• Nenhum resultado encontrado

16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

ORDINÁRIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZATÓRIA. PLANO DE SAÚDE. ATENDIMENTO DENOMINADO HOME CARE. PESSOA IDOSA, PORTADORA DE GRAVE DÉFICIT COGNITIVO DE INSTALAÇÃO RÁPIDA E PROGRESSIVA, INTERNADA, EM CARÁTER DE URGÊNCIA EM RAZÃO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC). NEGATIVA DE COBERTURA, SOB A ALEGAÇÃO DE EXCLUSÃO DO SERVIÇO ESPECÍFICO PELO CONTRATO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA, DETERMINANDO QUE A SEGURADORA EFETUE A PRESTAÇÃO RECLAMADA, CONDENADA A RÉ NO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS OCASIONADOS AOS AUTORES. APELAÇÃO DE AMBAS AS PARTES. INTERPRETAÇÃO QUE DEVE CONSIDERAR A CONDIÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA JURÍDICA DAS PARTES NA RELAÇÃO. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA E DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. SERVIÇO DOMICILIAR QUE SE CONFIGURA UMA EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE SAÚDE, REVELANDO-SE, NO MAIS DAS VEZES, MENOS CUSTOSO E COM MAIOR EFICIÊNCIA, DADO O AFASTAMENTO DOS RISCOS QUE A INTERNAÇÃO GERALMENTE ACARRETA. PRETENSÃO RECURSAL DA SEGURADORA QUE NÃO MERECE ACOLHIDA, ESCLARECENDO-SE, NO ENTANTO, QUE O ATENDIMENTO DEVE SER REALIZADO EM CONSONÂNCIA COM O RELATÓRIO MÉDICO. DANOS MORAIS EVIDENCIADOS NA ANGÚSTIA E SOFRIMENTO QUE SE DISTANCIAM DA NORMALIDADE, ESTANDO INTRINSECAMENTE VINCULADOS A UMA RECUSA INJUSTIFICÁVEL, ILEGAL E ABUSIVA. VERBA COMPENSATÓRIA, A TÍTULO DE DANOS MORAIS CORRETAMENTE FIXADA, EM ATENÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ARBITRADOS DE ACORDO COM O TRABALHO REALIZADO PELO CAUSÍDICO. RECURSOS CONHECIDOS, AOS QUAIS SE NEGA SEGUIMENTO, COM FULCRO NO ART. 557, CAPUT, DO CPC.

Apelação em ação de consumidor individual, pelo rito ordinário, movida por ANTÔNIO FRANCO e THALITA DUARTE FRANCO em face de CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL - CASSI, pretendendo a instalação do sistema de internação domiciliar (home care) em sua residência para atendimento à 2ª autora, bem como, a reparação pelos danos morais ocasionados, em razão da recursa da ré em autorizar e fornecer o material necessário para a implantação do sistema solicitado pelo médico, ao argumento de que a cobertura do plano prevê somente à assistência domiciliar com apoio fisioterápico e de enfermagem, devidamente contestada a fls. 66/79.

Sentença de parcial procedência, confirmando a decisão que deferiu a antecipação dos efeitos da tutela, condenando à ré na obrigação de fazer, consistente em prestar à autora os serviços de assistência médica, no sistema “home care”, bem como,

(2)

condenando-a ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização por danos morais. Custas processuais e honorários advocatícios fixados em 10% do valor da condenação, pela ré.

Recorrem os autores, requerendo a majoração do quantum indenizatório, bem como, do valor arbitrado a título de honorários advocatícios.

Inconformada, apresenta a ré apelo, pretendendo a reforma da sentença com a improcedência do pedido, reeditando as razões de defesa, em relação aos limites do negócio contratado.

Recursos dos demandantes e da ré contrarrazoados a fls. 186/188 e fls.

198/203, respectivamente. É o relatório.

DECISÃO

Recursos tempestivos, presentes os demais pressupostos de admissibilidade, deles conheço.

É de se destacar, inicialmente, que a lide versa sobre relação de consumo, hipótese subsumida à Lei nº 8.078/90, incidindo, por conseguinte, os princípios ali dispostos, em especial, o da boa-fé objetiva e o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo, assim também, a imposição da interpretação mais favorável à parte que se apresente hipossuficiente na relação jurídica, aplicando-se as normas do respectivo setor, em verdadeiro diálogo entre as fontes.

Além das normas constantes do Estatuto Consumerista, incide, igualmente, na espécie, os princípios trazidos através do Código Civil de 2002, que se coaduna perfeitamente com as normas protetivas do aludido microssistema, destacando-se, o da função social dos contratos, consagrado no art. 421, desse diploma.

Destaca-se, ainda, a mitigação da outrora absoluta autonomia contratual, que não mais pode constituir a única vertente para a interpretação dos negócios jurídicos, os quais devem atender as razões sociais e econômicas para os quais se destinam, à luz dos direitos fundamentais consagrados na Lei Maior.

(3)

Nesse contexto, verifica-se que a segunda autora objetiva o atendimento denominado “home care”, que lhe fora recusado pela seguradora/ré, ao fundamento de que tais serviços não estariam abarcados pelo negócio jurídico por ela firmado, que prevê, somente, a assistência domiciliar, englobando tão só aqueles concernentes a enfermagem, acompanhamento fisioterápico e médico, todavia, não permanentes.

Depreende-se dos elementos colacionados aos autos, em especial dos relatórios médicos de fls., 33 e 42, que a 2ª demandante é, demais disso, pessoa idosa, contando com 82 anos, portadora de doença grave e degenerativa, tendo sido internada aos 12/05/2011, em caráter de urgência, com “quadro de hipertensão arterial, disartria, perda da consciência e hemiparesia direita”, em decorrência do acidente vascular cerebral (AVC) sofrido, cuja ressonância e tomografia cerebral indicam “múltiplos infartos cerebrais e lacuna isquêmica no núcleo esquerdo e tálamos”, sendo o diagnóstico clínico de “demência de origem vascular”, e que, por tratar-se de paciente estável e de longa permanência, encontra-se em condições de alta hospitalar, necessitando, no entanto, de internação domiciliar, em decorrência da referida enfermidade que lhe acomete.

Esclarece, outrossim, o médico responsável por sua internação, que a paciente não possui condições de se locomover ou alimentar sozinha, não logrando efetuar as atividades básicas do cotidiano de forma independente, utilizando-se, inclusive, de fraldas geriátricas.

Diante do exposto, o Juízo de 1º grau, de forma absolutamente acertada, manteve a antecipação dos efeitos da tutela, acolhendo o pleito inicial, no sentido de determinar a prestação designada de “home care”, por entender que existem situações em que se impõe a abrangência da cobertura, a fim de preservar bem jurídico maior, no caso, a vida da segurada, que nada mais é, do que, o próprio escopo, a finalidade da contratação.

Não merece reparo a solução alcançada, não só por atender à interpretação mais favorável ao consumidor e ao princípio da dignidade da pessoa humana, norteador da função social do contrato, mas também, porque, além de atender à natureza, e o próprio objetivo do negócio jurídico firmado entre as partes, as regras ordinárias de experiência demonstram que o “home care” é um tratamento alternativo criado com o intuito de substituir ou abreviar o período de internação hospitalar, configurando uma verdadeira evolução no tratamento de saúde, na medida em que, propicia ao paciente

(4)

maior contato familiar e melhor qualidade de vida, afastando, desse modo, os riscos de contaminação do paciente, através de infecção hospitalar.

Demais disso, tal serviço costuma apresentar um custo menor do que a própria internação em nosocômio, cuja cobertura pelo contrato não é questionada pela ré/apelante, constituindo cláusula abusiva a limitação de tais serviços, na espécie.

Ratificando essa orientação, destaca-se o entendimento deste E. TJRJ, consoante se depreende dos seguintes julgados:

0000807-24.2011.8.19.0036 - APELAÇÃO

DES. CELSO PERES - JULGAMENTO: 13/07/2012 - DECIMA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. RELAÇÃO DE CONSUMO. PLANO DE SAÚDE QUE SE NEGA A PRESTAR ASSISTÊNCIA HOME CARE. RECOMENDAÇÃO MÉDICA. SUPOSTA VEDAÇÃO CONTRATUAL. SERVIÇO DE HOME CARE QUE APRESENTA MENOS CUSTO EM RELAÇÃO À INTERNAÇÃO HOSPITALAR, REVELANDO-SE MAIS BENÉFICO À RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DO AUTOR. O PRESTADOR DE SERVIÇOS NÃO PODE SE DESONERAR DA RESPONSABILIDADE DE PERMITIR AO CONSUMIDOR/PACIENTE ACESSO AOS TRATAMENTOS, PROCEDIMENTOS E TUDO O MAIS QUE SE REVELE NECESSÁRIO À PRESERVAÇÃO OU RECUPERAÇÃO DE SUA SAÚDE. A EXCLUSÃO DA COBERTURA DE DETERMINADO PROCEDIMENTO MÉDICO/HOSPITALAR, QUANDO ESSENCIAL PARA GARANTIA DA SAÚDE E VIDA DO SEGURADO, VULNERA A FIDELIDADE BÁSICA DO CONTRATO, OSTENTANDO NATUREZA ABUSIVA A CLÁUSULA NESTE SENTIDO. INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS MAIS FAVORÁVEIS AO CONSUMIDOR. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA ALVEJADA. APELO IMPROVIDO. ************************************************************************************************************* 0337157-77.2010.8.19.0001 - APELAÇÃO

DES. MARIO GUIMARAES NETO - Julgamento: 05/07/2012 - DECIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL - DECISÃO MONOCRÁTICA - PLANO DE SAÚDE - PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA REJEIÇÃO - REVELIA QUE FOI CORRETAMENTE DECRETADA MÉRITO - RECUSA DA SEGURADORA EM PRESTAR O TRATAMENTO HOME CARE, JUNTAMENTE COM OS EQUIPAMENTOS, APARELHOS, MEDICAMENTOS E TUDO O QUE FOR RELACIONADO À ASSISTÊNCIA MÉDICA DOMICILIAR, CONSOANTE EXPRESSA RECOMENDAÇÃO MÉDICA - RELAÇÃO JURÍDICA DE CUNHO CONSUMERISTA - ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA IMPEDIENTE AO ALUDIDO SERVIÇO, QUER POR AFRONTA AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ, QUER PORQUE RESTRITIVA DE DIREITO INERENTE À PRÓPRIA NATUREZA DA AVENÇA, QUE TEM POR ESCOPO A VIDA E A SAÚDE DO SEGURADO - SERVIÇO DE HOME CARE QUE SE APRESENTA COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO CRIADO COM O

(5)

INTUITO DE SUBSTITUIR OU ABREVIAR O PERÍODO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR - INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL FIXADA EM CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE, AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, COM ESPEQUE NO CAPUT DO ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

************************************************************************************************************* 0211195-10.2011.8.19.0001 - APELAÇÃO

DES. NORMA SUELY - Julgamento: 17/07/2012 - OITAVA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA QUANTO AO SERVIÇO DE HOME CARE. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO DA FORNECEDORA DE SERVIÇO. ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA LIMITATIVA DE COBERTURA. INTERPRETAÇÃO DE MANEIRA FAVORÁVEL À CONSUMIDORA QUE SE IMPÕE. NEGATIVA INJUSTIFICÁVEL DE OFERECIMENTO DO SERVIÇO DANO MORAL INEQUIVOCAMENTE CARACTERIZADO. VALOR EXCESSIVO, QUE MERECE REDUÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.

************************************************************************************************************* 0004526-21.2011.8.19.0066 - APELAÇÃO

DES. FERNANDO CERQUEIRA - JULGAMENTO: 24/07/2012 - DECIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE. PACIENTE DE 85 ANOS QUE SOFREU ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. ACOMPANHAMENTO POR PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM, FISIOTERAPIA E FONOAUDIOLOGIA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS INICIAIS CONFIRMANDO A TUTELA ANTECIPADA PARA DETERMINAR QUE O TRATAMENTO DE "HOME CARE" REQUERIDO SEJA PRESTADO. IRRESIGNAÇÃO DO RÉU. PROCEDIMENTO TERAPÊUTICO QUE SE MOSTRA MAIS ADEQUADO AO TRATAMENTO DA ENFERMIDADE CONTRATUALMENTE COBERTA .FINALIDADE ESPECÍFICA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DA PACIENTE. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO

************************************************************************************************************* 2009.001.30017 - APELAÇÃO - 1ª EMENTA

DES. EDSON SCISINIO DIAS - JULGAMENTO: 09/07/2009 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL.- AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.- PLANO DE SAÚDE. ANTECIPAÇÃO TUTELAR DEFERIDA.- ATENDIMENTO DOMICILIAR.- HOME CARE.- LIMITAÇÃO ABUSIVA. CONTRATO DE PLANO DE SAÚDE

(6)

QUE DEVE OBSERVAR A LEI 8.078/1990.- INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR.- SERVIÇO HOME CARE DEVE SER PRESTADO, EM ATENDIMENTO À INDICAÇÃO MÉDICA, SEM LIMITAÇÃO TEMPORAL.- PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS RECENTES DESTE TRIBUNAL.- CONFIGURADO O DANO MORAL NA ESPÉCIE, VISTO QUE A RECUSA DE AUTORIZAÇÃO DO TRATAMENTO ULTRAPASSOU OS LIMITES DO MERO DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL.- NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO DA R´E DÁ-SE PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA AUTORA.

************************************************************************************************************* 2008.001.52816 - APELAÇÃO - 1ª Ementa

DES. LETICIA SARDAS - Julgamento: 10/12/2008 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL

"OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. UNIMED. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE HOME CARE. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. PROIBIÇÃO DE CLÁUSULA LIMITATIVA DE RISCO.1. É DE CONSUMO A RELAÇÃO JURÍDICA DISCUTIDA NESTA LIDE, APLICANDO-SE AS NORMAS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.2. UMA DAS IMPUGNAÇÕES DO APELANTE CONSISTE NA ALEGAÇÃO DE QUE O PLANO DE SAÚDE DA APELADA NÃO POSSUI O ATENDIMENTO DENOMINADO "HOME CARE". 3. "A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO, PREVISTA NO ART. 421 DO NOVO CC, NÃO ELIMINA O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA CONTRATUAL, MAS ATENUA OU REDUZ O ALCANCE DESSE PRINCÍPIO QUANDO PRESENTES INTERESSES METAINDIVIDUAIS OU INTERESSE INDIVIDUAL RELATIVO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA" (ENUNCIADO N. 23 - I JORNADA DE DIREITO CIVIL - CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL ).4. 'NESSE SENTIDO, QUALQUER CLÁUSULA CONTRATUAL LIMITATIVA DE RISCO QUE COLOQUE O CONSUMIDOR EM MANIFESTA E EXCESSIVA DESVANTAGEM FRENTE AO PRESTADOR DE SERVIÇOS, AFRONTANDO, INCLUSIVE DISPOSITIVO NORMATIVO É ILEGAL, ABUSIVA E NULA, NOS TERMOS DO ARTIGO 51 INCISO IV E SEU § 1º INCISO II DA LEI 8.078/90. E, PORTANTO, NÃO PODE SERVIR DE FUNDAMENTO PARA A RECUSA DO RÉU EM AUTORIZAR A ESTRUTURA DE HOME CARE E ARCAR COM O PAGAMENTO DAS DESPESAS DESTA DECORRENTE, CUJA INDISPENSABILIDADE ESTÁ COMPROVADA PELOS DOCUMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS, NÃO HAVENDO, DESTARTE, QUE SE FALAR EM AFRONTA AO ATO JURÍDICO PERFEITO E NEM TAMPOUCO DO PRINCÍPIO LEGAL PACTA SUNT SERVANDA'.5. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

Desse modo, reconhecida a abusividade na conduta limitativa, pois, cláusula expressa nesse sentido, no contrato, inexiste, na espécie, não assiste razão à ré (2ª apelante), devendo a sentença ser prestigiada, porquanto deu a correta solução à questão, adequando convenientemente os fatos e fundamentos à causa de pedir.

Igualmente, no que tange ao valor estabelecido a título de indenização por danos morais, observa-se que este encontra-se adequado às circunstâncias do caso

(7)

concreto, tendo aplicação a Súmula nº 75, deste E. TJRJ, levando-se em conta os elementos do processo e as condições específicas das partes, merecendo, pois, a confirmação, eis que, arbitrado em consonância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

No que tange aos honorários advocatícios, também não merece acolhida o recurso dos demandantes, eis que, arbitrados em atenção aos critérios estabelecidos no art. 20, §3º, do CPC, considerando o trabalho realizado pelo causídico e as circunstâncias do processo.

Destarte, não se vislumbra nas razões recursais apresentadas qualquer argumento capaz de infirmar a decisão recorrida, impondo-se a manutenção da solução de 1º grau, por seus próprios e judiciosos termos.

Ante o exposto, conheço dos recursos, negando-lhes seguimento, com fulcro no art. 557, caput, do CPC.

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2012.

MAURO DICKSTEIN Desembargador Relator

DA

Certificado por DES. MAURO DICKSTEIN

A cópia impressa deste documento poderá ser conferida com o original eletrônico no endereço www.tjrj.jus.br.

Referências

Documentos relacionados

Nesse mesmo período, foi feito um pedido (Processo do Conjunto da Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro nº 860-T-72) pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil e pelo Clube de

Todas as outras estações registaram valores muito abaixo dos registados no Instituto Geofísico de Coimbra e de Paços de Ferreira e a totalidade dos registos

F REQUÊNCIAS PRÓPRIAS E MODOS DE VIBRAÇÃO ( MÉTODO ANALÍTICO ) ... O RIENTAÇÃO PELAS EQUAÇÕES DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES ... P REVISÃO DOS VALORES MÁXIMOS DE PPV ...

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar testes de tração mecânica e de trilhamento elétrico nos dois polímeros mais utilizados na impressão

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

Neste capítulo foram descritas: a composição e a abrangência da Rede Estadual de Ensino do Estado do Rio de Janeiro; o Programa Estadual de Educação e em especial as

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em