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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE APOIO À PESQUISA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE APOIO À PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO NO ENTORNO DAS TRILHAS ECOLÓGICAS DO PARQUE DO JANAUARI, IRANDUBA - AM

Bolsista: Anna Carolina Martins Moraes, UFAM

MANAUS

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE APOIO À PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

RELATÓRIO FINAL PIB-A/0103/2013

LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO NO ENTORNO DAS TRILHAS ECOLÓGICAS DO PARQUE DO JANAUARI, IRANDUBA - AM

Bolsista: Anna Carolina Martins Moraes, UFAM.

Orientadora: Profª. Msc. Marciléia Couteiro Lopes

MANAUS

2014

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Resumo

Para o desenvolvimento do turismo com base em princípios sustentáveis, em determinado local é necessário conhecer a sua biota com seus padrões, processos e recursos necessários para sua sobrevivência, no local onde esta atividade ocorre ou será ainda implementada. Com base nesta premissa foi executado um levantamento florístico em floresta de várzea baixa, no entorno de trilhas suspensas no Parque Ecológico do Lago de Janauari (APA Encontro das Águas), localizado no município de Iranduba, Estado do Amazonas. O levantamento foi direcionado para as comunidades arbóreas existentes ao longo das trilhas denominadas Valdeci e Rainha da Selva. O conhecimento técnico sobre os atributos naturais de cada área explorada comercialmente pelo turismo é primordial para minimizar os impactos na comunidade, caracterizar a floresta existente e potencializar ações que busquem a conservação deste ecossistema associadas ao desenvolvimento da atividade. Desta forma, devido ao constante uso das trilhas pela população turística e à escassez de estudos sobre as mesmas, existe a necessidade de levantamentos florísticos visando subsidiar ações voltadas ao manejo, preservação e recomposição dessas Áreas de Proteção Ambiental. As coletas foram feitas em época de vazante, quando era possível a locomoção, sendo feito um censo nas duas parcelas, onde se percorria uma distância de 50 metros a partir da trilha, formando uma parcela de 3,47ha na trilha Valdeci e de 2,3ha na trilha Rainha da Selva. Em ambas as trilhas, todas as árvores com DAP

>50cm foram inventariadas. Nas duas parcelas amostradas foram encontrados 217 indivíduos, 28 famílias e 68 espécies. Sendo os indivíduos de maior importância o Triplaris surinamensis Cham.e a Pachira insignis (Sw.) Sw. ex. Savigny, indicadores de que a área é ecologicamente dominada pelas mesmas. Dentre as famílias observadas, as que mais se destacaram foram às famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Moraceae, pois são tolerantes a inundação periódica e fazem parte de um ecossistema especial, ocorrendo na várzea da bacia amazônica

Palavras chave: Sustentabilidade, Conservação da natureza, Levantamento.

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4 Sumário

1. INTRODUÇÃO ... 5

2. Levantamento Bibliográfico ... 7

2.1. Localização ... 7

2.2. Área de Estudo ... 7

2.3. Unidades de Conservação ... 8

2.4. Ecoturismo e trilhas turísticas ... 8

2.5. Levantamento Floristico ... 10

2.6. Florestas de Várzea ... 10

3. Material e métodos ... 13

3.1. Localização da Área de Estudo: ... 13

3.2. Coleta e Ánalise de Dados ... 14

3.3. Análise da estrutura horizontal da floresta ... 15

4. Resultados e Discussão ... 16

4.1. Composição Florística ... 16

4.2. Indice de Valor de Importância ... 18

4.3. Densidade ... 19

4.4. Dominância ... 19

4.5. Frequência ... 20

4.6. Classes de Diâmetro ... 20

5. Conclusão ... 22

6. Referências Bibliográficas ... 23

7. Anexos ... 28

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1. I

NTRODUÇÃO

A busca por áreas naturais para recreação tem se intensificado devido à vida agitada nos centros urbanos (LADEIRA et al., 2007), contribuindo para um substancial aumento no volume de turistas que visitam áreas protegidas procurando por mudança de rotina (IUCN, 1993).

O contato com a natureza é uma das maiores motivações das viagens de lazer (LADEIRA et al., 2007), e o ecoturismo envolve práticas que são realizadas em meio à natureza. Seu foco principal é o desfrutar da natureza, a preservação ambiental e o respeito ecológico (LINDEMBERG e HAWKINS, 1999). Dessa forma, o ecoturismo pode ser visto como um paradoxo, pois ao mesmo tempo em que explora habitats naturais, também depende da preservação dos mesmos (KENT, 2003).

O Parque do Janauari constituído e conservado pelos próprios moradores da região, está inserido dentro de uma Unidade de Conservação, classificada de acordo com a Lei 9.985/2000 como APA (Área de Proteção Ambiental) “Encontro das Águas”

que abrange não só a comunidade de Janauari, bem como, mais da metade do município de Iranduba. O Parque tem recebido visitas de diversos turistas e pessoas em geral que utilizam o cenário das trilhas ecológicas para observação e conhecimento da flora e da fauna da região. Porém, a infraestrutura dificulta o acesso dos turistas e o conhecimento técnico dos moradores e guias locais é limitado.

A integridade ecológica dos ecossistemas naturais resulta no manejo dessas áreas naturais, em condições satisfatórias em relação à qualidade ambiental, garantindo a continuidade dos processos ecológicos ao longo do tempo (PIRES et al., 2004b).

No Parque Ecológico do Janauari existem trilhas que são usadas apenas para observação da paisagem e da fauna local, com pontes sobre as copas das árvores, na qual os turistas podem ter uma visão do dossel superior da floresta e um lago contendo vitórias régias, sendo que a principal atividade realizada nas trilhas é o desenvolvimento de caminhadas de curtas e longas distâncias, sem que o visitante possa ter oportunidade de ser orientado através de critérios e informações pré- estabelecidas sobre a riqueza da diversidade de espécies vegetais que compõem cada trilha.

A falta de informação das espécies florestais existentes no Parque Ecológico do Janauari e os impactos que esta atividade poderá acarretar aos ecossistemas existentes na região ainda são desconhecidos. O conhecimento técnico sobre a

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6 diversidade vegetal existente nestas áreas é de essencial importância para minimizar os impactos da atividade turística na comunidade e caracterizar a vegetação existente no parque.

O público alvo que utiliza as trilhas do parque é em sua maioria turistas internacionais que buscam vislumbrar a beleza da área e o conhecimento da fauna e flora local, portanto, este estudo teve como foco principal, gerar informações sobre a vegetação do entorno das áreas utilizadas comercialmente pela população do Lago e subsidiar ações voltadas ao manejo, preservação e recomposição da floresta do Parque Ecológico de Janauari.

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2. Levantamento Bibliográfico

2.1. Localização

O Município de Iranduba, no Amazonas, possui área de 2.354 Km², limitando-se com os Municípios de Careiro da Várzea, Manaquiri, Manacapuru, Novo Airão e Manaus. Pela proximidade da capital Manaus, é um lugar que visivelmente recebe muita migração, todavia, segundo dados estimativos do IBGE (2004) sua população oficial é de 38.661 habitantes, estando à maioria na zona rural. Destaca-se, principalmente pelo Distrito de Cacau Pirêra, pela localização (margem direita do Rio Negro /Igarapé do Cacau / em frente a Manaus) e pelo fato de ser via de acesso aos Municípios de Manacapuru, Novo Airão e adjacências (CONCEIÇÃO, 2009).

O município do Iranduba abriga grandes polos de produção de artesanato e turismo no Estado do Amazonas. Um desses lugares é o Lago do Janauari, onde há vários flutuantes nos quais diversos artesãos expõem seus trabalhos, que variam de lindas peças entalhadas em madeira, até cocares, pulseiras e brincos. O lago possui restaurantes e serviços de guias para receber os visitantes.

2.2. Área de Estudo

O Parque Ecológico do Janauari, constituído e conservado pelos próprios moradores da região, não possui uma legislação específica que o classifique como uma unidade de conservação, visto que a APA (Área de Proteção Ambiental)

“Encontro das Águas” abrange não só a comunidade de Janauari, e sim mais da metade do município de Iranduba. A APA Encontro das Águas foi criada pela Lei Municipal nº 041 de 2001, considerando a crescente substituição da floresta pelo incremento do turismo, extração de madeira e argila, que vem pondo em risco a vegetação.

Segundo Soares et al. (2007), o parque possui uma área de e 6.684.012 m² e é banhado pelos dois grandes rios amazônicos: o Rio Negro de águas escuras com caráter ácido e o Rio Solimões de águas barrentas e rico em nutrientes. Isto ocorre pela proximidade da região com o encontro das águas. Na época da cheia (Novembro a Abril) as águas do Rio Negro inundam a área do parque, já no período mais seco (Maio a Outubro) as águas do Solimões ocupam as margens de Janauari. Este fator

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8 propicia características singulares e ainda pouco estudadas. E tem bastante influencia na vegetação predominante no Lago.

Conceição (2009), afirma que neste lugar há predominância do clima equatorial quente e úmido, correspondendo a classificação Am, de Koppën, caracterizado pela alternância de duas estações prevalecentes: o inverno, período mais chuvoso e o verão, período com maior estiagem. A média de precipitação pluviométrica é da ordem de 2.200mm e os períodos de maior e menor intensidade de chuva estão relacionados aos meses de novembro-abril e maio-outubro, respectivamente. Já a umidade relativa do ar é sempre alta, onde os índices variam entre 84% e 90%.

A vegetação da região apresenta-se como de menor porte, havendo, porém pequenas concentrações de mata densa e alta, formada por espécies tipo seringueira, sumaúma e pau-mulato, além das típicas matas de igapó das regiões baixas. Com relação ao relevo, o mesmo é constituído por terra-firme (baixo planalto amazônico), restingas e planícies de inundações (várzeas), as quais possuem cotas inferiores a 10 metros, estando sujeitas a alagações periódicas durante as enchentes dos rios.

2.3. Unidades de Conservação

Delgado (2000), demonstrou que o uso de áreas naturais protegidas pode promover uma importante conscientização da população em relação ao ambiente natural, porém, essa utilização gera uma preocupação pela pressão que o uso de trilhas possa vir a exercer em uma Unidade de Conservação.

Conforme Leadlay e Greene (1999), as Unidades de Conservação são locais que inspiram a reflexão sobre a conservação da natureza. Explorar esse potencial de reflexão, procurando mostrar a importância da ciência na vida do público, é vital para as Unidades de Conservação, e tê-las preservadas é fundamental para a implementação das políticas públicas em conservação do meio ambiente.

2.4. Ecoturismo e trilhas turísticas

Os impactos do turismo referem-se a gama de modificações ou à sequência de eventos provocados pelo processo de desenvolvimento turístico nas localidades receptoras. As variáveis que provocam os impactos têm natureza, intensidade, direções e magnitudes diversas, porém os resultados interagem e são geralmente irreversíveis quando ocorre no meio ambiente natural (RUSCHMANN, 1997).

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9 Os impactos causados pelo uso de trilhas no componente arbóreo são pouco conhecidos, uma vez que este é o componente com resposta mais lenta e de difícil percepção ao impacto. Existem na literatura, no entanto, alguns trabalhos sobre impactos em trilhas. Siles (2003), descreveu os impactos das trilhas sobre a vegetação como sendo diretos ou indiretos. Diretos, pelo dano mecânico causado pela presença antrópica; e indiretos, pelas mudanças nas propriedades físicas e químicas do solo, como por exemplo, o aumento da compactação.

De acordo com Lemos e Schiavetti (1999), os impactos ambientais decorrentes da implantação e uso de trilhas são ocasionados por três fatores ambientais sob a ação direta da sua utilização, que são por solo, onde os principais impactos são a compactação e a erosão; vegetação, por destruição das plantas, compactação do solo, introdução de espécies exóticas; e fauna. Acredita-se que haja alteração no número de indivíduos de cada espécie, pois as trilhas podem causar divisão na população de certas espécies, principalmente dos animais rastejantes. Pode haver afastamento da fauna ou atração, no caso dos animais que se alimentam de restos deixados por acaso ou intencionalmente pelos turistas.

Kuss (1986), realizou uma ampla revisão dos estudos que levantaram os impactos na vegetação em trilhas de recreação, em áreas temperadas. E indicou que intensidade de uso, drenagem do solo e microclima são os fatores que mais afetam o desenvolvimento e a fisiologia das plantas.

Boucher et al. (1991) ressaltaram a baixa quantidade de estudos do impacto humano em trilhas, principalmente em florestas tropicais, tendo estudado em trilhas da Costa Rica, durante dois anos e oito meses, as alterações na abundância no estrato herbáceo e na germinação de sementes. Estudar trilhas com diferentes níveis de impactos antrópicos poderá subsidiar uma comparação didática, possibilitando o entendimento da estrutura da floresta que as margeia; e, consequentemente, a avaliação que os impactos do uso e do atual sistema de manutenção das trilhas estão causando na comunidade.

Apesar da possibilidade de impactos, o ecoturismo é uma maneira de assegurar a conservação da natureza e aumentar o valor das terras deixadas em estado natural (SWARBROOKE, 2002).

Borges et al. (2004) enfatizaram que a aplicação de uma gestão ambiental correta, saudável e de sucesso para, principalmente, áreas que necessitem de manejo florestal pelo tamanho e forma do fragmento depende do conhecimento da ecologia da paisagem e da análise da estrutura e da dinâmica das populações.

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2.5. Levantamento Floristico

Estudos de levantamento florísticos são também de grande importância para a gestão dos recursos naturais, como a planificação do manejo e a conservação da biodiversidade (RUOKOLAINEN et al., 1994). Um levantamento florístico consiste em listar todas as espécies vegetais existentes em uma determinada área. Pode-se no levantamento, adotar critérios de seleção, tais como: diâmetro mínimo do fuste, forma de vida, região espacial (LEITÃO-FILHO, 1982).

Takahashi (1994), ressaltou a extrema importância de levantamento florístico para o manejo de áreas verdes, levando-se em conta que os responsáveis pelo seu planejamento e manutenção, quase sempre, não dispõe de informações seguras para traçá-lo. Esse conhecimento da flora de uma determinada área contribui para permitir sua preservação enquanto meio natural como para levantar dados úteis, tais como fonte de matéria-prima para determinados produtos, proteção da fauna, manejo de flora (ZUANY et al.,2007).

2.6. Florestas de Várzea

Na Região Norte do Brasil, as florestas inundáveis ocupam cerca de 98.000 km² da Amazônia, dos quais 75.880,8 km² correspondem às florestas de várzea - 1,6

% da superfície da Amazônia brasileira (ARAÚJO et al., 1986).

As florestas de várzea da bacia amazônica são ecossistemas ricos em recursos naturais e de grande importância ecológica, econômica e social. O desflorestamento nestas áreas gera impactos não só nos ecossistemas terrestres, como também na biodiversidade dos sistemas aquáticos (COSTA et al., 2007), na circulação da água nas várzeas (BARBOSA, 2005), na produção pesqueira, na qualidade da água e na saúde das populações ribeirinhas (NOVO et al., 2007).

Um estudo de Hess et al. (2003), utilizando imagens de radar adquiridas em 1996, mostra que a cobertura vegetal de várzea dos rios Amazonas/Solimões apresenta diferença significativa entre a região à montante de Manaus e a jusante. Segundo os autores, florestas inundáveis dominam a paisagem a montante da foz do Rio Negro, enquanto na jusante a vegetação é predominantemente herbácea e arbustiva. Estudos anteriores não são conclusivos quanto à natureza dessa diferença florística. Para Wittmann et al. (2004; 2006), ela está associada a fatores naturais, como, posição geográfica e hidroperíodo. Já Winklerprins (2006) afirma que os campos de várzea a jusante da foz do Rio Negro são, em grande parte, resultado da atividade antrópica.

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11 A ocupação das ilhas e margens da planície de inundação do Rio Amazonas é antiga, havendo relatos de ocupação muito antes do descobrimento do Brasil (ROOSEVELT, 2000). No século XIX, extensas áreas das planícies de inundação foram desflorestadas para dar lugar a plantações de cacau. Entretanto, foi à introdução da juta nas primeiras décadas do século passado a principal responsável pelo desflorestamento das várzeas.

A elevada precipitação e sua sazonalidade, em combinação com as inclinações em geral pouco acentuadas das terras baixas amazônicas levam à existência de áreas sazonalmente inundadas ao longo dos principais sistemas de rios Amazônicos. Áreas alagáveis influenciadas por rios de águas brancas, com altas cargas sedimentares ricas em nutrientes, de origem Andina ou pré-andina, são denominadas várzeas.

Com uma área de cobertura ao redor de 300.000 km², as várzeas ocupam aproximadamente 2/3 das áreas alagáveis Amazônicas. Cerca de 70% das áreas de várzea são cobertos por florestas. As árvores se estabelecem onde a altura média da inundação é inferior a 7 m, o que corresponde à submersão parcial ou total de raízes, partes das porções inferiores dos troncos ou a planta inteira, por períodos ao redor de 230-270 dias por ano (WITTMANN et al., 2010).

Árvores ocorrendo sob tais condições ambientais excepcionais devem dispor de uma variedade de adaptações para conviver com a falta periódica de oxigênio e as reduções do período vegetativo a elas associadas. Elevadas taxas de sedimentação próximas aos canais dos rios de águas brancas, condições extremamente anóxicas na rizosfera em depressões de lagos, e estresse periódico induzido por seca durante as fases terrestres, acentuam as complexas interações fito-ecológicas às quais as árvores de várzea podem ser expostas. Assim, a riqueza de espécies nas várzeas amazônicas é menor do que aquela encontrada na terra firme circundante (PRANCE, 1979, BASLEV et al., 1987).

A elevada e mundialmente incomparável diversidade de espécies nas várzeas amazônicas tem como motivo dois fatores principais: condições ambientais relativamente estáveis dentro da Bacia Amazônicas por períodos de milhões de anos – ainda que seja admitida a ocorrência de mudanças tectônicas e climáticas durante o terciário e quaternário, aparentemente as áreas alagáveis por águas brancas amazônicas já existiam desde o início da orogênese andina, tendo sofrido, naturalmente, mudanças no tamanho de sua área, possibilitando assim a seleção de espécies, adaptações, radiação e endemismos, em um universo de tempo geológico; e uma elevada diversidade de habitats, a qual foi estabelecida em dependência do

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12 cenário geo-hidrológico, desencadeando variações na composição de espécies tanto em escala local, quanto continental (WITTMANN, 2010).

Devido à interação entre os componentes dos ecossistemas aquáticos e terrestres, as florestas de várzea são de importância crucial para o funcionamento do ecossistema: elas são o habitat de espécies endêmicas e generalistas de plantas e animais e proporcionam alimento e abrigo para inúmeros organismos aquáticos terrestres. Elas participam de elevada dinâmica geo-hidrológica dos sistemas de rios, balanceando os processos de sedimentação e erosão ao longo dos seus cursos, estabilizando, desta forma, as margens dos rios (WITTMANN et al.,2010).

As florestas de várzea influenciam o clima local e regional atuando ainda como significativos sorvedouros de carbono devido ao seu elevado nível nutricional e sua elevada produtividade primária. Finalmente, elas são uma importante fonte de recursos para a grande maioria da população rural da Amazônia, propiciando alimento, madeira, e outros produtos florestais. Assim, as florestas alagáveis amazônicas são de especial interesse para as pesquisas botânicas, ecológicas e fitogeografia. A facilidade de acesso associada ao conteúdo nutricional elevado de seu substrato promove uma intensiva exploração de recursos florestais da várzea, colocando em risco uma boa parte da sua cobertura (WITTMANN et al.,2010).

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3. Material e métodos

3.1. Localização da Área de Estudo:

O Município de Iranduba-Am possui uma área de 2.354 Km². Segundo dados estimativos do IBGE (2004) sua população oficial é de 38.661 habitantes, estando a maioria na zona rural.

O estudo foi desenvolvido no Lago do Janauari, município de Iranduba. A área do lago é de 6.684.012 m², constituída e conservada pelos próprios moradores da região.

O lago está inserido, dentro da unidade de conservação, APA (Área de Proteção Ambiental) “Encontro das Águas”, que abrange mais da metade do município de Iranduba.

O lago possui uma característica própria de ser banhado pelo Rio Negro e pelo Rio Solimões. Na época da cheia (Novembro-Abril) as águas do Rio Negro o inundam a área do parque, já no período mais seco (Maio-Outubro) as águas do Solimões ocupam as margens de Janauari (SOARES et al., 2007).

Figura. 1. Mapa de localização do Lago de Janauari. Fonte: Ana Lídia Ferreira.

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3.2. Coleta e Analise de Dados

A proposta do projeto foi de realização de um inventário diagnóstico ao longo de duas trilhas utilizadas para fins turísticos na região do lago. As trilhas escolhidas são conhecidas pela população local como “Rainha da Selva” e “Valdeci”, por serem mantidas pelos Restaurantes flutuantes com os mesmos nomes. A extensão da Trilha

“Valdeci” é de 347 metros, com largura de 1 metro. A extensão da Trilha Rainha da Selva é de 230 metros, com a mesma largura da trilha anterior.

A área inventariada abrangeu uma distância de 50 metros a partir de cada trilha, formando uma parcela de 3,47 ha em “Valdeci” e de 2,3 ha em “Rainha da Selva” (Figura 2), gerando uma área total de 5,77ha.

Figura 2. Croqui do levantamento nas trilhas Valdeci e Rainha da Selva.

A partir da delimitação das parcelas, realizou-se um censo dos indivíduos arbóreos com DAP (diâmetro à altura do peito a 1,30m do solo)  50 cm, ao longo das trilhas para amostrar todas as variações presumidas para a composição e abundância das espécies, com o intuito de que, no futuro esses indivíduos amostrados possam ser identificados com placas metálicas, ressaltando seus nomes botânicos, enriquecendo a atividade turística nas trilhas e fornecendo um melhor conhecimento, tanto aos turistas como aos guias da região.

Os dados coletados, levantados e mapeados no campo foram integrados á dados de Sensoriamento Remoto por meio do uso de ferramentas específicas do Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas. O material usado para a coleta em campo foram planilhas de campo, trenas de 50m, fita métrica, sacos plásticos para coleta de material e GPS.

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15 As planilhas de campo foram elaboradas para a coleta das seguintes informações: Nome Vulgar, Forma de Vida, CAP, Qualidade do Fuste, Altura Comercial, Altura Total, Feno-Fase, Posição Sociológica e pontos de GPS. Todas as informações foram coletadas com auxílio de um Técnico Especialista em Dendrologia e ajudantes.

3.3. Análise da estrutura horizontal da floresta

Para uma análise detalhada da floresta, foi utilizada a estrutura horizontal que indica o Índice de Valor de Importância (IVI), usando como base os índices de densidade que determinam a participação quantitativa das diferentes espécies no povoamento, a frequência que expressa a porcentagem das amostras em que a espécie ocorre e o grau de uniformidade de distribuição da vegetação e a dominância que indica o potencial produtivo da floresta e define a expressão da área transversal (g) de cada indivíduo por espécie (MULLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974), sendo calculada mediante a área basal dos troncos a 1,30 m do solo, pela alta correlação entre o diâmetro do tronco e o diâmetro da copa.

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4. Resultados e Discussão

4.1. Composição Florística

A área amostrada localiza-se em uma floresta de várzea baixa ou “restinga baixa”, nomenclatura utilizada por Ayres (1993) e são influenciadas por inundações médias com alturas entre 3,0 e 7,5m (WITTMANN, 2001). No total foram identificados 217 indivíduos, distribuídos em 68 espécies e 28 famílias botânicas (Tabela 1). Na trilha “Valdeci” foram identificados 112 indivíduos, dispersos em 26 famílias e 51 espécies, e na trilha “Rainha da Selva” foram identificados 105 indivíduos, dispersos em 20 famílias e 46 espécies. Segundo Wittman et al.(2006a), em florestas de várzea baixa, a variação de riqueza de espécies é menor em sítios sujeitos a inundação média entre 3,0 e 7,5 m. O contínuo aumento de riqueza de espécies ocorre com o gradiente de inundação.

A floresta inventariada por se encontrar no entorno de trilhas suspensas, foi alterada nas margens das trilhas, tendo um número reduzido de espécimes por conta da construção e manutenção das trilhas, bem como o trânsito de habitantes locais e turistas. Devido à falta de estudos em áreas florestais atravessadas por trilhas, não se sabe o efeito resultante que poderia alterar aspectos estruturais e estratégias de dispersão nas florestas. Sabe-se que as bordas oriundas da fragmentação de ecossistemas naturais modificam as condições ambientais, podendo elevar a mortalidade de árvores e favorecer o estabelecimento de espécies que não sejam daquele ecossistema (RODRIGUES e NASCIMENTO, 2006).

Tabela 1. Parâmetros de diversidade do estrato arbóreo (DAP >50cm) nos levantamentos florísticos das áreas amostradas.

Trilhas Valdeci Rainha da Selva Geral

Número de indivíduos 112 105 217

Família 26 20 28

Gênero 45 43 59

Espécies 51 46 68

As espécies observadas nas áreas com maior número de indivíduos foram:

Triplaris surinamensis Cham., com 19 indivíduos e Maquira Coriaceae (H. Karst) C.C.

Berg, Eschweilera albiflora (DC.) Diers com 12 indivíduos cada (Tabela 2). A zonação das espécies arbóreas que ocorre em várzea, na área estudada é divida em estágios

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17 secundários tardios de várzea baixa até a sucessão tardia de várzea baixa, onde o gradiente de inundação varia de 5,0 a 3,0 m e são encontrados 20-50 ha-1 em estágios secundários tardios e 70-90 espécies ha-1 sucessão tardia de várzea baixa (WITTMANN et al., 2010).

Tabela 2. Relação das 10 espécies (DAP≥50cm) com maior número de indivíduos e sua proporção em relação ao total na nos levantamentos florísticos.

Nome científico Número de indivíduos Proporção(%)

Triplaris surinamensis Cham. 19 8.76

Maquira coriaceae(H. Karst) C.C. Berg 12 5.53

Eschweilera albiflora (DC.) Diers 12 5.53

Pachira insignis (Sw.) Sw. ex. Savigny 11 5.07

Annona tenuipes R.E.Fries 11 5.07

Hevea spruceana (Benth.) Müll. Arg. 11 5.07

Pouteria egensis (A.DC.)Pierre 8 3.69

Hydrochorea corymbosa (Rich.) Barneby & Grimes 7 3.23

Ocotea fragrantissima Ducke 6 2.76

Himatanthus sucuuba (Spruce ex Müll. Arg.) Woodson 6 2.76

Subtotal (10) 103 47.47

Outras(58) 114 52.53

Total 217 100

A família Fabaceae apresentou maior número de espécies. Sendo seguida pelas famílias Euphorbiaceae e Moraceae. As 10 famílias juntas representam 79,26%

da riqueza local de espécies (Tabela 3). Segundo Wittmann et al. (2006a) 1000 espécies arbóreas são tolerantes a inundação periódica, ocorrendo na várzea de bacia amazônica. Das 10 famílias de maior importância encontradas, 07 delas se encontram em dados de inventários de grande escala descritos por Pitman et al. (2001), sendo elas Fabaceae, Euphorbiaceae, Moraceae, Polygonaceae, Lecythidaceae, Sapotaceae e Lauraceae. A importância das famílias depende fortemente da posição das florestas no gradiente de inundação, o estágio sucessional, e da localização geográfica dos inventários.

Tabela 3. Famílias com maior número de espécimes amostradas.

Valdeci

Rainha da

Selva Geral

Fabaceae 14 Fabaceae 23 Fabaceae 37

Euphorbiaceae 14 Euphorbiaceae 15 Euphorbiaceae 27

Polygonaceae 11 Moraceae 12 Moraceae 22

(18)

18

Moraceae 10 Polygonaceae 9 Polygonaceae 20

Bombacaceae 9 Lecythidaceae 7 Lecythidaceae 16

Lecythidaceae 9 Sapotaceae 6 Bombacaceae 14

Anacardiaceae 7 Annonaceae 5 Sapotaceae 12

Sapotaceae 6 Bombacaceae 5 Anacardiaceae 11

Lauraceae 4 Lauraceae 3 Lauraceae 7

Apocynaceae 3 Apocynaceae 3 Apocynaceae 6

Subtotais(10) 87(77.68%) Subtotais(10) 88(83.81%) Subtotais(10) 172(79.26%) Outras(16) 25(22.32%) Outras(10) 17(16.19%) Outras(18) 45(20.74%)

Total(26) 112 Total(20) 105 Total(28) 217

4.2. Índice de Valor de Importância

O índice de Valor de Importância (IVI) calculado para as espécies é um indicador da importância ecológica das mesmas (OLIVEIRA e AMARAL, 2003). As espécies com os maiores valores de IVI, em ordem decrescente, Triplaris surinamensis Cham. (IVI= 7,41%) e Pachira insignis (Sw.) Sw. ex. Savigny (IVI=5,13%) são as espécies mais importantes, ressaltando que a área é ecologicamente dominada pelas mesmas. Sendo que, essas espécies encontram-se em primeiro e segundo lugar, em todos os índices relativos de espécie, indicando igualdade de distribuição (frequência relativa), dominância de cobertura na superfície (dominância relativa) e predominância de indivíduos (densidade relativa). Segundo Wittmann (2006a) Triplaris surinamensis Cham. é uma espécie de estrato superior da várzea baixa, muito frequente em florestas degradadas com sucessão secundária.

Pachira insignis (Sw.) Sw. ex. Savigny é uma espécie de estrato superior de florestas maduras de várzea baixa e várzea alta.

Figura 3. Espécies com maior IVI nas duas trilhas.

As famílias com maior IVI foram em ordem decrescente: Fabaceae(20,48%), Moraceae(11,19%), Euphorbiaceae(10,78%), Polygonaceae(7,93%), Bombacaceae(7,35%), Lecythidaceae(6,76%), Anacardiaceae(4,99%),

7,41 5,13 4,99 4,78 4,75 3,69 2,85 2,80 2,62 2,21

Triplaris surinamensis

Pachira insignis Annona tenuipes

Maquira coriaceae

Eschweilera albiflora

Hevea spruceana

Hydrochorea corymbosa

Pouteria egensis

Ocotea fragrantissima

Lecointea amazonica

Indice de Valor de Importância

IVI%

(19)

19 Sapotaceae(4,17%), Lauraceae(3,17%), e Annonaceae(2,54%). Sendo a maioria delas encontradas em dados de inventários de grande escala descritos por Pitman et al.(2001).

4.3. Densidade

As espécies com maior densidade encontradas foram: Triplaris surinamensis Cham. (3,29%) e Pachira insignis (Sw.) Sw. ex. Savigny (1,91%). A maioria das espécies de árvores exploradas na várzea, especialmente aquelas de alta densidade da madeira ocorrem nas florestas de várzea alta (WITTMANN e JUNK, 2003). A várzea alta ocorre em apena 10-15% das planícies de várzea (WITTMANN et al., 2002). As espécies de densidade da madeira alta apresentam abundância natural reduzida (NEBEL et al., 2001, WITTMANN et al., 2004). Além disto, essas espécies necessitam de um período de crescimento relativamente longo até atingirem a maturidade. De acordo com a sequência sucessional ocorre um aumento contínuo na diversidade de espécies, combinada com um decréscimo na densidade de indivíduos.

(SCHÖNGART et al., 2003).

Com relação às famílias as mais dominantes foram: Fabaceae (17,05%), Euphorbiaceae (12,44%), Moraceae (10,14%), Polygonaceae (9,22%), Lecythidaceae (7,37%), Bombacaceae (6,45%), Sapotaceae (5,53%), Anacardiaceae (5,07%), Lauraceae (3,23%) e Apocynaceae (2,76%). Não diferindo da bibliografia existente, que ressalta as famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Moraceae entre as mais importantes em florestas alagáveis (WITTMANN et al.,2010).

4.4. Dominância

As duas espécies com maior dominância encontradas nas trilhas foram, em ordem decrescente, Triplaris surinamensis Cham. (11,42%), Pachira insignis (Sw.) Sw.

ex. Savigny (8,27%). As 10 famílias mais dominantes foram, em ordem decrescente Fabaceae (21,72%), Moraceae (13,13%), Bombacaceae (11,49%), Polygonaceae (11,48%), Euphorbiaceae (8,57%), Anacardiaceae (7,84%), Lecythidaceae (7,77%), Sapotaceae (3,89%), Lauraceae (3,2%) e Apocynaceae (1,34%). Esses dados confirmam que a família Fabaceae e Moraceae são as mais importantes em florestas alagáveis (WITTMANN et al.,2010).

(20)

20 A análise dos parâmetros de densidade e dominância relativas permitem inferir sobre as estratégias de ocupação de algumas populações, por exemplo, a de Himathanthus sucuuba (Spruce ex. Müll. Arg.) Woodson e Pouteria egensis (A.DC.) Pierre, que são representadas por poucos indivíduos de grande diâmetro. Em contrapartida, Lecointea amazônica Ducke e Macrolobium acaciifolium (Benth.) Benth.

são representadas por um número maior de indivíduos de diâmetros menores (Figura 4).

Figura 4. Densidade e dominância por espécie das duas trilhas.

4.5. Frequência

Com relação à frequência foram encontradas 59,79% do total das espécies nas duas trilhas. Devido à proximidade entre as trilhas amostradas, o número de espécies semelhantes tende a ser alto. Para Wittmann et al. (2010), a riqueza de espécies em florestas de várzea está consideravelmente correlacionada com a altura e duração da inundação bem com a idade das comunidades.

4.6. Classes de Diâmetro

Analisando a distribuição dos indivíduos por classe de diâmetro, verificou-se que nas primeiras classes (15-50) há concentração de 177 indivíduos, representando 81,56% do total de indivíduos registrados, comprovando que esta floresta é composta por indivíduos de grande porte por permanecer em uma área conservada pelos ribeirinhos que moram as suas margens, sendo retiradas apenas as árvores necessárias para sua sobrevivência. O gráfico mostra uma distribuição diamétrica decrescente, com maioria de classes representadas, indicando uma floresta madura, estabilizada e com a perpetuação garantida segundo Finol, (1976).

3,29

1,91 1,91 2,08 2,08 1,91

1,21 1,39 1,04

0,55 0,40 0,38 0,32 0,32 0,19 0,16 0,13 0,140,520,15

Triplaris surinamensis

Pachira insignis Annona tenuipes

Maquira coriaceae

Eschweilera albiflora

Hevea spruceana

Hydrochorea corymbosa

Pouteria egensis Ocotea fragrantissima

Lecointea amazonica

Densidade e Dominância por espécie

Densidade Dominância

(21)

21 Figura 5. Distribuição do número de indivíduos das espécies encontradas por classe diamétrica.

17 38 39 28 16 19 20 13 12 3 3 1 3 1 1 1 2

Classes de DAP

Número de Indivíduos

(22)

22

5. Conclusão

 De acordo com a análise dos resultados observados ao longo do estudo, no Lago de Janauari, entorno das trilhas suspensas “Valdeci” e

“Rainha da Selva”, as espécies mais frequentes foram Triplaris surinamensis Cham. e Pachira insignis (Sw.) Sw. ex. Savigny, indicando que a área é ecologicamente dominada pelas mesmas, sendo também as abundantes e dominantes;

O tipo de vegetação observada é aquela que ocorre ao longo dos rios e das planícies inundáveis, normalmente apresentando menor diversidade do que a terra firme e abrigando animais e plantas adaptados a condições hidrológicas sazonais;

As famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Moraceae são tolerantes a inundação periódica, ocorrendo de forma significativa nas áreas amostradas, como observado em todos os índices fitossociológicos avaliados;

O diagnostico realizado na área do entorno das trilhas do Lago do Janauari é composta por indivíduos em sua maioria de grande porte, por permanecer em uma área de Unidade de Conservação, mantida pelos ribeirinhos que moram as suas margens e a utilizam como atrativo comercial para apreciação dos turistas.

(23)

23

6. Referências Bibliográficas

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(28)

28

7. Anexos

Tabela 4. Lista de todas as espécies, famílias e número de indivíduos encontrados.

Família Espécie Nº de Indivíduos

1 Anacardiaceae Annona tenuipes 2

2 Annonaceae Pseudoxandra cuspidata 2

3 Annonaceae Xilopia benthami 1

4 Annonaceae Xylopia calophylla 2

5 Apocynaceae Himatanthus sucuuba 1

6 Arecaceae Astrocaryum jauari 11

7 Bignoniaceaea Tabebuia barbata 1

8 Bombacaceae Ceiba pentrandra 6

9 Bombacaceae Pachira insignis 4

10 Bombacaceae Pseudobombax munguba 2

11 Boraginaceae Cordia nodosa 1

12 Brassicaceae Crateva benthamii 2

13 Caryocaraceae Cariocar microcarpum 2

14 Cecropiaceae Cecropia latiloba 3

15 Cecropiaceae Cecropia membranaceae 1

16 Chrysobalanaceae Couepia paraensis 1

17 Clusiaceae Calophyllum brasiliense 1

18 Clusiaceae Garcia madruno 3

19 Combretaceae Buchenavia oxycarpa 1

20 Euphorbiaceae Alcornea discolor 1

21 Euphorbiaceae Alcornia longifolium 4

22 Euphorbiaceae Hevea spruceana 1

23 Euphorbiaceae Homalium guianensis 1

24 Euphorbiaceae Hura crepitans 1

25 Euphorbiaceae Mabea nitida 12

26 Euphorbiaceae Piranhea trifoliata 1

27 Fabaceae Acacia lorentelis 5

28 Fabaceae Capsiandra comosa 2

29 Fabaceae Cassia leiandra 1

30 Fabaceae Coussapoa trinervia 11

31 Fabaceae Crudia amazonica 6

32 Fabaceae Etaballia dubia 5

33 Fabaceae Hydrochorea corymbosa 1

34 Fabaceae Inga cinnamonea 7

35 Fabaceae Inga disticha 1

36 Fabaceae Inga heterophylla 2

37 Fabaceae Lecointea amazonica 1

38 Fabaceae Macrolobium acaciifolium 1

39 Fabaceae Paramacaerium sp. 1

(29)

29

40 Fabaceae Pterocarpus amazonum 3

41 Fabaceae Swartzia cinerea 2

42 Fabaceae Vatairea guianensis 2

43 Fabaceae Zygia latifolia 3

44 Lauraceae Aniba affinis 12

45 Lauraceae Ocotea fragrantissima 1

46 Lecythidaceae Eschweilera albiflora 1

47 Lecythidaceae Eschweilera parvifolia 6

48 Lecythidaceae Gustavia augusta 11

49 Lecythidaceae Lecythis pisonis 1

50 Malvaceae Apeiba glabra 5

51 Moraceae Batocarpus amazonicus 8

52 Moraceae Brosimpsis oblongifolia 4

53 Moraceae Brosimun acutifolium 2

54 Moraceae Maquira coriaceae 1

55 Moraceae Maquira sclerophylla 2

56 Moraceae Sorocea duckei 1

57 Myristicaceae Iryanthera surinamensis 2

58 Myristicaceae Virola calophylla 2

59 Nyctaginaceae Neea oppositifolia 1

60 Polygonaceae Symmeria paniculata 4

61 Polygonaceae Triplaris surinamensis 19

62 Rubiaceae Alibertia edulis 1

63 Rutaceae Zanthoxylum compactum 1

64 Salicaceae Laetia corymbulosa 3

65 Sapotaceae Pouteria egensis 1

66 Sapotaceae Pouteria elegans 3

67 Simaroubaceae Simaba multiflora 2

68 Verbenaceae Vitex cymosa 1

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