CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ; EAESP - FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
DISSERTAÇÃO: A ESTRUTURA DE CAPITAL EM CONTEXTO INFLACIONÁRIO
ORIENTADOR: PROF. WLADIMIR A. PUGGINA
ALUNO: ROSA MARIA QUAGLlATO EGREJA CARMAGNANI
~ "'~ Fundação Getulio Vargas Escola de Administr'ação FGV de empresaS desaoPaulo
Bibliornca
I ~
I'--(S)
· $P-O o co1.1.-,-"L8'".••4·-6
J \.
À SYLVESTRE FERRAZ EGREJA E
À MEMÓRIA DE ORLANDO QUAGLIATO
AGRADECIMENTOS
Ao professor ERANCISCO S. MAZZUCA,.que me fez
tomar gosto pela Teoria de Finanças.
Ao professor WLADIMIRA.. PUGGINI1., não smnente por
ter colaborado e me incentivado na viabilidade e realização deste
trabalho, bem como, e acima de tudo, por ter sido responsável
direto p eLa conclusão deste curao , através da solidariedade f';
ÍNDICE APHESENTAÇJ\O
Objetivos
I PARTE - CUSTO DE CAPITAL
1 .. - O Cl'~-:;TO nl'~Cl\PI'l'l\f,(dcf:i uJç50)
1 . J - O CUS'J'O DF: Cl\PI'.I.'/\L 1Jl~ 'l'E:gCf~::UWS 1.;" - O CllSTO DAS AÇOE:S PREE'ERl<::NCIAIS
J.3 - 0 CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
1.l.1 - O CUSTO DOS LUCROS RETIDOS
a. O .HlOCi(ÜO de dividendos
b . ReLorno das debêntures mais um prêmio de risco
c. l\bordagem do CAPM
1.3.2. - O CUSTO DA NOVA EMISSÃO DE AÇÕES
1.3.3. - O EFEITO DOS IMPOSTOS PESSOAIS SOBRE O CUSTO DO
CAPITAL PRÓPRIO
1.3.4. - A DEPRECIAÇÃO
1.I~ - O CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL
1 I Pl\HT1<::- 1'::STRU'l'OR1\DE CAPITAL
2. - TEORIA DA ESTRUTURA. DE CAPITAL (introdução)
::-:. 1 • - l\130RDl\CEMDO LUCnO I,1:QUIDO
:.~. ~;~.- í\UU1<J)1\GEM ])0 LUCJ\O OPE:RACIONA.I~LJQUIIJO
:'.:~ •. _. 1\POF.ll1\Clõ:M 'l'I{!H1JClON1\L
:;: • ;J • - OS .f\10DELOSD8 .f\10DIGLIANIE MIJ~LER
::.4.1. .'- llTr'ÓTESES
:~. '1.2. - O VALOR DE UMA EMPRESA NÃO ALAVANCADA
2.4 .3. - O VALOR DE UMA EMPRESA ALAVANCADA.
::: • ,) • I} • - O CUSTO .f\1f~DIOPONDERADO DE CAPITAL
2.4.5.- O CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
;~. ·1 •
«. -
lU~l:'RF':SI~NTI\Ç)\OGH.ÁFICA DO CUSTO DO CAPITAL2.5.- RELAXANDO AS HIPÓTESES DE MODIGLIANI E MILLER
2.5.1.- IMPOSTOS PESSOAIS
:.~;. ~~.-- Cl\F~~')Cl.M1':NTO
2. ~~.:3. - CUSTOS DE FAL~NCIA
2.5.4.- CUSTOS DE FISCALIZAÇAo (agency)
2.6.- A ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL (conclusão)
2.7.- EVIDÊNCIA EMPíRICA
2.8.- DETERMINAÇAo DA ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL
2.8.1.- VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE DECISAo
2.8.2.- MÉTODOS DE AVALIAÇAo DA ESTRUTURA DE CAPITAL
III - PARTE - ESTRUTURA. DE CAPITA.L E INFLAÇAo
3.1.- O ESTUDO DE MODIGLIANI E COHN
3.:~. - ES'J'HU'l'URADE CAPITAL E INFLAÇAo NO CONTEXTO
FR1\SIl .•l':IRO
3.2.1.- O CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS E INFLAÇÃO
3.2.2.- O CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO E INFLAÇAo
3.2.3.- O CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL E INFLAÇÃO
3.2.4.- CONCLUSÃO
13lPr.TOCrmF'Il\
APRESENTAÇÃO
Se nós observarmos a evolução da teoria
financeira, vamos per c eber que ela se desenvolveu de acordo
com a s necessidades e exigências impostas por novos contextos
c conôm í.co s e emp r e sa.ría ís .
Brevemente, podemos descrever as etapas
reLev an tes pelas quais caminhou a teor ia financeira. (1)
No inicio do século a formação da D.S. Steel
(1900) iniciou uma tendência à. ênfase de fusões e
consolidações. Nos anos 20, o interesse se deslocou para a
liquidez e o financiamento; e este interesse, em fins da
década, acabou recaindo sobre titulo s, notadamente as ações
ordinárias.
A depressão e os anos 30, focalizaram o
estudo de finanças sobre aspectos conservadores: preservação
da liquidez, falência, liquidação, etc.
Os relatórios financeiros tornaram-se mais
abrangentes revelando maiores informações e possibilitando
uma melhor análise do desempenho das empresas.
Ernbora o estudo do financiamento externo
fl':':'l', ai ud.i , Larqamont e de scr Lt Lvo , os f;JTI()~'l 40 (pór,-rJuerrb)
se caracterizam, também, por um maior aprendizado sobre a
análise de fluxos de caixa, o controle e planejamento desses
fluxos.
A partir de 1.950, com o surgimento de
sofisticados sistemas de informação (computadores), houve um
aperfeiçoamento nos processos de tomada de decisões. Por
\1(.,1\-;\ cid mo l.a do da dó cada, o or-c amcn l.o d(~ cfJpiUJI, crJ(r! í;nf;J;;t;
110 valor presente liquido, mereceu destaque pelos estudiosos,
reve Lando novas técnicas e métodos que determinassem um
Em 1.958, e posteriormente em 1.961, Franco
Modigliani e Merton Miller escreveram artigos em que faziam
uma avaliação cri tica da estrutura de capital e da política
de dividendos como componentes da avaliação da empresa.
Nunca antos, o pcnnnmont;o (Jc~Jdêm:i.c0 e prátLco
toi tôo oxp Los ivo como quando o ste s au LOr:ClS a.rg umen t;ararn que
"em mercados financeiros eficientes e sem imperfeições, o
(lt~.b.LU) e a política de dividendos não Ln.Lerf e r em no valor da cmp r e s a i " (2)
A análise clássica da teoria de estrutura de
capi tal de Modigliani e Miller marcou o começo da "teoria
financeira moderna". (3)
Nos anos 60 surgiu a teoria dos portfolios,
inicialmente desenvolvida por Markowi tz e aperfeiçoada por
S})a.r'p<:~, Lilltner, Mossin, Fama e outros.
o estudo conc cnt rado sobre teoria de
portfo].ios e mercados eficientes culminou no CAPM. Ainda nos
anos 70, BJ.ack e Scholes deram sua contribuição à teoria
fLnanc eí ra com o desenvolvimento do OPM..
Nos anos 80, houve avanços na ava Li.a.cão d(~
empresas em um mundo incerto, bem como com impostos pessoais
em coniunção com impostos corporativos.
importante
Contudo, a
fator que vem
inflação também tem sido um
interesse dos
direcionando o
teóricos e influenciando o comportamento das empresas. Este
novo ambiente, em que estão inseridas as empresas, tem
exigido mudanças na política e prática financeira.
Muitos estudos têm sido desenvolvidos,
revelando uma crescente preocupação com o tema. Todavia, a
complexidade da questão requer maiores avanços. E é
particularmente, no Brasil, . que este contexto se agrava, com
sua singular economia, permeada por indices explos i vos de
notadamente na financeira. Assim como em outras épocas, onde
;-\:,;; C01Hiicõcs ambienta 15 deLer mLnerarn o d1..Y'nc·j C)fJ,J]TI(!n t.o rj()
estudo das finanças, Conduzindo ã abertura de novos caminhos:
os atuais debates, reproduzindo esta tendência, vem responder
às exigências de uma nova realidade empresarial.
OBJETIVOS
Este trabalho se propõe à organizar e
th~ c.rp.i La I e à fazer uma ava Iía cão pre I trn.i na r do Lmpe ct.o déJ
inflação sobre a estrutura de capitaJ.
A maior parte da monografia é destinada à
revisão das principais idéias contidas na literatura sobre o
custo e estrutura de capital, pois somente com um amplo
entendimento do assunto, poderíamos obter uma base sólida
para analisar a estrutura de capital em contexto
in.1:Laci on ári.o •
A justificativa para meu jnteresse na questão
da problemática do efeito da inflaç~o nas decisões de
financiamento repousa não somente na contemporaneidade do
::iobretudo, na :3 II(j relevância para nÓG,
brasileiros.
Não há aqui, a pretensão, nem tampouco a
prcocup;·\çi'\o,em emí.t ír novos corrce i[:Of3 ou
conclusões definitivas. A proposta é organizar e avaliar as
idéias já existentes, permitindo uma melhor compreensão e
reflexão sobre o tema.
Espero que, através deste trabalho, eu possa
vir a colaborar com eventuais colegas que desejem dar
continuidade ao desenvolvimento deste inesgotável campo de
estudos.
METODOLOGIA
Toda a análise contida neste trabalho está
na seleção de textos referentes à inflação e estrutura de
capital, não há qualquer interesse em investigações
empiricas, já que o estudo se destina a ser essencialmente
teórico.
o
traba Lho e st á dividido em t.rê s parLe a : ()cus t o de capital, a estrutura de cap í.ta), (~ estrutura d(~
capital e inflação.
Como cada um destes tópicos são muito amplos,
1 O CUSTO DE CAPITAL
É amplamente aceito pelos teóricos e práticos
(i(' V:i.l)(lllca~, que o obi eti.vo dr) adm.in.Lstra c ão fLrrarrc eir a é f:l ma x .i111iza<.:âo do va 101:' da r Lque z a dos a c i.on.l s tas , OU, em outra s
palavras, a maximi zação do valor de mercado das ações da
Os proj etos de inves t í.mant;o adotados por uma
empresa devem proporcionar um aumento em seu valor; ou ainda,
devem trazer um retorno maior do que aquele exigido pelos
acionistas.
Qual a definição do custo de capital;? A taxa
minima de retorno para os investimentos, o limite máximo para
as despesas de capital, a taxa de retorno desej ada ou o
padrão financeiro? (4)
Todas estas aIternati vas embutem o conce í to
de custo de capital, todavia Copland nos dá a melhor
definição: "o custo de capital é a menor taxa de retorno,
aj us tada ao risco, que um proj eto deve cont e r, a fLrn de s o r
aceito pelos acionistas." (5)
Num mundo de certeza absoluta, o custo de
c"lpitaJ. é simplesmente igual à taxa de juros do mercado, e
todos os projetos de investimento que proporcionassem, com
certeza, um retorno maior do que esta taxa, deveriam ser
aceitos.
Em tal mundo hipotético, o retorno esperado é
tão certo e definido quanto o custo do capi tal relativo à
fonte de financiamento que exi.ja a mais r:í.gida obrigação de
pagamento desse financiamento, ou seja, os empréstimos puros.
l~, tambóm n ão surq LrLa o prob Lema das dLve zs as fo nLE![3 dE!
capital, porque num mundo de certeza absoluta, haveria pouca
Num mundo onde não há certeza dos retornos e
as várias fontes de recursos apresentam custos diversos, com
diferel~te~ impactos na quanti~ade
I
e_qUalidade .dos retornosaos ací.on í stas , o custo de capí taLn nâo pode, mai s , se basear
~\
na taxa de juros do mercado. ~)
o cus to global do C;.lpJ taJ cornpr ~;H~nd(! (JH
custos dos vários componentes de financiamento,
o
custo de capital deve ser calculado comoum;", mód i.a ponderada dos d.íver sos LLpos de corno um
investimento esteja sendo financiado. A lógica disto pode ser
explicada pelo seguinte raciocínio: Suponhamos que uma
empresa decide fazer um investimento utilizando somente
recursos de terceiros (empréstimos).
capital para
A
primeiraeste proj eto
vista, parece
seria o custo
que o custo de
da captação dos
recursos para financia-lo.
Contudo, a empresa está ut:i..Lizarido parte de
sua capacidade de endividamento, o que significa que ela está
esqotando parte de seu potencial para obter novo empréstimo
no futuro. Em determinado momento a empr esa terá que lanr;8 r
mào de capital próprio para evitar o uso excessivo de capital
de terceiros. Exemplificando: uma empresa vem financiando
seus projetos com empréstimos a um custo de 10~6, e tem
~"'bt.i.cio re t orno s da ordem de 12Yi. No ano sequ ínt e au rqe urna
oportunidade de investimentos com retorno esperado de 15í!;,
porém ela teria que rejeitar o investimento porque só poderia
financia-lo com capital próprio à um custo de 16%.
Pa r a Lmpod.l r e st a d í s t.orcüo , de vemo a e ce Lt.er
o pressuposto de que uma empresa tem vida infinita e,
1.1 - O CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS
Vamos nos concentrar apenas no endividamento
à longo prazo, partindo do pressuposto de que a empresa
f Lriancí.ar á um projeto de investimento, cujos beneficios 88
\.':~l ('lld<' \";\n dUr an b~ tIIU'I Lol:l \'H1CH~, com rr.~c u r r:(J I.l ',UJJlLl (j() g a If) rIfJO
pr a zo .
o custo que nos interessa é o custo real de
se tomar novos empréstimos, ou seja é o custo marq lnaI do
empréstimo.
o
custo das debêntures emitidas pela empresa pode ser definido como a taxa de retorno exigida pelo mercado, que iguala o valor descontado dos futuros fluxos de caixa, esperados, ao preço corrente de mercado do titulo. (6)Pode ser traduzido pela equação: '1'
13j ~'"L E (cupornjj + E (valor de face)
t
=
1 ------(1 +Kdj)t (1 + Kdj) T
onde:
E (cupom)
=
o pagamento de cupom esperado no ano t.E (valor de face)
=
valor de face esperadoT
=
número de anos até maturidade Bj=
valor de mercado do tituloApós calcular o custo efetivo do empréstimo,
é necessário ainda ajustar tal custo à aliquota do imposto de rcnda que incide sobre o lucro da empresa, pois os juros são uma despesa dedutivel, ou seja, o governo subsidia parte das despesas com juros.
o
custo após o imposto de renda (Ki) éKi
=
K (1 -Ã.d
onde:
K = custo do capital de terceiros antes do iljtwLe
Àc ;::::aliquota marginal do imposto de renda
1.2 () CUS'l'O 1)),'\8 AÇOE:S PHEE'E:JUi.:NCIAIS
A ação preferencial é um titulo hibrido, que contém caracteristicas de endividamento e de ação ordinária.
Como no caso dos empréstimos, preferenciais carregam um compromisso fixo sobre empresa sob a forma de dividendos especificados.
a ações parte da
o
retorno máximo para os acionistas detentores de ações preferenciais é limitado aos dividendos especificados e estes acionistas, normalmente, não tem direito a lucros da empresa que ultrapassem este valo!'.acionistas No caso preferenciais dos dos de liquidação, os tem prioridade direitos sobre os acionistas ordinários.
Como a ação preferencial não tem p.r:azode vencimento, seu custo será:
Kp == D
onde:
lo '"recebimento liquido da emissão
A empresa não pode deduzir os dividendos para fins de imposto de renda, portanto o custo da ação preferencial não necessitará de ajuste.
No Brasil, embora as ações preferenciais tenham prioridade de direitos em caso de liquidação; elas não possuem caracteristicas de endividamento, como no caso
;:lm<:~l"í.cauo • s(~ comportam, 110 mercado, como as ações ordLnárias
e geralmente, seus preços andam emparelhados com os destas últimas, exceto em alguns casos particulares~ como por exemplo quando há disputa por controle acionário e o aumento
na demanda por ações ordinárias (que tem direito à voto)
provoca uma diferença acentuada de preços entre os dois tipos de ações. Portanto, o retorno exigido sobre as ações preferenciais pode ser obtido da mesma forrna que o retorno exigido sobre ações ordinárias.
1.3 - O CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
o
custo do capital próprio é a taxa mínima de retorno que a empresa tem que conseguir sobre a parcela de um projeto de investimento financiada com capital próp ri.o , de:!llldlleiLaque o preço de suas ações não se altere. (7)
É a média ponderada dos diversos componentes do patrimônio líquido, sendo que todos esses componentes
estAo intimamente relacionados ao custo da corlla do capi.tal.
No caso de uma empresa de capital fechado e
com poucos proprietários, a determinação deste custo é simples, pois os acionistas terão condiçôes de exp Lí cí ter o
quaut.o desejam de re Lorno sobre o seu capí.taL, Em empzesa.s de
capitdl aberto, o custo do capital próprio torna-se, de longe, mais difícil de ser medido, pois há uma total
impossibilidade prática de se consultar todos os acionistas.
A alternativa é avaliar as taxas de retorno por eles exigidas
de forma indireta, ou seja, pelo seu grau de satisfaçâo com
re Lacão à empresa, traduzido no z eco rnc p:r:-opJ.c.Lado ["H:daf;J.çf:ío.
1.3.1. ~O CUSTO DOS LUCROS RETIDOS
As empresas obtém grande parte de seu capital
através da retenção de lucros.
Estes recursos, em sentido contábil,
não tem
mas, de fato, apresentam
um custo pelo fato de
utilizados para outros fins que
não o de custo algum, poderem ser acionistas. A
o
lucro líquido, administração pode literalmente, distribuir.: pertence dividendos aosreter os lucros para reinvestimento; se isto ocorrer, há um
custo de oportunidade envolvido: os acionistas poderiam
receber os dividendos e investi-los em outros titulas.
ou
Portanto, a firma deve obter um retorno sobre
0~~ Luc ros n~tidas, pelo menos, :Lgual àquele que seria obtido
pelos próprios acionistas em investimentos aIternati vos de
mesmo risco.
Se a empresa não tiver oportunidades de
investimento que rendam esta taxa requerida pelos acionistas
(ke), então ela deve distribuir os dividendos para que os
acionistas invistam, diretamente,
em outros ativos que
pror~orcionem este retorno.
Existem três principais métodos para se
a.· o modelo de dividendos
o
valor de uma ação para os Jnver;Li (}r)'((H, 6dado pe 1.() vaI or- "t:IJ HL do fJUXQ d,.' f""d i.Jn"11Lu" que lhe sêú
Po == ni + D2 D o: + (1. + l<e) (], + Ke) 2
--_._-._---
oc (1 + Ke) po == L --- _. t==l (1 + Ke)t onde: período tPo ee valor de uma ação no momento zero
Dt ::: dividAndo por ação previsto para o
empresa Ke - taxa de desconto apropriada ao risco da
Se os dividendos da empresa crescerem à uma
taxa constante g e admitindo que Ke > g, o preço da ação
será:
-...._----...
_---(Ke-g)
onde:
9 - crescimento esperado dos dividendos
Dl = dividendo por ação, esperado, no fim do
periodo A premissa expectativa de que os cri.tica dividendos deste modelo é a
por ação cresçam,
perpet uamente , à taxa composta g.
A dificuldade prática do modelo reside na
estimativa do fluxo de dividendos futuros esperados pelo
mercado.
Quando a empresa estiver experimentando taxas
de crescimento estáveis, pode-se usar estas taxas passadas
como projeção para o futuro.
Quando este não for
avaliar qual é o crescimento que
esperando; para os lucros da empresa.
o caso, é necessário
os investidores estão
b. Retorno das debêntures mais um prêmio de risco
Embora seja um procedimento eminentemente
subjet.ivo, muitos ana Li.stas têm estimado o custo dos lucros
retidos adicionando um prêmio de risco à taxa de juros do
endividamento'a longo prazo da empresa.
A lógica deste raciocinio está na maior
exposição ao risco sofrida pelos acionistas à medida que a
empresa aumenta seu endividamento.
de arbitrariedade,A aplicação deste método envolve um alto grauresultando em um Ke de dificiJ.
confiabilidade.
c.· Abordagem do CAPM
Segundo o CAPM - Capital Asset Pricing Model - a taxa de retorno exigida de uma ação será:
onde:
Rf
=
taxa de retorno livre de riscomercado Rm
=
taxa de retorno esperado da carteira do Rm - Rf == prêmio de riscoP
=medida do risco sistemático da ação.p
=
COV m,j') (J
onde:
COV m,j
=
covariância entre os retornos do ~ercado e os retornos da açãoNo contexto do CAPM, o único risco relevante, aquele para o qual o mercado atribui recompensa, é o risco sistemático.
11: aque l.e quo não podo I.w:r: ev:Ltndo Ij~!Ja
A relaçao entre ,a taxa de retorno exigida para a a cão e o seu coeficiente f3 é conhecida como reta do mercado de titulas (SML).
É linear e reflete uma relação positiva entre
O retorno exigido e o risco sistemático. Assim, o retorno
oxi.o ido ú a taxa Lí.vre de risco mais mIl prêmio pelo rí sco
sistemático.
Embora esta abordagem parece ser mais
npcopr:ind,\, há, ainda qrande dl r í.cu.ldadc em se estLma.r OfJ
valores das variáveis componentes do modelo.
Há incertezas sobre a ut í.Lí zacão das taxas oferecidas pelos titulas do governo como estimativas de Rf' É
dificil, também, estimar o ~ que os investidores esperam, da empresa, no futuro.
Em suma, os métodos apresentados para determinar a taxa requerida de retorno dos acionistas permitem uma aproximação, com um grau maior ou menor de
exatidão, dependendo da situação.
,,'
1.3.2. O custo da nova emissão de ações
o
custo das novas ações é mais alto do que o custo dos lucros retidos devido aos custos de transação envolvidos na emissao.Os custos de transação incluem despesas legais, contábeis, etc., e ainda uma compensaç ão paga aos bancos de investimentos que se encarregarao dos s serviços de underwriting.
O procedimento seguido para incluir os custos de transação no custo do capital próprio tem sido o de ajustar a taxa de retorno exigida. No caso do modelo de dividendos de Gordon a formulação seria:
+ 9
(1 - F) S
S
onde:
9 = crescimento esperado dos dividendos
1" ... montante, em val ore s mon eLário s do s
custos de transaçno
S = valor de mercado, corrente, do capital
próprio emitido
Dl = dividendos esperados no fim do per iodo
Contudo, Copland desaprova esta abordagem
argumentando que: ..."É incorreta porque, implicitament:p,
ajusta o custo de oportunidade dos fundos recebidos pela
empresa. O verdadeiro custo de oportunidade, determinado pelo
mercado n!o ê afetado pelos custos de transação de uma
empresa em particular."(8)
1.3.3. O efeito dos impostos pessoais sobre o custo do capital próprio
d conceito do custo dos lucros retidos, como
sendo o custo de oportunidade dos acionistas em investir seus
dividendos, foi definido anteriormente admitindo duas
condições: a inexistência de impostos sobre os dividendos dos
acionistas e a inexistência de custos de transação quando os
acionistas reinvestem seus dividendos. Considerado estes dois
fatos, o custo do capital próprio (ou lucros retidos) para a
Ke = K (1 - T) (1 - B)
onde:
K
=
taxa requerida de retorno, pelosacionistas
T = aliquota marginal do imposto sobre os
dividendos dos acionistas
B custo de corretagem em valores
percentuais
Além do imposto sobre dividendos, pode-se,
também, considerar o imposto sobre ganhos de capital, e a
formulação seria a seguinte:
Ke
=
onde:
Td = allquota do imposto sobre dividendos
Tg
=
aliquota do imposto sobre ganhos decapital
1.3.4. A depreciação
Existem autores que defendem a inclusão da
Para Brigham 000 "A depreciação tem um custo
que é, aproximadamente, igual ao custo médio ponderado de
capital, antes que o capital externo seja usado. Este custo é
baseado no custo de oportunidade para os investidores já
existentes, e não na taxa requerido pelos novos
investidores." (9)
o
argumento de Brigham se assenta na crençade que a empresa pode, se assim desejar, distribuir os fundos
gerados pela depreciação â seus acionistas, na forma de
di.v l.dcudo s o
Contudo, a posição de Brigham está
equivocada, pois a depreciação deve ser entendida como uma
despesa destinada a manter a mesma capacidade produtiva da
empresa.
Portanto, admitindo que a empresa terá vida
infinita, a depreciação não deve ser .i.ncluida no fluxo de
recursos que poderá ser distribuido aos acionistas, ou retido
para orçamento de capital.
1.4 - O CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL
Depois que os custos das diversas fontes de
financiamento foram determinados, deve-se ponderá-los de
acordo com suas participações no financiamento total e
calcular, então, o custo médio ponderado de capital.
WACC ,.,(1 - I..c) Kd B Ke
s
+
B + S B + S
WACC := custo·médio ponderado de capital
B
=
valor de mer~ado do capital de terceirosS = valor de mercado do capital próprio
13
---"'"participação do capi tal de terceiros
B +8 na estrutura de capital.
13 o ~)I ue ado s para determinar os pesos na
fórmula do custo médio ponderado de capital, devem ser
baseados em valores de mercado. Somente se os valores
contábeis forem razoavelmente pr óx í.mos aos valores de
mercado, então, poderão ser usados como urna aproximaçào. O
custo médio ponderado de capi tal é um custo marginal, ou
seja, é a média ponderada dos custos marginais de se obter
novos recursos.
o
custo marginal de cada ítem é o custo deuma unidade a mais deste ítem.
Para a empresa, não interessa quanto custou a
obtenção de seus recursos no passado, maa sim quanto é o
2. TEORIA
DA ESTRUTURA
DE CAPITAL
Uma das principais questões em finanças é a relação entre estrutura de capital e valor da empresa, ou seja, se urnaempresa pode afetar seu valor total e o custo de
:,0.\1 ci1pit:;)l, modi.f Lc ando a oompos icõ o do :Olf)U finiJnc:i.{)Tr!('!nto.
As aLterações no mix de financiamento devem ocorrer, por hipótese, por meio de endividamento e recompra de ações alI com emissão de ações e liquidaç~o de empréstimos.
A atenção estará voltada para o que acontece com o valor da empresa e o custo de capital, quando o grau de alavancagem varia.
Diversas teorias foram propostas e serão apresentadas as três principais, até 1.958: a abordagem do lucro liquido, a abordagem do lucro operacional liquido e a
.
abordagem tradicional.Em. seguida será est endida a análise à teorí a
de estrutura de capital proposta por Modigliani e Hille.r (1.958) que representou um marco na teoria financeira.
PRIMEIRAS TEORIAS
Em 1.952 David Duran identificou as três abordagens que eram defendidas pelos eSC:Litores atê então.
(10)
As diferenças entre elas resultam das hipóteses sobre como os investidores avaliam o capital de terceiros e o capital próprio da empresa.
Para facilitar, a alíquota do imposto de renda é suposta nula.
A hipótese básica desta abordagem é que, ~os olhos dos acionistas e credores, a empresa não se torna mais arriscada com a elevação do grau de endividamento. Os investidores capitalizam ou avaliam o lucro liquido da empresa à uma taxa constante Ke, e as empresas podem obter quantos empréstimos desejarem à uma taxa também constante Ki.
CUSTO DE CAPITAL VALOR DA EMPRESA
s
\,.•
'.'., K l---- ...-'---'---'-''-'-'.d W8CC 100% BIV KeJ---A
medida que a proporção de capital de t.o rceí.r os, que são mais baratos, vai auruent ando na estrutura de capi. tal da empresa, o custo médio ponderado de capLtal(WACCl vai diminuindo e se aproximando do custo do capital de
terceiros,
1\ implicação disto é que uma empresa pode, sempre, diminuir seu custo de capital e aumentar seu valor total com o emprego de recursos de terceiros, O valor máximo da empresa seria alcançado com 100% de débito.
Para melhor demonstrar a abordagem do lucro líquido considere o exemplo abaixo.
Uma empresa tem uma diví.da de
s
5.000,00, 'àesperados são de $ 1.000,00 e o retorno requerido pelos acionistas é de 10%. - VALOR DA EMPRESA. O Lucro operacional J Juros LL Lucro liquido Ke 'J'axn d(~ capitalização do capital.próprio 1. 000 250 750
S Valor do capital próprio B Valor do capital de
terceiros
0,10 7.500
V Valor total da empresa
5.000 12.500
A taxa de capitalização global da empresa é:
O 1. 000
K = = --- - 8 ~;
V 12.500
Para um endividamento de $ 6.000, o valor da empresa será: O Lucro operacional 1.000 F Juros 300 E Lucro liquido 700 Ke Taxa de capitalização do capital próprio 0,10
S Valor do capital próprio 7.000
B Valor do capital de
terceiros 6.000
A taxa de capitalização global da empresa,
o 1. 000
K
=
- --- -
7, 69%V 13.000
Preço da ação, com $ 6.000I 00 dE! d iví.da (!
? J~U i.1ÇÔU~3 existentes (recompra de 368 ações à $ 2,72
através de maior endividamento):
S 7.000
pa
=
=
=
$ 2,92N 2.393
Dentro da abordagem do lucro líquido, a
empresa é capaz de aumentar o valor de suas ações, através de
maior emprego de recursos de terceiros.
Esta abordagem é completamente irreallstica,
já que despreza totalmente o risco financeiro.
2.2 - ABORDAGEM DO LUCRO OPERACIONAL LiQUIDO
A premissa crítica desta abordagem é que
apresenta o custo médio ponderado de capital constante,
independentemente do grau de alavancagem. O cURto do capital
dl~ terceiros também é ad1nitido ser constante.
o
custo do capital próprio se eleva com aalavancagem, ou seja, os acionistas acreditam que maior
endividamento leva à um maior risco no seu fluxo de caixa. Um
maí.or emprego de recursos de terceiros, supostamente mais
CUSTO DE CAPITAL VALOR DA EMPRESA
s
BN
t- Kd
BN
Mantendo constantes os dados do
anterior e adotando uma taxa de capitalização global
10%, encontramos os seguintes valores para a empresa:
exemplo
(KO) de
o
Lucro operacionalK Taxa de capitalização global
V Valor total da empresa
B Valor do capital de terceiros
S Valor do capital próprio
F Juros E Lucro liquido 1.000 0,10 10.000 5.000 5.000 250 750
A taxa de capitalização do capital próprio é:
E:
750 Ke=
--- !:= --_...._--- :::: 15% (' 5.000 o Com $ 6.000,00 de endividamento:o
Lucro operacionalK Taxa de capitalização global
V Valor total da empresa
B Valor do capital de terceiros
S V~lor do capital próprio
F Juros E Lucro liquido 1.000 0,10 10.000 6.000 4.000 300 700
A taxa de capí.teí í zacão do capital próprio
será:
E 700
l{e = _..._----
=
---_
...•..=
17,5~;S 4.000
Preço da ação, com $ 5.000,00 de endividamento e 2.500 ações existentes:
S 5.000
l? = == •..
_--_
..._---
e= t· 2,00'.'
N 2.S00
Preço da ação cam $ 6.000,00 de endividamento
e 2.000 ações:
S 4.000
P = = ---
=
$ 2,°
ON 2.000
Este método implica que o valor dD. empresa
não é influenciado por sua estrutura de capital.
As decisões de financiamento seriam irrelevantes.
2.3 • ABORDAGEM TRADICIONAL
Segundo esta abordagem, montantes moderados de alavancagem não aumentam, visivelmente, os riscos dos acionistas e credores, de forma que Ke e Ki são relativamente constantes até determinado grau de alavancagem. Tanto
acionistas quanto credores, embora possam ter jUlqamentos sobre o nivel critico da alav~ncaqem,
cx.iq Ir maiores taxas de retorno após este nivelo
difer'entes
CUSTO DE CAPITAL VALOR DA EMPRESA
Ke
s
W8CC
' ..._ ,..,.,," Kd
- r
x BN
x
B/VPara mostrar a abordagem tradicional, considere o exemplo: Uma empresa tem um end.ívidamento de $
5.000,00 ã 5%; os lucros operacionais anuais esperados são de
$ 1.000,00 e a taxa requerida pelos acionistas é de 11%.
o
valor da empresa.o
Lucro operacional F JUrosE Lucro liquido
Ke Taxa de capitalização do capital próprio
S Valor do capital próprio B Valor do capital d terceiros V Valor total da empresa
1.000 250 750 0,11 6:818 5.000 11. 8J.8
A taxa de capitalização global da empresa é:
O 1.000
K "'" - --- - 8,46%
V 11.818
S 6.818
p
=
~ -•.,..•._..._...•' t!i! 'oo~ ?,27N 3.000
Valor da empresa, com $ 6.000,00 de
endividamento e taxa requerida pelos acionistas de 12%:
o
Lucro operacionalF ,Turos
E Lucro liquido
Ke Taxa de capitalização do capital
próprio
S Valor do capital próprio
B Valor do capital d terceiros
V Volôr totl.\lda empresa
A taxa de capitalização global:
K =
o
1. 000= --- -
8, 45% V 11.833 1.000 300 700 0,12 5.833 6.000 :l.J..833Preço da ação com 2.559 ações existentes
(recompra 441 ações à $ 2,27):
S 5.833
p
=
=
=
$ 2, 28N 2.559
Valor. da com
endividamento e taxa requerida pelos acionistas de 14%:
empresa o Lucro operacional F J'uros E Lucro líquido 'l •O00,00 1.000 350 650 de
Ke Taxa de capitalização do capital próprio
S Valor do capital próprio
B Valor do capital de terceiros
V Valor total da empresa
0,14 4.643 7.000 11. 643
A taxa de capitalização global:
K :=
o
1. 000== --- - 8, 59%
V 11. 643
Preço da ação com 2.119 açOes existentes
(recompra 440 açOes à $ 2,28):
S 4.643
P == == --- :::::
s
2,19N 2.119
De início, WACC diminui com a alavancagem
porque o aumento de Ke não absorve, inteiramente, o uso de
recursos de terceiros, que são mais baratos.
Além de um certo nivel, porém, o aumento
acelerado de Ke mais do que compensa a Vantagem da utilizac50
do capital de terceiros a, então, WACC começa a crescer.
o aumento do WACC se acentua quando Ki
começa, também, a se acelerar.
Portanto, esta abordagem implica na
ex í.s têncí a de uma estrutur a ótima de cap í tal (X) e a empresa
pode ter seu valor maximizado
adequado, ou o ponto mínimo
ponderado de capital.
com um grau de alavancagern
2.4 ..OS MODELOS DE MODIGlIANI E MlllER (MM)
As teorias apresentadas se basearam em proposições sobre o comportamento do investidor ao invés de
uma prova formal cuidadosamente construida.
Contudo, Franco Modigliani e Merton Miller direcionaram a questão da estrutura de capital para um rigoroso modelo cientifico.
o
modelo foi desenvolvido partindo das seguintes hipóteses, que posteriormente foram relaxadas:1. A.s empresas emitem somente dois tipos de
direitos: endividamento livre de risco e açbes.
2. As pessoas podem emprestar e pedir
emprestado 'a uma taxa liv:r:ede risco.
3. Os mercados de capitais são perfeitos. 4. Não há custos de falência.
5. Não há impostos pessoais.
6. Todos os fluxos do caixa são perpetuidades (Não há crescimento) .
'7.Todas as empresas estão na mesma classe de
t'i~3CO, ou seja, os fluxos de caixa liquidas opezací.onaí.s ,
.futuros, esperados, variam por, quando muito, um fator de
escala.
Matematicamente:
CFi := ')...CFj
CFi - fluxo de caixa liquido, das operações
da empresa i.
CFj :::::fluxo de caixa líquido, das operações
da empresa j.
A
= fator de escala, constante.Se dois fluxos de caixa diferem apenas por um
fator, eles terão as mesmas distribuições de retornos, o
mesmo risco e o mesmo retorno esperado.
Se uma empresa, não alavancada, possui fluxos
de caixa operacionais líquidos para um número infinito de
periodos, esperados não crescerem, então seu valor será:
E (FCF)
VU =
p
onde:
VU
=
valor de uma empresa não alavancadaE (FCF)
=
fluxo de caixa, disponível,perpétuo, após o imposto de renda.
p = taxa de desconto para uma empresa não
alavancada.
Este é o valor de uma empresa não alavancada
porque representa o valor descontado dos fluxos de caixa que
ela leria disponivel, se não tivesse endividamento.
Se os fluxos de caixa são admitidos ser
perpetuidades e não havendo crescimento, a depreciação se
manifesta na forma de investimentos a fim de manter a mesma
passa a ser igual ao lucro liquido operacional depois do imposto de renda. então:
E (FCF) E (NO 1 ) (1 - '" c)
VU =
p p
onde:
E (NOI)
=
lucro liquido operacional esperado'" c = aliquota do imposto de renda
Se a empze s a em.ltI r U.t.uJ.()S de détd.Lu, ()B
recursos disponiveis aos acionistas e credores serão:
lucro liquido + juros
=
Nr
+ rD, ()UNI + rD
=
NO! - rD - (NOI - rD) "'c + rDO valor de NOI (1 - '" c) I que é o fluxo de
caixa & uma empresa não alavancada, deve ser descontado à
taxa p ,
O valor rJ)",c deve ser descontado à taxa Kd ,
ou seja ao custo do capital de terceiros.
O valor de uma empresa alavancada será:
ID(NOI) (l-À,)
VL -- -I- ---- .•
--p Kd
Admitindo-se'que os fluxos são perpetuidades,
rD B _.
Kd onde:
B
=
valor de mercado do capital de terceirosreescrito como:
o
valor da empresa alavancada poderá sero
valor de uma empresa alavancada é o valorde uma emp resa não alavancada a.cr-e ao ído do ben~~f:(cio
proporcionado pela alavancagem através da dedutibilidade dos
juros para fins de imposto de renda (ganho da alavancagem).
Na ausência de impostos corporativos, () valor
da empresa é completamente .independente do tipo de
financiamento usado para seus projetos. Ou:
Se Â.c = 0, VL "" Vu
Este resultado é conhecido como "Proposição 1
de Modigliani e Miller: O valor de mercado de uma empresa é
independente de sua estrutura de capital e é dado pela
capitalização do seu retorno esperado à taxa apropriada, p,
para sua classe de risco."
2.4.1. - O CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL
A mudança no valor de uma empresa, I1VL, com
8VI.. (1 - Â. c) (AE (NOI) := ---,--- +
pAI
Para que o projeto de investimento seja aceito, ele deve satisfazer a seguinte condição:
>1 ou: (1 - Â.c) (8E (NOI) ---+ p8r Â. c L\B ---- >1 81 Rearranjando os termos: 8I ,1.B > p (1 - Â. c ----,1.1 (1 - Àc) (,1.E (NOI)
o lado esquerdo da equação é a variação do fluxo de caixa operacional líquido após o imposto de renda em relação ao investimento, ou seja é o retorno do projeto.
o
lado direito é o custo do capital aplicável ao projeto.Portanto:
L\B
WACC ::= p (1 - Àc ----)
Com impostos corporativos, o custo de capital
declina com o aumento da proporção de endividamento, devido
ao ganho da alavancagem. O valor de uma empresa alavancada
chegaria ao máximo quando houvesse 100% de capital de
terceiros na sua estrutura de capital (se a taxa de juros for
livre de risco).
Se não houver impostos corporativos, o custo
de capital é independente da estrutura de capital.
O custo de capi tal permanece constante para
qualquer grau de alavancagem.
Os autores argumentam que o risco total para
todos os fornecedores de capital da empresa não se altera com
a estrutura de capital.
arbitragem, no mercado de capitais, que impede que dois
ativos, que sejam substitutos perfeitos, tenham preços
d:i.fcrc:ntes no mesmo mercado.
Para MM, esses substitutos perfeitos são
títulos de duas ou mais firmas, na mesma classe de risco, que
se diferenciam apenas pelo grau de alavancagem.
Os investidores são capazes de substi tuir a
alavan.cagem da empresa pela alavancagem pessoal. com menos
desembolso.
Podem vender parte dos ti tulos de urna
empresa, que em determinado momento se encontrem
supervalorizados, e comprar proporção idêntica dos titulos de
outra empresa, obtendo retorno idêntico, com uma aplicação de
menor valor.
Este processo, continuo, faz com que se
alterem as taxas de capital~zação do capital próprio das
2.4.2 - O CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
o
custo do capital próprio é a taxa de retorno dos acionistas sobre seu capital.o
retorno dos acionistas é o fluxo de caixa liquido após os juros e impostos.Portanto Ke pode ser apresentado como:
NOl (1 - Àc) - rD (1 - Àc) Ke
=
---
(1 )s
onde:
s =
valor de mercado do capital próprioNOI (1
-
Àc) rDVL
= ---~---
+ --- Àc=
B + S (2)P kd
Admitindo-se que a empresa toma emprestado à
taxa livre de risco, então rD = KdB
Ke - ---NO! (1 - (3) Àc) - Kd B (1 - Àc)
s
Desenvolvendo a equação (2) obtêm-se:
9E
sOlq::te.::rod.::ro:::>soqs odurt uroo re~rde:::> ap oa sno O
s/o
·o.::r~e;:'U1?U~JoJsr.::r
°
e::).etJe.::re meó1?JU1?Aete ap ne.::rÓ op epuedap anb (p~ d) oJs~.::r ap 01lli?.::rdtuna (Ol:::>Q6au op no) reuol:::>e.::rado o:::>sl.::ro a::t.ar;a.::ra lliafie:::>ueAere ep ne.::ró op apuadapu1 anb 'd 'epr.::ranba.::rexe::t. ellin :se::).uauoduro:::> senp lnssod Ol.::rdQ.::rd re::t.lde:::>op 0::t.sn:::>O
s
...---"
Kc'-_---- wacc
Kd
BIS
A definição do custo médio ponderado de capital desenvolvida anteriormente, WACC
=
P (1 - Àc B ),B + S é perfeitamente compativel com sua definição usual,
WACC := B B
Kd -~--~--, Ke
--~---B + S B + S
A verificação pode ser feita substituindo a equação do custo do capital próprio (Ke), na equação clássica
do WACC. B B WACC := (1 -Àc) Kd ---.- + [P., (l-Â.c) (p-Kd) ---] B + S S S B + S B S WACC= (1-Àc) Kd --.----+ P --- -l B + S B+S B S B S (l-Â.c) p--- --.-.--- - (1 -Â.c)Kd-- -.-S B+S S B+S B WACC == P(1 - Àc _.,_. ) B + S
representado um marco na teoria de finanças, merece algumas considerações.
As hipóteses em que ela se assenta devem ser reconsideradas, pois nem todas refletem, verdadeiramente, a realidade.
Se não fosse assim, as empresas agJ.rJ.am, exatamente, como sugere a teoria.
Contudo, as empresas não utilizam 100% de endividamento em sua estrutura de capital.
Vamos, agora, verificar que outros fatores interferem na estrutura de capital ou, ainda, vamos relaxar as hipótese de MM.
2.5 - RELAXANDO AS HIPÓTESES DE MODIGLlANIE MILLER
2.5.1 IMPOSTOS PESSOAIS
Originalmente MM consideraram, apenas, os impostos corporativos e desprezaram os impostos pessoais.
Contudo, Miller (11) refaz a análise, introduzindo impostos no modelo.
Àc
=
imposto corporativoÀs
=
média ponderada dos impostos sobre dividendos e ganhos de capitalÀà:= imposto sobre a renda recebida com
o
fluxo de caixa, disponivel aos acionistas, de uma empresa totalmente financiada com capital próprio ser ia: E (NO!) (1 - "'c) (1 - "'s) e o valor da empresa:v
u ""~~ ~ ~N _
p
o
fluxo de caixa total, disponivel aos acionistas e credores seria:o
primeiro termo da equação é o fluxo de caixa disponivel aos acionistas, de urna empresa não alavancada, e seu valor esperado pode ser descontado à taxa ~O segundo e terceiro termos da equação são livres de risco e podem ser descontados à taxa Kd.
vL = --- + ---p Kd Kd rD(l - "'d) (1 - Âc) (1 - Âs) VL =
v
u + -.--- [1 - -~---] Kd=
B Kd , portanto(1 - Âc) (1 - Âs) VL = Vu + [1 - ---] B
(1 - Âd)
o ganho da alavancagem, será:
(1 - Âc) (1 - ÂIJ)
G "" [1 - ---] B
(1 - Âd)
Se Âs = Âd, resulta no modelo de MM com impostos corporativos.
Se Âd > ÂSI o ganho da alavancagem será menor que ÂcB, ou seja, ainda há um ganho da alavancagem, embora seja menor do que aquele obtido se existisse apenas impostos corporativos.
Contudo, Miller argumenta que o ganho da alavancagem é eliminado no equilibrio do mercado.
Seu argumento baseia-se no ajuste, pelas empresas, de seu endividamento para aproveitar clientelas de investidores de diferentes faixas de renda tributável.
Com o mercado em equilibrio, Miller afirma que:
(1 - Âc) (1 - Âs) - (1 - Âd) .
Estudos empírí.co s foram
revelaram que (1 - Âc) (1 - Âo) é menor do
contrariando o argumento de Miller.
realizados e que (1 - Âd),
corporativos, alavancagem.
Portanto, com impostos pessoais e
Mas isto não explica a possibilidade da
existência de uma estrutura ótima de capital.
2.5.2. - CRESCIMENTO
Estimativas corretas do valor da empresa e de
seu custo médio ponderado de capital exigem a avaliação dos
fluxos de caixa liquidos operacionais esperados e não os
fluxos atuais.
Se um crescimento é previsto, então o modelo
original de MM torna-se inadequado, visto que se baseou na
hipótese de não haver crescimento.
Para resolver este problema, (1966)
desenvolveram um modelo que considera o fator crescimento.
o
modeloadmi te, entre outras coisas, que aempresa cresce mais rapidamente do que a economia, por um
pe riodo finito de tempo (T) e que há impostos corporativos,
mas não impostos pessoais.
VL =
o
valor da empresa será (12):E (NOI) (1-"'0)
r
r - WACCJ
---p ---
+"'c
B+
K lE (NOI) ](l-"'c)~A~~~~-;;;~~~;---
'I'onde:
K
=
o percentual dos lucros investidos emnovos ativos, K S 1.
r
=
taxa de retorno, ajustada aos impostossDbr0 novos ativos, r >WACC
T
=
número de anos em que r > WACC.O primeiro termo é o valor capitalizado do
nivel previsto dos fluxos de caixa operacionais.
produto de três elementos: a lucratividade das oportunidades
futuras de crescimento (medida pela diferença entre r e
WACC) , o tamanho destas oportunidades, K [E (NOI) (1 - Àc)], e
a duração destas oportunidades(n.
A inclusão do "crescimento" no modelo
tornou-o mais realista, ctornou-ontudtornou-o, ctornou-omtornou-o ntornou-o castornou-o dtornou-os imptornou-osttornou-os pesstornou-oais,
não justifica a existência de uma estrutura ótima de capital.
2.5.3. - CUSTOS DE FALÊNCIA terceiros (governo, falência devem trabalhadores, efetuar Empresas pagamentos à em processo de
etc.), antes dos credores e acionistas.
Conseqüentemente, as perdas associadas à
falência podem reduzir o valor de uma empresa.
Com o aumento da alavancagem, a possibilidade
de falência também aumenta e os credores e acionistas passam
a exigir uma maior taxa de retorno (Kd e Ke) .
A figura abaixo mostra o impacto dos custos
de falência sobre o custo de capital.
Ke W8CC
Kd
Rf
o
custo médio ponderado de capital diminuicom o primeiro empréstimo devido ao ganho da alavancagem.
Gradativamente, porém, a perspectiva de
falência ganharia maior importância, fazendo com que o custo
de capital baixasse cada vez mais lentamente, 'a medida que a
alavancagem fosse aumentado.
Quando esta se tornar excessiva, o efeito da
falência mais do que compensa o efeLto do ganho da
alavancagem, fazendo com que o custo de capital aumente.
Isto resulta num custo médio ponderado de
capital em forma de "U" e em uma estrutura ótima de capital.
2.5.4 - CUSTOS DE FISCALIZAÇÃO (AGENCY)
Se a empresa emitir mais titulas de débí to,
garantidos pelos mesmos ativos, ela aumentará o risco de seus
debenturistas (antigos e novos) e portanto, Kd também
aumentará.
Isto faz com que os antigos debenturistas
sofram perdas de capital.
Para evitar problemas deste tipo para
debellturistas, existe, cl~usulas de proteção nos contratos de
debêntures.
Há, ainda, uma fiscalização sobre a empresa,
para se assegurar que tais cláusulas estão sendo cumpridas e
isto reduz a vantagem do endividamento, apresentando-se como
um custo.
Exi st.em, ainda, algumas hipóteses, que
relaxadas, prej udicam o processo de arbitragem descri to por
MM.
b. Restrições legais sofridas pelos
investidores institucionais.
c. Custos mais altos de empréstimos para
pessoas fisicas do que para empresas.
2.6 - CONCLUsAo
Abandonando-se algumas hipóteses propostas
por MM, surgem justificativas fortes para se acreditar numa
estrutura ótima de capital.
A estrutura ótima de capital é aquela
estrutura na qual os beneficios marginais da alavancagem se
igualam aos custos marginais. O ponto de vista, atual, dos
teóricos, está direcionado para esta posição.
"A grande contribuição de MM, e seus
seguidores, foi que eles identificaram os beneficios e custos
da utilização do capital de terceiros!.
Antes de MM, nenhuma boa teoria de estrutura
de capital existia, de fonna que, não havia uma maneira de se
considerar, racionalmente, quanto de capital próprio uma
2.7 - EVIDÊNCIA EMPiRICA
Várias tentativas, através de análises
empiricas, foram realizadas, a fim de solucionar a
problemá tica do impacto das mudanças na estrut ur a de capital
sobre o custo de capital, ou sobre o valor da empresa.
O objetivo destes estudos foi verificar a
validade das teorias desenvolvidas, notadamente a posição
tradicional versus as posições de Modigliani e Miller.
Entretanto, mesmo com os modernos
instrumentos de análise estatistica, a identificação do
efeito de uma variável causal é
envolvendo dificuldades relevantes
resultados obtidos.
uma tarefa complexa,
na interpretação dos
As principais dificuldades relacionadas à
estes estudos se referem à dois problemas: crescimento e
homogeneidade de risco.
A inclusão do crescimento dos fluxos de
caixa, na análise, representa um desafio, visto que é
impossi vel medir, diretamente, o crescimento futuro de uma
empresa.
Quanto à homogeneidade do risco, o problema
adv ém do fato de que os estudos empiricos envolvem
comparações de taxas individuais de capitalização de um
número razoável de empresas que estej am na mesma classe de
risco e que, porém, tenham diferentes estruturas de capital.
São apresentadas,
principais estudos sobre o assunto.
abaixo, alguns dos
MOdigliani e Miller (14) construiram equações
de regressão com informações de
de energia elétrica, durante
petróleo durante 1953.
43 empresas de fornecimento
Eles estim~ram o custo médio ponderado de capital divid~o os fluxos de caixa, liquidos, operacionais, após o imposto de renda, pelo valor de mercado da empresa.
Os coeficientes de correlação (r) entre os WACC's e os graus de alavancagem ( B ), encontrados, foram:
B+S
Energia elétrica: r
=
0,12 Petróleo: r=
0,04Em ambos os casos não houve rejeição da hipótese nula de que o custo de capital não está relacionado com a estrutura de capital. Isso sugere que o custo de capital não é afetado pela e~trutura de capital.
Weston (15) utiliza as mesmas 43 empresas de energia elétrica do estudo de MM, durante 1949, contudo acrescenta à equação de regressão um termo de crescimento, e argumentando que os fluxos de caixa, normalmente, tendem à crescer com o passar do tempo, e portanto, tal crescimento deve ser considerado na estimativa do custo de capital. Ele critica o modelo utilizado por MM em seu estudo, onde
admite-se que os fluxos de caixa eram perpetuidades.
O coeficiente de correlação encontrado foi de 0,5268.
O resultado de seu estudo está consistente com a posição de MM de que, com impostos corporativos, o custo de capital declina com maior alavancagem devido ao ganho da dedutibilidade dos juros para fins de imposto de renda.
Modigliani e Miller (16) realizaram um outro estudo empirico com 63 empresas de fornecimento de energia elétrica para os periodos de 1954, 1956 e 1957. Porém neste
estudo consideraram o crescimento dos lucros através do seguinte modelo (17): VL = E (NOI) (l-Â.c) ___________---+ Â.cB + K P 'r - WACC
J
(.E (NOI) ] (1- Â.c) ---WACC(l+WACC) TO principal resultado deste estudo é que ele indica que o ganho de alavancagem contribui com um montante significativo ao valor:da empresa.
Apesar destes estudos terem sido desenvolvidos com base em uma cuidadosa análise estatistica, eles não conseguiram transpor a dificuldade em se medir corretamente
lucros futuros, nem, tampouco alavancagem são, geralmente, estrutura de ativos, que, por mudanças no risco do negócio.
consideraram que mudanças na acompanhadas de mudanças na sua vez, podem implicar em
Masulis (18), em um estudo que evitou a maioria destas dificuldades, usa um fenômeno conhecido como "Corporate Exchange", para estudar os efeitos das mudanças na estrutura de capital sobre o valor dos tit.ulosdas empresas.
Este fenômeno significa, simplesmente u~a troca de uma classe de titulos de uma empresa por outra classe de titulos da mesma empresa.
Não há mudança na estrutura de ativos, portanto tal fenômeno representa um tipo relativamente puro de evento financeiro, que permite ao pesquisador isolar os efeitos das mudanças na estrutura de capital sobre o valor da empresa.
Masulis selecionou uma amostra com 163 trocas entre capital próprio e titulos de débito durante o periodo de 1962 e 1976; removeu movimentos gerais de mercado e fez ajustes para eventuais mudanças no risco. O estudo indicou a existência do benefício tributário da alavancagem, uma
redistribuição de riqueza dos debenturistas
acionistas e um efeito informacional.
para os
Hamada (19) testou empiricamente a proposição
de MM de que o custo do capital próprio aumenta com maior
alavancagem, combinando a teoria de MM com o CAPM.
l~llcout;r:ouum rLuco :!:JJ.t3Lorná tLco , mód.Lo , p ara
as empresas alavancadas, maior do que para empresas não
alavancadas.
pr-=O,91
pu
== 0,'/0Isto, naturalmente, está consistente com o
maior risco associado à maior alavancagem.
Os estudos realizados, na verdade, não foram
capazes de fornecer uma conclusão definitiva sobre o assunto,
justamente por apresentarem certo grau de vulnerabilidade,
dificil de ser transposta.
Embora, a evidência tenha demonstrado a
existência de algum beneficio da alavancagem, mais estudos
devem, ainda, serem realizados a fim de que um consenso sobre
a questão seja alcançado.
2.8 - DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL
Cabe ao administrador financeiro encontrar
uma estrutura ótima de capital e financiar os investimentos
da empresa nas proporções encontradas. Na determinação da
estrutura ótima de capital, os administradores devem aplicar
julgamentos pessoais em conjunto com uma análise"
quantitativa.
Apresentamos, primeiramente as variáveis que
devem ser levadas em consideração no processo de decisão de
Em seguida, apresentaremos vários métodos da avaliação da estrutura de capital.
2.8.1 - VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE DECISÃO A. RISCO DO NEGOCIO
É necessário que exista um equilibrio entre o risco empresarial e o risco financeiro, de tal forma que o risco global da empresa se mantenha dentro de faixas aceitáveis.
Quando uma empresa tem perspectivas favoráveis quanto à vendas e aos fatores de produção, o risco empresarial decresce.
Desta forma o risco financeiro pode crescer. Conseqüentemente, fatores como estabilidade nas vendas e alavancagem operacional, que influenciam o risco do negócio, também influenciam, indiretamente, a estrutura ótima de capital.
Há setores que se caracterizam pela baixa variabilidade dos lucros operacionais.
o
risco empresarial não chega a ser um indicador constante vinculado ao setor, deve ser calculado levando-se, sempre, em conta a situação especifica da empresa.Em suma, a estrutura financeira deve se ajustar ao risco empresarial (do negócio) para equilibrar o risco total da empresa
Os recursos variam no tempo quanto ao seu custo e disponibilidade e a eles deve se adaptar a estrutura de capital da empresa. Num mercado em baixa, a obtenção de novos recursos através da emissão de ações torna-se dificil e o custo destes recursoS se acentua, não somente o custo de
l;H\çíln\(~l1to, mas o custo intd.nseco. O custo e disponibilidade
dos recursos de terceiros depende da situação especifica do mercado financeiro e sua liquidez, a regulamentação de entrada de recursos externos e a politica governamental
quanto ao fornecimento de recursos especiais.
portanto, nem sempre, as condições de mercado são favoráveis à recepção de novos titulas.
c. O TAMANHO DA EMPRESA
As empresas pequenas, muitas vezes, não tem acesso à certos tipos de recursos, principalmente os de longo prazo.
Quanto aos recursos próprios, enfrentam o probt eme de altos custos de lançamento e de altas taxas de
retorno requeridas pelos investidores.
Pequenas empresas tem, por isso, uma estrutura financeira mais conservadora, dependendo das injeções de recursos próprios dos acionistas majoritários e de lucros retidos para expandir as suas atividades.
d. ESTRUTURA DO ATIVO
Empresas com ativos fixos de longa duração utilizam, com frequência, empréstimos hipotecários de longo
pr azo .
Empresas cujos ativos são, em maior parte, contas à receber e estoques, cujos valores são dependentes de
uma lucratividade continuada, se baseiam menos em empréstimos
à longo prazo e mais nos de curto prazo.
e. AALiQUOTA DO IMPOSTO DE RENDA
QUfH1to maLor o alíquota do LmposLo de renda ,
maior o endividamento na estrutura de capital.
o
aumento da aliquota de imposto de renda ostimula a inversão de recursos de terceiros cuja remuneraçãoé dedutivel para fins de imposto de renda.
f. O CONTROLE ACIONÁRIO
Grandes empresas cujas ações estão pulverizadas podem optar por vendas adicionais de ações ordinárias, wna vez que terão pouca influência sobre o controle da companhia.
Contudo, muitas empresas evitam a emissão de ações pelo fato qu~ o grupo majoritário está prestes a perder a controle acionário.
g. A ATITUDE DO CREDOR
A empresa discute, na maioria dos casos, a sua estrutura financeira com os credores e dá muito peso aos seus conselhos.
Mas, quando a administração está confiante no futuro e procura utilizar uma alavancagem além das normas do seu ramo industrial, os credores podem não desejar aceitar tais aumentos.
2.8.2. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DE CAPITAL
a. ANÁLISE DE FLUXO DE CAIXA
Através do fluxo de caixa pode-se verificar
se a empresa tem capacidade de pagar os encargos do
endividamento, que englobam tanto o pagamento de juros como a
amortização do principal.
Antes de assumir qualquer empréstimo
adicional a empresa deve analisar o seu fluxo futuro de
caixa, uma vez que os encargos fixos requerem caixa para sua
amortização.
A incapacidade de pagar o encargos fixos
resultará em insolvência da empresa.
Quanto maior e mais estável for o fluxo
futuro de caixa, maior será a capacidade da empresa de
contrair empréstimos.
Normalmente se parte de um fluxo de caixa
pessimista pa~a afastar qualquer possibilidade de incorrer em
insolvência.
A análise de fluxo de caixa tem sido
utilizada por Bancos, Bancos de Desenvolvimento e Bancos de
Investimento para avaliar se o cliente tem capacidade de
liquidar os empréstimos.
A análise, entretanto, não é, apenas, um
instrumento do fornecedor de recursos, mas, sobretudo, da
empresa, que poderá ver as suas atividades prejudicadas por
b. íNDICES DEESTRUTURA DE CAPITAL
Partindo do pressuposto que existem apenas dois tipos de recursos, endividamento e capital próprio, podemos apresentar os indices da seguinte maneira:
B
L ••••
s
o
risco financeiro é a razão entre o endividamento e o capital próprio.B
L
=
B + S
o
risco financeiro é a razão entre o endividamento e o total de recursos.F
L
=
o
o
risco financeiro é a razão entre as despesas financeiras e o lucro operacional.A avaliação do risco financeiro através de indices tem a conveniência de ser facilmente calculada. Nem sempre, entretanto, existe uma correlação positiva entre os índices de estrutura de capital e o comportamento do fluxo liquido de caixa. Existem muitas empresas que apresentam altos Lndí.ce s sem incorrer em ríaco de insolvência financeira. Uma análise isolada, através de indices, pode ser
Normalmente, os indices de estrutura de
capital são comparados com os indices de outras empresas do
mesmo ramo, que apresentam risco empresarial semelhante.
Nem sempre uma estrutura de capi tal,
diferente das outras empresas do ramo, indica uma estrutura
inadaquada. O setor pode estar conetítu.rdo de empl,esaa com
estruturas de capital altamente conservadoras.
Se a empresa se afasta muito da média do
setor, ela deve se justificar diante do mercado, porque 08
investidores e credores terão uma tendência em penalizar a
empresa pelo risco financeiro alto.
c. EFEITO DA ALAVANCAGEM FINANCEIRA SOBRE O LUCRO POR AÇÃO
Um método amplamente utilizado para atingir a
estrutura ótima de capital é a determinação do efeito da
alavancagem financeira sobre o lucro por ação.
Consiste, basicamente, na comparação de
várias a Iternati vas de financiamento com vários ní veí s de
lucro operacional.
Vamos supor que uma empresa está avaliando as
seguintes alternativas, A, B e C, de financiamento:
ALTERNATIVA a9õea à $ 0,40 dÍvida i -= 6% divida i •••.10%
A B C 2.500 1. 750 1.250 300 500
A alíquota do imposto de renda, sobre o lucro
líquido é de 30%.
O lucro por ação obtido, em cada alternativa,
A B C LAJIR Lucro 100 100 100 Operacional J despesa 18 50 fi.nanceiras 1.••1\1IX r.ucre 100 ll2 50 antes do imposto de l:enda IR provisão para 30 24,6 15 imposto de renda
I,L lucr.o após 70 57,4 35 imposto de renda
LA lucro por 0,028 0,033 0,028 ação
Ao nivel de Luc.ro., operacional de $ 100,00, a
alternativa B é superior às outras, pois fornece um retorno
maior para os acionistas.
Abaixo estão relacionadas as três
alternativas de financiamento com três diferentes valores de
lucro operacional, $ O, $ 100, $ 200, e os respectivos lucros
por ação encontrados.
AL TERNATIVA A LAJIR O 100 200 IR O 30 60 LL O 70 140 L/A O 0,028 0,056 ALTERNATIVA B LAJ'IR O 100 200 J 18 18 18 LAIR (18) 82 182 IR 24,6 54,6 LL (18 ) 57,4 127,4 L/A (0,01) 0,033 0,073
AL TERNATIVA C LAJIR J LAIR IR LL LIA
o
50 (50) (50) (0,04) 100 50 35 15 35 0,028 teremos:Se colocarmos os valores em um gráfico
0.033 0.028
LJA
LAJIR
100 120 200
Vemos no gráfico que até o lucro operacLoria I de $ 60,00 a
alternativa A apresenta um lucro por ação melhor, depois de $ 120,00, a alternativa C é preferida.
No intervalo entre estes dois niveis de
LAJIR, a alternativa B é mais vantajosa.
A estrutura ótima de capital dependerá da projeção do lucro operacional da empresa.
Embora este método seja relativamente 200 50 105 45 105 0,084 B A
simples, ele se preocupa, somente com o que acontece com o retorno para detentores de ações ordinárias.
risco.
Mesmo assim, se a empresa tiver condições de estimar o seu lucro operacional e a variabilidade deste lucro, o método pode ser útil para a tomada de decisões.
A análise LAJIR - L/A é apenas um dos vários métodos de determinação do volume adequado de endividamento que uma firma pode ter.
Nenhum método de análise é satisfatório por si mesmo; é possivel fazer generalizações.
3.ESTRUTURA DE CAPITAL E INFLAÇÃO
Esta parte do trabalho se destina à analisar o impacto da inflação sobre as decisões de financiamento das empresas, o que implica em discutir o comportamento do custo do capital pr6prio, do custo do capital de terceiros e do custo médio ponderado de capital, em contexto inflacionário.
Conseqüentemente uma questüo inevitável existe uma estrutura. ótima de capí taã quando
consideramos a inflação?
À despeito da importância do assunto, poucos estudos tem sido apresentados a fim de despertar e estimular maiores debates.
Normalmente os estudos se resumem em discutir a questão da transferência de riqueza de credores para devedores, quando há uma inflação não prevista, ou incerta.
Contudo, esta questão parece estar esgotada, ou ainda superada na medida em que, geralmente, nos dias de hoje, as taxas nominais de juros já embutem, ou já possuem, uma componente de inflação prevista.
Primeiramente, nesta parte do trabalho, será apresentado um estudo de MOdigliani e Cohn (20), que tenta indicar uma orientação para as decisões de financiamento em ambiente inflacionário.
Posteriormente será feita uma análise da estrutura de capital e inflação baseado nas idéias do professor Wladimir A. puggina (21) obtidas, principalmente,