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Saúde de Lésbicas e Mulheres Bissexuais do Distrito Federal

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Apresentação _______________________________________________

A pesquisa Saúde de Lésbicas e Mulheres Bissexuais do Distrito

Federal é mais um fruto do trabalho constante e profícuo da Coordenação de

Pesquisa do Estruturação – Grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais,

travestis, transexuais e transgêneros) de Brasília, entidade fundada em 9 de

janeiro de 1994 que, dentre várias honrarias recebidas em sua trajetória, foi

agraciada com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos 2003, concedido pela

Presidência da República.

Com esta pesquisa, o Núcleo de Pesquisas agrega mais um

levantamento inédito e de fundamental importância ao grupo de outros

estudos feitos pela entidade com ou sem parceria, que inclui: perfil de gays e

homens bissexuais do DF, perfil das travestis e transexuais profissionais do

sexo do DF, raio-x da religiosidade de LGBT, dados sobre violência contra

LGBT no DF, pesquisa sobre a imagem da entidade e opinião de

heterossexuais do DF sobre direitos de LGBT e convivência com esse

segmento. Tal conjunto é, hoje, um dos maiores do Brasil sobre a questão

arco-íris. Enfim, mais um orgulho que o Estruturação proporciona aos e às

LGBT da capital federal.

A ausência de pesquisas enfocando especificamente a questão

da saúde de Lésbicas e Mulheres bissexuais no Distrito Federal permitiu que

durante muito tempo fossem especuladas várias idéias a respeito do

atendimento médico-hospitalar e de outros assuntos ligados à saúde e ao

comportamento desse grupo. Esse desconhecimento limitava sobremaneira a

atuação das entidades de defesa dos direitos LGBT e a aplicação de políticas

públicas específicas para esse segmento.

A partir dos dados obtidos na pesquisa, pôde-se confirmar algumas

idéias antigas – presentes no senso comum das/os militantes da causa LGBT

–, mas foram também quebrados alguns paradigmas, como se verá.

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3

Esta pesquisa é um exemplo do trabalho conjunto no qual o

Estruturação tanto acredita e pratica. Todos e todas os/as envolvidos/as

trabalharam de forma voluntária, sem o que não seria possível realizar esse

levantamento. No mais, esse levantamento foi realizado sem financiamento

de fontes empresariais ou governamentais. Que gratificante é olhar a história

de feitura de cada passo desta pesquisa e ver pessoas que acreditam no

poder de cada um e cada uma se somarem por uma causa comum. Todos os

desafios são pequenos quando as cores de nossos arco-íris se apóiam.

O empenho do Estruturação para a realização de levantamentos vem

da certeza da organização de que o ativismo LGBT evolui sobremaneira e

deve ser, cada vez mais, efetivado com seriedade para que se possa cobrar

políticas públicas junto aos governos. Nossa busca cotidiana é tornar a

expressão “ativismo LGBT qualificado” um pleonasmo. Assim caminhamos.

Equipe _____________________________________________________

Idealizador: Welton Trindade (diretor do Estruturação e coordenador

interino da Coordenação de Pesquisas)

Elaboradores do instrumento de pesquisa: Marden Marques Soares

Filho (psicólogo – CRP-01 nº. 9424), Herivelto Clayton Severiano (estudante

de Psicologia) e Welton Trindade

Financiamento: Welton Trindade

Coordenadora de pesquisa de campo: Sônia Regina Moraes

Tabulação e tratamento estatístico: Hernane Queiroz, Welton Trindade

e William Mourão

Relatório: Welton Trindade e Herivelto Clayton Severiano.

Metodologia _________________________________________________

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4

questões fechadas. Os questionários foram aplicados em locais de freqüência

lésbicas e de mulheres bissexuais do Distrito Federal. Sendo os locais: Bar

Barulho (Parque da Cidade), Bar Dedo de Moça (Taguatinga), sede do

Estruturação (Asa Sul), Bar Beirute (Asa Sul) e Festa da Lili (Setor Oeste).

Como se vê, o universo da pesquisa é o de lésbicas e mulheres

bissexuais que freqüentam locais LGBT. Esse é um dado que sempre se

deve ter em mente na avaliação e leitura dos dados apresentados. Tal é

importante para se reconheça o fato de que não se fala aqui de todas as

lésbicas e mulheres bissexuais do Distrito Federal e de que ir a local de

freqüência LGBT pode significar uma postura menos conflituosa com a

própria orientação sexual, o que influencia sobremaneira a vivência dessas

pessoas no que diz respeito a tal característica.

Aplicadores/as treinados/as pela Coordenação de Pesquisas do

Estruturação foram os responsáveis pela abordagem das entrevistadas e pela

aplicação do conjunto de questões. Pelo tipo de perguntas, que tocavam em

questões íntimas, a orientação era que o/a pesquisador/a apenas aplicasse o

questionário se a entrevistada concordasse em responder às perguntas sem

nenhum/a conhecido/a ao seu lado.

Assim, era regra pedir para que a respondente pudesse ir a uma área

mais reservada nos espaços de aplicação da pesquisa para que se efetivasse

a entrevista. Tal procedimento, com certeza, nos aproximou da captação mais

verdadeira das respostas.

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5

Índice

Apresentação ... 2

Equipe ... 3

Metodologia ... 3

QUESTÃO 1 - Onde você mora ... 9

QUESTÃO 2 – Idade ... 10

QUESTÃO 4 – Independentemente das suas relações sexuais, você se sente atraída... ... 11

QUESTÃO 5 – Para si mesma você se assume como: ... 11

QUESTÃO 6 – Para maioria das pessoas, você se assume como: ... 12

QUESTÃO 7 – Qual sua cor/raça/etnia? ... 13

QUESTÃO 8 – Qual sua escolaridade? ... 14

QUESTÃO 9 – Cálculo da classe social da respondente de acordo com o Índice Brasil do IBGE ... 14

QUESTÃO 10 – Qual era sua idade quando você fez sexo pela primeira vez? ... 15

QUESTÃO 11 – A sua primeira vez foi feita com: ... 166

QUESTÃO 12 – Qual era sua idade quando você fez sexo pela primeira vez com mulher? ... 17

QUESTÃO 13 – Atualmente, você tem parceira/o fixa/o? ... 17

QUESTÃO 14 – Quanto parceiras(os) sexuais você teve no último ano? ... 18

QUESTÃO 15 – Você possui filhos? ... 20

QUESTÃO 16 – Quantos/as filhos/as você tem? ... 20

QUESTÃO 17 – Quais foram os métodos utilizados? ... 21

QUESTÃO 18 – Com que freqüência você faz auto-exame de mamas? ... 22

QUESTÃO 19 – Com que freqüência você faz papanicolau? ... 22

QUESTÃO 20 – Com que freqüência você faz mamografia? ... 23

(6)

6

QUESTÃO 22 – Você teve relações sexuais com homens nos últimos 2 (dois) anos? ... 24

QUESTÃO 23 – Nessas relações sexuais com homens, quais dos seguintes métodos você utilizou? ... 25

QUESTÃO 24 – Você teve relações sexuais com mulheres nos últimos 2 (dois) anos? ... 26

QUESTÃO 25 –. No sexo com mulheres, geralmente você costuma se preocupar com as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 26 – Você utiliza camisinha quando usa “brinquedos” ou outros objetos de penetração? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 27 – Nas suas relações sexuais com os dedos, sendo ativa ou passiva, você costuma utilizar luvas ou preservativos masculinos? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 28 – Você faz sexo oral (boca-vulva) na sua parceira? ... 30

QUESTÃO 28 – Você faz sexo oral (boca-vulva) na sua parceira? FREQÜÊNCIA ... 30

QUESTÃO 29 – Você utiliza barreiras (“lençol de borracha”) nessas relações? ... 31

QUESTÃO 30 – Você faz penetração com dedos, mãos ou acessórios na sua parceira? ... 31

QUESTÃO 31 – Faz isso também durante o período menstrual da sua parceira?Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 32 – Você evita contato com as secreções femininas da parceira? ... 33

QUESTÃO 33 – Você já teve ou ainda tem as seguintes doenças ... 33 QUESTÃO 34 – Nos últimos dois anos, você foi atendida ou fez consulta com algum/a

profissional de saúde (médicos/as, enfermeiros/as, etc) da rede pública ou particular no

Distrito Federal?... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 35 – Houve situações em que o/a profissional de saúde percebeu que você era homo/bissexual ou você contou isso durante o atendimento? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 36 – Na sua avaliação, houve situações em que era importante você assumir

para a/o profissional de saúde que é homo/bissexual para uma orientação médica correta?Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 37 – Quanto às situações em que era importante você falar da sua sexualidade,

você se assumiu: ... Error! Bookmark not defined.

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7 QUESTÃO 40 – Quando sua homo/bissexualidade foi conhecida pela/o profissional de

saúde, ele/a: ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 41 – Você evita ou evitou nos últimos 2 anos ir a um/a ginecologista com receio de que ele/a descubra sua homo/bissexualidade ? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 43 – Em pelo menos uma das vezes, foram receitados a você métodos para não

engravidar? ... 40

QUESTÃO 44 – De forma geral, você acha que os/as profissionais de saúde do DF estão preparados/as para lidar com a sexualidade de lésbicas e mulheres bissexuais sem preconceito? ... 41

QUESTÃO 45 – Você vê mais vantagens ou mais desvantagens em contar a um/a profissional de saúde sua homo/bissexualidade quando ela for importante para um tratamento?... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 46 – Sua homo/bissexualidade é conhecida por alguém no seu trabalho?Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 47 – Se sim, quem sabe? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 48 – Sua homo/bissexualidade é conhecida por alguém na sua escola ou faculdade? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 49 – Quem sabe? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 50 – Sua homo/bissexualidade é conhecida por alguém na sua família?Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 51 – Quem sabe? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 52 – Como esse/a/es/as parente/s tomou/aram conhecimento da sua homo/bissexualidade? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 53 – Na média, de que forma os parentes que sabem de sua orientação sexual reagem em relação a isso? ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 54 – Você já participou de algum grupo ou organização LGBT?Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 55 – Praticar atividades físicas. ... 50

QUESTÃO 56 – Alimentar-se de forma saudável. ... 50

QUESTÃO 57 – Fazer uso exagerado de bebidas alcoólicas. ... 51

(8)

8 QUESTÃO 60 – Ingerir remédio sem orientação médica ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 61 – Estar bem acima do peso ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 62 – Estar muito abaixo do peso. ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 63 – Comer exageradamente e, em seguida, vomitar tudo.Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 64 – Fumar ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 3 X QUESTÃO 4 X QUESTÃO 5 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 5 X QUESTÃO 6 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 2 X QUESTÃO 25 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 2 X QUESTÃO 26 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 2 X QUESTÃO 27 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 2 X QUESTÃO 29 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 3 X QUESTÃO 43 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 2 X QUESTÃO 45 ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 9 X QUESTÃO 46 ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 9 - Cálculo da classe social da respondente de acordo com o Índice Brasil do

IBGE ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 9 X QUESTÃO 48 ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 9 - Cálculo da classe social da respondente de acordo com o Índice Brasil do

IBGE ... Error! Bookmark not defined. CRUZAMENTOS – QUESTÃO 9 X QUESTÃO 50 ... Error! Bookmark not defined. QUESTÃO 9 - Cálculo da classe social da respondente de acordo com o Índice Brasil do

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9

QUESTÃO 1 – Onde você mora?

Freqüencia % Taguatinga 32 15,5% Plano Piloto 31 15,0% Guará 24 11,6% Ceilândia 17 8,2% Samambaia 14 6,8% Gama 10 4,8% Riacho Fundo 9 4,3% Santa Maria 9 4,3% Águas Claras 8 3,9% Planaltina 8 3,9% Sobradinho 8 3,9% Cruzeiro 6 2,9% Sudoeste 6 2,9% Lago Sul 4 1,9% Paranoá 4 1,9% Recanto das Emas 4 1,9% São Sebastião 4 1,9% Núcleo Bandeirante 2 1,0% Octogonal 2 1,0% Park Way 2 1,0% Gama 1 0,5% Jardim Botânico 1 0,5% Vicente Pires 1 0,5% TOTAL 207 100,0%

(10)

10 QUESTÃO 2 – Idade Freqüência % De 19 a 24 anos 100 48,3% De 25 a 29 anos 44 21,3% Até 18 anos 33 15,9% De 30 a 35 anos 17 8,2% De 36 a 40 anos 7 3,4% De 41 a 50 anos 6 2,9% TOTAL 207 100,0%

O que se tem aqui é a constatação de quanto é significativa a presença de lésbicas e mulheres bissexuais abaixo de 30 anos de idade em locais de confraternização LGBT (85,5%). Tal fato deve acompanhar a leitura e a interpretação desta pesquisa, enfim, a amostra é bastante jovem. As entrevistadas com menos de 18 anos de idade foram encontradas na sede do Estruturação e no Bar Barulho, que é um quiosque no Parque da Cidade. Neste local, os/as freqüentadores espalham-se em volta dele e a freqüência é aberta.

QUESTÃO 3 – Quanto ao seu “comportamento sexual”, você teve nos últimos dois anos relações sexuais...

Freqüência %

(11)

11

QUESTÃO 4 – Independentemente das suas relações sexuais, você se sente atraída...

Freqüência %

Apenas por mulheres 117 56,8% Mais por mulheres 57 27,7% Igualmente por Homens e Mulheres 30 14,6% Apenas por Homens 1 0,5% Mais por Homens 1 0,5% TOTAL 206 100,0%

(12)

12 necessariamente. Ainda nesta pesquisa há cruzamento dessas duas questões com a de número 5.

QUESTÃO 5 – Para si mesma você se assume como:

Freqüência %

Lésbica 142 68,6% Bissexual 55 26,6% Heterossexual 2 1,0% Nenhuma das Anteriores 8 3,9% TOTAL 207 100,0%

QUESTÃO 6 – Para maioria das pessoas, você se assume como:

Freqüência %

Lésbica 106 51,2% Bissexual 32 15,5% Heterossexual 58 28,0% Nenhuma das Anteriores 11 5,3%

(13)

13 A avaliação conjunta da questão 5 e 6 (que também estão relacionadas na seção de cruzamentos) mostra claramente o quanto a identidade de orientação sexual lésbica ou bissexual muda quando ela é posta para as redes sociais. No primeiro caso, a opção lésbica corresponde a 68,8%, mas cai para 51,2% quando se pergunta sobre a identidade socializada. A diminuição também é vista entre pessoas que se autoidentificam como bissexuais (que são 26,6%). Socialmente, a expressão sobre tal orientação sexual desce para 15,5%. Por outro lado, a identidade heterossexual vai de 1% na primeira pergunta e salta para 28% na segunda. Aqui se tem o ponto do assumir a própria orientação sexual socialmente ou de dissimulá-la ou omiti-la (índice de 11,3% na questão 6 para essa última alternativa). Chama-se à atenção o fato da pergunta fazer referência à “maioria das pessoas” com quem a entrevistada se relaciona e não a todas. Analisando os números, 25,35% das entrevistadas que se consideram lésbicas e 41,81% das bissexuais não se assumem como tal na maioria de suas redes sociais. Claro que o ideal seria maior correspondência entre a autoidentidade e a orientação sexual colocada nas redes sociais por ser essa relação fator importante para a integridade psicológica e social do indivíduo. Importante registrar que nem sempre a identidade não-heterossexual própria é colocada socialmente como heterossexual. Como mostra cruzamento das questões, há, por exemplo, lésbicas que se identificam socialmente como bissexuais. Portanto, nem sempre é a rejeição social a não-heterossexualidade é que guia tais dissonâncias.

QUESTÃO 7 – Qual sua cor/raça/etnia?

Freqüência %

(14)

14 Para comparação, segundo Pdad de 2004, 39,72% da população do Distrito Federal se declarava branca; 4,29%, preta; 1,79%, amarela; 47,54%, parda/mulata, e 0,19%, indígena. Interessante notar como o índice de entrevistadas pela pesquisa que se declararam pretas (16,4%) e amararela (5,3%) são superiores aos índices gerais do Distrito Federal e como com o segmento de brancas se torna majoritário numericamente neste levantamento (36,2%). Registra-se aqui que tal comparação é geral tendo em vista que os números utilizados sobre raça/etnia no DF dizem respeito a homens e mulheres.

QUESTÃO 8 – Qual sua escolaridade?

Freqüência %

Ensino Fundamental 1 0,5% Ensino Fundamental Incompleto 8 3,9% Ensino Fundamental Completo 1 0,5% Ensino Médio 1 0,5% Ensino Médio Incompleto 37 18,1% Ensino Médio Completo 64 31,4% Graduação 1 0,5% Graduação Incompleta 50 24,5% Graduação Completa 33 16,2% Pós-Graduação Incompleta 3 1,5% Pós-Graduação Completa 5 2,5% TOTAL 204 100,0%

(15)

15 É importante observar que, ainda que a porcentagem de entrevistadas no Plano Piloto, Sudoeste e Lago Sul – locais de maior poder aquisitivo do DF – constitua apenas 20% de todas as entrevistadas, a predominância das classes A e B na pesquisa foi de 75%, seguida de 20% da classe C e apenas 4,4% da classe D. Não houve nenhum registro de lésbicas ou mulheres bissexuais pertencentes à classe E. Importante notar que cerca da metade das entrevistas foram realizadas em locais em que não havia a necessidade de pagamento por parte do público para acesso, são eles Bar Barulho, café Dedo de Moça (em uma quinta-feira) e sede do Estruturação. É importante estar claro esse ponto para que se veja o cuidado da pesquisa em não atuar apenas em locais em que o acesso era feito somente por meio de pagamento de entrada, o que realmente seria um viés comprometedor para o levantamento.

QUESTÃO 10 – Qual era sua idade quando você fez sexo pela primeira vez?

(16)

16 Segundo a Pesquisa Mosaico Brasil, realizada em 2008 pela Universidade de São Paulo sob encomenda do laboratório Pfizer, a idade média na primeira relação sexual das mulheres do Distrito Federal é de 17,4 anos. A média encontrada aqui se aproxima muito da obtida pelo levantamento citado. De acordo com as resposta das entrevistadas, a idéia média da primeira relação sexual entre lésbicas e mulheres bissexuais foi de 17,2 anos.

QUESTÃO 11 – A sua primeira vez foi feita com:

Freqüência %

(17)

17

QUESTÃO 12 – Qual era sua idade quando você fez sexo pela primeira vez com mulher (para quem responder “homem” na questão anterior)?

Freqüência % De 12 a 15 Anos 13 12,5% De 16 a 19 Anos 57 54,8% De 20 a 22 Anos 23 22,1% De 23 a 25 Anos 4 3,8% De 26 a 29 Anos 4 3,8% De 31 a 39 Anos 3 2,9% TOTAL 104 100,0%

QUESTÃO 13 – Atualmente, você tem parceira/o fixa/o?

Freqüência %

(18)

18 Interessante notar que o índice de 62,9% de parceria fixa no momento da pesquisa coloca as lésbicas e mulheres bissexuais como o segmento que mais possui esse tipo de relacionamento em relação aos outros do universo LGBT. Cruzamento feito em seção no final desta pesquisa mostra que entre apenas lésbicas o índice é de 69% e entre mulheres bissexuais, 53,7%. A pesquisa Comportamento Sexual e Cidadania Junto à População de Homens que Fazem Sexo com Homens do Distrito Federal, feita pelo Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília em 2003 com apoio do Estruturação, mostrou que 51,4% dos gays e homens bissexuais que freqüentavam locais LGBT tinham ou tiveram relacionamento fixo nos seis meses anteriores à pesquisa. A Pesquisa Perfil das Transgêneros Profissionais do Sexo que Trabalham em Espaços Públicos do Distrito Federal, feita pelo Estruturação em 2005, registrou que 51% das respondentes tinham companheiro ou namorado.

QUESTÃO 14 – Quanto parceiras(os) sexuais você teve no último ano?

(19)

19 O número de parceiras sexuais é um dado fundamental para que se planeje ações de saúde sexual eficazes para um segmento. Aqui comentando apenas o número de parceiras sexuais, vê-se um índice robusto de parceria única no ano anterior à pesquisa (47,0%) e duas (24,7%). Tem-se portanto um comportamento mais restrito no que diz respeito ao número de parceiras sexuais. Tal fato pode indicar potencialidade de haver mais conversas entre as parceiras sobre a questão de prevenção de DSTs e saúde sexual já que se pode ter como tendência relacionamentos mais duradouros como mostra a questão anterior. Para se ter idéia de como esse dado é importante para se ter ações específicas para cada segmento, a pesquisa Comportamento Sexual e Cidadania Junto à População de Homens que Fazem Sexo com Homens do Distrito Federal, feita pelo Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília com o apoio do Estruturação em 2003, mostrou que 64% dos entrevistados tiveram parceiros sexuais ocasionais no mês anterior ao levantamento com o número médio de 3,7 parceiros nesse período.

(20)

20

QUESTÃO 15 – Você possui filhos?

Freqüência %

Não 183 89,3% Sim 22 10,7% TOTAL 205 100,0%

O número de 10,7% de entrevistadas que possuem filhos mesmo em um grupo de pesquisadas tão jovens (85,5% com menos de 30 anos) evidencia que famílias com mãe ou mães não-heterossexuais é uma realidade que não deve ser foco de desprezo pela sociedade e pelo poder público.

QUESTÃO 16 – Quantos/as filhos/as você tem?

Freqüência %

(21)

21

QUESTÃO 17 – Quais foram os métodos utilizados?

Freqüência %

Concepção Natural 18 90,0% Inseminação Artificial 1 5,0% Adoção 1 5,0% TOTAL 20 100,0%

(22)

22

QUESTÃO 18 – Com que freqüência você faz auto-exame de mamas?

Freqüência %

Fez 1 x no último ano pelo menos 123 59,4% Nunca Fez 70 33,8% Fez 1 x nos últimos 2 anos pelo menos 7 3,4% Fez há mais de 2 anos 7 3,4% TOTAL 207 100,0%

Com relação ao auto-exame de mamas, há uma boa freqüência (59,4%), mas que poderia ser melhor, já que a recomendação para este exame é de prática mensal a partir da formação da glândula mamária – o que acontece até antes da primeira menstruação.

QUESTÃO 19 – Com que freqüência você faz papanicolau?

Freqüência %

(23)

23 No caso do exame de papanicolau, utilizado para detecção de câncer de colo de útero, a freqüência daquelas que nunca o fizeram foi um pouco alta (41,5%). O ideal seria que os resultados fossem melhores já que se recomenda a feitura do exame uma vez por ano após a primeira menstruação. Virgens podem se submeter a esse procedimento.

QUESTÃO 20 – Com que freqüência você faz mamografia?

Freqüência %

(24)

24 Os resultados foram ótimos (25,1% fizeram exame pelo menos uma vez no último ano), já que apenas 14,5% das entrevistadas encontram-se na faixa de idade recomendada para o exame – mais de 30 anos. O exame, de freqüência anual de 30 anos aos 39 anos, deve ser realizado semestralmente a partir dos 40 anos de idade.

QUESTÃO 21 – Em sua opinião, quem precisa mais ir a(o) ginecologista?

Freqüência % Todas as Mulheres 187 90,3% Mulheres Bissexuais 9 4,3% Mulheres Heterossexuais 6 2,9% Lésbicas 5 2,4% TOTAL 207 100,0%

As respostas obtidas derrubam uma crença bastante difundida entre ativistas e até profissionais de saúde que lidam com a saúde feminina, a de que lésbicas não daria atenção necessária à importância da consulta a ginecologistas. Os números são claros. 90,3% das pesquisadas acham que todas as mulheres precisam ir ao ginecologista independentemente da orientação sexual. Esse estado de alerta para a questão deve ser muito bem aproveitado por ações em saúde para esse segmento.

QUESTÃO 22 – Você teve relações sexuais com homens nos últimos 2 (dois) anos?

Freqüência %

(25)

25

QUESTÃO 23 – Nessas relações sexuais com homens, quais dos seguintes métodos você utilizou? (resposta múltipla)

Freqüência %

Fez sexo sem nenhum método contraceptivo ou de prevenção

a DST/Aids 10 11,5%

Pílulas anticoncepcionais 6 6,9% Pílula anticoncepcional de emergência (pílula do dia seguinte) 7 8,0% Injeções anticoncepcionais 2 2,3% Camisinha masculina 58 66,7% Camisinha feminina -

-Diafragma -

-Espermicida -

-Dispositivo Intra-Uterino. DIU 1 1,1%

Tabela 3 3,4%

Coito interrompido e relação sexual sem penetração vaginal - -Ligadura de trompas - -Vasectomia (do parceiro) -

(26)

26 A informação de que 66,7% das pesquisadas utilizam o preservativo masculino é bastante satisfatória, pois é um método contraceptivo que também previne contra DST/AIDS. Registra-se o fato de que a pílula do dia seguinte foi utilizada por 8% das entrevistadas. Deve ser foco de trabalho a realidade mostrada a respeito do uso da camisinha feminina: não foi citado nenhuma vez. Tal mostra a falta total de adesão a esse método contraceptivo e de prevenção de DST/AIDS que concede maior poder de decisão da mulher no cuidado da saúde.

QUESTÃO 24 – Você teve relações sexuais com mulheres nos últimos 2 (dois) anos?

Freqüência %

Sim 199 96,1%

Não 8 3,9%

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