Os desafios do uso das evidências para a Gestão Municipal.

SEMINÁRIO:

Os desafios do uso das evidências para a Gestão Municipal.

Sensibilizar tomadores de decisão, gestores , seus apoiadores e trabalhadores de saúde para o uso das evidências de pesquisa como subsídio para a tomada de decisão e incorporação de tecnologias; discutir sobre os tipos de avaliações de tecnologias em saúde com maior relevância no âmbito municipal;

COORDENADOR DA MESA: Alessandro Moreira – Secretário Municipal de saúde de Capela- Alagoas, Diretor Extraordinário de Municípios de Pequeno Porte.

O Coordenador da Mesa, Sr Alessandro Moreira, inicia o Seminário desejando boas vindas e relatando da importância de todos os presentes, seja gestor da pasta ou demais técnicos, assim como agradecendo a iniciativa do CONASEMS em pautar um tema de relevância na gestão.

1ª PALESTRA: REDE BRASILEIRA DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE(REBRATS).

Palestrante: Rodrigo Costa Oliveira – Economista, Analista de Politicas Social, trabalha na Coordenação de Avaliação Tecnológica em Saúde - Ministério da Saúde.

O palestrante inicia a sua apresentação solicitando que o público respondessem se tinham conhecimento do que é REBRATS, qual o objetivo e quem pode participar. Em continuidade apresentou um esboço de como estar organizado a secretaria na qual faz parte, sendo DECIT, DECIS, DAF,DGTS.

REBRATS, é uma rede que atua na capacitação de profissionais, desenvolvendo atividades de estudos, oficinas e cursos nos diversos setores da saúde, sendo um canal de acesso para avaliação de pesquisas, legitimando a eficácia da mesma. A Rede encontra-se em 21 Estados, 96 Instituições e em 6 Regiões no país, com aproximadamente 1.000 pesquisadores. A Rede acontece através dos grupos de trabalhos, com a articulação do CONASEMS, diante das necessidades dos Estados/Municípios. O palestrante, explicou como se dar a formação desses grupos, e da necessidade de novos pesquisadores em outras regiões do país.

Finalizando sua apresentação expondo as ferramentas que REBRATS utiliza para

divulgação, dentre o site, plataforma, SIGREBRATS, utilizando ainda espaço na

mídia com vídeos, conferências online.

2ª PALESTRA: REDE PARA POLITICAS INFORMADAS POR EVIDÊNCIAS.

Palestrante: Fabiana Costa- Jornalista, Especialista em BIOETICA e Politicas formadas por evidências; Mestrada em Saúde Coletiva; Coordenadora substituta da Gestão em conhecimento no DECITS.

A palestrante iniciou explicando o surgimento da REDE EVIPNET global no ano de 2004, sendo um mecanismo para facilitar a utilização de pesquisas. Sendo que o ingresso do Brasil dar-se-á pela Portaria Nº 2636/2009- que instituiu e definiu as atribuições dos conselho consultivo, com atualização por portaria em 2011, redefinido a estrutura, passando a ter: conselho consultivo, onde o CONASEMS é membro desse conselho, grupo de estudos com processos de trabalho com transparência de conhecimento. A EVIPNET, tem como objetivo estabelecer mecanismos para produção de trabalhos científicos, buscando evidências para as ações. A mesma, expos a estrutura da EVIPNET, tendo e como se dá o processo de trabalho, ressaltando as evidências, dando subsídios pros gestores para tomada de decisão, com metodologia aplicada em definir problemas, trabalhar evidências e tomada de decisão. Dentre a metodologia existe a ferramenta SUPPORT, apoiando a politica de evidencias, identificando revisões sistemáticas com buscativa de metodologias no enfrentamento das ações.

Diante do exposto é constituída a síntese de analise de politicas por evidências, com diversos temas, sendo 20 exemplares. As ações da EVIPNET, são construídos de diálogos deliberativos, que por sua vez há a presença dessas discussões em grupos de trabalhos e núcleos de evidencias ,ela ressalta a existência de três grupos no Estado do Ceará, localizados em Fortaleza, Sobral e Cariri.

A divulgação da EVIPNET, se da por canal do you tube, site e pagina de facebook.

Finalizou a fala citando os lançamentos das sínteses e das capacitações para este ano e reuniões do conselho consultivo.

Após fala da palestrante Fabiana, o coordenador convida a Palestrante Clarice a

fazer sua apresentação.

3ª PALESTRA: COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SUS- CONITEC.

Palestrante: Clarice Petramale – médica infectologista, sanitarista; Presidente da CONITEC; Diretora do DEGTS.

Irei apresentar hoje neste congresso é uma experiência que há 05 anos, com o trabalho de evidencias para incorporar novas tecnologias em saúde. Fez um breve relato da Lei 8080 (SUS E SEUS PRINCIPIOS E CONTROLE SOCIAL), e da Lei 1240, que altera a 8080 e dispõe sobre a assistência terapêutica. Com a lei 1240, surgi a criação da CONITEC, explana o que é, a sua estrutura e composição (equipe multidisciplinar).Um dos objetivos da CONITEC, é de regulamentar ou vedar novas tecnologias, equipamentos, medicamentos/produtos, com obrigatoriedade de chamada publica , sendo 180 dias o prazo máximo para conclusão dos estudos e analise final., dando parecer favorável ou não.

Nos últimos 05 anos de trabalho da CONITEC, foram 461 demandas,sendo em diversas áreas na saúde, principalmente na Oncologia, com um valor financeiro aproximadamente de R$ 2 bilhões, com a aprovação e aceitação em 100% do Secretário da pasta, houve ainda demanda analisadas e não liberadas, visto a incompatibilidade real no avanço de cura, nos diagnósticos clínicos e sende de investimento financeiro abusivo.

Fala da judicialização da saúde, quanto as dificuldades encontradas pelos gestores na legitimidade das ações civis.

Ao encerrar as palestras o coordenador passa a palavra ao técnico do CONAMES, Sr Elton que relata da importância dessas ferramentas no cotidiano dos gestores do SUS.

DEBATE:

O coordenador, abriu para o debate com inicio de cinco perguntas consecutivas e depois respostas dos palestrantes, segue sequencia:

PRESIDENTE O COSEMS PARANA- Acreditamos que em nosso estado o

tribunal de contas é muito presente, com isso queremos alguns esclarecimentos

sobre a inclusão da substância fosfoetalomina, por solicitação popular e não por

analise de evidencias. De que forma estar sendo trabalhado essa situação junto a

judicialização?

TEREZA CRISTINA –SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MORADA NOVA-CEARA, aborda a importância da decisão medica baseada em evidencias.

Diz que a conciliação com a justiça tem sido importante nas decisões.

AMANDA- REPRESENTANTE DA CNM- BRASILIA, pergunta como o Ministerio da Saúde tem a contribuir aos gestores com relação a judicialização no SUS?

TIENE- SECRETÁRIA EXECUTIVA DO COSEMS- PARANÁ, relatou que a proximidade do ano de 2017 e com os novos gestores, como tornar estas ferramentas acessíveis a estes gestores?

BRUNO- SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ANAPOLIS, GOIAS, como torna ao possível a interação entre o judiciário e setor saúde para atender a demanda das ações?Em que essas ferramentas podem subsidiar discursões no auxilio a gestão?

Encerrando o bloco de perguntas, passou-se a palavra a mesa dos palestrantes.

CLARICE, estamos trabalhando junto ao judiciário para informar que as decisões devem ser com base em evidencias cientificas, tornando-as mais eficaz, exemplificando como as doenças crônicas, onde o paciente não terá cura, haja vista não adesão ao tratamento pelo mesmo, indiferente de novas drogas ou tecnologias. Deixou-se a disposição, sempre que solicitada, em orientar aos gestores quanto a judicialização e não negociação em alguns casos.

SILVANA, IDAIATUBA-SP, exemplificou casos de judicialização em seu município onde verificou-se a inconsistência na prescrição do tratamento de câncer, para um paciente, cujo o valor estimado em R$ 3 milhoes de reais, com isso a gestão procurou um ocologista em Barretos,SP, que refez a prescrição reduzindo em uma quantia significativa para menos, o que demonstra o desconhecimento do judiciário ao solicitar em caráter de emergência o tratamento.

FABIANA, PALESTRANTE, colocou a EVIPNET a disposição no auxilio das demandas de judicialização.

RODRIGO,PALESTRANTE, fala que diante dessas discussões principalmente na

judicialização a participação em redes servirá para auxiliar nos desfechos dos

problemas da gestão, e que os municípios não estão sozinhos e que o ministério

da saúde esta a disposição.

ELTON, CONASEMS, relatou que o CONASEMS, sempre que solicitado agenda dos municípios e pautada em reuniões para auxilio dos gestores, e que já existe diversos estudos publicados na área.

PATRICIA BACELAR, ASSESSORA DA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, MARANHÃO, fala que os gestores devem emponderar-se de conhecimentos para poder questionar com o judiciário a necessidade em acatar a ação.

ALESSANDRO, COORDENADOR, agradeceu mais uma vez a preocupação do CONASEMS, trazer este tema a discussão, visto que os municípios tem sido constantemente intimados a processos de ação civil.

Sem mais, agradeceu o convite e a presença dos congressistas, encerrando assim o seminário.

RELATORAS: LUCIA AMARO DE ARUJO GONDIM FEITOSA

CLENILDA OLIVEIRA XAVIER