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Germinação de cultivares de milho em diferentes temperaturas / Germination of corn cultivars at different temperatures

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Germinação de cultivares de milho em diferentes temperaturas

Germination of corn cultivars at different temperatures

DOI:10.34117/bjdv6n8-349

Recebimento dos originais: 17/07/2020 Aceitação para publicação: 19/08/2020

Alexandre Morais Borges

Agronomo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Espírito Santo. Santa Teresa- ES, Brazil. E-mail:alexandreboorges@gmail.com

Robson Meireles Celestino

Agronomo, DSc.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Espírito Santo. Santa Teresa- ES, Brazil. E-mail: robmeireles@hotmail.com

Luciléa Silva Dos Reis

Agronomo, DSc.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Espírito Santo. Santa Teresa- ES, Brazil. E-mail: lucileiasr@ifes.edu.br

Gustavo Haddad Souza Vieira

Agronomo, DSc.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Espírito Santo. Santa Teresa- ES, Brazil. E-mail: ghsv@ifes.edu.br

Marcus Vinicius Sandoval Paixão

Agronomo, DSc.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Espírito Santo. Santa Teresa- ES, Brazil. E-mail: mvspaixao@gmail.com

RESUMO

Objetivou-se avaliar o desempenho germinativo de diferentes genótipos de milho hibrido e varietal submetidos a diferentes temperaturas, a fim de subsidiar produtores no cultivo do milho. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado no esquema fatorial 5 x 7 (cultivares x temperatura), com oito repetições de cinquenta sementes. Foram testados cinco cultivares de milho, sendo quatro variedades: AL Bandeira, Cativerde 02, Capixaba Incaper 203, Fortaleza e um hibrido duplo AG-1051. A germinação das sementes dos cinco cultivares foram conduzidas em sete níveis de temperaturas (16ºC, 20ºC, 24ºC, 28ºC, 32ºC, 36ºC e 40ºC), mantidos constantes durante todo período de germinação. Avaliou-se a porcentagem de germinação total e de primeira contagem; número de plântulas normais e anormais; número de sementes não germinadas e índice de velocidade de germinação. Para análise dos resultados utilizou-se a estatística não-paramétrica por meio do teste de Kruskal-Wallis e as médias comparadas por comparações múltiplas não-paramétrica a 5 % de probabilidade. As sementes varietais apresentaram maior tolerância em germinar em diferentes níveis de temperatura sendo que as temperaturas 16 e 40ºC não obtiveram incidência de plântulas normais germinadas.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Palavras chaves: Plântulas Normais. Tolerância térmica. Zea mays L. ABSTRACT

The objective of this research was to evaluate the germinative performance of different genotypes of hybrid and varietal maizes submitted to different temperatures in order to inform farmers in maize cultivation. A completely randomized design was used in the factorial scheme 5 x 7 (cultivars x temperature), with eight replicates of fifty seeds. Five maize cultivars were tested, being four varieties: AL Bandeira, Cativerde 02, Capixaba Incaper 203, Fortaleza and one double hybrid AG-1051. The germination of the seeds of the five cultivars were conducted at seven temperature levels (16, 20, 24, 28, 32, 36 and 40 °C), kept constant throughout the germination period. We evaluated the percentage of total germination and first count; number of normal and abnormal seedlings; number of seeds not germinated and germination rate. For non-parametric analysis, the Kruskal-Wallis test was used and the means were compared by non-parametric multiple comparisons at 5% probability. Varietal seeds showed higher germination tolerance at different temperature levels. Temperatures at 16 and 40 °C did not have an incidence of normal germinated seedlings.

Keywords: Normal seedlings. Thermal tolerance. Zea mays L. 1 INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) é considerado como uma das principais espécies cultivadas no Brasil. A cultura é de grande importância para o agronegócio nacional, além de servir como base de sustentação para as pequenas propriedades. Anualmente, são cultivados no Brasil aproximadamente 15 milhões de hectares, os quais são responsáveis por cerca de 63 milhões de toneladas de grãos (IBGE, 2016), localizando-se como terceiro maior produtor mundial de milho, atrás da China e dos Estados Unidos (CONAB, 2018).

O sucesso da germinação das sementes de milho interfere diretamente no estabelecimento da cultura no campo. Sendo que a temperatura é considerada um dos fatores mais limitantes no processo germinação de sementes (NERSON, 2007), haja vista, a influência que a mesma exerce sobre a absorção de água e outros substratos necessários para o crescimento e desenvolvimento das plântulas.

De acordo com Marcos Filho (2015), durante a germinação a temperatura pode causar mudanças na porcentagem, velocidade e uniformidade da germinação.

Na germinação, a principal fonte de energia para o processo germinativo e crescimento inicial das plântulas está localizada no os carboidratos armazenados no endosperma constituem da semente. A capacidade do uso dos carboidratos armazenados está relacionada com o quão tolerante um genótipo pode ser ao calor, capacidade essa que pode ser caracterizada pelo menor consumo de carboidratos no processo respiratório, acarretando em um maior acréscimo de massa seca na plântula. (BLUM e SINMENA, 1994). Por outro lado, baixas temperaturas também podem causar danos na germinação e no desenvolvimento de plântulas de milho. De acordo com GUAN et al.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761 (2009) baixas temperaturas retardam ou inibe o processo de germinação, gerando dano na membrana celular prejudicando as funções fisiológicas das plantas. O potencial fisiológico (germinação e vigor) das sementes é avaliado em laboratório pelo teste de germinação, que oferece resultados referentes às plântulas normais produzidas em um lote de sementes em condições ideais, de acordo com as recomendações das Regras para Análise de Sementes – RAS (BRASIL, 2009). Entretanto, as prescrições do RAS, tem intuito de padronizar os procedimentos para instalação, condução e avaliação dostestes de germinação, não levando em consideração as características de cada cultivar de milho existente no mercado.

Muitos agricultores costumam utilizar anualmente sementes de diferentes cultivares de milho, sem, entretanto, fornecer condições favoráveis para que esses genótipos exteriorizem sua potencialidade germinativa. Informações a respeito do potencial genético associado com a tolerância a variações de temperaturas no processo germinativo se torna fundamental, pois pode auxiliar o produtor escolher variedades que melhor se adaptam as condições climáticas locais da sua propriedade. Portanto objetivou-se com esse trabalho avaliar comparativamente a germinação de cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Sementes, do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Santa Teresa, localizado sob as coordenadas 19º48’36’’ de latitude sul e 40º40’48’’de longitude oeste e altitude média de 155 m (INCAPER, 2011).

Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado no esquema fatorial 5 x 7 (cultivares x temperatura), com oito repetições de cinquenta sementes (BRASIL, 2009). Foram testados cinco cultivares de milho, sendo quatro variedades: AL Bandeira, Cativerde 02, Capixaba Incaper 203, Fortaleza e um hibrido duplo: AG-1051. A germinação das sementes dos cinco cultivares foi conduzida em sete níveis de temperaturas (16ºC, 20ºC, 24ºC, 28ºC, 32ºC, 36ºC e 40ºC), mantidos constantes durante todo período de germinação.

A semeadura de cada cultivar foi feita entre folhas de papel germitest umedecido com água destilada na proporção de 2,5 vezes do peso do papel seco. Após a distribuição das sementes, as folhas foram enroladas e acondicionadas em sacos plásticos e mantidos em posição vertical no interior de uma câmera do tipo B.O.D. regulada nas temperaturas de acordo com os tratamentos propostos. As sementes permanecerão nessa condição por um período de sete dias.

Os parâmetros avaliativos foram: Germinação e Primeira contagem: A avaliação constou de duas contagens realizada aos quatro e sete dias após a instalação do teste, foram consideradas

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761 sementes germinadas, quando emitiram aproximadamente 0,5 cm de raiz primária. Plântulas normais e anormais: Conduzido junto com o teste de germinação, utilizando como critério para plântulas normais as que apresentaram estruturas essenciais: sistema radicular(raíz primária e secundárias), parte aérea já com a presença de folhas primárias verdes em expansão, as demais plântulas que não apresentaram potencial para continuar o seu desenvolvimento (ausência das estruturas essenciais), foram quantificadas como plantas anormais. Sementes não germinadas: Conduzido junto com o teste de germinação, utilizando como critério sementes que não apresentaram protusão de raíz primária. IVG: Conduzindo junto com o teste de germinação, por meio de avaliações diárias, foi quantificadas o número de sementes com protrusões radiculares até sete dias após a instalação do teste.

A análise dos dados foi realizada utilizando-se a estatística não-paramétrica por meio do teste de Kruskal-Wallis e as médias comparadas por comparações múltiplas não-paramétrica em 5 % de probabilidade.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos resultados de germinação obtidos na primeira contagem (Tabela 1), os cultivares AL Bandeirante e Cativerde 02 não apresentaram diferença estatísca pelo teste de Kruskal-Wallis a 5 % dentro da faixa que vai 20 a 36ºC. O cultivar Fortaleza e Incaper 203 obtiveram as maiores médias de germinação na temperatura de 24ºC a 40ºC, não existindo diferença estatística. O hibrido AG 1051, apresentou a menor faixa ótima de germinação, sendo de 20ºC a 32ºC, não havendo diferença estática nessa faixa de temperatura.

Tabela 1 - Porcentagem de germinação de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação aos 4 dias após a instalação do teste

Variedades Temperaturas/Primeira

Contagem

16ºC 20ºC 24ºC 28ºC 32ºC 36ºC 40ºC

Fortaleza 76Cab 91BCa 92ABCab 95ABa 99Aa 93ABCa 93ABCa ALBandeirante 34,5Bbc 76 ABbc 86 Abc 82 Ab 80 Abc 70 ABb 37 Bb

Incaper 203 90 BCa 82 Cabc 97 Aa 94 Aba 97 Aa 94 ABa 92 ABCa AG1051 72Cab 88ABCab 96Aab 92ABa 94ABab 82BCab 70Cab Cativerde 02 10Cc 54ABCc 77Abc 82Ab 76Abc 70ABCb 54BCb

Médias seguidas por letras distintas maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas diferem entre si pelo teste de comparação múltipla não paramétrica em 5% de probabilidade

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761 Em relação aos menores valores de germinação, as temperaturas de 16ºC e 40ºC mostraram-se drásticas para os cultivares AL Bandeirante, Cativerde 02, acarretando em decréscimos substanciais no potencial germinativo destas sementes no teste de primeira contagem.

Os cultivares Fortaleza, Incaper 203 e AG 1051 apresentaram os maiores resultados de germinação referentes as temperaturas 16ºC e 40ºC, evidenciando uma possível tolerância das mesmas a germinarem em grande amplitude térmica. A maior velocidade do processo de germinação ocorre em condições supra-ótimas, porém somente as sementes mais vigorosas possuem a capacidade de germinarem em condições adversas, (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000), justificando os maiores valores dos cultivares Fortaleza, Incaper 203 e AG 1051. Por outro lado, esses resultados encontrados divergem pelos encontrados por Dutra et al. (2015), no qual em estudos com sementes de diferentes linhagens de milho, observou que não houve germinação pelo teste de primeira contagem na temperatura de 40ºC.

De acordo com a tabela 2, a porcentagem de germinação avaliada no 7º dia após a instalação dos testes diferiu entre os cultivares e temperaturas avaliadas. Os cultivares Fortaleza e Incaper 203 apresentaram os maiores valores de germinação na faixa de temperatura 16ºC a 36ºC, não se diferindo entre si pelo teste de Kruskal-Wallis a 5 %. As temperaturas de 16ºC a 32ºC proporcionou as maiores médias de germinação para os cultivares AL Bandeira, Cativerde 02 e AG 1051, não existindo diferença estatística para as médias de cada cultivar dentro dessa faixa de temperatura avaliada.

A 40ºC os valores de germinação para os cultivares Fortaleza e Incaper 203, apresentaram as maiores médias de germinação, não diferindo entre si estatisticamente, evidenciando tolerância dessas variedades em germinarem em condições extremas de temperatura. Resultados esses que difere de Pereira et al. (2007) que estudando germinação de sementes de cenoura, encontrou decréscimo a medida que a temperatura aumentou, sendo que a 36ºC apenas 27% sementes germinaram.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Tabela 2 - Porcentagem de germinação de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação aos 7 dias após a instalação do teste

Médias seguidas por letras distintas maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas diferem entre si pelo teste de comparação múltipla não paramétrica em 5% de probabilidade

A 16ºC proporcionou valores de germinação acima de 75%, cita-se com destaque cultivares Fortaleza, Incaper 203 e AG 1051 que não apresentaram diferença estatística entre si, com porcentagem de germinação superior a 90%.

De uma maneira geral as temperaturas de 16 a 32 ºC favoreceram as maiores médias de germinação para todos os cultivares testados, exceto fortaleza e Incaper 203 que mantiveram suas médias na temperatura de 36ºC não se diferenciando estatisticamente na faixa de 16 a 32ºC. Este estudo revela que os cultivares testados possui uma grande amplitude térmica para realizar a germinação. Resultados esses contrários dos encontrados por Sbrussi e Zucareli (2014), que relata não haver germinação de sementes de milho a 16ºC. De acordo com Farooq et al. (2008), a temperatura ótima de germinação de sementes de milho encontra-se entre 25 e 28ºC. Divergindo de Marcos Filho (2015), que propõe temperaturas mais elevadas, entre 32 e 35ºC, para maiores porcentagens de germinação.

Conforme os resultados obtidos, a habilidade de uma semente germinar sob uma grande amplitude térmica está relacionada pelo seu genótipo constituinte. Nesse sentido vale destacar o comportamento do milho AG 10 51, que apesar de ser um hibrido, apresentou uma alta adaptação de germinar em diferentes temperaturas, isso pode ser justificado pelo genótipo constituinte do cultivar, pois apesar de ser um hibrido, o mesmo é resultado do cruzamento de dois hibrido simples, tratando-se de um produto ainda um pouco mais variável do ponto de vista genético.

Na tabela 3 são apresentados os dados da porcentagem de germinação de plântulas normais, os quais são inferiores com os dados obtidos na porcentagem de germinação (tabela 2). As temperaturas 16º C 40ºC não houve a presença de plântulas normais, mostrando que apesar das sementes conseguirem germinarem, ou seja, haver a protrusão das raízes primárias, essas temperaturas acarretam danos irreversíveis no desenvolvimento das plântulas. Temperaturas baixas podem diminuir a capacidade da semente em absorver água, reduzindo a atividade seu metabolismo

Variedades Temperaturas/% Germinação

16ºC 20ºC 24ºC 28ºC 32ºC 36ºC 40ºC Fortaleza 95ABa 93Bab 94ABab 95ABa 99Aa 94ABa 93Ba ALBandeirante 81ABCbc 85ABbc 88Abc 83ABb 81ABb 71BCb 40Cc Incaper 203 94ABCa 95ABCa 97ABa 96ABab 97Aa 94ABCa 92BCa AG 1051 92ABab 92ABab 98Aab 93ABa 94Abc 84BCab 72Cb Cativerde 02 78ABCc 83Abc 84Ac 83Ab 79ABc 72BCb 55Cc

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761 e a velocidade da germinação, explicando a ausência de germinação em todos os cultivares na avaliação de plântulas normais para a temperatura de 16ºC e porcentagens de germinação próxima a zero em 20ºC.

Tabela 3 - Porcentagem plântulas normais de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação aos 7 dias após a instalação do teste

Médias seguidas por letras distintas maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas diferem entre si pelo teste de comparação múltipla não paramétrica em 5% de probabilidade

Nos cultivares avaliados, o número de plântulas normais foi crescente até a temperatura 28ºC, sendo essa temperatura que apresentou as maiores médias para todos os cultivares, porém o Fortaleza e Incaper 203 obtiveram presença de plântulas normais na faixa de temperatura de 24ºC a 36ºC não existindo diferença estatística entre si. Os demais cultivares AL Bandeirante, AG 1051 e Cativerde 02 apresentaram maiores médias de plântulas normais na faixa de temperatura de 24ºC a 32ºC, não existindo diferença estatística entre eles, porém houve um declínio acentuado da germinação desses cultivares a partir dos 28ºC. Sbrussi e Zucareli (2014) encontrou resultados semelhantes, onde estudando a germinação de diferentes lotes de milho, obteve maiores taxas de germinação até 28ºC. Resultados esses que difere de Brasil (2009), que recomenda testes de germinação de milho nas temperaturas de 24ºC.

Em relação aos dados de germinação de plântulas anormais (tabela 04), as temperaturas intermediárias de 24ºC a 32ºC foram as que em geral acarretaram os menores valores de plântulas anormais. Por outro lado, as temperaturas extremas favoreceram diretamente o desenvolvimento de plântulas anormais. Corroborando com resultados encontrados por Sbrussi e Zucareli (2014), que observaram as temperaturas próximas a 40ºC há presença de maior desenvolvimento de plântulas anormais de milho. A alta temperatura na fase de germinação ocasiona redução da massa seca de plântula e da eficiência de uso do endosperma e de acordo com Dousseau et al. (2008), temperaturas muito elevadas podem ser prejudiciais à germinação de algumas espécies, provavelmente por

Variedades Temperaturas/Plântulas Normais

16ºC 20ºC 24ºC 28ºC 32ºC 36ºC 40ºC

Fortaleza 0C 5BCa 48ABabc 86Aa 69Aa 31ABCab 0C ALBandeirante 0D 1CDab 61ABab 70Ab 45ABCabc 11BCDbc 0D Incaper 203 0C 4BCab 64Aba 86Aa 62ABab 46ABCa 0C

AG 1051 0C 2BCab 17ABc 81Aab 20ABc 2BCc 0C

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761 causarem desnaturação de proteínas essenciais ao processo germinativo, justificando assim a pouca presença de plântulas normais em temperaturas elevadas.

Tabela 4 - Porcentagem plântulas anormais de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação aos 7 dias após a instalação do teste

Variedades Temperaturas/Plântulas Anormais

16ºC 20ºC 24ºC 28ºC 32ºC 36ºC 40ºC

Fortaleza 95Aa 88ABab 46BCab 9Cb 30Cb 63ABCbc 93Aa ALBandeirante 81ABbc 84Aab 27CDb 13Dab 36CDb 60ABCbc 40BCDb Incaper 203 94Aa 91ABa 34Cb 10Cab 35BCb 48ABCc 92Aa AG 1051 92Aab 90ABa 79ABCDa 11Dab 74BCDa 82ABCa 72CDab Cativerde 02 78Ac 82Ab 43BCab 21Ca 35BCb 72ABab 55ABCb

Médias seguidas por letras distintas maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas diferem entre si pelo teste de comparação múltipla não paramétrica em 5% de probabilidade

Na tabela 5, observam-se os resultados referentes aos índices de velocidade de germinação para os cultivares testados. A faixa de temperatura de 24ºC a 36º proporcionou as melhores médias para os cultivares Fortaleza, AG 1051 e Cativerde 02, não havendo diferença estatística para cada cultivar dentro dessa faixa. O AL Bandeira apresentou as melhores médias de IVG nas temperaturas 20ºC a 36ºC. O Incaper 203 obteve o melhor IVG, não se diferenciando estatisticamente, nas temperaturas de 24ºC a 40ºC. Varella et al. (2005) afirma que sob temperaturas mais altas, a velocidade de absorção de água e as atividades enzimáticas tornam-se mais elevadas, fazendo com que as sementes germinem mais rapidamente, justificando o crescimento linear do ivg com o aumento da temperatura. Entretanto índice de velocidade de germinação também decai à medida que a temperatura diminui a níveis abaixo do recomendado, ainda que a sua porcentagem frequentemente permaneça alta, porém, desuniforme (DELOUCHE, 2004). Munizzi et al. (2010), relatam que sementes de maior qualidade fisiológicas possuem maior velocidade nos processos metabólicos, propiciando germinações mais rápidas e uniformes de plântulas. Vale destacar que as temperaturas mais baixas diminuíram o IVG para todos os cultivares avaliados. A 40ºC houve um decréscimo no IVG, porém os cultivares Fortaleza e Incaper 203 se destacaram por apresentar maiores IVG, não existindo diferença estatística entre si.

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Tabela 5 - Índice de velocidade de germinação de sementes de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação

Variedades IVG/Temperaturas

16ºC 20ºC 24ºC 28ºC 32ºC 36ºC 40ºC

Fortaleza 11,9Dab 15,1CDa 21,8ABCab 23,2ABa 24,7Aa 23ABa 20BCDa ALBandeirante 9,8Bbc 13ABbc 20,6Abc 19,6Abc 19,9Abc 15,4ABb 6,6Bb

Incaper 203 12,2Da 15,3CDa 24,3Aa 22,1ABCab 23,8ABab 21,4ABCDa 20,8ABCa AG 1051 11,8Cab 14,8BCab 21,7ABab 22,7Aa 22,9Aabc 20,1ABab 15,6BCab Cativerde 02 9,1Cc 10,9Cc 13,6ABCc 18,8Ac 17,2ABc 16,4ABb 11,8BCb

Médias seguidas por letras distintas maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas diferem entre si pelo teste de comparação múltipla não paramétrica em 5% de probabilidade

Em relação aos dados de sementes não germinadas, os cultivares Cativerde 02 e AL Bandeirante apresentaram os maiores valores, especialmente nas temperaturas de 40ºC com 45 e 60% respectivamente. Os cultivares Fortaleza, Incaper 203 e AG 1051 obtiveram consideravelmente valores baixos, evidenciando a capacidade dessas sementes de iniciar o processo de germinação mesmo em condições totalmente adversas para o desenvolvimento normais de plântulas (tabela 6).

Tabela 6 - Porcentagem de sementes não germinadas de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação

Variedades Sementes Não Germinadas/Temperaturas

16ºC 20ºC 24ºC 28ºC 32ºC 36ºC 40ºC

Fortaleza 4ABc 6Abc 5ABbc 5ABb 1Ab 5Bb 6Bb

ALBandeirante 18ABCab 14BCab 11Cab 16BCa 19BCa 28ABa 60Aa

Incaper 203 6ABc 5ABc 2Bc 4ABb 3Bb 6ABb 8Ab

AG 1051 7BCbc 7BCbc 3Cbc 7BCab 6BCab 16ABab 28Aab Cativerde 02 21ABCa 17BCa 16Ca 16Ca 21BCa 28ABa 45Aa

Médias seguidas por letras distintas maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas diferem entre si pelo teste de comparação múltipla não paramétrica em 5% de probabilidade

4 CONCLUSÃO

As temperaturas de 16ºC e 40ºC mostraram-se drásticas para os cultivares AL Bandeirante, Cativerde, acarretando em decréscimos substanciais no potencial germinativo destas sementes no teste de primeira contagem.

Os cultivares Fortaleza e Incaper 203 apresentaram maior tolerância em germinar em diferentes níveis de temperatura.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 58993-59002 aug. 2020. ISSN 2525-8761 REFERÊNCIAS

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Tabela 1 - Porcentagem de germinação de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação  aos 4 dias após a instalação do teste
Tabela 2 - Porcentagem de germinação de cinco cultivares de milho submetidas a diferentes temperaturas de germinação  aos 7 dias após a instalação do teste
Tabela  3  -  Porcentagem  plântulas  normais  de  cinco  cultivares  de  milho  submetidas  a  diferentes  temperaturas  de  germinação aos 7 dias após a instalação do teste
Tabela  4  -  Porcentagem  plântulas  anormais  de  cinco  cultivares  de  milho  submetidas  a  diferentes  temperaturas  de  germinação aos 7 dias após a instalação do teste
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Referências

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