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PERSPECTIVAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS LIVROS DIDÁTICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Academic year: 2020

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Perspectivas de educação ambiental nos

livros didáticos da educação infantil

Maria das Dores Cardoso Frazão1;

Joelina Maria da Silva Santos2;

1 Especialista em Educação Ambiental e Gestão Participativa de Recursos Hídricos; Doutoranda em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Licenciada em Pedagogia.

2 Doutora em Linguística e Língua Portuguesa - UNESP; Mestre em Pedagogia Profissional, CUBA; Graduada em Letras e Artes pela UFPA - Belém; professora efetiva do IFMA - Campus São Luís -Monte Castelo.

RESUMO

A Educação Ambiental é um tema presente na sociedade, e o meio acadêmico é um dos espaços privilegiados de discussões, de pesquisas e de proposições que melhoram as rela-ções dos seres humanos com o meio ambiente. Nessa perspectiva, elegeu-se como temá-tica de pesquisa as ações propostas nos livros didáticos da Educação Infantil relacionadas à Educação Ambiental. O objetivo geral foi analisar como o respeito ao meio ambiente, a sustentabilidade do planeta e da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais, consubstanciam-se no livro didático utilizado pelo docente da Educação Infan-til, em consonância com o que orientam as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil de 2009. Para isso, analisaram-se oito livros utilizados por professoras desse nível de ensino da Rede Municipal de São Luís - MA. Os resultados apontam limites nas respec-tivas ações. Por isso, sugerem-se procedimentos estratégicos e metodológicos para ampliar a atuação docente.

Palavras-chave: Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais. Atuação docente.

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Perspectives of environmental

education in the textbooks of early

childhood education

ABSTRACT

Environmental Education is a present theme in society, and the academic environment is one of the privileged spaces for discussions, research and propositions that improve human beings’ relations with the environment. In this perspective, the proposed actions in the textbooks of Early Childhood Education related to Environment were chosen as a research theme. And the general objective was to analyze how the respect for the environment, the sustainability of the planet and the life on Earth, as well as the non-waste of natural resources, consubstantiate themselves in the textbook used by the preschool teacher in line with what guide the National Curriculum Guidelines for Early Childhood Education in 2009. For this, eight books used by preschool tea-chers in the municipal schools of São Luís - MA, were analyzed. The results point to limits in the respective actions. Therefore, continuing and methodological training for teachers are suggested to increase the teaching performance.

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1 INTRODUÇÃO

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil foram instituídas pela Resolução nº 5, de 17 de dezembro 20093, e se articulam com as Diretrizes Curricula-res Nacionais para a Educação Básica. Entre suas finalidades estão a de orientar a elabo-ração, o planejamento, a execução e a ava-liação das propostas pedagógicas e curricu-lares para a Educação Infantil.

Dentre os princípios que deverão orientar as propostas pedagógicas para a Educação In-fantil, o primeiro deles está disposto no Art. 6º, que diz respeito ao princípio Ético: da au-tonomia, da responsabilidade, da solidarie-dade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identida-des e singularidaidentida-des. (BRASIL, 2009).

Para isso, a proposta pedagógica deve ga-rantir que as instituições de Educação In-fantil cumpram sua função sociopolítica e pedagógica, construindo novas formas de sociabilidade e subjetividade, comprometi-das com a sustentabilidade do planeta. Além disso, as práticas pedagógicas devem garantir experiências que promovam a inte-ração, o cuidado, a preservação e o conhe-cimento da biodiversidade e da

sustentabi-3 Devido aos limites do presente texto, não há como mencionar outras Diretrizes que orientam o trabalho pedagógico na Educação Básica. Por isso, das várias Diretrizes, selecionamos apenas, a Resolução n. 5, de 22 de junho de 2012, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena, e no que tange à Educação Infantil, elas recomendam que as escolas indígenas devem elaborar materiais didáticos específicos e de apoio pedagógico, garantindo a incorporação de aspectos socioculturais indígenas significativos e contextualizados. Quanto à sustentabilidade socioambiental, recomendam que devem orientar todo processo educativo definido no projeto político-pedagógico. (BRASIL, 2012)

lidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais.

O documento em apreço motivou o inte-resse em: Como proceder para conhecer o modo que os livros didáticos apresentam ações para atingir as finalidades e objetivos das Diretrizes, no que se refere ao respeito ao meio ambiente, a sustentabilidade do planeta, da vida na Terra, bem como o não desperdício dos recursos naturais?

Sendo assim, parte-se do seguinte objetivo geral: analisar como o respeito ao meio am-biente, a sustentabilidade do planeta e da vida na Terra, assim como o não desperdí-cio dos recursos naturais, consubstanciam--se no livro didático utilizado pelo docente da Educação Infantil.

O texto organiza-se cinco partes: Introdu-ção, FundamentaIntrodu-ção, Metodologia, Resul-tados e Discussão e Considerações Finais. A pesquisa mostrou que há necessidade de mais discussões sobre o papel da educação ambiental nos livros didáticos, bem como, de investimentos na formação de educado-res ambientais na Educação Infantil.

2 FUNDAMENTAÇÃO

TEÓRICA

A Educação ambiental é um assunto de in-teresse da sociedade, sobretudo porque a sobrevivência das próximas gerações será assegurada por ações responsáveis com o meio ambiente. Nesse sentido, a educação ambiental tem papel importante na forma-ção de um pensamento crítico que saiba se

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posicionar em relação à utilização dos recur-sos naturais e ao respeito ao meio ambiente. A Educação Ambiental (EA) envolve os aspec-tos biológicos da vida, garantindo a preser-vação de determinadas espécies de animais e vegetais e dos recursos naturais. Por outro lado, quando se afirma e se define a educação ambiental como educação política, afirma-se o que deve ser considerado, principalmente na análise das relações políticas, econômicas, sociais e culturais entre a humanidade e a na-tureza e as relações entre os seres humanos, objetivando a superação dos mecanismos de controle e de dominação, que impedem a participação livre, consciente e democrática de todos. (REIGOTA, 2009)

Desse modo, a sociedade é convidada a parti-cipar, propor e buscar soluções e alternativas que permitam a convivência voltada para o bem comum. Sabe-se que a educação envol-ve a formação de pessoas, com finalidades e objetivos. Entretanto formar para trans-formação requer paciência, pois a educação acontece ao longo da vida. Essa é a perspec-tiva da Educação Ambiental construir um pensamento reflexivo sobre a vida na Terra. Ao longo da história, houve diferentes concep-ções sobre Educação Ambiental. A esse respei-to, Dias (2004, p.100) apresenta um esquema sobre o que se pretende com a EA. Conforme seus posicionamentos, a Educação Ambiental deve ser “um processo por meio do qual as pessoas apreendam como funciona o ambien-te, como dependemos dele, como o afetamos e promovemos sua sustentabilidade”.

Sendo assim, a EA, de acordo com o esque-ma, pretende:

Fonte: Adaptado de Dias (2004, p.110)

Partindo-se do esquema, pode-se refletir que a EA é uma prática complexa e requer participação de toda sociedade. Nesse senti-do, Reigota (2009) apresenta alguns de seus elementos, um deles é a dimensão política, na medida em que ela reivindica e prepara os cidadãos para construir uma sociedade com justiça social, cidadanias nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. Outro elemento diz respeito à ética na vida cotidiana, quan-do se enfatiza a necessidade de respeito a todas as formas de vida.

Nota-se que estes elementos estão presentes nas orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI, 2009), quando apontam como papel das instituições de educação infantil o desen-volvimento do respeito ao meio ambiente e comprometimento com a sustentabilidade do planeta.

Ao instituir orientações para as instituições de educação infantil, sob essa perspectiva,

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15 observa-se um avanço na elaboração de

propostas para essa etapa da educação, pois é nesse momento da vida que a criança se insere na educação básica, podendo, assim, construir um pensamento reflexivo sobre sua participação na formação da cidadania local e global.

A fim de superar essa dicotomia, as DCNEI (2009) recomendam que as propostas peda-gógicas devem organizar-se em dois eixos, ou seja, das interações e das brincadeiras para ga-rantir experiências que incentivem a curiosi-dade, a exploração, o encantamento, o ques-tionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza e que promo-vam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da susten-tabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais.

Percebe-se, então, que a Educação Infantil deve promover a desconstrução do mode-lo de humanidade que separa o ser huma-no da natureza. Nesse sentido, (REIGOTA, 2009) acrescenta que a EA crítica está im-pregnada da utopia de mudar radicalmente as relações entre a humanidade e a nature-za. Segundo Carvalho (2009), a EA emerge da preocupação da sociedade com o futuro da vida e com a qualidade da existência das presentes e futuras gerações.

Em face disso, é oportuno considerar-se que a criança não é uma tábula rasa onde se-rão impressas as experiências, mas um ser biológico, social, histórico e cultural, e a educação tem o papel de formar a natureza humana do indivíduo.

O Brasil é um dos países que têm se enga-jado em discutir a problemática ambiental, propondo soluções, promovendo eventos, formando educadores, desenvolvendo e so-cializando pesquisas. Por isso, é importante atentar para a constituição da EA no país. No Quadro 1, Carvalho (2009) apresenta uma síntese das principais políticas públi-cas para EA no Brasil.

Quadro 1: Principais políticas públicas para Educação Ambiental no Brasil

Ano Ação

1984 Criação do Programa Nacional de Educação Ambiental (Pronea). 1988 Inclusão da EA como direito de

todos e dever do Estado na Cons-tituição.

1992 Criação dos Núcleos de EA pelo Instituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Re-nováveis (IBAMA) e dos Centros de Educação Ambiental pelo Mi-nistério da Educação (MEC). 1994 Criação do Programa Nacional de

EA (Pronea) pelo MEC e pelo Mi-nistério do Meio Ambiente (MMA). 1997 Elaboração dos Parâmetros Curri-culares definidos pela Secretaria de Ensino Fundamental do MEC, em que “meio ambiente” é incluído como um dos temas transversais. 1999 Aprovação da Política Nacional de

EA pela Lei 9.795.

2001 Implementação do Programa Pa-râmetros em Ação: meio ambiente na escola pelo MEC.

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2002 Regulamentação da Política Na-cional de EA (Lei 9.795) pelo De-creto 4.281.

2003 Criação do Órgão Gestor da Polí-tica Nacional de EA reunido pelo MEC e MMA.

2006 O Governo Federal criou o Progra-ma Nacional de ForProgra-mação de Edu-cadores Ambientais (ProFEA).

Fonte: Carvalho (2009), Nery-Silva (2015)

A EA, na esfera governamental brasilei-ra, desenvolveu-se, segundo Souza e Salvi (2012), sobretudo por meio de ações das agências estatais de meio ambiente e não do sistema educacional. Hoje, ela é prati-cada em diferentes espaços desde espaços empresariais, zoológicos, unidades de con-servação, espaço escolar e outros.

As autoras advertem que a EA brasileira não é marcada por consenso, mas por diferentes concepções, variadas correntes, tendências e identidades. Nesse sentido, “tais correntes possuem entre si diferença de interesses e de concepções sobre sociedade, meio am-biente, natureza, educação, em posições políticas e filosóficas diversas e, portanto, se expressam na prática de diferentes formas” (SOUZA; SALVI, 2012, p. 114).

As pesquisadoras acima afirmam que a EA tem características próprias, as quais con-tribuíram para que houvesse um distancia-mento e aproximações entre movidistancia-mentos sociais e movimentos ambientais. Na dé-cada de 1980, eles apresentavam debates dissociados, pois consideravam as questões ambientais burguesas e o que importava era

a solução dos problemas sociais que atin-giam o povo brasileiro. Depois, chega-se à conclusão de que as questões ambientais não eram antagônicas às questões sociais, o que culminou na compreensão da pro-blemática socioambiental. A respeito da constituição do campo da EA brasileira, as autoras concluem que a educação ambien-tal apresenta influência dos movimentos socioambientais, possuindo características que remetem a tais movimentos.

Nesse sentido, é importante destacar o pa-pel da instituição escolar, pois esta procura responder às demandas formativas ao lon-go do tempo e espaço. Atualmente, a esco-la exerce papel fundamental na sociedade, não se concebe uma sociedade sem escola, embora já se tenha pensado assim. Sabe-se que a educação perpassa todas as esferas da sociedade, mas a escola que tem exercido papel preponderante de educar novas gera-ções. Nesse bojo, ela não pode se omitir de participar da problemática ambiental.

A esse respeito, Pelegrini e Vlach (2011) consideram que, diante dos inúmeros de-safios que se apresentam aos docentes de todos os níveis de ensino, a EA talvez este-ja entre os mais complexos. Eles acrescen-tam que muitos debates acerca da questão ambiental não têm chegado à escola, por vezes, limitam-se à explicação sobre a di-nâmica dos ciclos biogeoquímicos e dos ecossistemas apresentados sob a perspecti-va biológica, bem como a simples descrição dos impactos ambientais promovidos pela ação humana, embora produzam efeitos na sensibilização dos discentes a respeito

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17 dos sintomas da crise ambiental. Porém, se

mostram pouco eficazes na operacionaliza-ção de mudanças estruturais na ordem eco-nômica, social e política.

A partir do exposto, pretende-se discutir as ações propostas pelos livros didáticos para atingir as finalidades e os objetivos das Diretrizes, no que se refere ao respeito ao meio ambiente, a sustentabilidade do pla-neta, a sustentabilidade da vida na Terra, bem como o não desperdício dos recursos naturais, antes, porém, discutiremos a orga-nização da Educação Infantil.

2.1 Sobre a Educação Infantil

A Educação Infantil atinge crianças na idade de 0 a 5 anos, que são atendidas em creches e pré-escolas, embora aquelas que completam 6 anos após 31 de março, de-vam ser também matriculadas nesta etapa. As DCNEI (2009) apresentam definições importantes para a Educação Infantil, pois:

É a primeira etapa da Educação Bási-ca, oferecida em creches e pré-escolas [...] O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as ex-periências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artísti-co, ambiental, científico e tecnológi-co, de modo a promover o desenvol-vimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. (BRASIL, 2009).

Especialistas da área reconhecem que as Di-retrizes avançam em relação às DiDi-retrizes Curriculares Nacionais para a Educação In-fantil, estabelecidas pela Resolução CEB nº

1, de 7 de abril de 1999, por ampliar a no-ção de currículo, concepno-ção sobre criança, contudo, ainda é omissa em muitas ques-tões, entre as quais a relação da criança com o meio ambiente.

Na década de 1990, surgiram formulações sobre a educação infantil que passam a en-fatizar a inseparabilidade dos aspectos do cuidado e da educação da criança pequena. Nessa década, além da promulgação das Di-retrizes Curriculares da Educação Infantil, são elaborados os Referenciais Curriculares Nacionais - RCNEI, que servem de guia para o trabalho docente em creches e pré-escolas. O RCNEI é composto por três volumes, o primeiro denominado Introdução; o volu-me 2 denomina-se Formação pessoal e so-cial; e o volume 3 denominado Conheci-mento de mundo. Este último contém seis documentos referentes aos eixos de traba-lho orientados para a construção de dife-rentes linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Nature-za e Sociedade e Matemática (SILVA, 2012). Apesar de as Diretrizes Curriculares de 2009 estarem em vigor, entretanto, alguns livros didáticos em circulação ainda se organizam segundo propõem os RCNEI.

2.2 A materialidade das obras: a ação metodológica

O livro didático permanece como princi-pal instrumento utilizado pelos professores para o planejamento de suas aulas. De acor-do com Gatti Jr. (2005), ele desempenha

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pel central no cotidiano escolar dos alunos, no exercício profissional dos educadores dos diferentes níveis, além de ser o produto mais vendido pelas editoras nacionais.

Partindo-se do questionamento inicial: até que ponto os livros didáticos da educação in-fantil contemplam as finalidades e objetivos das Diretrizes no que se refere ao respeito, ao meio ambiente, a sustentabilidade do planeta, a sustentabilidade da vida na Terra, bem como o não desperdício dos recursos naturais?

Dessa maneira, para o diagnóstico da pesquisa, selecionou-se 8 livros que estão em circu-lação na rede municipal de educação de São Luís/MA, a saber:

Livro 1

Quadro 2: Estrutura do livro. Título do

livro

Ano Edição Editora Local Número

de páginas

Faixa etária

Número de capítulos Bem-me-quer 2009 1ª FAPI Belo Horizonte

- Minas Gerais

96 4-5 anos 10

Fonte: A autora (2017).

Quadro 3: Sobre os autores.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Solange Valadares e Rogéria Araújo

Não consta As autoras deixam como mensagem principal que o papel do (a) professor (a) é incentivar as crianças a dia-logar, refletir, valorizar, diferenças, conviver com as ou-tras pessoas. E um aspecto que chama atenção diz res-peito a responsabilidade compartilhada com o mundo.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 4: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente Quem sou eu/ A minha

família/ Onde eu moro ?/ Eu na minha escola/Profis-sões/Meios de transporte/ Trânsito/ O tempo/ Meios de comunicação/ Datas co-memorativas.

No item datas comemorativas, as autoras apontam duas datas im-portantes relacionadas ao meio ambiente: Dia do Meio Ambiente (5 de junho) e Dia da Árvore (21 de setembro). Apenas na primeira as autoras deixam a seguinte mensagem: “Converse com as crian-ças sobre o que podemos fazer para proteger nosso planeta: não desperdiçar água, não jogar lixo na rua, reciclar o lixo; economizar energia, etc.” (VALADARES & ARAÚJO, 2009).

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19 Livro 2

Quadro 5: Estrutura do livro. Título do

livro

Ano Edição Editora Local Número

de páginas Faixa etária Número de capítulos Fofurinha: 3 e 4 anos

2010 1ª FAPI Belo Horizonte - Minas Gerais 144 3 e 4 anos O livro orga-niza-se em 4 projetos. Fonte: A autora (2017).

Quadro 6: Sobre o autor.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Solange Valadares e Erika Valadares

Não consta Na obra constam instrumentos para promover o de-senvolvimento integral da criança de 3 a 4 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectu-al e sociintelectu-al.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 7: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente Os projetos pedagógicos

desenvolvidos são “Cores e alegria”, “Circo”, “Água”, “Alimentação”

No projeto “Água”, as autoras definiram alguns objetivos: Reconhe-cer as necessidades dos seres vivos em relação à água, trabalhar os hábitos de higiene. Sugerem algumas atividades para Linguagem oral e escrita: explorar livros, revistas, gravuras e textos sobre a água. Para Natureza e Sociedade sugerem realizar rodas informativas e falar sobre as utilidades da água, observar um globo terrestre para comparar a quantidade de água e quantidade de terra, conversar sobre os hábitos necessários para a preservação da água, evitando o desperdício. Para Matemática, sugerem marcar no calendário da sala: 22 de março, Dia Mundial da Água.

Fonte: A autora (2017).

Livro 3

Quadro 8: Estrutura do livro. Título do

livro

Ano Edição Editora Local Número

de páginas Faixa etária Número de capítulos Aprendendo com histórias

2010 1ª Rideel São Paulo 124 Maternal 7

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Quadro 9: Sobre os autores.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Kelly Cláudia Gonçalves

Não consta De acordo com a nota de apresentação, os contos de fada resgatam a leitura e estimulam a fantasia, a imaginação. Sendo assim, as mensagens contidas nas histórias como bondade, coragem e afeto ajudam na formação da criança. Logo, à medida que se contam as histórias, as crianças elaboram suas próprias ideias, resolvendo conflitos e diferenciando o bem do mal.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 10: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente A autora organiza o livro em sete

contos tradicionais “Branca de Neve”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Os três porquinhos”, “Pinóquio”, “A Bela Adormecida”, “João e Ma-ria”, “A Bela e a Fera”, por meio delas são trabalhadas a Linguagem oral e escrita, Matemática, Artes, Movimento, Construção de si, Res-peito ao próximo.

Nos contos, a autora desenvolve atividades relacionadas à pai-sagem, conhecimento dos seres vivos, alimentos saudáveis.

Fonte: A autora (2017).

Livro 4

Quadro 11: Estrutura do livro. Título do

livro Ano Edição Editora Local de páginasNúmero etáriaFaixa Número de capítulos Descobrir e aprender. Edu-cação Infantil 2011 Não consta Edições IPDH Fortaleza - Ceará

168 4-5 anos 8 unidades, qua-tro delas divididas na área de Socie-dade e as demais para Natureza.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 12: Sobre os autores.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Alessandra Monteiro Licenciada em Letras, Especialista em En-sino da Língua Portuguesa, experiência na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.

A coleção composta de seis volumes foi elaborada com o objetivo de propiciar o desen-volvimento global da criança.

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21 Cláudia Marcos Licenciada em Pedagogia, Especialista em

Pedagogia, autora de livros didáticos para a Educação Infantil, experiência na Educa-ção Infantil e Ensino Fundamental, psico-pedagoga clínica.

Mércia Valéria Cam-pos Figueiredo

Graduada em Pedagogia, Especialista em Psicopedagogia, experiência na Educação Infantil e Ensino Fundamental.

Nukácia Meyre Silva Araújo

Graduada em Letras, Mestre em Linguística e Doutora em Educação, Professora da Uni-versidade Estadual do Ceará.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 13: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente As temáticas analisadas recaem

so-bre o Eixo Natureza, são elas: “De bem com a vida”, “É o bicho”, “Cui-dando do planeta”, “As plantas”.

As autoras sugerem atividades que levem as crianças conhe-cerem a natureza, começando pelo homem/mulher, com o conhecimento do corpo. Em seguida, apresentam vários animais, depois as plantas, os rios, recomendações sobre cuidado para não desperdiçar água, atitudes corretas para com o meio ambiente, como separação dos materiais reci-cláveis, incentivam plantar. As autoras sugerem atividades de pintura, desenho, leitura.

Fonte: A autora (2017).

Livro 5

Quadro 14: Estrutura do livro. Título do

livro

Ano Edição Editora Local Número

de páginas

Faixa etária

Número de capítulos Doce Maternal 2013 2ª, vol. 2 Claranto Uberlândia -

Minas Gerais

128 3 a 4 anos

37

Fonte: A autora (2017).

Quadro 15: Sobre os autores.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Adriana Felisbino Não consta Na nota de apresentação, a coleção parte de uma “pro-posta criativa e interdisciplinar que explora o ambiente prazeroso da sala do Maternal, numa perspectiva lúdi-ca, em harmonia com o faz de conta, a conscientização ambiental, os valores humanos, as datas comemorati-vas, os conhecimentos gerais, a oralidade e a escrita.” (FELISBINO, 2013, p. 3). Nota-se a preocupação explí-cita com a questão ambiental.

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Quadro 16: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente Na primeira parte, a autora

orienta o trabalho com datas co-memorativas. Em seguida, sobre os conhecimentos gerais, orali-dade e escrita, valores humanos e matemática.

A autora sugere algumas atividades aos professores. A primeira delas relacionadas ao Dia do Planeta Terra. São elas:

Cantar a música Planeta, planetinha. Depois conversar sobre a importância de cuidar do planeta.

Propor um passeio pela escola à procura de recursos naturais. Realizar passeata no Dia do Planeta Terra.

Incentivar o plantio de algumas espécies de plantas.

A segunda data comemorativa refere-se ao Dia Mundial do Meio Ambiente. A autora sugere que se pode repetir as ativida-des realizadas por ocasião do Dia do Planeta Terra. Além disso, durante a semana deve-se criar uma rotina de atividades como aguar plantas da escola, dar comida aos animais, observar as torneiras para manterem-se fechadas, cuidar para que o lixo seja jogado fora adequadamente.

Fonte: A autora (2017).

Livro 6

Quadro 17: Estrutura do livro. Título do

livro Ano Edição Editora Local

Número de páginas Faixa etária Número de capítulos Doce Maternal 2013 2ª, vol. 3 Claranto Uberlândia -

Minas Gerais

128 3 a 4 anos 37 Fonte: A autora (2017).

Quadro 18: Sobre os autores.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Adriana Felisbino Não consta Na nota de apresentação, a coleção parte de uma “proposta criativa e interdisciplinar que explora o ambiente prazeroso da sala do Maternal, numa perspectiva lúdica, em harmonia com o faz de conta, a conscientização ambiental, os valores humanos, as datas comemorativas, os conheci-mentos gerais, a oralidade e a escrita.” (FELISBI-NO, 2013, p. 3). Nota-se a preocupação explícita com a questão ambiental.

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23 Quadro 19: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente Na primeira parte, a autora orienta

o trabalho com datas comemorati-vas. Em seguida, sobre os conheci-mentos gerais, oralidade e escrita, valores humanos e matemática.

A autora sugere algumas atividades aos professores. A pri-meira delas relacionadas ao Dia da Árvore. São elas:

Abraçar as árvores da escola, fazer carinho, criar desenhos para homenageá-las.

Confeccionar uma árvore coletiva gigante em que todos par-ticipem.

Levar as crianças até um local da cidade em que haja uma boa variedade de árvores para que observem a riqueza de suas espécies.

Organizar um jogral com a música “Árvore”.

Fonte: A autora (2017).

Livro 7

Quadro 20: Estrutura do livro. Título do

livro Ano Edição Editora Local de páginasNúmero etáriaFaixa Número de capítulos Doce Maternal 2013 2ª, vol. 4 Claranto Uberlândia -

Minas Gerais 128 3 a 4 anos 37

Fonte: A autora (2017).

Quadro 21: Sobre os autores.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Adriana Felisbino Não consta Na nota de apresentação, a coleção parte de uma “pro-posta criativa e interdisciplinar que explora o ambiente prazeroso da sala do Maternal, numa perspectiva lúdica, em harmonia com o faz de conta, a conscientização am-biental, os valores humanos, as datas comemorativas, os conhecimentos gerais, a oralidade e a escrita.” (FELISBI-NO, 2013, p. 3). Nota-se a preocupação explícita com a questão ambiental.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 22: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente Na primeira parte, a autora orienta

o trabalho com datas comemorati-vas. Em seguida, sobre os conheci-mentos gerais, oralidade e escrita, valores humanos e matemática.

No último volume do ano, a autora propõe atividades para as seguintes datas comemorativas: Dia das Crianças, Professores, Bandeira, Família, Natal e Reveillon. Porém, há poucas ações voltadas ao meio ambiente, uma delas sugere-se uma oficina de sucata no Dia das Crianças e uma outra oficina de brinque-dos de sucata no Dia da Família.

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Livro 8

Quadro 23: Estrutura do livro. Título do

livro

Ano Edição Editora Local Número de páginas Faixa etária Número de capítu-los C o l e ç ã o amarelinha [3 anos]

2013 2ª Rideel São Paulo 128 3 anos O livro organiza-se em duas partes. A pri-meira delas Natureza apresenta 9 capítulos. A segunda Sociedade 10 capítulos.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 24: Sobre os autores.

Nome Formação/atuação Mensagem aos professores

Rose Elaine Sgroglia Machado

Pedagoga e Psicóloga, com especialização em Psicopedagogia. Coorde-nadora pedagógica e psi-copedagoga.

O livro objetiva “suprimir a maioria das ne-cessidades que temos durante o nosso dia a dia”. (MACHADO, 2013, s/p). A autora asse-gura que ele foi elaborado com base nos Re-ferenciais Curriculares Nacionais para a Edu-cação Infantil. Cada caixa contém um livro de Linguagem Oral e Escrita, Matemática, Na-tureza e Sociedade, Educação Física e o livro do professor. O livro é acompanhado de um CD. Ela almeja contribuir para um desenvol-vimento feliz das crianças.

Fonte: A autora (2017).

Quadro 25: Conteúdo do livro.

Temáticas desenvolvidas Sugestões de atividades relacionadas ao meio ambiente

Na primeira parte “Natureza”, a autora apre-senta as seguintes temáticas: Nosso corpo, higiene, ambientes, seres vivos, as plantas, as frutas, os alimentos, a água, meio ambiente. Na segunda parte “Sociedade”, ela apresenta os seguintes temas: eu, meu nome, meus brin-quedos preferidos, família, minha casa, de-pendências da casa, a escola, o trânsito, meios de transporte, datas comemorativas.

Na primeira parte, a autora enfatiza o conheci-mento do meio ambiente, por meio da música, atividades de pintura, recorte e colagem.

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25 2.3 Metodologia

O corpus documental é formado pelo con-junto de oito livros didáticos. Elege-se o livro didático por ser o principal recurso utilizado pelos professores para planejamento de suas aulas. Cabe ressaltar que os livros foram ce-didos por uma professora da Rede Municipal de São Luís, que os utiliza em seu planeja-mento, e por informação verbal da Superin-tendência de Educação Infantil da Rede, sou-bemos que não se adotam livros didáticos nessa etapa da Educação Básica em São Luís. Como metodologia, optou-se pela análi-se documental. É uma pesquisa de caráter bibliográfico, que buscou mapear as con-cepções de educação ambiental nos livros didáticos. Nessa premissa, utilizam-se, para revisão de literatura e compreensão da te-mática, alguns autores como Pelegrini e Vlach (2011), Carvalho (2009), Reigota (2009), Dias (2004).

Para tal propósito, tem-se como objetivos específicos: analisar as diversas literaturas que tratam do tema; identificar a materia-lidade dos livros selecionados, bem como os discursos a respeito de meio ambiente, sustentabilidade e não desperdício de re-cursos naturais; e, por fim, sugerir algumas possibilidades de estratégias metodológicas aos professores da Educação Infantil, que assegurem ao aluno o desenvolvimento de experiências que respeitem o meio ambien-te e o não desperdício de recursos naturais.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados oito livros editados entre 2009 e 2013, período em que já estavam em vigor as Diretrizes Curriculares Nacionais

para a Educação Infantil. Identificaram-se as seguintes editoras: FAPI, Rideel, Edições IPDH, Claranto. Destas, a Rideel editou duas obras, a Claranto uma coleção de três volu-mes, a FAPI publicou dois livros e as Edições IPDH, um livro. Das editoras, apenas uma pertence à região Nordeste do Brasil, as de-mais se localizam no Sudeste. Os livros são organizados em Projetos, unidades e capítu-los onde se distribuem os assuntos. O núme-ro de páginas é, em média, entre 90 a 128. Apenas um dos livros está na segunda edi-ção. Sobre a formação das autoras, em ape-nas dois livros consta que uma é formada em Letras e a outra é Pedagoga e Psicóloga. Quanto às temáticas relacionadas ao meio ambiente, preponderam aquelas relaciona-das às datas comemorativas: Dia do Meio Ambiente, Dia da Árvore, Dia do Planeta. Aparecem também a valorização da água, escolha da alimentação saudável, respeito aos animais, cuidado com o lixo. As ativi-dades sugeridas são aulas passeio, pintura, recorte e colagem, plantio, música, jograis. Quanto às orientações dirigidas aos profes-sores, percebe-se a necessidade de ampliar a discussão sobre a importância da educação ambiental na formação da criança. Apenas o livro Doce Maternal objetiva desenvolver a conscientização ambiental.

Por constatar alguns limites nos livros em apreço, apresentam-se, na próxima seção, algumas sugestões para os professores. A primeira delas, no âmbito da formação con-tinuada, e a outra para serem desenvolvidas com os alunos.

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3.1 Possibilidades de estratégias metodo-lógicas para o trabalho docente na Educação Infantil

A educação é uma prática social perma-nente, mas a escola exerce papel essencial na formação do ser humano. Nesse senti-do, Carvalho (2009, p. 156) explica que a prática educativa é um processo que tem como horizonte formar o sujeito humano enquanto ser social e historicamente situ-ado. Logo, a formação do indivíduo só faz sentido se pensada em relação ao mundo em que ele vive e pelo qual é responsável. Sendo assim, entende-se o quanto é impor-tante o desenvolvimento da EA na escola, em especial na Educação Infantil, pois esta é a primeira etapa da Educação Básica. Mas a formação não deve se restringir ao aluno, deve contemplar a todos que compõem a instituição educativa. Por isso, as sugestões que seguem destinam-se tanto aos professo-res, quanto aos alunos.

3.2 A formação continuada

Com base nos estudos de Carvalho (2009), elencam-se algumas sugestões de formação continuada, a saber:

a) A leitura da paisagem

Segundo a autora, “ler” o meio ambiente é apreender um conjunto de relações sociais e processos naturais, captando as dinâmi-cas de interação entre as dimensões cultu-rais, sociais e naturais na configuração de uma determinada realidade socioambiental. Para chegar a isso, não basta observar passi-vamente o entorno, mas é importante certa educação do olhar, aprender a “ler” e

com-preender o que se passa em volta. Para isso, sugere-se como atividade a chamada “leitura da paisagem”. Conforme orientações abaixo: Metodologia

Na saída a campo, o objetivo é observar a heterogeneidade histórica, cultural, econô-mica e ambiental, identificando, separando e descrevendo a região na qual determina-do espaço se insere.

Reunir um grupo de professores para con-versar com outros habitantes sobre a região, para o levantamento de informações. Compartilhar no grupo as informações reco-lhidas. É o momento da sistematização dos dados, confecção de mapas com suas diferen-tes unidades ambientais, históricas e culturais. b) Pesquisando a memória do ambiente Propor uma pesquisa que vise recuperar a história natural e social do lugar onde atua o educador.

Metodologia:

Escutar histórias dos mais velhos sobre como era o lugar no passado.

Pesquisar na história escrita as transforma-ções sociais e ambientais ali ocorridas desde as primeiras ocupações na região.

Investigar os modos de vida que conviveram ali em tempos passados e deixaram alguma marca na paisagem e nos costumes do lugar. 3.3 Sugestões de atividades para os

do-centes desenvolverem com os alunos No portal do Ministério da Educação -

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Edu-27 cação Ambiental4, há publicações

destina-das aos professores que apresentam resul-tados de pesquisas, textos, sugestões para construção de viveiros, horta e outros. Ou-tros sites que apresentam orientações para o trabalho docente são Horta Viva5. Ao vi-sitar o endereço, o professor encontra infor-mações sobre:

• Música: o álbum Pantanal, da série “Pai-sagens Sonoras do Planeta”, gravado e produzido pelo ecologista acústico Beto Bertolini (HORTA VIVA, 2017). O CD apresenta um registro de 38 ambiências sonoras, compondo um retrato eco acús-tico da maior planície alagada do Planeta. • Livros paradidáticos: O Jardim de cada

um, de Nye Ribeiro, da Editora Papi-rus. (HORTA VIVA, 2017). O livro pre-tende desenvolver a ideia de confiança no mistério da natureza, respeitando suas leis naturais e seus ciclos de vida e morte; refletir e trabalhar com a noção de cuidado; vivenciar situações de paz, confiança e autoestima; desenvolver a consciência da necessidade de ecologia interna e externa - são alguns dos obje-tivos propostos pela própria autora no trabalho com os leitores.

Além disso, o professor encontra informa-ções sobre eventos, sites, vídeos, livros para download, textos, artigos, projetos didáti-cos. E em breve, disponibilizará teses e ou-tros textos acadêmicos.

Ao se buscar nesses sites e em outros

infor-4 http://mec.gov.br/sef/ambiental 5 http://hortaviva.com.br

mações e conhecimentos que fundamen-tem as práticas educativas, os docentes encontrarão caminhos de educação am-biental. Sobretudo, oportunizarão às crian-ças um encontro com elas mesmas, com a natureza e com o outro na construção de convivência respeitosa e solidária.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão investigada foi: De que modo os livros didáticos apresentam ações para atin-gir às finalidades e objetivos das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação In-fantil, no que se refere ao respeito ao meio ambiente, a sustentabilidade do planeta, da vida na Terra, bem como o não desperdício dos recursos naturais?

Nessa perspectiva, foram selecionados oito livros didáticos, dessa etapa de ensino, a fim de proceder a investigação proposta. Em seguida, realizou-se a revisão de lite-ratura acerca da história da educação am-biental e educação infantil no Brasil. Para organização dos dados, foram elaborados três modelos de quadros: o primeiro para conhecer a estrutura dos livros, o segundo com informações sobre autoras das obras e o terceiro com os conteúdos dos livros. A análise demonstrou que os livros didáti-cos não atendem, de modo abrangente, o que requerem as Diretrizes Curriculares Na-cionais para a Educação Infantil no que diz respeito às questões ambientais. As ações propostas pelas autoras dos livros são ín-fimas em face do que orienta o documento. Os limites apresentados pelas autoras dos

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livros dizem respeito à ausência de propostas que tratem da sustentabilidade do planeta, da vida na Terra, bem como o não desperdício dos recursos naturais. As várias proposições das autoras restringem-se ao conhecimento da biodiversidade, mas carece de iniciativas que ampliem as práticas pedagógicas.

Nesse sentido, faz-se necessário incluir, nos cursos de formação de professores, disciplinas que contemplem a educação ambiental, e que os livros didáticos da Educação Infantil se-jam alvo de estudo para demonstrar seus limites no que diz respeito à questão ambiental. Infelizmente, o critério de escolha do livro didático não leva em consideração, em sua maioria, as análises feitas pelos docentes que trabalharão com o livro.

Muitas pesquisas já foram realizadas sobre livro didático no Brasil. Ao acessar o portal de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES para o termo livro didático e educação ambiental, estão disponíveis na Área de Educação cerca de 42.418 pesquisas. Nesse sentido, esperamos que esta pesquisa contri-bua com o campo da educação ambiental.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1999). Disponível em <http://portal.mec.gov.br/programa-curriculo-em-movimento-sp1312968422/legisla-cao>. Acesso em: 21 out. 2016.

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_______. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Edu-cação Básica. (2012). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Ite-mid=30192> Acesso em: 10 jul. 2017

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito eco-lógico. São Paulo: Cortez, 2009.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2004. GATTI JR., Décio. Entre políticas de estado e práticas escolares: uma história do livro didá-tico no Brasil. In: BASTOS, Maria Helena Câmara; STEPHANOU, Maria (orgs). Histórias e memórias da educação no Brasil, v. III: século XX. Petrópolis: Vozes, 2005.

HORTA VIVA. Minha teca: livros paradidáticos. Disponível em: <http://www.hortaviva. com.br/midiateca/bg_livros2/index.asp>. Acesso em: 19 jan. 2017.

MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. Educação Ambiental - publicações. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/pnaes/194-secretarias-112877938/secad-educacao-continuada--223369541/13639-educacao-ambiental-publicacoes>. Acesso em: 19 jan. 2017

NERY-SILVA, Ana Clara. Educação ambiental e políticas públicas nas dissertações e teses de educação ambiental no Brasil. 2015, 189 f. Dissertação (Mestrado em Educa-ção). Programa de Pós-Graduação em EducaçãoUniversidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro. Rio Claro, 2015

PELEGRINI, Djalma Ferreira & VLACH, Vânia Rúbia Farias. As múltiplas dimensões da educação ambiental: por uma ampliação da abordagem. Revista Sociedade e Natureza, Uberlândia, ano 23, n. 2, maio/agosto, 2011.

REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2009.

SILVA, Janaina Cassiano. Projetos pedagógicos e os documentos oficiais do Ministério da Educação (MEC). In: ARCE, Alessandra; JACOMELI, Mara Regina Martins (orgs). Educa-ção Infantil versus educaEduca-ção escolar?: entre a (dês) escolarizaEduca-ção e a precarizaEduca-ção do trabalho pedagógico nas salas de aula. Campinas: Autores Associados, 2012. pp. 81-106.

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SOUZA, Daniele Cristina de & SALVI Rosana Figueiredo. A pesquisa em educação am-biental: um panorama sobre sua construção. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 14, n. 3, setembro/dezembro, 2012.

Referências

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