UM LUGAR PARA SENTAR
SÉRGIO GAIAFI
UM LUGAR PARA SENTAR
POEMAS
BRASIL
2020
PREFÁCIO
UM LUGAR PARA SENTAR... – Pelo sugestivo titulo – só poderia ser um e- livro de poemas. E assim o é, na realidade. Li-o nos originais em rabisco e percebi a amabilidade do autor, que escreve para todos os amantes em poesia.
Sérgio Gaiafi é o seu autor, um homem apaixonado pela existência do viver, pela essência da natureza, que o define bonito em seu viver por viver.
Gustavo leão
A HARPA
Sinto o som da melodia a vagar;
E, pelos corredores da minha alma lúdica;
Sinto a sonora harpa em lírica canção;
A tocar-me com as mãos;
Deslizando em meu corpo suave;
A vida, num findar... o lirismo do sentir;
O amor maior em manhosa solidade...
Em música e letra num jardim sem fim;
Um lugar para aconchegar-se;
Para um sol maior aparecer;
No movimento do vento, paixão.
Sérgio Gaiafi
CASA DE ESPELHO
Sou as vitrines que se entrelaçam em luz;
E, através dos espelhos, reflexos;
Do meu camarim aberto para todos;
Movendo-se em espelhos mágicos;
Minha vida em etapas;
Linda! E, pela magia do vento, suspiro...
Assim, sou eu, hoje, penteando lágrimas;
De um passado que não foi enterrado;
Apenas sepultado na casa de espelhos;
A pensar num futuro de mar;
Onde eu nado pela vida com meu bem;
Iludindo meu oceano d’amor;
Porque sou as vitrines das madrugadas.
Sérgio Gaiafi
REFLEXOS
Hoje, não quero a solidão na minha vida;
Porque quero meu reflexo nos espelhos;
Iluminando salões com rostos pintados;
Cada qual maquiado com seu tempo;
Para que eu possa sorri e nunca chorar;
Ao som da musica, sem solidão;
Pois, sou lindo para o meu bem;
Até mesmo quando deságua o choro;
Contido na minha face em riso;
Como eu bem sei que disse;
Quando retoquei a maquiagem no escuro;
Para que ele não olhasse mais ninguém;
E viesse só para mim, depois que eu me revelasse;
Em segredos, permitindo ao belo, eu.
Sérgio Gaiafi
CORPOS
Ó vida, se não fui parido pelo destino;
Porque diz-me o porquê de te ter;
Quando olho-te por meio da fresta;
Teu retrato ausente em mim tão presente;
Pelo que ainda não sei, e se, bem sei;
Não lembro-me de absolutamente nada;
Apenas meu corpo deseja-te intensamente;
Por adentrares na minha vida em vento;
Então, meu corpo frêmito recebe teu calor;
Que faz-nos uno enquanto presença;
De um amor que já bem não sabemos;
Pois, amar-te é-me o despertar;
Num poema de corpos suados;
Molhados de tanto nos amar.
Sérgio Gaiafi
QUE ME VENHA ESSE HOMEM
Quero sentir teu cheiro;
Mergulhando meu arama;
Onde podes nadar no odor inebriante;
Com tua voz sussurrando sem fim;
beijando meus lábios ao sentires o meu;
Fazendo-me delirar;
Ao dar-te o teu perfume;
Para que possas banhares;
Dentro de mim em merecia;
No côncavo e convexo;
Para sempre saberes;
Que podes achegares;
Porque estou alucinado de paixão;
Desejando-o sempre me amar.
Sérgio Gaiafi
OPALA
Quero atravessar o oceano descalço;
Para chegar numa rua comprida;
E, caso não afogue-me no antes;
Sentirei o chão quente da terra;
Ao chegar entre o mar e a terra;
Árvores frondosas, bosques, montanhas...
Vales e campinas floridas, e deserto;
Verdejante sobre o brilho solar;
Buscando o luar e voos de aves;
Caminharei...não buscarei o olhar;
Para o mar que deixei sem sal;
Para nunca mais duvidar da passagem...
Para uma nova terra de esplendor.
Sérgio Gaiafi
OLHOS MEUS
Sou cigano sem caravana;
Nômade de olhos degelados;
Sobre o sol de gelo;
Sem portas, sem janelas;
Com vento destelhando-me;
Ao som do gorjear de pássaros;
Flutuo nas ondas da vida;
Como um chuva de aço;
Aterrando minha estrada;
Pela vida que passa comigo;
Através de meus olhos;
Um olhar meu nunca esquecido;
Pela miragem de eu ter minha imagem;
Na estrada.
Sérgio Gaiafi
UM LUGAR PARA SENTAR (ALDRAVIA)
Ando Rio Danço Sorrio Canto Sento.
Livro
Borboletas Voam
Páginas Vivas Minha.
Sérgio Gaiafi
Um Lugar
Para Sentar
Além.
Praça
Bailarinas Dos
Véus
Ventando Tango.
Crianças Velhos Jovens Leques Abanando
Sérgio Gaiafi Música.
HORAS
As horas passam;
E a lua se desfaz la fora.
Sigo com minhas travessura;
Penso onde de chegar.
Encontro-me livre nesse tempo;
Nunca pensando me entrelaçar.
É o tempo que me diz;
Sobre as horas que hão de chegar.
Sérgio Gaiafi
UM TEMPO
Nuvens ventando;
Pássaros voarem;
E eu alado;
Num navio negreiro;
Coral no céu cinzento;
Caindo chuva de prata;
Gosto dos pingos da chuva;
Não gosto de ser molhado;
Cheiro de terra árida;
Árvores de cetim nos pincéis de lã;
Pintam tomates verdes;
Nos jardins de flores;
Repare a vida no cais;
Porque a vida é cigana.
Sérgio Gaiafi
SONHAR
Sonho com minha casa cor de rosa Onde os morangos são as portas;
As janelas são flores;
O telhado de chocolate.
Com o chão de milho Paredes de vidro;
Assoalho de espelho;
Comigo em espírito.
Sérgio Gaiafi
UM LUGAR PARA SENTAR
SÉRGIO GAIAFI
S