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Reflexões sobre o ensino híbrido: reunindo estratégias possíveis de ensino-aprendizagem para o futuro pós pandemia

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Academic year: 2023

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – POLO IFES CAMPUS ITAPINA CENTRO DE REFERÊNCIA EM FORMAÇÃO E EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA PROFESSORES

DINEUZA APARECIDA VIEIRA ROSA SORGE

REFLEXÕES SOBRE O ENSINO HÍBRIDO: REUNINDO ESTRATÉGIAS POSSÍVEIS DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA O FUTURO PÓS-PANDEMIA

COLATINA/ES 2021

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DINEUZA APARECIDA VIEIRA ROSA SORGE

REFLEXÕES SOBRE O ENSINO HÍBRIDO: REUNINDO ESTRATÉGIAS POSSÍVEIS DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA O FUTURO PÓS-PANDEMIA

Trabalho de conclusão final apresentado à banca para certificação do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Práticas Pedagógicas para Professores, do Instituto Federal do Espírito Santo, Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância, polo Itapina.

Orientadora Profa. Ma. Dayane Santos de Souza (Ifes)

COLATINA/ES 2021

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(Biblioteca Professor Elias Minassa do Instituto Federal do Espírito Santo Ficha elaborada pela Bibliotecaria Débora do Carmo de Souza)

S713r Sorge, Dineuza Aparecida Vieira Rosa.

Reflexões sobre o ensino híbrido: reunindo estratégias

possíveis de ensino – aprendizagem para o futuro pós – pandemia / Dineuza Aparecida Vieira Rosa Sorge. – 2021.

41 f. : il. ; 30 cm

Orientadora: Dayane Santos de Souza

Monografia (pós-graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-Graduação em Práticas Pedagogicas para Professores.

1. Ensino híbrido. 2. Sala de aula invertida. 3. Tecnologias na educação. 4. Leitura. I. Sorge, Dineuza Aparecida Vieira Rosa.

II. Souza, Dayane Santos de. III. Instituto Federal do Espirito Santo.

IV. Título.

CDD 370

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO Autarquia criada pela Lei no. 11.892, de 29 de dezembro de 2008

ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO FINAL VIA WEB CONFERÊNCIA

Ata de Defesa de Trabalho de Conclusão de Curso para concessão do Grau de Especialista pelo Curso de Pós- Graduação Lato Sensu Práticas Pedagógicas para Professores do Instituto Federal do Espírito Santo.

Colatina - ES. Data da Defesa: 24 de março de 2021.

Candidata: Dineuza Aparecida Vieira Rosa Sorge Orientadora:

Profa. Ma. Dayane Santos de Souza (Ifes)

Banca Examinadora:

Prof. Me. Marcelo de Souza Marques (membro interno Ifes e UFRGS) Profa. Ma. Kátia Silene Zorthêa (membro externo - Ifes)

Título do Trabalho: “Reflexões sobre o ensino híbrido: reunindo estratégias possíveis de ensino-aprendizagem para o futuro pós pandemia”

Hora de Início: 19:00

Em sessão pública, após exposição de cerca de 20 minutos, a candidata foi arguida oralmente pelos membros da banca, tendo como resultado:

( X ) APROVAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO FINAL POR UNANIMIDADE

( ) APROVAÇÃO SOMENTE APÓS SATISFAZER AS EXIGÊNCIAS QUE CONSTAM NA FOLHA DE MODIFICAÇÕES NO PRAZO FIXADO PELA BANCA (NÃO SUPERIOR A TRINTA DIAS) ( ) REPROVAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO FINAL

NOTA DA BANCA: 90,0 pontos RESULTADO: Aprovada

Na forma regulamentar foi lavrada a presente ata, que será assinada pelos membros da banca via SIPAC.

Colatina-ES. Data da Defesa: 24 de maço de 2021.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E

CONTRATOS FOLHA DE ASSINATURAS

Emitido em 24/03/2021 ATA Nº 18/2021 - ITA-CCTA (11.02.24.01.08.02.06)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 11/05/2021 16:36 ) DAYANE SANTOS DE SOUZA

PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO TÉCNICO E TECNOLÓGICO

ITA-CCTA (11.02.24.01.08.02.06) Matrícula: 1258642

(Assinado digitalmente em 11/05/2021 17:08 ) KATIA SILENE ZORTHEA

PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO TÉCNICO E TECNOLÓGICO

ITA-CCLP (11.02.24.01.08.02.09) Matrícula: 2728324

(Assinado digitalmente em 13/05/2021 17:08 ) MARCELO DE SOUZA MARQUES PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO TÉCNICO E

TECNÓLOGICO – SUBSTITUTO ITA-CCLP (11.02.24.01.08.02.09)

Matrícula: 2728324

Para verificar a autenticidade deste documento entre em https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ informando seu número:

18, ano: 2021, tipo: ATA, data de emissão: 11/05/2021 e o código de verificação: 207ef05629

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REFLEXÕES SOBRE O ENSINO HÍBRIDO: REUNINDO ESTRATÉGIAS POSSÍVEIS DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA O FUTURO PÓS-PANDEMIA

Dineuza Aparecida Vieira Rosa Sorge1 Dayane Santos de Souza2

RESUMO

O presente artigo busca refletir sobre o ensino híbrido a partir do uso da sala de aula invertida como metodologia ativa de aprendizagem possível de ser aplicada no contexto da pandemia por covid-19 e de consequente utilização do ensino remoto e híbrido. Nessa perspectiva, propõe um conjunto de estratégias pedagógicas em uma sala de aula do Ensino Fundamental – séries iniciais, de modo a pensar melhorias para o processo de ensino-aprendizagem. A partir de revisão de literatura sobre a sala de aula invertida, apresentamos uma proposta de intervenção pedagógica que tem como tema central a leitura como fonte de enriquecimento do saber e do lazer, tendo como pano de fundo da prática pedagógica a tendência pedagógica histórico-crítica e a perspectiva sociointeracionista da aprendizagem. As estratégias para aplicação dessa prática pedagógica serão as ferramentas de Cromebook, Padlet e Google Classrom. Concluiu-se que a sala de aula invertida se mostrou uma metodologia interessante e possível de ser aplicada com êxito, sobretudo como ferramenta de melhoria do processo educacional e de maior integração deste com o uso de tecnologias.

Palavras-chave: Ensino híbrido; sala de aula invertida; tecnologias na educação;

leitura.

1 Aluna do Programa de Pós-graduação em Práticas Pedagógicas para Professores - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Itapina. Professora da rede municipal de educação da cidade de Ipatinga/MG – dineuza2@gmail.com .

2 Orientadora. Professora do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Itapina – dayane.souza@ifes.edu.br .

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7 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...7

JUSTIFICATIVA...10

OBJETIVO GERAL ...11

OBJETIVOS ESPECÍFICOS...12

REFERENCIAL TEÓRICO...12

O ENSINO HÍBRIDO COMO PROPOSTA...12

A TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS E A PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA...16

CONTEÚDO: LEITURA COMO FONTE DE ENRIQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM E DO LAZER...17

REVISÃO DE LITERATURA...17

A SALA DE AULA INVERTIDA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA E A TECNOLOGIA COMO SUPORTE...20

PERCURSO METODOLÓGICO...28

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA...29

PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO ...30

REFERÊNCIAS...36

ANEXOS...40

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8 INTRODUÇÃO

Em 2020, o mundo mudou suas formas de viver, e as atividades do dia a dia passaram a ser incertas em um novo cenário, em que um vírus, corona vírus, mudou a rotina de 7 bilhões de pessoas, com a necessidade de vários hábitos mais rígidos de higiene e de isolamento social para a preservação da vida3.

No contexto escolar não foi diferente. Segundo José Moran (2015), as instituições de ensino se viram diante do desafio de utilizarem plataformas de ensino on-line e outras estratégias que garantissem a continuidade das atividades escolares concomitantemente ao isolamento social. Entretanto, o que se observa no ambiente educacional é que o processo de ensino-aprendizagem, na maioria das escolas, ainda prioriza metodologias tradicionais, que não contemplam modelos pedagógicos mais inovadores.

O autor também destaca que, para transformar essa realidade, o uso do ensino híbrido combinado com metodologias ativas contribui para a integração de todos os espaços e tempos, permitindo que a escola se abra para o mundo, trazendo-o para dentro dela e desenvolvendo consequentemente uma integração cognitiva entre teoria e prática (MORAN, 2015).

O uso constante de tecnologias nos processos educacionais ainda é tímido em muitas escolas, o que tornou todas essas mudanças ainda mais complexas. Diante desse novo cenário, Rosângela Souza Vieira (2011) vem dizer que mesmo com toda a implantação tecnológica, o professor continuará a ser responsável por mediar o processo de ensino aprendizagem.

Mesmo assim, a educação, a partir de uma perspectiva transformadora da sociedade, teve que mudar drasticamente. Tudo o que antes não podia, hoje pode, o celular que antes era proibido na sala de aula, hoje é uma ferramenta fundamental na realização das atividades, o professor que não dominava muito a tecnologia, hoje grava vídeos com recursos tecnológicos diariamente para seus alunos.

3 MINISTÉRIO DA SAÚDE. “O que é covid”. Disponível em: <https://coronavirus.saude.gov.br/sobre- adoenca>. Acesso em julho de 2020.

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9 A área educacional é uma das áreas mais atingidas, por ser uma das mais propensas ao contágio e, também, por usar, na maioria das vezes, metodologias tradicionais, que não englobam o uso de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, e nesse formato, o professor teve que se adaptar às mudanças, pois ele é o mediador e responsável por buscar esses alunos e provocar neles o encantamento pela aprendizagem novamente.

Portanto, os professores, a equipe pedagógica e gestores precisam se reinventar em meio a tantas mudanças e se adaptar a um novo modelo de ensino. É preciso mudar e acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade e no mundo. As dificuldades que surgem nesse processo e, também, as estratégias para lidar com ele despertaram meu interesse como pesquisadora, sobretudo a partir da utilização do ensino híbrido, um aliado em meio a tantas mudanças e novas formas de ensinar.

O ensino híbrido se caracteriza como uma abordagem pedagógica que visa integrar as tecnologias ao cotidiano escolar, buscando alternâncias entre os momentos de ensino presencial e os momentos de ensino on-line, onde os alunos têm acesso aos conteúdos, realizam atividades e exercícios utilizando Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015). De acordo com MORAN, (2015) o ensino híbrido:

[...] exige uma mudança de configuração do currículo, da participação dos professores, da organização das atividades didáticas e da organização dos espaços e do tempo. (...) com a possibilidade de oferecer propostas mais personalizadas, para cada estilo predominante de aprendizagem, monitorando-as e avaliando-as em tempo real o que não era possível na educação mais massiva ou convencional (MORAN, 2015, p. 34-35).

O ensino híbrido é uma nova forma de conceber a educação, e todo o sistema educacional, visto que a nova geração também já não se satisfaz com as mesmas metodologias de algum tempo atrás, o aluno chega à escola com uma bagagem em que o professor precisa estar antenado para atender às demandas dos alunos.

A pesquisa se propõe a indicar possíveis estratégias de ensino-aprendizagem baseadas no ensino híbrido e, especificamente, na metodologia da sala de aula invertida, a partir de revisão bibliográfica sobre o tema e a partir das experiências da pesquisadora com o ensino remoto na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino

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10 Fundamental Marcio Andrade Guerra, no período da pandemia pelo novo corona vírus. Que estratégias podem ser utilizadas no modelo de ensino híbrido e de metodologias ativas para garantir que o processo de ensino-aprendizagem chegue a todos os alunos? Como aproximar as famílias das escolas em tempos de ensino remoto, em tempos de pandemia?

A sala de aula invertida é uma metodologia ativa de aprendizagem em que as tarefas que antes eram realizadas em sala de aula passam a ser executadas em casa. É um tipo de educação personalizada e pode ser adequada à necessidade do estudante. O aluno pode realizar o seu estudo à sua maneira, colocando em prática sua metodologia de aprendizagem (BERGMANN; SAMS, 2016).

A sala de aula invertida é um modelo híbrido disruptivo de aprendizagem, que reúne as principais características da sala de aula tradicional em parceria com o ensino on- line, promovendo, assim, um maior envolvimento do aluno e sua busca ativa pelo conteúdo, o que o torna um protagonista de seu processo de aprendizagem (ANDRADE; SOUZA, 2016).

A tendência pedagógica escolhida para essa intervenção é a de cunho progressista

"crítico-social dos conteúdos ou histórico-crítica”, em que o aluno tem o papel de participador e o professor de mediador. De vários autores que abordam o tema, seguiremos as discussões de Dermeval Saviani (2009).

A metodologia de pesquisa que orienta este trabalho é a de intervenção pedagógica, e o conteúdo da prática pedagógica é a leitura como fonte de enriquecimento da aprendizagem e do lazer.

No artigo, apresentaremos uma proposta de intervenção pedagógica a ser aplicada na escola. Devido à pandemia pela covid-19, não poderemos aplicar a proposta, devido à suspensão das aulas presenciais e às medidas de segurança sanitária. Mas pretendemos realizá-la assim que possível.

Em minha experiência no contato com as turmas no ensino remoto, tem surgido o grande problema da participação das crianças com postagens de atividades e acompanhamento dos pais, indicando problemas de comunicação, de participação da família e de acesso às tecnologias educacionais. Para entender melhor esse

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11 processo, realizei uma revisão bibliográfica sobre pesquisas de intervenção pedagógica nesse contexto do ensino remoto e ensino híbrido para fundamentar a formulação de uma proposta de intervenção pedagógica a ser utilizada nesses contextos.

Assim, esta pesquisa se justifica por analisar a aplicabilidade do ensino híbrido no processo de ensino e aprendizagem e, a partir desse modelo pensar uma proposta de intervenção pedagógica com o uso da estratégia de sala de aula invertida, em um contexto de pandemia em que esses tipos de estratégias educacionais são necessários.

Adiante, encontram-se o referencial teórico acerca dos temas sala de aula invertida e ensino híbrido e da tendência pedagógica escolhida, uma revisão de literatura sobre experiências com o uso das estratégias de ensino analisadas nesse artigo e, por fim, o percurso metodológico e a proposta de intervenção pedagógica, que teve como base a atividade da leitura como fonte de enriquecimento para o aluno despertar o gosto e o prazer por ler já desde cedo em sua vida acadêmica.

JUSTIFICATIVA

Considerando minha formação em licenciatura em Pedagogia e Pós-graduação em Alfabetização nos Anos Iniciais e na Educação de Jovens e Adultos, em que estou atuante, e a situação de pandemia, esse estudo justifica-se pela aplicabilidade dessas ferramentas no processo de ensino-aprendizagem, buscando analisar a percepção dos discentes sobre o uso dessas ferramentas para o futuro pós-pandemia.

O objetivo de discutir esse tema é gerar informações relevantes e somar publicações na área para auxiliar gestores, professores e equipe pedagógica na adaptação das escolas frente a esse novo cenário, além de dialogar com demais pesquisadores da área para aperfeiçoarmos os métodos e práticas de ensino. Estudar sobre como tornar os educandos protagonistas de seu próprio saber, descontruindo modelos de educação já muito desgastados por si só garante a necessidade de desenvolver este trabalho.Nesse sentido, Saviani (2008), ao formular a base da pedagogia histórico- crítica, que escolhemos como tendência pedagógica para esta proposta de intervenção pedagógica, observa:

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12

Serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor, favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta o interesse dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos (SAVIANI, 2008, p. 56).

No pensamento de Saviani (2008), a educação mantém presente continuamente a vinculação entre educação e sociedade, sempre levando em conta o interesse do aluno e o seu ritmo de aprendizagem, valorizando o que o aluno carrega culturalmente. Essa perspectiva é muito importante para avançarmos na educação brasileira, e justifica pesquisas na área que visam ao desenvolvimento de metodologias ativas de aprendizagem.

Noutro ponto, recorremos a Paulo Freire (2003), quando observa que um modelo de educação massificante e domesticada precisa ser superado por uma educação libertadora (FREIRE, 2005), uma vez que no primeiro modelo o aluno é apenas um receptor, desenraizado e sem endereço, livre de informações, e o professor detentor do saber e do conhecimento. No modelo de educação libertadora, os alunos são investigadores críticos, pensantes e criadores, e essa libertação acontece por meio de uma educação que desenvolve a consciência e a humanização nos educandos e educadores, possibilitando a superação da opressão, da domesticação e da adaptação. Mais uma vez, as metodologias ativas de aprendizagem, como a sala de aula invertida, podem ser aliadas nesse processo.

Edgar Morin (2014) também colabora com esse debate, ao argumentar que a educação deve favorecer a aptidão natural da mente para colocar e resolver os problemas e, correlativamente, estimular o pleno emprego da inteligência geral, o que demanda exercício constante para despertá-la para a curiosidade instigadora para os problemas existentes da época. É nesse sentido que se torna importante pensar uma educação mais integrada e complexa, mais dialogada e com o estudante no centro.

OBJETIVOS

Objetivo geral:

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13

 Propor um conjunto de estratégias pedagógicas no contexto de utilização do ensino híbrido numa sala de aula do Ensino Fundamental – séries iniciais, de modo a garantir o processo de ensino-aprendizagem.

Objetivos específicos da pesquisa:

 Destacar as possíveis dificuldades pedagógicas e práticas de implantação do ensino híbrido em escolas de Ensino Fundamental, com base nas pesquisas mais recentes sobre o tema no Brasil.

 Investigar quais são as principais características e conceitos educacionais relacionados ao ensino híbrido;

 Discutir o uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizagem;

 Despertar o prazer pela leitura e aguçar o potencial cognitivo e criativo do aluno;

 Tornar a leitura em algo prazeroso.

REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados os conceitos sobre ensino híbrido, que é a combinação do ensino on-line com o ensino presencial, a partir da visão de diversos autores e a tendência pedagógica escolhida, a crítico social dos conteúdos para elaboração do trabalho – uma tendência progressista que tem como foco formar um educando transformador da realidade.

O ensino híbrido como proposta

O ensino híbrido é um programa de educação formal no qual o aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino on-line, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar, modo e/ou ritmo do estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física supervisionada, fora de sua residência (ANDRADE; SOUZA, 2016).

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14 Segundo o Instituto Clayton Christensen, os modelos de Rotação por Estações, Laboratório Rotacional e Sala de Aula Invertida são considerados modelos sustentados, são mais fáceis de serem implantados, pois dependem exclusivamente do professor, pois é ele que define o tipo de aula que quer para seus alunos, e como essas aulas podem ser desenvolvidas. Já os modelos Flex, A La Carte, Virtual Enriquecido e de Rotação Individual são considerados modelos disruptivos, dependem da coordenação da escola, e da gestão, todos devem colaborar para o processo de ensino-aprendizagem (ANDRADE; SOUZA, 2016).

Na atualidade, é preciso pensar no novo para que o aluno se encante com a aprendizagem a ele oferecida, é preciso mudar a maneira de ensinar, pensar em novas estratégias que antes nem sequer eram permitidas em sala de aula, sobretudo diante dos avanços tecnológicos e do volume de informações que acessamos todos os dias.

Segundo Moran (2015), para transformar essa realidade, o uso do ensino híbrido combinado com metodologias ativas contribui para a integração de todos os espaços e tempos, permitindo que a escola se abra para o mundo, trazendo-o para dentro dela e desenvolvendo, consequentemente, uma integração cognitiva entre teoria e prática.

Nesse sentido,

Personalizar não é traçar um plano de aprendizado para cada aluno, mas utilizar todas as ferramentas disponíveis para garantir que os estudantes tenham aprendido. Se um aluno aprende com um vídeo, outro pode aprender mais com uma leitura e um terceiro com resolução de um problema – e, de forma mais completa, com todos esses recursos combinados (BACICH, NETO, TREVISANI, 2015 p. 98).

O ensino híbrido, combinado com metodologias ativas no processo ensino- aprendizagem, faz com que o aluno se sinta motivado por seu processo de aprendizagem, e consequentemente a aprendizagem se torna prazerosa e significativa, visto que as novas tecnologias e novos recursos tecnológicos estão cada vez mais presentes em seu dia a dia, eles estão a todo tempo conectados, e conforme Bacich, Neto e Trevisan (2015), trata-se de um modelo de ensino que pressupõe o uso da tecnologia para o desenvolvimento das atividades dentro e fora da classe, em que o aluno é estimulado a buscar o conhecimento com a mediação do professor e da escola.

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15 Diante dos avanços tecnológicos presentes no mercado de trabalho, torna-se necessário repensar o processo ensino-aprendizagem na Educação Básica, bem como os recursos utilizados no referido processo que combinados buscam estabelecer o equilíbrio entre a teoria e a prática, entre o ensino presencial e o ensino a distância.

Segundo Dewey (1971), a aprendizagem é a relação do indivíduo com o ambiente, ferramentas utilizadas e objetos, e com os outros indivíduos participantes da situação de aprendizagem, essa relação propicia uma busca por algo novo a ser vivenciado pelo discente, o que vai aprimorar os seus conhecimentos por toda sua vida, tornando a aprendizagem efetiva.

[...] cabe ao educador o dever de instituir tipo de planejamento mais inteligente [que] [...] deve ser suficientemente flexível para permitir o livre exercício da experiência individual e, ainda assim, suficientemente firme para dar direção ao contínuo desenvolvimento da capacidade dos alunos. [...] A função dos educadores é organizar as condições de expressão dos interesses práticos, de tal modo que se desperte o desenvolvimento daquelas fases intelectuais da atividade, e, por esse meio, a transição gradual para o tipo de atividade teórica (DEWEY, 1971, p. 54; 107).

Portanto, variadas formas didáticas contribuem para melhor aprendizagem, também conforme Pinto (2004), a tecnologia corresponde a um tipo de conhecimento científico voltado para o desenvolvimento de técnicas capazes de possibilitar o surgimento de novos saberes científicos, nas diversas áreas, ou seja, as diversas formas de aprendizagem possibilitam ampliar o conhecimento de diversas maneiras para que cada um atinja seu potencial.

Macêdo e Castro (2007 apud PRAMPERO et al, 2013, p. 120) o fazem ao afirmarem que “não cabe mais usar aulas longas e cansativas com apenas conteúdos em lousa [pois] o lema hoje é digitalização [...].”, mesmo que a aula tradicional ainda seja muito utilizada. Esse modelo de ensino tem sua importância, mas está cada vez mais defasado com os avanços na área educacional e com o uso de novas tecnologias.

Levando a tecnologia para o contexto escolar, é notório que estes recursos acabam sugerindo uma nova forma de ensinar e aprender (SILVA; FERNANDES, 2007). A tecnologia, por estar presente no cotidiano dos discentes, precisa também ser incorporada no momento de sua aprendizagem, visto que fará parte da vida dos

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16 estudantes em outros contextos. Eles precisam obter o domínio da tecnologia nos vários momentos de sua vida, seja pessoal, no trabalho, entre outros.

Para Krasilchik (2000, p. 88), a utilização do computador pode fomentar a busca discente pela informação, fazendo-o abandonar o seu “papel passivo de receptor de informações”. Ou seja, tornando-se um autor de sua aprendizagem. A utilização de recursos tecnológicos pode gerar no aluno o encantamento pela aprendizagem, o que pode ocorrer de uma maneira leve e satisfatória, mas que precisa de acompanhamento e orientação, uma vez que o volume de informações e fontes é muito grande.

A proposta de ensino híbrido é oportuna num momento em que é recomendado o isolamento social, em que a educação segue um novo formato, considerado novo principalmente na educação básica, e surge “como possibilidade de adequação e modernização e, consequentemente, um ensino mais socialmente engajado e capaz de dar algumas das respostas exigidas pelo atual contexto social” (SILVA, 2017, p.

157).

Por outro lado, também não se pode aplicar deliberadamente o ensino híbrido sem analisar o contexto social em que as escolas estão inseridas, principalmente para o público do ensino básico. Há dificuldade de acesso dos alunos aos meios tecnológicos e analfabetismo digital, problemas estruturais das escolas, como falta de laboratórios de informática satisfatórios, deficiência de formação dos professores e da equipe pedagógica na área, escassez de investimentos governamentais dependendo da região, além de desigualdades sociais profundas.

A tecnologia é de fato uma aliada na educação, mas sem infraestrutura e formação adequadas, ela pode promover exclusão de parte do alunado e situações de estresse e desajuste dos profissionais do chão da escola. Então, a implementação do ensino híbrido requer planejamento, estrutura, formação, investimento. Esse modelo também exige do educando maior protagonismo e autonomia em seu processo de aprendizagem, e muitos não estão acostumados com esse modelo, tanto estudantes quanto família e escola. É preciso mudar a cultura educacional. Portanto, não é uma equação simples.

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17 É preciso analisar as variáveis que podem prejudicar a chegada do material escolar ao discente. Na escola em que trabalho, no ensino remoto realizado em 2020, houve casos em que a equipe diretiva levou o material até a casa do aluno, e como os trabalhos eram periódicos, eram avisados pessoalmente para que devolvessem e pegassem novamente um novo material, visando o bem comum, para alcançar o melhor resultado de incluir esses alunos. E isso foi feito, muitas vezes, sem muitos recursos e com o sacrifício dos profissionais da educação.

A tendência progressista crítico-social dos conteúdos e a perspectiva sociointeracionista

A tendência pedagógica escolhida para este trabalho é a de cunho progressista, que possibilita uma compreensão dos conteúdos sendo interligados à realidade do aluno.

As tendências progressistas se dividem em libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos4. Para a realização desta proposta foi escolhida a tendência progressista crítico-social dos conteúdos ou histórico-crítica, em que foram consultados os seguintes autores: Aranha (1996), Luckesi (2003) e Saviani (2008). De acordo com Aranha (1996, p. 211):

O esforço da pedagogia progressista se faz na direção de tornar a escola o local de socialização do conhecimento elaborado, possibilitando cada vez mais que as camadas populares tenham acesso à educação e, portanto, ao estágio atual do saber, mesmo reconhecendo os limites do empreendimento.

A escola, como transformadora da sociedade, deve ser um local onde as aprendizagens ocorrem de maneira horizontal, e o professor é como o mediador desse processo, sem imposições e autoritarismo. Nessa tendência, o aluno é formado para ser crítico frente aos problemas da sociedade, sendo capaz de opinar, propor soluções, sendo um agente transformador no lugar em que vive.

Os conteúdos são incorporados à realidade do aluno, já que a escola e a realidade são processos indissociáveis na aprendizagem, pois esta ocorre a partir das vivências que o aluno possui, o que a torna também uma aprendizagem satisfatória. Nesse sentido, Luckesi (2003, p.72) observa:

4 QUADRO síntese das tendências pedagógicas. Disponível em:

<https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2783719>. Acesso em janeiro de 2021.

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18

O professor precisa saber (compreender) o que os alunos dizem ou fazem, o aluno precisa compreender o que o professor procura dizer-lhes. A transferência da aprendizagem se dá a partir do momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.

O professor faz uma ligação do aluno com o conhecimento, ele é o mediador entre o aluno e o saber, o papel do aluno é primordial nesse processo, pois ele participa de forma autônoma, sendo transformador e colaborador de todo o processo de ensino e aprendizagem.

Corroborando o uso da tendência pedagógica histórico-crítica, entendemos que utilizar como orientação deste trabalho a teoria sociointeracionista acrescenta no bom desenvolvimento da proposta. Essa abordagem possui três conceitos fundamentais:

primeiro é a mediação entre o professor e o aluno. Nessa fase o professor é o mediador entre o aluno e o conhecimento, ele é o canalizador desse processo de intervenção, de provocar no aluno o interesse pelo saber, para que essa aprendizagem ocorra de maneira satisfatória. Em segundo lugar, a zona de desenvolvimento proximal.

De acordo com Vygotsky (1998), a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) é o caminho que a criança percorre para o desenvolvimento de uma aprendizagem. Toda criança tem as aprendizagens que já foram incorporadas, como também as aprendizagens que podem ser adquiridas com a mediação do professor, do objeto ou de um adulto, e a ZDP é esse caminho do que ela já sabe até o que ela vai adquirir através de uma mediação. Em terceiro lugar, é o conceito de relação sujeito e meio.

Para Vygotsky (1998), a aprendizagem ocorre entre a relação da criança com o meio em que ela vive, com o objeto, o conhecimento não está nem no sujeito e nem no objeto, mas sim entre ambos.

Conteúdo: leitura como fonte de enriquecimento da aprendizagem e do lazer Segundo Danielle Santos Brito (2010), a leitura está presente desde muito cedo na vida do ser humano, enquanto bebês os pais já se preocupam em ler uma história para sua criança. Mesmo antes de conhecer os signos linguísticos, uma parte considerável das crianças já têm algum tipo de contato com o mundo da literatura. A

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19 leitura é algo muito amplo, produz sentido, e está ligada à formação geral do indivíduo, sejam contos de fadas, área política, cultura, economia e tantos outros temas emergentes da sociedade, o indivíduo pode modificar a forma de pensar, agir de acordo com uma leitura orientadora. Conforme a autora:

A leitura é uma atividade prazerosa e poderosa, pois desenvolve uma enorme capacidade de criar, traz conhecimentos, promovendo uma nova visão do mundo. O leitor estabelece uma relação dinâmica entre a fantasia, encontrada nos universos dos livros e a realidade encontrada em seu meio social. A criatividade, a imaginação, o raciocínio se sobrepõem diante deste magnífico cenário, criando um palco de possibilidades (BRITO, 2010, p.10).

A leitura é muito mais do que simplesmente ler livros, histórias, artigos, é uma necessidade do ser humano, para ele se sentir integrante da sociedade. Através da leitura se conhecem lugares, o leitor desperta a criatividade e a imaginação e um universo de possibilidades que podem ser adquiridas pelo ato de ler, quanto mais é praticado mais aumenta a capacidade de compreensão do mundo que cerca o leitor, por isso é tão essencial o professor despertar no aluno esse contato íntimo com os livros (BRITO, 2010). De acordo com o Referencial Curricular Nacional (1998),

[...] a leitura realizada em voz alta, em situações que permitem a atenção e a escuta das crianças, seja na sala de aula, no parque debaixo de uma árvore, antes de dormir, numa atividade específica para tal fim etc., fornece às crianças um repertório rico em oralidade (1998, vol. 3, p. 135).

A leitura, ao ser praticada desde cedo, auxilia a criança a pronunciar melhor as palavras e a se comunicar com o mundo de uma forma geral, fornece familiaridade com o mundo da escrita. Quando a criança ainda não adquiriu conhecimentos sobre os signos linguísticos, ouvir uma história, um texto, já é uma forma de leitura e de aprendizado para sua vida (CHAER; GUIMARÃES; 2012).

A leitura é fundamental em toda a fase escolar, ela auxilia na compreensão do mundo, ajuda o aluno a se posicionar com criticidade, e para que seja prazerosa deve ser iniciada já nos primeiros anos de escolaridade. Na educação, a história leva a criança a imaginar lugares, viver emoções que uma boa história narrada é capaz de proporcionar. Portanto, alguns objetivos são esperados nessa fase de desenvolvimento, segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RCNEI) (BRASIL, 1998, p. 131):

Ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e escritos e participando

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20

de diversas situações de intercâmbio social nas quais possa contar suas vivências, ouvir as outras pessoas, elaborar e responder perguntas;

Familiarizar com a escrita por meio de manuseio de livros, revistas e outros portadores de textos e da vivência de diversas situações nas quais seu uso se faça necessário;

Escutar textos lidos, apreciando a leitura pelo professor;

Escolher os livros para ler e apreciar.

A educação infantil é o momento para que a criança desperte para o mundo da leitura e seja motivada a ser um adulto leitor, através de contos, fantasias e imaginações.

Segundo Porcacchia e Barone (2011), as práticas de leitura como um espaço facilitador em um encontro com elas mesmas, a realidade objetiva e subjetiva, tendo como foco o amadurecimento do indivíduo e uma reflexão crítica. A leitura favorece um bom desenvolvimento do indivíduo, essa prática na educação infantil deve começar pelos textos mais simples e se adequar às necessidades dos alunos, para que a aprendizagem ocorra e favoreça uma reflexão prática.

A leitura propicia a atribuição de sentidos, a imaginar lugares nunca vistos, viver um mundo de contos e fantasias, algo fundamental na formação das pessoas para entender o outro e o mundo que o cerca. Ela está presente a todo momento na vida das pessoas, permitindo assim, leituras de diferentes textos e com finalidades variadas, que podem ser realizadas de maneira rápida ou não, uma leitura mais detalhada, outras mais específicas, algumas em voz alta, entre outras (OLIVEIRA;

SANTOS, 2016).

Para se formar esse leitor, que tenha a capacidade de interagir com o texto e construir significados para que possa se tornar um leitor crítico, é preciso que, além do ensino do código da língua, a escola trabalhe com a diversidade de textos que circulam socialmente, pois os textos são objetos que fazem parte das práticas de escrita da sociedade e, com certeza, a criança precisa ter acesso a eles para ampliar e desenvolver o seu vocabulário (OLIVEIRA; TORRES, 2017).

Em minha pesquisa a leitura foi o tema escolhido para minha proposta de intervenção pedagógica, pelo motivo de os discentes na atualidade não terem muito esse hábito em seu cotidiano. Com o fácil acesso às tecnologias, a leitura ficou de lado, então é

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21 preciso resgatar novamente esse hábito, para formar indivíduos capazes de se posicionarem frente à sociedade de maneira crítica e consciente.

REVISÃO DE LITERATURA

Nesta seção vamos discutir a prática pedagógica escolhida, a sala de aula invertida.

A sala de aula invertida como prática pedagógica e a tecnologia como suporte Para a coleta de dados e uma revisão sistemática da literatura sobre o tema escolhido utilizei as palavras-chaves: ensino híbrido, sala de aula invertida e ensino fundamental na plataforma on-line do Google Acadêmico e Scielo para busca, porém, não foram encontrados muitos artigos que falam sobre essa temática no contexto do ensino infantil e ensino fundamental. A maioria das pesquisas aborda a sala de aula invertida em educação superior e ensino médio, o que foi um desafio para minha pesquisa, direcionada para os anos iniciais da educação básica. Mesmo assim, a seguir estão relacionados conceitos de estudiosos sobre a sala de aula invertida e alguns artigos que se encaixaram e deram suporte a esta pesquisa.

A sala de aula invertida é uma modalidade de ensino híbrido, que tem uma combinação do ensino presencial com o ensino on-line, e que utilizaremos como base para a intervenção pedagógica proposta neste trabalho. Segundo Valente (2014, p.85):

A sala de aula invertida é uma modalidade de e-learning na qual o conteúdo e as instruções são estudados online antes de o aluno frequentar a sala de aula, que agora passa a ser o local para trabalhar os conteúdos já estudados, realizando atividades práticas como resolução de problemas e projetos, discussão em grupo, laboratórios etc.

Nessa prática de ensino, o aluno faz uma inversão em sua aprendizagem, ele faz na escola o que era para ele aprender em casa, e faz em casa o que deveria aprender na escola, é uma forma de aprendizagem em que o aluno é o protagonista de seu conhecimento; ele busca alternativas de alcançar uma melhor aprendizagem. Esse conhecimento pode ocorrer de diversas formas como: resolução de problemas, projetos, estudo de caso, laboratórios, entre outros (VALENTE, 2014).

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22 Com essa modalidade de ensino, os alunos tendem a ter um melhor desempenho, com o controle sobre sua aprendizagem. O professor não é mais o detentor do conhecimento, mas sim o mediador que orienta e guia, enquanto os alunos são os aprendizes ativos reais de todo o processo. O aluno é o protagonista de sua aprendizagem, é um processo de aprendizagem diferenciado em que o estudante aprende de forma personalizada, com autonomia, valorização de suas habilidades e desempenho de suas competências (ANDRADE; SOUZA, 2016).

Para as autoras Andrade e Souza (2016, p.9), com base nos estudos de Brian Greenberg e Michael Horn, a sala de aula invertida “é uma forma de aprendizagem mista, em que os alunos aprendem on-line pelo menos uma parte do tempo, enquanto na outra parte estão na sala de aula”, em que “o tempo é reservado para a instrução do professor e utilizado para resolver problemas ou atividades”. Os alunos têm o seu ritmo próprio com suas necessidades individuais atendidas.

O artigo “Educação e Metodologias Ativas Inovadoras em Sala de Aula”, das autoras Ingrid Santella e Adriana Aparecida (2019) é um dos trabalhos que nos ajuda a pensar a temática. Neste artigo, as autoras questionam sobre por que usar metodologias ativas na aprendizagem, fazendo um apanhado bibliográfico, em específico, a análise do livro de Fausto Camargo e Thuinie Daros sobre “A sala de aula inovadora”.

Nesta abordagem, concluem que o livro trata de forma séria e crítica as diversas possibilidades de se trabalhar de forma inovadora, usando tecnologias digitais de comunicação. Para uma sala de aula inovadora – sala de aula que estimula a autonomia dos alunos, a partir de iniciativas que trabalham de forma diferenciada a mediação e propostas pedagógicas – é essencial um maior engajamento para a transformação do ensino, e este deve acontecer de forma significativa para o aluno, e as mudanças, questionamentos e finalidades devem partir das experiências para a promoção da reflexão-ação do docente.

Segundo Santella e Aparecida (2019), o ensino híbrido é como uma ferramenta de personalização das necessidades que envolvem um ensino significativo e envolvente.

Na sala de aula invertida, o professor tem a função de mediador entre o aluno, as tecnologias e conteúdos a ele oferecidos, portanto, o docente deve estar mais atento

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23 às dificuldades encontradas pelos estudantes, para que não tenham prejuízos e sim avanços em sua vida acadêmica (FREIRE, 1996).

O artigo “O Ensino Híbrido no contexto das escolas públicas brasileiras: contribuições e desafios”, do autor Rogério Edsom Silva (2017), faz uma revisão bibliográfica sobre o tema ensino híbrido, mas também não tem uma pesquisa específica sobre a sala de aula invertida.

Um dos exemplos de avaliação de personalização do ensino híbrido é o modelo de Sala de Aula Invertida, no qual o conteúdo é estudado em casa e o espaço da sala de aula é usado prioritariamente para esclarecimento de dúvidas e aprofundamento do que foi estudado em casa, uma vez que o aluno chegará à aula preparado e pronto para interagir de forma mais ativa em seus processos cognitivos (SILVA, 2017).

Consequentemente, no ambiente escolar terá condições de interagir e se posicionar de forma mais crítica frente ao que lhe for exposto, seja pelo professor ou por seus colegas em sala. Outro aspecto muito importante é o fato de que cada aluno tem seu próprio ritmo de aprendizagem e evolui mais, ou menos, de acordo com a metodologia utilizada (SILVA, 2017).

Sobre o ensino híbrido, o autor destaca que ele aumenta as possibilidades e perspectivas de um bom resultado na aprendizagem, isto porque o professor deixa de ser o único responsável pelo conhecimento, provocando no aluno um posicionamento ativo em relação às buscas para sua aprendizagem, passando a ser um sujeito construtor de seu conhecimento. Silva (2017) também reflete sobre a importância de se pensar um ensino híbrido para uma sociedade igualmente híbrida, em que é preciso construir processos educacionais que levem em consideração a diversidade cultural e o contexto social:

Frente a uma sociedade híbrida, o ensino também deve ser híbrido. Híbrido no sentido de acolher para si o diferente, o menos valorizado, o excluído.

Híbrido no sentido de promover possibilidades iguais para aqueles que têm capacidades diferentes.

Híbrida no sentido de repensar práticas educacionais arraigadas ao longo do tempo e que muitas vezes excluem grandes possibilidades de transformação, apenas porque não fazem parte do que estava planejado. Enfim, híbrido no sentido de ampliar os estudos linguísticos, possibilidades para os menos favorecidos, possibilitando que estes possam alcançar seus lugares na sociedade, de forma justa e equilibrada (SILVA, 2017, p.161-162).

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24 Principalmente em um momento como o que vivenciamos na atualidade com a pandemia, o ensino híbrido tornou-se a única forma do aluno prosseguir seus estudos, e não ser prejudicado, em um momento em que a educação presencial não pode exercer o seu papel, que é o de oportunizar ao aluno as possibilidades de continuar seus estudos.

No ensino híbrido, os outros ambientes escolares como laboratório, lugares de interação com colegas e professores, também se tornam um ambiente de busca de enriquecimento, a sala de aula que antes era vista como único lugar de aprendizagem, passa a ser um lugar de diálogo e compartilhamento de informações e esclarecimentos de dúvidas (SILVA, 2017).

Outro artigo analisado foi o dos autores Paulo Rodrigues e Eloísa Helena (2016), intitulado “Desafios e possibilidades da implantação da metodologia sala de aula invertida: estudo de caso em uma instituição de ensino superior privada”. Rodrigues e Helena (2016) analisaram vantagens e dificuldades desse modelo educacional tanto para professores quanto para alunos e como seriam aceitas as propostas da pesquisa para os docentes e discentes. A vantagem é que os alunos pesquisados são de ensino superior, portanto, uma faixa etária propícia para este tipo de intervenção, visto que, geralmente, já têm o domínio de tecnologias e acesso a parte delas (RODRIGUES;

HELENA, 2016).

Um aspecto negativo nessa abordagem é que nem todos têm o tempo disponível para web aulas e exercícios, por exemplo, por já atuarem no mercado de trabalho; outra parte negativa é a mudança de ambas as partes, alguns participantes tiveram essa dificuldade de aceitação, tanto professores quanto alunos, por estarem adaptados ao modelo tradicional de ensino. Houve uma rejeição de início (RODRIGUES; HELENA, 2016).

De acordo com o artigo, embora a proposta tenha ficado clara, a adesão não foi, aparentemente, da forma esperada. Os autores sugeriram uma posterior pesquisa para identificar a evolução dos alunos nessa nova modalidade de aprendizagem, e uma melhor administração nas partes organizacionais em relação aos conteúdos enviados nas aulas propostas (RODRIGUES; HELENA, 2016).

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25 Nessa mesma linha de pensamento, no artigo “Ensino Híbrido: aspectos teóricos e análise de duas experiências pedagógicas com Sala de Aula Invertida”, Barcelos e Batista (2019), abordam a forma como essa metodologia foi utilizada em duas experiências na sala de aula.

A primeira experiência foi sobre a pesquisa “Sala de Aula Invertida no estudo de Língua Inglesa: uma experiência usando o ambiente Schoology”, que teve como foco o uso do Schoology5, “[..] um ambiente baseado em Computação em Nuvem, que dispõe de ferramentas que permitem que um professor compartilhe recursos e crie experiências educacionais de maneira diferenciada”. Foram desenvolvidas atividades com os alunos sobre verbos regulares, em que se organizou dois momentos on-line e dois presenciais sobre o conteúdo (BARCELOS; BATISTA, 2019, p.68).

Os dados foram coletados por meio de questionário, observação e registro de dados no Schoology. Nas atividades presenciais os alunos tiveram uma resposta positiva, porém nos momentos on-line, alguns alunos não conseguiram fazer postagens, e não concluíram as atividades conforme solicitado (BARCELOS; BATISTA, 2019).

A pesquisa realizada teve resultados positivos quanto à sala de aula invertida, pois foi possível detectar uma participação ativa dos alunos, e maior engajamento. Algumas dificuldades foram elencadas, como a baixa motivação dos alunos em preparação para as aulas presenciais ao estudar os materiais já disponibilizados on-line, dificuldade no trabalho cooperativo entre alguns alunos, o tempo gasto na preparação e elaboração de materiais didáticos e gerenciamento do tempo para atender a demanda dos estudantes em relação às suas dificuldades (BARCELOS; BATISTA, 2019).

Barcelos e Batista (2019) também analisaram em seu artigo uma segunda experiência realizada com o ensino médio, em que as ferramentas utilizadas foram o Google Sala de Aula e o Google Drive. Nesta pesquisa, foram analisadas três semanas de aulas presenciais e on-line (BARCELOS; BATISTA, 2019).

Na pesquisa, percebeu-se que houve participação dos alunos e colaboração na plataforma utilizada. Essa metodologia contribuiu para o processo de construção do

5 Schoology. Disponível em: <https://www.schoology.com/>. Acesso em fevereiro 2021.

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26 conhecimento sobre o assunto abordado, pois os discentes compartilharam e apresentaram conteúdos qualitativos, porém houve a dificuldade e insegurança no início do processo, sanados com o apoio do professor e os estudantes foram gradativamente progredindo (BARCELOS; BATISTA, 2019).

As duas experiências descritas pelas autoras sinalizam potencialidades e, também, dificuldades da metodologia de sala de aula invertida. Sinalizam o quanto é importante possibilitar a vivência de ações distintas das tradicionais no processo de ensino e aprendizagem, em componentes curriculares diversos, mas de forma atenta ao contexto educacional (BARCELOS; BATISTA 2019).

Em outra pesquisa de abordagem qualitativa com estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental, desenvolveu-se um estudo de caso em uma escola da rede privada de ensino da cidade de Curitiba. A pesquisa envolveu 139 estudantes e fez uso das ferramentas: Google Sala de Aula, Google Drive, Gmail e Google Apresentações. Na época do estudo, a escola possuía parceria com a Google, que cedeu Chromebooks aos estudantes para as devidas atividades a serem realizadas (SILVA et al., 2020).

Nesse espaço, os estudantes realizaram as atividades em equipes de quatro ou cinco integrantes, com utilização de um cromebook para duas pessoas. Com a intenção de analisar as aulas, adotou-se como instrumento de coleta de dados a observação e a fotografia. A pesquisa teve um total de sete aulas, com as buscas dos alunos, intensificando-se suas pesquisas e relatando-se informações científicas nas apresentações (SILVA, et al., 2020).

Em resumo, a maioria dos estudantes pontuaram economia de papéis, e sentiram uma dificuldade em relação à internet da escola, no entanto, a pesquisa teve pontos positivos ao destacar a possibilidade de o estudante prosseguir com o trabalho fora do ambiente escolar. Mesmo em casa, os alunos puderam continuar com a interatividade, com as ferramentas e com as trocas de informações entre equipes (SILVA, et al., 2020).

Essa ferramenta Cromebook já foi utilizada em uma pesquisa feita em 2019, com um grupo de alunos matriculados para um curso de extensão, com duração de cinco dias, em que utilizaram como ambiente de aprendizagem o Google Classroom (Google Sala

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27 de Aula)6, também com grupos de whatsapp. Para as aulas presenciais, utilizou-se o Chromebook (NASCIMENTO, et. al., 2019).

Um dos desafios encontrados foi o tempo para planejamento e execução das atividades, também o engajamento docente em planejar atividades inovadoras e disruptivas por falta de conhecimento e domínio de tecnologias. É válido também pontuar que todos devem ter conta no Gmail (correio eletrônico) para acesso aos aplicativos Google (NASCIMENTO, et. al., 2019).

Muitas são as contribuições do Google Classroom para o ensino híbrido. É uma ferramenta que pode ser utilizada para gerenciamento, conectividade, comunicação, criação e acesso, pois o envolvimento do ensino com uso de tecnologias se torna mais atrativo para o aluno, considerando que é uma ferramenta de uso diário dessa faixa etária, é oportuna sua inserção no processo de ensino aprendizagem (SCHIEHL;

GASPARINI, 2016).

Concomitantemente, está o uso do tablet, computadores, celulares e smartphones que são dos alunos para seu uso pessoal, que farão parte de uma prática de ensino, quando esta for feita fora do ambiente escolar. Estes recursos farão uma conexão dos conteúdos de estudo em sala de aula e em casa, fazendo uma ligação entre o ensino presencial e o ensino on-line.

Com base nessas experiências, utilizaremos em nossa proposta de intervenção pedagógica a ferramenta Chromebook7 – a escola já a disponibiliza aos alunos em suas aulas para atividades de sala. Trata-se de uma ferramenta em que os alunos possuem acesso à internet pelo roteador, e fazem pesquisas sobre a aula, procuram imagens, respondem questionários, e cada aluno tem seu login de acesso da

6 “Google Classroom é um serviço gratuito feito especialmente para professores e alunos. Inicialmente criado para as escolas que fazem parte do projeto Google for Education, ele faz uso do serviço de armazenamento em nuvem Google Drive, a fim de que possam facilitar a relação entre os estudantes, os professores e os deveres de casa. Uma vez que a turma esteja conectada, as tarefas passam a ser organizadas de forma online”. Disponível em:

<https://www.grupoescolar.com/pesquisa/saiba-o-que-e-o-google-classroom.html>. Acesso em fevereiro de 2021.

7 “Chromebook é um notebook concebido pelo Google e, normalmente, fabricado por uma empresa parceira. O laptop traz o sistema operacional Chrome OS, criado pela mesma companhia e que funciona totalmente baseado na web. Apesar disso, é possível usar o equipamento e suas principais ferramentas offline, ou seja, sem nenhuma conexão com a internet”. Disponível em:

<https://canaltech.com.br/notebook/O-que-e-Chromebook/>. Acesso em fevereiro de 2021.

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28 Secretaria Municipal de Educação de Ipatinga, e com esse login acessam a sala de aula on-line. Os professores disponibilizam vídeos, links, textos, tarefas para os alunos acessarem fora do ambiente de aprendizagem, ou seja, quando estão em suas casas, também realizam tarefas com datas de entrega.

Serão incluídos nessa proposta, também, aparelhos como celulares ou tablet que utilizam em seu dia a dia, então é relevante que esses mesmos instrumentos se tornem ferramentas de aprendizagem para os objetivos pedagógicos a serem alcançados e o conhecimento de outros recursos que os celulares oferecem para além de redes sociais e jogos.

Será utilizado também o aplicativo Google Sala de Aula, para realização de tarefas em casa, onde os alunos veem os vídeos e tarefas para enviar ao professor, nada mais oportuno em acordo com o momento de pandemia, em que os alunos não podem frequentar as salas de aula por períodos bem extensos ou precisam intercalar sua aprendizagem entre momentos presenciais e não presenciais. A tecnologia nesse momento se tornou imprescindível no processo de ensino e aprendizagem.

Porém, o uso dessa metodologia possui algumas limitações, já que requer um acesso constante à internet e muitos alunos só têm acesso ao wi-fi8 em casa. Uma alternativa para contemplar tais alunos com dificuldades no acesso seria a impressão do material para a entrega e devolução com datas periódicas ou a oferta de auxílio digital proporcionado pela escola em programas de assistência estudantil9.

É interessante considerar, em outras aplicações dessa metodologia, que a disponibilidade de vídeos esteja não somente on-line, mas também em arquivos acessíveis em algum dispositivo off-line; uma outra limitação é que os alunos estão acostumados com o professor para auxiliar na sua aprendizagem, enquanto nesse modelo de ensino é necessário que o aluno tenha autonomia, sendo o protagonista de todo o seu processo de construção do saber.

8 Wi-fi. Disponível em: https://www.cisco.com/c/pt_br/products/wireless/what-is-wifi.html.

Acesso em fevereiro de 2021.

9 Em Ipatinga não há esse tipo de assistência aos estudantes atualmente.

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29 Uma das vantagens dessa modalidade é que os alunos possuem flexibilidade de tempo para assistir aos vídeos e acessarem o material didático quantas vezes quiserem, auxiliando numa melhor aprendizagem do conteúdo e possibilitando um conhecimento prévio e maior participação na aula. Outro ponto, é o uso de vídeos, cujos alunos entendem como meio viável e interessante, já que estão muito ligados a essa tecnologia (JÚNIOR; MENDES; SILVA, 2016).

Concluindo, a utilização da metodologia ativa de sala de aula invertida revelou-se bastante promissora como uma forma, entre tantas possibilidades, de aproveitamento das TICs (JÚNIOR, MENDES, SILVA, 2016).

PERCURSO METODOLÓGICO

A primeira parte deste trabalho se constituiu de pesquisa bibliográfica sobre o tema do ensino híbrido, da sala de aula invertida e, também, das escolhas pedagógicas descritas no referencial teórico. Foram priorizados artigos mais recentes, dos últimos 10 anos pelo menos, mas em alguns momentos trabalhos mais antigos também foram necessários. A partir da formação teórica acerca do tema, elaboramos uma proposta de intervenção pedagógica10 que utiliza a sala de aula invertida como método de ensino-aprendizagem.

A intervenção, de natureza qualitativa, será aplicada pela professora da turma em períodos de aula. Será composta por 01 (uma) turma regularmente matriculada no semestre letivo 2021/2, do 5º ano da Educação Básica do Ensino Fundamental, cuja faixa etária está por volta de nove anos, na cidade de Ipatinga - Minas Gerais.

Para o planejamento, foram necessárias quatro semanas de estudos, reflexão e dedicação relacionados ao tema. A intervenção pedagógica será desenvolvida por cerca de dois meses. Todos os conteúdos das aulas estarão no Google Classroom:

livros, links, vídeos e atividades para os alunos acessarem de suas residências na plataforma.

10 Devido à situação de pandemia, não aplicamos a proposta de intervenção pedagógica, mas pretendemos colocá-la em aplicação a partir do retorno presencial das escolas.

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30 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Esta proposta de intervenção pedagógica se baseou na importância da leitura e sua interpretação. Nos dias atuais, é imprescindível uma boa interpretação no cotidiano e, através da leitura o aluno é convidado a voar nas asas da imaginação11, a conhecer lugares, reinos encantados e tantas outras aventuras que podem ser o caminho para despertar o encantamento pelo mundo das histórias.

O termo intervenção tem sido um problema nas pesquisas em educação, alguns autores relatam que este termo está intimamente ligado ao autoritarismo. Segundo Freitas (2010), pode estar relacionado à ditadura militar pelas imposições e pela falta de liberdade, já Becker (1993) entende esse pensamento pejorativo como pouco democrático junto à forma de pensar (DAMIANI, et. al., 2013).

No entanto, o sentido das pesquisas do tipo intervenção pedagógica é aplicá-las no contexto escolar com a finalidade de contribuir para a solução de problemas práticos.

Elas se opõem às pesquisas básicas, que objetivam ampliar conhecimentos, sem preocupação com seus possíveis benefícios práticos (GIL, 2010).

Nas intervenções, a intenção é descrever detalhes dos procedimentos realizados, avaliando-os e produzindo explicações sobre seus efeitos, fundamentados nos dados e teorias pertinentes. Sem diálogo com as teorias existentes, uma pesquisa não teria significado. Nas pesquisas interventivas, é o pesquisador quem identifica o problema e decide como fará para resolvê-lo, embora seja aberto a críticas e sugestões (DAMIANI, et al., 2013). A pesquisa de intervenção pedagógica permite que tenhamos um olhar diferenciado para um tema em questão, procurando soluções viáveis na resolução pertinente do problema.

A pesquisa-intervenção não visa mudança imediata de ação instituída, pois a mudança é consequência de uma outra relação entre teoria e prática, é como se fosse um recorte do cotidiano e sua funcionalidade, uma rede de poder de jogos e interesses que se fazem presentes no local do campo investigado, uma troca, assim como sujeito e objeto (ROCHA, 2003).

11 Texto “Voar nas asas da imaginação”. Disponível em:

http://ociclistaeb23anadia.blogspot.com/2012/04/voar-pelas-asas-da-imaginacao.html. Acesso em fevereiro de 2021.

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31

O processo de avaliação da intervenção pedagógica também é muito importante e deve estar presente em todas as etapas, para que seja possível acompanhar as melhorias que o(a) pesquisador(a) objetivou. Diante do exposto, segue o quadro abaixo com intervenções pedagógicas referentes ao tema da leitura como fonte de enriquecimento da aprendizagem e do lazer.

Planejamento pedagógico

Como mostram os quadros 1, 2 e 3 (abaixo), na primeira semana será reunião com os pais e alunos para explicar como vai ser realizada a proposta pedagógica, o que é o ensino híbrido na modalidade sala de aula invertida, e uma ambientação dos alunos com a plataforma de aprendizagem, já na segunda semana vai ser desenvolvida roda de conversa e exercícios na plataforma para resolução.

Terceira semana, produção de texto e escolha do livro para ler em casa, na quarta semana aula dialogada para tirar dúvidas, confecção de cartaz e escolha do livro para teatro através de votação.

Quinta, sexta e sétima semana organização do cenário, figurinos, ensaios, registros no Padlet, aula presencial para discussão dos conteúdos estudados em casa:

esclarecimento de dúvidas, resolução de exercícios e orientações para a escolha de um dos livros infantis lidos pelos alunos para elaboração de peça teatral. Oitava semana, apresentação do teatro para toda a escola e postagem nas redes sociais.

Quadro 1: Planejamento Pedagógico Semanal

Atividade Data Descrição CH

presencial

CH não presencial

1ª semana

06/09/2021 a

10/09/2021

Reunião de pais com a professora e a equipe pedagógica para orientações quanto ao uso do Google Classroom e da metodologia da sala de aula invertida.

Ambientação dos alunos à plataforma de aprendizagem on-line – Google Classroom – no laboratório de informática e em casa.

4 h 2 h

Utilização da plataforma on-line com orientação da professora na escola, para estudo dos primeiros conteúdos. Tema: leitura como fonte

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32

2ª semana 13/09/2021 a

17/09/2021

de prazer. Acesso a materiais didáticos, vídeos e atividades na plataforma.

Roda de conversa sobre os conteúdos estudados na plataforma, leitura e contação de histórias.

4 h 2 h

3ª semana 20/09/2021 a

24/09/2021

Roda de leitura e contação de histórias e escolha de livros para leitura em casa.

Exercícios de produção de textos.

4 h 2 h

4ª semana

27/09/2021 a

01/10/2021

Acesso em casa ao Google Classroom para estudo e resolução de exercícios sobre elementos de uma narrativa antes da aula presencial.

Aula presencial para discussão dos conteúdos estudados em casa: esclarecimento de dúvidas, resolução de exercícios e orientações para a escolha de um dos livros infantis lidos pelos alunos para elaboração de peça teatral.

Preparação de urna e cartaz com lista de livros e realização de votação.

4 h 2 h

5ª, 6ª e 7ª semanas

06/10/2021 a

20/10/2021

Preparação da peça teatral: organização de roteiro; distribuição de personagens e falas;

organização do cenário, do figurino e realização dos ensaios. Registro dos bastidores para postagem em Padlet (mural digital) da turma.

Acesso ao Google Classroom para estudo dos conteúdos de apoio à organização do teatro, à leitura e à produção de texto, como caracterização de personagens, explicações da professora sobre a história, exercícios e contação da história escolhida.

12 h 6 h

8ª Semana 23/10/2021 a

31/10/2021

Apresentação da peça teatral para a escola.

Avaliação final da intervenção pedagógica através de questionário e reunião com os pais e alunos.

4 h 2 h

Carga horária presencial 32 h -

Carga horária não presencial - 16 h

Carga horária total 48 horas

Fonte: elaborado pela autora (2020).

No quadro 02, abaixo, apresentamos um detalhamento da proposta de intervenção pedagógica para o primeiro mês de aplicação.

Quadro 02: Detalhamento da Sequência Didática - 06/09/2021 a 01/10/2021

Data 06/09/2021 a 01/10/2021

Tema Ambientação ao Google Classroom e à metodologia da sala de aula invertida;

Leitura como fonte de prazer.

Objetivos Compreender a dinâmica de realização das aulas.

Aprender a utilizar o Google Classroom, sendo capaz de acessar conteúdos e realizar atividades na plataforma on-line.

Referências

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