simplemente do poder irresponsável.17

No discurso de 17 de junho de 1869,18

Nabuco de Araújo depois de publicado o Manifesto do Centro Liberal, no qual defendia a Reforma para conjurar a Revolução e lembrava a palavra do Duque de Orleans em 1804, "que o meio de tornar as revoluções raras e difíceis é tornar as reformas fáceis", criticava a caudilhagem e dizia que "era preciso acabar a guerra, e para acabar a guerra cumpria que houvesse um ministério que inspirasse confiança no general, de modo que o general era antes político que militar .... Entretanto, Senhores, a guerra continuou, o general por quem se sacrificou a política deixou a guerra que é feita por outro que nada exige, que nada impõe".

Criticando o gabinete Itaboraí, Nabuco de Araújo dizia que o Vis- conde "era um nome venerando, notável por sua probidade incontestável, por sua inteligência, por seus longos e valiosos serviços; mas, Senhores, o nome de S. Excia. está associado a toda a reação contra a liberdade desde 18 3 7; foi ele um dos que nos deu e manteve estas leis reacionárias, que, no sentir dos Brasileiros, desnaturalizam e desmentem a nossa forma de governo".

A seguir, Nabuco retorna ao tema da abolição da escravatura, per- guntando se os Ministros nada querem fazer. "Mas podeis resistir? Tendes força para resistir à pressão do mundo civilizado, que nos olha e extra- nha como o único país cristão onde existe a escravidão".

Depois vem o Manifesto do Centro Liberal,19 um programa que, como escreveu Joaquim Nabuco, tem um grande sopro liberal e sobre seus cinco compromissos já falamos. No Discurso de 12 de junho, Nabuco de Araújo reclamava as reformas que o país esperava e examinava o es- tado das relações exteriores com as repúblicas vizinhas, sobretudo ques- tões de limites. "A minha opinião, pois, se resume em que não tenhamos

17 Joaquim Nabuco, ob. cit., Il, 79-81 18 Joaquim Nabuco, ob. cit., II, 100-103.

19 Vide Americo Brasiliense, Os Programas dos Partidos e o 2o. Imperio, São Paulo,

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um princípio absoluto para os tratados com os nossos vizinhos. O que desejo é uma política larga, sem princípios absolutos, com ânimo de tran- sação .... Nisto, Senhores, há um grande pensamento; é inspirar con- fiança aos nossos vizinhos, desmentir aos olhos do mundo esse espírito de conquista que se nos atribui; basta-nos o desar da escravidão".

E voltando à política interna, exclamava: "Não há outra questão, Senhores, senão a questão da liberdade, não há outra ansiedade, senão a ansiedade das reformas". E terminava quase profético: E portanto, Se- nhores, como conselheiro leal, como amigo, eu direi com toda a energia: monarca dos brasileiros, reconciliai-vos com a democracia, tomai a ini- ciativa, e à frente das reformas liberais salvai vosso trono e vosso país.

(Apoiados, muito bem, muito bem) .2

º

Aos 2 de agosto de 1870 pronunciou no Senado novo discurso repli- cando às críticas à sua sinceridade liberal, tratando de questões com as repúblicas vizinhas, de limites, de guerra do Paraguai, e termina como sempre com seu tom oracular: "Pois bem, Senhores, por diverso caminho, ou não fazendo as reformas, como Guizot não as fez, ou fazendo as re- formas que não são liberais, mas reacionárias, vós chegais ao mesmo fim, ao mesmo resultado: à revolução. A Providência Divina se amercie de nós, conjurando a revolução, não obstante todas as provocações".21

Há ainda os dois discursos de 11 e 13 de junho de 1873 sobre a ques- tão religiosa, nos quais se declara católico, mas inspirado igualmente por outro sentimento preponderante. "Tenho no coração, Senhor Presiden- te, um amor sincero e profundo à religião do Estado, na qual nasci e na qual pretendo morrer", e depois de afirmar ser devoto da Imaculada Con- ceição de Maria, declara: "o amor que consagro aos direitos sagrados do Estado, porque o Estado é a nação, é a pátria".

Era um regalista profundo que afirmava dever o Estado proteção à Igreja, mas queria que esta soubesse que o Estado tinha leis para ela, como para todos os cidadãos, leis inflexíveis. E depois de replicar à justifica- tiva de Cândido Mendes de Almeida do direito da Igreja de intervir indi- retamente nos negócios temporais, termina explicando o programa liberal na questão da separação de Igreja do Estado, na questão da inegibilidade dos acatólicos, a incapacidade política contra a qual se manifesta, refe-

20 A11ais do Senado do Imperio do Brasil, Rio de Janeiro, 1870, I, 66-75. 21 Anais do Senado do Imperio

do

Brasil, 1870, I, 1-9.

(16)

re-se ao casamento civil, que não é incompatível com a religião católica e deve ser deixado para o código civil.22

Há ainda dois discursos de Nabuco de Araujo de 4 de agosto e 30 de julho de 1875, ambos sobre a reforma eleitoral, defendendo eleições diretas, mas criticando a reforma eleitoral vitoriosa pelo Decreto no. 2.675, de 20 de outubro de 1875. Ao final declara ter outros argumentos de protesto contra a lei e se isenta da responsabilidade dela. "Ela

é

toda vossa, carregai com ela. Nas ilusões do vosso otimismo podeis considerar esta lei um grande triunfo".23

Na verdade, a lei de 187 5, denominada lei do terço, não correspondia às aspirações nacionais, porque ao seu tempo a eleição direta, que Nabuco de Araújo defendia, já ganhara muito terreno.24

Já tratamos da questão dos escravos, mas seus discursos de 20 de se- tembro de 1870 e o de 26 de setembro de 1871 a favor da Lei do Ventre Livre são complementares e mostram sua· grande coerência e firmeza na questão servil.

Desde 1872 começou seu retraimento, que se acentuou ainda no ga- binete Rio Branco e se agravou no gabinete Caxias ( 1875-1878).

Joaquim Nabuco retirou de seu Diário esse objetivo político em 1877, um ano antes de sua morte: "Escusar-me de chefe e ministro. Ser liberal avulso, não militante. Político per accidens, para censurar, moderar, his- toriar, aconselhar. Monarquista". Foi este seu último estado de espírito, comentou Joaquim Nabuco.25

Pela liberdade, pela dignidade humana, pelas garantias constitucionais, pelo regime representativo, contra o monopólio do poder, contra o círcu- lo de ferro da oligarquia, qualquer uma, de qualquer espécie, Nabuco de Araújo foi um grande jurisconsulto, mas foi também um grande polí- tico liberal, impregnado do sentimento de justiça social, que lhe foi ins- pirado pela fé cristã e pela visão social e humana dos problemas brasi-

22

Joaquim Nabuco, ob. cit., II, 262-271; Anais do Senado do Imperio do Brasil, Rio de Janeiro, 1873, Apêndice, 50-51.

23 A11lllis do Senado do Imperio do Brasil, Rio de Janeiro, 187 5, III, 4 5 5-46 5.

u. Tavares de Lyra, "Regime Eleitoral", in Diccionario Histórico, Geográfico e Et-

nográfico do Brasil, Rio de Janeiro, 1922, I, 339.

(17)

leiros, pelo amor à sua gente e pela esperança na construção da pátria brasileira unida, grande e forte.

1

O Lidador, Recife, 1845-1848. Colaboração.

2 A União. Recife, 1848-1851. 2 vols.

3 Justa Apreciação do predominio do partido Praieiro

<JU historia da minaçáo da

Praia, Pernambuco, 1847. 96 pp.

4 Manifesto do Centro Liberal, Rio de Janeiro, 1869. (José Tomás Nabuco de

Araújo, Bernardo de Sousa Franco, Zacarias de Gois e Vasconcelos).

5 Programa do Partido Liberal. (José Tomás Nabuco de Araújo, Bernardo de Sousa

Franco, Zacarias de Gois e Vasconcelos.

6 Manifesto e programa do Centro Liberal, com os artigos do Diário da Bahia que

os recomendou, cartas dos Conselheiros Saraiva e Nabuco.

; Estudos e Comentarios da Reforma Eleitoral, procedidos de uma carta do Conselho de Estado José Tomás Nabuco de Araújo e com uma introdução do Conselheiro Fran- cisco Octaviano de Almeida Rosa, por Tito Franco de Almeida. 2a. ed., Rio de Janeiro, 1876.

8 Reforma. Discurso politico do Senador José Tomás Nabuco de Araújo, com in-

trodução de P. Leão Velloso. Bahia, 1869. 53 pp.

9 Discurso do Senador N abuco (José Tomás Na buco de Araújo) sobre reforma ju-

diciária por um seu amigo. Rio de Janeiro, 1871. 37 pp.

10 Discursos proferidos nas sessões de 11 a 13 de junho de 1873 pelo Conselho José

Tomás Nabuco de Araújo, na dicussão do voto de graças. Rio de Janeiro, 1873. 34 pp.

11 Discurso proferido na sessão de 4 de setembro de 1873 pelo Conselheiro José

Thomas Nabuco de Araujo. Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 1873.

12 Elemento Servil. Projeto elaborado pela Sociedade Democrática Constitucional

Limarense. Resposta do Sr. Conselheiro Nabuco e outras peças sobre o assunto. São Paulo, 1869. 19 pp.

13 Sociedades de Responsabilidade Limitada Circular. Projeto de lei do Ministro da

Justiça José Thomas Nabuco de Araujo. Rio de Janeiro, 1865. 9 pp.

José Honório Rodrigues

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