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Refletindo sobre ciências e astronomia através do rock em um projeto de divulgação científica na escola

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Academic year: 2020

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293 REnCiMa, v. 11, n.1, p. 293-308, 2020 doi.org/10.26843/rencima eISSN: 2179-426X

REFLETINDO SOBRE CIÊNCIAS E ASTRONOMIA ATRAVÉS DO ROCK

EM UM PROJETO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NA ESCOLA

REFLECTING ON SCIENCE AND ASTRONOMY THROUGH ROCK IN PROJECT OF SCIENTIFIC DIVULGATION IN THE SCHOOL

Vitor Martins Menezes

Universidade Federal do ABC (UFABC), vitor.menezes@usp.br http://orcid.org/0000-0001-7520-8234

Emerson Ferreira Gomes

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Campus Boituva (IFSP - Boituva), emersonfg@usp.br

http://orcid.org/0000-0002-3261-9241 Luís Paulo de Carvalho Piassi

Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP),

lppiassi@usp.br

http://orcid.org/0000-0002-4423-180X

Resumo

Canções podem ser usadas na educação em Ciências a partir de atividades que privilegiam o lúdico, o dialogismo, a satisfação cultural e as interações sociais. Dessa forma, realizamos duas intervenções educacionais com as canções Space Oddity (David Bowie) e Astronomy Dominé (Pink Floyd), dentro do projeto de extensão ALICE, para estudantes de 6º ao 9º ano de uma escola municipal da Zona Leste de São Paulo-SP. As intervenções tiveram como objetivo discutir questões acerca da ciência, astronomia e suas relações histórico-sociais. Portanto, apresentaremos nesse trabalho, os resultados e análises a respeito dessas intervenções, além de apresentar algumas noções teóricas acerca do uso da canção na Educação e breves análises das canções citadas.

Palavras-chave: Canção na Educação, Educação em Ciências, Ensino por projetos, Educação em Astronomia, Divulgação Científica.

Abstract

Songs can be used in science education from activities that privilege playfulness, dialogism, cultural satisfaction and social interactions. In this way, we realized two

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educational interventions with the songs Space Oddity (David Bowie) and Astronomy Dominé (Pink Floyd), within the ALICE extension project, for 6th to 9th grade students from a municipal school in the East Zone of São Paulo-SP. The interventions aimed at discussing questions about science, astronomy and their historical-social relations through songs and other didactic devices. Therefore, we will present in this work the results and analyzes regarding these interventions, besides presenting some theoretical notions about the use of the song in Education and brief analyzes of the songs mentioned.

Keywords: Song in Education, Science Education, Teaching by projects, Education in Astronomy, Scientific Divulgation.

Introdução

No Brasil, propostas de ampliação da jornada escolar, como a escola de tempo integral, têm ganhado cada vez mais espaço nas discussões pedagógicas (CASTRO, LOPES, 2011). Uma questão acerca disso é o tipo de atividade a ser realizada com os estudantes nesse tempo adicional. Propostas do gênero de projetos como feiras de ciências, gincanas, mostras culturais, iniciações científicas, entre outras, tem ganhado cada vez mais espaço no país, apesar de ainda não serem incentivadas como deveriam.

Visando tais demandas, foi realizado, numa escola de tempo integral1 da rede municipal de São Paulo, situada na Zona Leste, o projeto de extensão ALICE (Arte e Lúdico na Investigação das Ciências nos Espaços Educativos), assim denominado em homenagem à obra de Lewis Carroll, e voltado para estudantes do 6º ao 9º ano. O projeto possui uma proposta interdisciplinar, centrada nas ciências naturais, mas

articulando as artes e as humanidades, de forma lúdica e interativa2.

As atividades do projeto foram realizadas no horário de contraturno escolar (fora do horário das aulas regulares) e só participaram os alunos interessados, não sendo, dessa forma, obrigatório. De maneira geral, esse projeto foi desenvolvido através de intervenções educacionais desenvolvidas por seis grupos temáticos (composto por integrantes de nosso grupo de pesquisa): DIAN, EMMA, LYRA, LUCIA, MARIA e RITA (figura 1).

Figura 1 - Grupos temáticos responsáveis por intervenções educacionais.

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Esses seis grupos, por sua vez, realizaram as intervenções de divulgação científica na escola em três frentes temáticas: ESPAÇO, AMBIENTE e ROBÓTICA. Os estudantes (de 6º ao 9º ano) da escola, interessados em participar, se inscreveram em uma dessas três frentes. As intervenções duraram cerca de 50 minutos cada, e foram realizadas através de várias metodologias.

Cada grupo temático trabalha com diferentes abordagens da Ciência na cultura, usando produtos culturais e dispositivos didáticos para abordar a temática científica e suas relações nas intervenções. O grupo RITA se objetiva e se baseia na proposta do uso de canções e videoclipes como norteadores do processo de comunicação da Ciência para crianças e adolescentes (GOMES, 2016), em atividades que privilegiam o lúdico, o dialogismo (FREIRE, 1983; FREIRE, 2013), às interações sociais (VIGOTSKI, 2001), a satisfação e a interligação entre a cultura primeira e a cultura elaborada (SNYDERS, 1988). Um dos seus principais objetivos é abordar questões referentes à exploração e corrida espacial, meio ambiente, astronomia, tecnologias e conceitos da ciência; e suas relações com a sociedade, arte e contextos históricos-culturais, através dos produtos culturais citados.

No período desta pesquisa, o grupo era formado por graduandos, oriundos de diferentes cursos de graduação (Licenciatura em Ciências da Natureza, Gestão Ambiental, Lazer e Turismo, Gestão de Políticas Públicas e Marketing); isso caracterizou, possibilitou e viabilizou o processo interdisciplinar das intervenções.

De maneira geral, as atividades realizadas por esse grupo se basearam na utilização de uma canção e/ou videoclipe, em conjunto com algum outro recurso, material e/ou modalidade didática (KRASILCHIK, 2004), para a abordagem dos temas citados anteriormente.

Posto isso, teremos como objetivo neste artigo, apresentar os resultados e discussões de duas intervenções de divulgação científica realizadas pelo grupo RITA na frente ESPAÇO. Tais intervenções foram realizadas a partir de duas canções de rock: Astronomy Dominé, do conjunto inglês Pink Floyd; e Space Oddity de David Bowie. Além disso, vamos apresentar algumas discussões acerca do uso de canções na educação e uma breve análise e contextualização das canções citadas.

O uso de canções na Educação e Divulgação Científica

A canção como uma linguagem que possibilita atividades de ensino-aprendizagem nas aulas de ciências e questões relacionadas a mesma, em seus diversos estilos como o rock e a música popular brasileira, é um tema que vem sendo debatido em alguns trabalhos de eventos e em publicações da área de Ensino de Ciências (MOREIRA, MASSARANI, 2006; FRAKNOI, 2007; GOMES, PIASSI, 2011; BARROS, ZANELLA, ARAÚJO-JORGE, 2013; ALENCAR, DÍAZ-LEVICOY, 2018). Além disso, a utilização de canções pode ser vista com frequência na Educação, principalmente nos cursinhos pré-vestibulares. Porém, muitas vezes, nessa situação citada, as canções são usadas como uma forma de recordação de conteúdos estudados, dando ênfase apenas a

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memorização. Nesse caso costuma-se utilizar canções famosas, modificando suas letras originais, por letras que envolvem o conteúdo trabalhado (SILVEIRA, KIOURANIS, 2008). Em contraponto a essa abordagem, o RITA tem se utilizado desse produto cultural para estimular o debate e reflexões sobre a Ciência, seus conceitos e suas relações com a sociedade.

Ao utilizar a canção na sala de aula estamos, também, dialogando com algumas propostas do pedagogo francês Georges Snyders. Esse estudioso argumenta que o espaço escolar é um ambiente onde a “cultura primeira” do estudante (decorrente da sua experiência de vida, senso comum, e, também da cultura de massa - música, filmes, livros, etc. - consumida pelo mesmo) deve ser incorporada ao processo educacional; trazendo assim a satisfação ao educando. Além disso, permitindo o acesso à “cultura elaborada” (relacionada ao conhecimento formal e que permite ampliar a visão de mundo do estudante; representada pela arte, ciência e filosofia, ou seja, os conteúdos observados na Educação) (SNYDERS, 1988).

O pedagogo apresenta ideias em relação a alegria na escola, bem como na possibilidade de se encontrar alegria com estudos de obra-prima (SNYDERS, 2008), e também reforça a importância da alegria da cultura elaborada (SNYDERS, 1988).

Vale pontuar que, mesmo quando se tratando da educação infantil, alguns trabalhos já vêm discutindo alguns aspectos referentes ao uso de produtos da cultura de massa dos estudantes para o ensino das ciências, de modo a possibilitar uma melhor atividade, como por exemplo, o uso de canções conhecidas para abordar as ciências naturais (MENEZES et al., 2016) e o uso de desenhos animados famosos para abordar conceitos químicos nos anos iniciais (JACOB, MAIA, MESSEDER, 2017). Consideramos isso importante por se relacionar com as ideias de Snyders, de que a “cultura primeira” do aluno deve ser incorporada ao ambiente escolar.

Além da satisfação cultural, e o alcance da cultura elaborada, a música pode quebrar uma possível barreira de desconforto e insegurança que pode existir entre o estudante e os temas a serem abordados nas aulas/atividades de ciências; por acabar desempenhando um papel de agente tranquilizador aos estudantes (FRAKNOI, 2007).

Análise das canções e suas possibilidades em abordar as ciências e seu contexto Para se utilizar a canção em âmbitos educacionais (seja ele formal ou não formal) é importante que se faça uma análise prévia da mesma, pois dessa forma, além de entender em que contexto a mesma foi produzida, também será possível levar em consideração qual sentido e imagem está sendo dado à ciência, por exemplo: forma positiva ou negativa?; a ciência aparece de forma explícita ou implícita?; como a melodia se relaciona com a letra?; etc. (GOMES, 2016).

Vale lembrar que existem diversos gêneros musicais em que se é possível notar a presença de „discussões‟ e contestações sobre questões variadas. Porém, enfocando no rock, podemos dizer que ele é um gênero engajado em contestar e apresentar questões sobre o período histórico-cultural em que foi produzido (VIEIRA, HENNING, 2012),

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principalmente por ser uma „maneira de ser‟, uma espécie de perspectiva da realidade, uma maneira de se comportar (CHACON, 1982). Chacon (1982) ainda diz que o rock se adapta e se modifica de acordo com o tempo, espaço e cultura na qual está inserido.

No ano de 1965 é possível perceber uma transformação no espírito de contestação do rock (FRIEDLANDER, 2010; MERHEB, 2012), que passa a abordar temas que vão além dos relacionados à diversão e ao entretenimento. A partir de 1967, diversos conjuntos e artistas trariam temas relacionados à exploração espacial em suas letras: The Byrds (Space Oddissey; Mr. Spaceman; CTA-102), The Rolling Stones (2000 Light Years From Home) e Mutantes (2001), trariam em suas canções visões sobre a corrida espacial e sobre os conceitos e tecnologias envolvidas nas viagens espaciais. É nesse contexto que se encontram as canções Astronomy Dominé e Space Oddity, produzidas nos anos 1967 e 1969, respectivamente.

Ainda nesse período histórico temos o acontecimento da chamada Corrida Espacial, a qual foi marcada pela disputa entre Estados Unidos e União Soviética pela exploração espacial. Assim como nos aponta Gomes e Piassi (2014) e Piassi (2013), a midiatização da corrida espacial influenciou diversos produtos culturais. Além das canções, nesse período houve o surgimento de diversos produtos da cultura pop - como

os filmes, seriados, histórias em quadrinhos - com a temática do “espaço” e da

“exploração do espaço”. Para citar alguns exemplos, temos os filmes: 2001 - Uma Odisséia no Espaço (1968) e Barbarella (1968); a série Star Trek (1966 - 1969); e as canções já citadas anteriormente.

Em relação às canções, além das letras, podemos identificar que alguns conjuntos traziam em suas canções essa temática espacial expressa na paisagem sonora, conceito do pensador Murray Schafer (2001).

Reservamos, agora, um breve espaço para apresentar as canções utilizadas nas duas intervenções educacionais do grupo RITA analisadas neste trabalho. A canção Astronomy Dominé (BARRET, 1967) possui um enunciado que se forma através de uma descrição dos astros observados pelo sujeito da canção (que está realizando uma viagem espacial); esses corpos celestes são planetas (Júpiter, Saturno e Netuno), satélites naturais, que não são tão populares (Oberon, Miranda, Titânia e Titã) e estrelas. A canção é introduzida por uma transmissão de rádio, simulando diálogos entre um astronauta e uma equipe de solo (encontramos aqui, uma paisagem sonora referente à temática científica).

Além disso, a narrativa apresenta algumas onomatopeias que representam situações de perigo e devido a isso o sujeito da narrativa solicita ajuda de um personagem da ficção científica.

Enquanto que a canção Space Oddity (BOWIE, 1969), lançada em 1969, de maneira geral, conta a história de Major Tom, que foi ao espaço. Major Tom mantém contato com outro personagem da canção: o Controle de Solo. Além disso, a canção aborda aspectos conceituais (gravitação; luz das estrelas), ambientais (poluição luminosa) e das questões sociais (mídia e corrida espacial).

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Além da letra, podemos identificar que essa canção também traz a temática espacial expressa em sua paisagem sonora, ou seja, na sua melodia e efeitos sonoros. É possível identificar sons de foguete decolando, computadores e efeitos que nos remetem ao espaço.

É possível perceber que ambas as canções, dada suas limitações, apresentam uma abordagem tanto conceitual, quanto questões do âmbito sócio-político. Isso nos permite dizer que elas estão incluídas em várias esferas: conceituais, epistemológicas, históricas e tecnológicas das ciências. Com isso, encontramos nessas canções ferramentas propícias a discutir a temática espacial nas intervenções do RITA. É possível realizar discussões acerca da ciência e suas relações com a sociedade, os conceitos científicos, bem como com o contexto histórico-cultural da corrida espacial. As etapas e atividades realizadas nas intervenções, serão detalhadas adiante.

Aspectos metodológicos

De maneira geral, as principais etapas metodológicas desse trabalho engloba um processo que passa pela “Formulação”, “Intervenção” e “Análise” (figura 2).

Figura 2 - Etapas metodológicas da pesquisa.

Fonte: Os autores.

Na etapa “Formulação” temos a “Análise”, que consiste em, a partir de um material/produto que supomos possuir potencialidade didática, realizar um estudo pormenorizado a seu respeito. Nesse caso, foram estudadas e analisadas as canções Space Oddity e Astronomy Dominé, assim como apresentado anteriormente.

Ainda na etapa Formulação é realizada a “Elaboração”, que se baseia na constituição da proposta de intervenção educacional; decidindo quais vão ser as atividades, discussões e procedimentos a serem realizados através das canções. Tanto a

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Elaboração, como a Análise, ocorreram no âmbito do grupo RITA (como pode ser visto na figura 2), através de reuniões semanais.

Na etapa “Intervenção” ocorre a realização concreta da atividade, ou seja, quando a intervenção se realiza; a “Execução” da mesma. Nessa etapa também ocorre a “Coleta de dados”. Como parte da metodologia e da coleta de dados, fizemos uso da observação participante (MINAYO, 2009; MARQUES, 2016), registros fotográficos e registros via diário de bordo (notas de campo).

Com as fotografias podemos identificar algumas reações dos estudantes ao decorrer das atividades, bem como relatar como está sendo o passo a passo da mesma. Enquanto que no diário de bordo podemos ter um relato mais detalhado da intervenção. O diário é feito por um dos integrantes do grupo RITA, e nele são registrados as conversas dos estudantes com os monitores que aplicaram a atividade; as conversas entre os próprios alunos; a sequência de atividades realizadas; a impressão e comportamento dos alunos durante a atividade; dúvidas, manifestações e comentários que os estudantes fizeram; imprevistos durante a atividade; entre outros relatos que possam detalhar o máximo possível a realização de toda a atividade.

Nesse caso, a Execução e Coleta de dados foram desenvolvidas na frente ESPAÇO do projeto ALICE.

Enquanto que na etapa “Análise” buscamos, a partir de discussões em grupo, analisar os resultados gerados, para que assim algumas conclusões possam ser tiradas. Na Análise buscamos verificar se as atividades são capazes de proporcionar um ambiente de interesses pelos temas suscitados nas atividades, bem como se a introdução de atividades com produtos de mídia - no caso, a canção - são capazes de estimular o interesse dos participantes pelo debate.

Resultados, discussões e alguns relatos

Para uma melhor organização e apresentação dos dados, esse tópico foi dividido em dois: um para apresentar e discutir os resultados da intervenção educacional realizada com a canção Space Oddity e outro para a canção Astronomy Dominé.

A intervenção educacional com a canção Space Oddity e sua análise

Na intervenção realizada com a canção Space Oddity analisada nesse trabalho estavam presentes 14 alunos, e a mesma contou com quatro momentos principais: : (1) Atividade lúdica-interativa sobre a Guerra Fria e Corrida Espacial; (2) Audição da canção "Space Oddity"; (3) Leitura-Interpretativa da letra da canção; (4) Sugestões adicionais (nesse momento foi sugerido que os estudantes, em casa, escutassem as canções Rocket Man (Elton John) e 2001 (Mutantes), que possuem a mesma temática da canção trabalhada no encontro. E, também, sugerido que os estudantes pesquisassem vídeos sobre o ex-astronauta Chris Hadfield.

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A atividade do momento (1) foi realizada como uma dinâmica de "cabo de guerra" com os estudantes: conforme os monitores apresentaram alguns acontecimentos sobre a Corrida Espacial e Guerra Fria, os estudantes eram postos nas pontas de uma corda, simbolizando pontos para os EUA ou para a União Soviética. Exemplo: a ida do primeiro homem ao espaço (Iuri Gagarin) foi simbolizada como um ponto para a União Soviética, desta forma, um aluno foi colocado do lado da corda que referenciava tal país; assim por diante, com alguns outros acontecimentos. Contudo, ao ser dito que o homem chegou na Lua, todos os alunos restantes foram para o lado que referenciava os EUA, já que foi atribuído muitos pontos para essa “conquista”.

Durante o momento (1) os alunos comentaram não saber muitas coisas com relação a Corrida Espacial, sendo que muitos deles nunca haviam ouvido falar a respeito. Já sobre a Guerra Fria, eles possuíam um conhecimento um pouco maior acerca do tema. Um dos alunos, exceção no grupo, sabia muitas coisas com relação a Guerra Fria, inclusive quem era o presidente dos EUA nesse período. Outros estudantes que argumentaram saber algumas coisas, comentaram ter visto documentários ou filmes na televisão que tratavam sobre a Guerra Fria.

Durante o "cabo de guerra", o grupo de alunos que simbolizava os EUA, por possuir mais alunos (por ter mais pontos), ganhou a competição. Nesse momento os alunos se divertiram bastante, dando risadas e demonstrando alegria com a atividade realizada. Foi possível notar, também, que alguns alunos se empenharam bastante na disputa (figura 3). Vale lembrar que ao fim da atividade comentamos que, de certa forma, seria errado estabelecer apenas um vencedor a esse evento histórico; e que outras questões precisam ser levadas em consideração.

Figura 3 - Estudantes durante a atividade do “cabo de guerra” da Corrida Espacial e Guerra Fria.

Fonte: Os autores.

No momento (2) os estudantes se mantiveram atentos ao escutar a canção, demonstrando, assim, certo interesse pelo material; já nesse momento todos os estudantes possuíam uma folha com a letra da canção (uma versão em inglês e outra traduzida). Já no momento (3) foi realizado a leitura-interpretativa da canção, onde a partir de tal leitura eram levantadas algumas questões e explicações pelos monitores, a fim de realizar uma discussão/conversa com os estudantes.

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Nesse momento os estudantes se demonstraram bastante participativos. Nenhum estudante conhecia a canção, mas todos eles disseram ter gostado da mesma; um estudante disse que gostou bastante do solo de violão, e outro disse que achou a música muito emocionante. Dessa forma, fazendo comentários positivos sobre o material.

A partir de um trecho da canção, foi questionado se os astronautas, ao irem para o espaço, comem comida normal ou pílulas; e por que o personagem da canção come pílulas(?). Então alguns estudantes responderam: "para não acumular lixo" e "para não dar enjoo durante a viagem". Com isso foi explicado que os astronautas comem sim comida normal no espaço, e como é o processo que a comida precisa ser submetida para ser levada na viagem espacial. Após a explicação, um estudante disse que não havia entendido muito bem como era esse processo, e após o monitor realizar explicações mais detalhadas, o aluno argumentou dizendo que havia entendido.

Comparando com outras intervenções que o RITA realizou com essa canção, com outros grupos de alunos, é possível notar que muitos estudantes acham que astronautas comem apenas pílulas quando vão ao espaço.

Quando questionados sobre o que poderia ser ruim por comer no espaço, um estudante argumentou sobre a gravidade. Uma estudante ainda pergunta se é verdade que quando os astronautas voltam do espaço eles não conseguem andar. Isso mostra que a atividade levou o debate para âmbitos não previstos, ou seja, a leitura-interpretativa da canção gerou dúvidas e curiosidades entre os alunos. Isso pode ser visto como algo propício, pois faz com que os estudantes participem ativamente.

A partir de outro trecho na canção, outra discussão se inicia. Foi perguntado aos alunos, se do espaço (da Lua) as estrelas parecem diferentes, e a maioria dos estudantes achou que as estrelas iriam ficar mais perto. Para melhor elucidar essa situação, o monitor realizou uma "dinâmica", para explicar que não haveria diferença perceptível/visível de tamanho das estrelas. Com isso, os alunos disseram ter entendido.

Na dinâmica foi solicitado que um estudante ficasse na frente da sala e olhasse para seus colegas. Foi, então, pedido que o aluno desse um passo para o lado, para simbolizar que esse pequeno passo seria o mesmo que ir da Terra para a Lua, numa escala aproximada de proporção. Pedimos para que o aluno olhasse novamente para seus colegas e perguntamos se algo mudou em sua visualização, e o estudante respondeu que não. Os demais estudantes demonstraram também entender.

Após o término da intervenção, um estudante foi até o monitor e o questionou, perguntando se o Major Tom ainda estava no espaço, ou se alguém havia ido buscar ele; esse momento, foi possível notar certa compaixão do estudante para com o personagem da canção, já que o mesmo se apresentou estar preocupado com a situação do Major Tom. Foi, então, explicado que a canção era uma ficção.

Entendemos que a atividade foi importante, pois através dela também foi possível apresentar alguns aspectos conceituais de gravitação e astronáutica, possibilitando, também, o aprofundamento sobre os aspectos sociotécnicos relacionadas à instância da exploração do espaço; temáticas essas que são abordadas na letra da canção em discussão, mesmo que de forma inconsciente.

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A intervenção educacional com a canção Astronomy Dominé e sua análise

Na intervenção realizada com a canção Astronomy Dominé estavam presentes 13 alunos, e de maneira geral contou com cinco momentos principais: (1) Apresentação da banda Pink Floyd e da canção; (2) Audição da canção; (3) Leitura-interpretativa da letra da canção; (4) Maquete do Sistema Solar em escala de tamanho; e (5) Dinâmica das posições e órbitas do Sistema Solar.

No primeiro momento, além de apresentar a banda aos estudantes, também foram entregues uma folha com a letra da canção (uma versão em inglês e outra traduzida). O momento (1) e (2) foram realizados dentro de uma sala de aula, e os demais momentos foram realizados em uma das quadra de esporte da escola.

Durante a audição da canção foi notado certo estranhamento e curiosidade de alguns alunos quanto à mesma, demonstrando „estranheza‟ em suas feições. Esses sentimentos podem ter trazido aspectos que contribuíram para o processo de ensino-aprendizagem, trazendo o que Piassi afirma como “estranhamento cognitivo” (PIASSI, 2013) ao tratar da educação em ciências a partir de produtos culturais que não possuem fins didáticos. Porém, alguns alunos realizaram conversas paralelas durante essa etapa.

Logo ao término da audição, um estudante comenta que não havia dado para escutar o vocalista cantando, observando sobre a pouca participação da parte vocal durante a canção. Enquanto outro estudante diz “escutei ele cantando, mas ele cantou de um jeito muito baixo”.

Em relação à percepção dos estudantes referente à paisagem sonora da canção, um dos alunos fez a seguinte colocação: “eu escutei um zumbido bem longe, como de uma nave”. A percepção do aluno foi comentada positivamente, e aproveitada para comentar sobre a conversa de rádio que pode ser notada no início da canção.

Logo após, enquanto iam rumo à quadra de esportes, os estudantes demonstraram interesse e alegria pela atividade externa que estava sendo proposta; talvez por esse tipo de atividade não ser tão comum em suas aulas regulares. Notamos, então, satisfação por parte dos alunos em relação a atividade proposta; algo que vai de encontro com o que Snyders (1988) nos aponta como importante.

Na leitura-interpretativa da canção, quando questionados se eles concordavam que ela se tratava de uma viagem espacial, todos os estudantes responderam de forma positiva. Já quando questionados de onde poderiam ser as “águas profundas” citadas na canção, uma aluna se manifesta dizendo que poderiam ser águas de Marte. Além de ser comentado que poderiam ser desse astro, ainda foi questionado se eles conheciam algum outro astro que poderia ter água, mas nenhum outro astro foi citado.

Quando questionados sobre o que seriam Oberon, Miranda, Titânia e Titã, obtivemos três respostas: “são meteoros”, “são satélites” e “são planetas”. Foi esclarecido, então, do que esses nomes se tratavam: satélites naturais. Já ao ser falado dos planetas citados na letra, foi perguntado se seria possível ter vida em outro planeta, e

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um estudante responde: “depende de que vida você está falando, porque se for contar os vírus e os microrganismos, então com certeza tem vida fora da Terra”; apresentando assim certo conhecimento prévio.

A atividade realizada no momento (4) foi desenvolvida com o auxílio de uma maquete do Sistema Solar, a qual os planetas estavam em escala de tamanho, numa proporção em uma medida supondo que o Sol tivesse aproximadamente 70 cm (figura 4-A). Nessa atividade apresentamos os planetas do Sistema Solar, com destaque a aqueles planetas citados na letra da canção. Citamos também algumas curiosidades relacionadas aos nomes desses planetas, onde foram abordadas as histórias romanas e a mitologia

grega – sendo daí a origem de diversos nomes desses. E distribuímos, também,

pequenas cartas com imagens de planetas e satélites naturais (inclusive os citados na canção) (figura 4-B).

Figura 4 - (A) À esquerda, atividade com a maquete do Sistema Solar em escala de tamanho. (B) À direita, aluna vendo a carta com imagem de um planeta.

Fonte: Os autores.

Ao dar início a essa atividade, foi questionado se os alunos sabiam a ordem, a partir do Sol, dos planetas desse sistema; os alunos souberam responder corretamente tal ordem. Os estudantes também souberam indicar quais eram os planetas citados na canção, demonstrando assim que os mesmos já possuíam um conhecimento prévio sobre o assunto.

O conhecimento prévio dos estudantes sobre o assunto foi mais uma vez demonstrado na última etapa do encontro. Quando solicitado que eles representassem o Sistema Solar e algumas órbitas, os alunos o fizeram corretamente. Antes de se posicionarem, os alunos conversaram entre si sobre qual planeta cada um seria. Alguns alunos, de imediato, disseram quais planetas gostariam de ser. O Sol foi representado no centro da quadra por quatro alunos.

Os estudantes, com ajuda do monitor, conversaram entre si e começaram a se organizar corretamente em relação à ordem dos planetas. Após se organizarem, solicitamos que eles dessem início a um movimento em torno do Sol (figura 5). Esses movimentos foram acompanhados de muitas risadas e interação entre os pares, demonstrando assim uma satisfação com a atividade.

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Figura 5 - Estudantes representando o Sol e os planetas do Sistema Solar, juntamente com as órbitas.

Fontes: Os autores.

O monitor questiona se existe algum outro movimento que os estudantes poderiam fazer, e após responderem que não, ele indica que os planetas também giram em torno de seu próprio eixo, desafiando-os a fazerem esse movimento. Alguns alunos realizaram tal movimento, enquanto outros preferiram não fazer. Um aluno ainda argumenta “aí você já está querendo demais”, seguido de risadas.

Após alguns instantes, a dinâmica e o encontro foram finalizados e ao serem questionados se haviam gostado das atividades, os estudantes responderam que sim. Com essa intervenção foi possível abordar algumas noções referentes aos conceitos de movimento relativo, órbita dos planetas e dos satélites naturais do sistema solar; sendo esses contemplados em diversos momentos ao longo da atividade.

De maneira geral, tanto na atividade com a canção do Pink Floyd, como na atividade com a canção de David Bowie, foi possível perceber que os alunos se demonstraram bastante confortáveis com a atividade, com expressões de alegria em vários momentos. Snyders afirma que o espaço escolar é um ambiente onde a “cultura primeira” trazida pelo estudante deve ser incorporada ao processo educacional, no sentido que traz a satisfação ao educando. Nessa perspectiva, a articulação da teoria de Vigotski com a de Snyders nos apontam que os desafios e a colaboração entre os pares podem permitir a criação de um processo de colaboração entre os alunos, o que pode vir a resultar em processos de satisfação cultural.

Ainda vale pontuar que, ao longo das atividades apresentadas, verificamos ser possível abordar diversas temáticas das ciências através dessas canções. Visando uma melhor sistematização, apresentamos, a seguir, de maneira resumida, alguns dos temas e conceitos científicos que foram trabalhados nas atividades e que estão presentes nas canções Astronomy Dominé e Space Oddity.

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Quadro 1: Temas e conceitos científicos abordados nas atividades e que estão presentes nas canções Astronomy Dominé e Space Oddity.

Exploração e Viagens Espaciais

Corrida espacial Guerra Fria Gravitação Ciência e Sociedade Aspectos

sociocientíficos

Planetas e Corpos Celestes

Sistema Solar

Satélites Naturais Órbita dos planetas História das Ciências Distâncias e tamanhos no universo

Fonte: Os autores. Considerações finais

As intervenções de divulgação científica realizadas permitiram verificar que as atividades realizadas e analisadas possibilitaram boas interações entre o monitor-estudante, estudante-canção e estudante-estudante; fazendo com que interessantes diálogos a respeito da Ciência fossem iniciados.

De maneira geral, as atividades contribuíram para as abordagens de temas da Ciência e suas relações, de forma que desperte a curiosidade e dúvidas dos estudantes. Os alunos participaram ativamente de grande parte das atividades realizadas, apresentando, também, alegria e satisfação.

O fato do projeto ALICE não ser obrigatório pode nos levar a duas reflexões. Uma delas é com relação a alegria do aluno em estar no ambiente escolar. Uma vez que os alunos vão ao projeto por quererem ir (não é obrigatório), isso mostra que os mesmos gostam de estar ali e participarem das atividades. Isso nos leva a crer que mais projetos devem ser incentivados nas escolas, para que os conhecimentos científicos e culturais dos estudantes sejam ampliados cada vez mais.

Além disso, podemos subentender que os alunos já possuíam certo gosto (e afinidade) pela ciência e astronomia, uma vez que a participação não era obrigatória. Devido a isso, em etapas futuras seria de extrema importância realizar estudos e atividades semelhantes com estudantes de perfis diferentes, para verificar o impacto das intervenções em outros alunos.

Projetos de extensão universitária podem ser totalmente relevantes e importantes para que atividades semelhantes sejam realizadas em escolas e em outros ambientes, possibilitando assim, uma melhor formação científica e cultural entre os participantes; num sistema de diálogos entre os pares, fazendo com que o conhecimento seja proveitoso para todos. O projeto ALICE e demais projetos de extensão levam o conhecimento para além dos muros da universidade, literalmente; algo que deve sempre acontecer, possibilitando que a sociedade participe mais ativamente de vários processos. Temos evidenciado isso através das atividades realizadas.

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Notas

1 Programa “Mais Educação

- SP”.

http://maiseducacaosaopaulo.prefeitura.sp.gov.br/.

2

Estudos a respeito das atividades nesse projeto foram discutidas em alguns outros trabalhos (GOMES, MENEZES, PIASSI, 2015; MENEZES, NORA, 2015; MENEZES, FERREIRA, GOMES, PIASSI, 2017; MENEZES, VITIELLO, PEREIRA, GOMES, PIASSI, 2017).

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Imagem

Figura 1 - Grupos temáticos responsáveis por intervenções educacionais.
Figura 2 - Etapas metodológicas da pesquisa.
Figura 3 - Estudantes durante a atividade do “cabo de guerra” da Corrida Espacial  e Guerra Fria
Figura 4 - (A) À esquerda, atividade com a maquete do Sistema Solar em escala de  tamanho
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