INICIAÇÃO CIENTIFICA, DESAFIOS E FORMAÇÃO
1DOCENTE: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO NO
2PROGRAMA ESCOLA INTEGRADA DA PREFEITURA
3DE BELO HORIZONTE
45
Aíra Gabrielle Siqueira1
6
Rodrigo Itaboray Frade 2
7
Marina Neiva Alvim 3
8
9
RESUMO
10Este Artigo procura mostrar as contribuições do ensino no Programa Escola
11
Integrada, baseando-se nas hipóteses que serão levantadas: (1) a experiência da
12
iniciação científica ajuda no Ensino de ciências nas séries iniciais do ensino
13
fundamental no Programa Escola Integrada (PEI) da Prefeitura de Belo Horizonte?
14
(2) A atuação como monitora do PEI pode contribuir para a formação docente?
15
Descreverei como as experiências podem contribuir para formação docente, bem
16
como analisar as dificuldades e desafios encontrados. Para a execução desta
17
pesquisa surgiu a partir da inserção da primeira autora, no grupo de pesquisas do
18
Projeto Mãos na Massa do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. A
19
metodologia utilizada foram os relatos vivenciados durante um ano na oficina de
20
iniciação científica.
21 22
Palavras-Chave: Programa Escola Integrada. Oficina iniciação científica.
23
Desafios. Formação docente.
24 25
INTRODUÇÃO
2627
Em geral, percebe-se que os alunos apresentam dificuldades na
28
compreensão de conceitos científicos que lhes são passados na escola. Arruda e
29
Laburu (1998), afirmam que é preciso adaptar a teoria dos conceitos com a
30
realidade da comunidade, pois a ciência é a troca de conhecimento e teoria.
31
1
Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: ags_aira@hotmail.com
2
Mestre em Educação Tecnológica pelo CEFETMG. Docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: itaboray78@gmail.com
3
Mestre e Doutora em Biologia Vegetal. Docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: marina.alvim@izabelahendrix.edu.br
Contudo, as atividades de conhecimentos experimentais, quando surgem, são
32
apenas para comprovar essas teorias estudadas, são poucas e não ajuda na
33
construção de conhecimentos pelo aluno (BUENO; KOVALICZN, 1999).
34
Nesse sentido, a atividade experimental deve ser desenvolvida através das
35
orientações de professores, através situações que podem levar a investigação, que
36
tenham uma ligação com aspectos da vida, problemas reais e desafiadores aos
37
alunos, com o objetivo de despertar a observação de evidencias expectativas dos
38
resultados esperados. Para Praia et al.(2002, pag. 257) a experiência científica deve
39
ser valorizada levando-se em conta “o enquadramento teórico do sujeito, que criam
40
questões com respostas não definidas”. Essa atividade experimental deverá oferecer
41
condições para os alunos criar hipóteses, criar ideias e testa-las de acordo com os
42
fenômenos que ocorrem na comunidade em que vive (BUENO; KOVALICZN, 2005).
43
Baseando-se nestes preceitos, duas perguntas são levantadas: (1) a
44
experiência da iniciação científica contribui na escola regular por meio do Programa
45
Escola Integrada- PEI da Prefeitura de Belo Horizonte? (2) A atuação como monitora
46
do PEI pode contribuir para a formação docente? A motivação inicial para a
47
execução desta pesquisa surgiu a partir da inserção da primeira autora, no grupo de
48
pesquisas do Projeto Mãos na Massa do Centro Universitário Metodista Izabela
49
Hendrix. O presente trabalho busca relatar a vivência mesma como monitora de uma
50
oficina de iniciação científica no PEI, no decorrer do ano de 2012 a 2013. Assim,
51
pretende-se descrever como as experimentações podem contribuir nas séries inicias
52
do ensino fundamental, bem como analisar as dificuldades e desafios encontrados e
53
compreender como o estágio contribuiu para formação docente.
54 55
CONTEXTUALIZANDO - INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DAS
56ATIVIDADES DO PROJETO MÃOS NA MASSA JUNTO À ESCOLA
57INTEGRADA
5859
O Programa Escola Integrada (PEI) de Belo Horizonte foi implantado na
60
expectativa da Escola Integral das Cidades Educadoras, inspirando-se na
61
experiência de Barcelona, Espanha e na sua aplicação por meio do Programa Bairro
62
Escola em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro (COELHO, 2009).
O PEI é uma política municipal que ocupa o tempo e aumenta o
64
conhecimento das crianças e adolescentes através das oportunidades, atendendo
65
estudantes do ensino fundamental. Os alunos utilizam equipamentos da comunidade
66
disponíveis, ultrapassando os limites da sala de aula e ambiente escolar, dessa
67
forma, o programa promove a ampliação da jornada escolar para os alunos
68
aproveitar a diversificação de conhecimentos (PBH, 2013).
69
A Escola, onde foram realizadas as atividades aqui relatadas, é vinculada à
70
Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte na região Noroeste. Considerada uma
71
escola de porte médio, pois possui 11 salas de aula. Atende à Educação Infantil de 4
72
a 5 anos, ao Ensino Fundamental de 6 a 12anos, à Educação de Jovens e Adultos –
73
EJA, e ao Programa Escola Integrada – PEI, sendo o atendimento distribuído em
74
três turnos de funcionamento.
75
Os alunos ficam no PEI, da escola objeto deste trabalho, durante um turno e
76
no outro turno na escola regular, totalizando nove horas diárias. Emprega-se aqui a
77
nomenclatura escola regular e escola integrada, pois a mesma é constante no
78
discurso dos atores envolvidos. Quando cita-se a escola regular, faz-se referência às
79
aulas obrigatórias do ensino fundamental, regidas por professores formados e
80
concursados. Já quando refere-se à escola integrada, são as atividades do PEI da
81
prefeitura municipal de Belo Horizonte junto à escola objeto de estudo deste
82
trabalho. A escola integral tem a definição em desenvolver conhecimentos artísticos,
83
culturais, despertando talentos e transformando alunos em grandes cidadãos, a
84
educação integral reorganiza espaços e conteúdos (GONÇALVES, 2006). A
85
natureza da escola integral não está totalmente contemplada no PEI, o que fica claro
86
nesta dicotomia escola integrada/escola regular.
87
Cavalière (2009) mostrou que a escola de tempo Integral tenta fortalecer a
88
unidade escolar através de mudanças no interior do prédio, criando novas atividades
89
e adquirindo novos materiais. Com isso, o aluno tem diversificadas atividades no
90
turno alternativo ao da escola, buscando desenvolver experiências plurais e não
91
padronizadas.
92
O PEI, da escola em questão, foi projetado nos seguintes números: nos
93
turnos da manhã e tarde seriam oferecidas oficinas para um total de duzentos
94
estudantes, sendo quatro turmas de vinte e cinco alunos pela manhã e quatro
95
turmas à tarde. Na escola onde atuei no momento, cada monitor está, em média,
96
com vinte e um alunos Então, o PEI conta com quatro turmas de manhã: branca,
azul, rosa e verde, e duas turmas à tarde: vermelha e amarela, sendo prevista a
98
abertura de mais duas turmas neste turno.
99
Alguns dados da escola pesquisada estão apresentados nas tabelas a seguir.
100 101
TABELA 1 - Quantitativa de estudantes atendidos no Programa Escola Integrada, no
102 período de 2012 a 2013 103 104 Quantitativo de estudantes Ciclo Número de turmas
Faixa etária Horário
84 1º Ciclo 4 6 a 10 08h às 12h45min
42 2º Ciclo 2 11 a 14 11h30min às 16h
Total: 126 Total: 6
Fonte: Dados fornecidos pela professora comunitária da Escola Integrada. 105
106 107
TABELA 2 - Horário de funcionamento cumprido no turno da manhã no Programa
108
Escola Integrada, no período de 2012 à 2013
109 110
(continua)
Atividade Horário
Chegada à escola regular. 08h
Café da manhã. 08h05min
Oração, avisos e informações diversos, para alunos e monitores.
08h15min
Saída para casa da integrada. 08h20min
Início das oficinas. 08h40min
Troca de oficina. 10h
Retorno para escola regular. 11h20min
Almoço. 11h40min
Escovação. 11h55min
Professora comunitária comunica aos alunos e monitores em qual sala eles ficarão.
12h
Fonte: Dados fornecidos pela professora comunitária da Escola Integrada 111 112 113 114 115 116 117 118 119
TABELA 2 - Horário de funcionamento cumprido no turno da manhã no Programa
120
Escola Integrada, no período de 2012 à 2013
121 122 123
(conclusão)
Os alunos vão para o pátio. 12h55min
Início das aulas regulares. 13h
Fonte: Dados fornecidos pela professora comunitária da Escola Integrada. 124
125
TABELA 3 - Horário de funcionamento cumprido no turno da tarde no Programa
126
Escola Integrada, no período de 2012 a 2013
127 128
Atividade Horário
Aguardando na quadra para almoçar. 11h30min Oração, avisos e informações diversos, para
alunos e monitores.
12h15min
Escovação. 12h25min
Saída para casa da integrada. 12h30min
Início das oficinas. 12h40min
Troca de oficina. 14h20min
Saída para a escola regular 15h30min
Lanche da tarde. 15h45min
Saída da escola. 16h
Fonte: Dados fornecidos pela professora comunitária da Escola Integrada. 129
130 131
Por falta de espaço, o PEI alugou uma casa para o desenvolvimento das
132
oficinas, pois a escola é reservada para os alunos da regular utilizarem. Não é o
133
ideal ir para outro espaço, porque é um programa da escola, da prefeitura e tinha
134
que acontecer também dentro do prédio escolar. Mas seus espaços são
135
insuficientes até mesmo para realizar todas as atividades da escola regular, e
136
teriam, então que abrigar os estudantes e toda equipe da Escola Integrada, o que
137
pode repercutir negativamente sobre o trabalho dos docentes da regular.
138
O desafio de harmonização da Escola regular com a Escola Integrada é
139
grande, pois observa-se que a Escola regular ainda não reconhece a PEI como
140
parte do processo de uma educação integral e sente-se invadida. Os monitores do
141
PEI eram vistos pelos professores da regular como mais um para cuidar de alunos,
142
como fazem os disciplinários, e não como colegas educadores. Assim, não existiu
143
real relacionamento pedagógico e de construção de intervenções e conteúdos.
A existência de uma separação espacial física entre a escola integrada e a
145
escola regular aumenta ainda mais a dicotomia já existente com a separação
146
temporal. Esta dicotomia não está presente nos pressupostos da Escola Integral.
147
Contudo, a utilização de praças, quadras e prédios públicos é funcional, afinal
148
permite a apropriação dos espaços públicos com vínculo ao ambiente urbano
149
(Santos e Vogel, 1985).
150
Subentende-se que estão contidos no art. 6º, a educação é tratada como o
151
primeiro dos dez direitos sociais e como direito capaz de conduzir ao pleno
152
desenvolvimento da pessoa, além de possibilitar a preparação para o mundo do
153
trabalho (BRASIL, 1988). A Constituição Federal de 1988 não faz referência direta à
154
Educação Integral e ao tempo integral (MEC, 2008).
155
A educação integral e a escola de tempo integral estão distantes em se tornar
156
tendência na educação pública, lamentável, pois oferecem às crianças e jovens
157
conhecerem o mundo em que vivem compreendendo as suas contradições que
158
possibilitam as suas adaptação e transformações. Entretanto, os conhecimentos e
159
aprendizagens, adquirimos quando nascemos e até por toda a vida, mas ocorrem
160
em vários contextos; na família, com os pais, na escola, com amigos, com pares,
161
nos ambientes formais ou informais. Neste caso, a educação escolar precisa ser
162
repensada considerando tudo que já foi vivido. Isso não significa que as crianças e
163
adolescentes irão aprender somente o que querem aprender, mais sim aquilo que é
164
proposto como conteúdo escolar e curricular (GONÇALVES, 2006). 165
166
O TRABALHO DOCENTE NO PEI
167168
Especificamente, na escola onde atuei, o trabalho docente do PEI é realizado
169
por monitores que são os agentes culturais ou oficineiros da própria comunidade e
170
bolsistas universitários das parcerias estabelecidas com várias instituições de
171
Ensino Superior. Esses monitores são responsáveis por conduzir as oficinas do
172
programa. Um professor indicado pela direção da escola exerce a função de
173
professor comunitário, coordenando as ações do programa no interior da escola, e
174
torna-se responsável pela elaboração da Grade Curricular do PEI da escola em que
175
atua. O professor comunitário também é responsável por monitorar e avaliar as
176
ações. O mesmo consegue estreitar os laços entre escola e comunidade e articular
entre a escola e a família. Da parte da SMED-BH, uma coordenação geral orienta e
178
acompanha as ações do Programa nas Escolas de todo o município, no caso, quem
179
apresentava na Escola Integrada era a Vanessa Martins. Da instituição de ensino
180
superior, um docente co-orienta as ações desenvolvidas pelos estudantes
181
universitários. Nessa Escola Integrada, totalizam oito docentes distribuídos em
182
quatro estagiários universitários e três agentes culturais e um professor comunitário.
183
O programa determina que para cada jornada de vinte horas, o bolsista tenha
184
quatorze horas de oficina, duas de orientação no PEI que servia para o
185
planejamento e organização de materiais e quatro horas de planejamento na
186
faculdade. Durante as orientações na faculdade, tirei duvidas, entreguei o
187
planejamento e os relatórios e, compartilhei experiências que foram concluídos com
188
sucesso. O pagamento do estagiário é realizado por meio de recibo padrão, não
189
incidindo nenhum desconto sobre o valor a ser pago, de acordo com os dias
190
trabalhados no mês. O mês corrido para fins de pagamento inclui sábados,
191
domingos, recessos e feriados. Os estagiários não têm direito a férias, seguem o
192
calendário escolar de segunda à sexta-feira, mas têm direito a vale-transporte.
193
Os agentes culturais comunitários ou oficineiros são contratados pelas Caixas
194
Escolares das instituições de Ensino para uma carga horária de 20 horas semanais,
195
sendo 16 horas para ação direta com os estudantes e 4 horas destinadas a ações
196
de planejamento, avaliação e apoio ao professor comunitário. Eles são admitidos
197
pela Associação Municipal de Assistência Social-AMAS.
198 199
DESAFIOS ENFRENTADOS
200201
As dificuldades enfrentadas foram que alguma das experiências não forma
202
realizadas por falta de materiais para a execução das atividades.
203
Outra dificuldade era o espaço físico da sala para comportar vinte e cinco
204
crianças. Apesar, o calculo do PEI são vinte e cinco alunos por monitor, ou seja, o
205
número de estudantes está diretamente relacionado ao número de monitores. Então,
206
quanto menos alunos menos monitores para a equipe. Como existiam quatro turmas
207
na parte da manha, a turma rosa e a verde tinham em média 23 alunos para uma
208
sala que comportaria 20 alunos, com isso, havia experiências que precisavam de
209
espaço, como a reação química.
Outra dificuldade era alguns ricos como atravessar as ruas e lugares que não
211
tem calçada, além de deparar na rua com os pais pedindo satisfação dos filhos em
212
relação ao bilhete ou advertência recebidos, pois, muitas das vezes não aceitam
213
certas atitudes dos filhos. Então ficava complicado o relacionamento com eles. Já o
214
relacionamento com os alunos era de simpatia e respeito que, proporcionou um
215
trabalho construtivo e eles conseguiam ser receptivos aos conhecimentos e praticas.
216 217
OFICINA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
218219
A iniciação científica é uma oficina de oportunidades que os alunos
220
expressam interesse pela pesquisa ele também consegue fixar o aprendizado do
221
assunto, as aulas ficam mais dinâmicas e o professor tem mais uma ferramenta
222
dentro da sala de aula para realização dos conteúdos. Observar, registrar e
223
comprovar hipóteses sem simplificar a linguagem nem infantilizar. Esse é o caminho
224
para a iniciação científica (ABRIL, 2012).
225
Jolibert (1994) e colaboradores defendem que se aprende participando,
226
vivenciando e tomando atitudes diante dos fatos, agindo para conquistar certos
227
objetivos. Por tanto, ao participar de um projeto, o alunos estão rodeados de
228
experiências educativas, construindo conhecimentos que estão ligados às práticas
229
vividas.
230
O estágio com a oficina de Iniciação Científica na Escola Integrada teve
231
duração de 19 de abril 2012 a 19 de abril de 2013, na parte da manhã no horário de
232
8h à 12h. Interessei por esse estágio porque é na área da minha formação e
233
permaneci porque gostei da escola. Foram realizadas atividades práticas
234
relacionadas com os diversos campos do conhecimento cientifico. Muitas das vezes,
235
foram trabalhadas algumas experiências que ajudavam na escola regular como as
236
exemplificadas na tabela 4.
TABELA 4 - Atividades realizadas no Programa Escola Integrada, no período de 2012 à 2013
Título da Oficina Objetivo Material Procedimento
Esqueleto humano
Montar as partes do esqueleto e identificar os principais ossos.
Xerox do esqueleto, tesoura e barbante.
Recortar os ossos da folha de Xerox e montar ligando cada osso com barbante.
Corpo Humano
Comparar o que sabem do corpo humano com o modelo impresso.
Papel A3, massinha de modelar. Fazer a anatomia interna do corpo humano (coração, pulmão, intestino..) e depois comparar com o modelo impresso.
Disco de Newton
O objetivo desta experiência era provar que a cor branca é a junção de todas as cores, enquanto o preto é a ausência de cor.
Tampa grande de lata de chocolate em pó, tesoura, um lápis de
escrever, caixa lápis de cor, um cd velho e uma bolinha de gude.
Fazer um circulo com a tampa de lata de chocolate em pó, recortar, dobrar ate formar 8 triângulos. Colorir triângulo de uma cor. Colar no cd e colocar a bolinha de gude no orifício do cd e giar/rodar.
Morfologia externa e interna da flor
Conhecer as partes constituintes da flor, reprodução e polinização.
Tesoura sem ponta, durex, papel de ofício, lápis de escrever e flor.
Desenhar uma flor para mostrar as partes constituintes. Depois dessecar uma flor para mostrar a parte que leva a reprodução e como acontece a polinização.
Expansão do balão brincalhão
Observar reações químicas do vinagre com o bicarbonato de sódio.
30 g de bicarbonato de sódio ( NaHCO3 ), 200 mL de vinagre, 1 garrafa de plástico ou de vidro, 1 balão, 1 colher pequena, Funil e 1 pedaço de barbante.
O vinagre é composto, também, por ácido acético. Quando o bicarbonato de sódio entra em contato com o vinagre, o ácido acético reage com o bicarbonato de sódio. Um dos produtos da reação é um gás muito conhecido, chamado dióxido de carbono, o CO2. É por isso que se observou efervescência. O gás ficou retido no balão, e por isso o balão enche.
Impressão Digital
O objetivo da atividade é conceituar impressão digital, conhecer a ação do amido e do iodo, mostrar aos alunos que somos únicos através da digital e localizar impressões digitais.
Água, copo de vidro transparente, iodo, prato fundo e amido de milho em pó.
Colocar o amido de milho em pó no prato fundo e pede que os alunos pressionassem os dedos no amido que está no prato. Instrui que segurem o copo com a mão suja de amido, para que as digitais fiquem impressas sobre a superfície. Pinga algumas gotas de solução de iodo no recipiente e reserve o copo.
A experiência que os alunos demonstraram interesse foi a Impressão Digital.
1
No final, com base na atividade, elaborei brincadeira com os temas investigativos.
2
Solicitei que os alunos fechassem os olhos e escolhi um deles para deixar a digital
3
no copo, como fizemos na atividade. Depois pedi para abrir os olhos e dizerem
4
quem passou por ali sem que eles percebessem. Para isso, pinguei a solução de
5
iodo no local marcado pelo aluno escolhido. Após a aparição da digital, eles tinham
6
um dever de comparar com os “arquivos” das digitais dos colegas, produzidos
7
anteriormente, para descobrir o autor da cena. Pode se observar que os alunos
8
desenvolveram a criatividade e a capacidade de observação de uma forma divertida.
9
Fazer trabalhos de pesquisa em ensino mostra que os alunos aprendem mais sobre
10
a ciência e desenvolvem seus conhecimentos conceituais quando participam de
11
investigações científicas (HODSON, 1992).
12
Hacking (1992) diz que a experiência tem o objetivo de testar hipóteses
13
desenvolvidas com os alunos. A experiência não é uma atividade monolítica,
14
diversas atividades, mas apenas uma atividade desenvolve muitos tipos de
15
compreensão e capacidades.
16 17
CONTRIBUIÇÃO PARA MINHA FORMAÇÃO
1819
Alguns futuros professores analisam criticamente a sua formação,
20
contribuindo a necessidade de tomar posse dos saberes adquiridos, precisando de
21
participação ativa na formação.
22
Tardif (2002) afirma que para uma formação específica precisa
23
conhecimentos específicos. Nessa condição, os professores requerem
24
ensinamentos sobre várias teorias como sociológicas, psicológicas, didáticas,
25
filosóficas, históricas e pedagógicas, dentre outros que foram ofertadas, em muitos
26
casos, sem nenhum fundamento com as realidades do trabalho de professor. A
27
intenção do autor era encontrar evidências da necessidade de aprender e não
28
somente de teorias distantes da realidade averiguada em seu campo de atuação.
29
Ao chegar a uma sala de aula para lecionar pela primeira vez, nem sempre o
30
educador está preparado. Na realidade, nunca estamos e cada dia é como se fosse
31
o primeiro. Mizukami (2002) diz que a sala de aula não é incógnita, é o resultado de
32
conjuntos de vários fatores. Sua complexidade desafia o professor, especialmente
os docentes novatos, que precisam de tempo e de oportunidades para aprender.
34
Com isso, existem disciplinas na faculdade chamadas estágios curriculares
35
obrigatórios, que o Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2008) definiu pela
36
Lei nº 11.788/2008 como aquele, a carga horária do estágio é obrigatório para
37
aprovação na disciplina e obtenção de diploma, art. 2º, §1º, dentre as
38
obrigatoriedades para o estágio consta o compromisso entre o professor, o órgão
39
concedente do estágio e a instituição de ensino. Para fazer o plano de atividades,
40
tem que constar no projeto de atividades, que o estagiário deverá desenvolver
41
aplicar e acompanhar juntamente com a proposta do orientador. Mas, a experiência
42
dentro de sala, as atividades e projeto a ser seguido é diferente, pois tem um
43
profissional/professor dentro da sala com o estagiário. Nesse sentido, o estágio no
44
PEI apareceu como um momento não só de colocar em prática, mas principalmente
45
como uma articulação e mobilização de diversos saberes teóricos construídos ao
46
longo do curso.
47
As primeiras semanas foram uma fase de adaptação tanto para a turma como
48
para nós estagiários. Nesse período, estágio no PEI, foi um nível alto de tensão pelo
49
fato de nunca ter vivenciado uma experiência real de docência, pois no PEI é o
50
bolsista que segue seu planejamento, colocando autoridade, respeito e lidando com
51
situações inusitadas como brigas e discussões de alunos. Foi um momento de
52
crescimento pessoal, profissional e que realizei com um trabalho produtivo e
53
harmonioso através do Projeto Mãos na Massa orientada pelo professor Rodrigo
54 Itaboray Frade. 55 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS
57 58O PEI é uma política municipal que ocupa o tempo e aumenta o
59
conhecimento das crianças e adolescentes através das oportunidades, atendendo
60
estudantes do ensino fundamental. Os alunos utilizam equipamentos da comunidade
61
disponíveis, ultrapassando os limites da sala de aula e ambiente escolar (PBH,
62
2013).
63
Observamos que o desafio de harmonização da Escola regular com a Escola
64
Integrada é grande, pois a Escola regular ainda não reconhece a PEI como parte do
65
processo de uma educação integral e a mesma com a escola de tempo integral
estão distantes em se tornar tendência na educação pública, pois oferecem às
67
crianças e jovens conhecerem o mundo em que vivem compreendendo as suas
68
contradições que possibilitam as suas adaptação e transformações.
69
As principais dificuldades foram a falta de materiais para a execução das
70
atividades, o deslocamento da escola regular para a casa do PEI, pois andávamos
71
no canteiro da rua porque não tinha calçada. Outra dificuldade era depararmos na
72
rua com os pais pedindo satisfação dos filhos em relação ao bilhete ou advertência
73
recebidos e outra dificuldade era o espaço físico da sala não comportava as turmas
74
para as oficinas.
75
Já a oficina de iniciação científica contribuiu no ensino de ciências nas séries
76
iniciais do ensino fundamental no Programa Escola Integrada (PEI), pois os alunos
77
desenvolveram interesse pela ciência através da oficina iniciação científica. Observei
78
que os mesmos desenvolveram criatividade e capacidade de observação de uma
79
forma divertida.
80
A minha atuação como monitora do PEI contribuiu para a formação docente
81
que foram sendo reveladas as realidades do dia a dia da profissão do professor.
82
Necessitei de tempo e de oportunidades para ensinar e aprender com os alunos.
83
Adquiri experiências que nem em outro estágio conseguiria, como lidar com
84
situações inusitadas. Vivenciar experiências como essas é algo muito importante
85
para a formação de um professor.
86
Enfim, é necessário compreender melhor e conhecer até que ponto este
87
programa resgata uma concepção humanista de educação integral ou se trata de
88
uma estratégia para afastar crianças e adolescentes da rua e da criminalidade?
89
Para aumentar a discussão neste ínterim, sugerimos que sejam feitos novos
90
trabalhos que o abordem.
91 92 93 94 95 96 97 98 99
Referências
100101 102
ARRUDA, S.M.; LABURU, C.E. Considerações sobre a função de experimento
103
no ensino de Ciências. In: NARDI, Roberto (Org.). Considerações atuais no ensino 104
de Ciências. São Paulo: Editora Escrituras, 1998. p. 73-87.
105 106
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Nova Cartilha Esclarecedora Sobre a
107
lei do Estágio. Lei 11.788, de 25 de Setembro de 2008. Disponível em: 108
http://www.mte.gov.br/politicas_juventude/cartilha_lei_estagio.pdf. Acesso em: 22
109
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