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UTILIZAÇÃO DE BRIQUETES DE CASCA DE ARROZ COMO COMBUSTÍVEL PARA CALDEIRAS

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UTILIZAÇÃO DE BRIQUETES DE CASCA DE ARROZ

COMO COMBUSTÍVEL PARA CALDEIRAS

THIAGO LUIZ ALVES - engthiagoalves@hotmail.com

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA

CLAUDIO SONAGLIO ALBANO - claudio.albano@unipampa.edu.br

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA

JANAINA WOHLENBERG - jw.unipampa@gmail.com

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA

Resumo: DIANTE DAS NECESSIDADES DO MUNDO ATUAL, DE OBTENÇÃO DE LUCROS E CONSCIÊNCIA AMBIENTAL, A SOCIEDADE, AOS POUCOS, INGRESSA EM UMA FASE DE MUDANÇAS DE CONCEITOS RELACIONADOS À QUALQUER TIPO DE POSSIBILIDADE QUE POSSIBILITE A UNIÃO DESSES DOIS MUNDOS. A BUSCA, MUITAS VEZES IRRACIONAIS PELA MAIOR MARGEM LÍQUIDA FINANCEIRA, COLOCA EM SEGUNDO PLANO OS ASPECTOS E ABORDAGENS AMBIENTAIS. DE UMA FORMA RÁPIDA E PRÁTICA, É POSSÍVEL

ANALISAR E VIABILIZAR TANTO ECONÔMICA QUANTO

AMBIENTALMENTE UM TIPO DE COMBUSTÍVEL QUE ALIMENTA CALDEIRAS COM INÚMEROS FATORES POSITIVOS PARA O RESULTADO DAS EMPRESAS: O BRIQUETE DA CASCA DE ARROZ. A PARTIR DE ANÁLISES TÉCNICAS E DE VIABILIDADE ECONÔMICAS, ESTA PESQUISA INTRODUZ ESTE CONCEITO E PROPÕE UM FIM DE UTILIZAÇÃO RENTÁVEL E QUE RESPEITA AS NORMAS AMBIENTAIS, AO ELIMINAR UM PRODUTO QUE NÃO POSSUI DESCARTE FÁCIL NO MERCADO, E POSSUI UM ALTO CONSUMO MUNDIAL.

Palavras-chaves: COMBUSTÍVEL; BRIQUETE; VIABILIDADE ECONÔMICA.

Área: 3 - GESTÃO ECONÔMICA

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BRIQUETTES USE OF RICE HUSK AS A BOILER

FUEL

Abstract: GIVEN THE NEEDS OF TODAY´S WORLD, TO REVENUE, AND

ENVIRONMENTAL AWARENESS, SOCIETY GRADUALLY ENTERS A PHASE OF CHANGES IN CONCEPTS RELATED TO ANY KIND OF POSSIBILITY THAT ALLOWS THE UNION OF THESE TWO WORLDS. THE SEARCH OFTEN IRRATIONAL BY HIGHER NET FINANCIAL MARGIN, PUTS IN THE BACKGROUND ENVIRONMENTAL ASPECTS AND APPROACHES. A QUICK AND PRACTICAL WAY, IT IS POSSIBLE TO

ANALYZE AND VIABLE BOTH ECONOMICALLY AND

ENVIRONMENTALLY A TYPE OF FUEL THAT BOILERS WITH NUMEROUS POSITIVE FACTORS FOR THE OUTCOME OF THE COMPANIES: THE BRIQUETTE RICE HUSK. FROM ANALYZES

TECHNICAL AND ECONOMIC VIABILITY, THIS RESEARCH

INTRODUCES THE CONCEPT AND PROPOSES AN END TO PROFITABLE USE AND THAT MEETS ENVIRONMENTAL STANDARDS, TO ELIMINATE A PRODUCT THAT HAS NO EASY DISPOSAL IN THE MARKET, AND HAS A HIGH GLOBAL CONSUMPTION.

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3 1. Introdução

Em um ambiente focado na competitividade imposta pela concorrência, as organizações necessitam desenvolver e apresentar inúmeros conceitos que façam com que suas marcas sejam bem vistas pelo mercado consumidor, tornando-se indispensável à utilização de sistemas de gestão padronizados e integrados. Uma forma de gestão que define esse mercado é a gestão que considera as necessidades ambientais primordiais para o nome da empresa ou da marca. O aspecto ambiental positivo destacado na imprensa sobre o uso de biocombustível faz com que ele se apresente consumidor como algo benéfico ao ambiente.

Segundo Cortez (2000), o termo renovável significa que a matéria-prima, a biomassa, se renova a cada safra como produto da fotossíntese que é um processo que envolve a transformação do gás dióxido de carbono, água e luz solar produzindo a estrutura vegetal da cana-de-açúcar. O conceito de renovável é mais conveniente porque ele facilita o entendimento do balanço igual a zero para o carbono na atmosfera. Dentro deste parâmetro, se vê a necessidade de inserir no mercado um tipo de combustível que seja proveniente nos aspectos ambientais e que tragam algum tipo de benefício para seu utilizar. A forma escolhida para este estudo são os briquetes de casca de arroz.

A gaseificação de biomassa para a obtenção de energia elétrica, principalmente dos resíduos agroindustriais, como a casca de arroz, é um dos processos mais promissores para suprir a demanda em sistemas isolados, principalmente na Região Amazônica, pois possibilita uma conversão mais eficiente utilizando recursos locais, representando uma alternativa à utilização do diesel como fonte energética em grupos geradores de eletricidade (MORAIS et. al, 2006).

No Rio Grande do Sul, a agrícola é uma das principais molas propulsoras da economia; em decorrência dessa atividade, são produzidas grandes quantidades de resíduos agroindustriais. Esses resíduos vegetais, quando processados adequadamente, podem gerar energia em forma de combustível, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região em que está inserida essa atividade.

A biomassa em forma de briquetes aumenta a eficiência da gaseificação, pois proporcionas forma e granulometria mais adequadas ao processo térmico. A briquetagem consiste no processo de densificação do resíduo através da compactação utilizando uma prensa (MORAIS et al, 2006). Os resíduos passam por homogeneização, tanto da composição quanto do tamanho de partícula, adição de um aglomerante, quando necessário, e compactação, resultando em um sólido com características combustíveis mais definidas. No caso da casca de arroz, com a sua baixa densidade a granel, o processo de briquetagem é fundamental, pois evita problemas no sistema de alimentação (PEROZZI, 2004).

A produção de briquetes in natura e torrificados pode ser uma alternativa viável para a casca de arroz no Estado, contribuindo também para a substituição de combustíveis fósseis. Os briquetes são biocombustíveis sólidos e compactos, produzidos a partir de biomassa e capazes de substituir a lenha utilizada em caldeiras, olarias, fornos de pizzarias, padarias, lareiras, aquecedores de piscinas e no uso doméstico.

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4 A concentração energética é melhorada, ou seja, é entregue mais energia em um menor volume, acrescentando que a densidade do briquete é três a quatro vezes maiores que a da matéria-prima. Segundo Quirino (2004), A torragem do briquete melhora ainda mais as características para queima do produto, pois elimina substâncias voláteis, preservando a massa. Também é possível a briquetagem de carvão vegetal a partir da carbonização da casca de arroz e do aproveitamento da fumaça, que é condensada e usada para compactar a massa.

De uma forma geral, este projeto visa apresentar uma alternativa energética, ambientalmente correta e uma grande oportunidade de negócio que é a briquetagem da casca de arroz, utilizando-a como substituto da lenha em caldeiras industriais.

O objetivo principal deste projeto é mostrar que é possível utilizar uma forma de combustível oriundo do descarte de um produto que tem uma utilização global unânime, e que possui dificuldades no descarte das suas cascas, que é o arroz. Dessa forma, em níveis secundários existe a proposição de uma nova indústria, ainda não explorada, que é a briquetagem, e a apresentação de uma solução ambiental para o despojo da casca de arroz.

Este trabalho se justifica pela necessidade de apresentar uma alternativa lucrativa que esteja enquadrada nos aspectos ambientais, possibilitando ser parametrizada em contexto de certificações ambientais, servindo inclusive de metas ou objetivos dentro desses padrões.

2. Fundamentação Teórica

A necessidade de adequar-se ao futuro faz com que o conhecimento esteja cada vez mais integrado às necessidades humanas. Formas de avaliação e diferenciação de objetivos e metas já não são suficientes para quantificar ou qualificar um embasamento. Atualmente, se vê a necessidade de verificar de formas variadas toda a qualquer decisão para que esta não coloque em riscos os investimentos, que também estão cada vez mais escassos, principalmente quando o estudo aborda custos e análise de viabilidade econômica de um processo inovador.

2.1 Administração financeira

Empresas portuguesas foram pesquisadas por Rodrigues e Armada (1999), avaliando os critérios para tomada decisão de investimento, denominada nível de critérios de decisão. Os níveis de critérios são classificados como critérios sofisticados para tomada de decisão de investimentos e os não sofisticados. Os critérios sofisticados destacados neste estudo são: Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Índice de Lucratividade e os não sofisticados são: Payback e Taxa de Retorno Contábil. Os resultados mostram que as empresas portuguesas avaliam seus projetos de investimentos utilizando a Taxa Interna de Retorno como critério principal e o Payback como secundário. O Payback é utilizado em 18,9% das empresas como critério principal e em 31,4% como critério secundário. Na taxa de utilização geral as empresas optam pelo método Payback em 65,4% das empresas.

Segundo Lohmann e Barsh (1994), o desempenho na decisão de projetos de investimentos nas empresas pesquisadas dos EUA, aponta o Payback como método ineficiente para analisar projetos de investimentos considerando o risco. Verificando-se, apenas 4% destas empresas não considera o risco em suas análises, enquanto 60% utilizam a percepção como ferramenta de análise e apenas 36% utilizam algum método quantitativo para avaliar os projetos de investimentos.

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5 (1993), demonstrando a importância da administração familiar e decisões financeiras, levando em conta o potencial dos investimentos e riscos através das técnicas Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Payback. Através deste estudo obtém-se um comparativo entre as grandes e pequenas empresas no que se refere às análises para decisões financeiras. Estudos semelhantes aos citados acima também foram realizados nos EUA.

As técnicas de investimentos permitem analisar as alternativas visando à escolha mais rentável para a empresa, verificando todas as variáveis que influenciam no sistema empresarial, ou seja, é a decisão de investimento de seu capital utilizando técnicas e métodos que analisem a melhor alternativa, que segundo Hummel e Taschner (1995, p.21), é a que traz a rentabilidade desejada.

Hummel e Taschner (1995), ainda explicam que um investimento só se torna atrativo se o capital a ser investido em um projeto tenha rendimento superior ao de outras aplicações de baixo risco oferecidas pelo mercado.

Os métodos de análise de investimento são ferramentas importantíssimas para o administrador financeiro, identificando o potencial dos projetos, selecionando-os conforme sua viabilidade e determinando o financiamento necessário para execução dos mesmos.

2.2 Análise de viabilidade de investimentos

Para analisar a viabilidade deste investimento, um dos métodos financeiros utilizados foi o de retorno sobre o investimento (ROI), Proposto por DuPont (2012), o conceito ROI passou a ser adotado na engenheira para identificação de projetos de valor potencial para as empresas. No Brasil, a exposição à concorrência mundial, a partir da década de 90, exigiu dos empresários e analistas de negócios um maior conhecimento das técnicas de análise sobre seleção de investimentos, retorno do capital investido e custos envolvidos.

Outra forma de analisar o contexto econômico do investimento foi o período de retorno do investimento, ou Payback, que de acordo com Júnior & Barbosa (1998), parte da premissa de que um projeto é interessante proporcionalmente ao tempo em que o capital investido é recuperado. O método PRI calcula o tempo de recuperação, desconsiderando-se os fluxos de caixa além deste período. Por este motivo é muitas vezes considerado um critério ruim de análise.

Nos modelos cognitivos o processo de decisão da empresa é avaliado de forma global, presumindo-se a existência de um comportamento racional e recorrente.

Ainda segundo Júnior & Barbosa (1998), as técnicas de análise de investimentos são susceptíveis à diversos fatores de risco e incertezas, os quais, muitas vezes, não se encontram explicitamente exibidos nos indicadores calculados. A participação humana é imprescindível para avaliar o alinhamento das decisões, sobre quais projetos se devem investir, quanto à estratégia e objetivos da empresa. Já outra ferramenta de análise econômica utilizada foi o VPL, segundo Ponciano (2006), consiste em transferir para o instante atual todas as variações de caixa esperadas, descontá-las a uma determinada taxa de juros, e somá-las algebricamente.

    n t t t

K

FC

VPL

1

(

1

)

1

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6 2.3 Setor arrozeiro

De acordo com Dias et. al (2002), o setor arrozeiro atual apresenta um fraco desempenho na cadeia agroindustrial por apresentar uma eficiência precária dos processos produtivos. Além disso, noticias relacionadas ao mercado de alimentos indicam que as super safras de soja fazem com que a produção de arroz seja reduzida. Uma forma de aumentar o valor agregado do produto é aliar ao custo de venda do produto um valor estimado para a casca de arroz, desconsiderando a hipótese de tratá-la como despojo ou resíduo a ser descartado.

Segundo Della (2001), o processo de beneficiamento do arroz tem-se como resíduo a casca de arroz, que devido ao seu alto poder calorífico (aproximadamente 16720 kJ/kg) e custo praticamente nulo, vem cada vez mais substituindo a lenha empregada na geração de calor e de vapor, necessários para os processos de secagem e parboilização dos grãos.

Mediante a queima da casca de arroz em fornalhas a céu aberto ou em fornos especiais com temperatura controlada, é produzida a cinza de casca de arroz, denominada residual quando é obtida sem controle de temperatura e tempo de exposição. Ainda segundo Della (2001), Com o objetivo de reduzir a geração de resíduos nos processos industriais e agrícolas, principalmente os poluentes, bem como melhor reaproveitá-los, seja no próprio processo produtivo ou como matéria-prima na elaboração de outros materiais, tem-se cada vez mais investido em pesquisas para a transformação destes, até então considerados apenas resíduos industriais, em subprodutos de interesse comercial.

De uma forma geral, pode-se perceber que existem inúmeras saídas para agregar valor ao produto, entre elas à briquetagem da casca de arroz, proposta deste projeto.

2.4 Casca de arroz - resíduo

O arroz é um cereal de grande importância na economia brasileira que concentra mais da metade de sua produção no estado do Rio Grande do Sul. O IBGE afirma que o estado concentrou, em 2008, 60% da produção nacional de arroz. Em 2008 a produção nacional do grão, segundo dados da Zero Hora (2009), cresceu 9% no Brasil e 15,7% no Estado, mais de 12 milhões de toneladas do grão foram colhidos no país, o que representa o plantio de 2,85 milhões de hectares. Os dados foram divulgados na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2008, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção elevada de arroz do Estado além de contribuir para a economia representa uma grande responsabilidade quanto às vultosas quantidades de resíduo, casca de arroz gerado pelo beneficiamento do grão. A casca de arroz é classificada como resíduo sólido, conforme definição instituída pela NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), “resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição [...]”. A Resolução do CONAMA nº 005 de 1993, em seu Art. 7º, determina que os resíduos sólidos sejam destinados segundo normas estabelecidas pela ABNT.

Os resíduos sólidos são separados em três classes, conforme Resolução do CONAMA nº 23 de 1996: Classe I, resíduos perigosos; Classe II, resíduos não perigosos e não inertes; e

Classe III, resíduos inertes. A mesma legislação ainda define “outros resíduos” que

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7 biodegradabilidade e combustibilidade.

Apesar de não ser considerado um resíduo perigoso, a casca de arroz gerada no processo de beneficiamento do arroz necessita de um tratamento adequado para que não resulte em impactos ambientais negativos para o meio ambiente. Como impacto ambiental, segundo a Resolução CONAMA nº. 01, de 23 de janeiro de 1986, em seu Art. 1º, pode-se considerar: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II. as atividades sociais e econômicas;

III. a biota;

IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V. e a qualidade dos recursos ambientais.

Os impactos ambientais podem ser evitados através de ações de preservação e controle ambientais e serem revertidos através de ações de recuperação ambiental.

As formas de destino dos resíduos sólidos industriais mais comuns, de acordo com

Sirvinskas (2002, p.143), são: “a) depósito a céu aberto; b) depósito em aterro sanitário; usina

de compostagem; d) usina de reciclagem; e e) usina de incineração”.

Da mesma forma que a vida humana necessita de um meio saudável para a sobrevivência, necessita também dos bens produzidos pelas indústrias, a exemplo do que ocorre com o arroz, sua produção pode vir a causar degradação ambiental, mas é um cereal de grande importância na alimentação da população brasileira. Dessa forma, se vê a necessidade de propor um novo destino para as cascas do arroz, de forma a auxiliando nas boas práticas ambientais e viabilizando uma operação que apresente lucro para as instituições, tanto produtos, quanto o utilizar do briquete.

2.5 Briquete

Briquete é um bloco cilíndrico compacto, de alta densidade, composto por resíduos de madeiras em geral, como pó de serra, maravalhas/fitinhas, cavacos ou pedaços de madeira picadas, sem o uso de aglutinantes. O briquete é utilizado para a queima em Fornos, Caldeiras,Aquecedores, Torradores e outros similares, pois seu poder calorífico é no mínimo três vezes maior do que da lenha, cavaco ou biomassas diversas. (EMBRAPA).

2.5.1 Processo de briquetagem

A briquetagem é um processo de reconstrução, ou seja, é a reconciliação de temperatura e pressão a uma massa de partículas, com ou sem a adição de ligantes (Quirino & Brito, 1991). O uso de briquetes em caldeiras permite uma queima mais uniforme e melhoria das condições de transporte, manuseio, armazenamento e alimentação das caldeiras comparadas ao resíduo na forma natural (Dias, 2002).

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8 características que qualificam um briquete são: poder calorífico superior, densidade, e resistência à compreensão. Estas características são influenciadas por variáveis relacionadas ao processo de produção de energia de massa, a densidade expressa a quantidade de material por unidade de volume, portanto, quanto maior, e mais concentrada está a energia, tem-se um briquete com maior potencial energético.

Quando a especificação indica um produto aglomerado menor do que 8 mm, geralmente ele é feito primeiro compactando o material original e, em seguida, triturando e peneirando-o a fim de recuperar a fração que apresenta o tamanho de malha desejado. Os compactados iniciais podem ser briquetes convencionais, briquetes em forma de bastão ou placas lisas ou corrugadas contínuas. Um produto granulado tipo flocos particularmente atraente é obtido quando a espessura da placa compactada é substancialmente menor do que o tamanho da malha do produto. A granulação, então, é necessária somente em duas direções, de acordo com a EMBRAPA.

3. Metodologia

De acordo com Gil (1995), pesquisas exploratórias tem por objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. A forma de classificar este projeto se define por uma pesquisa exploratória por apresentar o objetivo de mostrar um destino para a casca de arroz ao utilizá-lo como combustível vegetal processado.

Dessa forma, a pesquisa exploratória ainda se define como um levantamento, que será realizado de forma a relacionar as informações de forma a apresentar o melhor formato de utilização da briquetagem da casca de arroz, a partir de análises de viabilidade econômica.

Como afirmam Coutinho & Chaves (2002), deve-se primeiramente conhecer e delimitar o ambiente do estudo de caso, e então fica possível obter as informações necessárias e gerar os resultados e conclusões. A partir do embasamento teórico adquirido no levantamento bibliográfico, foi possível ir a campo e realizar os levantamentos necessários que embasam o projeto.

4. Resultados e Discussões

Nesta etapa do projeto, foi possível atender os objetivos ao inserir as tabelas de cálculo de viabilidade econômica que foram citadas na revisão teórica. Utilizando os conhecimentos obtidos pela pesquisa, foi possível determinar os cálculos de custos e comparativos entre o combustível utilizado e o proposto.

4.1 Montagem da caldeira adaptada

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9

TABELA 1 – Orçamentos para caldeira adaptada

Nesta tabela, está discriminado detalhadamente o orçamento da obra civil, ou seja, toda a necessidade de materiais e mão de obra do setor de construção. Além disso, ainda é possível perceber que são necessários equipamentos específicos para que sejam utilizados no empreendimento, que são as roscas e esteiras alimentadoras e o silo de cinza, afinal toda a cinza provinda da queima dos briquetes precisa ser retirada da caldeira, pois acaba fazendo muito volume de acordo com testes realizados. Ainda existe uma terceira necessidade que são os serviços contratados, porém, por ser uma obra de caldeira simples, apenas adaptá-la para que aceite os briquetes que possuem poder calorífico maior, não são necessários contratar serviços terceirizados.

Dessa forma, temos um investimento inicial de R$ 677.000,00.

4.2 Dados comparativos entre os combustíveis estudados

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10

TABELA 2- Comparativo entre combustíveis

COMPARATIVO

LENHA X BRIQUETE Caldeira a Lenha ( 15 ton/h ) Caldeira a Briquete ( 15 ton/h )

Poder Calorífico ( Kcal/Kg ) 2200 3800

Densidade ( Kg/m3 ) 500 650

Rendimento Caldeira Lenha Medido

( ton de Vapor/m3 de lenha ) 1,5

Rendimento Caldeira Briquete Medido

( Kg de Vapor/Kg de briquete ) 4,92

Consumo Horario de Lenha ( m3 ) 10

Consumo Horario de de Briquete ( ton. ) 3,05

Consumo de Lenha Diario ( m3 ) 240

Consumo de Briquete Diario ( Kg ) 73,16

Custo Diário ( R$ ) 9.840,00 7.316,42

Custo Mensal ( R$ ) 216.480,00 160.961,32

Gasto Anual 2.597.760,00 1.931.535,83

4.3 Análise de viabilidade econômica.

Para que seja possível realizar a análise econômica do Valor Presente Líquido, que consiste em trazer para o valor presente, como o próprio nome diz, o valor do investimento em relação aos lucros relacionados, precisamos determinar uma TIR, ou seja, taxa interna de retorno. Esta é uma taxa de desconto hipotética que, quando aplicada a um fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente. Dessa forma, montamos uma planilha eletrônica que traz os valores abaixo relacionados ao fluxo de caixa para determinar a TIR que será utilizada na sequencia para viabilizar, ou não o projeto.

Os comparativos efetuados permitem a criação de uma planilha eletrônica que desenvolve o lucro líquido estimado e em conjunto com o capital total utilizado, chegar ao mínimo viável do produto (MVP) deste comparativo como mostrado na Tabela 3.

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11 Nesta planilha, os dados têm por objetivo chegar ao montante desejado estimando os lucros a partir do comparativo do uso dos materiais a partir do investimento inicial, nesse caso, o capital de giro parte com R$ 677 milhares de reais, descontada a depreciação acumulada chega ao valor imobilizado líquido. De forma semelhante, podemos avaliar o lucro operacional líquido estimado ano após ano e o MVP, ou seja, produto mínimo viável, desenvolvido por RIES (2009), que compara o capital necessário com o lucro estimado, fazendo a sua diferença ano após ano e mostrando que o projeto possui uma aparente viabilidade imediata.

O fluxo de caixa é montado a partir dos resultados obtidos na planilha acima, onde os dados são gerados a partir do lucro estimado somado ao MVP do ano, reduzindo o capital total utilizado no exercício como é visto na tabela 4.

TABELA 4 - Indicadores e fluxo de caixa.

Com este fluxo de caixa, e com os indicadores econômicos utilizados (inflação projetada no ano, mais o custo do capital estimado para uma empresa de grande porte pelo sistema financeiro), determinamos o TIR por meio do cálculo automático da planilha eletrônica:

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12 Com todos estes dados obtidos, viabilizamos uma planilha que possibilita avaliar o retorno do investimento. Utilizando a TIR, os dados obtidos no fluxo de caixa ano após ano, percebemos que ao fim do primeiro ano o lucro obtido já é maior que o investimento inicial, dessa forma tem-se o seguinte cálculo que determina o payback conforme Tabela 5:

TABELA 5- Análise de payback

Payback

Payback = 0 + 677 = 0,81

831

Payback = 0,81 anos ou 10 meses

Por fim, trazendo todos os valores do fluxo de caixa utilizados, considerando a TIR de 39,2%, podemos puxar toda a operação para o valor presente líquido e avaliar a condição do investimento, dessa forma, o VPL da operação pode ser obtido somando os dez MVP dos dez exercícios analisados, e encontramos:

VPL dos MVPs Milhares de R$ 5.598

Com essa informação, chegamos ao resultado de 10 anos de investimento, em comparação com o combustível atual, que está na casa dos 5,6 milhões de reais de lucro presumido para este período.

Ainda sobre estes dados analisados, fazendo a proporção entre o combustível atual utilizado e o proposto, temos 53,63% de ganho de uma atividade sobre outra conforme mostra a tabela 6 abaixo.

TABELA 6- Proporção de ganho dos combustíveis

Descrição kg/m³ kcal/kg consumo m³ consumo kg Energia Kcal custo Unitário R$ Custo Diário R$

Lenha Comercial 400 2200 200 80.000 176.000.000 44,00 R$ 8.800,00 Briquete Casca

Arroz 650 3800 46.316 176.000.000 100,00 R$ 4.631,58

Dessa forma, torna-se fácil concluir que o investimento é amplamente viável e surge como uma alternativa radical para a redução de custos e propicia um destino para a casca de arroz que é um tipo de subproduto que não possui destino na natureza atualmente, com exceções de aterros, que possuem um alto custo e não são totalmente eficazes na preservação ambiental.

5 Considerações Finais

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13 Toda a análise econômica realizada na troca do combustível utilizado atualmente, que é a lenha, para os briquetes de casca de arroz, possibilita que a empresa apresente um lucro operacional referente à situação anterior bastante grande em relação à forma de produção de vapor em uma unidade que demanda esse serviço em demasia.

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Imagem

TABELA 3- Lucro líquido, capital total e MVP descontado.
TABELA 4 - Indicadores e fluxo de caixa.
TABELA 6- Proporção de ganho dos combustíveis Descrição  kg/m³  kcal/kg  consumo

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