Matemática
JOSÉ AUGUSTO DE MELO M3
Matemática I
Trigonometria ... 3
Números Complexos ... 21
Equações Algébricas ... 28
Matemática II Estudo Analítico da Reta ... 32
Estudo Analítico da Circunferência ... 40
Limite ... 46
Derivada ... 51
���������
������������������������������������
3
Matemática M3
TRIGONOMETRIA
1 RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
Dado o triângulo retângulo ABC, definimos:
Seno de um ângulo agudoa
hipotenusa a oposto cateto
Sen a
= a
Assim:
a B ˆ b Sen = e
a C ˆ c Sen =
Cosseno de um ângulo agudoa hipotenusa
a adjacente cateto
Cos a
= a
Assim:
a B ˆ c Cos = e
a C ˆ b Cos =
Tangente de um ângulo agudoa
a
= a
a cateto adjacente a a oposto cateto
tg
Assim:
c B ˆ b tg = e
b C ˆ c tg =
2 ALGUMAS RELAÇÕES ENTRE AS RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS
a) a
sena = c ,
a cosa = b
2 2 2 2 2 2
a b a cos c
sen a + a = + a 1 a a
b cos c
sen 2 2 2 + 2 2 = 2 2 =
= a +
a , ou seja:
sen 2 a + cos 2 a = 1
b) cos sena a = b c / / a a ; cos sena a = b c = tg a
a
= a a cos tg sen
c) a + b = 90 o b = 90 o - a
a sen = a c
a
cos = b c sen a = cos( 90 o- a )
De modo análogo, provase que sen( 90 o- a ) = cos a
a
= a -
a
= a -
Cos ) 90 ( Sen
Sen ) 90 ( Cos
o o
3 UM PEQUENO COMENTÁRIO
As razões trigonométricas definidas até agora são válidas apenas para ângulos agudos de um triângulo retângulo.
Necessidades práticas exigem que definamos essas razões para ângulos arbitrários e até mesmo para números reais quaisquer. Para que isso seja possível, definiremos novamente essas razões, substituindo o ângulo por um arco e o triângulo retângulo por uma circunferência. Veja a seguir.
4 MEDIDA DE ARCOS
Chamase arco a cada uma das partes em que uma circunferência fica dividida por dois de seus pontos.
B B
A A A = B A = B
Observação:
Se A = B obtemos dois arcos: o arco nulo e o arco de uma volta.
A medida de um arco AB na unidade PQ é por definição:
PQ o compriment
AB o compriment AB
.
med =
Unidades mais usadas
a) Grau: arco unitário equivalente a 360
1 da circunferência.
b) Radiano: arco unitário cujo comprimento é igual ao raio da circunferência que o contém.
Observação:
Para converter uma unidade de medida em outra lembrese que 180° =prad.
Comprimento de um arco
Sejaa a medida em radianos do arco AB (ou do ângulo central AÔB).
raio do o Compriment
AB o Compriment )
rad ( AB .
med =
r
= l a
a
= r .
l (aem rad.)
5 A CIRCUNFERÊNCIA TRIGONOMÉTRICA
Seja x0y um sistema de coordenadas no plano. Com centro em O, tracemos uma circunferência de raio 1. Consideramos o ponto A como a origem de todos os arcos tomados sobre essa circunferência. Arcos percorridos no sentido antihorário serão considerados como tendo medida algébrica positiva e arcos percorridos no sentido horário serão considerados negativos. A uma tal circunferência, denominamos de circunferência trigonométrica.
6 ARCO TRIGONOMÉTRICO
Se P é um ponto da circunferência trigonométrica, ele determina uma infinidade de arcos com origem A e extremidade P. Se O £ a < 2 p é a medida de AP em radianos, chamamos de arco trigonométrico AP ao conjunto de valores do tipo a+ 2Kp, com K inteiro. A achamaremos de 1ªdeterminação positiva de AP.
r
������������������������������������
5
Matemática M3 Obs.: Se 0 £ a < 360 o , o arco trigonométrico será representado por a + K . 360 o
Observe que um arco trigonométrico é uma família de arcos com origem A e extremidade P que são obtidos dandose voltas na circunferência no sentido positivo ou negativo. No que se segue, procuramos sempre trabalhar com a 1ªdeterminação positiva do arco trigonométrico.
7 SENO E COSSENO
Podemos agora definir o seno e o cosseno de qualquer arco.
Sejaaa primeira determinação positiva do arco trigonométrico AP. Como P está num sistema de coordenadas, ele tem uma abscissa (OQ) e uma ordenada (OR).
Definição:
a) cos a = OQ (abscissa de P) b) sena = OR (ordenada de P) Observe que:
a) 1 £ cos a £ 1
1 £ sen a £ 1 b) Sinal do seno
c) Sinal do Cosseno
d) O seno é crescente no 1º e no 4º quadrantes e decrescente no 2º e 3º quadrantes.
e) O cosseno é crescente no 3º e no 4º quadrantes e decrescente no 1ºe 2ºquadrantes.
f) No triângulo OPQ temos:
PQ = sen x, OQ = cos x e OP = 1
Aplicando o teorema de Pitágoras, obtemos sen 2 x + cos 2 x = 1.
8 TANGENTE E COTANGENTE
tg x = AT cotg x = BS
Veja que os triângulos OPP 1 e OAT são semelhantes.
Logo, podemos dizer que:
1
OP 1
PP OA
AT = e substituindo
x cos
x sen 1 tgx =
Com um raciocínio semelhante, você mostra que:
cotg x = sen cosx x
Considerações importantes
a) A tg x e a cotg x podem assumir qualquer valor real.
b) Sinal da tangente.
c) Sinal da cotangente.
d) A tangente dos arcos com extremidades em B ou B’ não existe ou seja, só existe tg x se ¹ p + k p
x 2 (ou em graus x ¹ 90° + k . 180°).
e) A cotangente dos arcos com extremidade em A ou A’ não existe ou seja, só existe cotg x se
p
¹k
x (ou x ¹ k . 180 ° ).
9 SECANTE E COSSECANTE
Se x é um arco para o qual sen x ¹ 0 e cos x ¹0, definimos:
D.1) Secante x cos x 1 sec =
D.2) Cossecante x sen x 1 sec
cos = (obs.: cossec x = csc x) Representação geométrica
sec x = OQ cossec x = OR Observe que:
a) sec x £ 1 ou sec x ³ 1 csc x £ 1 ou csc x ³ 1
b) O sinal da secante coincide com o sinal do cosseno e o sinal da cossecante coincide com o sinal do seno.
c) Só existe sec x, se ¹ p + k p
x 2 , k inteiro. Só existe csc x, se x ¹ k p , k inteiro.
10 REDUÇÃO AO PRIMEIRO QUADRANTE
As simetrias apresentadas pelas extremidades dos arcos trigonométricos nos permitem calcular as razões trigonométricas de qualquer arco, usando sempre um arco do 1ºquadrante.
A) Arcos do 2ºquadrante.
Se x está no 2ºquadrante, o seu simétrico em relação ao eixo Oy está no 1º quadrante e pode ser achado calculandose 180° x ou p x, conforme x seja dado em graus ou radianos.
Não é difícil provar que as razões trigonométricas de 180° x e x têm o mesmo valor absoluto. A determinação do sinal das razões trigonométricas de x é feita pelo que já aprendemos anteriormente.
������������������������������������
7
Matemática M3 Exemplos:
Reduza ao 1ºquadrante.
a) sen 110º Solução:
110º está no 2ºquadrante. Seu simétrico será 180º 110º = 70º
Como no 2ºquadrante o seno é positivo teremos:
sen 110º = sen 70º b) cos 874º
Solução:
874º 360º 154º 2
Então, cos 874º = cos 154º
Simétrico de 154º = 180º 154º = 26º
No 2ºquadrante, o cosseno é negativo. Logo, cos 874º = cos 154º = – cos 26º.
c) 3 tg 2 p
=
Solução:
3 2p
está no 2ºquadrante, seu simétrico é
3 3
2 p
p = - p No 2ºquadrante, a tangente é negativa, logo:
tg 3 3
tg2 p
- p = B) Arcos do 3ºquadrante
Se x está no 3ºquadrante, use o seu simétrico em relação à origem, calculando x 180° ou x p. Exemplo:
Reduza ao primeiro quadrante: sec 220°
Solução:
220° está no 3ºquadrante.
Seu simétrico será 220° 180° = 40°.
No 3ºquadrante a secante é negativa, logo:
sec 220° = sec 40°.
C) Arcos do 4º quadrante.
Exemplo:
Reduza ao 1ºquadrante: sen 310°.
Solução:
310° está no 4º quadrante. Seu simétrico é 360° 310° = 50°.
No 4ºquadrante o seno é negativo. Logo:
sen 310° = sen 50°.
11 ARCOS OPOSTOS
cos (x) = cos x sen (x) = sen x tg (x) = tg x cotg (x) = cotg(x) sec (x) = sec x
cossec (x) = cossec x
12 RELAÇÕES FUNDAMENTAIS
As definições dadas anteriormente nos permitem deduzir uma série de relações entre o seno, o cosseno, a tangente e as outras funções circulares. Dentre essas, nos interessam mais de perto um grupo de oito relações independentes, que denominaremos de relações fundamentais.
R.1)
x cos
x
tgx = sen R.4)
x cos x 1
sec = R.7) 1 + tg 2 x = sec 2 x R.2) cotg x = sen cos x x R.5) cossec x = sen 1 x R.8) 1 + cotg 2 x = cossec 2 x
R.3) cotg x = tgx 1 R.6) sen 2 x + cos 2 x = 1
As relações R.1, R.2, R.4 e R.5 são provadas facilmente usando semelhança de triângulos. Como exemplo, provemos R.4.
Os triângulos OPB e OAB são semelhantes, pois:
B A ˆ O O B ˆ
P = (retos) B O ˆ A B O ˆ
P = (comuns)
Logo:
OA OB OB
OP = e substituindo,
x cos
1 1
x sec = ou cos x
x 1 sec =
A relação R.3 é conseqüência imediata de R.1 e R.2. Provemos R.6.
Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo OAB, obtemos: sen 2 x + cos 2 x = 1.
Para provar R.7, partimos de sen 2 x + cos 2 x = 1. Para cos x ¹0, obtemos:
x cos
1 x cos
x cos x cos
x sen
2 2
2 2
2
=
+ e daí: tg 2 x + 1 = sec 2 x De modo análogo, provase R.8.
Fique atento às seguintes observações:
a) Apenas a relação sen 2 x + cos 2 x = 1 é válida para todo x. As demais possuem restrições. Por exemplo, 1 + tg 2 x = sec 2 x só vale para ¹ p + k p
x 2 , pois para esses valores existe a tg x e a sec x. Procure achar os valores de x para os quais as demais relações são válidas.
b) É importante que você saiba que o x pode representar qualquer arco. Assim, podemos dizer que:
sen 2 50º + cos 2 50º = 1
1 + tg 2 3a = sec 2 3a e assim por diante.
c) De cada relação você pode tirar outras. Assim, por exemplo, de sen 2 x + cos 2 x = 1, concluise que 1 sen 2 x = cos 2 x.
������������������������������������
9
Matemática M3 1. (AMANRJ) Se tg 2q = 3 e 0 ° £ q £ 90 ° , então o valor de senqé:
a) 2
2 b)
2
3 c) 2- 2 d)
2
1 e) n.r.a.
Solução:
4 sec
; sec 3 1
; sec tg
1 + 2q = 2 q + = 2 q 2 q = De 2 q = 2 q
cos
sec 1 vem
q
=
q 2
2
sec
cos 1 e então
4 cos 2q = 1 Mas, sen 2q + cos 2 q = 1 e então 1
4
sen 2q + 1 = e daí:
4
sen 2q = 3 . Como q está no 1ºquadrante e no 1ºquadrante senq> 0, vem sen 2
= 3 q Resposta: b
2. Para que valores de m a equação 1 4 x m
cos = + é possível?
Solução:
Como - 1 £ cos x £ 1 , devemos ter: 1 1 4 1£ m + £
- ; - 4£ m + 4 £ 4 0
m 8£ £ -
3. (UFUMG) O valor numérico da expressão:
x g cot
1 x tg x sec cos . x
y sec 2 2 2 - 2 -
= , para cos = x 4 1 é:
a) 16 1 b) 16 c) 16 16 d)
16
15 e) 16 Solução:
x g cot
) 1 x tg ( x sec cos . x
y sec 2 2 2 - 2 +
= ;
1 x sec cos
x sec x sec cos . x
y sec 2 2 2 2 -
= -
1 x sec cos
) 1 x sec (cos x
y sec 2 2 2 -
= - ; y = sec 2 x; 16
x cos y = 1 2 = Resposta: b
4. Demostre a identidade
sec 2 x . cos sec 2 x = sec 2 x + cos sec 2 x Solução:
Seja y = sec 2 x + cossec 2 x. Então:
x sen
1 x cos
y = 1 2 + 2 ;
x sen . x cos
x cos x y sen 22 + 2 2
=
x sec . x cos
y = 2 1 2 ;
x sen . 1 x cos
y = 1 2 2 = sec 2 x . cossec 2 x
cossec cossec
cossec
y = sec 2 x . cossec 2 x
5. Calcule m para que se tenha simultaneamente sen x = m 1 e cos x = m . 3
Solução:
sen 2 x + cos 2 x = 1 (m 1) 2 + (m . 3) 2 = 1 m 2 2m + 1 + 3m 2 = 1
4m 2 2m = 0, que resolvida dá m = 0 ou m = 2 1
Como ambos satisfazem à condição - 1£ sen x £ 1 e - 1 £ cos x £ 1 , teremos:
Resposta: m = 0 ou m = 2 1
13 FÓRMULAS DE ADIÇÃO
Daremos a seguir um conjunto de fórmulas que vão nos possibilitar calcular as funções trigonométricas de arcos do tipo a + b e a b. As demonstrações serão omitidas.
sen (a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a sen (a b) = sen a . cos b sen b . cos a cos (a + b) = cos a . cos b sen a . sen b sen (a b) = cos a . cos b + sen a . sen b
b tg . a tg 1
b tg a ) tg b a (
tag -
= +
+ 1 tg a . tg b
b tg a ) tg b a (
tag +
= - -
1. Calcule sen 15°.
Solução:
y = sen 15° = sen (45° 30°)
y = sen 45° . cos 30° sen 30° . cos 45°
4 2 y 6
2 . 2 2 1 2 . 3 2
y 2 -
= Þ -
=
2. Sendo a b = 3
p , calcule o valor da expressão:
y = (sen a + cos b) 2 + (sen b cos a) 2 Solução:
y = sen 2 a + 2sen a cos b + cos 2 b + sen 2 b 2sen b cos a + cos 2 a y = (sen 2 a + cos 2 a) + (sen 2 b + cos 2 b) + 2(sen a cos b sen b cos a) y = 1 + 1 + 2 sen (a b), e como a b = 3p ,
y = 2 + 2 sen 3p ; y = 2 + 2 .
2 3 ; y = 2 + 3