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O FARMACÊUTICO FRENTE AOS RISCOS DO USO DE INIBIDORES DE APETITE: A SIBUTRAMINA

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Academic year: 2020

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DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200

Rev Cient da Fac Educ e Meio Ambiente: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 10,

n. 1, p. 81-92, jan.-jun. 2019. 81

Tamires Barreto Andrade

Discente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA). E-mail. tamiresbarretoa@gmail.com.

ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7159-0712.

Gabriela Barreto Andrade

Discente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA). E-mail. me.gabi@hotmail.com. ORCID: http://orcid.org/0000-0002-0145-1183.

Jociel Honorato de Jesus

Especialista no ensino de Ciências e Matemática, Graduado em Licenciatura em Química pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: jociel-2011honorato@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4588-2508.

Jucélia Nunes da Silva

Farmacêutica, Especialista em Analise Clinica pela Faculdade FUNORTE, Docente da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA). E-mail: jucy_igg@hotmail.com. ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6128-6928.

Copyright1: Submetido em: 10 maio 2019. Aprovado em: 10 jun. 2019. Publicado em: 26 jul. 2019.

E-mail para correspondência: tamiresbarretoa@gmail.com.

Descritores (DeCS)2:

Obesidade Sibutramina, Anorexígenos Inibidores de apetite

RESUMO: A obesidade é um problema mundial, sendo uma doença crônica de difícil controle, e caracteriza-se pelo acúmulo de gordura corporal. O tratamento adequado é indicado pelo médico, podem ser utilizados tratamentos farmacológicos, não-farmacológicos e em alguns casos cirurgias. A sibutramina é um dos fármacos utilizados no tratamento do sobrepeso, havendo diversos efeitos colaterais e riscos, no entanto, esta continua sendo muitas vezes usada de forma irracional. O estudo tem como objetivo discutir sobre a obesidade e os riscos do uso da sibutramina como inibidor de apetite e o papel do farmacêutico quanto ao uso desses medicamentos. O presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica que utilizou os descritores: Inibidores de Apetite, Anorexígenos, Sibutramina e Obesidade; realizada através do estudo de artigos digitais e livros virtuais anexados ao Google acadêmico, além de plataformas de bases de dados como Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e em outros repositórios científicos. Concluiu-se através deste, que o uso da Sibutramina deve ser feito de forma cautelosa, somente em casos onde outras formas de tratamento não farmacológico falharam. O uso da sibutramina pode causar efeitos colaterais graves, bem como dependência. Cabe ao farmacêutico prestar atenção farmacêutica aos usuários, de forma que estes utilizem o medicamento da melhor forma, bem como deixá-los cientes acerca dos efeitos colaterais.

Descriptors:

Obesity Sibutramine Anorexigenics

Appetite suppressants

ABSTRACT: Obesity is a worldwide problem, being a chronic disease of difficult control, and is characterized by the accumulation of body fat. Appropriate treatment is indicated by the physician, pharmacological, non-pharmacological and in some cases surgeries may be used. Sibutramine is one of the drugs used in the treatment of overweight, with several side effects and risks, however, it is still often used in an

Imagem: StockPhotos (Todos os direitos reservados).

1 Atribuição CC BY: Este é um artigo de acesso aberto e distribuído sob os Termos da Creative Commons Attribution License.

A licença permite o uso, a distribuição e a reprodução irrestrita, em qualquer meio, desde que creditado as fontes originais.

2 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.

Revisão de Literatura (Farmácia)

O FARMACÊUTICO FRENTE AOS

RISCOS DO USO DE INIBIDORES DE

APETITE: A SIBUTRAMINA

THE PHARMACEUTICAL AGAINST THE

RISKS OF THE USE OF APETITE

INHIBITORS: SIBUTRAMINE

10.31072/rcf.v10iedesp.788

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82 Rev Cient da Fac Educ e Meio Ambiente: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 10,

n. 1, p. 81-92, jan.-jun. 2019. irrational way. The study aims to discuss obesity and the risks of using sibutramine as an appetite suppressant and the role of the pharmacist in the use of these medicines. The present article deals with a bibliographical research that used the descriptors: Inhibitors of Appetite, Anorexígenos, Sibutramina and Obesity; through the study of digital articles and virtual books attached to academic Google, as well as platforms of databases such as Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Virtual Health Library (VHL), PubMed and other scientific repositories. It was concluded through this that the use of Sibutramine should be done cautiously, only in cases where other forms of non-pharmacological treatment failed. The use of sibutramine can cause serious side effects as well as dependence. It is up to the pharmacist to pay pharmaceutical attention to the users so that they use the drug in the best way, as well as to make them aware of the side effects.

1 INTRODUÇÃO

A obesidade tem aumentado e causado grande preocupação em órgãos responsáveis pela saúde. De acordo com dados emitidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2015, o número de adultos com sobrepeso era de aproximadamente 2,3 bilhões, além

de 700 milhões de obesos (1).

A obesidade é o acúmulo de tecido gorduroso, em determinada parte do corpo ou espalhada, causada por desequilíbrio, ou seja, é o peso maior que o

desejável para a altura (2). Provoca danos à saúde,

como problemas respiratórios, dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor. Além de contribuir para o surgimento de patologias que podem ser letais, como doenças cardiovasculares, diabetes Tipo II,

dislipidemias e alguns tipos de câncer (2).

Diante disto, a população busca alternativas rápidas para a perda de peso. Logo, os fármacos anorexígenos são vistos como um recurso para isto; entretanto, seu consumo abusivo pode gerar efeitos

colaterais, além de riscos à saúde e dependência (1).

Esses fármacos são mais utilizados por mulheres com idades entre 21 e 30 anos, visando rápido

emagrecimento (3). No Brasil destacam-se a

anfepramona, o femproporex, o mazindol e a sibutramina, que agem sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) liberando noradrenalina e serotonina,

transmitindo a sensação de ausência de fome (4).

Os anorexígenos, também chamados de inibidores de apetite, são drogas que causam redução ou perda de apetite. Não são aconselhados como tratamento primário para perda de peso, visto que podem provocar

efeitos sobre função mental e comportamento (5).

É fundamental que o farmacêutico alerte acerca dos riscos e benefícios dos fármacos anorexígenos, bem como orientar quanto às possíveis interações medicamentosas e problemas relacionados ao uso incorreto dos medicamentos. Através da atenção farmacêutica, o farmacêutico é capaz de orientar e propor métodos não farmacológicos, como a prática de exercícios físicos e reeducação alimentar dos

pacientes. Faz-se importante interação entre

farmacêutico e médico visando a saúde e o bem-estar

do paciente (4).

Os anorexígenos são alguns dos fármacos mais

vendidos nas farmácias e drogarias. São

medicamentos utilizados por muitos indivíduos por um período prolongado, pois estes inibem o apetite e

proporcionam emagrecimento rápido. A

automedicação com estes fármacos é perigosa, pois pode causar dependência física e psíquica. Além disso, há um grande número de indivíduos que utilizam estes medicamentos de forma irracional. Dada a importância do assunto, faz-se necessário a ampliação do conhecimento destes fármacos utilizados no auxílio do emagrecimento, bem como seus efeitos, riscos e contraindicações. Logo, este artigo busca discorrer acerca dos perigos do uso irracional e exagerado da Sibutramina.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa trata-se de uma pesquisa

bibliográfica que se utilizou dos descritores:

Moderadores de Apetite, Anorexígenos, Sibutramina e Obesidade. Objetivou-se analisar os benefícios e malefícios do uso dos anorexígenos, focando no uso da Sibutramina. A pesquisa foi realizada através do estudo de artigos digitais e livros virtuais anexados ao Google acadêmico, além de plataformas de bases de dados como Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e em outros repositórios científicos. Selecionou-se artigos e livros da língua vernácula ou estrangeira que

fossem pertinentes ao tema e estivessem

disponibilizados de forma integral. Excluindo-se as bibliografias que não possuíam informações e dados relevantes e aqueles que se encontravam incompletos.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 OBESIDADE

A obesidade caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo. Ao longo de muitos anos, se associou à falta de caráter, autoindulgência

ou distúrbios psíquicos dos obesos. (6; 7)

A obesidade é relatada pela OMS como um sério problema de saúde pública, que acomete crianças, adolescentes, adultos, idosos, de diferentes classes sociais e sexos, e atualmente, é um dos fatores que

(3)

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A obesidade é considerada como multifatorial, havendo influência da genética, metabolismo e ambiente. Possui elevada prevalência, o que torna necessária a atenção do médico, do pesquisador, e dos demais profissionais das áreas social e sanitária.

(9)

Tem se observado o progressivo aumento no peso em torno de dois terços da população de países

industrializados (10). O Estados Unidos é o segundo

país com mais obesos mundialmente, estando 80,5% dos adultos com sobrepeso ou obesos. No ano de 2015 era estimado que 75% dos adultos e em torno de 24% das crianças e adolescentes nos Estados Unidos

eram obesos ou estavam com sobrepeso. (11)

Afeta países desenvolvidas e em desenvolvimento, o que mostra a necessidade de maiores mobilizações, visto que a obesidade se tornou um dos mais graves problemas de saúde pública mundial, ultrapassando a

desnutrição e doenças infecciosas. (7)

Causa risco de hipertensão, dislipidemias, diabetes do tipo 2, doenças cardiovasculares, apneia do sono, alguns tipos de câncer, cálculos biliares, doenças respiratórias, resistência à insulina, e doenças

osteoarticulares (12; 13; 14).

Quando o indivíduo se encontra com um peso corpóreo 20% mais alto do que o apropriado, sua mortalidade também é 20% mais alta, quando comparado com indivíduos com porcentagem de gordura e IMC (índice de massa corpórea) adequados. Além disso, a obesidade duplica o risco de desenvolvimento de diabetes e aumenta em 40% o

risco de doenças biliares (15).

Mulheres com IMC acima de 35 kg/m² possuem 3,2 vezes mais chances de vir a óbito devido ao câncer de cérvice, e mulheres com IMC acima de 40 kg/m² possuem chances 6,2 vezes maiores de falecer por câncer de útero, bem como 4,7 vezes maior de óbito por câncer renal e 2,7 vezes maior de mortalidade por câncer de pâncreas. Homens com IMC acima de 35 kg/m² possuem risco 4,52 vezes maior de falecer por câncer hepático, 2,6 por câncer pancreático e 1,9 por

câncer gastroesofágico(15).

O número de óbitos em decorrência da obesidade no Reino Unido e nos Estados Unidos é próximo de 30.000 e 300.000, respectivamente. Sendo a obesidade a principal causa de doenças e mortes

prematuras (16).

Há também problemas que se relacionam com a discriminação que a pessoa obesa sofre, favorecendo o aparecimento de depressões, redução da autoestima e perspectivas de relacionamento social. Estes fatores

psicoemocionais podem ser causadores e/ou

alimentadores dessa condição (14).

Considera-se a obesidade como um fenômeno contemporâneo, visto que esta é um reflexo da alteração de hábitos familiares, com rotinas sem alimentação saudável e com a marcante presença do

sedentarismo (17).

Podem-se destacar fatores que se relacionam com o desenvolvimento da obesidade. Fazendo-se

importante frisar o fato de que fatores externos possuem maior relevância em casos de obesidade do

que fatores genéticos. Os principais fatores

relacionados com o desenvolvimento da obesidade são: exposição prolongada à escassez de alimentos (seja de forma intrauterina ou extrauterina), alta ingestão de alimentos industrializados, pouca ingestão de alimentos naturais, alterações neuroendócrinas, uso de medicamentos como glicocorticoides e

antidepressivos tricíclicos e sedentarismo (17; 6; 18).

O Ministério da Saúde (MS) ao atualizar os Cadernos de Atenção Básica, definiu a obesidade como resultado de vários fatores da vida do obeso, sendo eles: biológico, ecológico, econômico, social. O fator mais imediato para o acúmulo de gordura, que tem por consequência a obesidade, é o balanço energético positivo, ou seja, as calorias consumidas

são maiores do que as gastas. (9)

Pesquisa nos últimos anos têm se focado em compreender a forma como o corpo regula a ingestão de alimentos e quais substâncias do corpo participam da homeostase. As pesquisas têm se fechado e se concentrado no estudo do sistema gastroentero-pancreático, visto que uma série de hormônios que participam da coordenação de várias funções envolvidas na regulação da ingestão alimentar foram identificadas no intestino. Esses hormônios enviam sinais ao cérebro para terminar a refeição ou consumir mais alimento. Desse modo, essa rede de comunicação é conhecida como eixo do

intestino-cérebro. (11)

A distribuição da gordura corpórea se relaciona com diferentes fatores, sendo a herança genética responsável por 30 a 40% da mesma. O restante se relaciona com o metabolismo energético (seja em repouso ou em atividade), à alimentação. A parcela restante tem sua distribuição relacionada ao metabolismo energético em repouso, ao metabolismo energético em atividade em exercício físico), ao comportamento dietético e preferências alimentares, à atividade da lipoproteína lípase e ao metabolismo lipolítico. Assim, habitar um local onde há fácil acesso a alimentos com grande teor calórico, e o sedentarismo, juntamente com a predisposição

genética, favorece o acúmulo de gordura (15).

Idade e o sexo são fatores fundamentais para o desenvolvimento da obesidade. Quanto maior a idade, maiores são as reservas de gordura em grande parte dos indivíduos, decorrente do decaimento da prática de atividades físicas, redução da massa corporal magra, aumento da massa gorda, bem como alterações no metabolismo de glicose e lipoproteínas.

(7)

O sexo é determinante para o desenvolvimento da obesidade, visto que mulheres possuem menor quantidade de massa metabolicamente ativa, ou músculos do que os homens. Além disso, nas mulheres, a lipólise é menor em comparação aos homens em relação a exercício físicos, o que pode explicar o fato de os homens queimarem as gorduras

(4)

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de forma mais eficientemente durante os exercícios (7;

19).

A distribuição da gordura no corpo pode ser dividida em dois tipos. O tipo central (ou superior) e o tipo periférico (ou inferior). No tipo central, a gordura está reunida no nível do tronco, estando em grande número na região intra-abdominal visceral. No tipo periférico, o acúmulo de gordura está na região do quadril, nádegas e coxas, sendo o tipo mais frequente em mulheres,

enquanto o central é mais frequente em homens (15).

Em 98% dos casos de obesidade esta é ocasionada pelo desequilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto energético. Em cerca de apenas 2% dos casos, a causa são fatores endógenos, como hipotireoidismo, distúrbios neuroendócrinos e alguns

medicamentos (glicocorticoides, antidepressivos

tricíclicos, lítio e fenotiazinas) (6; 7)

Doenças psicológicas também se associam com a elevação do peso, tais como estresse, ansiedade e

depressão, que influenciam o comportamento

alimentar (19).

O excesso de peso, seja sobrepeso ou obesidade, é o sexto fator de risco para a carga global de doenças, devido à sua associação com diversas doenças crônicas não transmissíveis, entre elas: doenças cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de câncer (cólon, reto e mama), cirrose, gota, osteoartrite e

apneia do sono (20).

Sua prevalência tem aumentado nas últimas décadas, mesmo em países em desenvolvimento, o que levou a doença a ser caracterizada como epidemia global, tida atualmente como um dos mais graves problemas de saúde pública. No Brasil, no período de 1974-1975, o índice de obesos era 3,7%, e no período

de 2008-2009 o mesmo subiu para 21,7%(12; 21).

Na Tabela 1, adaptada de Londoño-Lemos (11),

pode-se observar a taxa de obesidade nos países em que esta é mais presente.

Tabela 1 - Porcentagem de obesos no ano de 2010

PAÍS HOMENS MULHERES

EFM3 93,1% 91,1% EUA4 80,5% 76,7% Argentina 77,7% 71,2% Austrália 75,7% 66,5% Venezuela 74,4% 67,3% México 73,6% 73,0% Chile 68,4% 73,3% Reino Unido 67,8% 63,8% Canadá 66,9% 59,5% Colômbia 62,6% 61,1%

Fonte: Londoño - Lemos (11)

No ano de 2017, o Ministério da Saúde publicou uma pesquisa que apontava que a cada cinco brasileiros, um era obeso. Além disso, mostrava também que no período de 10 anos, o índice de

3 Estados Federados da Micronésia.

obesos subiu de 11,8% para 18,9%. Esse crescimento aumentou os gastos de cuidados, tratamentos e

acompanhamentos no sistema de saúde (22).

O aumento nos casos de obesidade pode ser consequência de uma variedade de fatores. Fatores estes complexos, e que vão desde a psicologia e fisiologia individual, até a cultura e economia da produção de alimentos. Pode-se citar também os hábitos alimentares modernos e a prática de atividade física. (6)

A elevação no número de casos de obesidade infantil é preocupante, visto que, sobrepeso e obesidade na infância indicam que a mesma pode se

manter na fase adulta(12).

A obesidade na adolescência pode ser um fator de risco de morte prematura na vida adulta, independe da presença da obesidade nessa etapa da vida. O desenvolvimento da doença dá-se geralmente pela

junção de fatores genéticos, ambientais e

comportamentais (23; 3).

Em 2012 foi estimado que, mundialmente, um bilhão de adultos estava com sobrepeso e por volta de 475 milhões eram obesos. Estima-se que em 2020 ocorram cinco milhões de mortes causadas pelo

sobrepeso (20).

Dados do ano de 2015 apontaram que haviam, no mundo, 604 milhões de adultos e 112 milhões de crianças obesas. Ademais, a prevalência da obesidade dobrou entre 1980 e 2015 em mais de 70 países do

mundo (24).

Mundialmente, no ano de 2011, o Brasil era o décimo nono país com mais homens obesos, e o décimo quinto com mais mulheres obesas. 48% da população adulta estava acima do peso, sendo 16,9% obesas, esses dados apontaram que, nesse período, no Brasil havia mais indivíduos obesos do que

subnutridos (25).

Segundo dados do Ministério da Saúde, no ano de 2013, cerca de 51% da população brasileira em fase adulta se encontrava acima do peso. Sendo que entre os indivíduos do sexo masculino, este número

superava os 54% (17).

No ano de 2003 realizou-se o primeiro

levantamento relativo aos custos do tratamento de excesso de peso e doenças associadas, onde apontou-se que cerca de 1 bilhão e 100 milhões de reais foram gastos por ano com internações hospitalares, consultas médicas e medicamentos. Somente no SUS (Sistema Único de Saúde), se gastava 600 milhões de reais com internações, o que é equivale a 12% do gasto anual com demais

enfermidades (25).

O diagnóstico da obesidade é um procedimento complexo, precisando de dois ou mais exames. O mais usado é a medição do IMC, porém, este não é tão eficaz e sofre críticas por não ser capaz de diferenciar massa gordurosa e a massa magra, além de não

(5)

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apresentar a distribuição da gordura corporal. Geralmente é diagnosticada quando o excesso de gordura nos tecidos chega a níveis que podem causar

grandes riscos à saúde (5; 9).

O IMC é obtido pela relação entre a massa corporal e o quadrado da estatura. O sobrepeso verifica-se em

indivíduos que possuem IMC entre 25 kg/m2 e 29,9

kg/m2. Já o IMC igual ou superior a 30,0kg/m2 indica

obesidade, sendo: obesidade moderada entre 30

kg/m2 e 34,9 kg/m2; obesidade severa entre 35 kg/m2

a 39,9 kg/m2; e obesidade muito severa acima de 40

kg/m2(17; 6; 26).

A classificação realizada através do IMC deixa a desejar, não sendo capaz de quantificar a gordura corporal, pois somente leva em consideração o peso. Dessa forma, um atleta com grande quantidade de massa muscular e pouca gordura pode ser classificado como obeso, bem como indivíduos com edemas ou ascite. Logo, deve-se analisar composição corporal e determinar a quantidade de gordura e da quantidade de tecido livre gordura para se diagnosticar e

classificar a obesidade. (7)

O tratamento da obesidade é de extrema importância e objetiva melhorias no bem-estar e saúde metabólica do paciente. Estudos apontam que o sucesso no tratamento se associa com perdas entre 5% e 10% de peso. Essa perda peso pode provocar melhora na pressão arterial, apneias e hipopneias,

diabetes e dislipidemia (6)

Existem muitos tipos de tratamentos para perda de peso, e podem ser divididos em intervenções não

farmacológicas, farmacológicas e cirúrgicas (27).

O tratamento não farmacológico engloba a prática de atividades físicas e mudanças alimentares, como: comer sem pressa e em locais tranquilos, evitar associações entre emoções e alimentos, realizar correta mastigação, bem como realizar refeições saudáveis. Se essas práticas não resultarem em perda de peso, o tratamento farmacológico ou a cirurgia

bariátrica são discutidas e entram em ação (17; 6; 7; 14).

Sabe-se que mudanças no estilo de vida para controlar a obesidade podem ser frustrantes, tanto

para pacientes quanto para os profissionais

responsáveis pelo tratamento, visto que, apesar de diversos esforços, há uma diminuição na perda progressiva de peso, e ás vezes, um efeito rebote ao suspender as intervenções. No geral as intervenções rigorosas nas mudanças do estilo de vida com restrições calóricas, sessões de aconselhamento, atividades físicas diárias e vigilância médica, provocam uma redução de peso em média de 6 kg em um ano, e

este só é mantido com atenção continua (28).

A cirurgia bariátrica deve ser restrita aos indivíduos com obesidade avançada, aqueles com IMC de 40 kg/m², e aqueles com IMC de 35 kg/m² quando associada a alguma comorbidade. Logo, a cirurgia é realizada em indivíduos que não conseguem manter a redução do peso após o tratamento não farmacológico

(15).

O tratamento cirúrgico da obesidade se restringe àqueles pacientes com obesidade mórbida. A cirurgia é superior em relação aos outros tratamentos quando da manutenção e perda do peso, entretanto possui potencial de causar complicações operatórias,

pré-operatórias e desconfortos a longo prazo. (7)

No Brasil há em torno de 16 milhões de obesos que não conseguem emagrecer somente com alterações no estilo de vida, necessitando assim de tratamento farmacológico, ou a obesidade pode causar doenças como: diabetes, câncer, hipertensão, problemas

cardíacos, entre outros (25).

Não há medicamentos já pré-definidos para o tratamento farmacológico da obesidade, devendo haver análise dos hábitos alimentares, sintomas de depressão, condições e complicações que se associam com a obesidade, bem como a probabilidade de ocorrerem efeitos colaterais. Ao se definir os medicamentos a serem usados no tratamento, deve-se avaliar experiências anteriores do paciente em terapias, no entanto, o insucesso de um tratamento anterior não implica na exclusão do uso do fármaco

para um tratamento futuro (19).

Alguns estudam apontam que metade dos usuários usam medicamentos para emagrecer antes de

procurar um serviço médico (28).

No tratamento farmacológico, a sibutramina é o medicamento mais indicado para pessoas com obesidade ou quando os métodos convencionais

falharam (29).

3.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO PARA

OBESIDADE

Medicamentos anorexígenos, também conhecidos como inibidores de apetite, chegaram no mercado há décadas, no entanto, ainda enfrentam vários problemas com sua regulamentação, como por exemplo: venda ilegal e uso para outros fins,

tornando-os vilões no tratamento de obesidade (25).

O tratamento farmacológico da obesidade provoca controvérsias e diversas discussões acerca de sua segurança, eficácia e benefícios na população adulta,

mais principalmente na população infantil (12).

Estudos científicos da Universidade de Liverpool argumentam que os medicamentos utilizados no tratamento da obesidade não têm vantagens duradouras para a saúde, pois somente trata as consequências da obesidade, e não suas causas psicológicas importantes do consumo excessivo e do

ganho de peso (11).

Atualmente, o maior desafio da indústria

farmacêutica é desenvolver e fornecer medicamentos mais seguros e eficientes para redução de peso. O que também exige que o farmacêutico seja mais rígido ao

dispensar estes medicamentos (17).

A prescrição de medicamentos visando redução ou manutenção do peso precisa ser criteriosa e seguir algumas características, de forma que seja útil no tratamento da obesidade. Essas características são:

(6)

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ter comprovado seu potencial na redução de peso e melhora nas comorbidades; seus efeitos colaterais devem ser passageiros e passíveis de tolerância; não

possuir propriedades que possam causar

dependência; ter eficiência e segurança a longo prazo,

e ter um valor aceitável (14).

O tratamento farmacológico para perda de peso é

indicado para pacientes com IMC acima de 30kg/m2,

ou quando há a ocorrência concomitante de doenças cardiovasculares ou metabólicas em pacientes com

IMC acima de 25kg/m2, caso o tratamento com dieta,

exercícios físicos e modificações comportamentais

não obtiverem êxito (30; 13).

Entretanto, sabe-se que não somente indivíduos com sobrepeso utilizam inibidores de apetite, mas

também indivíduos por com IMC normal, o que ocorre devido à distúrbios de autoimagem, consequência dos

padrões de beleza exigidos pela sociedade (17).

De acordo com um relatório lançado em 2005 pela JIFE (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes), órgão ligado a ONU (Organização das Nações Unidas), o consumo de medicamentos anorexígenos Brasil cresceu 500% entre 1997 a 2004

no Brasil (31).

De acordo com Jesus (18) e Marini, Silva e Oliveira

(7), os medicamentos utilizados para tratamento da

obesidade podem se dividir em 3 grupos principais, de acordo com seu local de atuação, como observa-se no

Quadro 1.

Quadro 1 - Tipos de medicamentos emagrecedores e suas características TIPOS DE

MEDICAMENTOS ONDE ATUAM COMO ATUAM EXEMPLOS

Inibidores de apetite Sistema nervoso central Modifica o apetite ou

conduta alimentar

Sibutramina, Fentermina, entre outros

Termogênicos Sobre o metabolismo Aumenta a termogênese Efedrina, Cafeína e Aminofilina

Inibidor da absorção de

gorduras Sistema gastrointestinal

Diminuindo a absorção de

gorduras Orlistat

Fonte: Jesus (18) e Marini, Silva e Oliveira (7)

O início do tratamento farmacológico é indicado quando não há eficácia no tratamento não medicamentoso e houver fatores de risco. Ou em pacientes que possuam circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm em homens e 88 cm em

mulheres (1).

Considera-se o tratamento farmacológico como um sucesso na perda de peso quando há redução ≥1% do peso corporal ao mês, tendo como resultado ao menos 5% em 3 a 6 meses de tratamento, visto que, segundo a literatura, a redução de 5 a 10% do peso diminui os

fatores de risco causados pela obesidade (25).

Os fármacos destinados ao tratamento da obesidade devem possuir as seguintes características: reduzir o peso corporal e ter efeito benéfico sobre as doenças decorrentes ao excesso de gordura; aumentar a saciedade; deve atingir o tecido adiposo (não o músculo) aumentar a termogênese; possuir efeitos colaterais toleráveis e/ou transitórios; conter eficácia e segurança por longo prazo; ter mecanismo de ação conhecido; não haver necessidade pessoal de

aumentar a dose; possuir custo razoável (32; 19).

A farmacoterapia deve ser somente um adjuvante à terapêutica básica de reeducação alimentar, prática de atividades física regulares, mudanças no estilo de vida. Os medicamentos devem apenas complementar o tratamento dietético, tornando-se indispensável a atuação farmacêutica para reduzir o uso abusivo de

medicamentos (33; 34; 18; 35).

Medicamentos para controle e redução de peso não são aconselhados para administração em crianças.

Acredita-se que estes medicamentos causam

problemas na atenção, aprendizado e comportamento

das crianças. No entanto, não há dados o bastante

acerca dos seus efeitos nessa etapa (19).

O uso de medicamentos para tratar a obesidade é ainda limitado na pediatria, e a maioria dos autores designam o uso destes medicamentos para os pacientes com obesidade extrema, falta de resposta a tratamentos anteriores, aqueles com comorbidades associadas e que sejam adolescentes. Somente dois medicamentos foram comprovados seguros para uso por pacientes pediátricos, a sibutramina e o orlistat. No entanto, em alguns países esses medicamentos não

são indicados para crianças (28).

Além disso, faz-se importante informar que não há estudos clínicos controlados e randomizados, que envolvem um número alto de indivíduos, que aponte benefícios à saúde após um período longo do uso de

anorexígenos (22).

Das opções farmacológicas disponíveis, a

sibutramina, é o medicamento mais recomendado para pessoas acima do peso ou em casos onde os

tratamentos convencionais não obtiveram sucesso (30).

3.3 SIBUTRAMINA

Inicialmente, a sibutramina foi desenvolvida para ser um antidepressivo, entretanto, durante os ensaios clínicos, foi observada sua ineficiência no tratamento da depressão e sua capacidade de auxiliar na perda de peso, e passou a ser usada como um inibidor de apetite. Por ser utilizada visando redução de peso, é usada de forma indiscriminada, o que provoca diversos efeitos adversos, o que já causou sua suspensão na

(7)

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Europa, além do controle de prescrição no Brasil (30; 35;

10).

O uso da Sibutramina como inibidor de apetite se iniciou em 1997, após liberação oficial pelo Food and

Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos(17).

A sibutramina é um dos medicamentos da classe dos Inibidores da recaptação de noradrenalina e serotonina (5-HT). Este medicamento bloqueia os receptores pré-sinápticos de noradrenalina e 5–HT nos centros de alimentação e saciedade do hipotálamo,

potencializando os efeitos anorexígenos dos

neurotransmissores do SNC, causando,

consequentemente, redução da fome (34; 7).

Noradrenalina e serotonina possuem papel fundamental no gerenciamento das emoções das pessoas, e estão relacionadas ao controle da obesidade, depressão e ansiedade. Os efeitos na

saciedade envolvem ações centrais nos

adenoreceptores alfa-1, beta-1 e receptores de

serotonina 5-HT2c (17).

Resumidamente, a sibutramina inibe a reabsorção, a recaptação e a degradação da serotonina e

noradrenalina. Desse modo, esses

neurotransmissores permanecem disponíveis por um tempo maior, estimulando os neurônios, provocando

assim, a sensação de saciedade (30).

A sibutramina se destaca em relação aos demais inibidores de apetite por não causar aumento na liberação de serotonina e noradrenalina, além de não inibir a recaptação e nem aumentar a liberação de dopamina, como outros medicamentos com esta

finalidade terapêutica fazem (7)

Segundo Dutra, Souza e Peixoto (9) a sibutramina

não possui a função de controlar o apetite, apenas provoca a saciedade mais rapidamente. Dessa forma, indivíduos que utilizam esse fármaco comem menos, não por não terem fome, e sim, por se saciarem mais rápido.

Ao promover a sensação de saciedade, a sibutramina impede que o usuário reproduza a memória alimentar exagerada que possuía antes, dessa forma, este passa a se alimentar de forma

adequada no decorrer do tratamento (17).

Outro efeito da sibutramina que se relaciona com a perda de peso, é a elevação no metabolismo basal do

usuário (6). Há também estímulos da termogênese,

contribuindo para a perda de peso, pois há o acréscimo

de cerca de 100kcal/dia na energia gasta. (10)

Um estudo com um ano de duração mostrou que pacientes que utilizaram sibutramina perderam 4,3 kg ou 4,6% mais peso do que aqueles que tomaram

placebos (11).

O uso de longa duração da sibutramina, provoca perda de peso pelo aumento metabólico, através da redução adaptativa do gasto de energia de repouso. O uso deste medicamento é questionável em pacientes obesos e com hipertensão, mesmo quando esta está

controlada (36).

As doses de sibutramina utilizadas para o tratamento da obesidade variaram de 1 a 30mg por dia,

sendo 5, 10 e 15mg, as doses mais frequentemente

usadas (37).

Pesquisas têm apontado que a redução de peso provocada pela sibutramina é modesta, cerca de 5 kg em 12 a 52 semanas, mesmo quando o uso deste medicamento é associado com uma dieta saudável e adequada. Caso a dieta e o estilo de vida saudável não sejam mantidos, após a interrupção do tratamento, o

peso aos poucos é revertido (6; 38).

A dosagem comum da Sibutramina no tratamento da obesidade é de 10 ou 15 mg ao dia e durante a

manhã, doses essas que são habituais e

documentadas. A dosagem máxima de 20 mg por dia só ocorre em alguns casos. Entretanto, não há evidências da segurança ao se usar doses diárias acima de 20 mg. Hoje, a Sibutramina está disponível

em cápsulas de 10 mg e de 15 mg (6).

Após administração da sibutramina, ocorre estimulação da frequência cardíaca e pressão arterial. Na frequência cardíaca ocorre aumento de cerca de 5bpm (batimentos por minutos) e na pressão arterial cerca de 3 a 4mmHg (milímetro de mercúrio). Entretanto, não há motivos para alarde, pois com a perda de peso, ocorre redução na pressão arterial em

muitos pacientes (25; 39).

Em diversos testes clínicos, a sibutramina promoveu diminuição estatisticamente significante do

peso, da concentração de colesterol total,

triglicerídeos, LDL-colesterol e hemoglobina glicada de

pacientes obesos diabéticos ou não obesos (17; 29).

3.4 RISCOS E BENEFÍCIOS

Muitos indivíduos que utilizam os inibidores de apetite acreditam que seus efeitos são aumentados se forem tomadas dosagens maiores que as indicadas, o que pode acabar causando males à saúde dos

mesmos (17).

O crescente número de indivíduos com sobrepeso e obesidade, bem como a busca sem fim pelo corpo ideal contribuem com o uso exacerbado e inadequado dos inibidores de apetite. No entanto, os fármacos inibidores de apetite não devem ser usados apenas para fins estéticos, devido aos seus efeitos colaterais

(5; 10).

O uso descontrolado desses medicamentos pode causar aumento da resistência bacteriana pelo uso errôneo e até mesmo hemorragia cerebral devido à combinação de um anticoagulante com um analgésico.

(9)

O tratamento com inibidores de apetite se encontra no perfil dos medicamentos administrados de modo irracional e exacerbado. Muitas vezes, esse tipo de medicamento é prescrito de forma desnecessária e inadequada, havendo médicos que depreciam outras

alternativas de tratamento, como alterações

alimentares e prática de atividades físicas, fazendo assim, uso inadequado deste recurso medicamentoso

(8)

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No ano de 2009 a ANVISA divulgou um relatório que apontava que, naquele ano, haviam 2.950.177 (dois milhões, novecentos e cinquenta mil, cento e setenta e sete) prescrições de sibutramina, sendo prescritas em maior número por endocrinologistas, nutrólogos e médicos do tráfego. Em 2010 ocorreu uma leve queda nesse número, chegando a 1.995.790 (um milhão, novecentos e noventa e cinco mil, setecentos e noventa) prescrições, sendo as

prescrições realizadas mais por obstetras e

endocrinologistas (22).

No ano de 2007, a administração de moderadores de apetite, no Brasil, foi de 12,5 pessoas a cada mil habitantes, sendo esse número aproximadamente o triplo dos Estados Unidos, onde a cada mil habitantes,

4,5 pessoas utilizavam moderadores de apetite (15).

Um relatório do SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados) divulgado pela ANVISA indicativo do ano de 2009 apontou que

foram consumidos 1.9 toneladas de sibutramina (25; 31).

De acordo com Radaelli, Pedroso e Medeiros (6) e

Cavalcante e Colaboradores (37), os efeitos adversos

do uso da sibutramina ocorrem nos sistemas cardiovascular, gastrointestinal, respiratório e sistema nervoso central.

Dentre os efeitos estão:  Palpitações;  Boca seca;  Taquicardia;  Náuseas e vômitos;  Constipação;  Obstrução nasal;  Faringite;  Ansiedade;  Insônia;  Irritabilidade;  Convulsões;  Cefaleia;  Dor nas costas  Dor e hemorragia ocular.

Sousa, Barbosa e Coimbra (31) apontam que os

efeitos colaterais da sibutramina se dividem em três tipos, como observa-se na Quadro 2.

Quadro 2 - Tipos de efeitos colaterais e exemplos TIPO DE EFEITO

COLATERAL EFEITOS COLATERAIS

Mais comuns

Apetite elevado, gosto estranho na boca, estômago irritado, constipação, problemas para dormir, tontura, dores menstruais, sonolência, dor em músculos e articulações.

Menos comuns e que requerem atenção médica

Arritmia cardíaca, parestesia, alterações mentais e no humor.

Que requerem atenção médica urgente

Ataque epilético, dor no peito, hemiplegia, visão anormal, dispnéia e edema.

Fonte: Sousa, Barbosa e Coimbra (31)

Reações adversas após administração da

sibutramina foram encontradas em 50,0% dos

usuários. Dentre as reações, as mais encontradas foram insônia, cefaleia, taquicardia, boca seca,

alteração de humor, irritabilidade e mal-estar (33; 40).

Em um ensaio clínico realizado entre 2000 e 2002, demonstrou-se que há boa tolerância da sibutramina quando usada em adolescentes obesos, além de os efeitos colaterais que se apresentaram foram análogos

aos de adultos (10).

Um estudo europeu chamado Sibutramine

Cardiovascular Outcome Trial foi realizado de forma a

avaliar a eficácia e segurança do tratamento com sibutramina em indivíduos com sobrepeso ou obesidade de alto risco. Os resultados apontaram que num período de cinco anos, este tratamento provocou aumento no risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral em indivíduos com doenças

cardiovasculares já relatadas(30; 12).

Devido aos resultados do estudo citado

anteriormente, a European Medicines Agency (EMA), no ano de 2010, sugeriu suspensão nas vendas de sibutramina. Em 2009, no Brasil, mesmo com 37 notificações e os riscos já conhecidos referentes ao uso do medicamento, o mesmo continuou a ser

comercializado (36).

A sibutramina não é indicada em casos de Hipertensão Arterial Sistêmica severa, enfermidades cardiovasculares sintomáticas, glaucoma, história de dependência química, arritmia cardíaca, gravidez, crianças menores 12 anos, epilepsia, insuficiência renal, insuficiência hepática, transtornos psiquiátricos e durante o uso de Inibidores da Monoaminoxidase

(IMAO) (37).

Também não há indicação para o uso de sibutramina nos seguintes casos: quando o paciente faz uso de outros medicamentos anorexígenos, descongestionantes, sedativos da tosse, ergotamina e derivados, e lítio; indivíduos com antecedentes de transtornos alimentares; quando o indivíduo tem convulsões ou histórico destas; em casos de doença ou dano cerebral; pacientes que tiveram derrame; e

quando há cálculos biliares ou histórico de tê-los (22).

Em pacientes com hipertensão, o uso da Sibutramina deve ser feito de forma cuidadosa e monitorada a cada duas semanas nos três primeiros meses, a cada quatro semanas nos próximos três meses, e pelo menos a cada três meses após esse

tempo (6).

Este fármaco não pode ter o uso prolongado, devendo ser usado por, no máximo, três meses. O mesmo não deve ser administrado simultaneamente com medicamentos antidepressivos como a fluoxetina,

pois pode levar a dependência física e psicológica(33).

A administração de dois ou mais fármacos pode provocar uma interação medicamentosa. O resultado pode ser positivo ao provocar aumento da eficácia ou negativo ao diminuir a eficácia, toxicidade ou idiossincrasia. Cerca de 50 a 70% das interações

podem ser previsíveis e prevenidas (41).

Pode ocorrer interação medicamentosa entre a sibutramina e fármacos IMAO, necessitando-se de um

(9)

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período de 14 dias entre a administração de um fármaco e outro, a administração conjunta destes pode acabar por desencadear a síndrome serotoninérgica

(25).

Pode haver interação também com eritromicina, cimetidina e cetoconazol, medicamentos que inibem o citocromo P450 3A4, o que pode causar aumento das concentrações plasmáticas de sibutramina. Em um

caso envolvendo essa interação, o paciente

apresentou surto psicótico, havendo agressividade, humor deprimido, irritabilidade, dificuldades para

dormir e criação de histórias sem nexo (25).

Não é indicado o uso simultâneo de medicamentos IMAO com a sibutramina, sendo necessárias pelo menos duas semanas separando a interrupção do

IMAO e o início da administração da Sibutramina (22).

A ingestão de álcool durante o uso da sibutramina pode ocasionar reações psicomotoras. Além disso, o uso juntamente com descongestionantes nasais, antialérgicos e antigripais que possuam epinefrina ou

pseudoefedrina causa aumento da pressão arterial (22).

Segundo Naccarato e Lago (34), é mais seguro

administrar a sibutramina em pacientes saudáveis que não possuem histórico de doenças cardiovasculares e hipertensão mal controladas, visto que a intolerância medicamentosa e a frequência das reações adversas observadas, não foram clinicamente significativas.

No ano de 2010 a licença da sibutramina foi suspensa na Europa devido a falhas de segurança do medicamento, que foram detectadas pela EMEA (Agência Europeia de Medicamentos), de acordo com

dados obtidos em estudos de avaliações

cardiovasculares. O estudo concluiu que, com o uso da sibutramina, há um risco aumentado de ataques cardíacos não fatais. A EMEA justificou que, apesar de os benefícios da perda de peso compensarem os riscos, os resultados foram módicos e não foram

mantidos após a interrupção do tratamento (11).

O FDA sugeriu que os usuários de sibutramina com histórico de doenças de alto risco devem evitar seu uso. Essa sugestão se baseia em resultados de um estudo com 10.000 pacientes onde, de acordo com as análises preliminares, um alto número deles sofreu

eventos cardiovasculares (11).

3.5 LEGISLAÇÃO PERTINENTE Á SIBUTRAMINA E OUTROS ANOREXÍGENOS

No ano de 2007 a Anvisa publicou a RDC nº 58, que fornece orientações para médicos e farmacêuticos

acerca da prescrição e dispensação dos

medicamentos que possuem propriedades

anorexígenas. É levado em conta o risco sanitário que se relaciona com o uso exacerbado desses medicamentos e a necessidade de medidas que

permitam o uso seguro dos mesmos (31).

No ano de 2010, através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 13, a sibutramina foi transferida da lista C1 para B2 da Portaria 344/98 do Ministério da Saúde. Em 2011, através da RDC nº 52 a prescrição

da Sibutramina passou a ser realizada juntamente com

um termo de responsabilidade do prescritor (36).

De acordo com a RDC 52, a sibutramina, quando prescrita, deve conter um “Termo de Responsabilidade do Prescritor”. O comércio é permitido com apresentação de receita médica, que fica retida no estabelecimento. O termo de responsabilidade do prescritor deve ser preenchido em três vias, ficando uma via arquivada no prontuário do paciente, outra via arquivada na ou drogaria e a última via permanece

com o paciente (33).

Esse termo, que é assinado por médico e paciente, e indica casos em que o uso do medicamento não dever ser feito, bem como os riscos a que o usuário está sujeito, além de informar ao paciente a

importância do uso concomitante com uma

alimentação saudável e prática de atividades físicas (17;

7).

Tendo em vista que esse fármaco atua sobre o SNC, é classificado como psicotrópico, devendo ser utilizado exclusivamente sob prescrição médica e acompanhamento médico. No Brasil, o comércio de medicamentos psicotrópicos é regulado pela Portaria n° 344/1998 da Anvisa, que estabelece que os medicamentos sujeitos a controle especial, contendo, entre outros, fármacos anorexígenos pertencem à

Lista B2, devem ser dispensados mediante

apresentação de notificação de receita B (29).

De acordo com a Portaria 344/98, nas embalagens destes medicamentos deve conter uma tarja preta com os dizeres: "O abuso deste medicamento pode causar

dependência" e "Venda sob prescrição médica" (41).

No ano de 2011, através da RDC nº 52, a Anvisa retirou do mercado medicamentos anorexígenos à base de mazindol, femproporex e anfepramona. Os laboratórios que possuíam registro destes no país, não apresentaram estudos da eficácia e segurança nos padrões exigidos. Ademais, um estudo apontou que os riscos do uso de medicamentos anorexígenos anfetamínicos eram superiores aos benefícios. Neste mesmo período a sibutramina foi reavaliada, no entanto, seu benefício se mostrou superior aos riscos,

quando usada corretamente (42).

No ano de 2014, foi lançada a RDC nº 50, que invalida a RDC 52/2011, permitindo o retorno da

comercialização de mazindol, femproporex e

anfepramona no Brasil. (7)

A RDC 133, lançada no ano 2016, preconiza que quando a notificação de receita “B2” possuir a Sibutramina, esta somente será dispensada quando a dose máxima for até 15mg/dia, e a quantidade de

medicamentos seja para no máximo sessenta dias (22).

3.6 O PAPEL DO FARMACÊUTICO

Atualmente, o farmacêutico tem cada vez mais seu papel na atenção e assistência farmacêutica destacado, bem como no campo da farmacoterapia da obesidade. A atuação farmacêutica pode colaborar na

(10)

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adesão e no uso correto dos medicamentos para

obesidade (6).

A atuação do farmacêutico é de extrema importância na dispensação de medicamentos controlados, visto que este profissional orientará o usuário acerca do medicamento, o que o mau uso pode ocasionar, bem como demais informações para

que o tratamento seja eficaz e seguro (19).

O uso indiscriminado e a superdosagem destes medicamentos podem ser sanados pelo profissional

farmacêutico através de orientações e

aconselhamentos no momento da dispensação dos medicamentos. O farmacêutico se insere diretamente no combate à obesidade e ao sobrepeso, devendo utilizar seus conhecimentos para, além de orientar o usuário acerca de sua medicação, orientar acerca de hábitos saudáveis que podem levar à melhoria da

qualidade de vida (17; 25).

Dessa forma, pode-se perceber a importância de haver um profissional capacitado nas drogarias, para realizar orientações aos pacientes em relação às suas dúvidas acerca dos medicamentos. A presença do profissional farmacêutico, devidamente registrado no Conselho Regional de Farmácia, de forma obrigatória em farmácias e drogarias de todo o Brasil, para que estes estabelecimentos possam vender e dispensar medicamentos é regulamentada pelo artigo 15 da lei nº 5.991, do ano de 1973.

A dificuldade de acesso ao atendimento médico leva muitos indivíduos a procurarem tratamento

inseguros e ineficazes, como dietas sem

acompanhamento nutricional e remédios caseiros com plantas, sem qualquer tipo de prova científica. Dessa forma, o farmacêutico possui papel de conscientizador para com o paciente, podendo inclusive realizar campanhas visando a educação e motivação do

paciente em relação ao tratamento (25).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados expostos nesta revisão pode-se concluir que, a administração de medicamentos para obesidade deve ser realizada com cautela, pois apresentam contraindicações e efeitos colaterais, podendo inclusive causar dependência. Por esta razão devem ser utilizados apenas quando o tratamento não-farmacológico não funcionar, e em situações especiais de acordo com o julgamento médico. É importante que o paciente busque, primeiramente, redução de peso através de métodos convencionais, como reeducação alimentar e prática de exercícios físicos.

A proporção de uso de drogas para emagrecimento entre a população é preocupante, principalmente pelo fato de grande parte dos pacientes fazerem uso sem indicação ou prescrição medica. Assim, evidencia-se a necessidade de maior controle e regulamentação, até então já adotadas e discutidas pela Anvisa. A desinformação e a facilidade de aquisição são fatores fundamentais para utilização indiscriminada desses

medicamentos. Mesmo em vigência, as leis

implantadas pela ANVISA ainda necessitam de estudos a fim de se observar prós e contras destes compostos.

A atenção farmacêutica é de suma importância para o uso correto dos fármacos inibidores de apetite, de forma que a população receba orientação em relação à forma correta de uso, reações adversas,

interações medicamentosas, e benefícios do

medicamento. Além disso, propor a prática de exercícios acompanhada de reeducação alimentar faz-se importante, de forma a diminuir o uso exacerbado e sem necessidade desse medicamento, prevenindo riscos à saúde dos pacientes.

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Como citar (Vancouver)

Andrade TB, Andrade GB, Honorato de Jesus J, Silva JN. O farmacêutico frente aos riscos do uso de inibidores de apetite: a sibutramina. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2019;10(1): 81-92. doi: http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v10iedesp.788

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Tabela 1 - Porcentagem de obesos no ano de 2010

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