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A IMPORTÂNCIA DE MUSEUS NO INTERIOR – O CASO CENPALEO/MTV

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Academic year: 2021

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A R

T I G O S

Luiz Carlos Weinschütz, Cristiane Pscheidt, Eliane Villa Lobos Strapasson, Celina Hirth,

Morgana Denk Wantowsky, João Henrique Zahdi Ricetti, Everton Wilner

DOI

10.18224/baru.v5i1.7345

Resumo: o Museu da Terra e da Vida de Mafra, Santa Catarina foi criado para levar à comunidade o conhecimento gerado pelo Centro Paleontológico da Universidade do Contestado, e hoje atende em média 7.000 visitantes por ano, na maioria estu-dantes de instituições de ensino públicas que utilizam o museu como um espaço para educação não formal. Tendo como amostra os dados de visitas entre 2005 e 2018, verificamos uma estabilização com relação ao número de visitantes locais entre 3.000 a 4.000 pessoas/ano, e um crescimento com relação aos visitantes pro-venientes de outras localidades (4.000 a 4.500 pessoas/ano). Com relação à distân-cia de procedêndistân-cia dos visitantes de “fora” a maioria vêm de cidades localizadas até 200 km, relacionado diretamente aos custos e tempo do transporte. Em Santa Catarina os museus de Ciências e História Natural estão concentrados nas regiões de Florianópolis, Joinville e Blumenau. Ficou evidente nessa pesquisa a relação entre a possibilidade de visita de estudantes no museu e a distância em que residem, corroborando com a necessidade de políticas de incentivo a criação de museus no interior do Estado. A utilização de museus como parte do plano pedagógico dos professores contribui para o desenvolvimento regional, seja pelo aquecimento do comércio, divulgação da cidade e pela disseminação do conhecimento e cultura. Palavras-chave: Museus de História Natural. Alfabetização Científica.

Democratização do Conhecimento.

THE SIGNIFICANCE OF COUNTRISIDE MUSEUNS – THE EXAMPLE OF CENPALEO/MTV

Abstract: the Museu da Terra e da Vida (Life and Earth Museum) from Mafra mu-nicipality, Santa Catarina state, Brazil, was created to share to the community the knowledge built by the Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (Contestado University Paleontological Center - CenPaleo). Currently the

CenPa-A IMPORTÂNCICenPa-A DE MUSEUS

NO INTERIOR – O CASO

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leo receives about 7.000 visitors per year – mostly students from public institutions that uses the museum as a non-formal education space. Data collected from the Museum visitors from 2005 to 2018 shows a stable rate of local visitors, between 3.000 and 4.000 visitors per year. Although a growth rate is noticed regarding the visitors from far locations, currently about 4.000 to 4.500 visitors per year. Concerning the origin distance from visitors of others municipalities than Mafra, the majority comes from locations up to 200 km away, directly related to the costs and time of transportation. In Santa Catarina, the museums of Science and Natural History are concentrated in the Florianópolis, Joinville and Blumenau main regions. It becomes evident at this research the relation between the distance of the visitor residence, specially students, and its possibility of vis-iting the museum. It corroborates the urge for an encouraging policy for the creation of museums at the State countryside. Additionally, the use of museums as a resource at teachers’ pedagogical plans may contribute to regional development, through the commercial enrichment by the tour-ism, the promotion of the municipality that holds the museum and dissemination of knowledge and culture.

Keywords: Natural History Museums. Scientific Literacy. Knowledge Democratization. LA IMPORTANCIA DE MUSEOS EN EL INTERIOR - EL CASO CENPALEO / MTV

Resumen: el Museo de la Tierra y la Vida de Mafra, Santa Catarina fue creado para llevar a la comunidad el conocimiento generado por el Centro Paleontológico de la Universidad del Contes-tado, y hoy atiende en promedio 7.000 visitantes al año, en su mayoría estudiantes de instituciones de enseñanza públicas que utilizan el “ museo como un espacio para la educación no formal. En cuanto a los datos de visitas entre 2005 y 2018, verificamos una estabilización con respecto al número de visitantes locales entre 3.000 a 4.000 personas / año, y un crecimiento con respecto a los visitantes procedentes de otras localidades (4.000 a 4.500 personas / año). Con respecto a la distancia de procedencia de los visitantes de “fuera” la mayoría vienen de ciudades localizadas hasta 200 km, relacionado directamente a los costos y tiempo del transporte. En Santa Catarina los museos de Ciencias e Historia Natural se concentran en las regiones de Florianópolis, Joinville y Blumenau. En esta investigación se hizo evidente la relación entre la posibilidad de visita de es-tudiantes en el museo y la distancia en que residen, corroborando con la necesidad de políticas de incentivo a la creación de museos en el interior del Estado. La utilización de museos como parte del plan pedagógico de los profesores contribuye al desarrollo regional, ya sea por el calenta-miento del comercio, la divulgación de la ciudad y la diseminación del conocicalenta-miento y la cultura. Palabras clave: Museos de Historia Natural. Alfabetización Científica. Democratización del Co-nocimiento.

M

useus de História Natural despertam grande fascínio na comunidade em geral.

A ampla divulgação na mídia de exposições e descobertas indicam a importân-cia dos museus como ferramentas espeimportân-ciais da disseminação da cultura cientí-fica e na educação não formal. No Brasil segundo dados do IBRAM (2011), em torno de 23% dos museus são classificados em sua tipologia como Museus de Ciências Naturais e História Natural. Em Santa Catarina existem aproximadamente 200 museus distribuídos em 97 dos 293 municípios. Destes, 52 são classificados como de Ciências Naturais e His-tória Natural, somando aproximadamente 26% dos museus Catarinenses. Esta proporção é, portanto, maior que a média nacional. Vale ressaltar que estadual e nacionalmente os museus estão concentrados nos grandes centros urbanos, ficando as cidades interioranas de médio e, principalmente, de pequeno porte desprovidas de museus.

Os museus em geral, mas principalmente os de Ciências, Ciências Naturais e His-tória Natural, são espaços não formais que possibilitam diversas atividades educativas,

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tanto para potencializar as atividades escolares, quanto para formação inicial e continu-ada de professores em diversas disciplinas e de diferentes séries. Entretanto a pequena quantidade de museus desta tipologia, somado ao seu agrupamento nos grandes centros, acarreta em uma dificuldade para que unidades de ensino localizadas longe desses centros urbanos utilizem estes espaços não formais promovidos pelos museus. Esta dificuldade é percebida principalmente para as instituições as públicas de ensino, onde a carência de re-cursos, seja para alimentação dos alunos ou pagamento de ingressos, mas principalmente para o transporte dos alunos – proporcional à distância do deslocamento – torna inviável uma visita à museus em uma distância elevada ou que necessitem de mais de um dia para realização da viagem.

Considerando que o Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (CENPA-LEO)/Museu da Terra e da Vida (MTV), situa-se na cidade de Mafra, no Planalto Norte Catarinense, realizamos esta pesquisa com o objetivo de analisar a sua influência do em sua região de inserção. O CENPALEO/MTV encontra-se distante aproximadamente 300km da sua capital estadual, Florianópolis, e na divisa com o estado do Paraná, distante aproxi-madamente 100km de Curitiba, (norte de Santa Catarina e sul do Paraná). Tendo por base a quantidade e proveniência dos visitantes entre 2005 e 2018, considerando também fatos e acontecimentos que promoveram o CENPALEO/MTV, como exposições temporárias e divulgação de descobertas científicas pela mídia, qualifica-se aqui a importância no de-senvolvimento regional da interiorização de locais de disseminação das ciências naturais. IMPORTÂNCIA DOS MUSEUS DE HISTÓRIA NATURAL E SUA EVOLUÇÃO NO TEMPO

De acordo com o Conselho Internacional de Museus (ICOM, 2001) considera-se museu toda instituição permanente, sem fins lucrativos, aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa e expõe coleções de objetos de caráter cultural ou científico para fins de estudo, educação e entretenimento. Ao tratar-se especialmente de museus com acervo paleontológico, segundo Lopes e Ribeiro (2006) o Brasil possui museus e centros de pesquisas que se destacam nessa área, por meio de seus espaços organizados, atraem visi-tantes e promovem o contato do público com o patrimônio paleontológico.

A origem dos museus de história natural, de acordo com Cazelli (1992) está asso-ciada aos viajantes e exploradores que traziam de suas longas viagens objetos de arte e tesouros com a intenção de reuni-los em suas casas e exibi-los aos amigos. Assim, gran-des coleções foram reunidas em casa de nobres dando origem aos “gabinetes de curiosi-dades”. Cazelli (1992) descreve que no século XIII as coleções das casas reais europeias e particulares começam a serem abertas ao público, no entanto essas coleções eram fontes de instrução de poucos privilegiados. Assim de acordo com Vieira et al. (2007), com as coleções dos gabinetes abertas ao público os estudos científicos foram estimulados, dan-do início à difusão dan-do saber. Kellner (2005) descreve que foi a partir da segunda metade do século XX que o visitante passou a ser o foco dos museus, a partir de então os museus passaram por um processo de permanente transformação.

No Brasil, as instituições museológicas antecedem às universidades. De acordo com Vieira et al. (2007) os museus por meio de suas coleções foram de imensa impor-tância para os estudos das Ciências Naturais, exercendo papel pioneiro na institucionali-zação de certas áreas de conhecimento no país, como a Paleontologia, a Antropologia e a Fisiologia Experimental.

A implantação de museus no Brasil, de acordo com Lopes (1993) está associada à transferência da corte portuguesa para o Brasil no século XIX. Pinheiro e Lopes (2006)

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re-latam que quando o Brasil deixou de ser oficialmente colônia para se tornar reino, em 1815, foram estabelecidas algumas diretrizes, entre elas a transformação da Casa de Pássaros, considerada o primeiro museu brasileiro, em Museu Real, sendo mais tarde transformado em Museu Nacional na Quinta da Boa Vista na cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, em 1818 foi criado por D. João VI o primeiro museu brasileiro com acervo de fósseis.

Com o decorrer dos anos no território brasileiro e internacional, vários museus fo-ram criados, com o intuito de desenvolver pesquisas e organizar exposições, disseminando assim o conhecimento acerca da paleontologia. Cassab (2000) destaca que nos últimos anos vários museus foram criados, realizando exposições, palestras, treinamentos aos pro-fessores, difundindo entre a população os fundamentos da paleontologia e a necessidade de proteção dos depósitos fossilíferos, exercendo papel fundamental na promoção do co-nhecimento.

No Brasil, segundo o IBRAM (2011), existem cerca de 3950 museus cadastrados, destes aproximadamente 930 são de Ciências Naturais e História Natural. De acordo com autores Pássaro, Hessel e Nogueira Neto (2014) o Brasil possui importantes reservas fos-silíferas, mas apesar dos avanços na área, são poucos os museus de Paleontologia e insti-tuições com significativos acervos de fósseis adequadamente acondicionados. Somadas as coleções de todas as principais instituições, o acervo de fósseis no Brasil ainda é pequeno em relação ao seu potencial e em comparação com similares instituições internacionais.

De acordo com Marandino (2005), os museus de história natural, em geral, mu-daram especialmente no fim do século XX. Várias bioexposições contemporâneas foram elaboradas e novas tecnologias da museologia, da comunicação e da educação, passaram a fornecer um novo paradigma para as exposições de museus de ciências. Na década de 1990 amplia-se a importância das ações em divulgação científica no país, bem como as experiências de educação não formal, por meio da criação de novos museus de ciências. Hooper-Greenhill (1994) relata que ao analisar estudos de educação e comunicação em museus de história natural, percebeu que a natureza e o papel educacional dos museus vêm se modificando. O trabalho desenvolvido por educadores nesses espaços expandiu signi-ficativamente nos últimos anos. Vieira et al. (2007) descrevem que os museus de história natural vêm sofrendo mudanças marcantes e profundas na sua concepção de acessibilidade pública. Anteriormente vistos como depositórios de objetos, hoje são considerados lugares de aprendizagem ativa, estabelecendo um canal de divulgação científica com a sociedade. Melhorando o entendimento sobre o universo científico e reforçando a ligação entre infor-mação e entretenimento.

Nesse contexto verifica-se que os museus de história natural, além de exercerem funções de armazenar e expor acervos fósseis, favorecem a preservação do patrimônio por meio da promoção do conhecimento e contribuem para desenvolvimento da economia local através do fomento do turismo. No entanto o Brasil, apesar de ter um número signi-ficativo de museus de história natural em seu território, necessita melhorar e ampliar sua atuação nessa área. Dando devidas condições de acondicionamento ao acervo paleontoló-gico e favorecendo o acesso do público a esses espaços. Diante disso, Vieira et al (2007) consideram que promover fóruns de debates para discutir e elaborar novas atitudes e polí-ticas devem ser atividades realizadas com frequência pelos museus, objetivando encontrar melhores práticas voltadas a potencialização dos museus na sociedade atual.

EDUCAÇÃO NÃO FORMAL

Espaços onde podemos desenvolver atividades educativas são extremamente diver-sos e a cada um deles existem especificidades. Os museus, segundo Jacobucci (2008), são

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espaços não formais, são locais diferentes da escola, que possibilitam desenvolver diver-sas ações educativas e fortalecem a aprendizagem dos indivíduos, além de viabilizarem propostas educativas interessantes para a formação cognitiva dos indivíduos.

Pscheidt (2018) destaca algumas características da educação não formal, nas quais estes espaços disponibilizam processos educativos que podem ser justados, envolvendo indivíduos em níveis de aprendizagem diferenciados e ainda adaptar os conteúdos ao nível de compreensão de cada grupo, “desenvolve-se, assim, de acordo com os desejos do indivíduo, num clima especialmente concebido para se tornar agradável” (CHAGAS, 1993, p. 2). Entretanto, os espaços formais, as escolas e os não formais: museus, centros de ciências, zoológicos, jardins botânicos, são espaços que se complementam, então não podemos estabelecer divisões exatas entre eles, segundo Marandino (2001), os museus e as escolas possuem linguagens e propostas educativas específicas, entretanto são espaços que se interpenetram.

Marandino et al. (2005) destaca os museus também como instituições científicas, culturais e educativas e que estes têm as possibilidades da aprendizagem de uma maneira diferenciada, prazerosa e menos rígida, totalmente ligada ao lazer, esta motivação não tira a possibilidade de aprendizagem, pois parte do requisito da curiosidade, no entanto exige que consideremos o interesse do visitante.

MUSEUS DE HISTÓRIA NATURAL E A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA

Nos museus de história natural, além de suas características como espaço não for-mal, é possível o contato com peças e materiais oriundos de pesquisas, aumentando assim a possibilidade de aproximação com os conhecimentos científicos, estes museus apresen-tam então em suas coleções “bens culturais relacionados às Ciências Biológicas (Biologia, Botânica, Genética, Zoologia, Ecologia etc.), às Geociências (Geologia, Paleontologia, Mineralogia etc.) e à Oceanografia” (IBRAM, 2011, p. 19). Os assuntos presentes nos museus de história natural estão inseridos nos currículos escolares que, no entanto, não possuem a particularidade de tratar de forma articulada, as dimensões de tempo, de espaço e de objeto, numa linguagem própria como os museus (MARANDINO, 2009).

Lorenzetti e Delizoicov (2001) destacam que o acesso ao conhecimento científico ocorre por diferentes formas e ambientes. Destacamos então os museus de história natu-ral, espaços não formais de educação que se tornaram interessantes meios de divulgação do conhecimento, aproximação com a ciência e ainda possibilitam diversas propostas pedagógicas que contribuem para formação e cultura, potencializando a Alfabetização Científica (AC) dos indivíduos.

A Alfabetização científica é um termo abrangente, segundo Sasseron e Carvalho (2008), o termo teve sua origem da expressão francesa alphabétisation scientifique, cuja tradução literal é “alfabetização científica” (AC). A AC se destaca como um processo contínuo de aprendizagem, onde se desenvolvem diversas habilidades, entre elas: que os indivíduos opinem de forma crítica sobre assuntos científicos, de compreender e perceber a interferência destes em nosso dia a dia, o indivíduo deve ser capaz de subsidiar sua au-tonomia, como nos esclarece Freire (1980, p. 110):

[...] a alfabetização é mais que o simples domínio psicológico e mecânico de técnicas de escrever e de ler. É o domínio destas técnicas em termos conscientes. [...] implica numa autoformação de que possa resultar uma postura interferente do homem sobre seu contexto.

Para Marandino et al. (2005), ir ao museu, além do passeio que é agradável, as exposições promovem diferentes estímulos “que, idealmente, devem auxiliar a

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ten-são percepção – reflexão dos visitantes que os leva à formação de conhecimento” articulando assim “[...] experiências nas quais o visitante está mergulhado mais re-centemente e àquelas ligadas à memória” (MARANDINO et al., 2005, p. 5). Desta forma, então, as exposições e as coleções dos Museus de História Natural podem ser consideradas testemunhos do desenvolvimento das Ciências Naturais e através delas podem ser compreendidas suas histórias, seus conteúdos e procedimentos científicos. E ainda, os Museus de História Natural são, como nos mostra Lopes, instituições fundamentais para o estudo das políticas científicas nessa área de conhecimento, e po-dem assim auxiliar no entendimento da Ciência como parte da cultura das sociedades (MARANDINO, 2009).

Então, evidencia-se a importância da visitação aos museus de história natural, pois estes são espaços que possibilitam aproximar-se da ciência, visto que “além de suas coleções, muitas vezes é possível até mesmo ter contato com o cientista e suas atividades” (PSCHEIDT, 2018, p. 39). Dessa forma, mesmo com todos seus atrativos relacionados ao lazer e à curiosidade, são instituições que desempenham funções so-ciais. Para Marandino (2009) o ato de formar os indivíduos é certamente o papel social dos museus, além de conhecerem e valorizarem o acervo, a ampliação da cultura pode auxiliar a potencializar a alfabetização científica dos cidadãos.

Museus são uma das mais importantes vias de divulgação e construção do co-nhecimento científico acerca da natureza. O papel dos museus é de máxima responsa-bilidade, pois a informação torna-se um atrativo e à exposição adequada dos fósseis em museus apresenta um enorme potencial para a educação, conscientização, lazer, turismo e economia.

O ACESSO A CULTURA E O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Além do uso de museus como ferramenta informal de educação, museus são ferra-mentas de Desenvolvimento Regional, disseminando cultura e conhecimento que a médio e longo prazo afeta positivamente uma região, Carvalho (2002, p. 195-7) destaca:

Nos últimos anos, a cultura tornou-se um elemento predominante do discurso sobre o desenvol-vimento regional. Hoje em dia, o marketing regional não pode deixar de ter como estratégia pre-dominante a referência à dimensão cultural e artística do desenvolvimento e à sua capacidade em produzir novas formas de identificação regional. A questão principal aqui em causa diz, por isso, respeito à forma como artistas e criadores de cultura podem contribuir para o desenvolvimento sustentável de uma região.

A cultura aqui referida tem um caráter antropológico, para Botelho, 2001, a cultu-ra é produzida pela intecultu-ração social dos indivíduos, onde pela forma de sentir e pensar constroem seus valores. Rattner (2003), coloca a cultura como um conjunto formado de sabedoria, crenças, valores, artes, normas e tradições que grupos sociais adquirem inde-pendentemente de sua localização e tempo. A cultura pode ter uma dimensão temporal maior que a maioria das pessoas possa compreender, museus de história natural expõem valores de tempo que podem extrapolar aos milhares de milhões de anos. Compreender que o registro do passado remoto da Terra gravado nas rochas ou contado pelos fósseis, ou mesmo modelado no relevo faz parte do conhecimento e influem direta ou indire-tamente na cultura, não é algo simples, muito pelo contrário, mas isto pode e deve ser explorado nos museus.

Thomé (1988) reconhece que o desenvolvimento das comunidades ou mesmo de civilizações, está na capacidade da exploração do patrimônio natural, sob forma de

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re-curso natural de forma sustentável, e ressalta ser de grande relevância o conhecimento do patrimônio natural, através do seu inventário criterioso e sistematizado, bem como do conhecimento de seu manejo, considerando assim ser uma das finalidades mais pre-ciosas de um Museu de História Natural contemporâneo. Devemos considerar que a maioria dos museus, principalmente os localizados em cidades de pequeno e médio porte são de dimensões modestas. Sobre isso Ponte (2011) comenta:

[...] é necessário equacionar novos modelos de gestão, onde o estabelecimento de parcerias, a fusão de museus e uma gestão articulada com outros bens será essencial para que o patrimônio cumpra a sua verdadeira função, deixando de ser considerado acessório para assumir o seu papel de atividade e âncora do desenvolvimento da região.

O CENPALEO/MUSEU DA TERRA E DA VIDA

Na região de Mafra, SC, afloram rochas pertencentes à Bacia Sedimentar do Paraná, mais precisamente rochas do Grupo Itararé. Este grupo é conhecido por con-ter um pacote litológico datado entre 310 a 280 milhões de anos, formado quando a América do Sul, África, Antártica, Austrália e Índia formavam um único continente, o Gondwana, parte sul do grande e pretérito continente Pangea. Neste período de tempo, conhecido como Permo-Carbonífero nossa região passava por uma era gla-cial severa, por vezes no meio dessa glaciação ocorriam tempos de aquecimento, boa parte do gelo em cima do continente (que estava numa altitude bem mais baixa em relação ao nível do mar do que hoje) derretia, o nível dos oceanos então subia e as águas ocupavam baixios nesse mega-continente, formando mares interiores. Foi nesta condição que os fósseis de Mafra se formaram. Esta sequência de eventos que ocorreram durante a Era Paleozoica que possibilitou a existência do sítio fossilífero conhecido como Campaleo. Hoje reconhecido mundialmente pela quantidade de es-pécimes, variedade de espécies e excepcional qualidade de preservação dos fósseis ali encontrados (WEINSCHÜTZ, 2016).

Fósseis na cidade de Mafra, SC são há muito conhecidos, isso quando a região ainda pertencia ao município de Rio Negro. Nos idos de 1908 o geólogo Euzébio de Oliveira descobre peixes fósseis na região. Por muitos anos poucos estudos científicos aconteceram até a década de 80, quando os paleontólogos Dr. Oscar Rösler, Drª. Martha Richter e Drª. Cláudia de Souza Lima Malabarba e colaboradores realizam escavações no então Campaleo, culminando na pioneira publicação da espécie Santosichthys

ma-frensi (MOURO et al., 2018).

No final de 1997, veio a se instalar em Mafra a filial de uma grande fábrica de bandas de recapagem de pneus com matriz em Campinas, SP, o que poderia vir a ser a redenção econômica do município de Mafra, tendo em vista a grave crise econômica que assolava o país. Mas no terreno doado pela municipalidade (próximo de onde os paleontólogos coletaram seus exemplares). Durante as obras de terraplenagem, rochas do nível rico em fósseis (Folhelho) foram atingidas. Este acontecimento teve reper-cussão nacional, com paralisação das obras e várias reuniões entre a municipalidade, comunidade, universidades afins e órgãos do governo. Nestas reuniões decidiu-se por levar este material fossilífero para a universidade local (UnC), que se comprometeu em construir um abrigo para esse material e a contratar um especialista para dar início a um centro de pesquisas em paleontologia na universidade. Assim o Prof. Dr. Oscar Rösler, Paleontólogo de renome internacional, mafrense de nascimento, e que estava se aposentando na USP, aceitou prontamente o convide. Assim foi idealizado o que hoje é o Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (Cenpaleo), e sua área

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ex-positiva, o Museu da Terra e da Vida. Todos estes acontecimentos levaram a prefeitura junto com sua equipe técnica a criar medidas de proteção deste rico patrimônio e que se estende por outras áreas da Cidade, assim na revisão subsequente do Plano Diretor Municipal foi criado um zoneamento específico denominado Zona Especial de Interes-se do Patrimônio Natural (ZE-IPN), condicionando as futuras obras nesInteres-se zoneamento, a comunicarem os órgãos competentes e tomarem as medidas necessárias à coleta e salvaguarda dos fósseis que por ventura vierem a ser encontrados (WEINSCHÜTZ; METS, 2012).

A primeira exposição do Museu da Terra e da Vida aconteceu em 25 de setembro de 1998, numa sala com apenas 120m², onde os visitantes eram predominantemente es-tudantes da cidade de Mafra, hoje o museu apresenta uma área expositiva com mais de 600m² com aproximadamente 700 peças, e recebe uma média de 700 visitantes nos meses de funcionamento. A exposição está dividida em: Sala do Universo, Sala da Terra, Sala da Vida Antiga, Salas dos Grandes Répteis do Brasil e Sala da Vida Atual, e mais de 11.000 peças que compõem a reserva técnica. Portanto, são 20 anos de interação do Museu com a comunidade, que gerou imensuráveis benefícios, e que vêm de encontro com o Desen-volvimento Regional almejado.

METODOLOGIA E ANÁLISES

Com o objetivo de analisar a influência do CENPALEO/MTV na sua região de inserção, utilizou-se para obtenção dos dados o levantamento dos Livros de Registros de Visitantes arquivados na instituição. Os dados foram tabulados considerando a pro-cedência dos visitantes, a data de visitação e as características dos grupos, como o nível escolar. Foram considerados apenas visitantes provenientes dos estados da região Sul brasileira, entre o período de 2005 a 2018, ponderando que os dados anteriores encon-travam-se incompletos. Os visitantes provenientes das demais regiões brasileiras ou, cuja proveniência não pode ser aferida, não foram contabilizados na presente pesquisa. Estes representam aproximadamente 10% do total de visitantes.

Os dados referentes à procedência dos visitantes foram agrupados temporalmente, em sete biênios. Estes estão expostos na forma de gráficos de coluna, onde o eixo “x” representa as distâncias em relação à cidade sede do museu, e o eixo “y” o número de visitantes. Considerou-se como visitantes locais aqueles provenientes dos municípios de Mafra, Santa Catarina e Rio Negro, Paraná, considerando tratar-se de cidades gême-as, de divisa, e conurbadas. Os demais foram agrupados conforme o raio de distância da cidade de Mafra nos intervalos; até 50km, de 51 a 100km, de 101 a 200km, de 201 a 300km, e acima de 300km. A figura 1 mostra a localização da cidade de Mafra, sede do Museu da Terra e da Vida/CENPALEO, e sua relação de distâncias com as principais cidades da região sul.

Os dados referentes aos níveis de ensino dos grupos visitantes, foram agrupados em educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, outros para os grupos como: técnicos, EJAS, terceira idade, escoteiros, etc. Agrupou-se como gru-pos não identificados, para aqueles onde não foi gru-possível identificar qual o nível esco-lar do grupo que realizou a visita. Não foram considerados nesta pesquisa os grupos familiares.

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Figura 1: Localização da cidade sede do museu e sua relação com as principais cidades da Região Sul Legenda: os círculos representam o raio de distância do CENPALEO/MTV. Primeiro círculo: proveniên-cia local; segundo círculo: proveniênproveniên-cia de até 50km; terceiro círculo: proveniênproveniên-cia de até 100km; quarto círculo: proveniência de até 200km; quinto círculo: proveniência de até 300km.

O MUSEU DA TERRA E DA VIDA COMO ACESSO À CULTURA CIENTÍFICA A inserção do CENPALEO/Museu da Terra e da Vida na região que compreende o Planalto Norte Catarinense e a região sul do Paraná, possibilitou o acesso de uma po-pulação, principalmente a estudantil, a uma forma mais prática, ilustrativa e visualmente estimulante de conhecer as ciências naturais, principalmente a Paleontologia. De uma exposição simples e acanhada inaugurada em setembro de 1998 até hoje muito mudou, passamos de dezenas de visitantes/mês a quase mil visitantes/mês.

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Segundo Silva e Diniz (2011), a parcela mais numerosa de pessoas que visitam esses espaços é composta pelo público escolar, entretanto, a procura por museus vem se expandindo nos últimos anos por parte de todos os públicos. O interesse de professores para trazerem seus alunos ao museu, vem da necessidade de com-plementação do conteúdo, que só é possível pela proximidade do Museu ao centro de ensino. A distância da qual o visitante (estudante) vem ao museu apresenta uma incipiente proporcionalidade a série que o aluno frequenta, quanto maior a idade do aluno, maior a distância que viajam, mas em sua ampla maioria limitados ao perío-do de um dia, isso tem várias explicações, especialmente pertinentes ao custo, mas também reflexo de demais variáveis, como por exemplo, as dificuldades logísticas em proceder uma viagem mais longa e a insegurança dos pais, que não serão con-sideradas e especuladas nesse trabalho. Para o público universitário a realidade é outra, à procedência das turmas de graduação são variadas e mais distantes que dos outros níveis escolares. Estas estão principalmente ligadas a turmas de graduação, em especial relacionadas aos cursos de Ciências Biológicas, Geologia e Geografia que usam além do museu, as atividades de campo que o centro propõe, e que são exclusivamente direcionadas ao público universitário. O crescente número de insti-tuições de ensino superior que buscam realizar visitações ao CENPALEO/MTV vem sofrendo um processo crescente anualmente, como evidenciado na figura 2.

Figura 2: Número de instituições de ensino superior que visitaram o CENPALEO/MTV por ano no período de 2014 a 2018

Fonte: Relatório interno do CENPALEO.

A Figura 2 exibe o número de visitantes em distribuição mensal/anual para o perío-do proposto. Observamos um panorama de crescimento perío-do número de visitantes, com um pico em 2009. Neste ano o museu inaugurou a exposição “Uberabatitan, o último dos di-nossauros”, com a exposição de uma réplica científi ca em tamanho real de um dos maio-res dinossauros já descobertos no Brasil, numa parceria com a iniciativa privada, sendo a primeira e única vez que foi utilizada propaganda paga na mídia televisiva regional. No ano de 2010 é perceptível uma queda abrupta no número de visitantes. Esta queda refl ete o período de reforma e ampliação do MTV. A ampliação criou novas salas expositivas buscando a acomodação de réplicas científi cas e espécimes de novas descobertas. A partir de 2011 o número de visitantes segue com médias entre 5.000 a 7.000 visitantes por ano. Esta média é estipulado como ideal do MTV para o bom atendimento e aproveitamento do visitante, visto que as visitas de grupos de estudantes são guiadas e direcionadas con-forme interesse e nível de ensino, o que se tornou um diferencial para o Museu. Torna-se perceptível uma gradual tendência em equiparar a distribuição dos visitantes mensalmen-te duranmensalmen-te o período letivo.

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Figura 3: Número de visitantes por mês e por ano no intervalo 2005 a 2018

Fonte: Controle interno do Museu da Terra e da Vida.

Considerando o nível de ensino dos visitantes, apresentado no gráfico 3, per-cebemos a predominância de alunos do ensino fundamental. Os mesmos apresentam uma maior constância durantes os anos analisados. Acredita-se que esta predomi-nância se deve à presença de conteúdos relacionados a história natural e paleonto-logia nos currículos escolares do ensino fundamental, em maior proporção que aos demais anos.

O ensino superior apresentou uma expressiva contagem de visitação ao museu, contanto em média com 30 grupos por ano, esse número é alto considerando que estes participam de atividades diferenciadas, contando com a visitação e práticas com saídas a campo e em geral necessitam de horários especiais, geralmente finais de semana. Constatamos um aumento nas visitações de ensino superior nos anos de 2015 a 2017 e uma queda no ano de 2018. Esta diminuição pode ser reflexo da dificuldade de transporte, visto que as universidades enfrentam uma maior distância para realizar as visitas.

Apesar do menor número da visitação de grupos da educação infantil, este surpreende devido à pouca idade destes alunos, entretanto é muito importante visto que o contato com a ciência precisa começar desde cedo, então “não devemos nos preocupar com a precisão e a sistematização do conhecimento em níveis da rigo-rosidade do mundo científico, [...] o fundamental no processo é a criança estar em contato com a ciência, não remetendo essa tarefa a níveis escolares mais adianta-dos” (ROSA; PEREZ; DRUM, 2007, p. 362). Estes dados podem ser visualizados na Figura 4.

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Figura 4: Número de instituições visitantes por ano de 2012 a 2018 Fonte: Controle interno do Museu da Terra e da Vida.

Na Figura 3 é apresentado a sequência de gráficos que compreendem os sete biê-nios no intervalo de 2005 a 2018 explicados pela metodologia, e o gráfico que compara a porcentagem de visitantes locais, isto é, procedentes dos municípios de Mafra e Rio Negro, com os visitantes de “fora”, ou seja, procedentes de outras cidades (apenas da região sul).

É clara a observação do crescimento do número de visitantes locais até o intervalo de 2009-2010 (Figura 5A, B, C), passando de 1.690 no biênio 2005-2006, para quase 8.000, estabilizando na sequência em aproximadamente 4.000 visitantes nos biênios seguintes (Figura 5 E, D, G). Esta estabilização dos visitantes locais, (em sua grande maioria estudantes), é reflexo da capacidade de atendimento no museu considerando neste caso a estrutura física e pessoal, somado a inserção da visita ao museu nos pro-jetos pedagógicos pelos professores, tornando essa atividade rotineira, atingindo assim um valor de estabilidade referente a quantidade de escolas e alunos locais.

Com relação aos visitantes de “fora”, o crescimento é expressivo desde os ros anos, mas com uma constante de 30% em relação aos visitantes locais nos primei-ros quatro anos da amostra. A partir de 2009 essa participação de visitantes de “fora” começa a aumentar, em parte isso é explicado pelo evento da exposição do dinossauro Uberabatitan, que teve intensa divulgação. No biênio 2013 – 2014 a porcentagem de visitantes de “fora” passa a ser maior que dos visitantes locais (51% para 49%), che-gando a razão de 61% para 39% no último biênio analisado (2017-2018). O aumento significativo na porcentagem dos visitantes de “fora” é evidente principalmente para os provenientes de cidades situadas até o raio de 100km do Museu e secundariamente de cidades situadas entre 101 a 200km de distância. Embora tenha ocorrido um aumento no número de visitantes de cidades localizadas entre 201 a 300km ou mais, ainda assim é considerado uma porcentagem pouco expressiva no total, representando aproximada-mente 3% para o biênio 2017-2018.

CONCLUSÃO

Com a criação do Museu da Terra e da Vida, parte expositiva do CENPALEO, in-serido no interior do estado de Santa Catarina, na divisa com o sul do estado do Paraná, inúmeras instituições de ensino puderam ter acesso à educação não formal proporcionada por um museu de história natural. Essa tipologia de museu por ter um apelo frequente na mídia seja pela exibição de filmes, noticiário de novas descobertas, ou mesmo pela divul-gação de novas exposições desperta grande interesse e curiosidade.

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Figura 5: Número de visitantes locais

Legenda: Gráficos A, B, C, D, E, F, G – relacionando o número de visitantes pela distância em relação a sede do museu por biênios; Gráfico H – porcentagem visitantes locais x visitantes de fora.

Até o ano de 2005, o funcionamento do museu era irregular e instável, com a visi-tação anual abaixo de 2000 pessoas, sendo representadas principalmente por estudantes dos municípios de Mafra e Rio Negro. A partir de então é visível a maior participação de visitantes de “fora”, que passam a compor a maioria dos visitantes no biênio 2013 – 2014, mas dentro de um raio de distância do museu correspondente a 200 km, ou seja, para a comunidade estudantil (não considerando cursos de graduação) a distância é um limitador para a visitação de museus, como discutido anteriormente, refletindo diretamente nos

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cus-tos (considerando que a maioria dos estudantes são de escolas públicas) e tempo (existe a necessidade do retorno no mesmo dia).

Se considerarmos o estado de Santa Catarina, com 52 museus nessa tipologia e uma área total de 95.346km², temos a proporção de um museu para cada 1.834km², o que seria o suficiente para termos um museu de ciências naturais/história natural a menos de 50 km de qualquer cidade do estado. Mas o que percebemos é a distribuição desses museus concentradas em determinadas regiões, em geral em meio a grandes regiões de cidades maiores e grandes centros, como na região metropolitana da grande Florianópolis e litoral norte (região metropolitana de Joinville e Blumenau) que concentram a maioria desses museus, obviamente nessas regiões existe uma maior concentração da população. Por-tanto a aplicação de uma política que privilegie a criação de museus de forma a atender o máximo de municípios, considerando a distância máxima de 200 km é necessária para o acesso de toda a comunidade.

Vale ressaltar que a implantação de museus (independentemente de sua tipologia) em áreas não privilegiadas atualmente, além de possibilitar aos estudantes e interessados o acesso a esse tipo de educação não formal, contribuirá para o desenvolvimento regio-nal, pois estas cidades seriam naturalmente inseridas num roteiro de turismo cultural/ histórico/científico que ajudaria a alavancar a economia local, seja pelo aquecimento do comércio, divulgação da cidade e principalmente pela disseminação do conhecimento e cultura, bem como seriam incluídas, no caso de museus de história Natural, no contexto do ambiente natural e da importância para o Patrimônio Natural, seja pela preservação ou uso sustentável.

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Recebido em: 16.04.2019. Aprovado em: 07.05.2019. LUIZ CARLOS WEINSCHÜTZ

Centro Paleontológico da Universidade do Contestado. E-mail: luizw@unc.br CRISTIANE PSCHEIDT

Centro Paleontológico da Universidade do Contestado. E-mail: cristiane.cenpaleo@unc.br ELIANE VILLA LOBOS STRAPASSON

Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura, Mafra, Santa Catarina. E-mail: eliane.cenpaleo@unc.br

CELINA HIRTH

Centro Paleontológico da Universidade do Contestado. E-mail: celinah1943@gmail.com; MORGANA DENK WANTOWSKY

Centro Paleontológico da Universidade do Contestado. E-mail: morganadw@outlook.com JOÃO HENRIQUE ZAHDI RICETTI

Centro Paleontológico da Universidade do Contestado. Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: joao.ricetti@hotmail.com EVERTON WILNER

Centro Paleontológico da Universidade do Contestado. Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: evertonwilner@unc.br

Imagem

Figura 1: Localização da cidade sede do museu e sua relação com as principais cidades da Região Sul Legenda: os círculos representam o raio de distância do CENPALEO/MTV
Figura 2: Número de instituições de ensino superior que visitaram o CENPALEO/MTV por ano no período  de 2014 a 2018
Figura 3: Número de visitantes por mês e por ano no intervalo 2005 a 2018 Fonte: Control e interno do Museu da Terra e da Vida.
Figura 4: Número de instituições visitantes por ano de 2012 a 2018 Fonte: Controle interno do Museu da Terra e da Vida.
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