ENFERMAG EM
PRO G RAMA DE PÓ S- G RADUAÇ ÃO EM ENFERMAG EM
DO UTO RADO
FRANC ISC A ANA MARTINS C ARVALHO
O SIG NIFIC ADO DO TRABALHO DE PARTO E PARTO
PARA O S ALUNO S DE ENFERMAG EM DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO C EARÁ
FRANC ISC A ANA MARTINS C ARVALHO
O SIG NIFIC ADO DO TRABALHO DE PARTO E PARTO
PARA O ALUNO DE ENFERMAG EM DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO C EARÁ
Te se subm e tida à C o o rde na ç ã o do Pro g ra m a de Pó s- G ra dua ç ã o e m Enfe rm a g e m – Do uto ra do da Áre a de C o nc e ntra ç ã o e m Enfe rm a g e m e m Sa úde C o m unitá ria da Fa c ulda de de Fa rm á c ia , O do nto lo g ia e Enfe rm a g e m da Unive rsida de Fe de ra l do C e a rá , c o m o re quisito fina l pa ra o bte nç ã o do g ra u de Do uto ra e m Enfe rm a g e m .
O rie nta do ra : Pro fa . Dra . Lo re na Ba rbo sa Xim e ne s.
FRANC ISC A ANA MARTINS C ARVALHO
O SIG NIFIC ADO DO TRABALHO DE PARTO E PARTO PARA O ALUNO DE ENFERMAG EM DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO C EARÁ
Te se subm e tida à C o o rde na ç ã o do Pro g ra m a de Pó s- G ra dua ç ã o e m Enfe rm a g e m – Do uto ra do da Áre a de C o nc e ntra ç ã o e m Enfe rm a g e m e m Sa úde C o m unitá ria da Fa c ulda de de Fa rm á c ia , O do nto lo g ia e Enfe rm a g e m da Unive rsida de Fe de ra l do C e a rá , c o m o re quisito fina l pa ra o bte nç ã o do g ra u de Do uto ra e m Enfe rm a g e m .
.
BANC A EXAMINADO RA
____________________________________________________
Pro fa . Dra . Lo re na Ba rbo sa Xim e ne s (O rie nta do ra ) Unive rsida de Fe de ra l do C e a rá - UFC
__________________________________________ Pro fa . Dra . Ra im unda Ma g a lhã e s da Silva
Unive rsida de de Fo rta le za - UNIFO R
__________________________________________ Pro fa . Dra . Ma ria Albe rtina Ro c ha Dió g e ne s
Unive rsida de de Fo rta le za - UNIFO R
__________________________________________ Pro fa . Dra . Ana Fá tim a Fe rna nde s C a rva lho
Unive rsida de Fe de ra l do C e a rá - UFC
__________________________________________ Pro fa . Dra . Ana Ka rina Be ze rra Pinhe iro
Unive rsida de Fe de ra l do C e a rá - UFC
__________________________________________ Pro fa . Dra . Alm e rinda Ho la nda G urg e l
Unive rsida de Fe de ra l do C e a rá –UFC
AG RADEC IMENTO S
Ao s me us p a is, Pe d ro e Ha d y, q ue se mp re fo ra m e xe mp lo d e p a i e mã e , a lé m d o s ma io re s inc e ntiva d o re s a o me u c re sc ime nto huma no e p ro fissio na l.
Às minha s filha s Suzy Anny e Sunny, p e lo a mo r e c a rinho q ue me d e d ic a m.
À minha ne ta Anna , p e lo se u d o c e c ha ma r, “ O h ! vó , a c o rd a !” .
À Pro fa . Dra . Lo re na Ba rb o sa Xime ne s, p e la d e d ic a ç ã o , c o mp e tê nc ia e sa b e d o ria e m sua s o rie nta ç õ e s ne ste tra b a lho . Eu a a d miro muito e ro g o a o no sso De us q ue a c o nse rve se mp re a ssim.
Ao s me mb ro s d a Ba nc a Exa mina d o ra , d o uto ra s: Ra imund a Ma g a lhã e s d a Silva , Ma ria Alb e rtina Ro c ha Dió g e ne s, Ana Fá tima Fe rna nd e s C a rva lho , Ana Ka rina Be ze rra Pinhe iro (me mb ro s e fe tivo s) Alme rind a Ho la nd a G urg e l e Ma ria C é lia d e Fre ita s (me mb ro s sup le nte s), p e la a ná lise c rite rio sa e p e la s c o ntrib uiç õ e s sig nific a tiva s a o a p e rfe iç o a me nto d e sta te se .
Ao s a luno s p a rtic ip a nte s d a p e sq uisa , p e la va lo ro sa c o ntrib uiç ã o no s d a d o s fo rne c id o s e p e la p re ste za e m c o la b o ra r c o m sua s ric a s info rma ç õ e s. Um a b ra ç o a to d o s.
Às p a rturie nte s, p o r a c e ita r a no ssa p re se nç a d ura nte sua tra je tó ria d e tra b a lho d e p a rto e p a rto .
Ao s func io ná rio s d o C e ntro d e Pa rto No rma l, minha g ra tid ã o p e lo a c o lhime nto e p e la tro c a d e c o nhe c ime nto s e e xp e riê nc ia s.
À Pro fa . Dra . Ta na ra Tá vo ra So b re ira , p e la c o mp e tê nc ia , e stímulo e a jud a d ura nte to d o s e sse s d ia s d o no sso c o nvive r. Q ue De us lhe p ro p o rc io ne uma vid a se mp re fe liz.
Ao Pro f. Dr. Rui Ve rla ine , p e lo s se us sá b io s e nsina me nto s.
À C he fia d o De p a rta me nto d e Enfe rma g e m d a FFO E/ UFC , Pro fa s. Dra s. Zuila Ma ria d e Fig ue ire d o C a rva lho e Ma ria Da lva Sa nto s Alve s, me us sinc e ro s a g ra d e c ime nto s.
Ao s c o le g a s d o c urso d e Do uto ra d o e m Enfe rma g e m, Te re sa Ma rio tt, Diva , Da fne , Esc o lá stic a , Ana Ke lve , Pa tríc ia , Lia , Lig ia , So c o rro , Ma riste la , Alb e rtina , And ré a e Eug ê nio , p e la a p re nd iza g e m e p e la a miza d e c ultiva d a .
Ao s c o le g a s d o De p a rta me nto d e Enfe rma g e m d a FFO E/ UFC e d a Pó s-G ra d ua ç ã o e m Enfe rma g e m, q ue c o ntrib uíra m e c o ntrib ue m na minha vid a d o c e nte .
Ao s func io ná rio s d e ste De p a rta me nto , me u a g ra d e c ime nto p e lo c o nvívio e inc e ntivo .
À Wa lma , p e la p re ste za e d isp o nib ilid a d e . Q ue De us a a jud e .
À Ma ria d o C é u, p e la a te nç ã o d isp e nsa d a na re visã o d e ste tra b a lho , o me u muito o b rig a d a .
DEDIC ATÓ RIA
EPÍG RAFE
C URIO SIDADE DE C RIANÇ A
“ O q ue se ria o p a rto ?
Um mito o u uma sa b e d o ria ? Se rá q ue d ó i? Dó i.
Disso , na d a e u sa b ia ...
Se mp re e u q uis sa b e r, uma c urio sid a d e ! Ma s nã o p o d ia , p o r q uê ?
Na minha c a sa nã o ha via . Só na vizinha é q ue o c o rria .
Se ntir o c he iro d e a lfa ze ma e ra um sina l De q ue uma c ria nç a ha via na sc id o . Na ho ra c e rta e u visita ria , fe liz e c urio sa , Po is c o ntinua va se m sa b e r c o mo na sc e ra e sse b e b ê !”
SUMÁRIO
1 INTRO DUÇ ÃO ...12
1.1 Minha Tra je tó ria de Vida ... 12
1.2 De lim ita ndo o O bje to de Estudo ...14
1.2.1 Histó ric o do pa rto ...14
1.2.2 O c uida do de Enfe rm a g e m no tra ba lho de pa rto e pa rto : dila ta ç ã o - e xpulsã o - de livra m e nto ... 19
1.2.3 Pro c e sso e duc a tivo do disc e nte de Enfe rm a g e m na a ssistê nc ia a o tra ba lho de pa rto e pa rto ... 25
1.3 De finindo o O bje tivo do Estudo ... 32
2 REFERENC IAL TEÓ RIC O - METO DO LÓ G IC O DO ESTUDO ...33
2.1 O pç ã o pe lo Inte ra c io nism o Sim bó lic o ...33
2.2 Tra je tó ria m e to do ló g ic a ...40
2.2.1 Abo rda g e m qua lita tiva ...40
2.2.2 Lo c a l do e studo ...41
2.2.3 Suje ito s do e studo ... 43
2.2.4 C o le ta de da do s...45
2.2.5 Aná lise do s da do s...49
3 APRESENTAÇ ÃO E DISC USSÃO DO S RESULTADO S... 52
3.1 Ide ntific a ç ã o do s suje ito s do e studo ... 52
3.2 Apre se nta ç ã o e Disc ussã o da s Te m á tic a s ... 58
3.2.1 Pre se nc ia r o so frim e nto ... 60
3.2.2 Enfre nta r a inse g ura nç a e m ...70
3.2.3 Na sc im e nto – a de sc o be rta ... 76
3.3 Artic ula ndo o s Sig nific a do s do Tra ba lho de Pa rto e Pa rto c o m a Pe rspe c tiva do Inte ra c io nism o Sim bó lic o ...87
4 C O NSIDERAÇ Õ ES FINAIS...96
5 REFERÊNC IAS BIBLIO G RÁFIC AS...101
RESUMO
Na p rá tic a o b sté tric a , o a luno d e g ra d ua ç ã o e m Enfe rma g e m e nfre nta d ific uld a d e s a o e xe rc e r o c uid a d o à p a rturie nte , p o is me smo te nd o c o nhe c ime nto te ó ric o , à s ve ze s fic a ine rte a o s c uid a d o s d ire to s q ue d e ve m se r p re sta d o s à mulhe r e m tra b a lho d e p a rto e p a rto . Ao re a liza r e ste e stud o , me u o b je tivo fo i c o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m q ue e xp e rie nc ia a d isc ip lina Enfe rma g e m no Pro c e sso d e C uid a r III – Mulhe r, d a Unive rsid a d e Fe d e ra l d o C e a rá (UFC ). Pa ra ta nto , o p te i p e la a b o rd a g e m q ua lita tiva e p e la p e rsp e c tiva te ó ric a d o Inte ra c io nismo Simb ó lic o . Pa rtic ip a ra m d o e stud o vinte a luno s d e g ra d ua ç ã o e m Enfe rma g e m q ue e sta va m d e se nvo lve nd o a p rá tic a o b sté tric a no C e ntro d e Pa rto No rma l d a Ma te rnid a d e -Esc o la Assis C ha te a ub ria nd d a UFC , no s me se s d e a b ril a junho d e 2004. Dura nte a c o le ta d e d a d o s, fo ra m utiliza d o s a o b se rva ç ã o p a rtic ip a nte , o s d iá rio s d e c a mp o e a e ntre vista a b e rta c o m a se g uinte p e rg unta : Q ua l o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra vo c ê a p ó s tê -lo p re se nc ia d o ? C o m b a se na a ná lise te má tic a d e Ba rd in (2000) e no re fe re nc ia l te ó ric o d o Inte ra c io nismo Simb ó lic o , fo i p o ssíve l c o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m d a UFC a p a rtir d a s se g uinte s te má tic a s: Pre se nc ia r o so frim e nto físic o e e m o c io na l vive nc ia do pe la pa rturie nte ; Enfre nta r a inse g ura nç a e m a ssistir a pa rturie nte ; e Na sc im e nto – a de sc o be rta de um a no va vida . C o nfo rme c o mp re e nd i, ind e p e nd e nte d a s e xp e riê nc ia s d o a luno d e Enfe rma g e m, a o vive nc ia r a p rá tic a o b sté tric a , e ste inte ra g e c o m a mulhe r e m tra b a lho d e p a rto e p a rto , c he c a nd o , a g rup a nd o e inte rp re ta nd o o s se ntid o s e sig nific a d o s d e ste p ro c e sso d e p a rturiç ã o . Ao me smo te mp o , p o r e le se influe nc ia e q ue r ve r p rime iro o p a rto , p a ra , e ntã o , a g ir e c uid a r d a mulhe r e m tra b a lho d e p a rto e p a rto . C o mo e nfe rme iro s, d o c e nte s e a ssiste nc ia is d e ve mo s no s c o lo c a r na me sma c o nd iç ã o d o a luno , b usc a nd o d e sc o b rir um c a minha r d id á tic o -p e d a g ó g ic o c a p a z d e p o ssib ilita r um a mb ie nte p ro p íc io a um me lho r c uid a d o d e Enfe rma g e m à mulhe r e m p ro c e sso d e p a rturiç ã o , va lo riza nd o o sa b e r, a inte rd isc ip lina rid a d e e a a uto no mia p ro fissio na l.
ABSTRAC T
In practice obstetric, the graduation student in Nursing faces difficulties when exercising the care to the parturient because same tends theoretical knowledge, it is sametimes inert to the direct cares that they should be rendered the woman um labor and childbirth. When accomphishing my study objective it was to understand the meaning of labor and childbirth for the student of Nursing that experiences the discipline Nursing in the Process of Taking Care III – Woman, of the Federal University of Ceará (UFC). For so much, I opted for the qualitative approach and for the theoretical perspective of symbolic Interacion. They participated in the study twenty graduation students in Nursing that they were developing the obstetric practice in the Center of Normal Childbirth of the Maternity – School Assis Chateaubriand of UFC, during the months of abril to june of 2004. The collection of data, was utilized the participant observation, the fields diaries and the interview open with the following question: Which the meaning of the labor and childbirth for you after having witnessed it?. With base in the analysis of Bardin (2000) and in the theoretical relate in Symbolic Interaction, it was possible understanding the meaning of the labor and childbird for the Nursing’s student of UFC begging with the following questions: To
witness the plysical and emotional suffering lived by the parturient; To face the insecurity in attending the parturient; and Birth – the discovery of a new life. As I undestood, independent experiences the student’s Nursing
living the obstetric practice, interacting with the woman in the labor and childbirth, checking, containing and interpreting the senses and meanings of the parturition process. At the same time, with the influence of parturiation process, motivation them, to see the childbirth first, and this became sensible, to act and to take care of the woman in labor and childbirth. As Nurses, who teaching at the University, working in the hospital and other one, should put ourselves in the student’s same condition, looking for to discover a walk didactic – pedagogic capable to make possible a favorable atmosphere to a bether care of Nursing to the woman in parturition process, valuing the knomledge, the relation of the science and the professional autonomy.
1
INTRODUÇÃO
1.1 Minha Tra je tó ria de Vida
De sd e o iníc io d a minha vid a a c a d ê mic a e p ro fissio na l, se mp re p ro c ure i me c o nd uzir d e fo rma c o mp ro me tid a c o m um c uid a d o huma niza d o à mulhe r q ue e sta va vive nc ia nd o o tra b a lho d e p a rto e p a rto .
Mo tiva d a p e la s q ue stõ e s ine re nte s à sa úd e d a mulhe r, p ro c ure i, lo g o a p ó s a c o nc lusã o d a g ra d ua ç ã o e m Enfe rma g e m, fa ze r o c urso d e Ha b ilita ç ã o e m Enfe rma g e m O b sté tric a , no q ua l tive a
o p o rtunid a d e d e a p ro fund a r me us c o nhe c ime nto s na á re a . Entre ta nto , c a d a ve z ma is surg e m q ue stio na me nto s q ua nto à p rá tic a p ro fissio na l d o e nfe rme iro no c uid a d o à p a rturie nte .
Fa rmá c ia , O d o nto lo g ia e Enfe rma g e m d a Unive rsid a d e Fe d e ra l d o C e a rá – DENF - FFO E – UFC , a ssumi o c o mp ro misso c o m o p ro c e sso d e e nsino -a p re nd iza g e m, c o mp ro misso ma ntid o a té o p re se nte mo me nto .
A d isc ip lina c o m a q ua l se mp re e stive e nvo lvid a no tra nsc o rre r d a d o c ê nc ia e nc o ntra -se inse rid a no se xto se me stre c urric ula r d o c urso d e g ra d ua ç ã o , d e no mina d a no c urríc ulo d e 1997 d e Enfe rma g e m no Pro c e sso d e C uid a r III – Mulhe r, d e stina d a a p ro p o rc io na r a o a luno e xp e riê nc ia s e m d ive rso s c a mp o s d e a tua ç ã o d o e nfe rme iro na sa úd e d a mulhe r.
Em 1988, c o nc luí o C urso d e Esp e c ia liza ç ã o e m Enfe rma g e m O b sté tric a , DENF-UFC , c uja mo no g ra fia a b o rd o u a sp e c to s d o c o mp o rta me nto d a mulhe r re la c io na d o s c o m o s fa to re s so c io e c o nô mic o s, c ultura is e p sic o -e mo c io na is no p ro c e sso d e
p a rturiç ã o .
Po r re c o nhe c e r a imp o rtâ nc ia d e a ssistir a mulhe r e m se u c o nte xto d e vid a , d e se nvo lvi a d isse rta ç ã o d e Me stra d o e m Enfe rma g e m, na á re a d e c o nc e ntra ç ã o Sa úd e C o munitá ria , intitula d a
Se xua lida de da m ulhe r no c ic lo g ra vídic o - pue rpe ra l e va lo re s c ultura is. Pud e , e ntã o , p e rc e b e r c o mo o s a sp e c to s c ultura is influe nc ia m a se xua lid a d e d a mulhe r ne ste p e río d o d e sua vid a , e c o mo é p re me nte a ne c e ssid a d e d o s p ro fissio na is e e d uc a d o re s e m sa úd e c o mp re e nd e r o s va lo re s c ultura is d a p a rturie nte p a ra me lho r c uid á -la e a ssisti-la
(C ARVALHO , 1997).
c o nhe c ime nto te ó ric o , e le nã o c o nse g uia inte rvir sa tisfa to ria me nte no s c uid a d o s o fe re c id o s à p a rturie nte , p rinc ip a lme nte d ura nte o p ro c e sso d e p a rir. Alé m d isso , c o mo o b se rva va , a nte s d e q ua lq ue r o utro
p ro c e d ime nto e m re la ç ã o à p a rturie nte , o p rinc ip a l inte re sse d o a luno e ra a ssistir o p a rto , e mb o ra nã o c o nsig a , muita s ve ze s, a te nd e r à s re a is ne c e ssid a d e s d a p a rturie nte no p ro c e sso d e p a rturiç ã o .
C o mo e nfe rme ira o b sté tric a , d o c e nte d o C urso d e G ra d ua ç ã o e d isc e nte d o C urso d e Do uto ra d o , c o nsid e re i imp o rta nte c o ntinua r d e se nvo lve nd o tra b a lho s re la c io na d o s à Enfe rma g e m O b sté tric a . De mo d o e sp e c ífic o , p ro c ure i d e se nvo lve r me u e stud o c o m o a luno d e g ra d ua ç ã o e m Enfe rma g e m no c a mp o d e p rá tic a no C e ntro d e Pa rto No rma l (C PN), c o m vista s a c o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno , na e xp e c ta tiva d e p o d e r
p ro p ic ia r-lhe c o nd iç õ e s d e inte ra g ir me lho r c o m a p a rturie nte e m b usc a d e um c uid a d o huma niza d o .
1.2 De lim ita ndo o O bje to de Estudo
1.2.1 Histó ric o do Pa rto
A p rá tic a mile na r d e a ssistir a mulhe r no p e río d o g e sta c io na l e o re c é m-na sc id o fo i e xe rc id a , a té o fina l d o sé c ulo XVIII, b a sic a me nte p o r mulhe re s, sa lvo e m a lg uma s c o munid a d e s ind íg e na s, o nd e o s
ma rid o s a s a jud a va m (FUSTINO NI; SUMITA; SC HIRMER, 2002).
a ssistê nc ia e mp íric a p re sta d a p o r mulhe re s p e rd e u se u e sp a ç o (REZENDE, 2005).
No sé c ulo XX, a p ó s a Se g und a G ue rra Mund ia l, o p a rto é
instituc io na liza d o e m no me d a re d uç ã o d a mo rta lid a d e ma te rna e infa ntil.
No Bra sil, a p a rtir d a d é c a d a d e 1950, ne sse me smo p e río d o , ho uve a unific a ç ã o d o s Instituto s d e Pre vid ê nc ia e a c ria ç ã o d o Fund o d e Assistê nc ia So c ia l (FAS) p e lo g o ve rno fe d e ra l, q ue p ro p ic io u a c o nstruç ã o e a e xp a nsã o d a re d e ho sp ita la r p úb lic a e p riva d a (BRENES,1991).
A p o lític a na c io na l d e sa úd e p a sso u e ntã o a p re c o niza r c a d a ve z ma is o p a rto instituc io na liza d o . Em 1977, fo i c ria d o o Pro g ra ma Sa úd e Ma te rno -Infa ntil (PSMI) q ue c o nte mp la va a sa úd e d a mulhe r no
c ic lo g ra víd ic o -p ue rp e ra l, p re ve nç ã o d a g e sta ç ã o d e a lto risc o e a ind a o fe re c ia ma io r se g ura nç a no p a rto ho sp ita la r. Essa p ro p o sta visa va à inte g ra lid a d e d a a ssistê nc ia d o s se rviç o s d e sa úd e , e sta b e le c e nd o níve is d e re fe rê nc ia e d e c o ntra -re fe rê nc ia (FUSTINO NI; SUMITA; SC HIRMER, 2002).
Aind a c o nfo rme e ste s me smo s a uto re s, na s d é c a d a s d e 1970 e 1980, a s g e sta nte s p o rta d o ra s d o re g istro d o siste ma p re vid e nc iá rio vig e nte (INPS/ Ina mp s) re c e b ia m uma g uia d e inte rna ç ã o p a ra se re m a ssistid a s e m uma ma te rnid a d e c o nve nia d a , e nq ua nto a s
mulhe re s nã o a sso c ia d a s re c o rria m à s instituiç õ e s d e e nsino e ho sp ita is p úb lic o s fila ntró p ic o s.
c ria ç ã o d o Siste ma Únic o d e Sa úd e – SUS (BRASIL, 1988). Um d o s p rinc ip a is a va nç o s fo i a c ria ç ã o d a a ssistê nc ia a o p ré -na ta l c o m c uid a d o s o b sté tric o s e sse nc ia is a sse g ura d o s no intuito d e re d uzir o
índ ic e d e mo rb imo rta lid a d e ma te rna e p e rina ta l (BRASIL, 1997).
Se g und o a s re c o me nd a ç õ e s d a O rg a niza ç ã o Mund ia l d e Sa úd e – O MS (1996 a ), no p a rto no rma l d e ve e xistir uma ra zã o vá lid a p a ra se inte rfe rir no p ro c e sso na tura l, e o o b je tivo d a a ssistê nc ia é te r uma mã e e uma c ria nç a sa ud á ve is, c o m o me no r níve l p o ssíve l d e inte rve nç ã o c o mp a tíve l c o m a se g ura nç a .
Po r me io d a Po rta ria d o Ministé rio d a Sa úd e (MS) nº 2.815, d e 29 d e ma io d e 1998, o MS inc luiu na Ta b e la d o Siste ma d e Info rma ç õ e s Ho sp ita la re s d o Siste ma Únic o d e Sa úd e (SIH/ SUS) o p ro c e d ime nto d o “ p a rto se m d istó c ia ” , p a rto no rma l, p e lo e nfe rme iro
o b sté tric o , a sse g ura nd o sua a uto no mia no c uid a d o o b sté tric o (BRASIL, 1998).
C o m e ssa p o rta ria , a mp lio u-se o núme ro d e e nfe rme iro s inte re ssa d o s na fo rma ç ã o e sp e c ífic a na á re a o b sté tric a . Isso re p e rc utiu e m um no vo o lha r e uma no va a tua ç ã o d e ste s p ro fissio na is no c e ná rio
d a a ssistê nc ia à mulhe r (G ARDENAL, e t a l. , 2002).
C o nfo rme e vid e nc ia d o , no s último s vinte a no s a s Esc o la s d e Enfe rma g e m no Bra sil ha b ilita ra m 1.058 e nfe rme iro s na á re a o b sté tric a . Na mo d a lid a d e d e e sp e c ia liza ç ã o , fo ra m fo rma d o s 698 e nfe rme iro s
o b sté tric o s e , a té o p re se nte mo me nto , um to ta l d e 1.756 p ro fissio na is e stã o p re p a ra d o s e sp e c ific a me nte p a ra o c uid a d o ma te rno -infa ntil, c o ntrib uind o p a ra a mud a nç a d a visã o d e c o mo p o d e se r a ssistid o o tra b a lho d e p a rto e p a rto (C O LLAÇ O , 2002).
iso la d a me nte o va lo r a b so luto , p o is func io na um c o njunto no q ua l a mulhe r a p re se nta d ife re nte s níve is d e d e sc o nfo rto , a nsie d a d e e d úvid a s c o m sua p ró p ria c a p a c id a d e na p a rtic ip a ç ã o d o se u tra b a lho d e p a rto
e na sc ime nto .
O tra b a lho d e p a rto p o d e se r visto c o mo um p e río d o c rític o a p a rtir d o q ua l se inic ia uma sé rie d e mud a nç a s sig nific a tiva s, e nvo lve nd o d ive rso s níve is d e simb o liza ç ã o . So b e ssa ó tic a , o p a rto é um p ro c e sso p sic o sso má tic o d e te rmina d o p o r fa to re s so c io c ultura is, ind ivid ua is e físio p a to ló g ic o s d a mulhe r. É o c o njunto d e me d o s, a nsie d a d e s e e xp e c ta tiva s d e c o rre nte s d a s e xp e riê nc ia s vivid a s p e la mulhe r, d a s info rma ç õ e s re c e b id a s d e a mig a s e fa milia re s, e d e o utra s, q ue vive nc ia ra m o p ro c e sso d e d a r à luz (MALDO NADO , 2000).
De a c o rd o c o m c a d a so c ie d a d e , o p a rto p o d e se r o u nã o
c o nsid e ra d o um e ve nto na tura l. Alg uma s o c o nsid e ra m um d ra ma , e nq ua nto o utra s o vê e m c o mo um p ro c e sso c o mum e c o tid ia no (BRÜG G EMANN, 2001).
Ao re c o nhe c e r o p a rto c o mo um p ro c e sso d inâ mic o , a lvo d e uma a te nç ã o e sp e c ia l ne ste mo me nto sig nific a tivo p a ra a s p a rturie nte s, G ua ld a , e nfe rme ira o b sté tric a , re a lizo u um e stud o q ue id e ntific o u a s c a ra c te rístic a s ind ivid ua is e unive rsa is d o p ro c e sso d o p a rto . As c a ra c te rístic a s ind ivid ua is c o rre sp o nd e m a o s a sp e c to s b io lo g ic a me nte d e te rmina d o s e à sing ula rid a d e d a mulhe r, a e xe mp lo
d a fo rma c o mo e la se nte a d o r, e a d o r d o p a rto . Em re la ç ã o à unive rsa lid a d e d o p ro c e sso fisio ló g ic o e e vo luç ã o d o p a rto , a d o r é c o nc e b id a c o mo a ç ã o d ivina (G UALDA; 1993, G UALDA; 1994).
d a s e ntra nha s d a mulhe r, no q ua l e la e stá e nvo lvid a . Pe lo c o ntrá rio , o p a rto re p re se nta um a c o nte c ime nto so c ia l e c ultura l q ue e nvo lve a fa mília e a so c ie d a d e c o m a c he g a d a d o no vo se r (C O LLAÇ O , 2002).
Na o p iniã o d e La rg ura (1998), a mulhe r q ua nd o va i d a r à luz tra z sua b a g a g e m c ultura l, sua s e xp e riê nc ia s, e se p re p a ra d e ma ne ira re a lista p a ra o ime nso d e sa fio re p re se nta d o p e lo tra b a lho d e p a rto .
Pa ra Pa mp lo na (1990), o p a rto é vivid o d e fo rma ma is e sp o ntâ ne a e c ria tiva d e ntro d a s p o ssib ilid a d e s d e c a d a uma , e nã o c o mo so frime nto físic o , e mo c io na l e mo ra l. De sse mo d o ,
O p a rto se ria ta mb é m uma re vivê nc ia d o tra uma d o p ró p rio na sc ime nto : a mulhe r, id e ntific a d a c o m se u filho , vive ria a tra vé s d e le o me d o d e se p a ra r-se d e sua mã e . A se p a ra ç ã o imp lic a ria e m o p a rto se r se mp re uma situa ç ã o d e a nsie d a d e , na q ua l a mulhe r ne c e ssita d o a p o io e mo c io na l d o s q ue a ro d e ia m p a ra vivê -la o me lho r p o ssíve l e sup e rá -la (PAMPLO NA,1990, p .44).
Se g und o a firma Brüg g e ma nn (1999), o p a rto é e sse nc ia lme nte um símb o lo d e vid a , no q ue e le e nc e rra d e surp re sa , risc o e imp re visib ilid a d e . Ma s c o mo e xp e riê nc ia fund a me nta l, p ro fund a e ma rc a nte na vid a d a mulhe r, e le p o d e c o nte r so frime nto , so lid ã o , me d o , inse g ura nç a e d e p re ssã o , c o mo ta mb é m p ra ze r, sa tisfa ç ã o e
p le nitud e .
Alé m d isso , d e a c o rd o c o m a Brüg g e ma nn (1999), a vivê nc ia d a p a rturiç ã o p o d e se r p e rc e b id a p e la mulhe r c o mo a ng ustia nte , p o is, a p a rtir d o mo me nto e m q ue é inte rna d a na
ma te rnid a d e , e la p a ssa a nã o te r c o ntro le d a situa ç ã o , tud o se to rna imp re visíve l e nã o fa milia r. Ne ste mo me nto , a firma , Fa lc ó n (1993), a mulhe r so lic ita a p ro xima ç ã o e c o mp re e nsã o d o s p ro fissio na is d e sa úd e e m g e ra l, e d o e nfe rme iro e m p a rtic ula r.
1.2.2 O c uida do de Enfe rm a g e m no tra ba lho de pa rto e pa rto : dila ta ç ã o - e xpulsã o - de livra m e nto
Dura nte o tra b a lho d e p a rto e p a rto o c uid a d o d e Enfe rma g e m d e ve rá c o nstituir-se na inte g ra ç ã o , no c o nta to c o m a
mulhe r e no re sg a te a o no vo se r. O c o nhe c ime nto , o a c o mp a nha me nto d o e nfe rme iro so b re a fisio lo g ia d e c a d a fa se é fund a me nta l e a d e q ua d o no a ssistir a mulhe r d e fo rma ho lístic a , p ro mo ve nd o se g ura nç a no s c uid a d o s a e la o fe re c id o s (ZIEG EL; C RANLEY, 1985).
C o nfo rme me nc io na d o p o r C o lliè re (1999, p .235):
C uid a r é um a to ind ivid ua l q ue p re sta mo s a nó s p ró p rio s, d e sd e q ue a d q uirimo s a uto no mia , ma s é , ig ua lme nte , um a to d e re c ip ro c id a d e q ue so mo s le va d o s a p re sta r a to d a a p e sso a q ue , te mp o rá ria o u d e finitiva me nte , te m ne c e ssid a d e d e a jud a p a ra a ssumir a s sua s ne c e ssid a d e s vita is.
p a rturie nte d ura nte a s fa se s d o tra b a lho d e p a rto e p a rto : d ila ta ç ã o , e xp ulsã o e d e livra me nto , p o is, c o mo re fe re m Zie g e l e C ra nle y (1985), a p e rd a d o ta mp ã o muc o so , d o líq uid o a mnió tic o e o iníc io d a s
c o ntra ç õ e s c o nstitue m sina is c a ra c te rístic o s d e sta s fa se s. Alé m d isso , p o d e -se o b se rva r o o lha r e xp re ssivo d a p a rturie nte d e nunc ia nd o me d o , inse g ura nç a e a nsie d a d e . Ne ste mo me nto , é ind isp e nsá ve l o o lha r se nsíve l e a te nto d o e nfe rme iro no p la ne ja me nto d a a ssistê nc ia à p a rturie nte .
O c uid a r ha rmo nio so d e Enfe rma g e m c o nsiste no to c a r e na inte rre la ç ã o c o m o o utro , q ue p a c ific a m, a c a lma m e a livia m o s mo me nto s d e a nsie d a d e . Lo g o , o e nfe rme iro p re c isa c o nhe c e r e c o mp re e nd e r a imp o rtâ nc ia d o c uid a r (C O LLIÈRE, 1999; C EC C ATO ; VAN DER SAND, 2001).
Ne ssa s fa se s, c o nfo rme se o b se rva , a ma io ria d a s mulhe re s re la ta o a ume nto d o me d o e a nsie d a d e , e m d e c o rrê nc ia d a fa lta d e ma is info rma ç õ e s so b re o tra b a lho d e p a rto e p a rto , a p e sa r d e se r e ste um p ro c e sso fisio ló g ic o na tura l (MALDO NADO , 2000).
Ne me (2002), e m c o rro b o ra ç ã o a Re ze nd e e Mo nte ne g ro (1999), c o nsid e ra o p ro c e sso d o tra b a lho d e p a rto e p a rto c o mo uma “ sínd ro me ” q ue func io na num c o njunto no q ua l a mulhe r a p re se nta d ife re nte s níve is d e d e sc o nfo rto . Ela p o d e se a p re se nta r a nsio sa , e p a ssa a d uvid a r d a p ró p ria c a p a c id a d e d e p a rtic ip a ç ã o no tra b a lho
d e p a rto e na sc ime nto .
O s c uid a d o s se inic ia m e ntã o c o m a a ssistê nc ia d e Enfe rma g e m d ura nte a d ila ta ç ã o , e xp ulsã o , d e livra me nto e o p e río d o G re e nb e rg . Ta is c uid a d o s a b ra ng e m vá rio s a sp e c to s, e ntre o s q ua is:
ma nute nç ã o d o b e m-e sta r d a mã e e d o fe to ; d e te c ç ã o p re c o c e d e risc o e me d id a s d e c o nfo rto (físic o e p sic o ló g ic o ) no a c o mp a nha me nto d a e vo luç ã o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto .
No tra b a lho d e p a rto e p a rto o p rime iro p e río d o é a d ila ta ç ã o . Po r d ila ta ç ã o e nte nd e -se o te mp o q ue tra nsc o rre d e sd e o iníc io d a s c o ntra ç õ e s ute rina s re g ula re s, q ue mo d ific a m a c é rvic e , a té a d ila ta ç ã o to ta l d o c o lo ute rino . Te m a fina lid a d e d e a mp lia r a c a p a c id a d e na fo rma ç ã o d o c a na l d o p a rto d a nd o p a ssa g e m a o c o nc e p to (NEME, 2000).
C o mo o b se rvo u G ua ld a (2002), a s mulhe re s a p re se nta m
c o mp o rta me nto s va ria d o s no tra b a lho d e p a rto e tê m a id é ia d e q ue p a rir e stá , c ultura lme nte , lig a d o a d o r, so frime nto e a ng ústia . As d o re s sã o e sp e ra d a s, a nte c ip a d a me nte , p o r te re m so frid o d ura nte to d a a sua vid a uma p re ssã o p sic o ló g ic a se g und o a q ua l o p a rto é d o lo ro so e re p le to d e p e rig o s, g e ra nd o a ssim uma e sp é c ie d e re fle xo c o nd ic io na d o d e d o r. Ne ste c o nte xto , p ro fissio na is se nsíve is e a b e rto s p a ra p e rc e b e r a d o r no tra b a lho d e p a rto e p a rto p o d e m a uxilia r a p a rturie nte a vive nc iá -lo d e ma ne ira ma is tra nq üila e me no s d o lo ro sa .
Lo g o , c o nfo rme e nfa tiza d o p o r Ma ld o na d o (2000), é
ne c e ssá rio c o nsid e ra r o c o nte xto so c io c ultura l d a mulhe r p a ra a c o mp re e nsã o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto , o q ua l c o ntrib uirá na inte rp re ta ç ã o d a s d ife re nte s se nsa ç õ e s físic a s p o ssíve is d e o c o rre r d ura nte o p ro c e sso .
d e sp e ito d a s ra íze s inc o nsc ie nte s e p rimitiva s d a d o r d o p a rto , a o rie nta ç ã o fa c ilita rá a c o mp re e nsã o d ura nte o tra b a lho d e p a rto e p a rto . Ne ste se ntid o , a s a ç õ e s inte g ra nte s d o c uid a d o d e Enfe rma g e m
d e ve m se r d e se nvo lvid a s num c o nsta nte p ro c e sso d e p a rtilha d e c o nhe c ime nto s p a ra q ue a p a rturie nte se ja um a g e nte a tivo d o p ro c e sso d o na sc ime nto , e p o ssa p a rtic ip a r d e fo rma c o nsc ie nte e se g ura (LO WDEMILK; PERRY; BO BAK; 2002,RIESC O ; TSUNEC HIRO , 2002).
C o m vista s a e sse s o b je tivo s, a s o rie nta ç õ e s d e ve m e sta r vo lta d a s p a ra o s mé to d o s na tura is, ta is c o mo : uso d e b o la , c a va linho , e stímulo a d e a mb ula ç ã o e e xe rc íc io s re sp ira tó rio s, p o r se re m fa c ilita d o re s no a lívio à s c o ntra ç õ e s ute rina s, a lé m d e fa vo re c e r o b e m- e sta r e a se g ura nç a e mo c io na l d a mulhe r.
Em e stud o re a liza d o p o r Alme id a e t a l. (2005), c o nfo rme
ve rific a d o , e mb o ra a s té c nic a s d e re sp ira ç ã o e re la xa me nto d ura nte o tra b a lho d e p a rto nã o te nha m re d uzid o a inte nsid a d e d a d o r, p ro p o rc io na ra m à s p a rturie nte s d o g rup o e xp e rime nta l a ma nute nç ã o d e b a ixo níve l d e a nsie d a d e .
O se g und o p e río d o d e tra b a lho d e p a rto e p a rto é a e xp ulsã o . Po r e xp ulsã o , c o mp re e nd e -se o mo me nto a p a rtir d a d ila ta ç ã o c o mp le ta d o c o lo ute rino à c o mp le ta e xp ulsã o fe ta l. Na o p iniã o d e Re ze nd e e Mo nte ne g ro (1999), e sta é uma e ta p a c rític a na q ua l a s d e c isõ e s d e ve m se r se g ura s e rá p id a s. O mo me nto é a ind a d e
Ne ste p e río d o a s se nsa ç õ e s d e c o mp re ssã o e a ng ústia , e m ma io r o u me no r inte nsid a d e , g ua rd a m re la ç ã o a o lo ng o d a sua e xp e riê nc ia d e vid a . O p a rto p o d e se r c o mp a ra d o a um fe nô me no
fo rte e miste rio so d a na ture za . Ap e sa r d e to d a te c no lo g ia mo d e rna , e xiste um mo me nto d o p a rto e m q ue na d a há a fa ze r a nã o se r c o nfia r na e xistê nc ia , na vid a e na na ture za (C O LLAÇ O , 2002).
Q ua nto a o s “ p uxo s” , c o nfo rme re c o me nd a d o , nã o se d e ve insistir p a ra q ue a p a rturie nte re a lize “ p uxo s” e xp ulsivo s no inte rva lo d a s c o ntra ç õ e s. Esta a titud e p o d e p ro vo c a r p re juízo na fre q üê nc ia c a rd ía c a fe ta l e no s índ ic e s d e Ap g a r d o re c é m-na sc id o . Entre ta nto , no p e río d o e xp ulsivo , d e ve se r d a d a e sp e c ia l a te nç ã o a o s mo vime nto s d e d e sc id a e e xp ulsã o d o fe to , p o r se r o ma io r e sfo rç o d o b inô mio mã e -filho no tra nsc o rre r d o p a rto (NEME, 2000).
A e xp ulsã o p o d e se r c o nsid e ra d a a e ta p a ma is sig nific a tiva : le va a lg uma s ho ra s e d e se nc a d e ia mud a nç a s fisio ló g ic a s e p sic o ló g ic a s. Ne sse mo me nto , o p ro fissio na l d e ve c o lo c a r e m p rá tic a sua s ha b ilid a d e s p a ra a ssistir o na sc e r c o m q ua lid a d e (G O LDMAN, 2002).
Po rta nto , o s c uid a d o s d e Enfe rma g e m d e ve m p ro p o rc io na r c o nfo rto físic o e se g ura nç a à p a rturie nte , e nc o ra ja nd o se us e sfo rç o s e a p o ia nd o se us p ro g re sso s. A p a rturie nte d e ve re sp ira r tra nq üila me nte d ura nte e ste p e río d o . Ap ó s o na sc ime nto , o e nfe rme iro d e ve p re sta r o s
p rime iro s c uid a d o s a o re c é m-na sc id o , c o lo c á -lo junto à mã e e e stimula r o iníc io a o a le ita me nto ma te rno , se p o ssíve l no s p rime iro s trinta minuto s a p ó s o p a rto .
c o ntra ç õ e s inte nsa s e fre q üe nte s c e ssa ra m. To d a via , o úte ro c o ntinua a c o ntra ir-se , o c a sio na nd o à s ve ze s d e sc o nfo rto se me lha nte à s c ó lic a s me nstrua is.
Se g und o G o ld ma n (2002), a a ssistê nc ia a o d e livra me nto e xig e c o nhe c ime nto . De sse mo d o , o e nfe rme iro o b ste tra d e ve re c o nhe c e r o s sina is d e d e sc o la me nto p la c e ntá rio e e vita r ma ssa g e ns e ma nip ula ç õ e s ute rina s na p re ve nç ã o d e c o mp lic a ç õ e s.
O q ua rto p e río d o d o p a rto é c o nhe c id o c o mo p e río d o G re e nb e rg , isto é , a p rime ira ho ra a p ó s a sa íd a d a p la c e nta . Ne ste mo me nto , p o d e rã o surg ir c o mp lic a ç õ e s o u nã o (REZENDE, 2005).
Ne sta fa se , o c uid a d o d e Enfe rma g e m é e sse nc ia l p a ra minimiza r p o ssíve is c o mp lic a ç õ e s à p a rturie nte e a o filho . Po r isso a a ssistê nc ia a tiva e a vig ilâ nc ia a o la d o d a p ué rp e ra p o d e m e nfre nta r
surp re sa s, se nd o , p o is, ne c e ssá rio c o rrig ir o p o rtuna me nte q ua isq ue r d e svio s d o me c a nismo fisio ló g ic o (G O LDMAN, 2002; NEME, 2002).
No p e río d o G re e nb e rg , a o b se rva ç ã o d ire ta é imp o rta nte à vig ilâ nc ia d o e sta d o g e ra l d a p ué rp e ra , c o m e sp e c ia l a te nç ã o à ve rific a ç ã o d o s sina is vita is, fo rma ç ã o d o g lo b o d e se g ura nç a d e Pina rd e sa ng ra me nto tra nsva g ina l. O s c uid a d o s d e Enfe rma g e m d e ve m id e ntific a r p re c o c e me nte sina is d e risc o , p ro p ic ia r inte ra ç ã o mã e -filho , e stimula r a le ita me nto ma te rno , ma nte r a p ué rp e ra info rma d a so b re o s c uid a d o s re a liza d o s, e e xp lic a r-lhe a s mo d ific a ç õ e s e m p ro c e ssa me nto
no se u o rg a nismo .
De a c o rd o c o m Fig ue ire d o , e t a l. (2004), e m e stud o so b re a p rá tic a d a Enfe rma g e m e m O b ste tríc ia ,
d e sa rruma e se a ng ustia na sa la d e p a rto p e la p re ssa d o s p ro fissio na is; q ue d e p rime a p ó s o na sc ime nto d o b e b ê p e lo a b a nd o no . Na ve rd a d e , o (d e s)c uid a d o d e e nfe rma g e m a rrum a , de sa rrum a e a ba ndo na o c o rp o d o c uid a d o , ind ic a nd o q ue há uma c o mp le xid a d e no s mo me nto s d e p a rir – indic a do re s de o rg a niza ç ã o , de so rg a niza ç ã o e re o rg a niza ç ã o p a ra o c uid a d o d e e nfe rma g e m e m o b ste tríc ia .
C o mo e vid e nc ia d o na c ita ç ã o , é ne c e ssá rio a s e nfe rme ira s o b sté tric a s p ro lo ng a re m o c uid a d o p a ra q ue a p a rturie nte nã o se sinta
a b a nd o na d a , p o is se g und o a O rg a niza ç ã o Mund ia l d e Sa úd e (1996b ), o e nfe rme iro é o p ro fissio na l c e rto p a ra a ssistir a mulhe r d ura nte o tra b a lho d e p a rto e p a rto . Ta na ka (1995) c o rro b o ra e sta o p iniã o a o
a firma r q ue é imp o rta nte o p a p e l d o e nfe rme iro o b sté tric o d ura nte o tra b a lho d e p a rto e p a rto , p o r se r um mo me nto d e g ra nd e se nsib ilid a d e e d e p e nd e nte d e a jud a .
1.2.3 Pro c e sso e duc a tivo do disc e nte de Enfe rm a g e m na a ssistê nc ia a o tra ba lho de pa rto e pa rto
A e d uc a ç ã o te m p a p e l d e c isivo no se r huma no e na sua tra nsfo rma ç ã o p e sso a l e so c ia l, e d e ve se r fund a me nta d a e m p rinc íp io s filo só fic o s, e strutura d a c o m o s mo me nto s histó ric o s vivid o s p e la
so c ie d a d e .
fa to re s e sse nc ia is p a ra q ue se inic ie e se ma nte nha o p ro c e sso e d uc a tivo (BRANDÃO , 1995).
To d a via , o sa b e r p re c isa se r c o nstruíd o so b fo rma
p ro c e ssua l, na q ua l e d uc a d o r e e d uc a nd o d e ve m a ssumir p o siç õ e s d ife re nte s, o c up a nd o o me smo níve l d e re la ç ã o , p ro d uzind o junto s o c o nhe c ime nto (STAC C IARINI, ESPERIDIÃO , 1999). Pa ra ta nto , é ne c e ssá rio va lo riza r o a luno c o mo suje ito d o p ro c e sso d e e nsino -a p re nd iz-a g e m, c o nsid e r-a nd o -a su-a sub je tivid -a d e e b -a g -a g e m c ultur-a l (G URG EL, 2002).
O p ro c e sso e d uc a tivo o c o rre a p a rtir d a inte ra ç ã o huma na , c a d a um c o m o s se us c o nhe c ime nto s p e sso a is, ne c e ssid a d e s, p e rc e p ç õ e s e e xp e riê nc ia s, c re nç a s e va lo re s q ue influe nc ia m a a p re nd iza g e m. Lo g o , a visã o d a na ture za huma na d á p rio rid a d e à s
re la ç õ e s so c ia is e à c ria ç ã o d e uma so c ie d a d e me lho r, q ue a fe ta e re fle te a s d ife re nç a s ind ivid ua is, c o mo fo nte b á sic a , p a ra a ume nta r a fle xib ilid a d e na s re la ç õ e s inte rp e sso a is e ha b ilid a d e p a ra re sp o nd e r à s mud a nç a s e à s p o ssib ilid a d e s d e re sp o sta na vid a ( ZAMPIERI,1999).
Se g und o Fre ire (1998), o p ro c e sso e d uc a tivo p o d e se r te ra p ê utic o , q ua nd o p ro p ic ia a o se r huma no e nfre nta r situa ç õ e s d e e stre sse , p e rmitind o um a p re nd iza d o ma is sa ud á ve l, e é fund a me nta l e m to d a s a s á re a s d e c o nhe c ime nto , p rinc ip a lme nte na á re a d e sa úd e , a o fo rta le c e r a q ue le s q ue inte ra g e m.
A p re missa b á sic a d a q ue le s q ue re a liza m o p ro c e sso e d uc a tivo é p ro p ic ia r o fo rta le c ime nto p e sso a l d o s se re s huma no s c o m q ue m inte ra g e m, e o imp o rta nte é a jud a r o se r huma no a a jud a r-se .
Este p ro c e sso é c o mp o sto p e la c a p a c id a d e d o d o c e nte e d o d isc e nte , e m uma a b o rd a g e m p a rtic ip a tiva / c o nstrutiva , ultra p a ssa nd o a situa ç ã o d o ho me m-o b je to p a ra c o nso lid a r a d o ho me m huma nístic o , histó ric o , d ia ló g ic o , c rític o e tra nsfo rma d o r (FREIRE,1998).
O a luno d e Enfe rma g e m, a o e xp e rie nc ia r a p rá tic a o b sté tric a , d e ve re c o nhe c e r a imp o rtâ nc ia d e ste mo me nto ta nto p a ra e le q ua nto p a ra a p a rturie nte q ue e stá vive nc ia nd o o tra b a lho d e p a rto e p a rto . Dia nte d isso , e le p re c isa re la c io na r o c o nhe c ime nto te ó ric o e p rá tic o , no intuito d e p ro mo ve r um c uid a d o c a p a z d e a te nd e r à s re a is ne c e ssid a d e s d a mulhe r numa d ime nsã o huma nístic a . Ne ste c o nte xto o
p ro fe sso r e xe rc e p a p e l p rimo rd ia l no p ro c e sso d e a p re nd iza g e m d o d isc e nte d ura nte e sta e xp e riê nc ia d e vid a , p o r e nse ja r situa ç õ e s d e e nsino -a p re nd iza g e m p a ra a fo rma ç ã o p e sso a l e p ro fissio na l d e ste a luno .
Dura nte a g ra d ua ç ã o e m Enfe rma g e m, o a luno a o c ursa r a d isc ip lina re la c io na d a à sa úd e d a mulhe r te rá o p o rtunid a d e d e e xp e rie nc ia r sua p rá tic a e m d ive rso s se to re s, c o mo p ré -na ta l, c e ntro o b sté tric o , g ine c o lo g ia , a lo ja me nto c o njunto , e ntre o utro s.
Q ua nto a o se to r C e ntro O b sté tric o , o a luno e xp e rie nc ia rá
situa ç õ e s d e e nsino -a p re nd iza g e m q ue fa vo re c e rã o o p ro c e sso d e fo rma ç ã o a c a d ê mic a no a te nd ime nto à mulhe r e m p ro c e sso d e tra b a lho d e p a rto e p a rto .
re c o me nd a ç õ e s d a O MS (1996 b ) q ua nto a nã o imp le me nta r mo d e lo s ríg id o s d e a ssistê nc ia p a ssíve is d e inte rfe rir no nã o a te nd ime nto d a s ne c e ssid a d e s d a p a rturie nte . Po rta nto , d e ve rá imp le me nta r c uid a d o s
huma nístic o s c e ntra d o s, p a rtic ula rme nte , no s p e río d o s c línic o s d o p a rto .
A a tua ç ã o d a e nfe rme ira o b ste tra na a ssistê nc ia a o p a rto d e b a ixo risc o p o d e se r uma me d id a c a p a z d e re d uzir inte rve nç õ e s d e sne c e ssá ria s d ura nte o tra b a lho d e p a rto e p a rto , o fe re c e nd o um c uid a d o ma is inte g ra l à mulhe r e sua fa mília (DIAS ; DO MING UES, 2005).
Entre ta nto , p a ra p re sta r e ssa a ssistê nc ia , o a luno d e g ra d ua ç ã o d e Enfe rma g e m d e ve se r o rie nta d o q ua nto à s a ç õ e s ine re nte s à á re a o b sté tric a p a ra p o d e r d e se mp e nha r um c uid a d o b a se a d o na sua c a p a c ita ç ã o , c o mp o rtilha nd o c o m o p ro fe sso r e xp e riê nc ia s d e a p re nd iza g e m q ue p ro mo va m o e nvo lvime nto e o
c o mp ro misso c o m a q ua lid a d e d o c uid a r d a Enfe rma g e m O b sté tric a .
Se g und o Silva , G urg e l e Mo ura (2004, p . 35):
... o p ro fissio na l d e e nfe rma g e m a ind a nã o
c o nse g ue utiliza r na s sua s re la ç õ e s d e
e nsino / se rviç o e stra té g ia s c ria tiva s, ino va d o ra s d e
ne g o c ia ç õ e s e id e ntid a d e p ro fissio na l, q ue le ve m a
c o nte nto à a p re nd iza g e m e fe tiva d o s a luno s ne sta
á re a d o c o nhe c ime nto .
De sse mo d o , c o nse q üe nte me nte , ha ve rá ma is q ua lid a d e na me lho ria d o e nsino (SHIMIZU, 1999).
Na p rá tic a o b sté tric a , e ntre ta nto , o a luno p o d e rá e nfre nta r
d ific uld a d e s a o e xe rc e r o c uid a d o à p a rturie nte , p o is me smo c o m c o nhe c ime nto te ó ric o , p o d e rá fic a r ine rte a o s c uid a d o s d ire to s a se re m p re sta d o s à mulhe r ne sta fa se .
C o nfo rme e nfa tiza d o p o r Wa ld o w, Lo p e s e Me ye r (1995), o c uid a r p o d e se r e xe rc id o na Enfe rma g e m p o r me io d a e d uc a ç ã o , d o “ c uid a r e d uc a nd o ”. A p a rtir d a re a lid a d e vive nc ia d a , e d uc a r e nq ua nto a p re nd e e a p re nd e r p a ra e d uc a r, ha ve nd o tro c a d e c o nhe c ime nto mútuo .
Pa ra Bra nd ã o (1995, p . 10), “ nã o há uma fo rma únic a , ne m um mo d e lo d e e d uc a ç ã o ” . Esta p o d e se r livre , a s p e sso a s p o d e m c ria r
uma ma ne ira p a ra to rna r c o mum, c o mo sa b e r, c o mo id é ia , a q uilo q ue é c o munitá rio , c o mo o b e m, c o mo a vid a e m um d o mínio p ró p rio d o ho me m, d e tro c a d e símb o lo s e d e inte nç õ e s d a s re la ç õ e s e m e vo luir e to rná -lo ma is huma no .
To d a via , a e d uc a ç ã o e stimula o ra c io c ínio e a c o nstruç ã o d o c o nhe c ime nto c o mp a rtilha d o , e m q ue a d e mo c ra tiza ç ã o d o p e nsa me nto e a p a rtic ip a ç ã o so c ia l d e ve m se r e fe tiva s d o suje ito c o mo a g e nte d e tra nsfo rma ç ã o (LANDIN, e t a l., 2000).
A d e sp e ito , p o is, d e to d a s a s situa ç õ e s d ife re nc ia d a s q ue a
Dia nte d a re a lid a d e a se r vive nc ia d a p e lo e d uc a d o r e e d uc a nd o , p o d e -se re ssa lta r a e me nta d a d isc ip lina Enfe rma g e m no Pro c e sso d e C uid a r III – Mulhe r, d o De p a rta me nto d e Enfe rma g e m
(DENF/ FFO E/ UFC ), q ue p re vê a a ná lise histó ric a d a s p o lític a s d e sa úd e d a mulhe r, inc luíd o o e stud o e p id e mio ló g ic o a o s a g ra vo s d e sa úd e d a mulhe r, o nd e c o nsta m o s se g uinte s te ma s: Estud o e p id e mio ló g ic o d a mo rb imo rta lid a d e ma te rna ; Ava lia ç ã o d a s c o nd iç õ e s d e sa úd e d a mulhe r no s p e río d o s p ré -c o nc e p c io na l, g e sta c io na l e p ue rp e ra l; Ap lic a ç ã o d a me to d o lo g ia d a a ssistê nc ia d e Enfe rma g e m e m g ine c o lo g ia e o b ste tríc ia c o nte mp la nd o o s a sp e c to s b io ló g ic o s, é tic o s, so c io e c o nô mic o s, p o lític o s e sa nitá rio s; Id e ntific a ç ã o d o s fa to re s d e risc o no c ic lo g ra víd ic o -p ue rp e ra l e g ine c o ló g ic o ; Estud o d a s inte rc o rrê nc ia s c línic a s d a g ra vid e z e p ue rp é rio ; Id e ntific a ç ã o d a s
g ine c o p a tia s ma is c o muns no c ic lo vita l d a mulhe r; Ap lic a ç ã o d a a ssistê nc ia d e Enfe rma g e m na s inte rc o rrê nc ia s g ine c o -o b sté tric a s na re d e b á sic a d e sa úd e e ho sp ita la r; Do e nç a s se xua lme nte tra nsmissíve is d e p re va lê nc ia sig nific a tiva (AIDS); Nutriç ã o e m Enfe rma g e m (UFC , 1997).
Q ua nto a o s o b je tivo s d a d isc ip lina , o a luno d e ve rá : a va lia r a s c o nd iç õ e s d a mulhe r no p e río d o p ré -c o nc e p c io na l e p ue rp e ra l; a p lic a r a me to d o lo g ia d a a ssistê nc ia d e Enfe rma g e m e m g ine c o lo g ia e o b ste tríc ia c o nte mp la nd o o s a sp e c to s b io ló g ic o s, é tic o s,
so c ie c o nô mic o s, p o lític o s e sa nitá rio s, c o m vista s a um me lho r a te nd ime nto à s ne c e ssid a d e s b io -p sic o -só c io -e sp iritua is(UFC ,1997).
p a rto e re q ue r d e to d o s o s p ro fissio na is, d o c e nte s e d isc e nte s uma a tua ç ã o e fe tiva d o c uid a r.
Pe ra nte e sta re a lid a d e , fa ç o o se g uinte q ue stio na me nto :
- Q ua l o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m q ue e stá e xp e rie nc ia nd o a te o ria e a p rá tic a na d isc ip lina Enfe rma g e m no Pro c e sso d e C uid a r III – Mulhe r?
Ne ste se ntid o , d e fe nd o a te se d e q ue ind e p e nd e nte d a s e xp e riê nc ia s d o a luno d e Enfe rma g e m, a o vive nc ia r a p rá tic a o b sté tric a , e ste inte ra g e c o m a mulhe r e m tra b a lho d e p a rto e p a rto , c he c a nd o , a g rup a nd o e inte rp re ta nd o o s se ntid o s e sig nific a d o s d e ste p ro c e sso d e p a rturiç ã o . Ao me smo te mp o , p o r e le é influe nc ia d o e q ue r ve r p rime iro o p a rto , p a ra , e ntã o , a g ir e c uid a r d a mulhe r e m tra b a lho d e p a rto e p a rto .
A p a rtir d e ste e stud o , fo i p o ssíve l c o nhe c e r a visã o d o a luno d ura nte a p rá tic a o b sté tric a q ua nto a o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra e le . Esse c o nhe c ime nto p o d e rá c o ntrib uir p a ra q ue nó s, d o c e nte s d o C urso d e Enfe rma g e m, te nha mo s c o nd iç õ e s d e p ro mo ve r situa ç õ e s fa c ilita d o ra s d e stina d a s à me lho ria d o e nsino e d a a p re nd iza g e m e , c o nse q üe nte me nte , a o c uid a d o à mulhe r p o r p a rte d e to d o s o s e nvo lvid o s ne ste p ro c e sso d e p a rturiç ã o .
Alé m d isso , e ste e stud o a mp lia rá tra b a lho s vo lta d o s p a ra o d e se mp e nho d o a luno d e Enfe rma g e m a nte o p ro c e sso d e p a rturiç ã o ,
Tra b a lho d e Pa rto ; Enfe rma g e m O b sté tric a + Ensino ; Enfe rma g e m O b sté tric a + Tra b a lho d e Pa rto + Pa rto ; Pa rto + Tra b a lho d e Pa rto + Ensino ; Estud a nte s d e Enfe rma g e m + Ensino + Enfe rma g e m O b sté tric a ;
Estud a nte s d e Enfe rma g e m + Pa rto + Ensino ) nã o fo i e nc o ntra d a ne nhuma re fe rê nc ia , c o nsta ta nd o -se , d e sta fo rma , a re le vâ nc ia d o e stud o p a ra o e nsino d e Enfe rma g e m na á re a o b sté tric a .
1.3 De finindo o O bje tivo do Estudo
Ne ste c o nte xto d e e nsino -a p re nd iza g e m d o a luno d e Enfe rma g e m na á re a o b sté tric a o e stud o te ve c o mo o b je tivo :
• C o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m q ue e xp e rie nc ia a d isc ip lina
2
REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO DO
ESTUDO
‘
2.1 O pç ã o pe lo Inte ra c io nism o Sim bó lic o
C o m o intuito d e c o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho
d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m q ue e sta va e xp e rie nc ia nd o a p rá tic a o b sté tric a na d isc ip lina Enfe rma g e m no Pro c e sso d e C id a r III –Mulhe r, d o se xto se me stre , o p te i p a ra e ste e stud o p e la p e rsp e c tiva te ó ric o -me to d o ló g ic a d o Inte ra c io nismo Simb ó lic o .
A p e rsp e c tiva d o Inte ra c io nismo Simb ó lic o ind ic a uma a b o rd a g e m d istinta p a ra o e stud o d a vid a e a ç ã o huma na . Se g und o e sta p e rsp e c tiva , o se r huma no inte ra g e c o m o me io d o q ua l e le e me rg e , inse rid o numa so c ie d a d e c o mp o sta d e c ultura s, o nd e , inte ra g e m va lo re s e sig nific a d o s e xp e c ta nte s (HAG UETTE, 2001).
(1859-1952), Flo ria n Zna nnie c ki, C ha rle s H. C o o le y e G e o rg e He rb e rt Me a d (1863-1931).
O Inte ra c io nismo Simb ó lic o te ve sua o rig e m no s
p e nsa me nto s d e c lá ssic o s d a so c io lo g ia . Se u p rinc ip a l e xp o e nte fo i G e o rg e He rb e rt Me a d , c uja o b ra c o ntrib uiu d e c e siva me nte na p e rsp e c tiva inte ra c io nista . O He rb e t Blume r, se u se g uid o r, c o ub e a trib uir-lhe o no me e tra ze r à luz a inte rp re ta ç ã o siste má tic a d o s p re ssup o sto s b á sic o s d a o b ra d o se u me stre (C HARO N,1989; HAG UETTE,
2001).
Em 1937, He rb e rt Blume r, fie l se g uid o r d e Me a d , c rio u o te rmo Inte ra c io nismo Simb ó lic o , e e m 1969, p ub lic a , Symb o lic Inte ra c tio nism, o nd e a firma sua d e d ic a ç ã o à a mp lia ç ã o e a p e rfe iç o a me nto d a p e rsp e c tiva inte ra c io nista .
O Inte ra c io nismo Simb ó lic o c o nstitui a mp la p e rsp e c tiva te ó ric a q ue e nfo c a a vid a d o s g rup o s huma no s e o c o mp o rta me nto d o ho me m, p e rmitind o -no s a c o mp re e nsã o d o o utro , c o nsid e ra nd o o s sig nific a d o s a trib uíd o s p o r e ste s à s sua s e xp e riê nc ia s. Busc a c o mp re e nd e r a s c a usa s e o sig nific a d o inte ra tivo d a s a ç õ e s d o s se re s huma no s, a lé m d e p o ssib ilita r a inte rp re ta ç ã o d a s e sc o lha s fe ita s. Ne le , o ho me m é visto c o mo um se r livre , c a p a z d e re a ç õ e s, imp re visíve is a nte c a d a no va situa ç ã o . O s se re s huma no s e a s so c ie d a d e s sã o inse p a rá ve is e inte rd e p e nd e nte s (LITTLEJO NH,1992).
O se r huma no re sp o nd e a si me smo d a me sma fo rma q ue o utra s p e sso a s lhe re sp o nd e m. Ele a g e e m re la ç ã o à re a lid a d e d e a c o rd o c o m o sig nific a d o q ue e sta te m p a ra e le (HAG UETTE, 2001).
se nd o c o nstruíd a s, re c o lo c a d a s na inte ra ç ã o . Ele a g e e m re la ç ã o à s c o isa s b a se a d o no sig nific a d o q ue a q ue la situa ç ã o , o u o o b je to e sp e c ífic o te m p a ra e le (C HARO N,1989).
O Inte ra c io nismo Simb ó lic o e stá fund a me nta d o e m se is id é ia s b á sic a s o u ima g e ns ra d ic a is. Esta s, q ua nd o c o nsid e ra d a s no to d o ,
re p re se nta m a ma ne ira c o mo o Inte ra c io nismo Simb ó lic o c o nte mp la o c o mp o rta me nto huma no e a so c ie d a d e . Assim, o se r huma no inte ra g e
c o m o me io d o q ua l surg e , c o mo a to r e re a to r d e uma so c ie d a d e c o mp o sta d e c ultura s, va lo re s e e xp e c ta tiva s. De sta fo rma , a s id é ia s b á sic a s sã o c o nsid e ra d a s p a ra o a uto r c o mo a a rma ç ã o d o e stud o (BLUMER,1969).
As id é ia s b á sic a s d o Inte ra c io nismo Simb ó lic o d e a c o rd o c o m Blume r (1969) sã o :
- Na ture za da Vida e m So c ie da de - a o c o nvive r e m so c ie d a d e o s ind ivíd uo s e stã o c o mp ro me tid o s c o m a a ç ã o , re sulta nd o e m d ive rsa s a tivid a d e s a o lo ng o d a vid a . Ind e p e nd e nte d e se re m iso la d a s, c o le tiva s e / o u re p re se nta nte s d e uma instituiç ã o , no c o nte xto , d e ve m se r c o nsid e ra d a s c o mo p o nto d e p a rtid a e d e re to rno d e to d o o e stud o e mp íric o d a so c ie d a d e .
- Na ture za da Inte ra ç ã o So c ia l - o s ind ivíd uo s e nc o ntra m-se c o mp ro me tid o s c o m a a ç ã o , e a so c ie d a d e se c o nstitui d e ind ivíd uo s q ue inte ra g e m. Po r ta nto , a s a tivid a d e s d e c a d a um sã o p ro d uzid a s,
simb ó lic a, q ua nd o a re sp o sta à a ç ã o d o o utro p re ssup õ e uma inte rp re ta ç ã o .
- Na ture za do Ob je to – q ua nd o a so c ie d a d e se e nc o ntra
e m c o nsta nte inte ra ç ã o surg e m o s o b je to s. O s o b je to s sã o tud o a q uilo q ue p o d e se r ind ic a d o , q ue p o d e se r usa d o c o mo re fe rê nc ia . O s o b je to s p o d e m se r físic o s, c o mo me sa s, c a d e ira s; so c ia is, c o mo a s p e sso a s q ue e nvo lve m um g rup o so c ia l, o u a ind a , a b stra to s, c o mo a fé e a s e mo ç õ e s.
“ O s sig nific a d o s d o s o b je to s p a ra uma p e sso a e ma na m fund a me nta lme nte d o mo d o c o mo e ste s tê m-lhe sid o d e finid o s p o r a q ue le s c o m q ue m inte ra g e ” (BLUMER,1969. p , 8). Pa ra o Inte ra c io nismo Simb ó lic o , a vid a d e um g rup o huma no é um va sto p ro c e sso no q ua l a s p e sso a s vã o fo rma nd o , suste nta nd o e tra nsfo rma nd o o s o b je to s d o se u
mund o à me d id a q ue e le s vã o c o nte mp la nd o um sig nific a d o .
- O Se r Huma no c o mo Ag e nte - c o nc e b e o ho me m c o mo um se r c a p a z, nã o a p e na s d e re sp o nd e r a o s d e ma is, e m um níve l simb ó lic o , ma s d e fa ze r ind ic a ç õ e s a o s o utro s, inte rp re ta r a s q ue e ste s lhe fo rmula m a o inte ra g ir c o nsig o me smo . No e nta nto , isso só é p o ssíve l p o rq ue o ho me m p o ssui um se lf, c o mo já ha via d e sc rito Me a d (1872). O ho me m p o d e se r o b je to d a s sua s p ró p ria s a ç õ e s e vir a e sta b e le c e r uma inte ra ç ã o c o nsig o me smo a p a rtir d e um p ro c e sso so c ia l e m q ue fo rmula ind ic a ç õ e s e a s re sp o nd e a si me smo .
c o nfo rme a inte rp re ta ç ã o re a liza d a. “ Te m q ue c o nstruir e o rie nta r sua p ró p ria a ç ã o e m lug a r d e limita r-se a re a lizá -la e m re sp o sta a o s fa to re s q ue influe nc ia m sua vid a o u o p e ra m a tra vé s d e sua p e sso a ”
(BLUMER,1969, p .11). Fund a me nta lme nte , a a ç ã o p o r p a rte d o se r huma no c o nsiste e m uma c o nsid e ra ç ã o g e ra l d a s d ive rsa s c o isa s q ue p e rc e b e e na e la b o ra ç ã o d e uma linha d e c o nd uta b a se a d a na ma ne ira d e inte rp re ta r a s info rma ç õ e s re c e b id a s.
- Inte rc o ne xã o da Aç ã o - a vid a d o s g rup o s so c ia is se b a se ia e d e p e nd e d a a d a p ta ç ã o re c íp ro c a d a s linha s d e a ç ã o d o s d ife re nte s me mb ro s d o g rup o . De sse mo d o , a a rtic ula ç ã o d e ssa s linha s c o nstitui a “ a ç ã o c o njunta ” e fo rma uma o rg a niza ç ã o c o munitá ria b a se a d a no s d ife re nte s a to s d o s d ive rso s p a rtic ip a nte s.
A c o nstruç ã o d o sig nific a d o e nvo lve um p ro c e sso
inte rp re ta tivo inic ia d o c o m uma inte ra ç ã o c o nsig o me smo , d e p o is o ind ivíd uo se le c io na , c he c a , susp e nd e e re a g rup a o s sig nific a d o s, tra nsfo rma nd o -o s à luz d a situa ç ã o e m q ue e stá inse rid o . Assim, a inte rp re ta ç ã o é tid a c o mo um p ro c e sso fo rma tivo c ujo s sig nific a d o s sã o usa d o s p a ra d ire c io na r a s a ç õ e s (BLUMER,1969).
Fund a me nta d o ne ssa s p re missa s, o Inte ra c io nismo Simb ó lic o , é le va d o a d e se nvo lve r um e sq ue ma a na lític o d a so c ie d a d e e d a c o nd uta huma na . Este e sq ue ma e nvo lve id é ia s b á sic a s re la c io na d a s a g rup o s huma no s o u so c ie d a d e s, inte ra ç ã o so c ia l,
o b je to s, o se r huma no c o mo a to r, a a ç ã o huma na e a c o ne xã o d a s linha s d e a ç ã o . Ta is id é ia s e m uma visã o d e c o njunto re p re se nta m a fo rma c o mo o Inte ra c io nismo Simb ó lic o vê a so c ie d a d e huma na e a c o nd uta huma na (HAG UETTE, 2001).
Prime ira p re missa - O se r huma no a g e e m re la ç ã o à s c o isa s na b a se d o s sig nific a d o s q ue e la s tê m p a ra e le ;
Se g unda p re missa - O sig nific a d o d e ssa s c o isa s é d e riva d o , surg e d a
inte ra ç ã o so c ia l e sta b e le c id a c o m o utra s p e sso a s;
Te rc e ira p re missa - Este s sig nific a d o s sã o ma nip ula d o s e mo d ific a d o s p o r
um p ro c e sso inte rp re ta tivo usa d o p e lo suje ito a o tra ta r a s c o isa s e situa ç õ e s q ue e le e nc o ntra .
Na o p iniã o d e Blume r (1969), o ind ivíd uo o b se rva e fo rma uma linha d e c o nd uta d a s c o isa s vive nc ia d a s no se u c o tid ia no , to ma nd o p o r b a se sua inte rp re ta ç ã o , d e fo rma d inâ mic a e m e xe c uç ã o , a lé m d a b a se d a e xp e riê nc ia inte rna .
C o m o intuito d e c o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m, me p ro p o nho a tra b a lha r
a s me nc io na d a s p re missa s d e Blume r (1969) d e a c o rd o c o m o me u o b je to d o e stud o , isto é :
- O a luno a g e e m re la ç ã o a o tra b a lho d e p a rto e p a rto c o m b a se no sig nific a d o q ue e ste p ro c e sso te m p a ra e le .
- O sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto é d e riva d o o u surg e d a inte ra ç ã o e sta b e le c id a p e lo a luno c o m o s e le me nto s sig nific a tivo s d o p ro c e sso d e p a rturiç ã o .
- O s sig nific a d o s sã o ma nip ula d o s e mo d ific a d o s p e lo a luno p o r, um p ro c e sso inte rp re ta tivo , d e se nvo lvid o p o r e le , a o e nfre nta r o s
se us e le me nto s sig nific a tivo s no c a mp o d a p rá tic a d e Enfe rma g e m O b sté tric a .
p a rto e stã o p re se nte s, o b je to s físic o s: C e ntro d e Pa rto No rma l (C PN), me sa s o b sté tric a s, ma te ria l d e p a rto , instrume nta l d e p a rto , me d ic a ç õ e s, e xa me s físic o s e o utro s; so c iais: o s c o le g a s, o s p ro fe sso re s,
a e q uip e d e p ro fissio na is, p a rturie nte s, fa mília , e ntre o utro s; abstrato s: c o mp o rta me nto , a titud e s, c re nç a s, va lo re s, ta b us, e mo ç õ e s e se ntime nto s.
O s me smo s o b je to s tê m sig nific a d o s d ife re nte s p a ra o s e nvo lvid o s no p ro c e sso , e c a d a um p o d e re a g ir d e ma ne ira d ife re nc ia d a d e a c o rd o c o m a sua p e rc e p ç ã o e inte rp re ta ç ã o .
Na p e rsp e c tiva d o Inte ra c io nismo Simb ó lic o , p a ra o a luno , no tra b a lho d e p a rto e p a rto , o “ sig nific a d o é um p ro d uto so c ia l, uma c ria ç ã o q ue e ma na a tra vé s d a s a tivid a d e s d e finitiva s d o s ind ivíd uo s à me d id a q ue e sta s inte ra g e m” (BLUMER,1969 ,p .4).
Lo g o , o Inte ra c io nismo Simb ó lic o , c o mo e ixo no rte a d o r d e sse e stud o , p e rmitiu a c o mp re e nsã o d o s sig nific a d o s d a s e xp e riê nc ia s d o a luno no s e le me nto s c o nstitutivo s d ia nte d o p ro c e sso d e tra b a lho d e
p a rto e p a rto inse rid o na re a lid a d e p e sso a l, a c a d ê mic a e so c ia l.
2.2 Tra je tó ria Me to do ló g ic a
2.2.1 Abo rda g e m qua lita tiva
Ne ste e stud o , utilize i a a b o rd a g e m q ua lita tiva , c o m vista s a c o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m, c ursa nd o o se xto se me stre c urric ula r.
A p e sq uisa q ua lita tiva p ro c ura c o mp re e nd e r o s se re s huma no s e a na ture za d e sua s tra nsa ç õ e s c o nsig o me smo s e c o m se us a rre d o re s (PO LIT; BEC K; HUNG LER, 2004). C o stuma se r d e sc rita c o mo ho lístic a e se b a se ia na p re missa d e q ue o s c o nhe c ime nto s so b re o s ind ivíd uo s só sã o p o ssíve is c o m a d e sc riç ã o d a e xp e riê nc ia huma na ,
c o mo e la é vivid a e d e finid a p e lo s se us p ró p rio s a to re s.
Na p e sq uisa q ua lita tiva , o s d a d o s sã o c o le ta d o s e a p re se nta d o s p re d o mina nte me nte na fo rma d a d e sc riç ã o d a s p e sso a s, d a s situa ç õ e s, a c o nte c ime nto s e d a d o s, c o m ê nfa se no fe nô me no e m te rmo s d e sua s o rig e ns e d e ra zã o d e se r. Po r isso , a p e sq uisa te nd e a p ro d uzir q ua ntid a d e s d e d a d o s na rra tivo s, g ra nd e s re p re se nta tivid a d e s p a ra o b te r o s d a d o s d e a p re nd e r-se so b re e le s (PO LIT; BEC K; HUNG LER, 2004).
Ne ste tip o d e p e sq uisa nã o se d e ve a d o ta r uma se q üê nc ia
Bo g d a n e Bikle n (1994) e nfa tiza m c inc o c a ra c te rístic a s d a p e sq uisa q ua lita tiva : fo nte dire ta do s da do s, q ue re fe re o a mb ie nte na tura l c o mo instrume nto p rinc ip a l, no q ua l o p e sq uisa d o r e stá p re se nte
e fre q üe nta o lo c a l d o e stud o , o b se rva nd o o c o nte xto ; Inve stig a ç ã o de sc ritiva , d iz re sp e ito a o s d a d o s re c o lhid o s q ue re c e b e m fo rma d e
p a la vra s, ima g e ns, a ç õ e s e nã o d e núme ro s, inc luind o a s a no ta ç õ e s d a s o b se rva ç õ e s; Inte re sse p e lo p ro c e sso, p ro c ura c e ntra liza r-se na o b se rva ç ã o d a d ime nsã o d o sig nific a d o d a p rá tic a ; Inte re sse e m a na lisa r o s da do s de fo rma indutiva , q ue re q ue r a ne c e ssid a d e d e re c o lhe r o s d a d o s d a s o b se rva ç õ e s d o c a mp o e d a s e ntre vista s, a g rup a nd o -o s; e p o r fim o sig nific a do do s da do s, c o nsid e ra d o e sse nc ia l na a b o rd a g e m q ua lita tiva.
O inve stig a d o r nã o e sc o lhe o c a mp o p o r a c a so . Ele va i a o
c a mp o p o rq ue já p o ssui uma q ue stã o o u um p ro b le ma p rá tic o a se r a b o rd a d o p a ra c o nhe c e r sua s c a ra c te rístic a s, o u p a ra e nc o ntra r uma so luç ã o . Se g und o Mina yo (2004), a inve stig a ç ã o q ua lita tiva c o nté m a sp e c to s q ue d e ve m se r c o nsid e ra d o s, c o mo : a d e limita ç ã o d o c a mp o ; a a c e ita ç ã o d a d inâ mic a na s inte ra ç õ e s so c ia is; e a p ro mo ç ã o d e uma c o nstruç ã o te ó ric a d o o b je to d o e stud o .
Ao usa r a a b o rd a g e m q ua lita tiva , p ro c ure i inic ia lme nte fa ze r um p ro c e sso ind utivo d e e xp lo ra ç ã o d o c o nte xto (C e ntro d e Pa rto No rma l), ime rg ind o no fe nô me no / re a lid a d e (vivê nc ia d o a luno no
c a mp o d e p rá tic a ), no intuito d e c o mp re e nd e r o sig nific a d o d o tra b a lho d e p a rto e p a rto p a ra o a luno d e Enfe rma g e m.
2.2.2 Lo c a l do e studo
Fe d e ra l d o C e a rá C PN/ MEAC / UFC , p o r se r o se to r o nd e é d e se nvo lvid a a p rá tic a o b sté tric a d e Enfe rma g e m d a d isc ip lina Enfe rma g e m no Pro c e sso d e C uid a r III – Mulhe r, d o C urso d e G ra d ua ç ã o e m
Enfe rma g e m e d o De p a rta me nto d e Enfe rma g e m d a Fa c uld a d e d e Fa rmá c ia , O d o nto lo g ia e Enfe rma g e m d a Unive rsid a d e Fe d e ra l d o C e a rá - DENF/ FFO E / UFC .
A Ma te rnid a d e -Esc o la Assis C ha te ua b ria nd é uma instituiç ã o fe d e ra l q ue d e se nvo lve a tivid a d e s e m níve l p rimá rio , se c und á rio e te rc iá rio , a s q ua is fa ze m p a rte d a c a rg a ho rá ria c urric ula r d o s c urso s d e Me d ic ina , Enfe rma g e m, Fa rmá c ia e O d o nto lo g ia d a UFC , e func io na m no s se to re s d e inte rna me nto , d e e me rg ê nc ia o b sté tric a , c línic a s d e p ue rp é rio no rma l, c irúrg ic o e p a to ló g ic o e a mb ula tó rio s.
O C e ntro d e Pa rto No rma l c o m uma d e ma nd a mé d ia d e
450 e ntra d a s d e mulhe re s, p o r mê s, e stá lo c a liza d o no te rc e iro a nd a r d a Ma te rnid a d e -Esc o la Assis C ha te a ub ria nd , e p o ssui q ua tro a mb ie nte s p a ra a s p a rturie nte s.
Ne ste se to r, a s mulhe re s sã o a c o mp a nha d a s e a ssistid a s d ura nte o tra b a lho d e p a rto , p a rto e p ó s-p a rto p e la e q uip e té c nic a . Esta e q uip e é c o mp o sta p o r mé d ic o s o b ste tra s, ne o na to lo g ista s, e nfe rme iro s o b sté tric o s, té c nic o s e a uxilia re s d e Enfe rma g e m, re sid e nte s d e Me d ic ina e g ra d ua nd o s d e Me d ic ina e d e Enfe rma g e m.
O a c e sso a o C PN é únic o , p a ra func io ná rio s, p ro fissio na is,
