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MAICI DUARTE LEITE ARQUITETURA PARA REMEDIA ¸C ˜AO DE ERROS BASEADA EM M ´ULTIPLAS REPRESENTA ¸C ˜OES EXTERNAS

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(1)

ARQUITETURA PARA REMEDIA ¸ C ˜ AO DE ERROS BASEADA EM M ´ ULTIPLAS REPRESENTA ¸ C ˜ OES

EXTERNAS

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de P´ os-Gradua¸c˜ ao em Inform´ atica, Setor de Ciˆ encias Exatas, Universidade Federal do Pa- ran´ a.

Orientador: Prof. Dr. Andrey Ricardo Pi- mentel

CURITIBA

2013

(2)

ARQUITETURA PARA REMEDIA ¸ C ˜ AO DE ERROS BASEADA EM M ´ ULTIPLAS REPRESENTA ¸ C ˜ OES

EXTERNAS

Tese apresentada como requisito para obten-

¸c˜ ao do grau de Doutor. Programa de P´ os- Gradua¸c˜ ao em Inform´ atica, Setor de Ciˆ encias Exatas, Universidade Federal do Paran´ a.

Orientador: Prof. Dr. Andrey Ricardo Pi- mentel

CURITIBA

2013

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ARQUITETURA PARA REMEDIA ¸ C ˜ AO DE ERROS BASEADA EM M ´ ULTIPLAS REPRESENTA ¸ C ˜ OES

EXTERNAS

Tese apresentada como requisito para obten-

¸c˜ ao do grau de Doutor. Programa de P´ os- Gradua¸c˜ ao em Inform´ atica, Setor de Ciˆ encias Exatas, Universidade Federal do Paran´ a.

Orientador: Prof. Dr. Andrey Ricardo Pi- mentel

CURITIBA

2013

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AGRADECIMENTOS

A Deus, as oportunidades de aprendizado foram fundamentais para lapidar minhas con- ` vic¸c˜ oes.

A Minha fam´ılia, que sempre me apoiou mesmo em sua humildade quanto ao campo ` em que eu me adentrava e foram fundamentais em minha forma¸c˜ ao acadˆ emica e humana.

Aos meus filhos, Luiz e Izabelle, minha fonte de inspira¸c˜ ao e motiva¸c˜ ao para todos os momentos em que o desˆ animo e a rotina se instauravam. Todo dia aprendo li¸c˜ oes precios´ıssimas com vocˆ es.

A Profa. Dra. Laura S´ ` anchez Garc´ıa, que me aceitou como aluna regular bolsista do Programa de Doutorado e me recebeu de todas as formas poss´ıveis em seu ambiente profissional e pessoal. S´ o obrigada seria muito pouco mesmo; eu e os meninos lhe levamos em nosso cora¸c˜ ao...

Ao professor Prof. Dr. Andrey Pimentel, de uma paciˆ encia invej´ avel e que me colocou no caminho dos STI. Suas orienta¸c˜ oes foram imprescind´ıveis para nortear a pesquisa e para meu aprendizado.

Ao professor Prof. Dr. Alexandre Direne, as r´ apidas conversas foram muito decisivas no caminho da pesquisa e o aprendizado foi imensur´ avel.

Aos professores, Prof. Dr. Robinson Vida Noronha e Prof. Dr. Andr´ e Koscianski, as revis˜ oes e contribui¸c˜ oes foram imprescind´ıveis para manter a pesquisa na sua integridade.

A minha eterna orientadora Profa. Dra. Rute E. S. Rosa Borba, aprendi muito mais que metodologia de pesquisa e conceitos. Um exemplo de profissional e de ser humano.

Ao meus amigos, Eleandro Maschio Krynski, Alexandre Feitosa e a Daniela de F.

Guilhermino Trindade , que me acolheram de uma forma ´ımpar e sempre estiveram pre- sentes quando necessitei. As palavras e conselhos ainda soam sempre que necessito tomar decis˜ oes.

Ao Fabio Oliveira, colega de pesquisa que oportunizou grandes discuss˜ oes no campo

das MREs e aprendizado de Latex, com certeza foi um grande aprendizado.

(5)

Ao Diego Marczal, meu colega de pesquisa garimpado nos corredores do Departamento de Inform´ atica, que ganhou for¸ca nos Congressos que ambos participamos. Tamb´ em meu amig˜ ao. Os aspectos da pesquisa em comum e a sintonia me permitiram grandes avan¸cos.

Valeu mesmo!

Aos colegas, Diego Roberto Antunes, Cayley Guimar˜ aes e Juliana Bueno, a acolhida foi imprescind´ıvel e as conversas de laborat´ orio contribu´ıram muito para meu aprendizado.

As amizades mais recentes, Derik Evangelista Rodrigues da Silva, Jo˜ ` ao Eugenio Mary- nowski e Monica H. Pietruchinsk. Amigos para todos os percal¸cos de finaliza¸c˜ ao.

Aos funcion´ arios, Juc´ elia Mieczikowski e Rafael Alves Pereira, sempre muito profissi- onais e amigos em minhas solicita¸c˜ oes.

A Professora Cleide e a Diretora Liliane, da Escola Bom Pastor, que abriram as portas ` para a valida¸c˜ ao e aplica¸c˜ ao do experimento. Os agradecimentos s˜ ao estendidos aos alunos que participaram.

Ao SENAI-SJP, que abriu as portas para uma nova etapa do experimento e a proxi- midade geogr´ afica permitiu uma maior intera¸c˜ ao com os alunos. Muito obrigada!

A todos que de uma forma ou de outra me estimularam ou permitiram que eu desse

continuidade no meu estudo.

(6)

SUM ´ ARIO

Lista de Abreviaturas e Siglas vi

LISTA DE FIGURAS vii

LISTA DE TABELAS viii

RESUMO ix

ABSTRACT x

1 INTRODU ¸ C ˜ AO 1

1.1 Contexto da Pesquisa . . . . 1

1.2 Motiva¸c˜ ao . . . . 2

1.3 Problema de pesquisa . . . . 4

1.4 Objetivos . . . . 4

1.4.1 Objetivo Geral . . . . 4

1.4.2 Objetivos Espec´ıficos . . . . 5

1.5 Contribui¸c˜ oes do estudo . . . . 5

1.6 Organiza¸c˜ ao do Documento . . . . 6

2 EMBASAMENTO CONCEITUAL 8 2.1 Estudo sobre classifica¸c˜ ao de erros . . . . 8

2.1.1 Estudo apresentado por Radatz . . . . 9

2.1.2 Estudo apresentado por Vergnaud . . . . 11

2.1.3 Estudo apresentado por Movshovitz-hadar e Zaslavsky . . . . 13

2.1.4 Estudo apresentado por Peng e Luo . . . . 16

2.1.5 Estudo apresentado por Lucas e Ramos . . . . 17

2.2 Sistemas Tutores Inteligentes: processo de remedia¸c˜ ao de erros . . . . 18

2.2.1 Arquitetura de um STI . . . . 19

(7)

2.2.1.1 M´ odulo Aluno . . . . 21

2.2.1.2 M´ odulo Tutor . . . . 22

2.2.1.3 M´ odulo Dom´ınio . . . . 23

2.2.1.4 M´ odulo Interface . . . . 24

2.2.2 Remedia¸c˜ ao de Erros . . . . 25

2.3 Adaptive Control of Thought - ACT . . . . 27

2.3.1 Tipos de Mem´ oria no ACT . . . . 28

2.3.2 Funcionamento dos trˆ es tipos de mem´ oria no modelo ACT . . . . . 30

2.3.3 Regras de Produ¸c˜ ao . . . . 32

2.3.4 Mecanismos do ACT . . . . 35

2.3.5 Sistemas Tutores Cognitivos . . . . 38

2.4 Representa¸c˜ oes Externas . . . . 39

2.4.1 M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas . . . . 41

2.4.2 Fun¸c˜ oes das M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas . . . . 42

2.4.2.1 Fun¸c˜ ao: Pap´ eis Complementares . . . . 43

2.4.2.2 Fun¸c˜ ao: Restri¸c˜ ao de Interpreta¸c˜ ao . . . . 44

2.4.2.3 Fun¸c˜ ao: Constru¸c˜ ao de Conhecimento mais Aprofundado . 45 2.5 Objetos de Aprendizagem . . . . 46

2.6 Estado da Arte . . . . 47

2.7 Discuss˜ ao sobre o Cap´ıtulo . . . . 54

3 METODOLOGIA 56 3.0.1 Proposta de classifica¸c˜ ao de erros matem´ aticos . . . . 56

3.1 Classifica¸c˜ ao de erro e v´ınculo com Fun¸c˜ ao de MRE . . . . 57

3.2 Aplica¸c˜ ao de conceitos da Teoria ACT e Processo de Remedia¸c˜ ao de erro . 59 3.3 Desenvolvimento de Objeto de Aprendizagem . . . . 61

3.4 Discuss˜ ao sobre o Cap´ıtulo . . . . 62

4 PROPOSTA DE ARQUITETURA 64

4.1 M´ odulo Identificador de Express˜ oes . . . . 66

(8)

4.2 M´ odulo Classificador de Erro . . . . 67

4.3 M´ odulo Classificador de Fun¸c˜ ao de MRE . . . . 69

4.4 Gerenciador de MRE . . . . 70

4.5 Discuss˜ ao sobre o Cap´ıtulo . . . . 72

4.6 Classifica¸c˜ ao de erros e o processo de remedia¸c˜ ao de erros . . . . 75

4.7 Valida¸c˜ ao da classifica¸c˜ ao de erros aplicadas a um conceito . . . . 76

4.7.1 Aplica¸c˜ ao no campo da Aritm´ etica . . . . 76

4.7.2 Aplica¸c˜ ao no campo da Geometria . . . . 78

4.7.3 Aplica¸c˜ ao no campo da Porcentagem . . . . 81

4.8 Discuss˜ ao sobre o Cap´ıtulo . . . . 84

5 VALIDA ¸ C ˜ AO DA ARQUITETURA: OA PIT´ AGORAS 85 5.1 Hip´ oteses utilizadas no experimento . . . . 88

5.2 Teste de valida¸c˜ ao: Escola P´ ublica . . . . 89

5.2.1 Desenvolvimento do Experimento . . . . 89

5.2.2 An´ alise dos resultados: Escola P´ ublica . . . . 90

5.3 Teste de valida¸c˜ ao: Curso T´ ecnico em Inform´ atica . . . . 92

5.3.1 Desenvolvimento do Experimento . . . . 93

5.3.2 An´ alise dos resultados . . . . 94

5.4 Discuss˜ ao sobre o Cap´ıtulo . . . 102

6 CONSIDERA ¸ C ˜ OES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS 103 6.1 Trabalhos Futuros . . . 105

A PR´ E-TESTE: ESCOLA BOM PASTOR 107

B P ´ OS-TESTE: ESCOLA BOM PASTOR 108

C QUESTION ´ ARIO DE SATISFA ¸ C ˜ AO 109

D QUESTION ´ ARIO DE SATISFA ¸ C ˜ AO 110

E QUEST ˜ OES DO PR´ E-TESTE: SENAI 111

(9)

F QUEST ˜ OES DO P ´ OS-TESTE: SENAI 112

REFERˆ ENCIAS BIBLIOGR ´ AFICAS 119

(10)

LISTA DE FIGURAS

2.1 Arquitetura Tradicional de um STI [33] . . . . 20

2.2 Estrutura de comunica¸c˜ ao (adaptado de Anderson [3]) . . . . 29

2.3 Modelo composto por regras de produ¸c˜ ao (adaptado de Munarr´ız [30]) . . 33

2.4 Fun¸c˜ oes da M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas [1] . . . . 43

2.5 Exemplo de atividade no Fractions Tutor [48] . . . . 48

2.6 Interface do PATEquation [6] . . . . 51

2.7 Interface do Cognitive Tutor [10] . . . . 53

4.1 Arquitetura Funcionalista proposta por Oliveira [34] . . . . 65

4.2 Arquitetura Funcionalista . . . . 65

4.3 Estrutura do M´ odulo Identificador de Express˜ oes . . . . 66

4.4 Interface do Objeto de Aprendizagem Inteligente . . . . 68

4.5 Regras de Classifica¸c˜ ao de erro . . . . 69

4.6 Regras de Classifica¸c˜ ao de Fun¸c˜ ao MRE . . . . 70

4.7 Apresenta¸c˜ ao de MRE . . . . 72

4.8 MRE apresentada como Remedia¸c˜ ao para o erro de senten¸ca . . . . 72

4.9 Problema de porcentagem do FINANCE . . . . 81

5.1 Atividade proposta no Pit´ agoras Max . . . . 86

5.2 MRE apresentada pelo Pit´ agoras Max . . . . 87

5.3 Atividade proposta no Pit´ agoras Mix . . . . 88

5.4 M´ edia dos Grupos: Pr´ e-teste e P´ os-teste . . . . 97

5.5 Diferen¸ca entre as M´ edias dos Grupos: Pr´ e-teste e P´ os-teste . . . . 98

5.6 Resultados referente ` a facilidade de uso . . . . 99

5.7 Resultados referente a facilidade de uso . . . . 99

5.8 Resultados referente a facilidade de uso . . . 100

(11)

LISTA DE TABELAS

2.1 Regra de Produ¸c˜ ao sobre ˆ angulos suplementares . . . . 31

2.2 Estrutura formal de uma regra de produ¸c˜ ao . . . . 32

2.3 Regra de Produ¸c˜ ao . . . . 34

3.1 S´ıntese sobre estudos referentes ` a Classifica¸c˜ ao de Erro . . . . 56

3.2 Composi¸c˜ ao da Classifica¸c˜ ao de erro e Fun¸c˜ ao de MRE . . . . 59

4.1 Exemplo de categoriza¸c˜ ao de erros . . . . 68

4.2 Aplica¸c˜ ao no campo da Aritm´ etica . . . . 77

4.3 Aplica¸c˜ ao no campo da Geometria . . . . 80

4.4 Aplica¸c˜ ao no campo da Porcentagem . . . . 83

5.1 Resultados do grupo controle - Pit´ agoras Mix . . . . 90

5.2 Resultados do grupo experimental - Pit´ agoras Max . . . . 91

5.3 Resultados do Grupo Controle - Pit´ agoras Mix . . . . 95

5.4 Resultados do Grupo Experimental - Pit´ agoras Max . . . . 96

(12)

RESUMO

A pesquisa desta tese est´ a situada na ´ area de Inteligˆ encia Artificial aplicada ` a aquisi¸c˜ ao de conceitos matem´ aticos e inclui caracter´ısticas interdisciplinares, envolvendo a aplica¸c˜ ao da Inform´ atica na Educa¸c˜ ao. O destaque deste estudo est´ a em propor uma arquitetura para a remedia¸c˜ ao de erros por meio de representa¸c˜ ao externa, partindo de uma classifi- ca¸c˜ ao de erros. Para compor uma classifica¸c˜ ao de erro matem´ atico se fez necess´ aria uma pesquisa na literatura existente referente ` a classifica¸c˜ ao de erros matem´ aticos, seguida de um estudo sobre M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas e suas fun¸c˜ oes. Com o intuito de atender ` a lacuna do aluno de forma individual no momento da intera¸c˜ ao com o objeto de estudo fez-se necess´ ario estudar conceitos presentes em Sistemas Tutores Inteligentes, em espec´ıfico a Teoria ACT, que embasou o momento de apresenta¸c˜ ao da remedia¸c˜ ao ao aluno durante a intera¸c˜ ao, por meio do mapeamento do caminho ideal para a aquisi¸c˜ ao de um conceito durante o processo de resolu¸c˜ ao. O destaque da arquitetura proposta ´ e a possibilidade de alertar o aluno no momento em que se desvia da trajet´ oria de estrat´ egia correta, permitindo que revise suas etapas no processo de resolu¸c˜ ao, de tal forma que possa retomar a estrat´ egia de resolu¸c˜ ao correta passando pelo processo de pensamento, como alternativa ao processo de tentativa-erro. O teste do experimento se deteve na aplica¸c˜ ao da arquitetura proposta a um objeto de aprendizagem que explorava conceito do Teorema de Pit´ agoras atrav´ es da ferramenta de autoria FARMA. Os participantes do experimento apresentavam perfis distintos em rela¸c˜ ao ` as institui¸c˜ oes de ensino, mas ambos j´ a tinham conhecimento da tem´ atica proposta no objeto de aprendizagem.

Palavras-chave: Remedia¸c˜ ao de Erros, M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas, Teoria

ACT.

(13)

ABSTRACT

This research is situated in the area of Artificial Intelligence applied to the acquisition of mathematical concepts, thus covering a large area of Computing in Education with their interdisciplinary characteristics. Being the purpose of this thesis a architecture for remedi- ation of errors using a external representations based on a error classification. To compose the error classification was necessary a mathematical research regarding the classification of mathematical errors, followed by a study of Multiple External Representations and their functions. In order to fulfill the students gap individually, while they are interacting with the object of study, was necessary to study concepts present in Intelligent Tutoring Systems, more accurately the ACT theory, that was the base to presents the remediation to the student during his interaction. This by mapping the ideal way to acquire a concept during the resolution process. The objective of the proposed architecture is to be able to alert the student when it deviates from the correct strategy path, allowing him to review his steps in the resolution process, so he can resume correct resolution strategy instead of a trial-and-error. The test of the experiment explored the proposed architecture for a learning object in the concept of the Pythagorean Theorem. The participants of the experiment showed distinct profiles, as educational institutions, being aware of the pro- posed thematic learning object.

Key-words: Remediation of errors, External Multiple Representations, ACT Theory.

(14)

CAP´ ITULO 1 INTRODU ¸ C ˜ AO

O presente cap´ıtulo tem como objetivo apresentar a pesquisa realizada, por meio da contextualiza¸c˜ ao, da motiva¸c˜ ao, dos objetivos, bem como, das contribui¸c˜ oes do estudo.

Finalmente, a descri¸c˜ ao da organiza¸c˜ ao do documento.

1.1 Contexto da Pesquisa

O presente estudo da tese situa-se na ´ area de Inteligˆ encia Artificial (IA), explorando con- ceitos de Sistemas Tutores Inteligentes (STI) aplicados a objetos de aprendizagem. Nesta tese ´ e apresentada tamb´ em a classifica¸c˜ ao de erros matem´ aticos a ser aplicada na reme- dia¸c˜ ao de erros por meio de representa¸c˜ oes externas.

A complementariedade de teorias cognitivas e IA do estudo pode ser encontrada na literatura, com destaque para a afirma¸c˜ ao de John Anderson [4] quanto ` a perspectiva cognitiva se preocupar em investigar, enquanto a IA se preocupa em implementar esses resultados.

O estudo de teorias consolidadas como a Teoria sobre classifica¸c˜ oes de erros matem´ ati- cos, a Teoria das M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas (MRE [1] e a Teoria ACT - Adaptive Control of Thought - proposta por John Anderson [3] contribuem para embasar o estudo, uma vez que possuem como ponto comum a base para a aquisi¸c˜ ao de conceitos.

Um aspecto relevante que vale salientar ´ e o objetivo de aplicar os conceitos e teorias

citados a Objetos de Aprendizagem (OA) para, assim, incorporar ideias e benef´ıcios que

venham a tornar os OA mais interessantes estruturalmente, a partir da proposi¸c˜ ao de

uma abordagem composta por uma arquitetura que engloba conceitos sobre classifica¸c˜ ao

(15)

de erros, fun¸c˜ oes da M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas e aspectos presentes na Teoria ACT.

1.2 Motiva¸ c˜ ao

O fato de a Inteligˆ encia Artificial permitir que m´ aquinas apresentem comportamento inteligente foi determinante para instigar o interesse do autor desta tese, uma vez que potencializar a aquisi¸c˜ ao de conhecimentos tem sido apresentado na trajet´ oria acadˆ emica do pesquisador com gradua¸c˜ ao tamb´ em na ´ area de Educa¸c˜ ao (Licenciatura Plena em Ma- tem´ atica e Licenciatura em Pedagogia).

O interesse por Sistemas Tutores Inteligentes surge da possibilidade de proporcionar um ensino personalizado ou menos impessoal, levando em considera¸c˜ ao as reais necessida- des do aluno. Outra caracter´ıstica presente em STI ´ e a aprendizagem na forma interativa, onde o aluno, a partir de seus conhecimentos primitivos e da an´ alise de suas a¸c˜ oes no processo de resolu¸c˜ ao, consegue avan¸car no processo de aquisi¸c˜ ao de conhecimento.

O uso de representa¸c˜ oes para transmitir informa¸c˜ oes e/ou conceitos est´ a cada vez mais presente em todos os campos do conhecimento e tem sido forte aliado ` a aquisi¸c˜ ao de conceitos, em especial matem´ aticos. Algumas teorias cognitivistas foram desenvolvidas explorando os benef´ıcios de representa¸c˜ oes para a aprendizagem de conceitos. [1, 8, ?, 66]

O estudo flui em um campo onde o ambiente computacional ´ e vislumbrado como po- tencializador de processos que permeiam a aprendizagem. Assim, o estudo buscou cons- truir conhecimentos que pudessem apoiar a proposi¸c˜ ao de uma arquitetura funcionalista para potencializar a aquisi¸c˜ ao de conceitos matem´ aticos em um ambiente computacional, propondo-se a remedia¸c˜ ao do erro ao aluno apoiado por representa¸c˜ ao externa em um contexto computacional, no caso, um objeto de aprendizagem.

A possibilidade de o aluno revisar sua trajet´ oria em cada resolu¸c˜ ao permite que o

(16)

sistema tente mantˆ e-lo em um caminho de solu¸c˜ ao correta. Isto pode ser considerado como uma das principais caracter´ısticas da remedia¸c˜ ao, que tamb´ em acompanha o con- ceito dos STI e vem sendo explorada em alguns estudos utilizando Objetos de aprendiza- gem, por´ em cada um com peculiaridades espec´ıficas para a apresenta¸c˜ ao da remedia¸c˜ ao [7, 12, 14, 34, 44, 47, 48, 49].

A discuss˜ ao acerca da classifica¸c˜ ao de erros matem´ aticos aplicada a STI remete ` a ne- cess´ aria discuss˜ ao da remedia¸c˜ ao de erros nestes ambientes. A proposta de Oliveira [34]

apresenta pelo grupo de pesquisa prop˜ oe suporte ao aprendizado a partir de um erro cap- turado pela apresenta¸c˜ ao de uma representa¸c˜ ao externa durante a intera¸c˜ ao do aluno. A a¸c˜ ao consiste em permitir que o aluno revise fatos, regras e/ou conceitos, estimulando a escolha da estrat´ egia correta, sem se inibir com o erro final.

Dando continuidade ` a pesquisa de Oliveira [34] pretendeu-se apresentar uma abor- dagem arquitetural organizada em m´ odulos que se comunicam considerando a etapa de resolu¸c˜ ao em que o aluno se encontra para oferecer remedia¸c˜ ao de erro. Isso significa que

´ e poss´ıvel trabalhar uma por¸c˜ ao do conhecimento, dentro da etapa de resolu¸c˜ ao, o que justifica a aplica¸c˜ ao ` a Objetos de Aprendizagem, mais personalizada no que diz respeito ao erro apresentado pelo aluno com o uso de classifica¸c˜ ao do erro para explorar a repre- senta¸c˜ ao externa mais adequada.

Assim, o foco da contribui¸c˜ ao da tese ´ e uma arquitetura estruturada que ´ e aplicada

em um Objeto de Aprendizagem que explora conceitos referente ao Teorema de Pit´ agoras,

propondo uma remedia¸c˜ ao do erro, quando apresentado pelo aluno atrav´ es do uso de uma

classifica¸c˜ ao de erros, partindo da proposi¸c˜ ao de uma representa¸c˜ ao externa para reduzir

os empasses do aluno nas etapas resolutivas.

(17)

1.3 Problema de pesquisa

O uso de materiais did´ aticos com suporte de tecnologias ´ e uma pr´ atica do meio cada vez mais crescente n˜ ao rara s˜ ao as vezes em que recursos tecnol´ ogicos d˜ ao suporte para a dinˆ amica da proposi¸c˜ ao de um conceito, revis˜ ao ou aprofundamento. Atualmente, situa-

¸c˜ oes antes exploradas superficialmente por necessitarem de simula¸c˜ ao, por exemplo, s˜ ao apresentadas inclusive vislumbrando a experimenta¸c˜ ao dos mais variados fenˆ omenos por parte dos alunos, com a contribui¸c˜ ao dos recursos tecnol´ ogicos. Assim, a pergunta que sintetiza o problema de pequisa ´ e a seguinte:

E poss´ıvel e interessante criar uma arquitetura que use as fun¸ ´ c˜ oes das MREs

para remedia¸ c˜ ao de erros matem´ aticos em objetos de aprendizagem de forma a melhorar o aprendizado?

Ao longo da descri¸c˜ ao da pesquisa pretende-se aprofundar os temas que permeiam o estudo e encontrar fundamentos que embasem tal estudo.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo desta pesquisa foi definir uma arquitetura como forma de explorar uma aborda- gem para o uso de representa¸c˜ oes externas no processo de remedia¸c˜ ao de erros matem´ aticos aplicado a um contexto computacional de aprendizagem, no caso, OA mediado pela teoria ACT.

Os resultados da pesquisa podem permitir contribui¸c˜ oes significativas para a variedade

de OA aplicados ao contexto educacional, que vem demonstrando eficiˆ encia no apoio ` a

aquisi¸c˜ ao de conceitos em ambiente computacional, fato que pode ser observado pelas

pesquisas e investimentos do setor federal.

(18)

1.4.2 Objetivos Espec´ıficos

Com o prop´ osito de definir a arquitetura foram estruturados os seguintes objetivos espe- c´ıficos:

• Pesquisa sobre classifica¸c˜ ao de erros matem´ aticos para compor uma classifica¸c˜ ao com base em estudos presentes na literatura;

• Associa¸c˜ ao de cada categoria de erro, gerada na classifica¸c˜ ao estruturada e presente na proposi¸c˜ ao de um conceito, a um tipo de representa¸c˜ ao externa de acordo com a fun¸c˜ ao das M´ ultiplas Representa¸c˜ oes Externas;

• Valida¸c˜ ao do relacionamento entre a proposi¸c˜ ao de um conceito, os tipos de erros e as representa¸c˜ oes externas para o contexto em quest˜ ao, a fim de oferecer a remedia¸c˜ ao de erro (estudo de caso);

• Utiliza¸c˜ ao da Teoria do ACT como mecanismo para a apresenta¸c˜ ao de representa¸c˜ oes na remedia¸c˜ ao de erros, otimizando o caminho ideal do aluno para a constru¸c˜ ao de um conceito durante o processo de resolu¸c˜ ao;

• Consolida¸c˜ ao dos conceitos utilizados na pesquisa a partir da arquitetura proposta em um OA para prova de conceito testar em uma situa¸c˜ ao escolar real;

• Valida¸c˜ ao por meio de um experimento, no ambiente escolar, a classifica¸c˜ ao de erros vinculada a representa¸c˜ oes externas para remedia¸c˜ ao de erros, usando modelagem estat´ıstica.

1.5 Contribui¸ c˜ oes do estudo

A possibilidade do uso de representa¸c˜ oes externas adequadas fortalece a aquisi¸c˜ ao do con-

ceito, por analisar a efic´ acia das representa¸c˜ oes via canal sensorial e/ou a modalidade das

representa¸c˜ oes (auditiva/visual ou textual/pict´ orica). No entanto, ´ e importante conside-

rar: o n´ umero de representa¸c˜ oes; a forma em que a representa¸c˜ ao ´ e distribu´ıda; a forma

do sistema de representa¸c˜ ao; a sequˆ encia das representa¸c˜ oes e o apoio ` a tradu¸c˜ ao entre

(19)

representa¸c˜ oes. [1]

A proposi¸c˜ ao do estudo tende a possibilitar contribui¸c˜ oes significativas para a varie- dade de OA aplicadas ao contexto educacional que j´ a demonstraram eficiˆ encia na aquisi¸c˜ ao de conceitos em ambiente computacional. Al´ em de abordar a remedia¸c˜ ao de erros explo- radas em STI aplicados a Objetos de Aprendizagem.

Uma abordagem para uma arquitetura para remedia¸c˜ ao de erros por meio de repre- senta¸c˜ ao externa aplicada a OA tem como premissa incentivar evolu¸c˜ oes no processo de aprendizagem do aluno mais sistˆ emicos, visando constatar as reais dificuldades do aluno durante seu processo de aprendizagem, que se estrutura em etapas.

Os STI s˜ ao muito citados justamente por usarem a tutoria ativa, a partir do uso de alguma teoria como, por exemplo, Adaptive Control of Thought - ACT [3]. Embora no estudo da tese estejam incorporados ` a proposta conceitos intr´ınsecos, inicialmente ser´ a validada a remedia¸c˜ ao do erro apresentada ao aluno constante em um processo de etapas presente na resolu¸c˜ ao do problema.

1.6 Organiza¸ c˜ ao do Documento

Esta tese tem como prop´ osito apresentar o estudo realizado junto ao Programa de Dou- torado da P´ os-gradua¸c˜ ao em Inform´ atica (PPGInf) da Universidade Federal do Paran´ a (UFPR).

O documento est´ a estruturado em 7 cap´ıtulos. Ap´ os o Cap´ıtulo 1, que apresentou

a Introdu¸c˜ ao da pesquisa, segue o Cap´ıtulo 2, onde s˜ ao apresentados os conceitos que

devem esclarecer e embasar a pesquisa realizada para a composi¸c˜ ao do estudo. O Cap´ıtulo

3 apresenta o Estado da Arte no contexto do objeto de pesquisa. O Cap´ıtulo 4 insere

aspectos da metodologia utilizada para atingir o objetivo principal da tese. O Cap´ıtulo 5

apresenta e descreve a arquitetura funcionalista para a solu¸c˜ ao do problema. O Cap´ıtulo

(20)

6 apresenta estudos de caso para prova de conceitos. O Cap´ıtulo 7 se prop˜ oe a apresentar

os conceitos extra´ıdos da pesquisa na aplica¸c˜ ao do OA Pit´ agoras, estruturado a partir

da ferramenta de autoria Farma, bem como, o instrumento utilizado para a valida¸c˜ ao da

proposi¸c˜ ao cient´ıfica. Para finalizar, o Cap´ıtulo 8 apresenta as contribui¸c˜ oes finais e os

trabalhos futuros.

(21)

CAP´ ITULO 2

EMBASAMENTO CONCEITUAL

Este cap´ıtulo apresenta uma revis˜ ao da literatura composta pelos aspectos relevantes desta proposta de pesquisa. O objetivo principal deste cap´ıtulo ´ e apresentar estudos e formali- za¸c˜ oes de conceitos a fim de contextualizar a aplicabilidade na proposta do estudo da tese.

A revis˜ ao liter´ aria apresenta Classifica¸c˜ ao de erros matem´ aticos (se¸c˜ ao 2.1); Sistemas Tutores Inteligentes: processo de remedia¸c˜ ao de erros (se¸c˜ ao 2.2); Adaptive Control of Thought - ACT (se¸c˜ ao 2.3); Representa¸c˜ oes Externas (se¸c˜ ao 2.4); Objetos de Aprendiza- gem (se¸c˜ ao 2.5); e uma breve discuss˜ ao sobre o cap´ıtulo.

2.1 Estudo sobre classifica¸ c˜ ao de erros

O estudo da classifica¸c˜ ao do erros matem´ aticos ´ e um campo que ainda causa forte im- pacto na comunidade acadˆ emica, uma vez que envolve aspectos complexos e, ao mesmo tempo, tem impacto decisivo na aquisi¸c˜ ao de conceitos. A an´ alise de erros matem´ aticos

´ e um grande desafio, uma vez que s˜ ao necess´ arios conhecimentos espec´ıficos do conte´ udo a ser tratado, bem como dos fatores que originaram a situa¸c˜ ao de erro. A variedade e a complexidade dos erros matem´ aticos ainda torna a tarefa mais ´ ardua no que se refere ` a classifica¸c˜ ao de erros [27].

O erro matem´ atico j´ a foi considerado um aspecto negativo da aprendizagem matem´ a-

tica, mas hoje ´ e visto como uma etapa natural na constru¸c˜ ao do conhecimento [27, 68]. O

erro no campo matem´ atico ´ e considerado um fenˆ omeno comum na trajet´ oria escolar dos

alunos que independe de idade e/ou de n´ıvel de desempenho, j´ a que todos os estudantes

passam por esta experiˆ encia, quer por falta de aten¸c˜ ao, quer por conhecimento superficial

do assunto, dentre outros fatores.

(22)

De acordo com levantamento feito por Radatz [43, ?], a an´ alise do erro matem´ atico ´ e hist´ orica e tem sido de interesse da comunidade de Educa¸c˜ ao Matem´ atica h´ a pelo menos 70 anos. Para o referido autor, esse interesse de pesquisa tem seu foco em cinco objetivos:

o uso de t´ ecnicas; a distribui¸c˜ ao da frequˆ encia de erros entre grupos et´ arios; a an´ alise de dificuldades especiais particularmente encontradas na divis˜ ao e opera¸c˜ oes com zero; a persistˆ encia de erros individuais e a tentativa de classificar erros por grupo.

A pesquisa da tese referente ` a classifica¸c˜ ao de erros foi composta de estudos que apre- sentavam como aporte o erro matem´ atico enquanto t´ ecnica aplicada incorretamente, quer na sua classifica¸c˜ ao enquanto ato cometido pelo aluno, quer na sua conceitualiza¸c˜ ao en- quanto procedimento incorreto.

Vale salientar que ´ e ampla a pesquisa existente em torno do erro matem´ atico, mas foram considerados os estudos que se preocuparam em investigar a classifica¸c˜ ao do erro matem´ atico e n˜ ao as suas causas e/ou consequˆ encias.

2.1.1 Estudo apresentado por Radatz

Para Radatz [43] ´ e dif´ıcil fazer uma categoriza¸c˜ ao n´ıtida das poss´ıveis causas de um deter- minado erro. Assim, o autor indicou os processos conscientes e inconscientes nas tentativas incorretas de solu¸c˜ oes de problemas; realizou uma an´ alise de causas de erros derivados da intera¸c˜ ao entre diferentes vari´ aveis que interferem no processo de ensino e aprendizagem e desenvolver apoio did´ atico para tratar de erros e dificuldades de aprendizagem.

O referido autor apresentou um estudo a partir dos elementos da Teoria do Processa- mento da Informa¸c˜ ao e sugeriu um modelo que permite uma classifica¸c˜ ao das causas dos erros descrevendo cinco erros matem´ aticos:

• Erro com origem nas dificuldades da linguagem: Essas dificuldades podem estar

presentes tanto no perfil do professor quanto do aluno, no que se refere ` a simboli-

(23)

za¸c˜ ao matem´ atica. Os problemas presentes na compreens˜ ao semˆ antica de um texto matem´ atico ´ e muitas vezes fonte de erros por parte dos alunos.

• Erro devido ` as dificuldades na obten¸c˜ ao de informa¸c˜ oes espaciais: Fazem parte desta categoria os erros que surgem quando o aluno precisa extrair informa¸c˜ oes espaciais em problemas que envolvem a visualiza¸c˜ ao de uma informa¸c˜ ao. Esse fato determinou uma tendˆ encia crescente para a representa¸c˜ ao icˆ onica e visual da informa¸c˜ ao. A compreens˜ ao de representa¸c˜ oes ´ e exigˆ encia consider´ avel nas habilidades espaciais e na capacidade de descrimina¸c˜ ao visual por parte dos alunos, mas que apresenta destaque distinto em conte´ udos menos espec´ıficos.

• Erro de deficiˆ encia no dom´ınio, nas habilidades, nos fatos e nos conceitos, como pr´ e-requisitos: Esse tipo de erro inclui todas as deficiˆ encias no que se refere a conhe- cimentos espec´ıficos necess´ arios para a resolu¸c˜ ao de um problema. As dificuldades presentes em pr´ e-requisitos b´ asicos incluem organiza¸c˜ ao de um algoritmo; fragilidade em conceitos b´ asicos; procedimentos incorretos na aplica¸c˜ ao de t´ ecnicas matem´ aticas e conhecimento insuficiente em rela¸c˜ ao a conceitos necess´ arios; e simbologia.

• Erro devido a associa¸c˜ oes incorretas ou a rigidez de pensamento: Esses erros com-

p˜ oem o evento de transpor informa¸c˜ oes e que est˜ ao presente na flexibilidade ina-

dequada na decodifica¸c˜ ao e codifica¸c˜ ao de informa¸c˜ oes novas. Esse fato por ser

proveniente da experiˆ encia com problemas semelhantes, que leva ` a rigidez do pen-

samento. Nesse caso, os alunos desenvolvem opera¸c˜ oes cognitivas e continuam a

us´ a-las mesmo quando as condi¸c˜ oes fundamentais da tarefa matem´ atica mudaram,

inibindo o processamento de novas informa¸c˜ oes. S˜ ao exemplos destes casos: erros de

conserva¸c˜ ao, na qual os elementos individuais de uma tarefa ou problema predomi-

nam (9*6=560; 5*13=63); erros de associa¸c˜ ao, que envolvem intera¸c˜ oes incorretas

entre os elementos individuais (66+12=77; 3*9=36); erros de inferˆ encia, em que

as opera¸c˜ oes ou conceitos diferentes interferem uns com os outros (opera¸c˜ oes com

figuras que simbolizam fra¸c˜ oes); erros de assimila¸c˜ ao, que s˜ ao geralmente classifica-

dos como erros resultantes da falta de aten¸c˜ ao e concentra¸c˜ ao (erros aleat´ orios ou

(24)

de descuido); erros de transferˆ encia equivocada de tarefa anterior, no qual pode-se identificar o efeito de uma compreens˜ ao errada obtida a partir de um conjunto de exerc´ıcios ou problemas.

• Erro devido ` a aplica¸c˜ ao de regras ou estrat´ egias irrelevantes: O uso de algorit- mos incorretos, bem como, a aplica¸c˜ ao de estrat´ egias inadequadas na resolu¸c˜ ao de problemas matem´ aticos tem sido particularmente importante. Esse tipo de erro ge- ralmente decorre de experiˆ encias na aplica¸c˜ ao de regras ou estrat´ egias de outros de conte´ udos (ex. 96/16=10; 155/5=301; 1/3+1/7=1/10).

Para o autor, as causas de erros dos alunos em tarefas matem´ aticas sugerem v´ arios pontos para discuss˜ ao. Primeiro, os erros na aprendizagem da matem´ atica n˜ ao s˜ ao sim- plesmente a ausˆ encia de respostas corretas ou o resultado de equ´ıvocos, mas a consequˆ encia de processos definidos cuja natureza deve ser descoberta. Em segundo lugar, parece ser poss´ıvel analisar a natureza e as causas dos erros a partir dos mecanismos de processa- mento da informa¸c˜ ao. Terceiro, a an´ alise de erros oferece uma variedade de pontos de partida para a investiga¸c˜ ao sobre os processos pelos quais os alunos aprendem matem´ a- tica. E quarto, aspectos predominantemente quantitativos n˜ ao s˜ ao suficientes para aferir sobre a efic´ acia nos procedimentos de instru¸c˜ ao.

Finalmente, o autor destaca que muitas vezes ´ e dif´ıcil fazer uma separa¸c˜ ao n´ıtida entre as diferentes causas de um determinado erro porque n˜ ao h´ a uma estreita rela¸c˜ ao entre as causas, ou seja, um mesmo problema pode dar origem a erros de diferentes fontes e o mesmo erro pode surgir devido a diferentes processos de resolu¸c˜ ao de problemas.

2.1.2 Estudo apresentado por Vergnaud

A Teoria dos Campos Conceituais ´ e uma teoria cognitivista de autoria de Gerard Vergnaud que esclarece que para compreender o desenvolvimento e a apropria¸c˜ ao dos conhecimentos

´ e necess´ ario estudar conjuntos vastos e interligados de situa¸c˜ oes e conceitos. [59, 60]

(25)

A Teoria destaca que um campo conceitual ´ e um conjunto de situa¸c˜ oes cujo dom´ınio requer o conhecimento de v´ arios conceitos de natureza distinta. Assim, um conceito ´ e constru´ıdo com base em um trip´ e: Situa¸ c˜ oes, que d˜ ao significado ao conceito (S), Re- la¸ c˜ oes e Propriedades Invariantes do conceito (I) e Representa¸ c˜ oes Simb´ olicas, que s˜ ao utilizadas na apresenta¸c˜ ao, descri¸c˜ ao e operacionaliza¸c˜ ao do conceito (R). [60]

Vergnaud [60] esclarece que a resolu¸c˜ ao de situa¸c˜ oes-problema envolve um grande n´ umero de teoremas e conhecimentos equivalentes a propriedades de um conceito. As habilidades e saberes mobilizados nesta a¸c˜ ao s˜ ao reconhecidos, pelo referido autor, como teoremas-em-a¸c˜ ao. Assim, o processo para encontrar uma estrat´ egia de resolu¸c˜ ao de um problema ´ e tratado por Vergnaud [59] como c´ alculo relacional, que consiste em todos os procedimentos usados no c´ alculo propriamente dito e que se comp˜ oem de idas e vindas nos conhecimentos pr´ evios; e o c´ alculo num´ erico consiste na ocasi˜ ao em que o aluno se depara com seus conhecimentos operacionais matem´ aticos na execu¸c˜ ao do algoritmo envolvendo adi¸c˜ ao ou subtra¸c˜ ao.

A inconsistˆ encia de um c´ alculo gera uma opera¸c˜ ao incorreta que foi classifica como erro relacional e erro num´ erico.

• Erro relacional: Este tipo de erro refere-se ` as opera¸c˜ oes do pensamento necess´ arias para que haja a manipula¸c˜ ao das rela¸c˜ oes apresentadas nas situa¸c˜ oes e envolve dife- rentes estruturas mentais para estabelecer rela¸c˜ oes impl´ıcitas. A incompreens˜ ao das rela¸c˜ oes impl´ıcitas na estrutura do problema gera um erro de organiza¸c˜ ao estrutural a partir das dificuldades de compreens˜ ao desta estrutura.

• Erro Num´ erico: Esse erro refere-se ` as opera¸c˜ oes usuais de adi¸c˜ ao, subtra¸c˜ ao, mul- tiplica¸c˜ ao, divis˜ ao, ou seja, ` a organiza¸c˜ ao algor´ıtmica ou ao procedimento incorreto do uso do algoritmo.

Para Vergnaud [60] as resolu¸c˜ oes dos algoritmos propriamente ditos e os c´ alculos relaci-

onais envolvem opera¸c˜ oes de pensamento necess´ arias para compreender os relacionamentos

(26)

envolvidos numa opera¸c˜ ao, e a inconsistˆ encia ou ausˆ encia de um deles gera um tipo de erro.

O autor destaca a relevˆ ancia da compreens˜ ao de que o conhecimento est´ a organizado em campos conceituais, cujo dom´ınio evolui a partir de um longo per´ıodo de tempo, por meio de experiˆ encia e maturidade.

2.1.3 Estudo apresentado por Movshovitz-hadar e Zaslavsky

O estudo de Movshovitz-hadar e Zaslavsky [16] apresenta uma an´ alise qualitativa do Mathematic Matriculation Examination aplicado junto a estudantes do ensino m´ edio de Israel. A referida an´ alise apresentada pelos autores deu origem ` a seguinte classifica¸c˜ ao:

• Uso inadequado de informa¸c˜ oes: Nesta classifica¸c˜ ao est˜ ao os erros cometidos quando o aluno ignora ou realiza alguma opera¸c˜ ao incorreta com alguma informa¸c˜ ao. Tam- b´ em pertencem a esta categoria os erros relacionados a alguma divergˆ encia entre os dados que constavam no problema e o tratamento apresentado pelo aluno. As principais caracter´ısticas para estes fatos podem ser:

– O aluno apresenta uma informa¸c˜ ao que n˜ ao est´ a presente no problema ou n˜ ao segue imediatamente a informa¸c˜ ao presente no problema;

– O aluno negligencia alguns dados fornecidos e/ou compensa a falta de infor- ma¸c˜ ao expl´ıcita acrescentando dados irrelevantes;

– O aluno explicitamente afirma como exigˆ encia algo que n˜ ao ´ e relevante para a resolu¸c˜ ao do problema;

– O aluno atribui a uma determinada parte da informa¸c˜ ao um significado incom- pat´ıvel com o texto. (ex. utiliza a altura de um triˆ angulo quando deveria usar a mediana);

– O aluno faz afirma¸c˜ oes incorretas que n˜ ao est˜ ao presentes nas informa¸c˜ oes

prestadas no problema (ex. utiliza as propriedades de uma bissetriz em uma

linha arbitr´ aria que passa pelo v´ ertice do ˆ angulo);

(27)

– O aluno usa um valor num´ erico de uma vari´ avel para outra vari´ avel (ex. utiliza um determinado valor num´ erico para a distˆ ancia quando este deveria ter sido usado para a velocidade);

– O aluno copia incorretamente alguns dados do problema.

• Interpreta¸c˜ ao equivocada da linguagem: Esta classifica¸c˜ ao ´ e composta por erros cometidos quando o aluno passa da interpreta¸c˜ ao verbal de uma express˜ ao para uma express˜ ao matem´ atica com significado diferente. Algumas caracter´ısticas desta classifica¸c˜ ao:

– O aluno traduz uma express˜ ao na linguagem natural para uma equa¸c˜ ao mate- m´ atica, mas o termo representa uma rela¸c˜ ao diferente da descrita no problema;

– O aluno determina um conceito matem´ atico para um s´ımbolo que representa outro (ex. o problema solicita a soma dos ´ ultimos n termos de uma s´ erie e o aluno usa a f´ ormula que determina a soma dos primeiros termos de uma s´ erie);

– O aluno interpreta incorretamente s´ımbolos gr´ aficos como termos matem´ aticos e vice-versa (ex. entende como correspondˆ encia um par ordenado quando seria um ponto de intersec¸c˜ ao de duas linhas em um gr´ afico).

• Inferˆ encias logicamente inv´ alidas: Em geral esta categoria inclui os erros que explo- ram o racioc´ınio equivocado com conte´ udo n˜ ao espec´ıfico, ou seja, uma informa¸c˜ ao nova, mas incorretamente elaborada a partir de um determinado fragmento de outra informa¸c˜ ao ou de outra informa¸c˜ ao anteriormente inferida. Os elementos caracte- r´ısticos desta classifica¸c˜ ao s˜ ao:

– O aluno apresenta uma instru¸c˜ ao condicional positiva quando deve apresentar numa forma negativa;

– O aluno apresenta uma instru¸c˜ ao condicional negando o antecedente quando deve negar o consequente ou vice-versa;

– O aluno conclui que ’p’ implica ’q’, quando isso n˜ ao acontece necessariamente

a partir de p;

(28)

– O aluno usa quantificadores l´ ogicos de forma incorreta gerando um passo in- justificado em uma inferˆ encia l´ ogica.

• Distor¸c˜ oes de teorema ou defini¸c˜ oes: Nesta categoria est˜ ao os erros gerados pela distor¸c˜ ao de um princ´ıpio espec´ıfico, de uma regra, de um teorema ou de uma defini¸c˜ ao. Os elementos caracter´ısticos presentes s˜ ao:

– O aluno aplica um teorema sem ter as pr´ e-condi¸c˜ oes adequadas;

– O aluno aplica uma propriedade distributiva para uma opera¸c˜ ao n˜ ao-distributiva;

– O aluno usa uma f´ ormula ou um teorema de forma imprecisa.

• Solu¸c˜ ao n˜ ao-verificada: As principais caracter´ısticas dos erros desta categoria con- sistem em que cada passo dado apresenta a correta solu¸c˜ ao, mas o resultado final n˜ ao ´ e solu¸c˜ ao para o problema exposto.

• Erro t´ ecnico: Os erros desta categoria surgem de inconsistˆ encia de conceitos b´ asicos da matem´ atica elementar, tais como, adi¸c˜ ao e subtra¸c˜ ao. Esta categoria inclui:

– Erro de c´ alculo (ex. 7x8=54);

– Erro na extra¸c˜ ao de dados de uma tabela;

– Erro na manipula¸c˜ ao de s´ımbolos alg´ ebricos (ex. escrever m-4.b-4, quando deveria ser (m-4).(b-4)); e

– Outros erros na execu¸c˜ ao de algoritmo.

A proposta deste estudo foi criar um modelo emp´ırico para a classifica¸c˜ ao de erros e

demonstrar sua confiabilidade. Uma suposi¸c˜ ao apresentada pelos autores ´ e que a maioria

dos erros cometidos pelos alunos e que comprometem a aquisi¸c˜ ao de conceitos matem´ aticos

n˜ ao s˜ ao acidentais e fazem parte de um processo quase l´ ogico, que de alguma forma faz

sentido para o aluno.

(29)

2.1.4 Estudo apresentado por Peng e Luo

O estudo apresenta uma vasta pesquisa dos autores sobre classifica¸c˜ ao, a fim de investigar o conhecimento dos professores de matem´ atica no que se refere ` a an´ alise do erro cometidos na resolu¸c˜ ao de problemas.

Os autores apresentam quatro categorias anal´ıticas para a natureza do erro: matem´ a- tico, l´ ogico, estrat´ egico e psicol´ ogico, e outras quatro para o processo de an´ alise dos tipos de erros: identificar, interpretar, avaliar e corrigir/remediar.

Este estudo exigiu a classifica¸c˜ ao referente ` a natureza do erro:

• Matem´ atico: Esta categoria destaca a confus˜ ao de conceitos e propriedades, onde muitas vezes s˜ ao negligenciadas f´ ormulas e teoremas.

• L´ ogico: A categoria inclui o falso argumento, a reorganiza¸c˜ ao equivocada de con- ceito, a classifica¸c˜ ao indevida, o argumento em ciclos (o aluno n˜ ao consegue chegar a uma conclus˜ ao), a transforma¸c˜ ao equivalente (sem avan¸co na resolu¸c˜ ao).

• Estrat´ egico: Os erros cometidos nesta categoria n˜ ao pertencem a um padr˜ ao, po- dem apresentar parcialidade de um conceito, insucesso em pensamento inverso e/ou fracasso ao transformar o problema.

• Psicol´ ogico: Os erros pertencentes a esta categoria s˜ ao todos os demais egressos da deficiˆ encia na organiza¸c˜ ao do pensamento.

Segundo os autores [27] os n´ıveis sequenciais e hier´ arquicos, assim como o progresso de

um n´ıvel para outro e os diferentes n´ıveis de an´ alise e de apoio complementam-se, dando

uma vis˜ ao hol´ıstica e estruturada do conhecimento do professor em rela¸c˜ ao aos erros dos

alunos.

(30)

2.1.5 Estudo apresentado por Lucas e Ramos

Lucas [26] explorou a classifica¸c˜ ao de erros para apresentar um modelo baseado em regras a fim de estudar como as crian¸cas aprendem a decodificar palavras. O modelo ´ e baseado em dados recolhidos a partir de erros de pron´ uncia de palavras.

O autor utilizou o conceito de “sub-generaliza¸c˜ ao” para classificar um vis˜ ao restrita do que ou de quem ´ e inclu´ıdo em um conceito (ex. peixes n˜ ao s˜ ao animais porque n˜ ao tˆ em pernas ou pele), e o de “generaliza¸c˜ ao” para classificar quando o aluno coloca as coisas e ideias em um conceito que s˜ ao de fato n˜ ao relacionado (ex. cadeira ´ e um animal porque tem quatro pernas).

Uma classifica¸c˜ ao adaptada por Ramos [44] foi aplicada ao aprendizado indutivo no campo matem´ atico, onde foram identificados 3 tipos de erros conceituais:

• Sub-generaliza¸c˜ ao: Esse tipo de erro surge quando o aluno n˜ ao consegue classificar determinado elemento como pertencente a uma classe de conceitos. Nesta classifica-

¸c˜ ao se encaixam os erros cometidos pela ausˆ encia de alguma hip´ otese ou regra que seja necess´ aria para o completo entendimento da classe conceitual estudada.

• Super-generaliza¸c˜ ao esse tipo de erro surge da classifica¸c˜ ao indevida de um deter- minado elemento em uma classe ` a qual n˜ ao perten¸ca, ou seja, em algum momento o aluno agregou um atributo a uma determinada classe conceitual que n˜ ao deveria ser agregado.

• Miscelˆ anea: Essa classifica¸c˜ ao de erros ´ e usada quando ocorrem os dois tipos apre- sentados anteriormente, ou seja, onde faltou a compreens˜ ao mais profunda por parte das classes conceituais necess´ arias para a realiza¸c˜ ao da tarefa.

A presente classifica¸c˜ ao foi explorada por Oliveira [34], que a partir da referida classi-

fica¸c˜ ao, propˆ os o uso de representa¸c˜ ao externa no processo de remedia¸c˜ ao de erro a partir

de uma ferramentas de diagn´ ostico autom´ atico de erros apresentados pelo aprendiz.

(31)

2.2 Sistemas Tutores Inteligentes: processo de remedia¸ c˜ ao de erros

A incorpora¸c˜ ao da Inteligˆ encia Artificial ao desenvolvimento de ferramentas educacionais teve in´ıcio na d´ ecada de 60 com as pesquisa na ´ area de Instru¸c˜ ao Auxiliada por Com- putador (CAI - Computer Assisted Instruction ). J´ a na d´ ecada de 70 surgiram alguns programas onde os conte´ udos eram apresentados independentes do procedimento de en- sino, os ICAI - (Intelligent Computer Assisted Instruction). [30]

Por volta de 1980, come¸caram a ser inseridos outros sistemas com a perspectiva de transmitir o conhecimento utilizando alguma forma de inteligˆ encia para auxiliar e orien- tar o aprendiz no seu processo de aprendizagem. Neste ponto j´ a estava clara relevˆ ancia a aplica¸c˜ ao de t´ ecnicas de IA a propostas educacionais. [13]

Os STIs considerados uma evolu¸c˜ ao dos tradicionais sistemas ICAI foram os primeiros sistemas de inform´ atica com suporte ao ensino. O principal objetivo de um ICAI era apresentar conte´ udos de forma predeterminada e sequencial sem fazer qualquer distin¸c˜ ao entre os aprendizes; sua base cognitiva era teoria Comportamentalista. [52]

Assim, os STI foram recebendo concep¸c˜ oes conforme os estudos eram aprofundados, como serem compreendidos como sistemas de software, que utilizam t´ ecnicas de inteligˆ en- cia artificial para representar o conhecimento e interagir com os alunos para ensinar [21].

Outra defini¸c˜ ao ´ e que s˜ ao sistemas instrucionais com modelos de conte´ udos instrucionais, que especificam o que ensinar e estrat´ egias de ensino que especificam como ensinar [63].

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Para Fowler [13], STI s˜ ao programas de computador com prop´ ositos educacionais que

incorporam t´ ecnicas de IA, uma vez que simulam o processo do pensamento humano para

auxiliar na resolu¸c˜ ao de problemas e/ou na tomada de decis˜ oes. Tamb´ em podem ser con-

siderados como sistemas em que a IA desempenha o seu papel, n˜ ao s´ o para permitir uma

(32)

maior flexibilidade no ensino mediada por computador, mas, tamb´ em, para possibilitar a participa¸c˜ ao ativa do aprendiz e do sistema. [62]

Quanto ao desenvolvimento de um STI, vale destacar na complexidade, uma vez que requer a contribui¸c˜ ao de diversas ´ areas do conhecimento como Psicologia, Ciˆ encia Cogni- tiva e Inteligˆ encia Artificial, para o suporte a prop´ ositos educacionais, tornando o ensino cada vez mais personalizado [65]. Como pode-se perceber, os STI envolvem equipes multi- disciplinares e visam n˜ ao s´ o uma ´ unica aplica¸c˜ ao pr´ atica, mas, tamb´ em, a experimenta¸c˜ ao de outros princ´ıpios de aprendizagem, justamente por isso, ´ e comum encontrar teorias de aprendizagem, aplicadas a um determinado dom´ınio do conhecimento.

Um STI ´ e baseado na hip´ otese de que o processo de pensamento de um estudante pode ser modelado, rastreado e corrigido [50], tornando poss´ıvel n˜ ao apenas ensinar, mas descobrir os caminhos utilizados pelo aprendiz para chegar ao conhecimento desejado. Em sua essˆ encia os STI s˜ ao programas que modificam suas bases de conhecimento, percebem as interven¸c˜ oes dos alunos e s˜ ao dotados da capacidade de aprender e adaptar suas estrat´ egias de ensino a partir das intera¸c˜ oes do aprendiz [61].

2.2.1 Arquitetura de um STI

Os sistemas tradicionais IAC apresentavam os componentes combinados em uma ´ unica estrutura, ou seja, n˜ ao existia uma divis˜ ao ou separa¸c˜ ao por n´ıveis e por fun¸c˜ oes desem- penhadas, causando diversos problemas no sistema quando era necess´ ario fazer altera¸c˜ oes em algum n´ıvel. A partir da necessidade de separar o sistema em componentes, que re- presentassem as diferentes formas de atua¸c˜ ao de um STI e do aluno, originou-se a divis˜ ao ([53] citada por [33]:

• O conhecimento do dom´ınio;

• O conhecimento da pessoa que est´ a sendo ensinada;

• O conhecimento das estrat´ egias de ensino;

(33)

• O conhecimento de como aplicar o conhecimento das estrat´ egias de ensino e prover a individualiza¸c˜ ao.

Com a continuidade das pesquisas [?, 9, 33] surgiram quatro m´ odulo principais, que, interligados, comp˜ oem a arquitetura cl´ assica de um STI, tamb´ em conhecida como Arqui- tetura Tradicional (Figura 2.1).

Figura 2.1: Arquitetura Tradicional de um STI [33]

A proposi¸c˜ ao de uma arquitetura, considerada hoje tradicional trouxe avan¸cos aos ambientes de ensino, possibilitando que as estrat´ egias do tutor fossem vinculadas ` as in- forma¸c˜ oes do aluno, tornado o STI um sistema baseado em 4 m´ odulos distintos: m´ odulo Aluno, m´ odulo Tutor, m´ odulo Dom´ınio e Interface.

O m´ odulo Aluno representa o conhecimento e as habilidades cognitivas do aluno em um dado momento. Tamb´ em cont´ em uma representa¸c˜ ao do estado do conhecimento do aluno no momento em que usa um STI.

O m´ odulo Tutor ´ e onde s˜ ao definidas e aplicadas as estrat´ egias pedag´ ogicas para

o ensino, cont´ em os objetivos a serem alcan¸cados e as t´ aticas de ensino. Este m´ odulo ´ e

respons´ avel por selecionar os problemas, monitorar o desempenho do aprendiz, fornecer

assistˆ encia ` a aprendizagem, al´ em de integrar o conhecimento sobre m´ etodos de ensino,

t´ ecnicas de ensino e dom´ınio a ser explorado.

(34)

O m´ odulo Dom´ ınio tem como objetivo principal armazenar todo o conhecimento dependente e independente do ˆ ambito da STI, ou seja, deve conter todo o conhecimento do conte´ udo a ser abordado.

O m´ odulo Interface ´ e respons´ avel pela intera¸c˜ ao do aprendiz com o sistema. A interface ´ e a principal porta de entrada para a comunica¸c˜ ao com o aprendiz.

De uma forma geral, os STIs se caracterizam por representar separadamente o conte´ udo a ser explorado (m´ odulo Dom´ınio) e as estrat´ egias a serem exploradas (m´ odulo Tutor), caracterizando o aprendiz (m´ odulo Aluno) para oferecer um ensino personalizado por meio de uma interface (m´ odulo Interface) planejada e organizada.

2.2.1.1 M´ odulo Aluno

A diferen¸ca entre um STI e um CAI ´ e justamente a possibilidade de atender ` as necessi- dades do aprendiz de forma personalizada, e esse processo se concentra essencialmente no m´ odulo Aluno. Este m´ odulo ´ e composto do conhecimento e das habilidades cognitivas do aprendiz em determinado momento.

O m´ odulo Aluno ´ e constitu´ıdo por dados est´ aticos e dados dinˆ amicos, que, posterior- mente, ser˜ ao de fundamental relevˆ ancia para comprovar hip´ oteses referentes ao aprendiz [61]. Assim, cont´ em uma representa¸c˜ ao do estado do conhecimento do aprendiz no mo- mento de uso do STI.

Neste m´ odulo s˜ ao armazenadas informa¸c˜ oes referentes ao perfil do aprendiz. ´ E poss´ıvel diagnosticar suas deficiˆ encias, a partir do n´ıvel de conhecimento objetivo, formando uma compreens˜ ao mais clara da compreens˜ ao do conte´ udo.

Segundo Costa e Werneck [64] o m´ odulo Aluno pode ser representado a partir de alguns

modelos de descri¸c˜ ao:

(35)

• Modelo Diferencial: Este modelo viabiliza que a resposta do aprendiz seja com- parada com a base de conhecimento, que estar´ a dividida em duas, uma delas cor- respondendo ao conhecimento que se espera que o aluno tenha e a outra ao conhe- cimento que se espera que n˜ ao possua. Assim, o conhecimento do aluno ´ e apenas uma subconjunto do conhecimento do especialista.

• Modelo Overlay ou Superposi¸ c˜ ao: Este modelo implica a representa¸c˜ ao do conhecimento utilizada no m´ odulo Aluno e na base de dom´ınio serem a mesma. Ou seja, o conhecimento do aprendiz ´ e representado como um subconjunto da base de conhecimento do m´ odulo Tutor. O modelo assume que os erros do aluno partem da ausˆ encia de alguma informa¸c˜ ao na base de dom´ınio.

• Modelo Buggy ou modelo de Pertuba¸ c˜ ao : Este modelo tamb´ em relaciona o m´ odulo Aluno com a base de conhecimentos do dom´ınio. O modelo assume que os erros do aluno decorrem da ausˆ encia ou da concep¸c˜ ao equivocada de algum conceito.

• Modelo de Simula¸ c˜ ao : Esse modelo ´ e uma representa¸c˜ ao como o aluno pode ou deve se comportar em determinada situa¸c˜ ao. A partir deste modelo ´ e poss´ıvel prever o comportamento futuro do aluno.

• Modelo de Cren¸ cas : Este modelo ´ e composto do conjunto de cren¸cas que refletem o grau de compreens˜ ao do aluno sobre um conceito em particular.

A desempenho ideal do m´ odulo Aluno depende do tipo e da precis˜ ao da informa¸c˜ ao segura sobre o aprendiz, que depende do tipo e do n´ıvel de sofistica¸c˜ ao da representa¸c˜ ao do conhecimento usado no sistema e da efic´ acia dos m´ etodos usados para extrair novas informa¸c˜ oes para incorporar dentro do m´ odulo Aluno.

2.2.1.2 M´ odulo Tutor

O m´ odulo Tutor ´ e respons´ avel por conceber e regular as intera¸c˜ oes de instru¸c˜ ao com o aluno, ou seja, ´ e encarregado de definir e aplicar uma estrat´ egia pedag´ ogica de ensino.

Este m´ odulo decide e guia o processo de ensino e aprendizagem. Em algumas arquiteturas

(36)

recebe a denomina¸c˜ ao de estrat´ egia de ensino ou modelo pedag´ ogico.

O presente m´ odulo encontra-se intimamente ligado ao m´ odulo Aluno, uma vez que uti- liza o conhecimento sobre o aluno e a estrutura pr´ opria tutorial para decidir as atividades pedag´ ogicas a serem exploradas. Assim este m´ odulo ´ e considerado a origem e o mentor de todas as interven¸c˜ oes pedag´ ogicas.

Segundo Viccari [62] as arquiteturas de um STI possibilitam a aplica¸c˜ ao dos seguintes modelos de ensino:

• Socr´ atico, onde s˜ ao previstas as situa¸c˜ oes de di´ alogo a partir de um fato que se sup˜ oe ser do conhecimento do aprendiz;

• Guia, onde o tutor conduz o aprendiz no decorrer da aprendizagem;

• Cooperativo, em que o aprendiz e o tutor interagem visando a troca de conhecimen- tos apoiados numa arquitetura que cont´ em um sistema de cren¸cas.

Assim, a vis˜ ao cl´ assica do papel do M´ odulo Tutor consiste na tomada de decis˜ oes peda- g´ ogicas a partir das intera¸c˜ oes do aprendiz. Essas decis˜ oes derivam de regras ou estruturas de conhecimento que representam o conhecimento do tutor em rela¸c˜ ao ao dom´ınio e est˜ ao registradas de forma expl´ıcita no sistema. [63]

2.2.1.3 M´ odulo Dom´ınio

O m´ odulo Dom´ınio ´ e respons´ avel por disponibilizar a fonte de conhecimento do conte´ udo a ser apresentado ao aluno e por fornecer um padr˜ ao para o desempenho do aluno. Tam- b´ em ´ e o componente especialista formado pelo material instrucional, por meio de uma sistem´ atica de exemplos, pela formula¸c˜ ao de diagn´ ostico e pelos processos de simula¸c˜ ao.

[36]

Este m´ odulo ´ e formado por uma base de conhecimento declarativa, procedimental e

heur´ıstica relativa ao dom´ınio espec´ıfico. A forma declarativa representa dom´ınios de

(37)

natureza descritiva e te´ orica e utiliza redes semˆ anticas ou frames. A forma procedimen- tal, por sua vez, representa dom´ınios orientados a tarefas e utiliza basicamente regras de produ¸c˜ ao. A forma heur´ıstica procura representar maneiras de explorar o conhecimento declarativo e procedimental na resolu¸c˜ ao de problemas. [47]

Para a representa¸c˜ ao do conhecimento podem ser usados v´ arios modelos: redes semˆ an- ticas, frames, scripts, regras de produ¸c˜ ao, programa¸c˜ ao orientada a objetos, entre outros.

Viccari e Oliveira [36] esclarecem que a escolha de como representar um determinado conhecimento no m´ odulo Dom´ınio depende do tipo de conhecimento a ser manipulado e do seu uso pretendido pelo sistema. Ou seja, em dom´ınios de natureza descritiva e te´ orica (ex. matem´ atica) a representa¸c˜ ao utilizada geralmente ´ e declarativa (redes semˆ anticas ou frames) e em dom´ınios orientados ` a execu¸c˜ ao de uma determinada tarefa (ex. programa-

¸c˜ ao) a representa¸c˜ ao utilizada tende a ser procedimental (ex. regras de produ¸c˜ ao).

2.2.1.4 M´ odulo Interface

A comunica¸c˜ ao entre o aprendiz e o STI ocorre por meio do m´ odulo Interface, conside- rando que ´ e nesta parte que a representa¸c˜ ao interna do sistema se torna percept´ıvel e compreens´ıvel ao aprendiz. O autor Magalh˜ aes Netto [31] destaca que uma das tarefas mais complexas na implementa¸c˜ ao de um STI ´ e o desenvolvimento da interface, uma vez que essa deve estimular a aprendizagem, buscando estabelecer uma intera¸c˜ ao simples.

Mesmo que os softwares educacionais venham apresentando significativos avan¸cos, pa- rece que uma grande parte continua sendo do tipo Instru¸c˜ ao Assistida por Computador (CAI - Computer Aided Instruction) apresentando restri¸c˜ oes quanto a aspectos cogniti- vos, uma vez que instrui o aluno a atuar de forma passiva. A forma passiva se resume

`

a participa¸c˜ ao do aluno em assinalar respostas corretas ou seguir a t´ ecnica da instru¸c˜ ao

programada. Assim, com a pesquisa desta tese pretende-se despertar para poss´ıveis dife-

(38)

renciais do uso dos conceitos para a aquisi¸c˜ ao de um conhecimento a partir de recursos tecnol´ ogicos.

2.2.2 Remedia¸ c˜ ao de Erros

O diagn´ ostico cognitivo e a remedia¸c˜ ao de erros constituem elementos fundamentais na aquisi¸c˜ ao de conceitos. A relevˆ ancia para o diagn´ ostico cognitivo se deve ao fato de ori- entar o plano instrucional, onde todas as a¸c˜ oes de ensino dependem de um resultado. A remedia¸c˜ ao de um erro deve contribuir para uma melhor compreens˜ ao, do conceito pelo aluno a fim de sanar o erro [22].

A partir dos erros ´ e poss´ıvel que o aluno amplie mais sua base de conhecimentos.

Um exemplo a ser citado s˜ ao os ambientes de aprendizagem baseados em ACT [3], onde o erro cometido conduz o aprendiz a refletir e entender melhor a¸c˜ oes e procedimentos.

Um exemplo a ser lembrado que apresenta suporte a diagn´ ostico e remedia¸c˜ ao de erros

´ e apresentado no Sierra [56], que mostra um sistema que interage com o aluno por meio de explica¸c˜ oes para os erros cometidos baseadas apenas na apresenta¸c˜ ao de conceitos na forma de representa¸c˜ ao textual [57].

Outro exemplo de uso de remedia¸c˜ ao de erros e mais recente ´ e a proposta de Oliveira [34], que apresenta a a¸c˜ ao realizada pelo STI como suporte ao aprendizado a partir de um erro capturado, durante a intera¸c˜ ao do aprendiz. A a¸c˜ ao consiste em propor uma repre- senta¸c˜ ao externa que permita ao aprendiz revisar fatos, regras, conceitos, estimulando a escolha da estrat´ egia correta sem se inibir com o erro final.

Nesta se¸c˜ ao, tamb´ em, vale destacar alguns sistemas de referˆ encia em STI, como Geo- metry Tutor [67] e o LISP Tutor [46], dois dos mais conhecidos STI.

O Geometry Tutor ´ e um tutor cognitivo com embasamento na teoria do ACT-R que

apoia os alunos no aprendizado a partir da sele¸c˜ ao de um problema e da estrutura¸c˜ ao com

(39)

base no sucesso de suas habilidades presentes no problema modelo de competˆ encias dos alunos. A cada passo de resolu¸c˜ ao de problemas, o tutor cognitivo fornece retroalimenta-

¸c˜ ao a pedido ou depois da ocorrˆ encia de erros repetidos.

O LISP Tutor modela os passos necess´ arios para escrever um programa, a partir da compara¸c˜ ao dos passos do aluno com o seu modelo. O LISP tutor foi implementado com regras de produ¸c˜ ao que apresentam o model tracing - comparando solu¸c˜ oes parciais dos estudantes com caminhos de solu¸c˜ ao esperada para fornecer feedback e sugest˜ oes. O kno- wledge tracing, que rastreia aquisi¸c˜ ao de conceitos de programa¸c˜ ao pelo aluno, adequando exerc´ıcios atribu´ıdos com base no progresso. Cada aluno deve dominar 95% do conjunto de regras para um dado conjunto de exerc´ıcios, antes de avan¸car para o n´ıvel seguinte. A remedia¸c˜ ao do erro ocorre ativamente quando o aprendiz se afasta da resolu¸c˜ ao conhecida pelo ambiente.

A respeito do comportamento dos STIs, VanLehn [58] discorre sobre a forma como um conjunto de tarefas que podem ser resolvidas a partir de m´ ultiplas etapas divididas em 2 ciclos: la¸co externo (outer loop) e la¸co interno (inner loop). O la¸ co externo deve ser executado uma vez para cada tarefa, onde uma tarefa normalmente consiste em solucio- nar um problema complexo em v´ arias etapas. O la¸ co interno ´ e executado uma vez para cada passo dado pelo aluno na solu¸c˜ ao de uma tarefa. O la¸co interno pode dar feedback e dicas sobre cada etapa, assim como avaliar a competˆ encia e a evolu¸c˜ ao do estudante e atualizar o modelo do estudante. O la¸co externo ´ e usado para selecionar a tarefa seguinte apropriada ao aluno.

No caso do estudo desta tese ser´ a adotada a remedia¸c˜ ao de erros autom´ atica a partir da classifica¸c˜ ao de erro e v´ınculo com MREs, independendo da vontade do aluno, mas em estudos posteriores n˜ ao se descarta essa possibilidade.

Em rela¸c˜ ao ao la¸co externo que cont´ em as atividades propostas no objeto de aprendi-

(40)

zagem estruturado para aplica¸c˜ ao do experimento, as tarefas foram organizadas de forma sequencial, mas poderiam ser aleat´ orias, por n´ıvel de dificuldade ou por outro crt´ erio. O la¸co interno oferece retorno ap´ os o erro e apresenta at´ e 3 possibilidades de MREs, que s˜ ao apresentadas a partir da an´ alise da a¸c˜ ao do aluno, que ser´ a discutida em cap´ıtulo pr´ oprio.

2.3 Adaptive Control of Thought - ACT

Para compreender a teoria ACT e sua rela¸c˜ ao com outras ideias do mesmo dom´ınio, ´ e necess´ ario dar precis˜ ao aos termos “abordagem”, “teoria” e “modelo”. A abordagem ´ e compreendida como a etapa anterior a uma teoria, mas que n˜ ao est´ a suficientemente or- ganizada para constituir uma teoria. Por isso, ´ e mais f´ acil compreender uma abordagem como um conjunto geral de constructos (percep¸c˜ ao formada a partir de combina¸c˜ ao de fatos) para compreender um dom´ınio. A teoria ´ e um sistema dedutivo que pode ser en- tendido como uma forma de pensar e entender algum fenˆ omeno. Enquanto as teorias conduzem a explica¸c˜ oes exatas de fenˆ omenos, abordagem s˜ ao consideradas frut´ıferas. Um modelo ´ e a aplica¸c˜ ao de uma teoria a um fenˆ omeno espec´ıfico, por exemplo, ` a realiza¸c˜ ao de uma tarefa mental de aritm´ etica. [3]

No caso do ACT, uma teoria unificada do processamento de informa¸c˜ oes onde os me- canismos de aprendizagem est˜ ao estritamente relacionados com o resto dos processos, especialmente com a forma como se apresenta a informa¸c˜ ao. [4]

Os processos cognitivos superiores, como mem´ oria, linguagem, resolu¸c˜ ao de problemas, imagens, dedu¸c˜ ao e indu¸c˜ ao s˜ ao diferentes manifesta¸c˜ oes de um mesmo sistema subjacente.

Por isso um dos pontos fortes da ACT s˜ ao as proposi¸c˜ oes e representa¸c˜ oes procedimentais do conhecimento, al´ em da possibilidade de enumerar utiliza¸c˜ ao de metas e planos. [3]

De forma gen´ erica pode-se dizer que propostas baseadas na Teoria do ACT incorporam

quatro premissas: Modelo, que consiste em um modelo de regras de produ¸c˜ ao da habilidade

b´ asica, ou seja, o modelo do aluno ideal; A¸ c˜ oes do caminho certo, que se referem ` as a¸c˜ oes

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corretas do aprendiz e fazem parte de um conjunto de solu¸c˜ oes que o modelo possui; A¸ c˜ oes do caminho incorreto, que possibilitam mapear se o aprendiz continua no caminho correto para a solu¸c˜ ao; e, Respostas sobre erros e Sistemas de ajuda, que se referem ao sistema de instru¸c˜ oes de intera¸c˜ ao [45]. Em um modelo cl´ assico de STI, o primeiro grupo representa o M´ odulo do conhecimento do Dom´ınio, o segundo e o terceiro, o M´ odulo Tutor, e o ´ ultimo, o M´ odulo Interface.

2.3.1 Tipos de Mem´ oria no ACT

O ACT distingue as mem´ orias em 3 estruturas: declarativa, procedimental e de trabalho.

A Figura 2.2 permite analisar e compreender a comunica¸c˜ ao entre esses tipos de mem´ oria.

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Figura 2.2: Estrutura de comunica¸c˜ ao (adaptado de Anderson [3])

A mem´ oria declarativa ou interpretativa ´ e a que assume a forma de uma rede semˆ an- tica que liga proposi¸c˜ oes, imagens e sequˆ encias de associa¸c˜ oes. ´ E a mem´ oria que cont´ em o conhecimento descritivo sobre o mundo. O conhecimento deste tipo de mem´ oria ´ e est´ avel e normalmente inativo, sendo considerado o conhecimento expl´ıcito, do qual se possui consciˆ encia [5]. Um exemplo seria a tarefa de movimentar um carro na marcha r´ e. Apesar da presen¸ca do conhecimento para tal objetivo talvez seja poss´ıvel que o carro n˜ ao se movimente, uma vez que falta outro tipo de conhecimento ou o processo ´ e desconhecido na pr´ atica.

A mem´ oria procedimental mem´ oria de longo prazo guarda como fazer, ou seja, cont´ em informa¸c˜ oes para a execu¸c˜ ao das competˆ encias solicitadas. O conhecimento procedimental frequentemente ´ e impl´ıcito. ´ E o conhecimento sobre como executar diversas atividades cognitivas. No ACT o conhecimento procedimental tem sua origem na atividade de re- solu¸c˜ ao de problemas, onde uma meta pode ser decomposta em submetas para as quais o solucionador de problemas possui operadores. Uma continuidade do exemplo anterior seria movimentar o carro, uma vez que os dois conhecimentos se encontrem presentes.

A mem´ oria de trabalho armazena parte da mem´ oria de longo prazo. O processo de

procedimenta¸c˜ ao afeta a mem´ oria de trabalho, reduzindo a carga resultante de informa¸c˜ oes

que est˜ ao sendo recuperadas da mem´ oria de longo prazo.

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