AVALIAÇÃO DA REDE DE AUTOMONITORAMENTO MANUAL E CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE DO AR DOS MUNICÍPIOS DO
VETOR NORTE DA RMBH
Relatório Final da Bolsa de Iniciação Científica (BIC) referente ao período de Novembro/2014 a Julho/2015, apresentado à Fundação Estadual do Meio Ambiente, como parte das exigências da FAPEMIG.
ORIENTADOR: Flávio Daniel Ferreira
Belo Horizonte Agosto/2015
Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD
Luiz Sávio de Souza Cruz Presidente da FEAM
Diogo Soares de Melo Franco
Diretora de Gestão da Qualidade Ambiental – DGQA Irene Albernaz Arantes
Gerência de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões – GESAR Flávio Daniel Ferreira
AUTORES
Flávio Daniel Ferreira Priscila Kelly Moreira Ireno EQUIPE TÉCNICA
Afonso Henrique Ribeiro Antônio Alves dos Reis Gabriela Batista Agostinho Jussara dos Santos Martins Lucas Guimarães Viana
Márcia Cristina Ferreira da Costa Nathalia Nascimento Coelho Núbia Cristina Pinto
Ricardo Torres Nunes Robson Fernando Justino
Rúbia Cecília Augusta Francisco
Ficha catalográfica elaborada pelo Núcleo de Documentação Ambiental I66a Ireno, Priscila Kelly Moreira.
Avaliação da rede de automonitoramento manual e
classificação da qualidade do ar dos municípios do vetor norte da RMBH / Priscila Kelly Moreira Ireno. --- Belo Horizonte:
Fundação Estadual do Meio Ambiente, 2015.
72p. : il.
Relatório final da Bolsa de Iniciação Científica Coordenador:
Flávio Daniel Ferreira.
1. Qualidade do ar. 2. Monitoramento ambiental.
3. Região Metropolitana de Belo Horizonte – Vetor Norte.
I. Fundação Estadual do Meio Ambiente. II. Título.
CDU: 614.71:504.06
1. INTRODUÇÃO ... 7
2. MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR ... 8
2.1 Índice de Qualidade do Ar (IQAr) ... 8
2.2 Padrões de qualidade do ar ... 9
2.3 Locais de amostragem ... 10
2.3.1 Santa Luzia ... 11
2.3.2 Vespasiano ... 12
2.3.3 São José da Lapa ... 14
2.3.4 Pedro Leopoldo ... 16
2.3.5 Matozinhos ... 18
2.4 Parâmetro monitorado ... 19
2.5 Equipamento de amostragem ... 20
2.6 Frequência de amostragem ... 22
2.7 Aspectos gerais dos amostradores descontínuos ... 22
3. RESULTADOS ... 24
3.1 Santa Luzia ... 24
3.1.1 Ponto Rua Maria Augusta, nº 334 ... 25
3.1.2 Ponto Santa Rita, nº235 ... 27
3.1.3 Ponto Rua Maria Augusta, nº170 ... 29
3.2 Vespasiano ... 33
3.2.1 Ponto Célvia ... 33
3.2.2 Ponto Caieiras ... 37
3.3 São José da Lapa ... 42
3.3.3 Belocal – Delegacia ... 48
3.3.4 Belocal – Antiga Prefeitura ... 50
3.4 Pedro Leopoldo ... 54
3.4.1 Mina Manoel Carlos ... 54
3.4.2 Maria Cândida ... 57
3.4.3 Centro ... 59
3.4.4 Portaria Fábrica... 61
3.5 Matozinhos ... 64
3.5.1 Bairro Cruzeiro ... 65
3.5.2 Bairro Bom Jardim ... 67
4. DISCUSSÕES DOS RESULTADOS ... 70
REFERÊNCIAS ... 73
1. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, em que o mundo encontra-se cada vez mais desenvolvido e as atividades industriais cada vez mais intensas, é indispensável o monitoramento da poluição do ar, a fim de controlar e preservar a saúde humana.
O monitoramento da poluição atmosférica pode ser dividido em monitoramento das emissões e da qualidade do ar. O monitoramento das emissões consiste nos poluentes que estão sendo emitidos para atmosfera por dutos e chaminés. Já o monitoramento da qualidade do ar, visa quantificar as concentrações dos poluentes presentes no ar ambiente (FRONDIZZI, 2008, p. 16).
Utilizam-se os monitoramentos da qualidade do ar, principalmente para medir o grau de exposição dos receptores (seres humanos, animais, plantas e materiais) em regiões propicias a um maior grau de concentração de poluentes, dos quais são baseados nas concentrações máximas e mínimas definidas pela Resolução CONAMA 03/90, que quando ultrapassadas poderão afetar a saúde e o bem estar da população.
Para tanto, são realizados programas de monitoramento desenvolvidos pelos estados, de acordo com as atribuições da legislação supracitada. E tem como principais metas, identificar as possíveis tendências de poluição em uma região, tomar medidas emergenciais em episódios críticos, de forma assegurar a saúde da população exposta e garantir o controle dos poluentes tóxicos atmosféricos introduzidos por atividades antrópicas.
Neste sentido, o presente relatório tem como finalidade apresentar a situação da qualidade do ar nos municípios do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), através dos monitoramentos procedidos por empresas de grande porte ou de grande potencial poluidor, em cumprimento as condicionantes estabelecidas pela Licença de Operação (LO) dos empreendimentos.
Diante da significância dos monitoramentos, torna-se necessário avaliar as condições em que os dados são gerados e repassados aos órgãos competentes, bem como os impactos causados pelos mesmos na população do entorno.
2. MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR
2.1 Índice de Qualidade do Ar (IQAr)
Com a finalidade de simplificar a divulgação de informações sobre o monitoramento da qualidade do ar, foi desenvolvido pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos da América, o Índice de Qualidade do Ar (IQA). Uma importante ferramenta que visa à transformação das concentrações de poluentes dispersos no ar em um valor adimensional que viabiliza a comparação com os padrões estabelecidos pelas legislações vigentes (DERISIO, 2012).
A transformação dessas concentrações em índices é obtida através de um cálculo especifico que se trata de uma função linear segmentada, na qual os pontos de inflexão representam os níveis de qualidade do ar (DERISIO, 2012, p. 139).
O cálculo referenciado é aplicado para cada poluente monitorado na estação, o valor resultante será comparado com as faixas de concentração indicativas na tabela de IQAr (TAB. 1), e a qualidade do ar será determinada pelo poluente que obter o maior índice para o período considerado.
O grupo de poluentes considerados como indicadores de qualidade do ar e que podem causar maiores danos à saúde pública são: dióxido de enxofre (SO2), material particulado (PTS e PM10), fumaça, monóxido de carbono (CO), ozônio (O3) e dióxidos de nitrogênio (NO2). A TAB 1 apresenta os limites de concentrações dos mesmos e suas respectivas classificações, bem como as cores utilizadas para ilustrar os índices de qualidade do ar.
TABELA 1 - Índices de Qualidade do Ar – IQAr
Fonte: Resolução Conama nº 03 de 28 de Junho de 1990.
Elaboração: Autora, 2015.
2.2 Padrões de qualidade do ar
Os padrões da qualidade do ar são definidos, pela Resolução CONAMA 03 de agosto de 1990 no Art. 1° como, “[...] as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral” (BRASIL, 1990 p. 480).
Para uma melhor compreensão das disposições da resolução, são definidos os padrões primário e secundário como pode ser observado na TAB.2, sendo primárias as concentrações que quando ultrapassadas, poderão afetar a saúde humana, e secundárias as concentrações de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população.
Qualificação /Indíce
Nível de Qualidade do
Ar
SO2 Média 24h
µg/m3
PTS
Média 24h µg/m3
MP10 Média 24h
µg/m3
Fumaça
Média 24h µg/m3
CO
Média 8h ppm
O3 Média 1h
µg/m3
NO2 Média (1h)
µg/m 3
Boa
(0 - 50) 50% PQAR 50 80(a) 50(a) 60(a) 4,5 80 100(a) Regular
(51 - 100) PQAR 365 240 150 150 9 160 320
Inadequada
(101 - 199) ATENÇÃO 800 375 250 250 15 200 1130
Má
(200 - 299) ALERTA 1600 625 420 420 30 800 2260
Péssima
(300 - 399) EMERGÊNCIA 2100 875 500 500 40 1000 3000
Crítica
(> 400) CRÍTICO 2620 1000 600 600 50 1200 3750
Os índices com classificação até (Regular), atedem ao Padrão de Qualidade do Ar Conama nº 03 de 1990.
(a) - anual
TABELA 2 - Padrões primários e secundários para a qualidade do ar (Resolução CONAMA Nº03 de 28/06/90)
Fonte: CETESB, 2009, p.23.
2.3 Locais de amostragem
A definição dos locais de instalação, assim como as analises dos monitoramentos nas estações, baseiam-se nos levantamentos das principais fontes de emissões de poluentes atmosféricos, estudos de dispersão dos poluentes, dados meteorológicos de direção e velocidade do vento, topografia, climatologia, índice de pluviosidade, dados de uso e ocupação do solo, e dados estatísticos de reclamações da população. Outro aspecto a ser considerado é a infraestrutura disponível para implantação da rede de monitoramento, sendo o fator relevante sua localização na preferencial dos ventos (DAMILIANO, 2006).
As principais fontes de emissões identificadas na região norte da RMBH são provindas da exploração do calcário, justamente pelas atividades indústrias relacionadas à fabricação de cimento juntamente com a fabricação de ferro e
Poluente Tempo de amostragem
Padrão Primário µg/m3
Padrão
Secundário µg/m3
Método de Medição Partículas Totais em
Suspensão (PTS)
24 horas 1
MGA2
240 80
150 60
amostrador de grandes volumes Partículas Inaláveis
(PM10)
24 horas 1
MAA3
150 50
150 50
separação inercial/filtração Fumaça 24 horas 1
MAA3
150 60
100
40 refletância
Dióxido de Enxofre (SO2)
24 horas 1
MAA3
365 80
100
40 pararosanilina
Dióxido de Nitrogênio (NO2)
1 hora 1
MAA3
320 100
190
100 quimiluminescência
Monóxido de Carbono (CO)
1 hora 1 40000 40000
35ppm 35ppm Infravermelho
8 hora 1 10000 10000 não dispersivo
9ppm 9ppm
Ozônio (O3) 1 hora 1 160 160 quimiluminescência
1 Não deve ser excedido mais de uma vez ao ano.2 Média geométrica anual.3 Média aritmética anual.
produção de cal, executadas nos municípios de Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo e Matozinhos.
A rede de automonitoramento manual desses municípios correspondem ao todo 15 pontos, sendo de responsabilidade dos empreendimentos que realizam a extração e processamento do minério, efetuar o monitoramento dos poluentes presentes no ar, provenientes em sua maioria, de suas atividades sobre os municípios onde estão localizados. A seguir, faz-se uma apresentação dos municípios e das indústrias responsáveis pelos pontos de monitoramento.
2.3.1 Santa Luzia
O município de Santa Luzia está situado a 27 Km de Belo Horizonte, ocupa uma área de aproximadamente 235,327 Km2 e estimava-se uma população para o ano de 2014 de 214.830 habitantes (IBGE, 2015). Possui temperatura média variando no entorno de 21,5º, e índice pluviométrico médio anual de aproximadamente 1.436,1mm (CLIMATE-DATA.ORG, 2015).
O monitoramento da qualidade do ar no município é realizado pela empresa Brasil Beton S/A - Cimentos Lafarge, e possui como principal atividade a fabricação de cimento. A mesma está vinculada ao monitoramento de PTS e PM10 pelo processo COPAM 00289/2000/014/2007 da Licença de Operação 249/2009 em três pontos do Bairro Santa Rita, sendo eles:
Ponto 01 (Rua Maria Augusta, nº 334): Monitora-se nesse ponto partículas totais em suspensão (PTS), e está localizado na Rua Maria Augusta, nº 334, sob as coordenadas geográficas em UTM (Universal Transversa de Mercator) de longitude (0616514) e latitude (7809452).
Ponto 02 (Rua Santa Rita, nº 235): Situa-se na Rua Santa Rita, nº 235, sob as coordenadas geográficas de longitude (0616522) e latitude (7809452), e há o monitoramento de PTS.
Ponto 03 (Rua Maria Augusta, nº 170): Nesse ponto há o monitoramento de partículas inaláveis (PM10). Está situado na Rua Maria Augusta, nº 170, sob as coordenadas geográficas de longitude (0616494) e latitude (7809162).
A FIG.1 apresenta as localizações dos pontos em relação à empresa, levando em consideração a preferencial dos ventos de sudeste para noroeste.
FIGURA 1 – Localização da empresa Lafarge em relação aos pontos de monitoramento.
Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.
2.3.2 Vespasiano
Está inserido na bacia do Ribeirão da Mata, localizado na região central de Minas Gerais a 28 Km de Belo Horizonte, abrange uma área total de 70.98 Km2 e possuía população estimada para 2014 de 116.506 habitantes (IBGE, 2015).
A temperatura média anual é de 21,1º, tendo a máxima absoluta já atingindo a 36,9ºC e a mínima absoluta de 3,1ºC. A sua umidade relativa média anual é alta, correspondente a 72%, e ao longo dos meses acompanha proporcionalmente a
Dir. vento
variedade das chuvas, que têm uma média acumulada no ano de 1.491,3 mm (IBI, 2005).
O município possui dois pontos de monitoramento inseridos nos bairros próximos a empresa, de forma a correlatar os poluentes oriundos do processo de fabricação de cimento, extração e beneficiamento de calcário e beneficiamento de resíduos industriais, realizado pela empresa Cimentos Liz S/A. A mesma esta vinculada a efetuar o monitoramento de PTS e PM10 pelo parecer técnico inscrito no processo COPAM Nº001/1977/149/2008 da Licença de Operação nº 148/2008, dos quais estão situados nos seguintes locais:
Ponto 01 (Célvia): Este ponto estava instalado no SESI (Serviço Social da Indústria) e foi realocado para a Escola Estadual Padre José Senabre, situada na Rua Piauí, 279 - Célvia, sob as coordenadas geográficas de longitude (0612135) e latitude (7822683).
Ponto 02 (Caieiras): Localizado na Rua Coronel Joaquim Silva, nº13 – Caieiras, sob as coordenadas geográficas de longitude (0613056) e latitude (7822906).
A FIG.2 apresenta as localizações dos pontos em relação à empresa, levando em consideração a preferencial dos ventos de sudeste para noroeste.
FIGURA 2 – Localização da empresa Cimentos Liz em relação aos pontos de monitoramento.
Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.
2.3.3 São José da Lapa
O município possui área territorial de 47.930 Km², está localizado à aproximadamente 30 Km de Belo Horizonte e estimava-se uma população para o ano de 2014 de 21.905 habitantes (IBGE, 2015). O relevo é fortemente ondulado a montanhoso e apresenta um dos principais domínios geomorfológicos, as regiões calcárias. O clima é subtropical úmido, retratando períodos com temperaturas superiores a 22ºC, sendo a média anual para a temperatura de 21,7ºC e pluviosidade de 1335 mm (CLIMATE-DATA.ORG, 2015).
O monitoramento em São José da Lapa é realizado por duas empresas, das quais são as principais fontes de emissão de material particulado no município, Mineração Belocal Ltda e ICAL - Indústria de Calcinação Ltda. A Belocal é fabricante de cal virgem hidratada ou extinta; explosivos, detonantes, munição para caça e desporto, fósforo de segurança; britamento de pedras para construção inclusive mármore, ardósia, granito e outras pedras, e a Ical também é fabricante de cal virgem
Dir.vento
hidratada ou extinta; extração e beneficiamento de calcário; lavra a céu aberto ou subterrâneo em áreas cársticas com ou sem tratamento.
Cada uma está condicionada ao automonitoramento de 2 pontos, pelos processos COPAM Nº 046/2000/007/2007 – condicionante 09 da Licença de Operação nº 365 (BELOCAL) e COPAM Nº 002/1978/027/2005 - condicionante 05 da Licença de Operação Corretiva 331 (ICAL), totalizando 4 pontos no município.
Belocal - Ponto 01 (Delegacia): Realiza o monitoramento de PM10 e está localizado na Rua Coronel Virgílio Machado, nº303 - Centro, consta sob as coordenadas geográficas de longitude (0608835) e latitude (7821193)
Belocal - Ponto 02 (Antiga Prefeitura): Realizava o monitoramento de PTS e estava localizado na Rua Idalina Alves, nº179 – Centro, não encontra-se em funcionamento desde outubro de 2014, e estava inserido sob as coordenadas geográficas de longitude (0609158) e latitude (7821622).
Ical Ponto 01 (Av. Transamazônica): Localizado na Av. Transamazônica, nº192, possui coordenadas geográficas de longitude (0608151) e latitude (7820560), e monitora PM10.
Ical Ponto 02 (Bairro Jardim Encantado): Situava-se na Alameda Potiguaras, nº220 – Jardim Encantado, não consta em funcionamento desde julho de 2013, o local onde estava instalado possui coordenadas geográficas de longitude (0608089) e latitude (7819543), e também monitorava PM10.
A FIG.3 apresenta as localizações dos pontos em relação às empresas, levando em consideração a preferencial dos ventos de sudeste para noroeste.
FIGURA 3 - Localização das empresas Belocal e Ical em relação aos pontos de monitoramento.
Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.
2.3.4 Pedro Leopoldo
O município de Pedro Leopoldo está localizado na Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte a uma distância de 46 Km, possui extensão territorial de 292.947 Km² e estimava-se uma população para o ano de 2014 de 62.473 habitantes (IBGE, 2015).
Geologicamente, é formado por dois domínios, sendo o complexo gnáissico do embasamento cristalino que abrange a área central e sul do município, e a Leste- Nordeste integra o domínio da Área Cárstica de Lagoa Santa. Esta área é constituída de rochas calcárias, pertencentes ao grupo Bambuí (PRÓ-CITTA, 2014).
O monitoramento da qualidade do ar em Pedro Leopoldo é realizado em quatro pontos do município pela empresa Intercement Brasil S/A fabricante de cimento, cal e argamassas, por meio da condicionante 1 do processo COPAM Nº
Dir.vento
015/1978/070/2011 da Licença de Operação nº 083. Os pontos monitoram PM10 e estão localizados nos seguintes endereços:
Ponto 01 (Portaria Fábrica): Localizado na Rua Coronel Juventino Dias, s/nº - Centro, sob as coordenadas geográficas longitude (0601842) e latitude (7829436);
Ponto 02 (Centro): - Localizado na Rua Ninico Barbela, nº99 - Centro, sob as coordenadas geográficas longitude (0600989) e latitude (7829925);
Ponto 03 (Maria Cândida): Localizado na Rua José Pereira Fernandes, nº327 - Maria Cândida, sob as coordenadas geográficas longitude (0601130) e latitude (7831131);
Ponto 04 (Mina Manoel Carlos): Localizado na Rua Padre Augusto nº 26 - Dr. Lund, sob as coordenadas geográficas longitude (0603956) e latitude (7827419).
Observam-se na FIG. 4 os pontos de monitoramento em relação à empresa, onde deve ser levado em consideração a direção dos ventos de sudeste para noroeste.
FIGURA 4 – Localização da empresa Intercement em relação aos pontos de monitoramento
Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.
Dir. vento
2.3.5 Matozinhos
O município de Matozinhos está localizado a 47 Km de Belo Horizonte, possuía população estimada para 2014 de 36.382 habitantes e área territorial de 252,280 Km2 (IBGE, 2015). A temperatura média anual varia no entorno de 21,6ºC e a pluviosidade em torno de 1321 mm (CLIMATE-DATA.ORG, 2015).
O monitoramento da qualidade do ar no município é realizado pela empresa Lafarge Brasil S/A, possui como principal atividade a fabricação de cimento. A mesma também tem sede em Matozinhos e por este motivo está condicionada através da Licença de Operação Corretiva-LOC nº 589, processo COPAM nº 042/1983/17/1999 a efetuar o monitoramento de PTS em 2 pontos, dos quais estão relacionados abaixo:
Ponto 01 (Cruzeiro): Localizado na Rua Caxias, nº97 - Cruzeiro, sob as coordenadas geográficas de longitude (596005) e latitude (7838672).
Ponto 02 (Bom Jardim): Localizado na Rua Níquel, nº71 - Bom Jardim, sob as coordenadas geográficas de longitude (596387) e latitude (7838628).
Pode-se verificar na FIG.5, os pontos de monitoramento, dos quais constam na direção preferencial dos ventos.
FIGURA 5 – Localização da empresa Lafarge em relação aos pontos de monitoramento.
Fonte: GOOGLE EARTH, 2015
2.4 Parâmetro monitorado
Os principais poluentes resultantes das diversas operações e atividades dos empreendimentos localizados na região são o grupo dos materiais particulados.
Podem ser definidos, como pequenas partículas (sólidas ou líquidas) em variados tamanhos, classificados como partículas totais em suspensão (PTS) os que possuem diâmetros menores que 100 μm (micrômetro), e partículas inaláveis (PM10), dos quais os diâmetros são inferiores a 10 μm (FEAM, 2015).
As Partículas Totais em Suspensão (PTS) além de serem provenientes de processos industriais, também são emitidas por veículos motorizados (exaustão), queima de biomassa, ou por fontes naturais como o pólen, aerossol marinho e solo e podem causar danos à saúde humana e também à vegetação, deterioração da visibilidade e contaminação do solo (FRONDIZI, 2008).
Dir. vento
Já as Partículas Inaláveis (PM10) podem ser oriundas do processo de combustão (indústrias e veículos), aerossol secundário (formado na atmosfera) e causam graves efeitos à saúde humana, devido ao menor tamanho das partículas, aumentando atendimentos hospitalares e mortes prematuras (FRONDIZI, 2008).
Em atendimento a Resolução CONAMA 03/90, admite-se a utilização dos Amostradores de Grande Volume para o processo de amostragem das partículas totais em suspensão, e Separação Inercial/Filtração ou Equivalente para as partículas inaláveis.
No entanto, a metodologia de determinação da concentração mássica desse material particulado total e inalável, são padronizadas pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A NBR 9547 aborda a metodologia para PTS e a NBR 13412 para PM10.
2.5 Equipamento de amostragem
Os amostradores de grande volume (AGV), também conhecidos como hivol, são utilizados para a medição de Partículas Totais em Suspensão (PTS) e Partículas Inaláveis (PM10) presentes no ar ambiente. Adotam-se estes equipamentos como ação integrante no controle da poluição do ar e como condicionante para o sistema de licenciamento de atividades poluidoras em atendimento as legislações vigentes.
De acordo com a Resolução CONAMA 03/90, os amostradores são estabelecidos como métodos de amostragem e análise dos poluentes atmosféricos. No caso, das partículas inaláveis empregam-se o método de separação inercial.
Dessa forma, existem dois tipos de hivol, os que monitoram PTS e PM10, eles diferem um do outro em relação à entrada de ar e ao controle da vazão. O AGV PTS, não tem controle da vazão e o AGV PM10 possui vazão controlada, sua entrada de ar é muito mais específica, pois ocorre a separação inercial das partículas.
De acordo com a NBR 9547, o funcionamento do AGV PTS consiste no processo de
aspiração de certa quantidade de ar ambiente através de um filtro, como demonstrado na FIG.6. O equipamento admite a passagem de ar de 1,1 a 1,7 m³/min em um tempo de amostragem de 24 horas. A vazão do ar depende das condições do vento, sendo permitido a passagem de partículas de 25μm - 50μm.
FIGURA 6 - AGV PTS
A) B)
Fonte: ENERGÉTICA, 2014.
Ainda segundo a norma supracitada, para determinar a concentração do material particulado no ar, o filtro é pesado antes da passagem do ar, e depois para obter o ganho de massa no mesmo. A partir disso é determinada a concentração, que é a divisão da massa coletada pelo volume do ar amostrado.
Já o equipamento utilizado para o monitoramento de PM10, se difere do PTS por possuir uma cabeça separadora, como pode ser observado na FIG.7. Essa é responsável pela capacidade de controlar precisamente a entrada das partículas, possibilitando a coleta apenas de partículas inferiores a 10 μm, atendendo as conformidades da NBR 13412.
FIGURA 7 - AGV PM10
A) B)
Fonte: ENERGÉTICA, 2014.
2.6 Frequência de amostragem
Com base nas normas norte-americanas Environmental Protection Agency (EPA), e nacionais editadas pela ABNT, e também com base na legislação brasileira, a frequência de amostragem utilizada para o monitoramento de material particulado por hivol são de 6 em 6 dias, abrangendo assim, todos os dias da semana. Ou seja, a cada 6 dias são realizadas amostragens durante um período de 24 horas (DERISIO, 2012, p.136).
A determinação dessa frequência é uma forma de obrigar que os monitoramentos sejam realizados em dias alternados, de maneira que haja uma melhor representatividade das amostragens ao longo do ano (FRONDIZI, 2008).
2.7 Aspectos gerais dos amostradores descontínuos
No geral, os pontos de monitoramento devem estar localizados em ambientes previamente estudados, de forma a coletar dados o mais representativo possível do ar circundante das fontes emissoras.
Cabe às fabricantes determinarem o posicionamento ideal dos seus equipamentos, para uma monitoração efetiva e eficaz. Porém em alguns casos, como o da fabricante Energética, adotam-se as exigências da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA). Segue abaixo as exigências mínimas de localização dos AGV PM10 e PTS.
AGV MP10 (PM10)
1. O amostrador deve ficar afastado em no mínimo 20m de árvores, edifícios ou outros grandes obstáculos. Uma regra geral é que o amostrador fique afastado de um osbtáculo em no mínimo duas vezes a altura do obstáculo com relação à entrada do amostrador.
2. A entrada do amostrador deve ficar de 2 a 7m do solo.
3. O fluxo de ar em redor do amostrador deve ficar livre pelo 270° de qualquer obstrução.
4. A entrada do amostrador deve ficar no mínimo 2m da entrada de qualquer outro amostrador de grande volume (AGV). Para amostradores colocados (por exemplo, para amostradores simuntâneas, com o objetivo de avaliações comparativas), as entradas devem ficar a no máximo 4m umas das outras.
5. Não coloque o amostrador diretamente no solo.
6. Não coloque amostrador perto de chaminés ou exaustores.
7. Caso as amostras tenham que ser analisadas quimicamente (por exemplo, com espectômentro de massa), avalie o potencial de contaminação no local.
AGV PTS
1. O amostrador deve ficar afastado em no mínimo 20m de árvores, edifícios ou outros grandes obstáculos. Uma regra geral é que o amostrador fique afastado de um osbtáculo em no mínimo duas vezes a altura do obstáculo com relação à entrada do amostrador.
2. A entrada do amostrador deve ficar de 2 a 15m do solo.
3. O fluxo de ar em redor do amostrador deve ficar livre de qualquer obstrução.
4. A entrada do amostrador deve ficar no mínimo 2m da entrada de qualquer outro amostrador de grande volume (AGV). Para amostradores colocados (por exemplo, para amostradores simuntâneas, com o objetivo de avaliações comparativas), as entradas devem ficar a no máximo 4m umas das outras.
5. Não coloque o amostrador diretamente no solo.
6. Não coloque amostrador perto de chaminés ou exaustores.
7. Caso as amostras tenham que ser analisadas quimicamente (por exemplo, com espectômentro de massa), avalie o potencial de contaminação no local.
Para o relatório em questão, serão utilizadas essas determinações como parâmetros no processo de avaliação dos pontos de monitoramento.
3. RESULTADOS
Neste capítulo serão discutidos os resultados dos monitoramentos realizados nos municípios de Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo e Matozinhos, obtidos entre os anos de 2010 a 2015.
Os poluentes monitorados nas estações são: Partículas Inaláveis (PM10) e Partículas Totais em Suspensão (PTS).
3.1 Santa Luzia
A qualidade do ar no município de Santa Luzia é monitorada em três pontos pela empresa Lafarge desde 2012. Os pontos estão localizados no bairro Santa Rita, na Rua Maria Augusta, nº 334, Rua Santa Rita, nº235 e Rua Maria Augusta nº170.
Nos anos monitorados foram observadas ultrapassagens aos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 03/90, tanto em relação á média diária quanto a anual.
3.1.1 Ponto Rua Maria Augusta, nº 334
No ponto situado na Rua Maria Augusta, nº 334, onde há o monitoramento de partículas totais em suspensão – PTS foram registradas 36 amostras obtidas em fevereiro e de julho a dezembro no ano de 2012, 58 amostras em 2013 e 61 em 2014 que compreenderam todos os meses do ano, e 20 em 2015 que correspondem até o mês de abril.
O Índice de Qualidade do Ar - IQAr foi classificado como BOA na maior parte dos anos, exceto em 2012 que indicou REGULAR, correspondendo a 56% das amostragens como pode ser observado no GRAF.1-A, sendo a menor concentração identificada de 30,3 µg/m3 e a maior de 224,5 µg/m3. Quanto às ultrapassagens diárias foram registradas somente em 2013, sendo uma em abril e a outra em agosto, que evidenciaram condição inadequada e péssima de qualidade do ar conforme demostrado pelo GRAF.1-B.
O limite máximo estabelecido pela Resolução CONAMA 03/90 para média anual de PTS é 80 µg/m3, nesse caso apenas o ano de 2012 excedeu o limite com média geométrica de 87,55 µg/m3, provavelmente pela falta de dados no período mencionado acima.
GRÁFICO 1 – Campanhas de amostragem de PTS no período de 2012 a 2015.
A) B)
65%
31% 2% 2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2013 R. Maria Augusta, 334
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica 44%
56%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2012 R. Maria Augusta, 334
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
Fonte: GESAR/FEAM, 2015.
As visitas aos pontos de monitoramento de Santa Luzia foram realizadas no dia 12/05/2015 na parte da manhã acompanhado pelo responsável técnico da empresa Lafarge. Foi possível verificar que o equipamento instalado na Rua Maria Augusta, nº334 está bem localizado, no entanto apresenta paredes ao redor do equipamento como pode ser observado na FIG.8 que provocam mínima interferência na circulação dos ventos. A entrada de ar do equipamento está acima dos empecilhos, e a aproximadamente 12m do solo, estando abaixo do limite máximo de 15m estabelecido pela fabricante para o AGV PTS. Dessa forma, conclui-se que as amostragens realizadas pelo equipamento são representativas do ar circundante.
FIGURA 8 - Ponto de monitoramento localizado na Rua Maria Augusta, nº334 – Santa Luzia.
A) B)
C) D)
90%
10%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2015 Jan-Abr R. Maria Augusta, 334
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica 72%
28%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2014 R. Maria Augusta, 334
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
C) D)
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
3.1.2 Ponto Santa Rita, nº235
No ponto localizado na Rua Santa Rita, nº235 também há o monitoramento de PTS, e foram realizadas 51 amostras no ano de 2012, compreendendo o período de 6 em 6 dias em todos os meses, com exceção do mês de janeiro onde houve apenas uma amostragem. Em 2013 foram analisados 60 amostras, 54 em 2014 e 19 até o mês de abril de 2015. De acordo com o GRAF.2-A, também houve a predominância da qualidade REGULAR no ano de 2012, apresentando alguns episódios bons e um inadequado que viabilizou a ultrapassagem diária com concentração de 247,1 µg/m3 em relação ao limite máximo de 240 µg/m3, e consequentemente o padrão anual com média de 92,21 µg/m3. Os demais anos não apresentaram excedentes diários e nem anuais.
GRÁFICO 2 - Campanhas de amostragem de PTS no período de 2012 a 2015.
A) B)
27%
71%
2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2012 R. Santa Rita, 235
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
62%
38%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2013 R. Santa Rita, 235
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
C) D)
Fonte: GESAR/FEAM, 2015.
No caso da visita ao ponto Rua Santa Rita, nº235 foi identificado uma árvore (ver FIG.9-C) de aproximadamente 5m de altura e a 10m de distância do equipamento, porém está a sotavento em relação à empresa, ou seja, ao lado oposto dos ventos que passam pela mesma e se direcionam ao amostrador. De acordo com a fabricante, o equipamento deve estar afastado de um obstáculo em no mínimo duas vezes a altura do obstáculo com relação à entrada do amostrador, que nesse caso atende totalmente as exigências. A entrada do amostrador está 5,20m em relação ao chão e não possui outro empecilho mais próximo como pode ser observado na FIG.9.
FIGURA 9 – Ponto de monitoramento localizado na Rua Santa Rita, nº235 – Santa Luzia.
A) B)
52%
48%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2014 R. Santa Rita, 235
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
79%
21%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2015 Jan-Abr R. Santa Rita, 235
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
3.1.3 Ponto Rua Maria Augusta, nº170
No ponto localizado na Rua Maria Augusta, nº170, há o monitoramento de partículas inaláveis, e foram realizadas 27 amostras no ano de 2012 referentes ao período de junho a dezembro, os demais anos as amostragens compreenderam o período anual, exceto em 2015 que foram analisadas 19 amostras até abril de 2015.
Conforme os outros pontos pode-se verificar também uma predominância do índice REGULAR no ano de 2012, correspondendo a 63% das amostragens como demonstrado no GRAF.3-A. Nesse ano não houve ultrapassagens diárias, contudo excedeu a média anual apresentado uma média aritmética de 66,3 µg/m3, sendo que o limite máximo estabelecido pela resolução é de 50 µg/m3 para partículas inaláveis.
No entanto foram realizadas apenas 27 amostras compreendidas do dia 26/06/2012 a 29/12/2012, sendo a maior parte delas no período de estiagem onde há evidências de maiores concentrações, devido a atmosfera apresentar períodos de estagnação e baixos índices de pluviosidade que favorecem os resultados obtidos.
C) D)
Ao longo do ano de 2013 a qualidade do ar de acordo com o processo de amostragem foi divida entre REGULAR e BOA como pode ser observado no GRAF.3-B, e indicou ultrapassagem da média anual, registrando um valor de 54,4 µg/m3. Já em 2014, exibido no GRAF.3-C, apesar de apresentar na maior parte do ano a qualidade boa, evidenciou um episódio inadequado no dia 14/10/2014, e consequentemente assim como em 2013, também houve a ultrapassagem da média anual com 51,1 µg/m3.
Em 2015, evidencia-se até o mês de abril o índice de qualidade do ar como BOA, com uma taxa inferior de REGULAR, indicando 21% das amostragens.
GRÁFICO 3 - Campanhas de amostragem de PI no período de 2012 a 2015.
Fonte: GESAR/FEAM, 2015.
A visita à estação apresentou semelhança ao do ponto Santa Rita, nº 235, pois também há a presença de uma árvore de aproximadamente 8m de altura, a cerca de 10m do equipamento e a sotavento em relação à empresa, não representando um obstáculo a coleta de amostras representativas da mesma conforme demostrado na
A) B)
C) D)
37%
63%
Campanha de Amostragem PI - ano 2012 R. Maria Augusta, 170
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
50%
50%
Campanha de Amostragem PI - ano 2013 R. Maria Augusta, 170
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
79%
21%
Campanha de Amostragem PI - ano 2015 Jan-Abr R. Maria Augusta, 170
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica 60%
38%
2%
Campanha de Amostragem PI - ano 2014 R. Maria Augusta, 170
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
FIG 10-D. O mesmo está instalado a 2m da base ao solo e a 3m contando da entrada do amostrador. Dessa forma verifica-se que a diferença entre a entrada do amostrador e a copa da árvore é de 5m, e assim certifica-se o atendimento aos limites estabelecidos pela fabricante.
Nesse sentido, é possível constatar que todos os pontos de monitoramento da empresa Lafarge estão em conformidade com as exigências mínimas da fabricante.
FIGURA 10 – Ponto de monitoramento localizado na Rua Maria Augusta, nº170 – Santa Luzia.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
A) B)
C) D)
Com base nos resultados dos monitoramentos realizados nas estações, a avaliação da qualidade do ar no município de Santa Luzia pode ser verificada nos GRAF.4 e 5, onde demonstram a sua evolução ao longo dos últimos 3 anos, uma vez que a análise dos dados relacionados a 2015, ainda não foi concluída. Os resultados foram comparados com o padrão de qualidade do ar – PQAr, para obter o grau anual de exposição dos receptores. Pela análise do GRAF.4 observa-se que no ponto Rua Maria Augusta, nº334 as concentrações de PTS permaneceram maiores que as do Ponto Santa Rita, nº235, e em ambas houve o enquadramento no padrão após o ano de 2012, onde obteve concentrações acima do limite estabelecido.
Já o GRAF.5 aponta que a média aritmética das concentrações de PM10 obtidas durante o período estudado não se enquadraram em nenhum dos anos, porém é possível observar um decréscimo das concentrações apresentando tendência ao atendimento aos limites da resolução.
GRÁFICO 4 – Evolução da concentração de partículas totais em suspensão (PTS) em Santa Luzia comparada ao PQAr.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
87,55
68,03 66,25
92,21
71,88 78,16
0 20 40 60 80 100
2012 2013 2014
PTS - Evolução das concentrações médias anuais - Santa Luzia
R. Maria Augusta, nº 334 R. Santa Rita, nº 235 LIMITE RESOLUÇÃO CONAMA 03/90 - PTS
GRÁFICO 5 – Evolução da concentração de partículas inaláveis (PM10) em Santa Luzia comparada ao PQAr.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
3.2 Vespasiano
No município de Vespasiano monitora-se a presença de partículas totais em suspensão e inaláveis no ar ambiente em dois pontos desde 2005, com a finalidade de avaliar a interferência da empresa Cimentos Liz na qualidade do ar no entorno da sua área de abrangência. Entretanto, o presente relatório restringe-se aos dados gerados nos últimos 5 anos, ou seja, a partir de 2010.
Os pontos de monitoramento estão localizados nos bairros Célvia e Caieiras, sendo que no Célvia houve uma mudança de logradouro no inicio de 2015, do SESI (Serviço Social da Indústria) para a Escola Estadual Padre José Senabre, situada na Rua Piauí, nº 279 que consta em fase de instalação até a data de fechamento deste relatório.
3.2.1 Ponto Célvia
Foram registrados no ponto Célvia dados compreendidos de 6 em 6 dias entre 2010 a 2014 e foram analisadas de 55 a 62 amostras nesse período. Através do GRAF.6 pode se observar que a maioria dos anos aponta uma maior proporção da qualidade BOA para o parâmetro PM10 e REGULAR para o PTS em praticamente todos os
66,3
54,4 51,1
0 25 50 75
2012 2013 2014
PM10 - Evolução das concentrações médias anuais - Santa Luzia
LIMITE RESOLUÇÃO CONAMA 03/90 - PI R. Maria Augusta, nº 170
anos, com exceção de 2014, que também indicou alguns episódios de qualidade inadequada e má responsáveis pelas ultrapassagens diárias em todos os anos exceto em 2013.
A menor concentração identificada durante esses anos para o parâmetro PTS foi de 12,5 µg/m3 registrada no dia 25/12/2013 e a maior de 412 µg/m3 em 22/08/2014, ambas registradas em períodos propícios para tais concentrações, sendo a menor evidenciada na época chuvosa (verão) e a maior na estiagem (inverno). Já o parâmetro PM10 a menor concentração foi de 2,5 µg/m3 evidenciada em 25/12/2013 e a maior de 173 µg/m3 em 20/09/2012.
As médias anuais excederam o limite estabelecido tanto para PTS quanto PM10. Sendo que PTS excedeu de 2010 a 2012 e PM10 em 2010 e 2014.
GRÁFICO 6 - Campanhas de amostragem de PTS e PM10 no período de 2010 a 2015.
A) PTS B) PM10
C) PTS D) PM10
55%
45%
Campanha de Amostragem PI - ano 2010 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica 27%
71%
2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2010 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
52% 45%
3%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2011 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
64%
36%
Campanha de Amostragem PI - ano 2011 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
E) PTS F) PM10
G) PTS H) PM10
I) PTS J) PM10
Fonte: GESAR/FEAM, 2015.
As visitas aos pontos de monitoramento de Vespasiano foram realizadas no dia 24/03/2015 na parte da manhã acompanhado pelo responsável técnico da empresa Cimentos Liz. Não foi possível verificar o local onde os equipamentos estavam instalados no Ponto SESI do bairro Célvia, bem como as possíveis interferências devido a sua relocação. Mas baseado nas imagens contidas nos relatórios enviados pela empresa conforme demonstrado na FIG.11, verifica-se que os equipamentos estão com uma proximidade inferior ao estabelecido pela fabricante que é de 2m de distância, podendo prejudicar o processo de amostragem de ambos já que um hivol pode receber em algum momento o ar filtrado pelo outro, e assim possivelmente registrar menos concentrações que o adequado.
40%
57%
3%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2012 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
65%
33% 2%
Campanha de Amostragem PI - ano 2012 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
50%
50%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2013 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
65%
35%
Campanha de Amostragem PI - ano 2013 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
53%
45%
2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2014 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
48% 50%
2%
Campanha de Amostragem PI - ano 2014 Bairro Célvia
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
Também é perceptível que os equipamentos estão com altura aproximada a do muro e distância adequada para a diferença mínima de altura que há entre eles e o solo que correspondem aos critérios, no entanto, a árvore pode ser um empecilho devido a sua altura e proximidade.
FIGURA 11 – Ponto de monitoramento localizado no SESI bairro Célvia – Vespasiano.
Fonte: CIMENTOS LIZ S/A, 2015, p.03.
O local proposto para a instalação dos equipamentos é na parte frontal da Escola Padre José Senabre com vista para a empresa que está demarcada de vermelho na FIG.12. Porém será necessário o corte do coqueiro para que não haja interferências nas amostragens.
A instalação do equipamento na escola será de grande relevância para o monitoramento da empresa, pois será possível avaliar as condições do ar que os alunos estão respirando.
FIGURA 12 – Local pretendido para instalação dos equipamentos de monitoramento da qualidade do ar.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
3.2.2 Ponto Caieiras
Já no ponto Caieiras, nos anos de 2010 a 2014 foram registradas entre 55 a 61 amostras e 20 até abril de 2015. E ao contrário do ponto Célvia, o Caeiras apresentou ao longo dos últimos 5 anos as menores concentrações tanto para PTS
quanto para PM10, como pode ser observado no GRAF.7. Evidenciou episódios regulares em todos os anos e inadequados em alguns deles, e também houve registros de MÁ qualidade em 2013 e PÉSSIMA em 2014 para o parâmetro PTS. E mesmo retratando ultrapassagens diárias, não excedeu o limite da média anual em nenhum dos anos analisados.
GRÁFICO 7 - Campanhas de amostragem de PTS e PM10 no período de 2010 a 2015.
A) PTS B) PM10
C) PTS D) PM10
E) PTS F) PM10
62%
34%
2% 2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2010 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
83%
17%
Campanha de Amostragem PI - ano 2010 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
73%
25% 2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2011 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
80%
20%
Campanha de Amostragem PI - ano 2011 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
71%
26% 3%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2012 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
78%
19% 3%
Campanha de Amostragem PI - ano 2012 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
G) PTS H) PM10
I) PTS J) PM10
K) PTS L) PM10
Fonte: GESAR/FEAM, 2015.
Uma das possíveis justificativas pela maioria das amostragens apontarem como BOA a qualidade do ar é devido o ponto não estar instalado na preferencial dos ventos, sendo que em alguns dias obtiveram-se concentrações maiores que indicam os períodos de mudança da direção dos mesmos, viabilizando a coleta do ar provindo da empresa.
Na visita ao local de monitoramento foi possível identificar duas interferências ao processo de amostragem, trata-se da distância de 1m entre os amostradores e a cortina arbórea que os cercam, como pode ser visualizado na FIG.13. A distância
70%
27%
1% 2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2013 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
75%
21% 4%
Campanha de Amostragem PI - ano 2013 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
65%
31% 2% 2%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2014 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
74%
24%
2%
Campanha de Amostragem PI - ano 2014 Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
60%
40%
Campanha de Amostragem PTS - ano 2015 Jan-Abr Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
90%
10%
Campanha de Amostragem PI - ano 2015 Jan-Abr Bairro Caieiras
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
como informado anteriormente, diminui a representatividade das amostras, sendo o recomendado pela fabricante a distância de 2m. No caso da cortina arbórea, há a filtração do ar no contato deste com as galhas e folhas, e o desvio da direção dos ventos no local, dificultando assim a coleta das concentrações reais que estão presentes no ar ambiente.
No caso da altura, entre as entradas dos amostradores e o solo são de 3,40m, correspondendo às exigências mínimas de instalação, levando em consideração que o mínimo tanto para PM10 quanto para PTS são 2m de altura.
FIGURA 13 – Ponto de monitoramento localizado no bairro Caeiras – Vespasiano.
A) B)
C) D)
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Uma das formas de se verificar a qualidade do ar é através das médias anuais intituladas pela Resolução CONAMA 03/90, visando demostrar as situações médias
predominantes das dispersões dos poluentes e o grau de exposição da população num longo período de tempo.
Nesse sentido, os GRAF.8 e 9 apontam a evolução de PTS e PM10 entre 2010 a 2014, de forma a evidenciar a tendência da qualidade do ar em melhorar ou piorar.
Pela analise do GRAF.8, observa-se que no bairro Célvia houve um declínio das concentrações de PTS e enquadramento no limite padronizado pela legislação apenas nos anos 2013 e 2014, ao contrário do parâmetro PM10 demonstrado no GRAF.9, que indicou variação nas médias e também excedeu em dois anos, sendo em 2010 e 2014.
No caso do bairro Caieiras em nenhum dos anos excedeu os limites dos parâmetros PTS e PM10 como pode ser observado nos GRAF.8 e 9, no entanto o monitoramento de PTS evidenciou um aumento das concentrações ao longo dos anos, de mesmo modo, porém mais razoavelmente o PM10 que somente em 2014 apresentou um declínio na evolução.
GRÁFICO 8 - Evolução da concentração de partículas totais em suspensão (PTS) em Vespasiano comparada ao PQAr.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
105,25
85,7 82,41
69,63
77,77
60,85
40,19 47,56 48,06
64,96
0 20 40 60 80 100 120
2010 2011 2012 2013 2014
PTS - Evolução das concentrações médias anuais - Vespasiano
Célvia Caieras LIMITE ANUAL RESOLUÇÃO CONAMA 03/90 - PTS
GRÁFICO 9 - Evolução da concentração de partículas inaláveis(PM10) em Vespasiano comparada ao PQAr.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
3.3 São José da Lapa
Os monitoramentos de partículas totais em suspensão e inaláveis no município de São José da Lapa são realizados pelas empresas Ical e Belocal, as mesmas são responsáveis por quatro pontos com a finalidade de avaliar a interferência das suas atividades sobre a comunidade do entorno.
Os pontos de monitoramento relacionados à empresa Ical estão localizados no Bairro Jardim Encantado e na Av. Transamazônica, já os da Belocal estão na Delegacia e na antiga Prefeitura. Atualmente constam em funcionamento somente os pontos Av. Transamazônica e Delegacia, os demais foram desativados devido à instalação de monitoramentos automáticos. Desse modo será discutida a qualidade do ar exibida por cada ponto até a data do seu encerramento.
3.3.1 Ical - Ponto Av. Transamazônica, nº192
No ponto localizado na Av. Transamazônica, nº192, monitora-se PM10, e a realização das analises compreenderam entre 55 a 61amostras de 2010 a 2014 e 20 até abril de 2015. De acordo com o GRAF.10 constatam-se variadas condições de
53,1
42 46,83 45,22 51,02
34,52 34,92 36,22 43,6
39,92
0 10 20 30 40 50 60
2010 2011 2012 2013 2014
PM10 - Evolução das concentrações médias anuais - Vespasiano
Célvia Caieras LIMITE ANUAL RESOLUÇÃO CONAMA 03/90 - PI
qualidade do ar, sendo os menores índices os de BOA qualidade, sobressaindo as regulares, inadequadas e más evidentes em todos os anos, acrescido de péssima nos anos de 2012 e 2013.
O limite anual determinado pela Resolução CONAMA para PM10 é de 50 µg/m3, entretanto as médias aritméticas no período estudado ultrapassaram o limite de duas a três vezes ao valor estabelecido, ou seja, 178% acima do padrão estabelecido. Demonstrando assim, condições alarmantes a exposição da população a partículas inferiores a 10 µg/m3 a um longo período de tempo.
GRÁFICO 10 - Campanhas de amostragem de PM10 no período de 2010 a 2015.
A) B)
C) D)
E) F)
Fonte: GESAR/FEAM, 2015.
5%
39%
38%
18%
Campanha de Amostragem PI - ano 2010 Av. Transamazonica
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
9%
27% 42%
22%
Campanha de Amostragem PI - ano 2011 Av. Transamazonica
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
5%
62%
27%
4% 2%
Campanha de Amostragem PI - ano 2012 Av. Transamazonica
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
10%
58%
22%
5% 5%
Campanha de Amostragem PI - ano 2013 Av. Transamazonica
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
3%
66%
25% 6%
Campanha de Amostragem PI - ano 2014 Av. Transamazonica
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica
10%
55%
30% 5%
Campanha de Amostragem PI - ano 2015 Jan-Abr Av. Transamazonica
Boa Regular Inadequada Má Péssima Crítica