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ADUBAÇÃO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO DO SUL

Luiz Alberto Staut1

Com a evolução da agricultura, sobretudo daquela voltada para produção de produtos, cujo mercado externo estabelece os preços internos, é fundamental que o agricultor esteja acompanhando os avanços tecnológicos, visando elevar as produtividades. A competição econômica e globalizada na agricultura moderna, induz o cotonicultor a produzir o mais eficientemente possível.

Dentre os vários fatores de produção, a adubação racional e eficiente, ocupa lugar de destaque, tanto em termos quantitativos, como da qualidade dos produtos agrícolas. Por outro lado, os adubos representam também uma razoável parcela nos custos de produção. Em Chapadão do Sul-MS, para um custo de produção de R$ 2.042,91 por hectare, 16,91% dos custos de produção são representados pela adubação, enquanto que em Naviraí-MS, estes valores são R$ 1.277,40 e 19,61% (Melo Filho & Lemes, 2000). Assim sendo, justifica-se o esforço considerável do agricultor para, fazendo o uso mais eficiente possível da adubação, obter a produtividade máxima econômica.

Em Mato Grosso do Sul, existem áreas com baixa fertilidade, e também solos trabalhados há anos com a fertilidade já corrigida, nos quais, não se pode usar a mesma dose de fertilizante para solos tão diferentes, embora isso esteja ocorrendo com muita freqüência e em muitas ocasiões o uso de altas doses de fórmulas NPK tem contribuído para a contaminação do meio ambiente. .

O cotonicultor não deve usar insumos com o objetivo apenas de aumentar sua produtividade (produção por unidade de área). Deve-se usar insumos a fim de aumentar o seu lucro, ou seja, a relação custo/benefício.

O estudo da adubação mineral do algodão herbáceo vem sendo feito há bastante tempo mas, devido as variações edafoclimáticas das regiões produtoras, faz com que resultados destes estudos não possam ser extrapolados, sem a devida verificação de que conclusões particulares para uma região possam ser extrapoladas para as demais regiões produtoras. Muitos pesquisadores, durante os últimos anos, tem se preocupado em orientar seus estudos no sentido de determinar, em diferentes regiões produtoras, os efeitos da adição de fertilizantes na cultura do algodoeiro, sobre a produção, características agronômicas e tecnológicas da fibra do algodoeiro. Porem, a maioria dos trabalhos tem por objetivo identificar somente a dose que possibilita a produtividade máxima física em detrimento da máxima econômica.

Para recomendação de adubação, com maior precisão, se faz necessário entre inúmeros fatores, considerar: as análises de solo e folhas, histórico das áreas e características física do solo e a cultivar que será utilizada. Com isso pode–se diagnosticar com precisão, problemas de deficiências e excessos nutricionais; e ao mesmo tempo, fornece subsídios para recomendar de forma precisa a fonte e a quantidade de fertilizante, necessárias para conseguir a expressão máxima do potencial de produtividade aliada ao melhor retorno financeiro, sem que eventuais excedentes de fertilizantes comprometam a qualidade do meio ambiente.

No sistema convencional, com preparo de solo através de implementos, mesmo que as adubações sejam efetuadas corretamente, o solo vai perdendo a fertilidade devido, entre outros fatores, à ocorrência de perdas por erosão e lixiviação, associados a seus reflexos na qualidade ambiental. Portanto, o produtor na tentativa de continuar produzindo eficientemente necessita de uma contínua demanda de fertilizantes para o suprimento de nutrientes às plantas.

O sistema Plantio Direto proporciona, principalmente na camada até 10 cm de profundidade, alterações nos atributos químicos, físicos e biológicos do solo, em comparação ao sistema convencional. Essas alterações afetam a dinâmica dos nutrientes no solo, favorecendo uma maior eficiência no aproveitamento dos mesmos, possibilitando com isso uma provável diminuição nas doses de fertilizantes utilizadas. Portanto, utilizar doses de adubos que garantam maior produtividade, com o menor custo, é o

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que produtores de algodão devem buscar, na tentativa de garantir a sustentabilidade econômica da cultura.

Os solos sob cerrado e, mais especificamente, os de Mato Grosso do Sul, possuem boas propriedades físicas, porém as características químicas são naturalmente inadequadas, em virtude dos altos teores de alumínio trocável e limitada disponibilidade de fósforo e outros nutrientes.

Estes solos, quando corrigidos adequadamente, apresentam grande potencial agrícola, possibilitando a obtenção de produtividades elevadas e economicamente viáveis para a cultura do algodoeiro. Neste aspecto, a calagem, a adubação corretiva e de manutenção ocupam lugar de destaque visando manter a fertilidade do solo ao longo do tempo.

O conhecimento da disponibilidade de nutrientes e da presença de elementos tóxicos às plantas, através da análise química, é essencial para o diagnóstico e para o eficiente manejo da adubação de uma cultura.

O sucesso das ações definidas com base nos resultados de análise do solo depende de uma correta amostragem, pois os valores analíticos determinados expressam o nível de fertilidade da amostra e, portanto, não corrigem erros cometidos no processo de obtenção da mesma.

Dessa forma, a amostra analisada deve representar fielmente a área a ser trabalhada. Para tanto, a área a ser amostrada deve ser dividida em glebas homogêneas, no máximo 20 ha, considerando: topografia, cor e textura do solo, cobertura vegetal, cultura, preparo anterior, drenagem e histórico de uso.

Definidas as glebas, deve-se, em cada uma, percorrer toda a área caminhando em ziguezague e coletando-se 15 a 20 porções de terra ou subamostra da mesma quantidade. Deve-se evitar a coleta nas linhas de cultivo anterior, bem como próximo a formigueiro, cupinzeiro ou depósitos de materiais que podem mascarar os resultados da análise. As subamostras devem ser depositadas em um recipiente limpo, e após serem bem misturadas, retira-se uma porção com cerca de 500 g, que é chamada amostra composta. Antes de ser enviada ao laboratório, a amostra deve ser seca à sombra, acondicionada em saco plástico limpo e identificada.

Em área sob manejo convencional do solo (arado de disco, aiveca e grades), preparo mínimo (escarificador, grades, subsolador e pé de pato), as amostras de terra, com vistas à caracterização da fertilidade devem ser coletadas a profundidade de 0-0,20 m que normalmente é a mais intensamente alterada, seja por arações e gradagens, seja pela adição de corretivos, fertilizantes e restos culturais. Para determinar especificamente a necessidade de utilização de gesso e enxofre deve-se amostrar camadas mais profundas ou seja de 0,20-0,40 m.

Em áreas sob manejo no Sistema Plantio Direto, nos três primeiros anos de implantação, a coleta de solo deve seguir o mesmo procedimento adotado para o sistema convencional. A partir do quarto ano, quando as alterações na dinâmica dos nutrientes no solo tornam-se mais expressivas, deve-se coletar também 20 subamostras por gleba, porém de forma mais estratificada, com o local de amostragem também diferenciado. Estas devem ser feitas nas profundidades de 0 a 0,10 e 0,10 a 0,20 m. Pela ação residual das linhas de adubação e pelo acúmulo de resíduos, deposição de calcário e adubos na superfície do solo e ciclagem de nutrientes, recomenda-se para as coletas das subamostras com pá de corte, retirar de 6 a 8 subamostras por gleba na largura das entrelinhas. Quando a amostragem for feita com trado de rosca ou calador, adotar o seguinte procedimento: para culturas de pequeno espaçamento (0,17 m), coletar um ponto no centro da linha de adubação, mais uma de cada lado. Para culturas com espaçamento médio (0,40 m), coletar uma amostra no centro mais três pontos de cada lado. Nas culturas de grande espaçamento (0,60 a 0,90 m), uma no centro, mais seis de cada lado.

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A coleta de amostras de folhas deve seguir uma padronização, visto que a concentração de nutrientes pode variar em função de fatores externos, que determinam a sua disponibilidade no solo, e também por fatores internos, da própria planta, como seu estádio de desenvolvimento e a idade fisiológica da parte a ser amostrada.

A diagnose foliar do algodoeiro, deve ser feita no florescimento (80 a 90 dias após a emergência), devendo ser coletadas 30 folhas por área considerada homogênea. Coleta-se a quinta folha totalmente formada a partir do ápice da haste principal, e os resultados interpretados segundo os dados da Tabela 1. Tabela 1. Teores adequados de nutrientes nas folhas do algodoeiro, no período de florescimento.

Macronutrientes Teores (g kg-1) Micronutrientes Teores (mg kg-1)

N 35-43 B 30-50 P 2,5-4,0 Cu 5-25 K 15-25 Fe 40-250 Ca 20-35 Mn 25-300 Mg 3-8 Zn 25-60 S 4-8

Fonte: Silva et al. (1995).

O algodoeiro é extremamente sensível à presença de alumínio no solo e, portanto, a prática da calagem é imprescindível para que se consiga sucesso com a cultura em solos ácidos

Em solo com pH (em água) inferior a 5,5 o algodoeiro sofre uma série de problemas nutricionais, que limitam sua produtividade, sendo que abaixo do índice 5,2 aparecem deficiências de fósforo, nitrogênio, enxofre, cálcio, magnésio e potássio e diminui a disponibilidade de micronutrientes, como molibdênio, cobre, zinco e boro, além de toxidez de alumínio, manganês e ferro. As plantas apresentam desenvolvimento reduzido tanto das raízes quanto da parte aérea. As hastes ficam finas, pouco ramificadas, de coloração avermelhada, internódios curtos e superbrotamento. As folhas apresentam-se pequenas, com pontos avermelhados e limbos, às vezes, encarquilhados. O florescimento é deficiente. A quantidade de calcário a ser aplicada (NC) pode ser estimada pelo método que visa a neutralização do alumínio trocável, conforme a expressão:

NC (t ha-1) = Al3+ x 2

Quando o teor de Ca2++ Mg2+ for inferior a 2 cmolc dm-3, a quantidade de calcário pode ser calculada pela

fórmula:

NC (t ha-1) = Al3+ x 2 + [2 – (Ca2+ + Mg2+)]

Outro método que pode ser utilizado é o que visa elevar a saturação por bases no solo (V1) até o valor

desejado (V2), de acordo com as exigências da cultura. Rosolem et al. (1997), em experimento conduzido

em vasos com terra proveniente de um Latossolo vermelho escuro de textura média, concluiu que para um crescimento de raiz adequado, bom desenvolvimento da parte aérea e aumento de produção, a aplicação de calcário deve visar uma saturação por bases de 50 a 60%. A necessidade de calcário é calculada pela expressão:

NC (t ha-1) = (V2 – V1) x T

100 Sendo:

S=soma de bases trocáveis (Ca2+Mg2+K+),em cmolc/dm3

T=capacidade de troca de cátions do solo a pH 7,0=[S + (H+ Al)], em cmolc/dm3

V2=percentagem de saturação por bases recomendada

V1=percentagem de saturação por base atual do solo, calculada pela fórmula:

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As doses obtidas pelos diferentes critérios citados, referem-se a calcário com PRNT de 100%. Quando o PRNT do calcário disponível for diferente de 100%, deve-se corrigir a dose recomendada, utilizando-se a fórmula:

Dose a ser aplicada (t ha-1) = dose recomendada x 100

PRNT do calcário

A eficiência da calagem não é afetada pelo uso de calcário calcítico, dolomítico ou magnesiano desde que a dose recomendada seja aplicada (Braga, 1991). A escolha correta é importante para suprir as necessidades da planta, bem como para restabelecer o equilíbrio catiônico no solo, eventualmente desajustado por cultivos sucessivos. De maneira geral, recomenda-se o uso de calcário dolomítico ou magnesiano quando o teor trocável de Mg no solo for inferior a 1,0 cmolc dm-3 e/ou quando a saturação

deste nutriente na CTC for menor do que 13% A aplicação do tipo e da quantidade de calcário indicada pela análise de solo evita que a produção seja limitada por desbalanços nutricionais provocados pela ocorrência de antagonismo entre os nutrientes.

Como exemplo, a disponibilidade muito alta de Mg no solo pode induzir a deficiência de potássio na planta, em função desses nutrientes competirem entre si na absorção pela raiz. O excesso de calcário pode induzir deficiência de manganês e zinco, principalmente devido a indisponibilidade destes nutrientes no solo. O uso de corretivo abaixo da quantidade necessária reduz a resposta da cultura à adubação, principalmente com fósforo, enxofre e boro

Considerando que os corretivos demandam certo tempo para sua solubilização, o calcário deve ser incorporado com, no mínimo, dois meses antes do plantio, lembrando que sua ação depende da disponibilidade de água no solo e da granulometria do calcário utilizado.

No sistema convencional, para melhor incorporação do produto, quando a dose de calcário for superior a 5 t ha-1 , aplicar metade da dose, arar, aplicar o restante e gradear. A quantidade de calcário

calculada por qualquer dos métodos anteriormente citados é recomendada para a incorporação na camada de 0 a 0,20 m. A incorporação da dose recomendada a profundidades inferiores a 0,20 m pode induzir à redução da disponibilidade de micronutrientes. Por outro lado, caso se pretenda proceder uma incorporação mais profunda, deve-se aumentar a quantidade a ser aplicada, de forma proporcional ao volume de solo a ser corrigido.

No Sistema Plantio Direto já estabelecido, resultados de pesquisa obtidos no Paraná têm demonstrado a eficácia da aplicação superficial (sem incorporar) de calcários. Esse procedimento permite que o teor de alumínio trocável no solo seja mantido em nível não detectável pela análise química, na camada de 0,05 – 0,10 m de profundidade e em níveis não prejudiciais na camada de 0,10 – 0,20 m. Segundo Sá (1996), a ação do corretivo aplicado em superfície pode ocorrer pelas seguintes formas: a) deslocamento de partículas finas de calcário através do movimento descendente de água pelos canalículos de raízes de culturas anteriores, galerias de organismos (micro, meso e macro fauna); b) deslocamento de cálcio no perfil, acompanhado pelos ânions nitrato e sulfato, liberados pela mineralização da matéria orgânica e formação de complexos entre o alumínio e ácidos orgânicos; c) transporte de resíduos culturais com partículas de calcário pela ação da fauna do solo, formando “sítios de matéria orgânica”.

A recomendação de calagem superficial para solos argilosos, é de 1/3 a 1/2 da dose calculada pelo método de saturação por bases para a profundidade de amostragem de 0 a 0,20 m, até o limite de 2,5 t ha-1. Em solos argilo-arenosos e arenosos, aplicar 1/2 da dose estimada pelo mesmo critério até o

limite de 1,5 a 2,0 t ha-1, utilizando-se um calcário de granulometria mais fina. Em áreas onde antes da

adoção do sistema a acidez foi devidamente corrigida, a aplicação do calcário deve ser feita com pequenas doses anuais, ao invés de altas doses a cada três ou quatro anos, como no sistema convencional.

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A incorporação de calcário a profundidades superiores a 0,30 m é limitada por dificuldades operacionais e econômicas. Pelas suas características químicas, o gesso apresenta a capacidade de reduzir a saturação de alumínio nas camadas mais profundas e elevar os teores de cálcio, magnésio e potássio. Com isso, criam-se condições para o aprofundamento do sistema radicular das plantas, e o aproveitamento com maior eficiência da água disponível, minimizando os efeitos de veranicos. Além disso permite que as raízes explorem um volume maior de solo e, conseqüentemente, aproveitem melhor os nutrientes. Deve ficar claro no entanto, que o gesso não neutraliza a acidez do solo.

A aplicação de gesso é indicada quando se detectar, na camada subsuperficial (0,30 a 0,50 m de profundidade), saturação de Al maior que 20% e/ou a saturação de cálcio for menor que 60% (cálculo feito com base na capacidade de troca de cátions efetiva). Indica-se a aplicação de gesso nas doses de 700, 1.200, 2.200 e 2.300 kg ha-1 para os solos de textura arenosa (>15% de argila), média (15 a 35% de

argila), argilosa (36 a 60% de argila) e muito argilosa (> 60% de argila), respectivamente (Kurihara & Maeda, 1996).

Uma vez na solução do solo, o íon Ca2+ pode reagir no complexo de troca do solo, causando maior ou menor movimentação de cátions pelo perfil do solo. Para solos de textura arenosa, com baixa CTC e pequena capacidade de adsorver sulfato, a movimentação de bases seria, potencialmente maior que aquela para um solo de textura argilosa com alta capacidade de adsorção de sulfato e elevada CTC. Nestes solos, onde o potencial de movimentação de bases é elevado, o cuidado com a quantidade de gesso aplicada ao solo deve ser maior para que não ocorra uma movimentação de nutrientes além das camadas exploradas pelo sistema radicular do algodoeiro.

O efeito residual esperado é de, no mínimo, cinco anos. Como fonte de cálcio e enxofre, a aplicação de gesso deve-se restringir a doses em torno de 200 kg ha-1 ano.

A exigência nutricional de qualquer planta é determinada pela quantidade de nutrientes que ela extrai durante o seu ciclo para a obtenção de produções econômicas. Para se fazer uma adubação equilibrada, entre outros parâmetros a ser considerados, é de fundamental importância conhecer a extração total de nutrientes, a quantidade exportada (caroço) e o que fica nos restos de cultura e retorna ao solo (Tabela 2).

Tabela 2. Quantidades de nutrientes extraídos, exportados e retornados ao solo pelo algodoeiro com uma população de 88.800 plantas e produtividade de 2.500 kg ha-1.

N P2O5 K2O Ca Mg S Mn Cu Fe Zn Kg ha-1 g ha-1 Extraído 212 32 118 44 19 10 131 41 1475 155 Exportado 152 21 35 05 10 06 26 22 189 111 Retornado 60 11 83 39 09 04 105 19 1286 44 Fonte: Staut (1996).

O fósforo e potássio podem ser adequadamente recomendados em função da análise do solo. As tabelas 3 e 4 indicam os níveis de interpretação e as doses de fósforo e potássio usadas na adubação de manutenção, respectivamente,

Tabela 3. Níveis de interpretação de fósforo (P) e potássio (K) na análise de solo.

P (Mehlich 1) K+ trocável

Níveis Argiloso* Arenoso** Argiloso* Arenoso**

mg dm-3 cmolc dm-3

Baixo <3 <5,0 <0,15 <0,12

Médio 3,1 - 8,0 5,1–11,0 0,16–0,40 0,13–0,24

Alto >8 >11,0 >0,40 >0,24

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* Para solo com teor de argila superior a 350 g kg-1

* * Para solo com teor de argila inferior a 350 g kg-1

Tabela 4. Doses de fósforo e de potássio usadas na adubação de manutenção.

Fósforo Potássio

Níveis Argiloso* Arenoso** Argiloso* Arenoso**

P2O5 (kg ha-1) K2O (kg ha-1)

Baixo 90 60 80 60

Médio 60 40 60 30

Alto 30 20 40 30

Fonte: Fonte: Costa & Oliveira (1998).

* Para solo com teor de argila superior a 350 g kg-1

* * Para solo com teor de argila inferior a 350 g kg-1

Em solos arenosos quando o teor de potássio for inferior a 0,24 cmolc dm-3, sugere-se aplicar em

cobertura 30 kg ha-1 de K2O aos 30 – 40 dias após a emergência das plantas, juntamente com a adubação

nitrogenada

O nitrogênio deve participar em dose mínima (15 a 20 kg de N ha-1) na adubação básica. Com

relação ao enxofre, é conveniente uma aplicação em dose mínima (20 a 30 kg de S ha-1), no plantio,

havendo, há necessidade do uso de adubos nitrogenados e/ou fosfatados que o contenham. Na impossibilidade de ser aplicado na base, o enxofre poderá ser aplicado em cobertura, juntamente com o nitrogênio, através do uso de sulfato de amônio.

A adubação de manutenção representa, no caso dos micronutrientes boro e zinco, a forma mais eficiente de fornecimento. As doses de boro, usadas na adubação do algodoeiro encontram-se na Tabela 5.

Tabela 5. Doses de boro recomendadas para aplicação no plantio, em função dos análises de solo e foliar. Classe de

disponibilidade Boro Dose de B recomendada

Solo (1) Folha (2) mg dm-3 mg kg-1 kg ha-1 Muito baixa <0,2 <20 1,0-1,2 Baixa 0,2-0,4 20-35 0,8-1,0 Média 0,4-0,6 35-50 0,5-0,8 Alta >0,6 >50 0

Fonte: Silva & Carvalho (1994).

Extração por água quente e determinação pelo método colorimétrico com azometina H.

Amostra da 5º folha, coletada na floração; extração por digestão via seca e determinação com azometina H.

Adubação de Cobertura

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algodoeiro e aumentar a produtividade. O momento mais adequado para proceder à adubação nitrogenada em cobertura é variável, em função de fatores como tipo de solo, quantidade e intensidade de chuvas.

Embora se saiba que as plantas absorvem o nitrogênio via foliar, na cultura do algodoeiro esse modo de adubação tem sido indicado como alternativa para corrigir eventuais carências tardias, que ocorrem na fase de frutificação. Assim, deve-se aplicar uréia nas horas mais frescas do dia, a baixo volume, em concentração entre 5 a 7%.

Tabela 6. Adubação de cobertura, com nitrogênio (em função do histórico das áreas) e potássio (de acordo com análise do solo)

Produtividade N plantio N em cobertura CTC K+ trocável

t ha-1 (kg ha-1) Classe de resposta ao N * cmolc dm-3

Alta Média Baixa 0- 0,07 0,08-0,15

N (kg ha-1) K2O (kg ha-1)

1,5-2,0 15-20 40 30 15 - - -

2,0-2,4 15-20 50 40 20 >6,0 20 -

>2,4 15-25 100 50 30 Até 6,0 20 -

<6,0 40 20

Fonte: modificada de Silva (1999).

*Alta: solos intensamente cultivados e adubados ou desgastados, erodidos. Média: Solos ácidos ou em processo de correção, moderadamente adubados.

Baixa: Solos de derrubada recente, em pousio prolongado ou após rotação com leguminosas. Nesses casos incorporar os restos vegetais com pelo menos dois meses de antecedência.

Doses mais elevadas de nitrogênio podem ser usadas em solos arenosos em anos ou locais muito chuvosos e que as plantas crescem pouco. Nesse caso, aplicar 2/3 da quantidade na primeira cobertura e o restante após o intervalo de vinte dias. Adubações tardias tentem a prolongar o ciclo do algodoeiro, dificultando o controle de pragas tardias e atrapalhando a maturação dos frutos.

Quando se aplica uréia, é de fundamental importância a incorporação adequada do adubo ao solo, tanto no plantio, como na cobertura. Geralmente é suficiente a incorporação a 0,05 m de profundidade. Em solos arenosos, com baixa CTC, muito permeáveis ou intensamente cultivados, o potássio pode ser colocado de forma parcelada, principalmente quando as doses recomendadas forem superiores a 60 kg ha-1; nessa situação, efetuar a aplicação em cobertura, conjugada à de nitrogênio.

Pulverização Foliar

O boro é prontamente assimilado pelas folhas do algodoeiro, embora deva ficar claro que esse tipo de adubação não tem a mesma eficiência que os métodos tradicionais. Recomenda-se a pulverização foliar apenas como medida corretiva de deficiências, caso estas apareçam durante o desenvolvimento do algodoeiro.

Bórax e ácido bórico são os produtos mais comuns, no mercado, para fornecerem boro, cuja concentração não deve exceder 0,2 kg de B ha-1 por aplicação. Os adubos boratados devem ser aplicados

a baixo volume, em pelo menos três vezes, espaçadas de 5 a 7 dias, durante o florescimento (Silva et al., 1995).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, J. M. Aspectos qualitativos do calcário. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 15, n. 170, p. 5-11, 1991.

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MELO FILHO, G. A.; LEMES, M. M. R. Estimativa de custo de produção de algodão, sagra 2000/2001, em Mato Grosso do Sul. [S.l.: s.n.], 2000. 4p. (Comunicado Técnico, 16)

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