• Nenhum resultado encontrado

A Incidência da Teologia sobre a Eclesiologia: Um Modelo de Aproximação Perspectivas da literatura apostólica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "A Incidência da Teologia sobre a Eclesiologia: Um Modelo de Aproximação Perspectivas da literatura apostólica"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

A Incidência da Teologia sobre a Eclesiologia:

Um Modelo de Aproximação

Perspectivas da literatura apostólica

Alessandro Rodrigues Rocha

1

RESUMO

O presente artigo discute a incidência da teologia sobre a eclesio-ORJLDHPH[FHUWRVGDOLWHUDWXUDDSRVWyOLFDGR¿QDOGRSULPHLURVpFXOR Busca-se abordar as perspectivas teológicas e as formas eclesiais de tal literatura numa tentativa de evidenciar o distanciamento da pluralida-de eclesial neo-testamentária. A proposta fundamental é evipluralida-denciar a passagem de uma teologia e eclesiologia desenvolvida em perspectiva plural para uma teologia e eclesiologia em perspectiva unívoca.

PALAVRAS-CHAVE

Teologia, Eclesiologia, Pluralidade, Univocidade.

ABSTRACT

This paper points out the incidence of the Theology in Ecclesio-ORJ\LQH[HUWVRIDSRVWROLFOLWHUDWXUHRIWKHHQGRIWKH)LUVW&HQWXU\,W GHDOVZLWKWKHWKHRORJLFDOSHUVSHFWLYHVDQGHFFOHVLDVWLFDOIRUPVSUHVHQ- WHGLQWKLVOLWHUDWXUHLQRUGHUWRSRLQWRXWLWVGLVWDQFHIURPWKH1HZ7HV-tament ecclesiastical plurality. The paper highlights the passage from a Theology and Ecclesiology that developed in a plural perspective to a Theology and Ecclesiology in a univocal perspective.

1 Pós-doutor em Letras pela PUC-Rio, doutor em teologia sistemática pela PUC-Rio,

coordenador da Faculdade de Teologia da Unigranrio, pesquisador da Cátedra Unes-co de leitura da PUC-Rio.

(2)

KEY-WORDS

Theology, Ecclesiology, Plurality, Univocal Perspective.

1. Introdução

As relações entre teologia e eclesiologia são notórias em toda a H[WHQVmRGDKLVWyULDGRFULVWLDQLVPR0HQVXUDUDLQFLGrQFLDTXHFDGD XPDGDViUHDVSURPRYHVREUHDRXWUDpXPH[HUFtFLRTXHVHGHYHID]HU constantemente. Nesse artigo queremos propor um recorte na relação teologia eclesiologia, bem como a preponderância de um dos dois pó-los sobre a formação dos contornos do outro. O recorte é o período que marca o início da literatura dos Pais Apostólicos2; sobre a

preponderân-cia será privilegiada a incidênpreponderân-cia da teologia sobre a eclesiologia.

A tese de fundo é que a perspectiva teológica de determinado mo-mento funda uma forma eclesiológica que possibilita por sua vez a ob-jetivação daquela teologia. Com isso não estamos negando a relação dialética que certamente há entre teologia e eclesiologia, inclusive com o protagonismo por vezes da eclesiologia. O que fazemos é uma esco-OKDPHWRGROyJLFDQRVHQWLGRHQFRQWUDUPRVXPPRGHORGHDSUR[LPDomR FDSD]GHRIHUHFHURVHOHPHQWRVVX¿FLHQWHVSDUDDOHLWXUDGDUHDOLGDGH para qual nos dirigimos.

Outra questão que julgamos importante mencionar, diz respeito ao caminho percorrido. Na primeira parte do artigo percorremos um cami-nho que parte da teologia e da eclesiologia paulinas (como espaço da pluralidade), e da teologia e eclesiologia das cartas pastorais (como iní- FLRGHIHFKDPHQWRHXQLYRFLGDGH 1HVWDVHJXQGDSDUWHGRWH[WREXVFD-remos percorrer o processo que levou a teologia de sua condição plural/ PHWDIyULFDjFRQGLomRXQtYRFDPHWDItVLFD3DUDSRU¿PSHUFRUUHUPRV RFDPLQKRTXHOHYRXDHFOHVLRORJLDGHVXDFRQGLomRGHGLYHUVLGDGHj condição de hierarquia.

2 Esse artigo está dividido em duas partes. A primeira parte foi publicada em 5HÀH[XV

1HVWDVHJXQGDSDUWHpDERUGDGRRVHJXQGRVpFXORPDLVHVSHFL¿FDPHQWHDOLWHUD-tura dos pais apostólicos.

(3)

2. Caminho teológico da metáfora à metafísica

O processo de univocização do discurso teológico cristão confun-GHVHFRPVXDDSUR[LPDomRDRSHQVDPHQWR¿ORVy¿FRJUHJRSUHVHQWH QRKHOHQLVPR(VVDDSUR[LPDomRpIRUWHPHQWHPDUFDGDSHODDFHLWDomR GD¿ORVR¿DSODW{QLFDDSUHVHQWDGDQRPpGLRSODWRQLVPR. O pensamento

platônico, sobretudo sua metafísica, serviu ao discurso teológico cristão em seu estágio até então mais elaborado.

A Igreja, que recebera o mandato de tornar presente a mensagem GR (YDQJHOKR DWp DV H[WUHPLGDGHV GD 7HUUD SDUD SRGHU HVWHQGHUVH deveria traduzir seu conteúdo religioso em termos racionais, para que IRVVHDFHVVtYHODRSHQVDPHQWRHjWUDGLomRJUHJD1RVHJXQGRVpFXOR iniciou-se a helenização do ensinamento cristão e da linguagem teoló-JLFDQDVFLGDGHVWHHQFRQWUR3UHSDURXVHGHVWHPRGRDH[SDQVmRGR cristianismo.

As condições histórico-culturais daquele momento são fundamen-tais para a compreensão desse movimento da teologia chamado apo-logética6. O encontro do cristianismo, com sua literatura amplamente

 “Este termo designa a corrente de pensamento platônico dominante nos dois séculos

do tempo imperial, destinada a desaguar no século III, no neoplatonismo... É justa-PHQWHHVVHWLSRGH¿ORVR¿DTXHH[HUFHXPDLQÀXrQFLDGHWHUPLQDQWHQRVDSRORJHWDV JUHJRVGRVpFXOR,,G& $WHQiJRUDV-XVWLQR0iUWLU&OHPHQWHGH$OH[DQGULDH2Ut-JHQHV $VDSUHFLDo}HVVREUHDVYiULDVHVFRODV¿ORVy¿FDVDDGPLUDomRSRU3ODWmR os elementos característicos da doutrina da transcendência de Deus, a doutrina das idéias como pensamentos de Deus contidos em sua inteligência e em seu logos, a concepção do nascimento do universo pela imposição das formas e da ordem sobre a matéria não gerada´'LFLRQiULR3DWUtVWLFRHGH$QWLJXLGDGHV&ULVWmV – Verbete médio-platonismo.

 TILLICH, Paul. História do Pensamento Cristão.6mR3DXOR$67(S  FIGUEIREDO, Fernando Antônio. Teologia da Igreja Primitiva: O Homem na

Visão Histórica do Mártir Justino.3HWUySROLV9R]HVSS

63DXO7LOOLFKQDLQWURGXomRjVXDTeologia Sistemática discute acerca da compreensão

mais adequada que se deve ter sobre a apologética. Ele diz que a “Teologia Apo-logética, que teve posição tão elevada na igreja primitiva, caiu em descrédito por causa dos métodos empregados nas tentativas abortivas para defender o cristianismo contra ataques do humanismo moderno, do naturalismo e do historicismo. Tentou GHVFREULUODFXQDVHPQRVVRFRQKHFLPHQWRKLVWyULFRHFLHQWt¿FRSDUDHQFRQWUDUXP

(4)

PDUFDGDSRUWUDoRVPHWDIyULFRSRpWLFRVHGHVWLQDGDjOLWXUJLDHjFDWH-quese, com a cultura grega presente no helenismo e no império roma-QREDVWDQWHFRQWUiULDjVQDUUDWLYDVPLWROyJLFDVMiFRQWUDSRVWDVjWHRULD da transcendentalidade de Deus, produziria uma adaptação um tanto sincrética daquela a esta, geradora de um discurso teológico bastante peculiar.

2FULVWLDQLVPRTXHQRGL]HUGH3DXO7LOOLFK³WHYHTXHVHH[SUHVVDU em forma de respostas a certas acusações particulares (...) que ameaça-YDRLPSpULRURPDQRHTXHHUDGRSRQWRGHYLVWD¿ORVy¿FRSXUDWROLFH QmRPDLVTXHVXSHUVWLomRPLVWXUDGDDIUDJPHQWRV¿ORVy¿FRV´7 precisou

GLDORJDUQRVHQWLGRGHH[SOLFDUVXDH[SHULrQFLDGHIpGHIRUPDDVHU entendido e aceito no interior daquela cultura.

Aquilo que no início da literatura teológica pós-apostólica8 era dito

numa perspectiva metafórica, ou seja, que transbordava a capacidade delimitadora da palavra, passaria a ser submetido gradativamente, ain-da nessa mesma literatura pós-apostólica9jQHFHVVLGDGHGHGH¿QLomR

onde a palavra enquanto recipiente dos sentidos pudesse abrigar todos HOHV2GL]HUPHWDIyULFRDEHUWRjHTXLYRFLGDGHVHULDVXEVWLWXtGRSHOR dizer metafísico gerador de conceitos unívocos. Neste sentido, há uma VXEWUDomRGRVHOHPHQWRVSURSULDPHQWHUHOLJLRVRVHXPLPSHGLPHQWRjV interpretações espontâneas e populares.

1RVHQWLGRGHHYLGHQFLDUHVVDVDSUR[LPDo}HVHDFRQVHTHQWHVX-blevação do pensamento platônico10, e com ele sua metafísica,

impõe-lugar para Deus e suas ações dentro de um mundo de outra forma completamente calculável e imanente... Esse procedimento indigno desacreditou tudo que é chama-do apologética”. TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. 6mR3DXOR3DXOLQDV S

7 TILLICH, Paul. História do Pensamento CristãoS

8

2PHOKRUH[HPSORQHVVHFDVRpR'LGDTXpTXHDRWUDWDUGRGDIRUPDGHDGPL-nistração do batismo respeita certa diversidade gerada pelas condições materiais (Didaqué 7).

9 A carta de Clemente aos coríntios, e as cartas de Inácio de Antioquia, representam

bem esse corte centralizador da doutrina e do governo no período pós-apostólico.

10$LQÀXrQFLDSODW{QLFDVHHVWHQGHXDWpDSOHQDUHFHSomRWHROyJLFDGRDULVWRWHOLVPR

¿ORVy¿FRSHODHVFRODGRPLQLFDQDRQGH7RPiVGH$TXLQRVHPRVWUDFRPRSULQFLSDO sistematizador.

(5)

VHDQHFHVVLGDGHGHYHUL¿FDUVHXVSULQFLSDLVLQWHUORFXWRUHVQRLQWHULRU do cristianismo11.

O primeiro deles é, sem dúvida, Justino, o mártir. Nascido de pais SDJmRVWHQGRHVWXGDGR¿ORVR¿DFRQYHUWHXVHDRFULVWLDQLVPR(PVXDV obras transparece o esforço de adaptação de um homem formado se-JXQGR D ¿ORVR¿D JUHJD H GHSRLV FRQYHUWLGR SDUD DSUHVHQWDU D Ip DRV seus contemporâneos. Por causa de sua teoria do logos espermáticos12

IRLOKHSRVVtYHOGL]HUTXH³QmRVyQmRH[LVWHRSRVLomRHQWUH¿ORVR¿DH FULVWLDQLVPRPDVSRGHVHD¿UPDUDWpXPDVXEVWDQFLDOLGHQWLGDGHHQWUH a primeira e a segunda”.

-XVWLQR EXVFD QD ¿ORVR¿D R PpWRGR FDSD] GH OKH SHUPLWLU R GH-VHQYROYLPHQWRGDWDUHIDGHGHIHQGHURFULVWLDQLVPRDQWHDR³GHVD¿R´ ±H[WHUQRHLQWHUQR±TXHHVWHH[SHULPHQWDYD(VVHGHVD¿RGRSRQWRGH vista interno, consistia em combater as heresias e, do ponto de vista H[WHUQRVXSHUDUDFUtWLFDTXHRGL]LDFRPR³SXUDWROLFHVXSHUVWLomR PLVWXUDGDFRPIUDJPHQWRV¿ORVy¿FRV´.

2LPSDFWRGD¿ORVR¿DSODW{QLFDVREUHVXDIRUPDomRIRLWmRJUDQGH

TXHHOHGLVVH³(XH[XOWDYDSULQFLSDOPHQWHFRPDFRQVLGHUDomRGRLQ-112SHQVDPHQWR¿ORVy¿FRQmRIRLDFROKLGRSHODXQDQLPLGDGHGRVWHyORJRVQHPWmR

pouco aceito de forma passiva. Homens como Taciano e principalmente Tertuliano VHRSXVHUDPDWDODSUR[LPDomR)DPRVDpDVHQWHQoDGHVWH~OWLPR³TXHWHPKDYHU $WHQDVH-HUXVDOpPTXHWHPKDYHUDDFDGHPLDHDLJUHMD"´

12 Justino diz que “em todos os homens está o esperma tou logou. Este não é só a

ca-pacidade ou aptidão para apreender a verdade, mas é a própria verdade ínsita no ho- PHP2SRQWRDOWRGHVWDVPDQLIHVWDo}HVVmRRVSURIHWDVHRV¿OyVRIRV´),*8(,-REDO, Fernando Antônio. Curso de Teologia Patrística I, p. 120. Para Justino a YHUGDGHHVWiQRORJRVSRUWDQWRH[WHUQDjFXOWXUDHpGDGDDRVKRPHQVDSDUWLUGHVXD reta ordenação. Portanto, do ponto de vista de uma teoria do conhecimento, Justino DOFDQoDDYHUGDGHSRUYLDPHWDItVLFD1LVWRHOHVHDVVHPHOKDjWHRULDGDLQWXLomR intelectual de Platão.

 Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs. Verbete helenismo e

cristianis-mo, pp. 660-661. $H[SUHVVmRKHUHVLDpEDVWDQWHTXHVWLRQiYHO6HXXVRpYHLFXODGRHPFRQWUDSRVLomR jTXLORTXHVHFKDPDRUWRGR[LD1HVWHWUDEDOKRKHUHVLDpFRPSUHHQGLGDFRPRSHQ-VDPHQWRWHROyJLFRTXHVHFRORFDRXpFRORFDGRjPDUJHPGDLQWHUSUHWDomRWHROyJLFD R¿FLDO 9HUQRWD

(6)

FRUSyUHR$FRQWHPSODomRGDVLGpLDVGDYDDVDVjPLQKDLQWHOLJrQFLD16.

(DLQGD³4XHREUDPDLRUGHYHPRVUHDOL]DUVHQmRDGHPRVWUDUFRPRD LGpLDGLULJHWRGDVDVFRLVDV"&RQFHELGDHPQyVHGHL[DQGRQRVFRQGX-zir por ela, podemos contemplar o engano dos outros e ver que em suas ocupações não há nada de são, nem de agradável a Deus17.

6REUHHVWDLQÀXrQFLDRGLVFXUVRWHROyJLFRFULVWmRUHSUHVHQWDGRHP -XVWLQRYROWDVHjPHWDItVLFDGLVWDQFLDQGRVHGDVIRQWHVGHUHÀH[mRWH-ológica pós-apostólicas. Os espaços de produção te-XVWLQRYROWDVHjPHWDItVLFDGLVWDQFLDQGRVHGDVIRQWHVGHUHÀH[mRWH-ológica vão se deslo-cando do interior das comunidades de fé, de sua liturgia e ação pastoral, DRXWURVFHQWURVGHUHÀH[mRPDLVFRQFHLWXDO2VSUySULRVDJHQWHVGHVWD UHÀH[mRLUmRGLPLQXLUFHGHQGRHVSDoRJUDGDWLYDPHQWHDHVSHFLDOLVWDV

Esse deslocamento de uma teologia que, na metáfora, se comunica numa dimensão mais funcional e dinâmica, para uma outra, de tendên-cia mais conceitual, encontra em Justino seu primeiro interlocutor. Ele PHVPRGLVVH³)LORVR¿DpDFLrQFLDGRVHUHGRFRQKHFLPHQWRGDYHUGD-de, e a felicidade é a recompensa dessa ciência e desse conhecimento”18.

1HVVDWDUHIDGHDSUR[LPDomRGRGLVFXUVRWHROyJLFRFULVWmRj¿ORVR-¿DJUHJDVREUHWXGRSODW{QLFDSDUDDOpPGDVFRQWULEXLo}HVGH-XVWLQR HVWmRDTXHODVGDGDVSHODHVFRODGH$OH[DQGULD$OLGRLVVmRRVQRPHVGH maior relevância. O primeiro é Clemente. Filho de pais gentios, nascido SURYDYHOPHQWHHP$WHQDVSHORDQR&RQYHUWLGRDRFULVWLDQLVPR HVWXGRXFRPGLYHUVRVSURIHVVRUHVDWpFRQKHFHU3DQWHQRHP$OH[DQGULD onde iria desenvolver seu ministério19.

³(P&OHPHQWHDYHQHUDomRSRU3ODWmRHDLQÀXrQFLDGRSODWRQLVPRFRQ-temporâneo assumem uma dimensão ainda mais ampla e desenvolvimentos ainda mais ricos do que em Justino”.20 Em seu escrito chamado protréptico,

Clemente pede a Platão torná-lo seu companheiro na busca de Deus21.

16-867,120È57,5Diálogo com Trifão, p. 112. 17-867,120È57,5Diálogo com TrifãoS 18-867,120È57,5Diálogo com TrifãoS

19 BOEHNER, Phitotheus. GILSON, Etiene. +LVWyULDGD)LORVR¿D&ULVWmS 20 Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs. Verbete platonismo e os padres,

S

21 Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs. Verbete platonismo e os padres,

(7)

/RQJHGHVHUXPDREUDGRGHP{QLRGL]LDHOHD¿ORVR¿DJUHJDp ao contrário, um bem. A ela coube a tarefa propedêutica de conduzir os JHQWLRVD&ULVWR2TXHDOHLIRUDSDUDRVMXGHXVD¿ORVR¿DIRUDSDUDRV gentios22

3KLWRORPHXV%RHKQHUFLWD&OHPHQWHHPVHXWH[WRDVStroma-tas QRVVHJXLQWHVWHUPRV

A fé em Cristo, a que agora se pretende restringir o alcance da UD]mRKXPDQDQmRH[LVWLXDQWHVGRDGYHQWRGR6DOYDGRUTXDQGRVH GLVSXQKDDSHQDVGDOHLHGD¿ORVR¿DJUHJD$OHLHUDLQGXELWDYHOPHQWH XPDH[SUHVVmRGDYRQWDGHGH'HXV7DPEpPRVJUHJRVDGHVSHLWRGH todas as diferenças, encontravam-se numa situação semelhante. Não possuíam nem a lei nem a fé; a verdade lhes vinha do uso da razão QDWXUDO,VVRVHSRGHFROKHUVHPGL¿FXOGDGHGDOHLWXUDGH3ODWmR1mR TXH'HXVOKHVIDODVVHGLUHWDPHQWHPDVQHPSRULVVRGHL[RXGHJXLi--los indiretamente pela razão, que é também uma luz divina. De forma que a razão era para os pagãos o que a lei era para os judeus.

Na compreensão de Batista Mondin, “com a doutrina da função SURSHGrXWLFDGD¿ORVR¿DSDUDDUHYHODomR&OHPHQWHWHYHRPpULWRGH ter superado a antinomia entre pensamento humano e verdade cristã HGHWHUGDGRDVVLPRGLUHLWRGHFLGDGDQLDQRVHLRGRFULVWLDQLVPRj ¿ORVR¿DJUHJDHFRPHODDWXGRRTXHSHUWHQFHjUD]mRHjQDWXUH]D humana”.

Juntamente com Clemente, o outro grande nome da Escola de Ale- [DQGULDIRL2UtJHQHV1DVFLGRQR(JLWRSHORDQRIRLHGXFDGRSUL-PHLUDPHQWHSHORSDLHORJRGHSRLVHP$OH[DQGULDWRUQRXVHGLVFtSXOR GH&OHPHQWHYLQGRPHVPRDVXSHUiOR&RPRGL]3KLORWKHXV%RHKQHU ³&RP2UtJHQHVDHVFRODFDWHTXpWLFDGH$OH[DQGULDDWLQJHRVHXSRQWR mais alto... Orígenes supera Clemente em todos os pontos de vista e, so-bretudo, pela penetração especulativa. Sobre os fundamentos lançados por Clemente pôde erguer o primeiro edifício sistemático doutrinal”.

22 BOEHNER, Phitotheus. GILSON, Etiene. +LVWyULDGD)LORVR¿D&ULVWmS  BOEHNER, Phitotheus. GILSON, Etiene. +LVWyULDGD)LORVR¿D&ULVWmS  MONDIN, Batista. &XUVRGH)LORVR¿D9RO6mR3DXOR3DXOXVS  BOEHNER, Phitotheus. GILSON, Etiene. +LVWyULDGD)LORVR¿D&ULVWmS

(8)

Com isso também concorda Clodovis Boff, dizendo que “a pri-meira escola de teologia sistemática foi o Didaskaleion GH$OH[DQGULD IXQGDGRQR¿PGR6pFXOR,,2UtJHQHVVHXPDLRUUHSUHVHQWDQWHQRVGi a primeira síntese dogmática, em Dos Princípios”26.

Da mesma forma que Justino e Clemente, Orígenes mantém uma SUR[LPLGDGHFRPD¿ORVR¿DJUHJDVREUHWXGRSODW{QLFDFRPRPHGLD-ção cultural no processo de produSUR[LPLGDGHFRPD¿ORVR¿DJUHJDVREUHWXGRSODW{QLFDFRPRPHGLD-ção teológica. Eusébio de Cesaréia IDODGHOHHVXDUHODomRFRP3ODWmRGL]HQGR³(OHYLYLDHPWUDWRFRQWt-nuo com Platão”27.

Já tendo sido dito aqui sobre a impossibilidade de mensurar a LQÀXrQFLDGHVVDVDSUR[LPDo}HVGRSRQWRGHYLVWDGRVFRQWH~GRV HP função da natureza desta pesquisa), é evidente que elas marcam pro-fundamente o método de construção do discurso teológico cristão, tanto em seu caráter apologético devedor das leis de não-contradição, quanto de sua tarefa, ainda insipiente em Orígenes, de sistematização dos temas da fé.

Já seria necessário dizer que essa tarefa apologética, mesmo levan-do em consideração as observações feitas por Paul Tillich28, consiste

na eliminação da pluralidade epistemológica. A polissemia é encarada FRPRXPDDPHDoDjYHUGDGH(VWDQmRVHHQFRQWUDQDGLPHQVmRGDV opiniões ou crenças (que seriam admitidas como heresias), mas, antes, QDGLPHQVmRGDHSLVWHPHGDFLrQFLDGDVLGpLDVGRQGHKiGHVHUD¿UPD-da, para além de toda multiplicidade, em sua univocidade.

26 BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. 3HWUySROLV9R]HVS 27 EUSÉBIO DE CESARÉIA. História Eclesiástica 6mR 3DXOR )RQWH (GLWRULDO

2006, p. 209.

283DXO7LOOLFKQDLQWURGXomRjVXDTeologia Sistemática discute acerca da

com-preensão mais adequada que se deve ter sobre a apologética. Ele diz que a “Te-ologia apologética, que teve posição tão elevada na igreja primitiva, caiu em descrédito por causa dos métodos empregados nas tentativas abortivas para de-fender o cristianismo contra ataques do humanismo moderno, do naturalismo e do historicismo. Tentou descobrir lacunas em nosso conhecimento histórico e FLHQWt¿FRSDUDHQFRQWUDUXPOXJDUSDUD'HXVHVXDVDo}HVGHQWURGHXPPXQGR de outra forma completamente calculável e imanente... Esse procedimento in-digno desacreditou tudo que é chamado apologética”. TILLICH, Paul. Teologia

(9)

Esse processo de negação da pluralidade, da polissemia, que já fora constitutiva da teologia cristã, incide sobre a eclesiologia de for-ma igualmente radical, conduzindo-a de ufor-ma prática da diversidade, GDVUHODo}HVLJXDOLWiULDVjXPDUtJLGDKLHUDUTXLDTXHYLQFXODDVXE- VLVWrQFLDGDIpFULVWmDRVSURFHVVRVH[FOXGHQWHVGHFHQWUDOL]DomRVH-gregação.

3. Caminho eclesiológico

da diversidade à hierarquia

2SURFHVVRGHKLHUDUTXL]DomRTXHDLJUHMDH[SHULPHQWRXSUy[LPR DR¿QDOGRVpFXOR,MiLQDXJXUDGRQDOLWHUDWXUDQHRWHVWDPHQWiULDWDU-dia (pastorais), ganha nas primeiras décadas do século II um estado de completude que merece nossa atenção. O processo de univocização da teologia precisava da hierarquização da igreja para sua continuidade. Ao mesmo tempo em que o processo de hierarquização encontrava na univocização sua razão de ser.

No sentido de melhor compreender essa relação necessária entre a instância discursiva da fé cristã primitiva, e de sua objetivação institu-cional, carecemos de um instrumental teórico adequado que nos possa ajudar, por um lado a perceber o “necessário” dessa relação, por outro, mensurar o grau da incidência sofrido pela igreja em sua relação com a teologia.

Para tanto, vale a pena dar ouvido ao pensamento de Gianni Vatti-PRTXHD¿UPD

A metafísica tem sobrevivido porque (e junto com) a antiga HVWUXWXUDGH³SRGHU´WHPVREUHYLYLGR$VVLPSRUH[HPSORD,JUHMD cristã, sendo a cabeça do Império Romano, não poderia abandonar essa estrutura de poder e não foi capaz de desenvolver todas as im-plicações não-metafísicas do cristianismo29.

(10)

Parece-nos claro, portanto, o caráter necessário da relação do dis-curso com sua instância objetivadora. A teologia de corte unívoco (de epistemologia metafísica) tem sobrevivido porque (e junto com) a anti-ga estrutura (hierarquia) de poder tem sobrevivido.

Dessa forma, já podemos estabelecer com mais precisão, o para-OHORHQWUHDDSUR[LPDomRTXHDWHRORJLDIH]FRPRSHQVDPHQWRJUHJR platônico (basicamente com sua metafísica), e o processo crescente de KLHUDUTXL]DomRGDLJUHMD&RPRD¿UPD*LDQQL9DWWLPR

É um ponto bem importante reconhecer que a história da me-WDItVLFDQmRVHUHVWULQJLXjGHQRWDomRGRWHUPRSRUHOHPHVPRPDV esteve envolvida com a história de instituições sociais. Assim, não SRGHPRVGHL[DULQWHLUDPHQWHGHODGRDLGpLDGHTXHKiXPWLSRGH problema social da religião.

O cristianismo, que na esfera teológica (em sua epistemologia) PDQWHYH XP FRQWDWR FRP D PHWDItVLFD SODW{QLFD H[SHULPHQWRX WDP-bém, mesmo que não estivesse presente a consciência dessas motiva-o}HVXPDUHODomRFRPHVVDPHVPDPHWDItVLFDQRTXHGL]UHVSHLWRjVXD presença na formação das estruturas e instituições sociais.

A incidência da teologia sobre a eclesiologia pode ser percebida, portanto, tanto objetivamente (nas questões diretas de conteúdo e pre-servação destes), quanto subjetivamente (já que a epistemologia meta-ItVLFDpFRPXPjVGXDVLQVWkQFLDVLQLFLDQGRQDGLVFXUVLYLGDGHPDVQmR se ausentando das instituições).

%XVFDUHPRV H[HPSOL¿FDU HVVD QHFHVViULD LQFLGrQFLD GD WHRORJLD sobre a eclesiologia, trabalhando com dois Pais da igreja, Clemente Ro-mano e Inácio de Antioquia, tentando mostrar, sobretudo, a radicalidade do processo de hierarquização presente em meados da primeira metade do século II.

A carta de Clemente Romano, escrita por volta de 96-98, logo após DSHUVHJXLomRGH'RPLFLDQRVHGLULJHjFRPXQLGDGHGH&RULQWRQR VHQWLGR GH H[RUWiOD DFHUFD GR DIDVWDPHQWR GH DOJXQV SUHVEtWHURV GH

(11)

seus cargos. Esta carta é importante para perceber como a idéia de igre-jas igualitárias e autônomas presentes na teologia paulina, cedeu espaço muito rapidamente a uma prática de intervenção da igreja de Roma so-EUHDVGHPDLV&RPRREVHUYD3)%HDWULFH

$FDUWDUHYHODDH[LVWrQFLDGDQtWLGDHIRUWHFRQVFLrQFLDGRGL-reito que a Igreja de Roma possuía já desde então de intervir nas TXHVW}HVLQWHUQDVGHXPDRXWUDFRPXQLGDGHD¿PGUHFRPSRUDX-toritativamente a ruptura ali produzida por causa da destituição de alguns presbíteros feita por um grupo.

Vejamos a compreensão que Clemente tem acerca da autoridade na LJUHMD³&RQGX]RVQRVVRVSDVVRVQDVDQWLGDGHGHFRUDomRSDUDTXHSRV-samos fazer o bem diante de ti e diante dos nossos chefes (...) concede--nos sujeitarconcede--nos ao teu nome onipotente e aos que na terra nos guiam e nos governam”. Como é possível perceber no número 61 da carta, essa VXMHLomRHVWiIXQGDPHQWDGDQDRUGHQDomRGLYLQD7X6HQKRU'HVWHVD eles o poder real para que a eles nos sujeitássemos”.

&RPRD¿UPD6DQGUR*DOOD]]LDFHUFDGDVPRWLYDo}HVSUHVHQWHVQDFDUWD

(VWDSROrPLFDID]&OHPHQWHH[SUHVVDUVXDFRQFHSomRGHHFOH-sia. É verdade que ele ainda conserva a imagem do corpa e de seus PHPEURVPDVFRPRH[HPSORGHRUJDQL]DomRLQWHUQDHOHWRPDR ³QRVVRH[pUFLWR´FRPVXDVUHODo}HVGHRUGHPHGHSHQGrQFLDSUR-cônsules, tribunos, centuriões (...) todos eles obedecendo ao impe-UDGRUHDRVR¿FLDLVVXSHULRUHV.

É como sugere Gianni Vattimo, acerca da incidência da metafísica VREUH DV LQVWLWXLo}HV VRFLDLV$V LPDJHQV TXH VHUYHP j DQDORJLD YmR VHQGRVXEVWLWXtGDVQmRSRUDFDVRPDVSDUDFRUUHVSRQGHUjVGHWHUPLQD-ções das novas forças culturais.

 Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs. Verbete Clemente Romano,

S

 Apud*$//$=,6DQGUR'DDXWRULGDGHSDUDDKLHUDUTXLD,QRIBLAS 3ULPHLUD&DUWDGH&OHPHQWHDRV&RUtQWLRV,QPadres Apostólicos, p. 67. *$//$==,6DQGUR'DDXWRULGDGHSDUDDKLHUDUTXLDS

(12)

3RU¿PGDVHJXLQWHIRUPD&OHPHQWHFRPSUHHQGHDDXWRULGDGHTXHGH-YLDVHUUHVSHLWDGDSHODLJUHMDGH&RULQWR³6HDOJXpPGHVREHGHFHUj3DODYUD que Deus fala pela nossa boca, saiba que está em culpa e grande perigo”. É, porém, nas cartas de Inácio de Antioquia, escritas nas primeiras décadas do segundo século, onde podemos observar os traços mais pro- IXQGRVGDLQFLGrQFLDGHXPDHSLVWHPRORJLDH[FOXGHQWHVREUHDHFOHVLR-ORJLDFULVWm&RPRQRVGL]31DXWLQ

Inácio de Antioquia pregava como primeiro ponto a união em torno do bispo e do clero (...) suas cartas são os primeiros testemu- QKRVGHKLHUDUTXLDHPWUrVJUDXVELVSRPRQiUTXLFRSDGUHV SUHV-EtWHURV GLiFRQRV(ODVH[DOWDPVREUHWXGRRELVSRpRYLJiULRGH 'HXV 0DJQ7UDO RXGH-HVXV 7UDO(SK H nada se pode fazer sem ele (Tral. 2,2; Phil. 6,1).

Em Inácio de Antioquia a questão da centralização do governo nas mãos de certo conjunto de homens, já não se dá tão somente em função das ameaças de cisão provocadas pelas heresias, mas, antes, como for-PDH[FOXVLYD HSRUWDQWRH[FOXGHQWH GHVHU,JUHMD&RPRD¿UPD6DQGUR *DOOD]]LDFHUFDGRWHPDGDKLHUDUTXLDSUHVHQWHQDVFDUWDVGH,QiFLR³e XPDSURSRVWDWRWDOLWiULDXQLYHUVDOL]DQWHHH[FOXGHQWH$,JUHMDVySRGH ser assim; se não for assim, não é Igreja”.

A hierarquia é a reprodução permanente de relações de submissão retiradas da sociedade greco-romana, e introjetada na teologia num pro-cesso de naturalização, ou melhor, de divinização.

Esforçai-vos por fazer tudo naquela concórdia que Deus quer, sob a presidência do bispo que ocupa o lugar de Deus e dos presbíteros que ocupam o lugar do colégio apostólico e dos GLiFRQRVPHXVTXHULGRVDRVTXDLVIRLFRQ¿DGRRVHUYLoRGH-HVXV Cristo.

3ULPHLUD&DUWDGH&OHPHQWHDRV&RUtQWLRV,QPadres ApostólicosS  Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs. Verbete Inácio de Antioquia,

p. 710.

 GALLAZZI, Sandro. Da autoridade para a hierarquia, p. 17.

(13)

Deveis respeitar os diáconos como o mesmo Jesus Cristo e os bispos como imagem do Pai e os presbíteros como o senado de 'HXVHFRPRRFROpJLRDSRVWyOLFRVHPHOHVQmRKi,JUHMD.

(VWHMDLVXQLGRVDRYRVVRGLJQtVVLPRELVSRHjFRURDHVSLULWXDO do vosso colégio presbiteral e aos vossos santos diáconos. Subme-tei-vos ao voso bispo (...) como Jesus se submeteu ao Pai na sua humanidade e como os Apóstolos a Jesus Cristo e ao Pai e ao Espí-rito Santo.

eERP¿[DURVROKRVQmRVRPHQWHHP'HXVFRPRWDPEpPQR ELVSRTXHPKRQUDRELVSRpKRQUDGRSRU'HXVTXHPDJHHVFRQGL-do ELVSRTXHPKRQUDRELVSRpKRQUDGRSRU'HXVTXHPDJHHVFRQGL-do bispo serve o demônio.

Parece bastante claro o quanto as estruturas eclesiásticas foram determinadas por uma perspectiva teológica (epistemologicamente PHWDItVLFD  TXH YLQKD VH ¿UPDQGR SDUDOHODPHQWH j KLHUDUTXL]DomR (VVDLJUHMDSURSRVWDSRU,QiFLRGH$QWLRTXLDFRUUHVSRQGHjTXHODWH- RORJLDTXHLDQDVFHQGRHP-XVWLQR&OHPHQWHGH$OH[DQGULDH2UtJH-QHV3RUpPWDQWRXPDTXDQWRRXWUDHUDPLQÀXHQFLDGDVSHODFXOWXUD KHOrQLFDHPVXDPDWUL]SODW{QLFD$WHRORJLDUHFHELDHVVDLQÀXrQFLD diretamente da epistemologia, enquanto a eclesiologia a recebia das instituições sociais (que igualmente eram determinadas pela cultura helênica).

1HVWHVHQWLGRFRQFRUGDPRVSOHQDPHQWHFRP(GZDUG6FKLOO,EEH-FN[TXDQGRD¿UPDTXH

É impressionante constatarmos que a autoridade do bispo, dos presbíteros e dos diáconos não provém dos apóstolos atra-vés de uma sucessão apostólica. Pelo contrário, estes ministros são a imagem terrena de um protótipo ou modelo celeste (...). ([DWDPHQWH FRPR QD OLWHUDWXUD JUHFRURPDQD VH GL]LD ³XP só Deus, um só imperador e um só império”, assim também o

&DUWDGH,QiFLRGH$QWLRTXLDDRV7UDOLDQRV,QPadres Apostólicos. p. 98 (grifo

nosso).

&DUWD GH ,QiFLR GH$QWLRTXLD DRV 0DJQpVLRV  ,Q Padres Apostólicos S 

&DUWDGH,QiFLRGH$QWLRTXLDDRV)LODGpO¿RV,Q Padres Apostólicos, p. 112.

(14)

SULQFtSLRQD,JUHMDDJRUDHUD³XPVy'HXVXPVyELVSRHXP só Igreja”.

'HVVDIRUPDRTXDGURVHFRPSOHWD$WHRORJLDSDXOLQDDEHUWDjGL-versidade e instauradora de uma eclesiologia capaz do plural, foi sendo, já na literatura neotestamentária tardia, substituída por uma perspectiva WHROyJLFDFRPXPD¿QDOLGDGHFODUDGHFRQVHUYDURGHSyVLWRGDIpODQoDQ-do mão para isso de toWHROyJLFDFRPXPD¿QDOLGDGHFODUDGHFRQVHUYDURGHSyVLWRGDIpODQoDQ-dos os instrumentos apologéticos. Dessa perspecti-va teológica (e em relação com ela), surge uma forma eclesial rígida, cen-WUDOL]DGRUDHH[FOXGHQWH&RPXPDWRGRHVVHSURFHVVRpDPDWUL]FXOWXUDO que de mediação cultural necessária, passou a ser elemento determinante HGHWHUPLQDGRUDVDEHUDPHWDItVLFD WDQWRHPVXDGLPHQVmRHSLVWHPROy-gica, quanto em sua incidência sobre as instituições sociais).

5HIHUrQFLDVELEOLRJUi¿FDV

BOEHNER, Phitotheus. GILSON, Etiene.

+LVWyULDGD)LORVR¿D&ULV-tã. 3HWUySROLV9R]HV

BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. 3HWUySROLV9R]HV &$57$ '( ,1È&,2 '( $17,248,$ $26 (60,51(16(6 ,Q

Padres Apostólicos6mR3DXOR3DXOXV

&$57$'(,1È&,2'($17,248,$$26),/$'e/),26,QPadres Apostólicos6mR3DXOR3DXOXV &$57$'(,1È&,2'($17,248,$$260$*1e6,26,QPadres Apostólicos6mR3DXOR3DXOXV &$57$'(,1È&,2'($17,248,$$2675$/,$126,QPadres Apostólicos6mR3DXOR3DXOXV

DICIONÁRIO PATRÍSTICO E DE ANTIGUIDADES CRISTÃS.

3HWUySROLV9R]HV

DIDAQUÉ6mR3DXOR3DXOXV

EUSÉBIO DE CESARÉIA. História Eclesiástica.6mR3DXOR)RQWH Editorial, 2006.

(15)

FIGUEIREDO, Fernando Antônio. Curso de Teologia Patrística I. 3HWUySROLV9R]HV

FIGUEIREDO, Fernando Antônio. Teologia da Igreja Primitiva: O

Homem na Visão Histórica do Mártir Justino.3HWUySROLV9R]HV

1979.

*$//$=,6DQGUR'DDXWRULGDGHSDUDDKLHUDUTXLD,QRIBLA -867,120È57,5Diálogo com Trifão.6mR3DXOR3DXOXV 35,0(,5$&$57$'(&/(0(17($26&25Ë17,26,QPadres

Apostólicos6mR3DXOR3DXOXV

6&+,//(%((&.; (GZDUG Por uma Igreja mais humana. São 3DXOR3DXOLQDV

TILLICH, Paul. História do Pensamento Cristão6mR3DXOR$67( 1997.

TILLICH, Paul. Teologia sistemática6mR3DXOR3DXOLQDV

9$77,02*LDQQL 5257<5LFKDUGO futuro da Religião. Rio de -DQHLUR5HOXPH'XPDUi

Referências

Documentos relacionados

Com o estudo anterior (AMARAL, 2009) sobre a evolução da infografia no meio, surgiram dúvidas a respeito de alguns exemplos pesquisados. Percebemos que a fronteira

Quando conheci o museu, em 2003, momento em foi reaberto, ele já se encontrava em condições precárias quanto à conservação de documentos, administração e organização do acervo,

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

Como parte de uma composição musi- cal integral, o recorte pode ser feito de modo a ser reconheci- do como parte da composição (por exemplo, quando a trilha apresenta um intérprete

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

Acrescenta que “a ‘fonte do direito’ é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza” (Montoro, 2016,

Assim sendo, o espaço da estrada é determinante como facilitador de um exercício de uma sexualidade mais plena, aberta e satisfatória, pelo menos para Thelma, e ao

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos