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GESTÃO DE CONTRATOS E CONVÊNIOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE

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Academic year: 2022

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Prof. Célio Luiz Banazeski

GESTÃO DE CONTRATOS E CONVÊNIOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE

AULA 5

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CONVERSA INICIAL

Dois aspectos importantes na Gestão de Contratos e Serviços de Saúde se referem à Política Nacional de Humanização e à Cogestão Participativa na administração dos convênios. Desse modo, faz-se necessário conhecer os aspectos normativos e práticos dessa relação.

Antes de começar, acesse o material on-line e confira a videoaula com os comentários iniciais do professor Célio.

CONTEXTUALIZANDO

Abordaremos alguns temas importantes, os quais você confere a seguir:

Política Nacional de Humanização

 os seus princípios, alguns conceitos referentes à política, os resultados esperados e os parâmetros para a implementação de ações na atenção hospitalar.

Cogestão

TEMA 1 – POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO

A Política Nacional de Humanização foi apresentada em 2003 e tem por objetivo estabelecer os princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS), com o pressuposto de melhorar a qualidade do atendimento, da assistência e do modo de gestão.

Desse modo, propõe estimular o diálogo entre as diversas partes interessadas, como gestores, colaboradores e os usuários do sistema, a fim de aprimorar as relações decorrentes da atividade de atendimento da saúde no Brasil pelos prestadores de serviço do SUS.

Princípios

Os princípios da Política Nacional de Humanização são:

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Transversalidade

No conceito de transversalidade, a Política Nacional de Humanização se propõe a estar incluída em diversas formas de políticas governamentais afetas ao SUS.

Assim, procura aprimorar a forma e o modelo de trabalho com maior comunicação entre as partes envolvidas, independentemente do cargo ou da situação em que se encontra.

Indissociabilidade

A tomada de decisão por parte da gestão pode interferir diretamente no tipo de assistência ou atenção prestada. Sendo assim, colaboradores, pacientes e familiares devem ter em mente a busca por conhecimento em relação ao modo de funcionamento do modelo de gestão do SUS e de sua rede, como também ter participação efetiva nos processos de decisão.

Protagonismo

O protagonismo das mudanças no modelo de gestão e na assistência é mais forte e duradoura, além de ser elaborada com autonomia e decisão das pessoas envolvidas no processo, compartilhando, assim, as diversas responsabilidades.

Transversalidade Indissociabilidade Protagonismo

A interdisciplinaridade e o contato com as necessidades dos pacientes devem proporcionar um melhor estado de saúde.

Por isso o tipo de cuidado e o tipo de assistência prestada ao paciente não é restrita à equipe de saúde, mas, sim, à comunidade a que pertence.

Desse modo, o usuário do sistema passa a ter forma participativa nas decisões, pois o SUS humanizado tem por objetivo reconhecer que cada cidadão pode melhorar o sistema de

saúde.

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Ainda podemos citar mais alguns princípios definidos no documento base para gestores e trabalhadores do SUS (2006):

Valorização da dimensão subjetiva, coletiva e social em todas as práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às reivindicações de gênero, cor/etnia, orientação/expressão sexual e de segmentos específicos (populações negras, do campo, extrativistas, povos indígenas, remanescentes de quilombos, ciganos, ribeirinhos, assentados etc.);

Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, fomentando a transversalidade e a grupalidade;

Apoio à construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde e com a produção de sujeitos;

Construção de autonomia e protagonismo dos sujeitos e coletivos implicados na rede do SUS;

Corresponsabilidade desses sujeitos nos processos de gestão e atenção;

CONCEITOS Acolhimento

Considera-se acolhimento o fato de reconhecer no usuário do sistema as suas necessidades de saúde. Serve como base para que hospitais e suas equipes sustentem as diversas relações entre os usuários e os prestadores de serviço.

É operacionalizada por meio de um sistema qualificado de atendimento ao cliente/paciente, possibilitando oportunidade e acesso a serviços e tecnologias adequadas às suas necessidades.

Cogestão

Conceitualmente, cogestão é a devida inclusão de novos atores nas atividades de análise e decisão. É operacionalizada por meio de dois grupos de atuação:

um que diz respeito à organização de um espaço comum de gestão, que possibilite o acordo entre necessidades e interesses de pacientes, colaboradores e gestores do sistema; outro que se refere àqueles ligados às ferramentas que podem garantir a participação de pacientes e familiares no dia a dia das instituições ou unidades que atendam ao SUS.

Ambiência

A ambiência é o fato de elaborar estruturas acolhedoras e com conforto para respeitar a privacidade, propiciando, assim, alterações no modo de trabalho para contribuir para reuniões e encontro de pessoas.

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Clínica compartilhada

É uma espécie de ferramenta teórica e prática que tem por objetivo melhorar a abordagem da assistência dos pacientes quando em adoecimento. É implantada por meio da utilização de recursos para o aprimoramento dos sistemas de diagnósticos e na forma de diálogo entre os atores de gestão do sistema.

Resultados esperados

Segundo o documento base para gestores e trabalhadores do SUS (2006), os resultados esperados com o Programa Nacional de Humanização são:

As unidades de saúde garantirão os direitos dos usuários, orientando-se pelas conquistas já asseguradas em lei e ampliando os mecanismos de sua participação ativa, e de sua rede sociofamiliar nas propostas de intervenção, acompanhamento e cuidados em geral;

As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos seus trabalhadores e usuários, com investimento na educação permanente dos trabalhadores, na adequação de ambiência e espaços saudáveis e acolhedores de trabalho, propiciando maior integração de trabalhadores e usuários em diferentes momentos (diferentes rodas e encontros);

Serão implementadas atividades de valorização e cuidado aos trabalhadores da saúde.

Para estabelecer os resultados esperados pelo programa, são necessários alguns dispositivos determinados pelo Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS (2006):

 Acolhimento com classificação de risco;

 Equipes de referência e de apoio matricial;

 Projeto terapêutico singular e projeto de saúde coletiva;

 Projetos de construção coletiva da ambiência;

 Colegiados de gestão;

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 Contratos de gestão;

 Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: gerência de “porta aberta”, ouvidorias, grupos focais e pesquisas de satisfação;

Projeto “Acolhendo os Familiares/Rede Social Participante”: visita aberta, direito de acompanhante e envolvimento no projeto terapêutico;

 Programa de Formação em Saúde e Trabalho e Comunidade Ampliada de Pesquisa;

 Programas de qualidade de vida e saúde para os trabalhadores da saúde;

 Grupo de trabalho de humanização.

Para se obter esses resultados, o Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS (2006) também recomenda uma série de parâmetros de orientação para a estruturação de ferramentas de gestão:

 Ampliação de diálogos entre trabalhadores e a população: a ideia é proporcionar um aumento significativo no processo de participação na gestão das comunidades em que o sistema esteja inserido;

 Fortalecimento de grupos de trabalho: com o incentivo no aumento da participação de grupos de trabalhos multidisciplinares, com gestores e atores da comunidade o plano de trabalho passa a ter maior chance de eficiência;

 Estimular ações de atenção compartilhadas: com estímulo a ações multidisciplinares para melhor utilização de recursos, tais como medicamentos, insumos e equipamentos;

 Sensibilização contra a violência: motivar e sensibilizar as equipes de saúde dos diversos níveis para o problema social da violência, tais como:

 violência contra mulher

 violência contra idoso

 violência contra a criança

 manifestações de preconceitos (raça, sexo, religião etc.)

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Adequação à cultura do paciente: respeitar os aspectos culturais do paciente e de seus familiares, assim como nas questões de dignidade, respeito e privacidade.

Parâmetros para implementação de ações na atenção hospitalar

Segundo o Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS (2006), existem alguns parâmetros a serem implementados:

1) Parâmetros para o Nível B:

Existência de Grupos de Trabalho de Humanização (GTH) com plano de trabalho definido;

Garantia de visita aberta, pela presença do acompanhante e de sua rede social, respeitando a dinâmica de cada unidade hospitalar e peculiaridades das necessidades do acompanhante;

Mecanismos de recepção com acolhimento aos usuários;

Mecanismos de escuta para a população e trabalhadores;

Equipe multiprofissional (minimamente com médico e enfermeiro) que se estabeleça como referência para os pacientes internados, com horário pactuado para atendimento à família e/ou sua rede social;

Existência de mecanismos de desospitalização, visando alternativas às práticas hospitalares como as de cuidados domiciliares;

Garantia de continuidade de assistência, com ativação de redes de cuidados para viabilizar a atenção integral;

Garantia de participação dos trabalhadores em atividades de educação permanente;

Promoção de atividades de valorização e de cuidados aos trabalhadores da saúde, contemplando ações voltadas para a promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho;

Organização do trabalho com base em metas discutidas coletivamente e com definição de eixos avaliativos, avançando na implementação de contratos internos de gestão.

2) Parâmetros para o Nível A:

Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) com plano de trabalho implantado;

Garantia de visita aberta, pela presença do acompanhante e de sua rede social, respeitando a dinâmica de cada unidade hospitalar e peculiaridades das necessidades do acompanhante;

Ouvidoria funcionando;

Equipe multiprofissional com médico e enfermeiro, com apoio matricial de psicólogos, assistentes sociais, psicoterapeutas, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos e nutricionistas, que se estabeleça como referência para os pacientes internados, com horário pactuado para atendimento à família e/ou sua rede social;

Existência de mecanismos de desospitalização, visando alternativas às práticas hospitalares como as de cuidados domiciliares;

Garantia de continuidade de assistência, com ativação de redes de cuidados para viabilizar a atenção integral;

Conselho de gestão participativa, com funcionamento adequado;

Existência de acolhimento com avaliação de risco nas áreas de acesso (pronto atendimento, pronto-socorro, ambulatório, serviço de apoio diagnóstico e terapia);

Atividades sistemáticas de capacitação, compondo um projeto de educação permanente para os trabalhadores, contemplando diferentes temáticas permeadas pelos princípios e conceitos da Política Nacional de Humanização (PNH);

Promoção de atividades de valorização e de cuidados aos trabalhadores da saúde, contemplando ações voltadas para a promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho;

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Organização do trabalho com base em metas discutidas coletivamente e com definição de eixos avaliativos, avançando na implementação de contratos internos de gestão.

TEMA 2 – COGESTÃO

Para implementar a cogestão, é necessário acompanhar que a Política Nacional de Humanização define dois grandes grupos de trabalho:

No grupo de organização do espaço coletivo de gestão, é necessário que existam diversos acordos entre as diferentes vontades e interesses dos pacientes e seus familiares e, também, dos gestores e profissionais envolvidos.

Para o grupo de garantia de participação efetiva e ativa dos pacientes, familiares e comunidade no dia a dia das unidades de saúde, a fim de estreitar as relações de gestão, necessidades e realidade, permitindo, de certa forma, a participação e a interação de familiares nos projetos terapêuticos, também como forma de aprimorar a garantia de direitos.

Esses grupos devem ser elaborados segundo a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS, no seu Manual de Gestão Participativa e Cogestão (2009), onde os principais são:

Grupos de Trabalho de Humanização (GTH): devem ter as seguintes características:

 Participativos e democráticos

 Política de resgate de valores:

 universalidade

 integralidade

 equidade

 Proativo (benefícios para as partes envolvidas) Organização

do espaço

Mecanismos de garantia

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 Difusão das bases da humanização, pesquisa de pontos críticos

 Promoção do trabalho multiprofissional

 Propor melhorias nos processos e na comunicação

Colegiados gestores de hospital, de distritos sanitários e secretarias de saúde: é formado por diversos profissionais envolvidos com o sistema, tais como coordenadores ou gestores ligados ao atendimento do paciente e seus familiares, representantes do setor público como secretários de saúde etc. Desse modo, têm a responsabilidade de confeccionar o Projeto Diretor do Município em integração com o hospital envolvido no atendimento. Deve sobretudo, definir os quais são os investimentos, os projetos e os recursos prioritários das diversas unidades, além de prestar contas aos Conselhos Gestores.

Colegiado Gestor da Unidade de Saúde: tem conforme o Manual de Gestão participativa e cogestão (2009) as seguintes atribuições:

 Elaborar o projeto de ação

 Atuar no processo de trabalho da unidade

 Responsabilizar os envolvidos

 Acolher e encaminhar as demandas dos usuários; criar e avaliar os indicadores

 Sugerir e elaborar propostas e criar estratégias para o envolvimento de todos os membros e equipes do serviço

Mesa de negociação permanente: são os diversos tipos de fóruns ou colegiados de discussão que, em reunião com os diversos participantes do processo (colaboradores, comunidade, paciente, familiares etc.), com o escopo de administrar os diversos interesses em relação ao serviço prestado;

Contratos de gestão: normalmente, são elaborados entre diversas instâncias de governo e unidades de saúde e/ou hospitais, onde são definidas metas nas seguintes áreas:

 Ampliação do acesso, qualificação e humanização da atenção

 Valorização dos trabalhadores, implementação de gestão participativa

 Garantia de sustentabilidade da unidade

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TROCANDO IDEIAS

Com base nos vídeos a que você assistiu no acervo digital da Rede Humaniza SUS, verifique com seus familiares e amigos se eles têm conhecimento desse programa.

NA PRÁTICA

Ainda com base nos vídeos do acervo digital da Rede Humaniza SUS e no que aprendeu nesta aula, tente verificar com amigos, parentes ou familiares, ou mesmo nos órgãos públicos de sua cidade, se há algum dos requisitos propostos para o atendimento humanizado do SUS e a cogestão.

Com base nessa pesquisa de campo e com as informações aqui expostas, como você avalia, agora, sua capacidade de acompanhar o atendimento do SUS no quesito humanização e cogestão?

SÍNTESE

Para realizarmos um serviço de qualidade na saúde e, principalmente, no SUS, são necessárias uma série de ações que permitam uma gestão compartilhada, a fim de que o paciente e seus familiares tenham um atendimento humanizado.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Carta dos direitos dos usuários da saúde. 3.

ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 3. ed. Brasília:

Ministério da Saúde, 2006.

_____. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Política nacional de Humanização da atenção e Gestão do SUS: Gestão participativa e cogestão / Ministério da saúde, secretaria de atenção à saúde, Política nacional de Humanização da atenção e Gestão do SUS. Brasília: Ministério da saúde, 2009.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Regulação Avaliação e Controle de Sistemas. Manual de orientações para contratação de serviços do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Regulação Avaliação e Controle de Sistemas. Brasília:

Ministério da Saúde, 2007.

_____. Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil.

Brasília, DF: Senado Federal, 1998.

_____. Portaria n. 1.820, de 13 de agosto de 2009. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 ago. 2009. Dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde.

_____. Manual das Organizações Prestadoras de Serviço de Saúde. Brasília:

Organização Nacional de Acreditação, 2014.

DONABEDIAN, A. A. Gestão da Qualidade Total na Perspectiva dos Serviços de Saúde. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.

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