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Gramática

Professora Raquel Cesário

VERBOS – PARTE V

INTRODUÇÃO

Abordaremos, agora, alguns aspectos importantes e outros não tão importantes diretamente para todas as instituições, mas que são cobrados indiretamente em orações.

Anteriormente, falamos de maneira geral sobre a flexão do verbo. Na conjugação, falamos sobre o uso dos tempos, qual tempo deriva outros tempos e qual a importância de sabermos essa derivação. Agora, trabalharemos a flexão da terceira pessoa dos verbos mais importantes para qualquer instituição.

1.  FLEXÃO VERBAL

Os verbos importantes que estudaremos são os verbos irregulares, uma vez que para flexionar os verbos regulares é só colocar a desinência. Conjugaremos os verbos na 3ª pessoa “ele/ela” e não trabalharemos com muitos detalhes porque não é qualquer banca que cobra particularidades de verbos defectivos.

Usaremos os verbos: “poder”, “pôr”, “ver”, “vir” e “ter”, pois esses são os verbos mais importantes para termos uma noção da irregularidade.

Lembre-se... Sabemos que para conjugar um verbo precisamos conhecer a 1ª pessoa do presente do indicativo

“eu”, a 2ª pessoa do passado (pretérito perfeito) o “tu” e o infinitivo do verbo.

Para ajudar nesse conhecimento, vamos usar as seguintes recomendações:

• Uma forma de auxiliar na conjugação do presente do indicativo é colocando o advérbio “hoje” para conseguirmos fazer a flexão com clareza.

• Já para o pretérito perfeito do indicativo, usaremos a 2ª pessoa “tu” que termina com “-ste”: “eu como”, “tu comeste”; “eu faço”, “tu fizeste”. Lembrando sempre que é importante usar a 2ª pessoa para não dar exceção.

Por exemplo, no verbo “pôr”, se usássemos a 1ª pessoa teríamos problemas na hora de conjugá-lo.

• E, por último, usaremos o infinitivo do verbo.

É preciso lembrar também que o presente do indicativo forma o presente do subjuntivo. O pretérito perfeito do indicativo forma o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, o pretérito imperfeito do subjuntivo e o futuro do subjuntivo.

Já o infinitivo forma o futuro do presente do indicativo, o futuro do pretérito do indicativo e o pretérito imperfeito do indicativo.

1.1. Verbo “poder”

1.1.1. Presente do indicativo  Presente do subjuntivo

Para conjugar o presente do indicativo do verbo “poder”

na 1ª pessoa do verbo, colocamos o advérbio “hoje” para ajudar. Então teremos: “Hoje, eu posso”. Essa 1ª pessoa vai formar todo o subjuntivo.

Entretanto, temos que ter cuidado porque no subjuntivo, os verbos terminados em “-ar” como “amar” serão flexionados com “-e”:

(1) Eu amo.

Que eu ame.

Já os verbos terminados em “-er” e “-ir” serão flexionados com “-a”:

(2) Eu como.

Que eu coma.

(3) Eu parto.

Que eu parta.

Vale lembrar que o subjuntivo é o modo da oração subordinada. É muito comum encontrarmos o subjuntivo na oração subordinada. Então, para nos ajudar na flexão, usamos a conjunção “que” para o presente, o “se” para o passado e o “quando” para o futuro. Já falamos que não é obrigatório que sejam essas conjunções, mas isso é um auxílio na flexão.

Importante! No subjuntivo, existe a troca vogal temática.

Exemplo: “amar”, “que eu ame”; “comer”, “que eu coma”;

“partir”, “que eu parta”.

Sendo assim, o verbo “poder” fica: “eu posso” no presente do indicativo e “que eu possa” no presente do subjuntivo . O verbo “poder” termina com “-er”, então flexionamos com

“-a”: “que eu possa”.

O verbo “poder” no presente do indicativo é: “eu posso”,

“tu podes”, “ele pode”, “nós podemos”, “vós podeis” e “eles podem”.

Já o presente do modo subjuntivo é derivado da 1ª pessoa do presente do indicativo, ficando: “que eu possa”, “que tu possas”, “que ele possa”, “que nós possamos”, “que voz possais” e “que eles possam”.

(2)

Conjugação verbo “poder”

Indicativo (presente) Subjuntivo (presente)

Eu posso Que eu possa

Tu podes Que tu possas

Ele pode Que ele possa

Nós podemos Que nós possamos

Vós podeis Que vós possais

Eles podem Que eles possam

Essa conjugação não será cobrada, mas ela é simples.

A desinência/terminação de pessoas se mantém. O verbo termina em “-er”, então conjugamos com “-a”, todos ficam

“possa”. Na 2ª pessoa, temos “tu podes” no presente do indicativo e “que tu possas”, no presente do subjuntivo, mantendo o “-s”. Na 3ª pessoa, “ele pode” e “que ele possa”, não tem desinência, não tem terminação. Em “nós podemos”

e “que nós possamos”, o “-os” permanece. Com “vós podeis”

e “que vós possais”, permanece o “-is”. E em “eles podem” e

“que eles possam”, o “-m” continua.

A desinência de pessoa não é cobrada porque ela se mantém. A diferença é lembrar que, mantida a vogal do verbo “-e”, então é presente do indicativo, mas se a vogal temática do verbo é trocada para “-a”, então é presente do subjuntivo, um presente possível.

(4) Hoje eu posso colocar a mesa.

(5) Eu espero que tu possas.

1.1.2. Pretérito perfeito do indicativo  Pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito

do subjuntivo e futuro do subjuntivo

No pretérito perfeito do indicativo do verbo “poder”, não usamos “eu pode”. Comece do “eu” porque vai seguir o mesmo padrão. Então fica “eu pude”. Na 2ª pessoa, as pessoas costumam falar “tu podes”, mas é errado. Se o certo é “eu pude”, iniciado com “pu-”, então a conjugação continua com o “pu-” ficando “tu pudeste”. Agora, se tirarmos o “-ste”

teremos um novo tema, um novo radical. E é a partir dessa nova estrutura que formaremos os outros tempos.

Para formar o pretérito mais-que-perfeito usamos o

“pude” mais o “-ra”, formando “eu pudera”.

Já pra forma o pretérito imperfeito do subjuntivo pegamos a raiz “pude” e acrescentamos o “-sse”, ficando

“se eu pudesse”.

E no futuro do subjuntivo temos “quando eu puder”.

Saiba mais: O traço que vem antes do “-sse”, “-ra”, entre outros, é só para indicar uma desinência. Toda desinência tem esse traço para indicar que não é uma palavra completa.

1.1.3. Infinitivo  Futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do indicativo

O verbo “poder” no infinitivo é “poder”. Nós tiraremos a desinência de infinitivo “-r”, a marca de infinitivo, e usaremos o tema “pode” na sua forma básica.

Para formarmos o futuro do presente do indicativo pegamos o verbo “pode” e somamos a desinência “-rá”: “eu poderei”, “tu poderás”, “ele poderá”.

No futuro do pretérito do indicativo, como estamos flexionando o “ele”, então teremos “ele poderia”.

E no pretérito imperfeito do indicativo sabemos que o verbo “poder” termina em “-er”, então tiramos o “-er” e colocamos o “-ia”, “ele podia”. Não é “pudia”, é “podia”, porque esse tempo não tem alteração de raiz.

1.2. Verbo “pôr”

1.2.1. Presente do indicativo  Presente do subjuntivo

No presente do indicativo temos:

(6) Hoje eu ponho um brinco.

E no presente do subjuntivo:

(7) Eles esperam que eu ponha um brinco.

O verbo “pôr” está em “-er” (segunda conjugação), então ele é conjugado com “-a” no presente do subjuntivo: “que eu ponha”, “que tu ponhas”, “que ele ponha”, “que nós ponhamos”, “que vós ponhais” e “que eles ponham”. Não é preciso saber conjugar todos, mas é preciso saber que

“ponha” é terminação de subjuntivo.

1.2.2. Pretérito perfeito do indicativo 

Pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo

No pretérito perfeito do indicativo temos:

(8) Ontem eu pus um brinco.

(9) Ontem tu puseste.

Usando o “tu puseste”, tiramos o “-ste” e sobra a estrutura

“puse” para fazer a formação dos outros verbos. Assim, para formarmos o pretérito mais-que-perfeito usamos: “puse”

mais “-ra”, ficando “eu pusera”.

No pretérito imperfeito do subjuntivo, usamos “puse”

mais “-sse”: “se eu pusesse”.

E no futuro do subjuntivo, temos: “quando eu puser”.

1.2.3. Infinitivo  Futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do indicativo

O verbo “pôr” no infinitivo é “pôr”. Para formarmos o

(3)

desinência “-r” e acrescentamos as desinências do futuro do presente, obtendo: “eu porei”, “tu porás”, “ele porá”.

(10) Ele porá a mesa.

No futuro do pretérito do indicativo, temos “ele poria”. Já no pretérito imperfeito do indicativo, o verbo “pôr” estaria nos verbos terminados em “-er” ou “-ir”, mas, se pegássemos o verbo “pôr” e usássemos a regra de conjugação para os verbos terminados em “-er” ou “-ir”, teríamos “poia”. Então, ele está na exceção, juntamente com os verbos “ter” e “vir”, e a terminação deles é em “-nha”.

Assim, pegamos o “po-” e acrescentamos a desinência

“-nha”, ficando “ponha”. Entretanto, o “ponha” já foi usado no presente do subjuntivo. Então, já que usamos o “ponha”

no presente do subjuntivo, para que não fique repetido, o correto é em vez de colocar “ponha”, colocarmos “punha”.

Portanto, no passado o “-o” vira “-u”. Desse modo, para não termos problema com o “ponha” no presente e o “ponha”

no passado, nós alteramos a raiz do “ponha” para “punha”:

(11) Eu espero que você ponha um brinco.

(12) Ele punha a mesa ontem.

(“Eu punha”, “tu punhas”, “ele punha”, “nós púnhamos”,

“vós púnheis” e “eles punham”) 1.3. Verbo “ver”

1.3.1. Presente do indicativo  Presente do subjuntivo

O verbo “ver” no presente do indicativo fica:

(13) Hoje eu vejo a vida com outros olhos.

Já no presente do subjuntivo, temos:

(14) Ele espera que eu veja.

1.3.2. Pretérito perfeito do indicativo 

Pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo

O pretérito perfeito do indicativo do verbo “ver” é:

(15) Ontem eu vi um filme.

(16) Ontem tu viste um filme.

Para formarmos o pretérito mais-que-perfeito, tiramos o “-ste” do “viste” e acrescentamos o “-ra”, ficando “eu vira”

e “ele vira”.

No pretérito imperfeito do subjuntivo, temos “se ele visse”.

E no futuro do subjuntivo, “quando ele vir”.

Atenção! Esse é um verbo que erramos até no primitivo, quando falamos:

(17) Quando eu “ver” você andando.

A oração (17) está errada. O correto é:

(18) Quando eu vir você andando.

1.3.3. Infinitivo  Futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do indicativo

O verbo “ver” no infinitivo é “ver”. Para formarmos o futuro do presente do indicativo tiramos a desinência “-r” para termos: “eu verei”, “tu verás”, “ele verá”.

No futuro do pretérito do indicativo, temos “ele veria”.

Já para formar o pretérito imperfeito do indicativo, o verbo “ver” não está na regra da exceção, que são os verbos

“ter”, “pôr” e “vir”. Então, como ele tem terminação em “-er”, usa-se a desinência “-ia” ficando: “ele via”.

1.4. Verbo “vir”

1.4.1. Presente do indicativo  Presente do subjuntivo

No presente do indicativo, temos:

(19) Hoje eu venho de carro.

Já no presente do subjuntivo temos:

(20) Ele espera que eu venha de carro.

1.4.2. Pretérito perfeito do indicativo 

Pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo

O pretérito perfeito do indicativo do verbo “vir”, na 2ª pessoa do singular é:

(21) Ontem tu vieste.

Para formarmos o pretérito mais-que-perfeito, tiramos o “-ste” e ficamos com o novo tema “vie”. Em seguida, acrescentamos o “-ra” e passamos a ter: “eu viera”, “ele viera”.

No pretérito imperfeito do subjuntivo, temos “se ele viesse”. E no futuro do subjuntivo, “quando ele vier”.

Observe os verbos “vir” e “vier” no exemplo a seguir:

(22) Quando eu vier de carro e vir você, darei carona.

Temos “quando vier” no sentido de “vir” e “quando eu vir”

no sentido de “ver”.

1.4.3. Infinitivo  Futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do indicativo

O infinitivo do verbo “vir” é “vir”. Para formarmos o futuro do presente do indicativo tiramos o “-r” do “vir” e acrescentamos o “-rá”: “eu virei”, “tu virás”, “ele virá”.

(4)

No futuro do pretérito do indicativo, temos “ele viria”, e no pretérito imperfeito do indicativo o verbo “vir” entra nas exceções dos verbos “ter”, “pôr” e “vir”, que passam a ter a terminação em “-nha”. Assim, temos: “ele vinha”. Neste caso, não vamos alterar como o “punha”, porque o presente dele não é “vinha” é “venha”, então não temos o mesmo problema.

1.5. Verbo “ter”

1.5.1. Presente do indicativo  Presente do subjuntivo

No presente do indicativo, temos:

(23) Hoje eu tenho duas filhas.

E no presente do subjuntivo, temos:

(24) Ele espera que eu tenha mais filhos.

1.5.2. Pretérito perfeito do indicativo  Pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito

do subjuntivo e futuro do subjuntivo

O pretérito perfeito do indicativo do verbo “ter” é:

(25) Ontem eu tive.

(26) Ontem tu tiveste.

Para formamos o pretérito mais-que-perfeito, tiramos o

“-ste” e colocamos a desinência “-ra”. “Eu tivera”, “tu tiveras”,

“ele tivera”.

Já no pretérito imperfeito do subjuntivo, temos: “se ele tivesse”, e no futuro do subjuntivo, “quando ele tiver”.

1.5.3. Infinitivo  Futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do indicativo

O verbo “ter” no infinitivo é “ter”. Para formarmos o futuro do presente do indicativo tiramos o “-r” do “ter” e formamos

“eu terei”, “tu terás”, “ele terá”. Já o futuro do pretérito do indicativo do verbo “ter” é “ele teria”.

Na formação do pretérito imperfeito do indicativo o verbo “ter” cai nas exceções dos verbos “ter”, “pôr” e “vir”.

Então, acrescentamos o “-nha”, ficando “tenha”. Porém,

“tenha”, neste caso, tem um problema, porque ele já foi usado no presente do subjuntivo. Então, já que temos “tenha”

no presente, vamos alterar ele e em vez de “tenha” vamos colocar “tinha”. No passado, o “-er” vira “i”, então mantemos a alteração no passado, porque não fica confusa duas flexões na mesma palavra, ficando “eu tinha”.

Por isso que o “ponha” e o “tinha” têm alteração no pretérito imperfeito, embora eles venham do infinitivo.

Nós trabalhamos os verbos mais importantes que podem ser cobrados em provas. Independentemente da instituição, é importante entendermos essa sistemática.

Agora sabemos que quando um verbo é irregular no passado essa irregularidade é carregada para outros tempos.

Imagine quando quiserem falar a seguinte frase:

(27) Quando eu compor uma música.

Então, você vai se preguntar: É “quando eu por” ou “quando eu puser”? O correto é “quando eu puser”. Então, o correto é

(28) Quando eu compuser uma música.

Além disso, o verbo “pôr” no passado é “pus”, então temos

“pus”, “pusera”, “pusesse” e “puser”. Já o verbo “ter” no passado é “tive”, então temos “tivera”, “tivesse” e “tiver”. E o verbo “ver” no passado é “vir”:

(29) Eu ontem vi um filme.

Então temos: “eu vira”, “se eu visse” e “quando eu vir”.

2.  VERBOS DERIVADOS (CONJUGADOS COMO OS SEUS PRIMITIVOS)

O verbo “ver” tem como derivados os verbos: rever, prever, antever (ver antes) e entrever.

Já o verbo “vir” tem os seguintes verbos: intervir (interferir), provir (vir de), avir (por em avença) e o desavir (pôr em desavença).

Saiba mais: Desavir é discordar, enquanto avir é concordar. A palavra “desavir” foi cobrada este ano na prova da Idecan.

O verbo “pôr” tem como derivados todos os verbos que terminam com “por”.

O verbo “ter” tem como derivados os verbos: manter, conter, reter, ater.

E o verbo “haver” tem como derivado o verbo “reaver”.

Verbos derivados conjugados como os seus primitivos

Ver Rever, prever, antever (ver antes) e entrever Vir Intervir, provir, avir e desavir

Pôr Todos que terminam com “por”

Ter Manter, conter, reter, ater

Haver Reaver

Sempre que tiver um verbo derivado, conjugue o seu primitivo, porque conjugando o primitivo não há erro. Se a prova pede o verbo “rever”, conjugue o “ver”.

(30) Ontem eu vi um filme.

Então teremos:

(31) Ontem eu revi o filme.

(“eu previ”, “eu antevi”, “eu entrevi”)

Se o verbo é “intervir”, conjugue o verbo “vir”:

(32) Ele veio.

Então teremos: “ele proveio”, “ele desaveio”.

Se, por exemplo, forem conjugar o verbo “desavir”, que é um verbo não muito usado, é perigoso errar sua conjugação

(5)

Já os verbos como “compor”, “repor”, “contrapropor” e

“dispor” serão conjugados sempre pelo “pôr”. Com o verbo

“reaver”, conjugue o “haver”, que perde o “h” porque não existe “h” no meio de palavra.

Atenção! Para alguns verbos como o “intervir”:

(33) Ele “interviu” no enunciado.

(34) Eu “intervi” na reunião.

O verbo “intervir” vem do “vir”, então temos que conjugar o verbo “vir” primeiro. Para facilitar, pegamos um verbo primitivo e usamos numa frase simples para conseguirmos perceber o erro. Logo, teremos:

(35) Ele veio de carro.

Não podemos usar “Ele viu de carro”, então não podemos usar ele “interviu”, temos que usar “Ele interveio no enunciado”, pois o verbo “intervir” vem do “vir”. Se falamos: “ele veio”, logo, tem que ser “ele interveio”. A mesma coisa acontece no exemplo (34). O verbo “intervir”

vem do “vir” e se falamos “Eu vim de carro” em vez de

“eu vi de carro”, então temos que usar “Eu intervim na reunião”.

Em outro exemplo, temos:

(36) Quando eles “manterem” a casa.

Não falamos “Quando eles ‘terem’ um filho”, o certo é

“Quando eles tiverem um filho”. Então o uso correto em (36) é “mantiverem”, “compuserem”, “repuserem”.

3.  FALSOS COGNATOS

Os falsos cognatos parecem vir de um primitivo, mas, na verdade, não vêm. O verbo “precaver” termina com

“ver”, assim como o verbo “prover”. Entretanto, eles não derivam de nenhum outro verbo. Esses verbo são primitivos e regulares. Vale lembrar que como não derivam do “ver”, eles não seguem o padrão de conjugação do verbo “ver”.

O mesmo acontece com o verbo “requerer”, que não deriva de “querer”. Ele é um verbo primitivo, não deriva de ninguém e, portanto, não segue o padrão de conjugação de outros verbos. Como eles são verbos regulares, serão flexionados como qualquer verbo de segunda conjugação, por exemplo, o verbo “esquecer”, que no passado fica: “ele esqueceu”; ou como o verbo “comer”: “ele comeu”. Portanto, o correto é

“ele precaveu”, “ele proveu”, “ele requereu”.

No plural, temos a mesma situação.

(37) Eles esqueceram a data do seu aniversário.

Então o correto é “eles comeram”, “eles leram”, “eles precaveram”, “eles proveram” e “eles requereram”.

Por sua vez, o verbo “querer” é um verbo irregular. Por exemplo:

(38) Ontem eu quis.

(39) Se eu quiser.

(40) Eu quisera.

Porém, o verbo “requerer” não é irregular e sua conjugação não é “eu requis”, mas “eu requeri”, “ele requereu”.

Saiba mais: O verbo “precaver” é primitivo e regular (não sofre alteração na raiz), mas ele é defectivo. Não existe

“eu precavejo”, “tu precavês”, esse verbo só existe na primeira e na segunda pessoa do plural: “nós precavemos”

e “vós precaveis”.

4.  VERBOS “PROVER” E “PROVIR”

Existe tanto o verbo “prover”, que significa abastecer, como o verbo “provir” que significa “vir de”, originar. Lembramos que o verbo “prover” não deriva de ninguém. Ele é primitivo e irregular. Já o verbo “provir” deriva de “vir” e é conjugado como o verbo “vir”.

Analise, nas frases abaixo, qual das duas está correta?

Mas primeiro temos que saber qual o sentido em que o verbo foi usado.

(41) Ele proviu minha casa com alegrias.

“Proviu” é o mesmo que “abasteceu”, “encheu”, então esse verbo é o verbo “prover” e ele não é irregular. Ele é regular e é conjugado igual ao verbo “esquecer”, “comer”. Ora, se

“ele comeu”, “ele esqueceu” e “ele leu”, então, “ele proveu minha casa”, “encheu minha casa de alegrias”. Portanto, o uso está incorreto.

Já em:

(42) Ele proviu de Brasília.

A intenção é dizer que ele “veio de”. O verbo “provir” deriva do “vir”. Então se falarmos “ele viu de Brasília” está errado, pois o correto é “ele veio de Brasília”. Sendo assim, se “ele veio” então é “proveio” e não “proviu”. Não existe “proviu” nem no sentido de prover, abastecer, e nem no sentido de originar.

O verbo “prover” é regular: “ele comeu”, “ele esqueceu”,

“ele proveu”. E o verbo “provir” vem do verbo “vir”:

(43) Ele veio de Brasília.

Então, o correto seria usar “ele proveio”.

Presente do Indicativo -> Presente do subjuntivo Verbos (Hoje) Presente do

Indicativo (1ª pessoa “eu”) (Que) Presente do Subjuntivo:

(-ar: -e), (-er, -ir: -a)

PODER Eu posso Que eu possa

PÔR Eu ponho Que eu ponha

VER Eu vejo Que eu veja

VIR Eu venho Que eu venha

TER Eu tenho Que eu tenha

* Para formar o presente do subjuntivo usa-se a desinência

“-e” para os verbos de 1ª conjugação e a desinência “-a” para

(6)

os verbos de 2ª e 3ª conjugação. (“-ar” 1ª conjugação), (“-er”

2ª conjugação) e (“-ir” 3ª conjugação).

Pretérito perfeito do Indicativo -> Pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e o futuro do subjuntivo

Verbos (Eu) Pretérito perfeito do Indicativo (2ª p. “tu”)

Pretérito mais-que- perfeito do indicativo(- ra/-re)

(Se) Pretérito imperfeito do subjuntivo“- sse”

(Quando) Futuro do subjuntivo (-r)

PODER Tu pudeste Eu pudera Se eu

pudesse Quando eu puder PÔR Tu puseste Eu pusera Se eu

pusesse Quando eu puser

VER Tu viste Eu vira Se eu/ele

visse Quando eu/

ele vir VIR Tu vieste Eu viera Se eu/ele

viesse Quando eu/

ele vier TER Tu tiveste Eu tivera Se eu/ele

tivesse Quando eu/

ele tiver

*No pretérito perfeito do indicativo, pegamos a 2ª pessoa

“tu” e retiramos o “-ste” para formar os outros tempos.

Depois acrescentamos as desinências de cada um.

Infinitivo -> Futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo e o pretérito imperfeito do indicativo

Verbos Infinitivo Futuro do presente do indicativo (-rá / -re)

Futuro do pretérito do indicativo (-ria)

pretérito imperfeito do indicativo

PODER Poder Ele poderá Ele poderia Ele podia

PÔR Pôr Ele porá Ele poria Ele punha**

VER Ver Ele verá Ele veria Ele via

VIR Vir Ele virá Ele viria Ele vinha**

TER Ter Ele terá Ele teria Ele tinha**

*Para formar o pretérito imperfeito do indicativo, usa-se a desinência “-va “ para os verbos terminados em “-ar”. Para os verbos terminados em “-er” e “-ir”, usa-se a desinência “-ia”.

** São exceções no pretérito imperfeito do indicativo os verbos: “ter”, “pôr” e “vir”, cuja terminação é “-nha”.

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