Resposta da Cultura do Milho a Aplicação de Diferentes Doses de Inoculante (Azospirillum brasilense) Via Semente

Resposta da Cultura do Milho a Aplicação de Diferentes Doses de Inoculante (Azospirillum brasilense) Via Semente

Vitor Mateus Oliveira Roberto; Carlos Diego da Silva e Paula Notini Lobato.

1 _{Estudantes da Faculdade de Agronomia, UNIARAXÁ, bolsista de Iniciação científica PIBIC.} vitormateus_agro@hotmail.com. 2 _{Professora de Agronomia, UNIARAXÁ. pnlobato@yahoo.com.br}

Palavras-chave: milho, Azospirillum brasiliensis, inoculante Introdução

O milho é uma das mais importantes plantas comerciais com origem nas Américas. A área da cultura no mundo hoje corresponde a 150 milhões de hectares de milho com uma produção que varia entre 550 a 580 milhões de toneladas no mundo. Os principais produtores de milho no mundo são os Estados Unidos, China, Brasil, México, França, Argentina e Índia. Os Estados Unidos são responsáveis por 25% da área plantada, 40% da produção, 30% do consumo e 70% das exportações. Os países asiáticos - Japão, Coréia e Taiwan, seguidos do México e do Egito são os maiores importadores.

O Brasil é o terceiro país em área plantada, nunca foi um país exportador, mas em 2001 o Brasil exportou próximo a seis milhões de toneladas localizando-se entre os quatro maiores exportadores. A área ocupada pelo cultivo de milho no Brasil oscila ano a ano, se mantendo ao redor dos 12 a 13 milhões de hectares (Seed News 2002). A média de produtividade ainda é baixa em torno de 3500 kg/ha (CONAB, 2009).

No Brasil a cultura do milho tem-se caracterizado pela divisão da produção em duas épocas de plantio. O plantio de verão, ou primeira safra, é realizado na época tradicional, durante o período chuvoso, que varia entre fins de agosto, na região Sul, até os meses de Outubro/Novembro no Sudeste e Centro-Oeste, no Nordeste, esse período ocorre no início do ano, e a safrinha ou segunda safra que se compreende aos meses de Janeiro e Fevereiro alcançando o final do verão e início do inverno nas regiões Sul-Sudeste e Centro-Oeste. (Embrapa 2006).

Uma das formas de atingir altas produções é o emprego de novas tecnologias. Ano após ano vêm surgindo produtos novos no mercado que tenham por finalidade aumentar a produtividade por hectare, e outro fator primordial é o uso correto das técnicas. Por meio de pesquisas foi lançado um inoculante para a cultura do milho, um produto biológico capaz de ampliar a produtividade do mesmo, e que permite a redução do uso de fertilizantes químicos. Sabe-se que os ótimos retornos econômicos do investimento na cultura dependem de um adequado teor de nutrientes em todo o período de desenvolvimento da cultura (POTAFOS, 1995).

O grande interesse na fixação biológica em gramíneas é devido à maior facilidade de aproveitamento de água das mesmas em relação às leguminosas, e maior efetividade fotossintética, além das gramíneas apresentarem um sistema radicular fasciculado, apresentando vantagens sobre o sistema pivotante das leguminosas na extração de água e nutrientes do solo. Outra vantagem das gramíneas resulta de sua ampla utilização como alimento pelo homem, animais e aves. Mesmo que apenas uma parte do N seja fornecida pela associação com bactérias fixadoras, a economia em adubos nitrogenados é igual ou superior àquela verificada com as leguminosas que podem ser auto-suficientes em nitrogênio (DÕBEREINER, 1992).

Os pesquisadores calculam que, com o uso desse produto, seja possível economizar US$ 1 bilhão por safra de milho em todo o país e também diminuir os danos causados à natureza. Na agricultura familiar ou de rendimento menor, é possível substituir 100% do fertilizante químico nitrogenado pelo inoculante. Para rendimentos maiores, estima-se que seja possível eliminar em até 50% o uso desses fertilizantes.

A inoculação com Azospirillum é feita com a aplicação do produto sólido (como turfa) ou líquido nas sementes. Como se trata de um processo que envolve organismos vivos é necessário respeitar as temperaturas adequadas e evitar a exposição ao sol. Também não se deve realizar a inoculação juntamente com a aplicação de agrotóxicos, entre outros procedimentos habituais a quem realiza inoculação na soja (portal rpc 2009).

A adubação nitrogenada na cultura do milho constitui importante fração do custo produtivo. Portanto, a fixação biológica de nitrogênio é crucial para o fornecimento de nitrogênio a está cultura, minimizando o seu custo de produção além de, minimizar o impacto ambiental provocado pelo uso de fertilizantes químicos nitrogenados. A contribuição da fixação biológica de N2 por bactérias assimbióticas é muito restrita para a cultura do milho,

devido a grande necessidade de material energético requerida (RUSCHEL & PONTES, 1992). O principal efeito dessas bactérias está relacionado com a promoção do crescimento radicular das plantas e pela produção de substâncias promotoras de crescimento (OKON & LABANDERA GONZALEZ, 1994).

Assim, a utilização de bactérias fixadoras de nitrogênio é de uso recente para as culturas monocotiledôneas. Desta forma, objetiva-se a realização de estudos para identificar se realmente ocorre a fixação nitrogenada, de tal forma que se possa reduzir a aplicação de fertilizantes nitrogenados, e resulte aumento na produtividade, redução de custos no plantio, bem como menor impacto ao meio ambiente pela redução da contaminação do lençol freático pela lixiviação de compostos nitrogenados.

O objetivo do trabalho foi avaliar a resposta da cultura do milho à inoculação via semente por Azospirillum brasilense em diferentes doses do inoculante no desenvolvimento inicial da cultura do milho.

Materiais e Métodos

Segundo a dosagem recomendada do inoculante “Masterfix gramíneas”de 120ml/60.000 sementes, os tratamentos foram:

T1 = 0% da dose (testemunha), T2 = 25% da dose,

T3 = 50% da dose, T4 = 75% da dose, T5 = 100% da dose.

Após 20 dias de plantio, foram coletadas 5 plantas de cada tratamento, as plantas coletadas foram submetidas aos testes de matéria verde e matéria seca de raiz e parte aérea. A coleta foi realizada manualmente, a parte aérea separada da raiz, acondicionadas em sacos de papel e pesadas para obtenção dos dados de matéria verde de raiz e parte aérea; em seguida foram colocadas a estufa de secagem por 72 horas a 60o_{C, até peso constante.}

A segunda parte do experimento será instalada no Campo Experimental de Agronomia do UNIARAXÁ em outubro de 2010 para verificação da produtividade final da cultura e se com a utilização desta bactéria é possível diminuir a adubação nitrogenada na cultura, pensando na redução do custo de produção da cultura.

Para análise estatística foi utilizado o aplicativo computacional SISVAR (Ferreira, 1994). Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as diferenças entre as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Os resultados preliminares do trabalho obtidos na análise de variância estão apresentados na tabela 1.

Tratamento MVPA* MVR* MSPA* MSR*

T1 16,87 b 21,91 a 4,69 a 4,98 b T2 17,63 b 22,18 a 4,67 a 5,04 b T3 20,81 a 21,60 a 4,87 a 5,63 a T4 19,06 a 21,22 a 4,72 a 5,43 a T5 20,97 a 23,42 a 4,89 a 5,86 a CV 10,59 7,49 5,72 7,82

Tabela 1: letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente entre si.

* MVPA: matéria verde de parte aérea; MVR: matéria verde de raiz; MSPA: matéria seca da parte aérea; MSR: matéria seca raiz.

De acordo com os dados as variáveis matéria verde de raiz e matéria seca de parte aérea não tiveram diferença significativa entre os tratamentos. Os mesmo resultados foram constatados no trabalho que avaliou o número de plantas e de espigas, a estatura de plantas e o rendimento de grãos, utilizando o produto comercial "Graminante " e não apresentou resposta na cultura de milho (Campos, 1999) e no trabalho onde a inoculação do produto comercial “Graminante” não teve efeito sobre a altura de plantas nem sobre o número de fileiras de grão por espiga (Cavallet, 2000).

uma maior eficiência da planta de milho. Estes dados estão de acordo com o trabalho de Cavallet, 2000, onde a inoculação do “Graminante” aumentou significativamente a produtividade média de grãos, de 5211 para 6067 kg ha-1 ou seja, aumento de 17%, e aumentou o comprimento médio das espigas, de 13,6 para 14,4, aumento de 6%.

Após estes resultados preliminares, serão realizados outros testes para verificação da produtividade final e a possibilidade de diminuir a adubação nitrogenada já que o inoculante tem por finalidade de fixação de nitrogênio. Com isso diminuir o custo de produção da cultura de milho, sabendo que a adubação representa uma porcentagem alta dos custos da lavoura. Conclusão

Pode se concluir inicialmente que para o híbrido testado Pionner 30K75 a utilização do inoculante foi eficiente para o início do desenvolvimento da cultura, sendo que a metade da dose recomendada é suficiente para esta melhoria.

Referências

Cavallet, L.E.; Pessoa, A. C. dos S; Helmich, J. J; Helmich, P. R.; Ost, C. F. Produtividade do Milho em Resposta à Aplicação de Nitrogênio e Inoculação das Sementes com

Azospirillum spp

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Campos, B. H. C.; Theisen, S; Gnatta, V. Avaliação do Inoculante “Graminante” na Cultura de Milho. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n.4, p.713-715. 2000.

CAMPOS, B.H.C.; THEISEN, S.; GNATTA, V. Inoculante “Graminante” nas culturas de trigo e aveia. Ciência Rural, Santa Maria, v.23, n.3, p.401-407, 1999.

COELHO, A.M.; FRANÇA, G.E. Seja o doutor do seu milho: nutrição e adubação. Piracicaba: ESALQ, 1995. (Informações Agronômicas, 71).

DOBEREINER, J.; PAULA, M. A. de, MONTEIRO, E.M.S. A pesquisa em microbiologia do solo no Brasil. Revista Brasileira de biologia, Rio de Janeiro, v. 50, p. 841-854, 1990. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisas de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília, 1999. 412 p.

FERREIRA, D.F. SISVAR: Sistema de análise de variância. Versão 3.04, Lavras: UFLA/DEX, 2000. (1 cd).

Milho: O rei dos cereais da sua descoberta há 8000 anos ate as plantas transgênicas. Disponível em: www.seednews.inf.br Acesso em 14 novembro 2009 às 14 h.

Inoculante raiz mais forte. Disponível em:

http://www.revistarural.com.br/Edicoes/2009/Artigos/rev140_inoculante.htm. Acesso em 15 de abril de 2010.

Importância econômica do milho. Disponível em:

www.sistemasdeprodução.cnptia.embrapa.br Acesso em 14 de novembro 2009 às 17 h.