C-TONI: TESTE DE INTELIGÊNCIA NÃO VERBAL
AFERIÇÃO DE DADOS NORMATIVOS PARA CRIANÇAS
SINALIZADAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
(NEE) DO CONCELHO DE VILA DE FRANCA DE XIRA
Andreia Alexandra da Graça Antunes
Nº 9784
Orientador de Dissertação:
Professor Doutor Emílio Salgueiro
Coordenador de Seminário de Dissertação:
Professor Doutor Emílio Salgueiro
Tese submetida como requisito parcial para a obtenção de grau
de:
Mestre em Psicologia
Especialidade em Psicologia Clínica
Dissertação de Mestrado realizada sob a orientação de Professor
Doutor Emílio Salgueiro, apresentada no Instituto Superior de
Psicologia Aplicada para obtenção de grau de Mestre na
especialidade de Psicologia Clínica conforme o despacho da DGES,
nº19673/2006 publicado em Diário da República 2ª série de 26 de
Setembro de 2006
Primordialmente quero expressar o meu agradecimento ao Professor Doutor Emílio
Salgueiro pela orientação na realização deste trabalho, bem como, pelo seu apoio
permanente.
Agradeço, à Mestre Maria Goretty Ribeiro pelo incentivo e pela autorização de ter
utilizado o seu estudo como comparação deste trabalho.
Ao corpo de investigação da A.P.J. pela ajuda fundamental no tratamento
estatístico.
Aos meus pais pelo incentivo durante todos estes anos e porque sem eles este
trabalho não seria possível, principalmente à minha mãe por ter acreditado em mim
até ao fim.
Ao meu irmão que embora não saiba foi um incentivo tremendo para a conclusão
deste trabalho.
À minha família em geral, pelo apoio e incentivo, principalmente à minha avó
Teresa por toda a dedicação ao longo da minha vida.
Á minha querida amiga Leta, pelo apoio, dedicação, persistência, incentivo,
amizade, pelos momentos de alegria e principalmente por todo o crescimento
interno, pessoal e profissional que me proporcionou durante todos estes anos.
Á minha amiga Ki, pela amizade, pela confiança, pela tolerância, pela paciência e
pela aprendizagem que fiz durante todo este ano com ela. Principalmente pela paz
que transmite mesmo quando não profere uma palavra, que em tantos momentos
foi importante para mim.
À minha amiga Licínia pelo companheirismo e amizade, durante todo o percurso
académico.
Aos meus amigos de Vila Franca de Xira pela amizade e os momentos de
descontracção que me proporcionaram em altura que precisei. Em especial à Sara
e á Sónia.
Ao meu namorado, por me desculpar o tempo que não estamos juntos, mas como
tantas vezes lhe digo, quantidade não é sinónimo de qualidade.
Ao Kevin pelos momentos intermináveis de companhia na realização deste
trabalho.
ÍNDICE
RESUMO
1
ABSTRACT
2
Capítulo I. INTRODUÇÃO
3
Capítulo II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1. Conceito de Inteligência
2. Os testes de Inteligência
6
7
Capítulo III. OBJECTIVOS DO ESTUDO
15
Capítulo IV. MÉTODO
1. Amostra
2. Material e Instrumentos
2.1. Instrumento util i zado no nosso estud o
3. Procedimento
4. Limitações do Método
16
20
21
Capítulo V. RESULTADOS
1. População
1.1.
Amostra, critérios de inclusão e de exclusão
2. Dados obtidos no CTONI
2.1. Comprehensive Test os Nonverbal Intelligence: CTONI
3. Inf luênc ia d as va riá ve is se xo, id ade e esco lar id ad e
no CT ONI
4.Di strib uiç ão da po pul ação por Perc ent i s
22
24
27
34
Capítulo VI. DISCUSSÃO
37
Capítulo VII. CONCLUSÕES
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
43
ÍNDICE DAS FIGURAS
FIGURA I
Ana log ia s P ictór ica s e Geométric as, C at eg orias Pi ctóric as e
Geométricas e Seq u ênc ias P ictór icas e Geométricas do s s u b
testes do CT ONI
17
ÍNDICE DAS TABELAS
TABELA I
Ef eito T ecto
19
T AB E L A II
Distr ibu iç ão da p opu laç ão de e studo p or g rupos etário s
23
T AB E L A III
Distr ibu iç ão da p opu laç ão de e studo p or ida de e
esco lar ida de
23
T AB E L A I V
Distr ibu iç ão da p opu laç ão de e studo p or se xo e ida de
24
T AB E L A V
Val ores méd io s obti d os no teste CT ONI p or g rupo etário
29
T AB E L A VI
Val ores méd io s obti d os no teste CT ONI p or g rupos de
esco lar ida de
32
T AB E L A VII
Percent is d o des emp enho n o teste CT ON I
34
T AB E L A VIII
Cá lcu lo d o QI, no teste CT ONI, de acord o com os va lores j á
af eridos para a pop u laç ão do Conc el ho d e Loures por g rupo
etário
ÍNDICE DOS GRÁFICOS
GRÁFICO I
Distr ibu iç ão da p ont uação bruta tota l obt ida n o teste
CT ONI
25
GR ÁFICO II
Distr ibu iç ão da s not as brutas o btid as no subteste
Pictór ico
26
GR ÁFICO III
Distr ibu iç ão da s not as brutas o btid as no subteste Geométri c o
26
GR ÁFICO IV
Distr ibu iç ão por QI, de acord o com os va lores n ormati vos
af eridos pe la Dr.ª Maria Gorett y R. F erre ira
27
GR ÁFICO V
Méd ia s obti das n o s ubteste P ictór ico, p o r g énero
28
GR ÁFICO VI
Méd ia s obti das n o s ubteste Geométr ico, por g énero
28
GR ÁFICO VII
Distr ibu iç ão do s res ultad os no test e CT ONI total, por g rupo s
etários
30
GR ÁFICO VIII
Distr ibu iç ão do s res ultad os no s ubteste Pictór ic o por g rupos
etários
30
GR ÁFICO IX
Distr ibu iç ão do s res ultad os no s ubteste Geométrico p or
g rupos etário s
31
GR ÁFICO X
Distr ibu iç ão do s res ultad os no test e CT ONI por esco lar ida d e
32
GR ÁFICO XI
Distr ibu iç ão do s res ultad os no s ubteste Pictór ic o por
esco lar ida de
33
GR ÁFICO XII
Distr ibu iç ão do s res ultad os no s ubteste Geométrico p or
esco lar ida de
GR ÁFICO XIII
Distr ibu iç ão do s res ultad os no QI de ac o rdo com os va lores
normati vos j á af erid os para a p opu la ção do Co nce lho de
Loures
ÍNDICE ANEXOS
ANEXO A
E xemp lo do mo de lo de uma f icha de s in a li zaçã o dos
Prof essores titu lare s de turma e Prof esso res de Ap oi o
Educ ati vo das cr ian ç as com Nec ess ida de s Educ ati vas
Espec ia is
AN E XO B
Protoco lo d o teste C -T ONI
AN E XO C
E xemp lo do mo de lo da f icha de Ide ntif ic ação d os suj e itos da
amostra
AN E XO D
Autorização da Associação Projecto Jovem para recolha da amostra nas
escolas do Concelho de Vila Franca de Xira que participam na parceria
com a Instituição, ao abrigo da portaria 1102/97.
AN E XO E
Autori zaçã o para uti l i zaç ão do s dad os ob tidos n a T ese de
Mestrad o da Dr.ª Ma ria Gorett y R ibe iro
RESUMO
O presente estudo teve como objectivo primordial obter valores normativos, para
uma população com Necessidades Educativas Especiais (NEE) do Concelho de
Vila de Franca de Xira e compará-los com os já aferidos para a população do
Concelho de Loures, do Teste Comprehensive Test of Nonverbal Intelligence
(CTONI; Hammill, Pearson & Wiederholt, 1996), de acordo com a idade,
escolaridade e género.
Estudou-se uma amostra de 120 sujeitos (63 do sexo masculino e 57 do sexo
feminino), com idades compreendidas entre os 9 e os 12 anos que frequentavam os
4º e 5ºanos do Ensino básico.
Não se verificam diferenças significativas no que concerne à idade, escolaridade e
género, na nossa amostra. Foi elaborada uma Tabela de valores médios que
concilia o desempenho dos sujeitos consoante a idade.
Os resultados foram interpretados de acordo com a literatura e foram ainda
apresentadas sugestões para futuras investigações com este Teste.
Palavras-chave: Inteligência, Inteligência não verbal, Inteligência fluida e
cristalizada, Testes de inteligência, Q.I.
ABSTRACT
The main goal of this study was to obtain normative data based on a population with
Educational Special Necessities (NEE) of Vila de Franca de Xira and compare them
with a previous study of Loures’s population with the Comprehensive Test of
Nonverbal Intelligence (CTONI; Hammill, Pearson & Wiederholt, 1996), according to
age, education and gender.
A sample of 120 subjects was studied (63 male and 57 female), with ages between
9 and 12 years and they were in 4
thand 5
thgrade.
Age, education and gender significant differences were not found in our sample.
The results were understood according to the literature revised and suggestions for
future studies with those tests were made.
Key Words: Intelligence, non verbal Intelligence, fluid and crystallized Intelligence,
Intelligence tests, I.Q.
C API TU LO I
INTRODUÇÃO
O estudo das c orre laç ões entre a s f unções c og niti vas e as suas
bases b io lóg i cas as sumem um pape l pri vi leg ia do na n europ sico log i a.
Autores como B in et e Simon (1916), Spearma n (1923), Stodd ard
(1943), W echsler (1958), Gardner (1 983 ) (cit. por Gle itman, 1992), e
muitos outros tenta ram ao lo ng o do t empo, d ef inir o c o nce ito d e
inte l ig ênci a.
Inic ia lmente, a Intel i g ência era def in id a como uma capac id a de, mas
q uestion ou-se s e se rviri a un icame nte pa ra aprend er, para ra cioc in ar,
para e labor ar pens a mentos abstracto s o u para todos os f enómenos
em conj unto. Nã o e xisti a co nsen so n as várias pers pect i vas a bordad as
pel os
a utores,
até
q ue
T hornd ik e
(1977)
f az
uma
prime ir a
apro ximaçã o d ef inin do a Inte l ig ênci a c o mo sen do “… a q ua l ida de da
mente.”, q ue marca a dif erenças entre o s ind i víd uos (Gle itm an, 199 2).
Perante a g rande di f iculda de em def in ir este conc eit o era i mperati vo
criar instrument os q ue med issem a int e lig ên ci a. A lf red Bin e t in ici ou
(1857-1 911; cit. por Kamph aus, 199 3) a o estu dar a po ss ib il i dade de
criar um i nstrumento obj ecti vo de d iag nó stico, com o intu ito d e a va li ar
o n ível inte le ctua l de cada cri anç a em id a de esco lar.
Juntamente c om as demai s inf ormações org ani zad as pe lo p sicó log o,
os testes ps ico lóg i cos têm s ido ent end idos como in strumentos
au xil iare s de reco lh a de dad os, permit i ndo compre end er o prob lema
em estudo e a f acil i tar as tomad as d e d ecis ão. A áre a da a va l iaç ão
psic ol óg ica t em vi n do a s er ree strutur ada n as ú lt imas d é cadas em
Portug al, n a med id a em q ue se po de contactar um incre mento de
g abinete s de a va l ia ção ps ico lóg ic a, be m como um maior número de
trabal hos rea l i za dos em torno da obte nção d e va lores n o rmati vos
para a po pu laç ão Po rtug uesa (Ri be iro, 1 999).
Os esf orços intern aci ona is de org ani za ções como p or exemp lo
Americ an P sych ol o gic al Asso ci atio n ( APA, 199 9) no in tuito d e
g arantir f iabi li dad e e n íve is co nf iança n os instrume ntos de ava li ação
q ue possam s er con stru íd os e ut i li zad os , def endem q ue de verão ser
apl ic ados em co ntext o nac ion al, ind epen denteme nte do s testes
ava li arem inte l ig ênc i a, ou outro q ualq uer construto.
É a in da esp erado, q ue p adrõ es nac ion ai s de co nstruçã o d e t estes de
ava li ação q uer ps ico lóg ic a q uer neurops i col óg ica sej am esta bel ec idos
f uturamente, para q ue as neces si dad es do pa ís e a di ver si dad e
cultura l, q ue começ a a exist ir, poss am se r contempl adas.
A neces si dad e de ref lexã o e a certe za de q ue não e xis tem, em
Portug al, muit os te stes neuro ps ico lóg i cos af eridos p ara a nossa
popu laç ão, l e vo u a um estudo j á rea l i za do anter iormente ne sta área
de inter vençã o, p el a Mestre Mar ia Gor etty da S i l va R ibe ir o Ferre ira
(2005) n o q ual f oram uti li zado s os t estes C-T ONI e W ASI, na
tentati va nã o só de obter da dos normati vo s par a a pop ul açã o esco la r
do Con ce lho de L ou res, mas também de desmistif icar a i de i a patente
na af eriç ão Americ ana j á e xiste nte d e q ue as cri anç as d entro d a
mesma f aixa et ária e n íve l de ens in o teriam um QI nã o verb al
super ior ao d a po pu l ação p ortug uesa, o q ual não s e ver if icou .
O f acto de ter leva do a cabo um estág io aca démi co na As soci açã o
Proj ecto Jo vem, onde entre o utros testes, o teste C T ONI era
uti li zado, na s Esco l as de Ens in o Bás ic o de Vi la Fr anca d e X ira, no
intu ito de di ag nostic ar a e xi stênc ia, ou não, d e d éf ices c og nit i vos, e
de ver if icar o u n ão a e xistênc ia d e Ne cess id ades E ducat i vas
Espec ia is
( NE E)
nas
cri anç as
pre viamente
si na li zada s
pel o s
prof essores titul are s de turma e professores do a po io educat i vo,
le vou-nos a r ea li zar um estud o n a tentat i va de ver if icar se os val ores
obtid os para a uma pop ul ação com in dic ação de N EE da Esco la s
Bás ica Integ rada d o Bom Suc esso e da Esc ol a EB 2/3 D r. Vasco
Mon i z d o conc el ho d e Vi la Fr anca d e X ir a do teste de inte l ig ênc ia nã o
ver ba l: C-T ONI: C ompreens iv e Test of Nonv erba l Int el li gen ce,
poder iam ser med id os à lu z dos val ore s j á af eridos para o mesmo
teste, com cr ianç as a f req uentar os m esmos a nos de e sc olar id ade,
ref eridos no est udo do parág raf o acima menci onad o.
C API TU LO II
REVI S ÃO BI BLIOGR AF IC A
1. Conc eito de Intel igência
A i ntel ig ênc ia é um un ísso no d as f unções cog n iti va s ou d o
desen vo l vimento
d as
cap ac ida des
cog niti vas
h umana s.
Par a
Kla usme ier
(19 97,
cit.
por
Anast asi
&
Urb i na,
2000)
o
desen vo l vimento da s cap ac ida des huma nas é o pri nc ipa l obj ecti vo d a
educa ção e, ao mes mo tempo, é um pro cesso q ue d emora a nos até
ser comp letad o. E xiste um conj unt o mais importa nte d as f unções
cog niti vas como a Memória, D ec isão, Mo ti vaçã o e Ate nção.
Para B inet e S imon (190 5, 1 908, 191 1 , cit. por Dop pl elt, 1956) a
inte l ig ênci a é um atributo g eral q ue se manif esta em vári as esf eras
do f uncio namento co g niti vo. T a l con cepç ão con du ziu à con strução d e
um teste q ue abr an g ia vár ias áre as e i mpli ca va d if erentes taref as:
cop iar um de sen ho, repetir uma sér ie d e d íg it os, con hec er moedas,
exp lic ar abs urdos. O desempen ho d a c rianç a ne stes testes f ornecia
um resulta do comp ó sito.
Verif ico u-se po steri o rmente q ue esta medid a se corre lac io na va c om o
g rau de e ns ino das crian ças e c om a a va l iaç ão do prof essor f ace à
inte l ig ênci a d a cr ia n ça. A i nte lig ênc ia ta mbém pod e s er e xp ressa e
ava li ada em termos não verb ai s.
Ao long o do tempo os dif erentes autor es, ao def inirem i ntel ig ênc ia
f oram discorda ndo e m alg uns ponto s, ma s un íss onos em q ua i s são os
eleme ntos f undame ntais re lat i vos à d ef iniçã o da mesma, tornado
poss íve l res umir as suas op i ni ões co le cti vas. De uma f orma suci nta e
simp les, a int el ig ên cia é a ca pac ida de q ue os humanos tê m de ag ir
propos itad amente, d e pens ar raci ona lme nte, e de l id ar af ectivam ente
com o seu meio e nvo l vente. T ambém para Stei n (1967, cit. por
Sul l i va n & B url e y, 199 0) a i ntel ig ên cia é uma ca pac id ade, uma
hab il id ade, in ata ou adq uir ida, q ue n os p ermite de sen vol ver t ale nto e
aprend i zag em.
Uma outra conc epçã o, proposta por Gardner (1995) vêm, no entanto,
contrad i zer a s teor ias a nteri ores. S eg undo este ps icó log o
norte-america no, a inte lig ênc ia é a ca pac id a de q ue um ind i víd u o possu i
para reso l ver prob l emas e de ag ir nu m ou mais me ios c ultura is e
soci ai s.
Mas a ma is val ia q ue Gardner (199 5 ) acrescent a é o f acto de
cons iderar q ue à i ntel ig ênc ia estão in erentes vár ias f acetas, q ue
de vem ser ent end i das como ta lent os, capac ida des e ha bi li dad es
mentais. T ai s press upostos deram or ig em à teoria das Int el ig ênc ias
Mú lti pl as q ue de ac ordo com o autor, c ontempl a sete i ntel i g ências:
inte l ig ênci a lóg i co- matemática; i nte lig ênc ia musi ca l; int el ig ênc ia
corpora l-c inest ési ca; inte lig ênc i a espa ci al; i ntel ig ênc ia inter pesso al;
inte l ig ênci a i ntrapes soa l e int el ig ênc ia verba l.
Interessa ag ora co nsi derar q ue a int el ig ênc ia tamb ém pode ser
express a e a va l iada em termos nã o ver bai s. O f acto de nã o verba l
sig nif icar l itera lment e “não pal a vras”, o termo inte lig ênc ia n ã o verb a l
ref ere-se àq uelas f acu ldad es q ue e xis tem inde pend entem ente da
li ng uag em e, q ue d e a lg uma f orma, in crementam a cap ac ida de da
pesso a f uncionar i ntel ig entemente, (H orn & Catte l, 1966 ). Estas
capac id ades nã o verba is co ntrastam com as f acul dad es q ue são
iner entes à s verb ais , ou sej a, s intáct ica s, f onológ icas, morf ológ i cas,
g ramaticais e de vo cabu lár ios ta l como é manif estado n um disc urso
de compree nsã o, de produç ão, num te xto escrito o u l ido.
2. Os testes de Inte ligência
Inic ia lmente, os tes tes ps ico lóg ic os t in ham como f unçã o p rimordi a l
medir d if erenças en tre ind i víd uos o u en tre os seus comport amentos
f ace a d if erentes s ituaç ões, com o int uito de i dent if icar t odas as
pesso as q ue f ossem mentalmente retar d adas. Um outro as p ecto q ue
impu ls ion ou o dese nvo l vime nto in ic ia l dos testes ps ico lóg i cos f oi a
necess id ade d e a val iaç ão de ca pac id ades de a prend i za g em, q ue
emerg iu na ed ucaç ã o (Burtun, N aug le & Shuster, 1 995).
T emos então q ue, o s testes psi co lóg ico s nasc eram do s esf orços, em
org ani zar instrume ntos c ient íf ic os d e medi ção e est udo d as
dif erenças ind i vid u ais d a inte l ig ênc ia , com vi sta a a val iar três
dom ín io s:
1) Aj ustame nto ou a daptaç ão do in di víd uo a o me io pe lo q u e a
inte l ig ênci a é o g rau de adapta bi l ida de mental e da capa c ida de de
resol ver n o vos pro blema s e a no vas situ açõ es d a vid a, ou a
capac id ade de reorg ani zar os p adrõe s d e comportament o no senti do
de maior ef icá ci a e a deq uação a situ açõe s no vas;
2) Cap aci dad e de A prender, p el o q ue a inte lig ên ci a l ig a-se ao
g rau de educ ab il id ad e no seu s enti do ma i s amplo;
3)
Capac id ade
d e
Pensar
abstra cta mente,
pelo
q ue
a
inte l ig ênci a impl ica a uti l i zaç ão ef ecti va de c once itos e s ím bol os em
situaç ões vár ia s, no meadamente aq ue la s em q ue o problem a de verá
ser reso l vid o med i ante s ímbo lo s ver b ais ou numér icos ( Freeman,
1989).
Ao long o de to do o sécu lo X IX f oi pos s íve l testemun har um crescent e
interes se pe lo trata mento d e s eres hum anos com e vi dên ci a de atra so
mental, q ue até aq ui, eram e xcl u ídos da s oci eda de. A int enção de
serem estab el ec ido s cui dad os a deq u ados a ter com t odos os
ind i víd uos q ue ap resenta vam alteraç ões menta is, con du ziu à
construçã o d e cr itéri os un if ormes cap a ze s de id entif icar e c l assif icar
tais in di víd uos. Po r outro lad o, o a parec imento de in stitui çõe s
soci ai s, na Eur opa e nos Esta dos Un id os da Améri ca, q ue c u ida ssem
dos i nd i vídu os ment almente ret ardad os, aumentou a n eces s ida de de
serem estab el eci dos padrõe s de a dmis s ão e um s istema o bj ecti vo de
clas sif icaç ão de sses mesmos ind i víd uos.
Primord ia lmente, f oi def ini da a d estri nç a entre os suj e itos i nsano s e
os q ue sof riam de atraso menta l. Os primeiros apre senta vam
transtornos d e orde m emocion al, a os q uais po di am ou n ão estar
assoc iad a p erda int ele ctua l; os ú lt imos caracter i za vam-se p or terem
um def eito inte lect u al prese nte d esde o nasc imento, ou q ue se ti nha
evi denc ia do muit o c edo na inf ânc ia (Le vi n, 1987).
Esq uiro l (18 38) ver if icou a e xist ênc ia de vári os g raus de atraso
mental q ue variam conti nuame nte, da normal id ade à “id iot ia d e
q uali dad e inf erior” t endo co nc lu ído q ue é o uso q ue cada ind i víd uo
f az da l ing uag em, q ue determi na o crit éri o mais conf iá vel do seu n íve l
inte lectu al (c it. por F oucau lt, 19 77).
Seg uin (186 6-19 07 , cit. por F auc au lt, 197 7) rej e ita a id ei a
predom inant e de i nc urab il id ade d o atras o mental, e f unda a primeir a
esco la para a e du cação d e cria nças com atraso mental, ond e
impl emento u o método F isi ol óg ico de T reino. Este métod o visa va
treinar o s múscu lo s e os se ntid os da s crian ças com atra s o mental
para q ue lhes f osse poss íve l rea li za r exerc íc ios inten s i vos d e
descr imin ação s enso ria l e de d esen vo l vi mento de co ntrol o motor.
Os proced imentos l evado s a cab o por Seg uin (1 866-1 907 , cit. por
Fauca ult, 19 77) par a este propós ito, foram parte constit u inte do s
testes de de sempe n ho e dos test es nã o ver ba is de inte l ig ênc ia.
Contu do, f oi o b ió lo g o ing lês Fra nci s G alton, (188 3, c it. por Ana stas i
et al., 2000), r esp onsá vel pe lo apar e cimento do mo vim ento d a
apl ic ação de te stes , para c lar if icar a capac i dade i nte lec tual dos
ind i víd uos.
Galton (18 83, c it. po r Anastas i et a l., 20 00) ded ic ou g rande parte das
suas in vest ig ações ao est udo da here d itari eda de human a, o q ue o
le vou a i ndag ar h á c erca d a ne cess id ade de med ir as car act er íst icas
entre ind i víd uos co m alg um g rau d e parentes co e sem g rau de
parentes co. Importa ain da s al ie ntar q ue Galton (198 3) de sen vo l ve u
dif erentes méto dos estat íst ico s, para q ue f osse poss íve l an al isar os
dados o btid os s ob re as d if erenças entre ind i víd uos. Com est a
f inal idad e, s el ecc io nou e a dapt ou di v ersas té cn icas mat emática s,
para permit ir q ue q ualq uer i n vest ig ador sem f ormação m atemática,
pudes se tratar q uantitati vamente o s resulta dos de test es. Esta f oi
sem du vida um a d as g randes co ntrib uiç ões d e Galto n (1983) n o
desen vo l vimento es tat ísti co n a i nterpr etação de d ados, q ue f oi
conti nua da por mu itos outros a utores de q ue se destaca Karl
Pearso n.
Uma po siç ão, n ão menos importa nte , é atrib u ída ao psic ól og o
america no James McKee n Catte l l (1890 cit. por Catte l l R.B. 1963) n o
q ue se ref ere ao desen vol vime nto dos testes d e a va li açã o de
inte l ig ênci a. Fo i co m Cattel l em 1890 (cit. por Primi, S antos &
Vendr amin i, 2 002), q ue pe la prim eira ve z se ut il i zou a t ermin olog i a d e
teste mental na l iter atura ps ico lóg ic a.
T al como Galto n (19 83), também Catte ll (1963) pens a va ser poss íve l
obter uma med ida das f unções i nte lec tuais atra vés de te stes de
discr imi naçã o se nso ria l, asse ntand o no pressup osto q ue as f unções
simp les p od iam ser medid as com e xa ctid ão.
Poster iormente aos estudos de Ga lton e Cattel l, o ps ic ól og o f rancês
Alf red B inet (19 05, c it. por A lderto n & L a rson, 199 0) def ende u a id ei a
q ue todas as cr ia n ças q ue n ão corre spond essem à es co lar i zaç ão
normal, de vi am ser suj eitas a uma ava l iaç ão ante s de serem
excl u ídas da e sco la , e caso f ossem c l assif ica das c omo e ducá veis,
de ver iam ser i nteg radas em c lass es e spec ia is. Com o in tuito de
melhor ar as con di çõ es d as cr ian ças com atraso menta l, B in e t, tentou
j unto do Mi nistér io da Edu caçã o Pub l ica Fran cesa, a cr i ação de
no vas me di das q u e cu lmin ou n a f undaçã o de uma c omissã o
mini steri al p ara o es tudo de cr ian ças co m atraso mental.
Foi a su a nome ação para integ rar esta c omissã o e a co lab or ação de
Simo n q ue est i vera m na orig em da cri a ção d a pr imeira Esc ala B
inet-Simo n. A ref erida e scal a era c onst itu íd a por 3 0 subt estes q ue se
encontra vam
org an i za dos
p or
ord em
crescent e
de
g rau
de
dif icu lda de.
Este
g rau
de
dif icu lda de
de
cad a
subt este
f oi
determin ado emp iric amente, atra vés d a apl ic ação dos mesmos a 50
crian ças sa udá vei s, com idad es entre os 3 anos e os 1 1 anos, e a
alg umas cr ianç as e adu ltos c om atraso menta l. Esta esca la f oi
constru ída para a val iar um amp lo conj u nt o de f unções, dest ac ando-s e
a ca pac ida de de ra cioc ín i o e a cap aci dade de compre ens ão, q ue
seg undo B in et, são c ompone ntes i nd isp e nsá ve is à inte l ig ênci a.
Em 1908, é apre s entada a s eg unda esca la, cuj o o nú mero dos
subtestes f oi a umen tado. Foram e l imin a dos tod os os s ubte stes q ue
se re ve laram ins atis f atórios a med ir a in tel ig ênci a na esc al a in ic ia l, e
ag ruparam-se os r estantes, p or n íve i s de ida de com base no
desempe nho de 30 0 cria nças sau dá veis com i dad es c ompr eend id as
entre 3 anos e 1 3 anos. Ass im, todo s os subtestes res pond id os
correctamente, por 80 a 90% das cri an ças sa udá ve is c om 3 an os d e
ida de, f ormam o n ível d os 3 anos; o n ív el d os 4 anos é com posto p or
todos os su btestes ig ualme nte res ol vi d os pe la s cr ianç as s audá vei s
com 4 anos d e ida d e; e ass im suc ess i vamente até a o n íve l dos 13
anos. Era então pos s íve l e xpre ssar a p o ntuaçã o tota l d e um a cri ança,
na esca la comp leta, sob a f orma de um nível menta l q ue correspon di a
à ida de d as cri ança s saudá vei s.
Surg e em 1911, u ma terceira re visão da Esca la B inet- S imon q ue
abrang ia ag ora tamb ém, a ava l iaç ão de adu ltos. Os testes d e Bi net e
Simo n enten d iam a i ntel ig ênc ia como c o mpósita, o u sej a, se g undo os
autores para q ue f osse p oss íve l a va l iar a i nte lig ênc ia era ne cessár io
ava li ar o desemp en ho d o ind i víd uo em taref as muito dif erentes e
assim a inte l ig ênc ia medi da resu ltar ia d a rea l i zaç ão no con j unto d e
taref as propostas pe los itens.
Esta s itu ação l e vo u à seg u inte cl ass if ica ção de QI: e ntre 7 0-71 zona
lim ítrof e; entre 80-8 9 le nti dão; e ntre 90 -109 inte lig ên ci a no rmal o u
média; entre 1 10-1 1 9 i ntel ig ênc ia super i or; entre 1 20-14 0 int el ig ênc ia
muito sup erior; ac i ma de 140 g énio o u q uase g énio; aba i xo de 7 0
deb il id ade ment al.
Ao long o das vár ias ada ptaçõ es das esc ala s d e Bi net, o ter mo níve l
mental f oi subst itu íd o pelo termo i dad e mental. Fo i com T erman em
1916 ( Ana stas i et a l., 200 0), na Esc al a de Stanf ord-B inet , q ue se
f alou pe la prime ira vez em Quoc ie nte de Intel ig ênci a (QI), ou a ra zão
entre a i dade me ntal (I M) e a ida de c rono lóg ica (I M) d os suj eitos,
dand o orig em à f órmula d e cá lcu lo d o QI:
=
×
100
IM
IC
Ma is tarde os teste s desen vol vi dos por W echsler (1939) a doptam a
mesma ide ia de inte l ig ênc ia. Contu do, as escal as de W echsler (1958,
1981, 1 991) [W AIS para ad ulto s e a W ISC par a cri ança s] a presentam
va ntag ens em rela ç ão à Esca la Sta nf ord-Bi net pe lo f acto dos itens
estarem ag rupa dos em subtest es, os re sulta dos serem apre sentad os
em QI verbal, QI de real i zaç ão e QI g loba l e, cada um del es va i
exami nar oper açõe s mentais e spec íf icas (Le zak , 1995).
Seg undo E ng li sh e E ng lis h (19 58), um te ste nã o verba l não d eve usar
pal a vras q uer n a formulaç ão d o teste bem como n a res olu ção d e
q ualq uer it em do mesmo, ou sej a, não de ve ser o stentad o o uso d e
s ímbo lo s verb ais. É evi dente q ue a li ng uag em não po de s er el imin ada
totalmente de um te ste não verba l, por exemp lo, q uand o a lg uém está
a rea l i zar o teste “Peg Boar d” po de sempre verba li zar como va i
resol ver a taref a. Pode d i zer alt o o u em s il ênc io alg o como, “Eu
preci so de um preg o para co locar n o buraco red ond o”. P ara além
diss o, na mai ori a d os testes nã o verb ais sã o uti l i za das i ntrusões
ver ba is p or parte do e xami nad or, mas re q uerem q ue o e xam i nado dê
respostas não verba i s. Nos teste s nã o ve rbais o obj e cti vo é m in imi zar
o uso da l ing uag em, não a e lim ina ndo totalmente sempre q ue sej a
necess ári a para um melhor desemp enh o, sendo estes d e dois ti pos:
T estes de Perf ormance e T estes sem Li n g uag em.
Para W olman (1989) os T estes de Perf ormance min imi zam o uso da
li ng uag em na medi d a em q ue exig em do exami nado uma resp osta não
ver ba l e e n vo l vem com f req uência materia l ma is c oncre to, como
cubos ou tab ul eiro s (e.g . Peg Board). No ent anto, nos t estes de
perf ormance são da das instruç ões verb ais, imp lic and o p or parte do
exami nado uma res posta não verba l. São e xempl os comuns dest e
tipo de test es o Be nder Gesta lt T est f or You ng Ch i ldren (Kopp it z,
1975); o Detro it T es ts of Lear ni ng A ptitu de (Hamm il l, 1 991); o Matr ix
Ano log ie s T est ( N ag lier i, 1 985); o Sn i jders-Oomen Nonv erba l
Intel li genc e Test (S nij ders, T el leg en, & Laros, 1989) e o W echsler
Intel li genc e Sc al e fo r Chi ldre n-Th ird E dit ion (W echsler, 199 1).
Os T estes sem L ing uag em, como des cre vem Ana stas i (19 88) e A ik en
(1994, c it.
por An astasi et al., 200 0 ), são os q ue não util i zam
instruç ões n em respostas verba is d a do q ue poss uem aspecto s
aparent emente nã o ver ba is, send o estes testes ide ais p ara i ndi víd uo s
q ue f alem uma o utra l íng ua ou, i n di víd uos portad ores de um
moderado ou se vero def eito de aud içã o. São e xempl os dest e ti po de
teste o Arthur Ad a ptatio n of the Le it er Internatio na l Per formance
Sca le ( Arthur, 19 5 0) e o Test of N onverb al Inte ll ig enc e-Seco nd
Edit io n (Bro wn, Sh erbeno u, & Joh nsen, 1 990).
De acord o com Cro nbach (1 970, cit. po r Anastas i et al., 20 00), f oi a
necess id ade d e cria r testes q ue medissem melhor a inte l ig ênc ia e,
q ue pudes sem ser usado s na s el ecçã o de ori entaç ões voc aci ona is,
q ue le vou ao aba ndon o d a i de ia, d ef endida por B inet (cit. p or
Ald erton 199 0), de q ue a i nte lig ênc ia e ra um cap ac ida de u nitár ia e
úni ca, est ag nada e poss íve l de s er q ua ntif icada por mei o d e testes.
Surg e assim pe la primeira ve z o teste de Q.I. (Quocie nte de
Intel ig ênci a). No e ntanto, po demos c onstatar q ue dura n te todo o
sécu lo X X , vário s psicó log os e c ie ntistas d e outras áreas do
conhe cime nto, q ue critic aram os testes d e Q.I.
V yg otsk y (19 34, c it.
por Anasta si et a l., 200 0) crit ica f ortemente os
testes de Q.I pelo f acto de, para este autor, abordarem de f orma
errada a s área s de desen vo l vimento. P i ag et (1945, c it. por Anasta si
et al., 2000) d esen v ol veu uma teor ia as sentan do no pre ssu posto q ue
o imp ortante er a o racio c íni o e não as respostas da das no s testes,
i.e., o q ue de ve ser estud ado s ão as resp ostas erra d as e os
racio c íni os q ue c on du zem às mesmas. Ao cr itic ar o mo do como era
medid a a i ntel ig ênc i a, o pr ópri o co nce it o de i ntel ig ênc ia co ntido no s
testes de Q.I era ass im posto em ca usa.
Alg uns a utores tê m elabor ado d irect ri zes g erai s para o uso e
construçã o dos test es (Bro wn, 1990; B oone, 19 92; Pa sq ua li, 1 999;
W echsler, 1 999). Nos tra ba lho s d e W echsler (199 9), a a utora
sistemat i za ori entaç ões n eces sári as, e poss i ve lmente des c onhec id as
de determ ina dos pr of issio na is, para uma boa a p lic açã o e a va l iaç ão.
Promo ve a e sco lha adeq uad a do i nstru mento em dif erentes situaç ões
de a va l iaç ão, para além d e di scut ir alg uns pr inc íp ios de c onstruçã o
de testes ps ic ol óg ic os.
Actua lmente os test es ps ico lóg ic os s ão instrume ntos ut i li zados na
prática do ps icó log o e de outros técn ico s com o intu ito de f ornecerem
importante s inf ormações para a el abor ação de um d iag nó stico, a
q uando do proc ess o de aval ia ção, be m como na in vest i g ação de
q uais as mud anç as desen vo l vimenta is d os in di víd uos durant e o cic lo
vita l, a ef icác ia f ace aos dif erentes pr oc edime ntos ed ucac io nai s e a
inf luên ci a q ue os f actores ambi enta is e xer cem sobre o d es empenh o
humano. Par a q ue os testes sej am úteis e ef icientes, de vem atender
a determ inad as esp ecif icaç ões q ue co mprovem as s uas q ual id ades
psic ométric as, g aran tindo o rec onh ecime nto e cre di bi l ida de p or parte
da comun id ade c ie ntíf ic a.
CAPITULO III
OBJE C TIVOS DO E S TU DO
T odos os testes q ue sej am uti li zado s par a a va li ar as cap ac id ades n ão
ver ba is de vem satisf azer um rig oroso e adeq uad o critér io té cnic o no
q ue
conc erne
à
va l id ade,
inf ormaç ão
n ormati va,
mé todo
d e
aprese ntar os resu l tados, e o n íve l d e conf ianç a. Uma ve z q ue o
CT ONI é um te ste d e or ig em americ ana, e p el o f acto d e ter seg uid o
os critér ios esta be l eci dos pe la A PA p ara a sua norma li z ação, a
real i za ção d este est udo p il oto te ve c omo obj ecti vos pri nc ipa i s:
1) Obtenção de va lores normati vos para um a po pu laçã o s in al i za da
pel os prof essore s ti tulares de turma e prof essores de ap oio
educat i vo par a a val i ação ps ico lóg ic a co m o i ntuit o de de sp i ste
de déf ice cog nit i vo (Nec ess ida des E ducat i vas Esp ec ia is -
NEE), d o co nce lho de V i la Fra nca de X ira, no t este de
inte l ig ênci a não verb al CT ONI.
2) Dar resp ostas às s e g uintes q uestões:
•
E xi ste um ef eito de g éner o, de id ades e/ou d e
esco lar ida de n os val ores tota is obti dos n o teste a pl ic ado
às cri anç as s ina l i za das como sup ostas NEE do Co nce lh o
de V il a Franc a de X i ra;
3) T er como ref erência os val ores af eridos para a pop ul açã o e scol ar
saudá ve l d o co nce lh o de Lo ures, d o test e CT ONI p el a Dr.ª Mar ia
Goretty da S il va R i beir o Ferreir a, e verif icar se os resu l tados
obtid os na noss a a mostra podem ser compará ve is c om o s da
amostra acim a ref erida.
C APÍ TU LO IV
MÉTODO
1. Am ostra
A amostra f oi co nsti tu íd a p or 12 0 s uj eit os q ue f req uentam o s 4º e 5º
anos de esc ol ari da de das esco la s das Escol a Bás ica Inte g rada do
Bom Suc esso e Es c ola Bás ic a Dr. V asc o Mo ni z, no Conc el h o de V i la
Franca d e X ira, sin al i za das pr e vi a mente com dif icu l dades de
aprend i zag em, pe los prof essores titu lare s de turma e pr of essores do
apo io ed ucat i vo (A ne xo A). Os suj eit os tinh am entre 9 anos e 0
meses e 12 a nos e 1 1 meses.
2. Material e Instru mentos
2.1. Instrumento utilizado no n oss o est udo:
Compreh ens ive Te s t of No nverb al Int el li gen ce ( C-T ONI; Hammi l l,
Pearso n & W iederho lt, 1996).
Descr içã o:
É co nstit u ído por 6 subte stes (a na log i as p ictór icas e g eo métricas;
categ orias
p ictór ic as
e
g eométricas ;
seq uências
p ict órica s
e
g eométricas) (f ig ura IV.). Os subtestes medem a cap ac ida de cog niti va
não verb al, atra vé s do raci oc ín io a nal óg ico, da c la ss if icaçã o
categ oria l e do ra ci o c ín io s eq uenc ia l.
O C-T ONI não req uer q ualq uer capa c ida de motora comp l exa n em
nenh um i di oma f al ado, d esti nan do-se a ind i víd uos co m ida des
compreen di das e ntre os 6 e os 18 a nos.
Figura I: Ana log i as Pictór ic as e Geométricas (e xempl o A), categ oria s
Pictór ic as e Geom étricas (e xemp lo B ) e seq uênc ias Pic tóricas e
Geométricas (e xemp lo C) d os sub te stes do CT ONI.
Exempl o A
E xemp lo B
Exemplo C
Retirado de Hammil et al., 1996, p. 9 Retirado de Hammil et al., 1996, p. 8
Obj ecti vo d a sua ut i l i zaç ão:
1) Aced er às cap ac ida d es inte le ctua is do s i ndi víd uos;
2) Fa zer a comp araçã o entre as cap ac id ades inte lectu ais n ão
ver ba is;
3) Determi nar o QI Não Verba l.
Apl ic ação:
Foram ap l icad os o s subteste s do CT ONI seg uin do as i nstruçõe s
inscr itas n o manu al : os ind i víd uos q ue constitu em a pop u laç ão do
nosso e studo f oram ava li ados ind i vid ua l mente.
Reg isto:
O reg isto f oi ef ectuado de ac ordo com o protoco lo do teste CT ONI,
aprese ntado em ane xo ( Ane xo B).
Cotaçã o:
T odos os s ubteste s são a dmin istra dos até ser at ing id o o Ef eito de
T eto (i.e., 3 erros e m 5 res postas seq u enc ia is). T al como é descr ito
no man ua l ( Hammi l l, P earso n & W iederho lt, 19 96) f oi at ribu íd o 1
ponto por c ada r es posta c orrecta até ser ati ng ida a zona de T ecto
(pontuaç ão má xima ig ual a 25 para c ad a subteste). N a tabe la I pod e
ser obs er vad o um e xem pl o de como s e apl ic a o Ef eito d e T ecto na
cotação dos su btest es.
Tabela I: E xempl os de Ef eito T ecto
Retirado de Hammil et al., 1996, p. 12
Tempo de Admi ni stração:
Seg uin do o s aut ores do teste CT ONI nã o f oi impo sto ne nhu m tempo
lim ite p ara ap l icar este teste. Emb ora de um modo g era l o tempo
uti li zado p ara adm i nistrar os s eis s ubt estes var iou e ntre 40 a 60
minutos.
Vanta gens e l imitaç õ es:
Os resultad os do te ste do CT ONI em primeiro lug ar têm si do muit o
úteis na estimat i va da inte l ig ênci a d e in di víd uos q ue ap resentam
dif icu lda des de l i ng uag em ou ao n íve l da motric ida de f ina. P a ra estes
ind i víd uos, o u so d a li ng uag em ou de um a respost a motora c omple xa,
revel a q ue a maior ia dos teste s de c apac ida des menta is podem
resultar numa sér ia inc ompreen são da s ua inte lig ên ci a. T al situaç ão
pode co ndu zir a f als os d iag nóst ico s, a f a lsas i dent if icaçõ es, esco lhas
erradas, ba i xas e xp e ctati vas, e a outras conseq uê nci as i nde s ej á ve is.
Em seg undo lug ar, os resu ltad os do desempe nho dos suj eito s
exami nado s po dem ser compar ados com outros re su lta ntes da
Intel ig ênci a verba l ou g era l. Uma g rande d is crepâ n cia entre
Intel ig ênci a V erba l e Nã o V erba l é um f orte indi cador de p robl emas
de co nstit uiç ão do e xam inad o, impl ic ando acu id ade s se nsori ai s
(ou vir, ver), alter a ções d e li ng uag em (af asia, inc apa c ida de d e
aprend i zag em, autis mo), e xper iên ci as d e pr i vaç ão o u d ano cerebra l.
A presen ça de d iscr epânc ia s é sempre d e interes se cl ín ic o e um sina l
para a n ecess id ade de um di ag nósti co mais apr of undado ( Otf ried &
Strauss, 19 98).
Em terceir o l ug ar, este teste é uma ma i s val ia como instru mento de
pesq uis a. Os resu l tados p odem ser usado s em pesq u i sas q ue
impl iq uem o estu do natura l de Int el ig ênc ia, a a va li ação de
capac id ades n ão ve rbais as soc iad as ao sucesso ac adém ic o, e em
vár io s prog ramas d e i nter ven ção para competê nci as não verba is.
Contu do, p ara q ue s ej a pos s íve l tir ar co ncl usões par a d iag n óstico, é
necess ári a a ap li caç ão de testes cog n iti vo s ad ic ion ais q ue meçam a
capac id ade inte lect u al verb a l (i.e., W ISC-III) (Caplan, 1 983).
3. Proce dimento
Popu la ção:
Foi c onstru íd o um q uesti onár io c om o in tuito de r eco lher inf ormação
relat i va a os da dos biog ráf icos, nome ad amente o se xo dos suj eitos,
ida de e g rau de esc olar id ade ( Ane xo C). Poster iormente f oi apl ic ad o
nas esc ol as o teste pre vi amente d escrit o .
A ap l ica ção do tes te f oi f eita ind i vid ualme nte n uma s al a ced i da
g entilment e
pel as
escol as,
sendo
q ue
as
crianç as
eram
encam inha das p el os prof essores.
Uma ve z reco lh ida a amostra, f oi util i za do para o tra tamento
estat íst ico d os dad o s o prog rama SPSS 11.5, com o apoio do corpo
de In vest ig ação d a A ssoc iaçã o Proj ecto J ovem (A.P.J).
4. Limitações d o Método
Este est udo apres enta a lg umas lim itações no q ue c on cerne à
metodol og ia q ue de v em ser ref eridas:
1. Sel ecçã o da amo stra: Os 120 suj eit os i ncl u ídos n este estu do
(não repres entati vo s de toda a popu l ação de cr ianç as q ue
f req uentam os 4º e 5ºanos de esco l arida de das es co las do
Conc el ho de V il a Franca de X ira, mas repr esent ati va da
popu laç ão d e cr ia nças s in al i za das com dif icu ld ades de
aprend i zag em) têm entre 9 anos e 0 meses e 12 an os e 11
meses, torna ndo-s e por iss o p ertin ente al arg ar este estud o a
n ível de outras reg i ões, com cri ança s q ue preen ches sem os
mesmos critér ios d e inc lus ão.
2. Per íodo es co lar: T en do em conta as inter rupções p ara f érias ao
long o do a no le cti vo e o tempo dispe nd i do na adm in istraçã o do
teste, pode const itu i r um f actor de envi e samento d os resu lta dos
na med id a em q ue: por um la do as cr ian ças j á t estada s d ura nte
o per íodo d e f érias poderã o ter transmit ido a lg uma inf ormaç ão
do conte údo d o test e, contrib ui ndo d est a f orma para uma
pré-aprend i zag em da re sol ução do mesmo; por o utro lad o a lon g a
duraçã o no q ue concern e à admin ist ração do teste po de
pro vocar a lg um cans aço, q ue por sua ve z p ode c ondu zir a u ma
dimi nu içã o dos n íve i s de atençã o e conc entração, p ode ndo t al
le var a resu ltado s menos f ided ig nos.
CAPÍTULO V
RES UL T ADO S
1. Popul ação
Foi c onstru íd o um q uesti onár io c om o in tuito de r eco lher inf ormação
relat i va aos da dos d emog ráf icos, nomea damente o s e xo dos suj e itos,
ida de e g rau de es co lar ida de.
1.1. Amostra, critér i os de i nc lusã o e de excl usão
A amostra deste e studo surg e no âmbito do e stág io ac adémi co,
real i za do na Assoc ia ção Proj ecto J o vem, no a no le cti vo de 2 003/20 04
q ue cons isti a, na a val iaç ão, de sp iste e encam inham ento d e crian ças
sin al i za das p el os p rof essores titul ares de turma e prof essores de
apo io educ ati vo d e alu nos com N eces si dades E ducat i vas E spec ia is
(NEE), da s esco las do conce lh o de V il a Franc a de X ira (Escol a
Bás ica Integ rada do Bom S ucess o e Es c ola Bá si ca Dr. V asc o Mon i z).
Fi zeram parte deste estudo 12 0 cr ianç a s, de amb os o s se xos, com
nac iona l id ade portu g uesa, tend o s id o in clu íd os to dos os suj eitos q ue
esta vam s in al i za do s como NE E a f req uentar o 4ºe 5º anos de
esco lar ida de, com i d ades c ompreen di das entre os 9 a nos e 0 meses e
os 12 an os e 11 mes es.
Das 120 cria nças q ue comp õem a nos sa amostra 57 s ão do s e xo
f eminino (47, 5%) e 63 são d o se xo ma scul in o (52,5%), co m idade s
compreen di das e ntre os 9 e os 12 a nos.
Tabela II: D istri bu iç ão da p opu laç ão de estudo p or g rupos et ários
Re lati vamente à es col arid ade, a no ssa amostra distri bu iu- se em 2
g rupos, dos q uais 29,1% (N=35) f req uenta vam o 4 ano e 70,9%
(N=85) f req uentava m o 5 ano. Podem os obser var na tab ela II a
distr ibu içã o da amos tra por ida de e a nos de esco lar id ade.
Tabela III: D istrib ui ç ão da p opu laç ão de estudo p or id ade e
esco lar ida de
X2 = 1 2 9 , 3 1 , p = 0 , 0 0
Como s eria de esp e rar enco ntramos o g rupo d e cr ianç as ma is n o vas
no 4 ano e ne nhum a com mais de 10 anos. No g rupo do 5º ano a
distr ibu içã o é ma is heterog én ea, temo s 2 s uj e itos c om 9 ano s, 7
suj eito s com 12 ano s, sendo q ue o mai or número s e enc on tra entre
os 10 e 11 anos.
Podemo s a in da obs ervar como se d istri bu ír am os suj e itos da n oss a
amostra em relaç ão ao g énero e idad e (T abe la IV).
Idade N Percentag em
9 37 30,8%
10 45 37,5%
11 31 25,8%
12 7 5,8 %
Es c o l a r i d a d e I d a d e 9 1 0 1 1 1 2 4 3 5 0 0 0 5 2 4 5 3 1 7Tabela I V: Di strib uiç ão da p opu laç ão de estudo p or se xo e id ade
X2 = 9 , 5 9 , p = 0 , 2 2
A d istri bu ição das crian ças por g énero e idad e mostro u d if erenças
sig nif icat i vas, pe lo q ue os r esu ltado s obt idos no s test es serã o
também aval ia dos e m f unção do g énero.
2. Dado s obtid os n o C TONI
O teste CT ONI f oi apl ic ado a to das as cria nças q ue c onst itu ír am a
amostra de ste e stu do. Uma ve z q ue se prete nd ia verif ic ar se as
var iá ve is g éner o, id ade e esc ol ar ida de
inf lu enc ia va m o se u
desempe nho, te ndo sid o os resu lta dos tr atados s epara damen te, como
se apres enta na s se cções q ue se seg ue m.
2.1. Compreh ens ive Test of No nverb al In tel li genc e: CT ONI
Os 120 ind i víd uos q ue real i zaram tod os os subteste s d o CT ONI
aprese ntaram um re sulta do br uto tota l médio ( M) de 6 2,87 com um
des vio pa drão (D P) de 13,38, cuj o va lor mín imo f oi de 30 e o va lor
máximo de
110. No subteste Pict óric o, os in di víd uos obt i veram um
resulta do tota l méd io d e 31,6 3
com u m des vi o pa drão d e
3,03,
var ia ndo entre 15 e 55. P or o utro l ado , no su bteste Ge ométrico o
resulta do total méd i o f oi d e 3 1,23 com um de s vio padrã o de 7,9 0,
sendo o va lor m ín im o obti do de 1 0 e o m áximo d e
65.
S e x o I d a d e 9 1 0 1 1 1 2 T o t a l M a s c . 1 9 3 0 1 3 1 6 3 F e m . 1 8 1 5 1 8 6 5 7 N 3 7 4 5 3 1 7 1 2 0
A d istr ibu içã o d a po pul ação seg ue uma cur va norma l n o test e f ina l e
subtestes (CT ONI:Z =1,07, p=0, 19; test e de K olmog oro v- S mirno v Z;
Subtest e P ictóri co: Z= 1,10, p=0,17; tes te de Ko lmog oro v-S mirno v Z;
Subtest e Geométr ic o: Z=1,05, p=0,2 1; t este d e K o lmog oro v-Smirno v
Z), tal como se c ons tata nos g ráf icos I, II e III.
Gráfico I: Distri bu iç ão da p ontuaç ão bru ta total obt ida no tes te
CT ONI
110,0 105,0 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 30 20 10 0 R e s u l t a d o s t o t a i s d o t e s t e C T O N I Média=62,87 DP=13,38 N=120 Z= 1,07 p=0,19Gráfico II: Distrib ui ç ão das n otas bruta s obtid as no s ubteste
Pictór ico
55,0 52,5 50,0 47,5 45,0 42,5 40,0 37,5 35,0 32,5 30,0 27,5 25,0 22,5 20,0 17,5 15,0 30 20 10 0Resultados totais nos subtestes de QI pictórico
Gráfico III: Distrib ui ção das notas brut as obtid as no su bteste
Geométrico
65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 50 40 30 20 10 0Resultados totais nos subtestes de QI geométrico
Média=31,63 DP=3,03 N=120 Z= 1,10 p=0,17 Média=31,23 DP=7,90 N=120 Z= 1,05 p=0,19
Ca lcu lamos tamb ém, de acor do os va lo res normati vos af eridos p el a
Dr.ª Mar ia Gorett y R. Ferre ira, o QI não verba l d esta po pul ação.
Verif icamo s q ue os va l ores obti dos no n osso estud o a prese n tam uma
M=10 2,9 DP= 15,44 seg uind o a d istri bu i ção q ue pod e ser o bser vad a
no g ráf ico IV.
Gráfico IV: Distr ibu i ção por QI, de acord o com os va lores
normati vos af eridos pel a Dr.ª Mari a Gore tty R. Ferre ira (2 005 )
15 5,0 15 0,0 14 5,0 14 0,0 13 5,0 13 0,0 12 5,0 12 0,0 11 5,0 11 0,0 10 5,0 10 0,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 30 20 10 0 R e s u l t a d o s p o r Q I s e g u n d o o s v a l o r e s n o r m a t i v o s d a D r . ª M a r i a G o r e t t y R . F e r r e i r a ( 2 0 0 5 )
3.Influência d as var iáveis se xo, idad e e escolarid ade n o C TO NI
Ef eito de g énero:
Quando compara da s as su as méd ia s na po ntuaç ão tota l, não s e
ver if icou uma d if erença s ig nif icat i va entre rapa zes e rapar ig as,
respect i vament e M= 63,21 e 62, 49 com t= -0,29 para p =0,77 n.s. O
mesmo se ver if ico u q uando c ompara das as mé di as obt ida s nos
subtestes P ictór ico e Geométrico, nom eadame nte M=3 1,29 e 32,02
com t= -0,56 p ara p =0,41 n.s e M=31, 92 e 3 0,47 com t=1 ,00 p ara
p =0,89 n.s. (g ráf icos V e VI).
Média=102,9 DP= 15,44 N= 120 p= 0,5
Gráfico V: Mé di as o btida s no su bteste P ictór ico, por g énero
57 63 N = SEXO feminino masculino S u b t e s te p ic tó ri c o 60 50 40 30 20 10 41 22 2 35 36 46Gráfico VI: Méd ia s o btida s no su bteste G eométric o, por g éner o
57 63 N = SEXO f eminino masculino S u b t e s te g e o m é tr ic o 70 60 50 40 30 20 10 0 24 2 35 31
Ef eito da i dad e:
Para an al is ar se e xistem d if erenças s ig nif icat i vas e ntre o s g rupos
etários, bem como entre os n íve i s de esc ol ari dade, f ace ao
desempe nho n o test e CT ONI e se us s ub testes, ef ectuámos a an ál is e
de var iâ nc ia a um f actor (One W ay A N OVA). Os va lore s médio s e
des vios p adrão pod e m ser obser vad os na tabel a V.
Tabela V: Va lore s médi os obt ido s no test e CT ONI por g rupo etário
T e s t e s N I d a d e M D P F T e s t e C T O N I 3 7 4 5 3 1 7 9 1 0 1 1 1 2 6 4 , 0 0 6 2 , 4 4 6 1 , 3 5 6 6 , 2 9 1 0 , 3 1 1 4 , 2 9 1 2 , 9 4 2 3 , 3 2 0 , 3 8 n . s S u b t e s t e C T O N I P i c t ó r i c o 3 7 4 5 3 1 7 9 1 0 1 1 1 2 3 1 , 5 7 3 1 , 1 6 3 1 , 3 9 3 6 , 1 4 5 , 9 2 6 , 8 9 7 , 2 7 1 1 , 4 5 1 , 0 4 n . s S u b t e s t e C T O N I G e o m é t r i c o 3 7 4 5 3 1 7 9 1 0 1 1 1 2 3 2 , 4 3 3 1 , 2 9 2 9 , 9 7 3 0 , 1 4 5 , 7 7 8 , 9 8 7 , 3 0 1 2 , 7 6 0 , 5 8 n . s N o t a : n . s = n ã o s i g n i f i c a t i v o
Não se ver if icaram dif erenças s ig nif icat i vas na s p ontua çõe s brutas,
entre os g rup os et ários (em ano s): C T ONI [F(3,116)=0,3 8,p=0,76],
subteste P ictór ico [ F(3,11 6)=1,04,p= 0,37] e subt este Ge ométric o
[F(3,116)=0,5 8,p=0, 62].
Verif ico u-se um me l hor des empen ho no s g rupos etár ios co m 9 e 12
anos no CT ONI total e no subteste Geo métrico. No su bteste Pictór ico
ver if icou-s e um mel hor desemp enh o co m a idad e. Contu do nenhuma
destas d if erenças f oi sig nif icat i va (g ráf icos VII, VIII e IX ).
Gráfico VII: Distr ibu içã o dos res ulta dos no teste CT ONI total , por
g rupos etário s
7 31 45 37 N = Idade em anos 12 11 10 9 T o ta l C T O N I 120 100 80 60 40 20 41 37 2 35 38 31 45 36 32 46Gráfico VIII: Distri b uiç ão dos re su ltado s no subteste Pi ctóric o por
g rupos etário s
7 31 45 37 N = Idade em anos 12 11 10 9 S u b t e s te P ic tó ri c o 60 50 40 30 20 10 14 41 35 36 46Gráfico IX: Distr ibu i ção dos re su ltado s n o subteste Geométr i co por
g rupos etário s
7 31 45 37 N = Idade em anos 12 11 10 9 S u b t e s te G e o m é tr ic o 70 60 50 40 30 20 10 0 31Quando corre lac ion á mos a p ontuaç ão ne stes testes com a id ade em
meses, também nã o encontramo s d if erenças s ig nif icati vas (P earson r:
CT ONI total r=0,03 n.s; su bteste P ict órico r=0,08 n.s; subteste
Geométrico r=0,12 n .s).
Ef eito de esc ol ari da de:
Não s e ver if icaram d if erenças s ig nif icat i vas entre o g rupo co m 4 anos
de esc ol arid ade e o g rupo com 5 ano s, respect i vame nte na p ontuaç ão
total ( M=64, 51, e M=62,1 9, com t= 0 ,86, p = 0,38 n.s) nem no s
subtestes
Pict óric o
( M=31,80,
e
M= 31,56,
com
t=-0,16,
p =0,86 n.s) e G eométric o ( M= 32,61 , e M=3 0,62, c om t=1,03,
p =0,18 n.s) (tabe la V e g ráf icos X , X I e X II).
Tabela VI: Va lores médio s obti dos n o te ste CT ONI por g rupos de
esco lar ida de
N o t a : n . s = n ã o s i g n i f i c a t i v o
Gráfico X: Di strib uiç ão dos res ult ados n o teste CT ONI por
esco lar ida de
85 35 N = Anos de Escolaridade 5 4 T e s te C T O N I 120 100 80 60 40 20 2 35 38 41 22 31 45 36 32 46 T e s t e s E s c o l a r i d a d e M D P t T e s t e C T O N I 4 5 6 4 , 5 1 6 2 , 1 9 1 0 , 2 7 1 4 , 4 7 0 , 8 6 n . s S u b t e s t e C T O N I P i c t ó r i c o 4 5 3 1 , 8 0 3 1 , 5 6 5 , 7 3 7 , 5 3 0 , 1 6 n . s S u b t e s t e C T O N I G e o m é t r i c o 4 5 3 2 , 7 1 3 0 , 6 2 5 , 8 0 8 , 5 8 1 , 0 3 , n . s
Gráfico XI: Distr ibu i ção dos re su ltado s n o subteste Pi ctóric o por
esco lar ida de
85 35 N = Ano de Escolaridade 5 4 S u b t e s te P ic tó ri c o 60 50 40 30 20 10 41 22 36 46
Gráfico XII: Distr ibu içã o dos res ulta dos no subte ste Geométrico p or
esco lar ida de
85 35 N = Ano de Escolaridade 5 4 S u b t e s te G e o m é tr ic o 70 60 50 40 30 20 10 0 31
Os ind i vídu os mai s esco lar i zad os o bti veram res ult ado s menos
ele vado s q ue os i nd i víd uos com inf erior g rau de esco lar ida de .
4.Distribuiç ão da p opulaç ão p or Perc e ntis
Ela boramo s uma t abe la d e Perc ent is , para con su lta po sterior à
apl ic ação d o teste (tabe la VII).
Tabela VII Perce ntis do desemp enh o no t este CT ONI
T E S T E S P E R C E N T I S 5 1 0 2 5 5 0 7 5 9 0 9 5 C T O N I 4 0 , 1 0 4 6 , 2 0 5 5 , 0 0 6 2 , 0 0 6 9 , 0 0 7 8 , 7 0 8 9 , 0 0 C T O N I P i c t ó r i c o 2 1 , 0 5 2 3 , 0 0 2 9 , 2 5 3 1 , 0 0 3 6 , 0 0 4 1 , 9 6 4 6 , 0 0 C T O N I G e o m é t r i c o 1 8 , 0 5 2 1 , 0 0 2 6 , 0 0 3 2 , 5 0 3 6 , 0 0 3 8 , 5 0 4 2 , 9 5
O f acto do teste CT ONI j á estar af erido para a po pu laçã o P o rtug uesa
e ter s er vi do de medid a d e val id aç ão p ara a n ossa amostra,
con vertemos os va l ores o btid os nos s uj eitos do nos so es tudo a os
va l ores do QI da am ostra j á af erida, por ida de.
Os result ados, ta l como as r espe cti va s médi as e des vi os padrã o,
podem ser o bser va d os na tabe l a VII, par a os g rupos etár ios.
Tabela VIII: Cál cu lo do QI, no teste CT ONI, de acord o com o s va lor es
j á af eridos para a po pul ação do C once lh o de Loure s por g rupo etário
I D A D E Q I ( N o r m a s j á a f e r i d a s ) D P F 9 1 0 1 1 1 2 1 0 4 , 4 9 1 0 2 , 7 6 1 0 0 , 4 2 1 0 7 , 1 4 1 1 , 8 4 1 6 , 4 7 1 4 , 9 5 2 6 , 6 6 0 , 5 6 n . s