31/8/2017 | Boletim de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - Circulação Externa
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico - SPD
Boletim PD&I
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
INTRODUÇÃO
O Boletim de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação tem como objetivo divulgar os dados referentes ao cumprimento da cláusula de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (Cláusula de PD&I) constante nos contratos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural.
SUMÁRIO
Apresentação...3
Obrigação de Investimentos em PD&I...4
Autorização de Investimentos em PD&I...6
Credenciamento...8
Destaque...11
INFORMAÇÕES
www.anp.gov.br/wwwanp/pesquisa-desenvolvimento-e-inovacao
[ Número 42 ] 2º Trimestre 2017
2 Boletim de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 2º Trim. de 2017 ● número 42
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP
Diretor-geral
Decio Fabricio Oddone da Costa Diretores
Aurélio Cesar Nogueira Amaral Felipe Kury
Waldyr Martins Barroso
Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico - SPD Boris Asrilhant - Superintendente
Luciana Maria Souza de Mesquita – Superintendente-Adjunta José Carlos Tigre – Assessor Técnico
Secretárias
Margarete de Souza Campos Rosane Cordeiro Lacerda Ramos
Coordenação de Projetos de P&D e Credenciamento Anderson Lopes Rodrigues de Lima – Coordenador Geral Ana Amelia Magalhães Gomes Martini
Andrei da Silva Ramos Daniel Antunes de Oliveira Denise Coutinho da Silva Maria Regina Horn
Mirian Reis de Vasconcelos Roberta Botelho (estágio)
Coordenação de Fiscalização de P&D
Marcos de Faria Asevedo – Coordenador Geral Alex de Jesus Augusto Abrantes
Eduardo Barros Neves
Jorge Eduardo de Campos Pinto Luiz Antonio Sá Campos Moacir Amaro dos Santos Filho Coordenação do PRH-ANP
Eduardo da Silva Torres – Coordenador Geral Airton Marques
Bruno Lopes Dinucci Diego Gabriel da Costa Patrícia Porto da Silva Rômulo Prejioni Hansen Karyn Bessa (estágio) Mariana Fernandez (estágio)
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1. Apresentação
O Boletim de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Boletim PD&I) da ANP é disponibilizado trimestralmente, e tem como objetivo trazer novas informações a respeito das obrigações geradas de investimentos em PD&I a partir da cláusula constante nos contratos de exploração e produção de óleo e gás no Brasil.
A cláusula de PD&I é um importante instrumento de incentivo ao desenvolvimento tecnológico e fortalecimento da cadeia produtiva no país. O aprimoramento contínuo dos instrumentos regulatórios busca promover um ambiente propício ao desenvolvimento de parcerias que envolvam empresas petrolíferas, instituições de pesquisa, empresas fornecedoras, entre outras.
Essa publicação consolida dados e informações, apresentando a evolução do volume de investimentos obrigatórios em PD&I no Brasil e, em aderência aos instrumentos regulatórios, traz informações sobre autorização de projetos e credenciamento de instituições de pesquisa.
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2. Obrigação de Investimentos em PD&I
A obrigação de investimentos em PD&I das empresas petrolíferas faz parte de cláusula específica dos contratos para exploração, desenvolvimento e produção desde a rodada zero.
A cláusula de PD&I estabelece a aplicação de percentual da receita bruta da produção, segundo condições específicas de cada modalidade de contrato.
Para contratos de concessão, essa obrigação de PD&I é constituída nos casos em que há o recolhimento de Participação Especial, ou seja, para campos de elevada produtividade ou rentabilidade, e equivale a 1% da receita bruta da produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. Para os contratos de partilha de produção e contratos de cessão onerosa, a obrigação de PD&I é constituída a partir de qualquer volume de produção, sendo equivalente a 1% e 0,5%, respectivamente, da receita bruta anual.
Os valores gerados podem ser investidos em projetos executados pela própria empresa petrolífera, por empresas fornecedoras brasileiras e por instituições credenciadas de todo o país.
No período de 1998 até o 2º trimestre de 2017, o valor total acumulado para investimentos em PD&I foi de 12,6 bilhões de reais. Desse montante, a Petrobras foi responsável por 11,8 bilhões de reais e as demais empresas petrolíferas por 832 milhões de reais.
Observa-se no Gráfico 1, que a partir de 2014 houve uma redução dos valores gerados, devido à queda do preço do petróleo e uma consequente redução da receita bruta dos campos, no período.
Gráfico 1 – Volume de Obrigações Geradas – Por Ano
Os valores declarados poderão sofrer ajustes após auditoria da ANP. Fonte: SIGEPE, SPG e SPD/ANP *Até o 2º Trimestre de 2017 R$ -
R$ 0,2 R$ 0,4 R$ 0,6 R$ 0,8 R$ 1,0 R$ 1,2 R$ 1,4 R$ 1,6
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017*
(Em Bilhões)
Petrobras Demais empresas
5 Boletim de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 2º Trim. de 2017 ● número 42 Atualmente, 16 empresas petrolíferas possuem participação nos campos produtores de petróleo e gás que geraram obrigações de investimentos em PD&I, conforme apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Participação de empresas petrolíferas nos campos que geraram obrigações em PD&I
Fonte: SIGEPE e SPD/ANP
Considerando o 2º trimestre de 2017, sete empresas petrolíferas tiveram obrigação de investimentos da cláusula de PD&I, sendo gerados 291 milhões de reais, valor um pouco inferior ao gerado no trimestre anterior, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 – Empresas com obrigações geradas no 1º e 2º Trim./2017
Os valores declarados poderão sofrer ajustes após auditoria da ANP.
Fonte: SIGEPE, SPG e SPD/ANP Empresa Petrolífera Obrigações geradas
1º Trimestre 2017 (R$)
Obrigações geradas 2º Trimestre 2017 (R$)
Petrobras 252.346.137,21 233.674.128,43
BG do Brasil 37.264.917,17 36.298.790,81
Petrogal 10.572.924,34 10.431.003,38
Repsol-Sinopec 9.697.389,01 9.180.917,66
Queiroz Galvão 930.915,70 1.019.208,23
Geopark 206.870,16 226.490,72
Brasoil (PetroRio) 206.870,16 226.490,72
Total 311.226.023,75 291.057.029,95
6 Boletim de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 2º Trim. de 2017 ● número 42
3. Autorização de Investimentos em PD&I
De forma geral a contratação ou execução de projetos por parte das empresas petrolíferas para fins de cumprimento da obrigação de investimento em PD&I não requer autorização da ANP.
Entre 1998 e o início de 2017 foram contratados ou iniciados mais de 10 mil projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico com recursos oriundos da cláusula de investimentos em PD&I, dos quais apenas uma pequena parcela requereu autorização.
Para a realização de projetos que contenham determinados tipos de despesas, como implantação de infraestrutura laboratorial ou formação de recursos humanos, por exemplo, a autorização se faz necessária. O processo de autorização é realizado mediante avaliação do plano de trabalho encaminhado pelas empresas petrolíferas à Agência.
Atualmente, as regras para utilização dos recursos decorrentes da cláusula de PD&I estão estabelecidas no Regulamento Técnico ANP nº 3/2015, em vigor desde 30 de novembro de 2015 em substituição ao Regulamento Técnico ANP nº 5/2005.
De novembro de 2005 a junho de 2017, foram autorizados 1.462 projetos. O valor total constante nos planos de trabalho desses projetos é de mais de 6,3 bilhões de reais, sendo 4,7 bilhões de reais relativos a despesas que necessitavam de autorização, conforme apresentado na Tabela 2.
Dos projetos autorizados, aproximadamente 80% foram efetivamente contratados pelas empresas petrolíferas proponentes.
Tabela 2 – Projetos autorizados – Consolidado – Por Empresa (De 25/11/2005 a 30/06/2017)
Fonte: SPD/ANP Empresa Petrolífera Nº Projetos
Autorizados % Valores Autorizados (R$) %
PETROBRAS 1303 89,12% 4.391.690.969,38 92,728%
BG 39 2,67% 193.927.954,40 4,095%
QUEIROZ GALVÃO 32 2,19% 9.621.165,41 0,203%
STATOIL 18 1,23% 36.700.317,10 0,775%
PETROGAL 15 1,03% 28.962.999,61 0,612%
SINOCHEM 12 0,82% 18.869.172,67 0,398%
REPSOL 13 0,89% 13.587.387,54 0,287%
CHEVRON 9 0,62% 6.365.973,55 0,134%
SHELL 5 0,34% 23.510.770,37 0,496%
GEOPARK 3 0,21% 672.903,42 0,014%
BP 2 0,14% 2.321.857,73 0,049%
ONGC 2 0,14% 503.790,00 0,011%
PARNAÍBA GÁS NATURAL 2 0,14% 5.566.580,70 0,118%
BRASOIL 2 0,14% 236.250,00 0,005%
QPI 2 0,14% 192.288,56 0,004%
FRADE JAPÃO 1 0,07% 3.157.523,11 0,067%
RIO DAS CONTAS 1 0,07% 111.100,61 0,002%
TOTAL 1 0,07% 92.197,97 0,002%
Total 1462 100,00% 4.736.091.202,12 100,00%
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Com base nas regras do novo Regulamento Técnico ANP nº 3/2015, de novembro de 2015 a junho de 2017, foram autorizados 7 projetos. O valor total autorizado foi de R$ 13,1 milhões, conforme apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 – Projetos autorizados com base no RT ANP nº 3/2015 (De 11/2015 a 30/06/2017) – Por Empresa
Fonte: SPD/ANP
No 2º trimestre de 2017, foi autorizado um projeto de melhoria de infraestrutura laboratorial para aquisição de equipamentos para a PUC-Rio, para capacitar a instituição para a execução de futuro projeto de mapeamento de metais em catalisadores de FCC, com valor de R$ 443.370,28, conforme apresentado na Tabela 4.
Tabela 4 – Projeto autorizado com base no RT ANP nº 3/2015 2º Trim./2017 – Por Empresa
Fonte: SPD/ANP
Empresa Petrolífera Nº Projetos
Autorizados % Valores Autorizados (R$) %
PETROBRAS 3 42,86% 7.289.746,33 55,47%
REPSOL 3 42,86% 3.223.405,52 24,53%
PETROGAL 1 14,29% 2.628.848,00 20,00%
Total 7 100,00% 13.141.999,85 100,00%
Empresa Petrolífera
Número do
Projeto Título UF Instituição Data de
Publicação
Valor Autorizado (Em R$) PETROBRAS 20021-2 Execução do projeto Mapeamento de
Metais em Catalisadores de FCC RJ PUC-Rio 30/05/2017 443.370,28
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4. Credenciamento de Instituições de Pesquisa
Para executar projetos com recursos oriundos da cláusula de PD&I, as instituições de pesquisa devem estar credenciadas junto à ANP. Esse credenciamento não se aplica a empresas executoras de projetos.
O credenciamento é o reconhecimento formal de que a instituição atua em atividades de pesquisa e desenvolvimento em áreas de relevante interesse para o setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, e que possui infraestrutura e condições técnicas e operacionais adequadas para seu desempenho.
A instituição de pesquisa interessada pode apresentar a solicitação de credenciamento a qualquer tempo. Uma mesma instituição pode ter mais de uma unidade de pesquisa credenciada, em função das peculiaridades de sua estrutura organizacional e das atividades de PD&I por ela desenvolvidas. Uma universidade, por exemplo, pode reunir várias unidades de pesquisa credenciadas, representadas por grupos de pesquisa, conjunto de laboratórios ou departamentos.
Atualmente, um total de 738 unidades de pesquisa encontram-se credenciadas em todo o país, estando aptas para a execução de projetos com recursos provenientes da cláusula de PD&I, conforme apresentado na Figura 2.
Figura 2 – Instituições Credenciadas – Por Estado – Até 2º Trim./2017
Fonte: SPD/ANP
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A região Sudeste se destaca com o maior número de unidades de pesquisa credenciadas, com maior concentração nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, conforme o Gráfico 2.
Gráfico 2 – Unidades Credenciadas por Região – Até 2º Trimestre
Fonte: SPD/ANP
As 738 unidades credenciadas no país abrangem um total de 3.307 linhas de pesquisa, distribuídas em sete áreas temáticas, voltadas para desenvolvimento científico e tecnológico do setor, conforme demonstrado na Tabela 5.
Tabela 5 – Linhas de pesquisa por área (Nº) – Até 2º Trimestre / 2017
Fonte: SPD/ANP Sudeste
63%
Nortesde 17%
Sul 16%
Centro Oeste 3%
Norte 1%
Área Linhas de Pesquisa
Tema s Tra ns vers a i s 1114
Expl ora çã o e Produçã o de Petról eo e Gá s 1024
Bi ocombus tívei s 524
Aba s teci mento 314
Outra s Fontes de Energi a 149
Gá s Na tura l 126
Regul a çã o do Setor 56
Total 3.307
10 Boletim de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 2º Trim. de 2017 ● número 42 Dentre as áreas de atuação, destacam-se a área de Temas Transversais e a área de Exploração e Produção de Petróleo e Gás, conforme Gráfico 3.
A área de Temas Transversais congrega linhas de pesquisa relacionadas a Materiais;
Segurança e Meio Ambiente;
Distribuição, Logística e Transporte; e Avaliação da Conformidade,
Monitoramento e Controle.
Já a área de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural inclui linhas de pesquisas relacionadas a Exploração; Produção;
Recuperação Avançada de Petróleo; e Engenharia de Poços.
Gráfico 3 – Linhas de Pesquisa por área (%) – Até 2º Trim./2017
Fonte: SPD/ANP
No 2º trimestre de 2017, foram credenciadas 11 novas unidades de pesquisa vinculadas a órgãos, instituições e universidades federais e estaduais, e ocorreu 1 descredenciamento, a pedido da instituição, devido à reestruturação interna.
Tabela 6 – Novas unidades credenciadas no 2º Trimestre de 2017
Fonte: SPD/ANP
Tabela 7 – Unidade Descredenciada no 2º Trimestre de 2017 – a pedido
Fonte: SPD/ANP Temas
Transversais 34%
Exploração e Produção de Petróleo e Gás
31%
Biocomb.
16%
Abastecimento 9%
Outras Fontes de Energia
4%
Gás Natural 4%
Regulação do Setor
2%
Instituição Unidade de Pesquisa
FGV Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura
IFSC GEPAI - Grupo de Pesquisas em Eletrônica de Potência e Acionamentos Industriais Marinha Divisão de Oceanografia Operacional - Centro de Hidrografia da Marinha SENAI Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos
SENAI Instituto SENAI de Inovação em Biomassa UEM Síntese de Processos Verdes
UFES Laboratório de Biotecnologia Aplicada ao Agronegócio
UFG Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação - CRTI UFSCar Laboratório de Inflamação e Doenças Infecciosas
UNB Laboratório de Interfaces e Nanodispositivos USP Laboratório de Mecânica Computacional
Instituição Unidade de Pesquisa
SENAI Centro de Tecnologia Industrial - CETIND
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5. Destaque: Prêmio ANP de Inovação Tecnológica - 2017
A ANP promoveu a Edição 2017 do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica. O Prêmio tem como objetivo o reconhecimento do esforço de empresas petrolíferas, instituições de pesquisa e desenvolvimento credenciadas pela ANP e empresas fornecedoras brasileiras que tenham desenvolvido, no contexto da aplicação de recursos da cláusula de PD&I, bens e/ou serviços inovadores para a cadeia produtiva do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, já inseridos ou com alto potencial de inserção no mercado.
A Cerimônia de Premiação foi realizada no dia 31 de agosto de 2017, no Palácio do Itamaraty do Rio de Janeiro, e contou com a presença dos finalistas e diversos convidados.
Foi concedida uma Menção Honrosa póstuma para o Professor Telmo Roberto Strohaecker, por seus anos de contribuição significativa para as inovações tecnológicas no setor, junto ao LAMEF/UFRGS.
O projeto “DORIS - Sistema robótico móvel para inspeção remota de instalações offshore”, desenvolvido em parceria entre a Petrobras, Statoil e UFRJ foi o vencedor da Categoria I.
Na Categoria II, o vencedor foi o projeto “Pilotos de sistemas de manutenção preditiva do SSE”, desenvolvido pela Petrobras, UFRGS e Trisolutions.
O projeto “Otimização do processo de perfuração no pré-sal”, desenvolvido pela Petrobras e Schlumberger, foi o vencedor da Categoria III.
O vencedor da premiação “Personalidade Inovação do Ano” foi Carlos Tadeu da Costa Fraga, em reconhecimento à sua contribuição ao desenvolvimento tecnológico do setor.
Conheça a lista e o resumo dos projetos finalistas e vencedores no site www.anp.gov.br.