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ERA UMA VEZ... A IMPORTÂNCIA DO CONTO DE FADAS NO CONTEXTO ESCOLAR.

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Academic year: 2021

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ERA UMA VEZ... A IMPORTÂNCIA DO CONTO DE FADAS NO CONTEXTO ESCOLAR.

André Alves Oliveira

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André Zandomenico Silva

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Elaine Moura

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Thiago Ascêncio

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Carlos Alberto Suniga dos Santos

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INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objetivo central reconhecer a importância da literatura infantil e incentivar a formação do hábito de leitura na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância; revelando o quanto este gênero é importante para a formação de futuros leitores. Neste sentido, acreditamos que a literatura infantil poderá levar a criança desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Por meio das histórias lidas pelas próprias crianças ou contadas pelo professor, é possível que elas experimentem emoções diferentes daquelas que a vida real pode lhes proporcionar.

Assim, a presença da literatura infantil na escola representa um estímulo forte à aprendizagem da leitura. Os contos de fadas vivenciados durante a infância podem ajudar no processo de desenvolvimento das crianças de modo geral. Contar histórias para uma criança é uma forma de demonstrar afeto. Um ato simples como esse pode estimular o desenvolvimento psicológico, cultural, emocional, cognitivo. A criatividade também é estimulada, fazendo com que a criança desenvolva a imaginação e a fantasia.

Os contos infantis oferecem a criança uma forma lúdica de aprender e uma opção para contribuir junto à formação do ser humano. Nesse sentido, o presente trabalho objetiva demonstrar a influência dos contos de fadas no estímulo a leitura. O estudo se baseia em pesquisas bibliográficas amparadas em autores como Morais (2013), Coelho (1987), Abramovich (2003), entre outros; e, a partir dos quais, desenvolvemos um breve histórico da literatura infantil e dos contos de fadas na tentativa de demonstrarmos sua importância para o desenvolvimento cognitivo da criança.

Desse modo, a literatura infantil pode ser um possível caminho para auxiliar as crianças na compreensão daquilo que se lê, já que "[...] provoca emoções, dá prazer ou diverte e, acima de tudo modifica a consciência de mundo de seu leitor [...]"; (COELHO, 2000, p. 46), possibilitando a formação de leitores/escritores competentes, ajudando-os a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa.

Assim, dentre as variedades de gêneros encontrados na literatura infantil, temos o conto de fadas, que “[...] são histórias que constituem um legado de tradição oral popular: narrativas

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Aluno do 7º período do curso de Letras na UNESC (Faculdades Integradas de Cacoal). Turma 2013-2016.

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Aluno do 7º período do curso de Letras na UNESC (Faculdades Integradas de Cacoal). Turma 2013-2016.

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Aluna do 7º período do curso de Letras na UNESC (Faculdades Integradas de Cacoal). Turma 2013-2016.

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Aluno do 7º período do curso de Letras na UNESC (Faculdades Integradas de Cacoal). Turma 2013-2016.

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Mestre em Educação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Professor nas Faculdades

Integradas de Cacoal (Letras e Pedagogia). Professor orientador do estudo.

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transmitidas de geração a geração durante um longo tempo antes de serem, afinal, coletadas e recolhidas em livros”. (VOLOBUEF, 1993, p. 100).

Na literatura infantil, os contos de fadas utilizam ou reinterpretam questões universais como os conflitos de poder e a formação dos valores; combinando realidade e fantasia, misturando criaturas sobrenaturais que chamam a nossa atenção. Quando vivenciados durantes a infância, podem ajudar no processo de desenvolvimento das crianças de modo geral. Contar histórias para uma criança é uma forma de demonstrar afeto. Um ato simples como esse pode estimular o desenvolvimento psicológico, cultural, emocional e cognitivo. A criatividade também é estimulada, fazendo com que a criança desenvolva a imaginação e a fantasia, oferecendo a ela uma forma lúdica de aprender e de contribuir na formação do ser humano.

MATERIAIS E MÉTODOS

A efetivação deste estudou deu-se pelo uso do método descritivo, de caráter expositivo, constituindo-se, basicamente, pelo desenvolvimento de pesquisa bibliográfica tendo como vetores os contos de fadas, sua origem, evolução e transformações; além da constituição de elementos que lhe são característicos. Como meio de efetivar o processo da pesquisa bibliográfica, iniciamos nossos estudos elencando obras (textos) que melhor contemplassem o tema proposto e nos possibilitassem uma visão mais abrangente e consistentes das questões que permeiam os aspectos das narrativas nos contos de fadas.

Segundo Gil (1999, p. 65), “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. Desse modo, é aquela que se estrutura com objetivo de obter informações e/ou conhecimento acerca de um tema cujo universo se pretende conhecer. A partir desse mesmo ponto de vista, Manzo (1971, p. 32) coloca que a pesquisa bibliográfica possibilita “[...] oferecer meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente”.

Posteriormente a compilação das informações necessárias à constituição histórica e

estrutural de nosso objeto de estudo, partimos para a elaboração dos fundamentos sobre os

quais se assentam e se consolidam nossas reflexões.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A literatura infantil, além de literatura, é arte, que “Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização...”. (COELHO, 2000, p.

27). São encontrados vários gêneros que constituem seu acervo; entretanto, um dos que têm mais enfoque é o conto de fadas. Muitas vezes esses contos são confundidos com contos maravilhosos, pois “[...] pelo fato de pertencer ao mundo do maravilhoso, acabaram identificados entre si como formas iguais”. (COELHO, 1987, p. 11). Todavia, distinguem-se em vários aspectos, como por exemplo, na problemática do enredo.

Nas narrativas de contos de fadas, a problemática é existencial, isto é, tem como eixo problemático a realização do herói e está associado à união com sua amada ou vice-versa. Já nos contos maravilhosos, a problemática é social, pois a realização do herói se efetiva no âmbito socioeconômico, por meio do poder aquisitivo, bem materiais, riquezas. Os contos de fadas foram, longinquamente, em sua essência, construídos para o universo adulto, pois,

“As histórias eram narradas à noite junto ao fogo nas cabanas dos camponeses ou durante trabalhos manuais realizados em grupo [...].” (VOLOBUEF, 1993 p. 100). Porém,

“Finalmente, na passagem da era clássica para a romântica, grande parte dessa antiga literatura maravilhosa destinada aos adultos é incorporada pela tradução oral popular e transforma-se em literatura para criança”

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. (COELHO, 1987, p. 15).

Essas narrativas surgiram de formas diversas, há muitas discrepâncias quanto a sua origem. Uma das teorias é que principiaram dos povos orientais, célticos e europeus; porém, pode-se afirmar que são provenientes da transmissão oral de contos folclóricos e de contos populares. Não há, todavia, como precisar o surgimento dos primeiros textos; não obstante, a partir da análise das obras matrizes que serviriam de base para as demais, pode-se constatar que há “[...] um fundo comum a todas elas [...].” uma vez que “[...] em contos pertencentes a regiões geograficamente tão distantes entre si e com culturas, línguas e costumes absolutamente diferentes. (COELHO, 1987, p. 17).

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Destaques do autor.

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O conto de fadas é o “lugar” em que “[...] os seres e eventos de natureza mágica são aceitos sem despertar dúvidas ou questionamentos porque a narrativa é conduzida de modo a integrar o sobrenatural no universo do texto”. (VOLOBUEF, 1993, p. 100). Visto que,

“Por sobrenatural entendem-se se aqui seres [...], objetos [...] e acontecimentos [...], cuja existência e natureza transgredem as leis naturais e físicas conhecidas e aceitas pelo leitor.

(VOLOBUEF, 1993, p. 99). Em se tratando de seres mágicos, afinal, quem são as fadas que compõem o título desse gênero? Nelly Novaes Coelho nos informa que são reais ou não cuja beleza e poderes sobrenaturais modificam a vida dos homens. (COELHO, 1987).

Entretanto, cabe frisar que, nesses contos, “A magia não está no fato de haver uma fada já enunciada no título, mas na sua forma de ação, de aparição, de comportamento, de abertura de portas...”. (ABRAMOVICH, 2003, p. 121). Essas histórias, mesmo com toda antiguidade e com a presença quase que onipresente das modernas tecnologias de comunicação; contemporaneamente, têm ainda seu espaço de destaque no universo infantil, já não são utilizadas para entreter ou acalentar crianças, seu poder está na magia e na fantasia que despertam nos pequenos cativando-os. Nesses contos, o enredo discorre sobre o sentimento que nos é coletivo, como: amor, medo, traição, ódio, carência, inveja, ciúme, abandono, vingança, ambição, perda, rejeição, temores, frustrações, e muitos outros. Sabe-se que a fantasia é de suma importância no processo de desenvolvimento infantil; assim, estes textos que são abarrotados dessa virtude, podem facilitar a compreensão das crianças, pois, seu modo de ver as coisas e o mundo, de um jeito mais puro e ingênuo, aproxima-se muito dessas narrativas. Ademais, é preciso observar que, se se mostrasse a realidade tal qual para o adulto; os pequenos seriam incapazes de compreender ou entender certas coisas. Devido a sua importância e riqueza, ainda hoje, os contos de fadas “[...] têm sido fonte de estudo para psicanalistas, sociólogos, antropólogos, psicólogos, cada qual dando sua interpretação e se aprofundando no seu eixo de interesse...”. (ABRAMOVICH, 2003, p. 121).

As narrativas presentes nesses contos são escritas em terceira pessoa a fim de manter

a objetividade; sua linguagem é precisa e clara porque “[...] o conto de fadas não dá margem

a insinuações, ambiguidades, distorções”. (VOLOBOEF, 1993, p. 101). Além disso,

caracterizam-se por apresentar elementos narrativos singulares, tais como: situação

introdutória, surgimento de um problema, procura por solução, submissão a uma prova,

êxito na prova, superação da dificuldade imposta, punição do malfeitor e final vitorioso.

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(COELHO, 1987). Os enredos obedecem a uma ordem cronológica dos fatos, as personagens são reveladas por suas atitudes, recebem nomes comuns e não apresentam profundidade psicológica na trama. Há, nesses contos, a estilização da realidade, temas como sofrimentos e mortes são abordados comumente. Não há especificação da época e do local em que se passam as ações, mas têm indícios de que ocorrem em um passado muito distante. Há nos contos, a utilização de versos rimados, fórmulas e repetições; propiciando, assim, uma melhor memorização dos fatos e tornando-os populares para sua utilização em narrativas orais.

A alternativa de propagação oral, sem dúvida, fez com que os contos de fadas se expandissem e sobrevivessem por séculos, “[...] atravessando todas as geografias, mostrando toda a força e a perenidade do folclore dos povos”; (ABRAMOVICH, 2003, p.

120), por apresentar em se enredo, assuntos da sabedoria popular, “[...] com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje...”. (ABRAMOVICH, 2003, p. 120). Assim, desde a infância, é essencial que a criança já tenha contato com textos que possam proporcionar a compreensão e a interpretação, alinhando os primeiros ensinamentos de mundo com os de cunho enciclopédicos. Isso porque: “A leitura de mundo acontece de maneira inconsciente, uma vez que o ato de ler é subjetivo e, às vezes, não perceptível, e no momento são envolvidos os sentido de quem lê”, (MORAIS, 2013, p. 03) e, consequentemente, “[...] À leitura textos somente envolve-se com ela, de maneira efetiva, aqueles que se sentem interessados ou que consigam contextualizá-la com suas experiências, caso contrário não passará de um ato mecânico e sem significado”. (MORAIS, 2013, p. 03).

A leitura de contos de fadas é essencial para o desenvolvimento das práticas de

leituras infantil, pois a fantasia presente nessas narrativas é indispensável para o

desenvolvimento da criança. Existem significados relevantes nesses contos que se narram

durante a infância que nem na própria vida adulta é ensinado. É por meio dos contos infantis

que a criança pode aprimorar seus sentimentos, emoções e aprende a lidar com essas

sensações; já que eles “[...] estão envolvidos no maravilhoso, um universo que detona a

fantasia partindo sempre duma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer

criança já viveu [...]”. (ABRAMOVICH, 2003, p. 120). Percebe-se também que os contos de

fadas cumprem um papel relevante, uma vez que eles são uma personificação cristalina e

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modesta de nosso mundo imaginário profundo e; embora de bases mais simples que os mitos e as lendas, apresentam conteúdo muito mais abundante do que em textos morais encontrados na maioria das fábulas. Além disso, é possível observar que as histórias presentes nos contos de fadas são narrativas extraídas, ainda que inconscientemente, de histórias que foram ouvidas e recontadas por alguém que já as ouviu, talvez de forma diferente, mas com o mesmo significado, ou o mesmo ensinamento. Ao estudar a iniciação à leitura pela criança nos primeiros anos, observa-se que é primordial o papel mediador do professor, pois será essencial oferecer aos alunos espaços apropriados de leitura, transformando estas dimensões em situações prazerosas de aprendizagem.

A escola, como agente transformadora, e o professor, como mediador, devem desenvolver práticas de leitura com os mais variados gêneros textuais; e a leitura e as atividades com contos de fada na escola podem aprimorar o aprendizado dos alunos enquanto leitores. Partindo desta perspectiva, a literatura infantil, nos últimos anos, vem merecendo maior relevância e, aos poucos, tenta libertar-se do caráter pedagógico imposto à sua criação e ao seu leitor. Nesse sentido, a leitura do texto literário inicia um caminho rumo ao “ler por prazer”. Prazer este, conseguido pela fantasia, curiosidade e mistério que desafia o leitor, em cada linha do texto, a buscar a ligação da obra com sua vida, seu cotidiano e suas emoções. Consequentemente, tais fatores despertam o prazer suscitado pela leitura, ampliando, aos poucos, as expectativas do novo leitor.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 2003.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria – análise – didática. 7. ed. São Paulo: Moderna, 2000.

______. O conto de fadas. 3. ed. São Paulo: Ática. 1987.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 3. ed.São Paulo: Atlas,1994.

MANZO, Albelardo J. Manual para La preparación de monografias: uma guia para presentar informes y tesis. Buenos Aires: Humanitas, 1971.

MORAIS, Patrícia Daniela de Melo. Leitura: uma prática multifacetada. In: Boletim Informativo GEPEL.

Ano X, N. 10, Cacoal, RO, novembro de 2013. p. 02-03.

VOLOBUEF, Karin. Um estudo do conto de fadas. Revista de Letras. São Paulo: UNESP, v. 33, 1993. p. 99-

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Referências

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