• Nenhum resultado encontrado

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola. Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado VALONGO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola. Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado VALONGO"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Agrupamento de Escolas de S.

João de Sobrado V ALONGO

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola

Delegação Regional do Norte da IGE

Datas da visita: 10 a 12 de Dezembro de 2008

(2)

2

Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo  10 a 12 de Dezembro de 2008

I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um «programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho».

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas.

Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 10 e 12 de Dezembro de 2008.

Os capítulos do relatório ― Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

Escala de avaliação

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em

procedimentos explícitos,

generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos

resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa

individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE – Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola.

No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A

capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global.

As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo Agrupamento, encontra-se no

sítio da IGE em: www.ige.min-edu.pt

(3)

3

II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado é constituído pelas escolas EB2/3 de Sobrado – sede de agrupamento – EB1/JI de Fijós, EB1/JI de Campelo, EB1 da Lomba, EB1/JI de Paço, EB1/JI de Balsa, EB1/JI e JI de Baldeirão da vila de Sobrado, concelho de Valongo. Com excepção da EB1/JI de Campelo e do JI de Baldeirão, as instalações escolares da área do Agrupamento encontram-se em boas condições de habitabilidade e são espaços aprazíveis.

De acordo com o perfil de escola, frequentam o Agrupamento 1004 crianças/alunos, distribuídos da seguinte forma: 164 na educação pré-escolar, 345 no 1.º ciclo, 201 no 2.º ciclo, 277 no 3.º ciclo e 17 no curso de educação e formação (Instalação e Operação de Sistemas Informáticos). Têm computador e internet em casa 23,1% dos alunos, 32,5% tem apenas computador e os restantes 44,4% não têm computador nem internet em casa. As taxas de alunos a beneficiar da Acção Social Escolar atingem os 62,3%, sendo 27,4% os subsidiados pelo escalão A.

O levantamento das habilitações literárias dos pais revela que: 76,2% não completou os nove anos de escolaridade, sendo as suas habilitações correspondentes aos 4.º e 6.º anos; 16,3% situam-se entre o 3.º ciclo e o ensino secundário; 2,5% têm habilitações superiores ao 12.º ano; 3,4% aparecem com

“formação desconhecida”e 1,6% não têm qualquer habilitação. As profissões exercidas pelos pais distribuem-se nas seguintes categorias: 50,8% - operários, artífices e trabalhadores da indústria; 12,5%

- trabalhadores dos serviços e comércio; 9,2% - quadros superiores, dirigentes e profissionais intelectuais; 1,7% - técnicos e profissionais de nível intermédio; 0,4% - trabalhadores da agricultura e pescas; 7% - trabalhadores não qualificados; e os restantes 18,4% encontram-se na situação de

“outra”não especificada. Uma análise das habilitações literárias e das ocupações dos pais permite concluir que estamos perante uma população escolar heterogénea, com a predominância de grupos sociais carenciados.

10a12deDezembrode2008

Exercem funções no Agrupamento 91 docentes, sendo 56 do quadro de escola, 25 do quadro de zona pedagógica e 10 contratados. Verifica-se que 47,3% dos docentes têm entre 10 e 19 anos de serviço;

25,3% entre 20 e 29; 19,8% têm menos de 9 anos e 7,6% têm 30 ou mais. O rácio professor/aluno é de 1 para 9. O pessoal não docente é constituído por 41 funcionários, dos quais 34 integram o pessoal auxiliar e 7 o administrativo.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. RESULTADOS SUFICIENTE

AgrupamentodeEscolasdeS.JoãodeSobrado,Valongo

As taxas de transição/conclusão são superiores às taxas nacionais nos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico e inferiores no 3º ciclo. As disciplinas com mais insucesso encontram-se no 3.º ciclo. No entanto, no ano transacto, os piores resultados de avaliação externa (provas de aferição de Língua Portuguesa e de Matemática) encontram-se no 1.º ciclo, com resultados inferiores aos nacionais. O 2.º ciclo tem resultados ligeiramente superiores nas mesmas provas e, no 3.º ciclo, os resultados melhoram nos exames nacionais do 9.º ano de Língua Portuguesa e de Matemática. Estes resultados revelam a dificuldade que o Agrupamento tem em sustentar, de uma forma coerente, os resultados escolares ao longo do ensino básico e entre avaliação interna e externa. O abandono escolar ainda ocorre, designadamente, no 3.º ciclo. A participação, o envolvimento e a responsabilização dos alunos na vida escolar, particularmente nos 2.º e 3.º ciclos, ainda não são uma prioridade no Agrupamento.

Com o intuito de esclarecer e acompanhar alunos com dificuldades e responder aos problemas da adolescência colocados voluntariamente pelos alunos foi criado o Gabinete de Apoio ao Aluno. O desenvolvimento do curso de educação e formação tem permitido resolver algumas das situações de absentismo e de risco de abandono escolar. A maioria dos pais está satisfeita com o trabalho desenvolvido, insere-o na actividade que espera da escola e elege entre os obstáculos à acção educativa, com os quais o Agrupamento se defronta, o desinteresse, a falta de participação e de

(4)

4

Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo  10 a 12 de Dezembro de 2008

acompanhamento dos alunos, por parte de alguns pais, e o desinvestimento da Câmara Municipal de Valongo na educação, particularmente, na freguesia de Sobrado.

No entanto, a população escolar é oriunda de um contexto social que, apesar das suas fragilidades sociais, mantém relações de urbanidade, capazes de suster uma relação escola/família facilitadora da acção da escola, educando a maioria das crianças, dos adolescentes e dos jovens em valores tradicionais que facilitam o exercício da autoridade pelos docentes e funcionários. Vive-se, em todos os estabelecimentos do Agrupamento um clima de bom relacionamento entre alunos, docentes e funcionários.

2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO SUFICIENTE

O Agrupamento procura promover a sequencialidade pedagógica, através da manutenção dos mesmos grupos/turmas e da continuidade dos docentes e dos directores de turma. No entanto, a articulação entre docentes, estabelecimentos escolares e ciclos de ensino apresenta algumas debilidades. Apesar de haver um trabalho dos departamentos e dos conselhos de docentes centrado em planificações e em articulação entre áreas disciplinares, numa vertente intra-departamental, a articulação na avaliação dos alunos, nos diferentes anos de escolaridade e disciplinas ou áreas curriculares, ainda está numa fase embrionária.

No Agrupamento, não foram implementados mecanismos internos de supervisão e acompanhamento da prática lectiva, em contexto de sala de aula. Existem, contudo, práticas informais de acompanhamento, ajuda e partilha entre os docentes. Embora os resultados da avaliação contínua dos alunos sejam analisados a vários níveis no Agrupamento, só no final do ano lectivo 2007/2008 foram elaborados critérios de avaliação comuns por ciclo, ano de escolaridade e disciplina, o que fragiliza a aferição de procedimentos e de resultados.

Para assegurar a integração e o apoio aos alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades na aprendizagem, o Agrupamento dispõe do núcleo de apoios educativos, da colaboração do Gabinete de Apoio ao Aluno e de dois estagiários de Psicologia Clínica, no âmbito de uma parceria estabelecida. Tem contado com o apoio de uma equipa liderada por especialistas em orientação vocacional para os alunos do 9.º ano, integrando uma parceria com a Universidade do Minho.

O Agrupamento dispõe de uma diversidade de ofertas de enriquecimento curricular, desde as actividades desportivas até à existência de clubes, jornal escolar, promoção e educação para a saúde. O Gabinete de Apoio ao Aluno, o Projecto de Educação para a Saúde e o Centro de Saúde têm articulado a promoção de algumas acções no âmbito da sexualidade, gravidez de risco, obesidade, entre outras.

O Clube de Teatro já tem tradição na EB 2/3 e é uma oportunidade única de abertura do Agrupamento à comunidade. O curso de educação e formação tem em vista quer a prevenção e o combate ao abandono escolar, quer a integração dos alunos no mundo do trabalho.

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR SUFICIENTE

Os documentos estruturantes do Agrupamento não foram construídos de forma suficientemente participada e a comunidade escolar não revela evidências de apropriação destes documentos. Na concepção do Plano Anual de Actividades, não há coesão interna e não foram identificadas metas avaliáveis para as actividades previstas.

O Agrupamento desenvolve estratégias de integração de novos alunos e professores e de apoio aos directores de turma, especialmente, para os que desempenham o cargo pela primeira vez. O pessoal auxiliar está motivado e disponível, em todas as unidades do Agrupamento, sendo, porém, insuficiente nas EB1. Este assume as suas competências e mantém boas relações com alunos,

(5)

5

professores e pais. Os serviços administrativos são bem geridos, os seus funcionários estão motivados, preocupam-se com a sua formação e com a modernização dos serviços.

A participação dos pais é desigual, sendo a sua colaboração mais visível e assídua nas actividades realizadas pelos JI e pelas EB1. A associação de pais é empenhada e bastante identificada com o Agrupamento.

Está garantida a todos os alunos a igualdade de oportunidades e há uma generalizada opinião de que o Agrupamento preza a justiça e a equidade, no tratamento de toda a comunidade escolar.

AgrupamentodeEscolasdeS.JoãodeSobrado,Valongo10a12deDezembrode2008

4. LIDERANÇA SUFICIENTE

A liderança está centrada e personalizada na Presidente do Conselho Executivo, havendo falta de espaços para um trabalho de equipa, o exercício da participação, do envolvimento e da responsabilização dos diferentes intervenientes, bem como para o exercício das lideranças intermédias. O Agrupamento tem contado com iniciativas individuais e/ou de pequenos grupos de docentes, com algumas das oportunidades que o contexto lhes vai proporcionando e que têm repercussões nas aprendizagens dos alunos. As iniciativas referidas e algumas das oportunidades são acolhidas pelos responsáveis do Agrupamento mas, algumas delas, encontram dificuldades na sua generalização, enquanto dispositivos pedagógicos, na integração em planos de acção mais vastos e, raramente, são adoptadas por toda a comunidade educativa. As diferentes estruturas não revelam uma estratégia adequada à sua integração num plano de desenvolvimento global do Agrupamento. A acção das diferentes lideranças tem beneficiado da motivação e de um trabalho empenhado e experiente da maioria dos docentes, de funcionários motivados e empenhados nas tarefas que lhes são distribuídas e de uma população escolar que apesar de ser oriunda de um contexto social cheio de fragilidades, sustenta uma boa relação escola-família e não hostiliza o exercício da autoridade pela escola.

5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO

SUFICIENTE

Existe uma equipa formada, desde o início do ano lectivo 2008/09, com a incumbência de realizar a auto-avaliação. No entanto, nesta participam somente professores, não estando representados os educadores e os demais elementos da comunidade educativa. O trabalho da equipa beneficia, não só da experiência de elementos ligados ao tratamento estatístico dos resultados escolares, como também de dinâmicas formativas ao nível de mestrado de alguns elementos. O órgão de gestão não dispõe de um diagnóstico sobre pontos fortes, pontos fracos, e sobre constrangimentos e oportunidades de desenvolvimento do Agrupamento. Todavia, no Projecto Educativo é realizado um diagnóstico sobre os problemas que o afectam. Algumas das estratégias de superação destes têm sido discutidas nos diversos órgãos. As Novas Oportunidades para jovens e adultos podem constituir um meio para o Agrupamento não ficar refém das baixas expectativas dos pais/encarregados de educação face à escola. O trabalho realizado ainda não revela um modelo estruturado e consolidado de auto-avaliação

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. RESULTADOS

1.1 SUCESSO ACADÉMICO

A taxa de transição/conclusão atingiu os 100%, em 2007/08, em todos os anos do 1.º ciclo do ensino básico, sendo superior à taxa nacional em 7,4, 3,2 e 4,6 pontos percentuais, respectivamente, nos 2.º, 3.º

(6)

6

Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo  10 a 12 de Dezembro de 2008

e 4.º anos. Aquela taxa, no 5.º ano (96,7%) e no 6.º ano (96,2%), também é superior à taxa de transição nacional. No 3.º ciclo, a mesma taxa, no 7.º (72,3%), 8.º (80%) e 9.º (75,7%) anos, é inferior à taxa nacional. Ainda no referido ano lectivo, foram identificadas como disciplinas de menor sucesso: o Inglês no 6.º ano; a Matemática, nos 7.º, 8.º e 9.º anos; a L. Portuguesa nos 7.º e 8.º anos; o Francês e a Geografia no 7.º ano e a História no 8.º ano. Os resultados das provas de aferição de 2008, do 4.º ano, são globalmente inferiores aos nacionais (menos 6,1% e 10,6% nos níveis positivos, respectivamente, a L. Portuguesa e a Matemática). No 6.º ano, os resultados são ligeiramente superiores aos nacionais (mais 1,6% e 4,2%, nos níveis positivos, respectivamente, a L. Portuguesa e Matemática). Em 2008, ao contrário do que aconteceu em 2007, a classificação média nos exames nacionais do 9.º ano de Matemática, é superior à média das classificações internas. Em L. Portuguesa, a média da classificação interna é igual à externa. Em relação a 2007, a média dos exames nacionais de L. Portuguesa e de Matemática do 9.º ano melhorou 0,5 e 1,4 pontos, em cada uma das disciplinas, tendo tido níveis positivos, respectivamente, 85% e 57% dos alunos. A média do exame de L. Portuguesa é igual à nacional (3,3) e a da Matemática é superior em 0,4 pontos. Nas salas dos JI visitados estava afixada informação/registos diversificados relativos ao percurso e evolução das aprendizagens das crianças.

Os diferentes elementos da comunidade escolar, incluindo os pais, e também o que está plasmado no Projecto Educativo atribuem as causas e as dificuldades de sucesso académico dos alunos ao seu desinteresse pela aprendizagem, à sua falta de hábitos de trabalho, aos baixos níveis de escolarização das famílias e a uma desvalorização do trabalho da escola, por parte de muitas delas. O Agrupamento identificou dois abandonos no 2.º ciclo e dez no 3.º ciclo, em 2007/08. A abordagem do abandono escolar, bem como do combate às situações de absentismo, estão entregues ao Gabinete de Apoio ao Aluno que trabalha em articulação com os directores de turma. No entanto, observa-se que esta abordagem não está suficientemente divulgada e discutida nos órgãos do Agrupamento.

1.2 PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CÍVICO

“O Bugio” é o jornal escolar que integra substancialmente trabalhos dos alunos e constitui um reforço essencial na construção da identidade do Agrupamento. O debate com os alunos, e seus representantes, sobre os problemas do quotidiano interno e a discussão de projectos, programas e actividades, tendo como objectivo a sua participação, o seu envolvimento e a sua responsabilização na acção educativa, ainda não constituem uma prioridade. Os alunos manifestaram desconhecer os documentos estruturantes da vida escolar e não há práticas visíveis da participação destes na sua construção, nomeadamente a inclusão de sugestões dos alunos no Plano Anual de Actividades. Os discentes sentem que raramente são auscultados e, pontualmente, fazem as suas sugestões directamente no Conselho Executivo ou na caixa de sugestões. Estas sugestões são lidas pela direcção executiva, mas não são tratadas e dadas a conhecer à comunidade escolar. Os alunos tomam a iniciativa na dinamização de algumas actividades, por exemplo, a sua sala de convívio foi pintada pela turma B do 9.º ano. Não existe associação de estudantes e os alunos dizem estar informados que esta estrutura se destina a alunos mais crescidos. Foi introduzido o quadro de honra, destinado aos alunos com comportamento de muito bom e com nível médio mínimo de 4,5.

1.3 COMPORTAMENTO E DISCIPLINA

O clima vivido em todas as escolas é de bom relacionamento entre alunos, docentes e funcionários.

Não foram apresentados problemas assinaláveis de indisciplina e/ou violência escolar. Os docentes e não docentes reconhecem que existe um efectivo reconhecimento e aceitação da sua autoridade, por parte da maioria dos alunos. Os comportamentos menos aceitáveis, dentro e fora da sala de aula, nos 2.º e 3.º ciclos, carecem de uma política activa de prevenção. O procedimento disciplinar mais comum ocorre com a intervenção do professor da turma, colocando alunos temporariamente fora da sala de aula. Estes alunos, em regra, são encaminhados para junto da funcionária do piso (intervalos curtos de tempo), ou para o Gabinete de Apoio ao Aluno, ou mesmo para a Biblioteca, com uma actividade para cumprir, perturbando o seu normal funcionamento e dando azo a que este espaço seja entendido como um local de castigo. Foram criadas tutorias para os alunos que necessitam de uma maior atenção e acompanhamento. As participações e as respectivas penalizações são monitorizadas pelo Gabinete de Apoio ao Aluno. Os critérios de avaliação, que passaram a ser conhecidos dos alunos, desde o

(7)

7

início deste ano lectivo, incluem as dimensões da (in)disciplina, da assiduidade e da pontualidade e prevêem a utilização de instrumentos de auto-avaliação.

1.4 VALORIZAÇÃO E IMPACTO DAS APRENDIZAGENS

Os pais, os alunos e os docentes entrevistados estão satisfeitos com as aprendizagens propiciadas.

Salientaram a importância de algumas iniciativas inseridas na oferta educativa/formativa, nomeadamente: o curso de educação e formação; os clubes de diversa natureza; o Desporto Escolar; as actividades realizadas no âmbito do Projecto de Promoção e Educação para a Saúde; as actividades organizadas pelo Gabinete de Apoio ao Aluno, relativas à orientação vocacional dos alunos do 9.º ano;

as peças de teatro apresentadas a toda a comunidade escolar pelo Clube de Teatro; as actividades de animação, no âmbito do Apoio à Família, na educação pré-escolar; as actividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo. Os pais, os alunos e os docentes (do 1.º ciclo) manifestaram-se insatisfeitos com o início tardio destas actividades, pelo segundo ano consecutivo, imputando as responsabilidades à respectiva Autarquia.

2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

2.1 ARTICULAÇÃO E SEQUENCIALIDADE

A articulação entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo é assegurada através da participação de educadores e professores do 1.º ciclo em reuniões conjuntas, de dinamização de actividades comuns e da elaboração do dossier da criança que transita para o 1.º ciclo. A articulação da prática lectiva, a nível de educação pré-escolar e do 1.º ciclo, é efectuada em reuniões conjuntas de conselhos de docentes, de onde emanam orientações e alguns procedimentos para o desenvolvimento do currículo. Na escola sede, a sequencialidade pedagógica dentro de cada ciclo de ensino é assegurada, sempre que possível, através da continuidade dos docentes e dos directores de turma. Porém, na transição do 1.º para o 2.º ciclo, observa-se um trabalho menos concertado, opinião partilhada pela Presidente do Conselho Executivo que, na reunião de apresentação, reconheceu haver, neste âmbito, um longo caminho a percorrer. A nível departamental e de Conselho de Docentes, o trabalho incide, particularmente, na elaboração das planificações, na definição de critérios entre os docentes, na articulação entre áreas disciplinares e na articulação intra-departamental. O Plano de Acção para a Matemática tem constituído uma oportunidade de articulação, entre o 2.º e o 3.º ciclo, promovendo o trabalho cooperativo entre os professores desta disciplina. A fim de combater o insucesso naquela disciplina estão a ser implementadas assessorias pedagógicas no 5.º ano de escolaridade. A articulação na avaliação dos alunos, nos diferentes anos de escolaridade e disciplinas ou áreas curriculares, ainda está numa fase embrionária, tendo-se elaborado critérios de avaliação comuns aos diferentes anos, ciclos e disciplinas ou áreas, no final do ano lectivo transacto. Os testes diagnósticos estão institucionalizados no 1.º ciclo. No entanto, foram realizadas unidades de avaliação diagnóstica e fichas de avaliação com matriz comum em algumas áreas disciplinares dos 2.º e 3.º ciclos. Não existem metas mensuráveis ou planos de acção/melhoria a desenvolver pelas estruturas de coordenação e supervisão. A articulação entre os docentes, entre os estabelecimentos e entre os ciclos é débil, mesmo quando se partilham as mesmas estruturas e os mesmos espaços.

10a12deDezembrode2008AgrupamentodeEscolasdeS.JoãodeSobrado,Valongo

2.2 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA LECTIVA EM SALA DE AULA

O acompanhamento directo da prática lectiva não está instituído, sendo realizado, sobretudo, a partir de leituras dos resultados académicos. O Conselho Executivo, o Conselho Pedagógico e as estruturas intermédias analisam trimestralmente os resultados obtidos pelos alunos em cada ano, turma e disciplina. A análise dos resultados, nas provas de aferição e nos exames nacionais do 9.º ano, comparativamente às médias nacionais e às classificações internas, tem sido objecto de reflexão nas diferentes estruturas. O Conselho Pedagógico aprovou os critérios gerais de avaliação dos alunos, tendo os diferentes departamentos curriculares definido parâmetros específicos das disciplinas ou áreas disciplinares que os integram, não se vislumbrando, porém, qualquer plano de monitorização da

(8)

8

Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo  10 a 12 de Dezembro de 2008

sua aplicação. Anualmente, os departamentos e os conselhos de docentes identificam necessidades de formação, que procuram satisfazer com o apoio do centro de formação de associação de escolas a que pertencem e, pontualmente, com a formação promovida internamente.

2.3 DIFERENCIAÇÃO E APOIOS

A identificação e sinalização dos alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades na aprendizagem são efectuadas, essencialmente, nos conselhos de turma e nos conselhos de docentes, com a colaboração do núcleo de apoios educativos em articulação com os pais. Estão identificados com necessidades educativas especiais, beneficiando dos respectivos apoios, doze alunos na escola sede e onze nas escolas do 1.º ciclo. Em vinte e uma turmas, foram distribuídas tutorias aos directores de turma, com o objectivo de reduzir o insucesso e abandono escolares. Contudo, esta tarefa foi atribuída sem qualquer preparação dos respectivos docentes e não foi apresentado qualquer plano de acção e/ou de formação no âmbito da tutoria. A equipa dos apoios educativos trabalha em articulação com o Gabinete de Apoio ao Aluno, com os psicólogos estagiários, no âmbito do acompanhamento psicológico, com a Universidade do Minho, na dinamização da orientação vocacional dos alunos do 9.º ano. Os apoios, consoante os casos, são prestados em sala de aula, em articulação com o professor/educador, na sala específica do apoio ou no Gabinete de Apoio ao Aluno. Os alunos com dificuldades de aprendizagem em Língua Portuguesa, Matemática e Inglês, beneficiam de aulas de apoio pedagógico. No entanto, não há uma monitorização sistemática dos resultados do apoio prestado a estes alunos. A fim de combater o insucesso na disciplina de Matemática o Agrupamento aderiu ao Plano de Acção para a Matemática, tendo criado uma sala de recursos desta disciplina, onde são implementadas actividades com carácter lúdico. Na Área de Projecto são trabalhadas as competências da Língua Portuguesa. Os alunos com dificuldades de aprendizagem, não integrados em medidas educativas especiais, têm planos de recuperação ou acompanhamento, não havendo uma monitorização efectiva destes planos.

2.4 ABRANGÊNCIA DO CURRÍCULO E VALORIZAÇÃO DOS SABERES E DA APRENDIZAGEM

O Agrupamento inclui no Plano Anual de Actividades alguns projectos e actividades de enriquecimento curricular que propiciam vivências e experiências diversificadas de aprendizagem, especialmente a nível cultural, de educação para a saúde e para a cidadania e no âmbito desportivo e tecnológico, nomeadamente o Desporto Escolar e os clubes de protecção civil, teatro (muito procurado pela comunidade escolar), línguas e ciências. Os clubes funcionam às terças-feiras de tarde, período em que não há actividades lectivas. As actividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo tiveram início, pelo segundo ano consecutivo, na primeira semana de Dezembro e funcionam no fim das actividades lectivas. Só os alunos do 1.º ciclo da EB1/JI mais próxima das Piscinas Municipais de Sobrado têm acesso à natação no âmbito das actividades de enriquecimento curricular. O Projecto de Educação para a Saúde tem contribuído com acções direccionadas para a prevenção de comportamentos de risco, para a educação sexual e para educação alimentar. As crianças/alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo participam nos projectos do Plano Nacional da Leitura, respectivamente,

”Leitura vai e vem” e “Ler para crescer”. O Conselho Executivo, os delegados de turma e os docentes salientaram que os laboratórios de Ciências e Físico-Química dispõem de equipamento suficiente e de condições adequadas para o desenvolvimento do ensino experimental. No entanto, os alunos revelaram que as actividades práticas nestas disciplinas são escassas. Ao nível do 1.º ciclo, observam- se alguns exercícios de trabalho experimental, ainda que com poucos recursos. A valorização dos saberes e do conhecimento cognitivo é reconhecida, estando instituído o quadro de honra. Contudo, este dispositivo pedagógico não está suficientemente divulgado junto da comunidade escolar. O Curso de Educação e Formação constitui a oferta educativa, que propicia a inserção na vida activa e/ou desenvolvimento de actividades com um cariz mais prático do Agrupamento, e a resposta deste ao insucesso e abandono escolares. Algumas actividades, designadamente festa de Natal e desfile de Carnaval, são assumidas pela população da vila como momentos de toda a comunidade.

(9)

9

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

3.1 CONCEPÇÃO, PLANEAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE

Para a elaboração do Projecto Educativo, foi auscultada a opinião dos professores, cingindo-se a participação dos outros elementos da comunidade educativa aos contributos dados nos órgãos e estruturas onde têm assento No Projecto Curricular do Agrupamento foram tidas em conta as orientações do Projecto Educativo e a elaboração do Plano Anual de Actividades decorre de propostas apresentadas pelos departamentos curriculares, conselhos de docentes e pelos diferentes estabelecimentos que integram o Agrupamento. Todavia, na sua concepção não há coesão interna, não está implícito o seu financiamento, nem identificadas metas avaliáveis para cada uma das actividades previstas. O Conselho Executivo não tem desenvolvido uma estratégia clara de resolução dos problemas do Agrupamento, numa lógica mobilizadora das estruturas intermédias, dos docentes, dos não docentes, dos pais e dos parceiros locais. Não existe um planeamento devidamente sustentado que atenda aos recursos humanos e materiais, funcionamento e resultados. São visíveis esforços de articulação entre as actividades de enriquecimento curricular, do 1.º ciclo e entre as actividades extracurriculares, nos 2.º e 3.º ciclos, com as actividades lectivas. A articulação dos monitores das actividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo com os respectivos professores titulares de turma é débil, resumindo-se a reuniões pontuais.

3.2 GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS

Os responsáveis pela gestão do Agrupamento desenvolvem estratégias de integração de novos alunos e professores, designadamente recepção e acompanhamento, e existe uma política de apoio aos directores de turma, particularmente para os que desempenham pela primeira vez a função. O pessoal auxiliar assume as suas competências e mantém boas relações com alunos, professores e pais e está preocupado com a falta de auxiliares de acção educativa, particularmente nas EB1. Os serviços administrativos estão informatizados, respondem bem às diversas solicitações e, no momento, estão a iniciar a mudança da organização de áreas funcionais para a gestão de processos. Apesar de os serviços de acção social escolar não terem espaço próprio, existe um gabinete adequado e reservado para atendimento. Os docentes, incluindo os coordenadores de directores de turma, desconhecem os critérios que presidem à escolha dos directores de turma e dos professores tutores, não estando definidos perfis para o desempenho destas funções. Organizou-se formação contínua do pessoal docente e não docente em colaboração com o centro de formação de associação de escolas. Porém, não foi desenvolvida qualquer formação interna ou externa sobre tutorias.

10a12deDezembrode2008AgrupamentodeEscolasdeS.JoãodeSobrado,Valongo

3.3 GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS E FINANCEIROS

Na escola sede, os espaços exteriores estão limpos e cuidados, sendo as entradas vigiadas. Esta escola utiliza o pavilhão gimnodesportivo municipal, junto ao seu recinto, sendo o acesso feito pelo exterior, situação que, segundo os entrevistados, põe em causa a segurança dos alunos. Todas as EB1 funcionam em regime normal, no entanto as instalações dos JI/EB1 carecem de obras de requalificação e têm falta de material didáctico para o ensino-aprendizagem. Verifica-se, ainda, a inexistência de espaços e equipamentos no âmbito das ciências experimentais, de modo a proporcionar práticas efectivas do ensino experimental no 1.º ciclo. Também os computadores das EB1 estão avariados desde Maio, por falta de assistência da responsabilidade da autarquia.

É visível o fraco investimento da autarquia na educação, particularmente no parque escolar e na disponibilização dos recursos de que dispõe na vila de Sobrado (pavilhão gimnodesportivo e piscinas) para o desenvolvimento de actividades com os diferentes alunos/crianças. Está prevista a construção de um centro escolar, junto da EB1 de Campelo, sendo para desactivar a EB1 da Lomba e o JI de Baldeirão. A falta de transportes condiciona a participação dos alunos dos JI/EB1 em actividades fora dos respectivos estabelecimentos de ensino.

(10)

10

Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo  10 a 12 de Dezembro de 2008

O Agrupamento conta com o financiamento do Orçamento Geral do Estado, que inclui uma verba utilizada pelos JI para aquisição do material pedagógico, e receitas próprias geradas através do bufete, da papelaria, da reprografia da EB 2/3 e da candidatura a projectos. As escolas EB1/JI são financiadas com verbas disponibilizadas pela autarquia para expediente e limpeza.

3.4 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E OUTROS ELEMENTOS DA COMUNIDADE EDUCATIVA Os pais vêm à escola, quando solicitados, em particular, quando se trata de reuniões com os directores de turma, fazem-se representar nos órgãos de administração e gestão em que têm assento e, pontualmente, envolvem-se em algumas actividades. Há uma associação de pais do Agrupamento que, apesar de contar com poucos associados, se esforça por colaborar e propor acções que aumentem a participação dos pais. A não valorização do saber é uma das razões apontadas para a falta de participação dos pais na vida da escola e esta vai diminuindo à medida que os alunos vão progredindo na escolaridade. No início do ano lectivo, é realizada uma reunião geral onde os pais estão presentes e são informados sobre a organização e o funcionamento escolares. No átrio da escola sede está disponibilizada uma caixa de sugestões, mas as decisões tomadas na sequência do que é aqui sugerido não são conhecidas da comunidade escolar.

3.5 EQUIDADE E JUSTIÇA

Há um esforço do Conselho Executivo na promoção de igualdade nas oportunidades de acesso à aprendizagem para todos os alunos, através da implementação de apoios pedagógicos, do funcionamento do Gabinete de Apoio ao Aluno, de tutorias a alunos dos 2.º e 3.º ciclos, na dinamização de actividades de enriquecimento curricular e da criação de um curso de educação e formação. Todavia, os horários de atendimento e das reuniões dos directores de turma com os pais, por vezes, são inadequados. O Agrupamento revela preocupação em debelar alguns focos de indisciplina e em gerir conflitos, salientando-se, nesta vertente, o papel do Gabinete de Apoio ao Aluno. Globalmente, procura-se garantir que todos os alunos tenham acesso aos bens educativos, independentemente da sua condição económica, social ou capacidade de aprendizagem, principalmente, quando estes são entendidos como obrigatórios.

4. LIDERANÇA

4.1 VISÃO E ESTRATÉGIA

Os documentos estruturantes do Agrupamento apresentam algumas linhas de actuação ilustradas na diversificação da oferta educativa/formativa, através do curso de educação e formação, na criação de clubes e desenvolvimento de projectos, na adesão e desenvolvimento de actividades do Plano de Acção para a Matemática e do Plano Nacional de Leitura, na animação da Biblioteca, que integra a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares e a Rede de Bibliotecas Escolares do Porto, na publicação do jornal do Agrupamento e no desenvolvimento do Gabinete de Apoio ao Aluno. Algumas destas iniciativas, apesar de bem sucedidas e serem importantes na acção educativa aqui desenvolvida, são avulsas e estão ligadas, sobretudo, a dinâmicas individuais. As diferentes lideranças revelam falta de estratégia e alguma incapacidade para as incluir num plano partilhado com vista ao desenvolvimento global do Agrupamento. A liderança de topo está centrada na Presidente do Conselho Executivo e não há espaço para um verdadeiro trabalho de equipa. Não se observa que as lideranças intermédias se assumam, ou mesmo sejam incentivadas a fazê-lo, dentro dos espaços de autonomia que a lei lhes consagra. Não existem planos de acção, com objectivos definidos e hierarquizados, nem tão pouco uma cultura de envolvimento e de responsabilização dos diferentes actores e da comunidade escolar e educativa.

(11)

11

4.2 MOTIVAÇÃO E EMPENHO

A acção educativa assenta num corpo docente globalmente empenhado, em iniciativas individuais e/ou de pequenos grupos e em funcionários motivados, capazes de garantir as tarefas que lhe estão distribuídas e suprir outras necessidades que resultam das carências de pessoal auxiliar no Agrupamento. Quer a mobilização e a responsabilização dos diferentes actores, quer a motivação e o empenho das lideranças intermédias são dificultados por uma falta de articulação e de um trabalho de equipa entre as diferentes lideranças, pelo débil funcionamento dos departamentos curriculares, pela falta de capacidade de mobilização dos diferentes actores e, principalmente, pela ausência de uma estratégia clara de desenvolvimento do Agrupamento.

4.3 ABERTURA À INOVAÇÃO

O Agrupamento tem aderido às diferentes propostas que o contexto lhe vai propiciando, nomeadamente, um curso de educação e formação, o Plano de Acção para a Matemática, o Plano Nacional da Leitura, o Projecto das Escolas Promotoras de Saúde e o Desporto Escolar. De igual modo, tem beneficiado da existência de estágios ligados à Saúde, da intervenção do Centro de Saúde local e desenvolvido outras iniciativas, nomeadamente o Gabinete de Apoio ao Aluno, os clubes e projectos, que poderão ter repercussões nas aprendizagens dos alunos. Porém, não foi capaz de mobilizar todos os recursos existentes no meio – piscinas municipais, pavilhão gimnodesportivo, por exemplo - ao serviço do Desporto Escolar e das aulas de Educação Física, nos 2.º e 3.º ciclos, das actividades de enriquecimento escolar de todos os alunos do 1.º ciclo e dos alunos com necessidades educativas especiais no domínio da expressão motora. Não se verifica a existência de dinâmicas tendentes à afirmação das tecnologias de informação, tanto na sala de aula como ao nível da interacção entre docentes e discentes.

10a12deDezembrode2008

4.4 PARCERIAS, PROTOCOLOS E PROJECTOS

O Agrupamento tem estabelecido os seguintes protocolos e parcerias: com a Câmara Municipal de Valongo e a Junta de Freguesia de Sobrado; com estabelecimentos de ensino superior (Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário de Gandra, Faculdade de Letras do Porto, Instituto Superior da Maia e Universidade do Minho), no âmbito de estágios de Saúde e de Psicologia, da formação inicial de docentes e da orientação vocacional dos alunos do 9.º ano; com a unidade local do Centro de Saúde de Valongo, nomeadamente com a unidade de saúde familiar; com o Instituto do Emprego e Formação Profissional e com empresas da região (tendo em vista os estágios dos alunos dos cursos de educação e formação). A Biblioteca da EB 2/3 integra a Rede nacional de Bibliotecas Escolares. O Agrupamento aderiu ao Projecto de Escolas Promotoras de Saúde, ao Plano Nacional de Leitura e ao Plano de Acção para a Matemática. Conta ainda com o apoio das instalações do Centro Cultural da freguesia para a realização de espectáculos. As peças de teatro do Clube de Teatro são aqui trabalhadas e apresentadas à comunidade.

AgrupamentodeEscolasdeS.JoãodeSobrado,Valongo

5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO

5.1 AUTO-AVALIAÇÃO

Formada somente por professores, um do 1.º ciclo e seis dos 2.º e 3.º ciclos, a equipa de auto-avaliação começou a trabalhar no ano lectivo 2008/09, no seguimento do trabalho realizado pela equipa do planeamento e estatística. Criada em Setembro, a equipa dispõe de um cronograma de trabalho, com actividades pensadas para este ano lectivo, com destaque para a recolha de informação através de um questionário a aplicar a alunos, professores, pais e funcionários. A presença dos elementos na equipa deve-se não só ao trabalho desenvolvido por alguns professores na análise de relatórios de actividades e no tratamento estatístico dos resultados escolares, bem como ao desejo de outros participarem neste processo, destacando-se alguns professores que estão em processo de formação ao nível do curso de mestrado em avaliação e supervisão, por exemplo.

(12)

12

Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado, Valongo  10 a 12 de Dezembro de 2008

5.2 SUSTENTABILIDADE DO PROGRESSO

Atendendo à inexistência de resultados sobre o processo de auto-avaliação, o órgão de gestão não dispõe de um diagnóstico fundamentado e consolidado sobre a sustentabilidade e progresso do Agrupamento, a não ser as análises que são feitas no Projecto Educativo, onde se constata que este enfrenta problemas no âmbito organizacional, pedagógico e dos espaços/recursos materiais/equipamentos. A sustentabilidade do Agrupamento é essencialmente perspectivada em função do bom clima relacional, que por todos os membros da comunidade educativa é reconhecido existir, não sendo visível que esteja dependente de planos de melhoria ao nível interno, ainda que sejam pensadas medidas, nem sempre concertadas entre os órgãos de gestão e administração e as estruturas de gestão intermédia, para combater o insucesso e abandono escolares, bem como para melhorar as baixas expectativas que alunos e pais têm face à escola.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de S. João de Sobrado (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o Agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; por ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; por oportunidade: condição ou possibilidade externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; por constrangimento: condição ou possibilidade externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

 A melhoria do desempenho dos alunos nos exames nacionais de 9.º ano.

 A criação do Gabinete de Apoio ao Aluno como estratégia de acompanhamento da vida escolar dos alunos.

 O bom relacionamento entre alunos, docentes e funcionários e a boa relação escola/família.

 A abertura à colaboração de entidades externas no apoio educativo e na orientação vocacional dos alunos.

 A existência de actividades de enriquecimento curricular, abrangendo áreas como o desporto, a saúde, as ciências, a cidadania e a cultura.

(13)

13

AgrupamentodeEscolasdeS.JoãodeSobrado,Valongo10a12deDezembrode2008

Pontos fracos

 As taxas de transição/conclusão inferiores às nacionais e o abandono escolar no 3.º ciclo.

 A reduzida participação dos alunos na vida escolar.

 As debilidades na articulação entre docentes, estabelecimentos escolares e ciclos de ensino.

 A falta de mecanismos de supervisão e acompanhamento da prática lectiva em contexto de sala de aula

 A inexistência de uma cultura de envolvimento/participação da comunidade educativa na elaboração dos documentos estruturantes do Agrupamento.

 A falta de estratégia revelada pelas diferentes lideranças no aproveitamento de algumas iniciativas avulsas em prol de um plano de desenvolvimento global comum ao Agrupamento.

 A inexistência de um modelo estruturado e consolidado de auto-avaliação e a consequente debilidade do diagnóstico sobre a sustentabilidade do progresso do Agrupamento.

Oportunidades

 O Programa Nacional de Requalificação da rede do 1.º Ciclo do Ensino Básico e da Educação Pré- Escolar do Ministério da Educação poderá contribuir para a melhoria de instalações e de equipamentos pedagógicos nas escolas com estes níveis de ensino.

 A criação de cursos no âmbito do programa Novas Oportunidades poderá aumentar o nível da escolarização das famílias e elevar as suas expectativas face à escola.

Constrangimentos

 O início tardio, em cada ano lectivo, das actividades de enriquecimento curricular, no 1.º ciclo, compromete os objectivos destas, a acção e a organização dos horários das famílias e do próprio Agrupamento.

 A inexistência de serviços de psicologia e orientação limita a acção do Agrupamento.

Referências

Documentos relacionados

Durante a pesquisa, foram entrevistados dois Agentes de Acompanhamento de Gestão Escolar que orientam as escolas objeto da pesquisa para verificar quais são as percepções

Diretamente relacionados ao estágio do curso de Nutrição da UFJF, temos as Normas para os Estágios Obrigatórios que disciplinam as atividades desta comissão no âmbito dos

Já como objetivo propositivo, construiu-se um plano de ação educacional que é constituído por quatro ações que são : Redimensionar as ouvidorias das CDEs

O presente trabalho pretende analisar a implementação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) nas escolas da rede estadual de ensino do Amazonas, em Manaus, na

da equipe gestora com os PDT e os professores dos cursos técnicos. Planejamento da área Linguagens e Códigos. Planejamento da área Ciências Humanas. Planejamento da área

A Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino de Juiz de Fora para a educação infantil se fundamenta na ideia contida nas Diretrizes Educacionais para a Rede

A rede atende a praticamente toda a demanda existente no que se refere às crianças de 4 e 5 anos, sendo o grande desafio oferecer atendimento às crianças de 0 a 3

O termo diligência consta na Resolução da SEEMG nº. 28 Constatadas irregularidades na prestação de contas, o processo será baixado em diligência pela SEE, sendo fixado