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Radiol Bras vol.36 número1

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Academic year: 2018

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Radiol Bras 2003;36(1):X Sr. Editor,

Foi com muita satisfação e interesse que li o trabalho publicado na Radiologia

Brasi-leira 2002;35(5):307–309, escrito por Silvei-ra e colaboSilvei-radores(1), tendo como tema a ul-tra-sonografia intra-operatória (USIO) na loca-lização dos insulinomas pancreáticos. A pos-sibilidade de oferecer aos pacientes oportu-nidades cada vez mais acuradas de se reali-zar determinado diagnóstico(2) deve ser pron-tamente divulgada nos meios científicos, nos quais se enquadra a Radiologia Brasileira. A despeito da maior acuidade que a USIO tem em identificar os insulinomas pancreá-ticos, quando comparada com os exames pré-operatórios de ultra-sonografia abdomi-nal, tomografia computadorizada (TC) con-vencional, TC helicoidal, ressonância magné-tica (RM), ultra-sonografia endoscópica e ar-teriografia(3,4), em nosso meio poucos traba-lhos se detiveram neste aspecto. Parabeni-zo os autores por esta iniciativa.

Embora se possa especular que as novas técnicas de TC (“multi-slice”) e de RM (com alto campo e protocolos dedicados ao estu-do pancreático) pudessem se equiparar aos resultados obtidos com a USIO, em visita re-cente a alguns dos principais centros de tra-tamento de insulinomas na América do Nor-te vimos que a USIO ainda mostra resultados consistentemente superiores aos dessas no-vas aquisições radiológicas de investigação pré-operatória, especialmente para as lesões menores que 8 mm (Machado MM, comuni-cação pessoal). Porém, deve ser reiterado que relativamente poucos trabalhos tenham sido publicados até o momento sobre essas novas aquisições, especialmente no estudo específico dos “pequenos insulinomas”.

No primeiro caso estudado pelos auto-res(1), foi muito bem enfatizada a dificuldade

que pode existir de se localizar, no intra-ope-ratório, os pequenos insulinomas localizados na intimidade do parênquima pancreático, apenas pela palpação cirúrgica. Como os insulinomas pancreáticos são usualmente pequenos e benignos(5), a cirurgia mais co-mumente indicada nesses casos consiste na enucleação. Para tanto, não basta ter o diag-nóstico pré-operatório e a localização do in-sulinoma, conforme foi obtido neste primei-ro caso avaliado pelos autores por meio da ultra-sonografia endoscópica. Os cirurgiões sabem, de longa data, que para se proceder uma enucleação segura é necessário saber, no momento da cirurgia, a posição do tumor, para que se possa enucleá-lo sem lesão do ducto pancreático principal ou acessório, minimizando a morbidade (como, por exem-plo, a ocorrência de fístulas pancreáticas)(3,4). Dessa forma, os autores demonstraram, de forma bastante objetiva, que mesmo tendo sido localizado o insulinoma no pré-operató-rio, a USIO foi fundamental na orientação dos passos do cirurgião, identificando o ducto pancreático e evitando a sua lesão ou a ne-cessidade de realização de ressecções pan-creáticas mais alargadas.

Ademais, os autores(1) reiteraram ainda que, como 10% dos insulinomas podem ser múltiplos, a USIO possibilita o exame cuida-doso do restante da glândula pancreática, para afastar a possibilidade de lesão sincrô-nica, entendida como o exame de maior acui-dade nesta investigação(5).

No segundo caso, outra vez os autores(1) chamam a atenção do leitor, que mesmo ten-do siten-do localizaten-do o tumor no pré-operatório, a USIO demonstrou, de forma dinâmica, no centro cirúrgico, que não havia invasão vas-cular e nem contato com o ducto de Wirsung, fatos que dão grande conforto à realização do procedimento cirúrgico de ressecção.

Carta ao Editor

Adicionalmente, a análise do trabalho em questão(1) mostra também um fato que te-mos reiterado em algumas de nossas publi-cações sobre a USIO(6,7), que é a necessi-dade de haver ampla integração entre radio-logistas e cirurgiões, para que os benefícios da USIO sejam maximizados. Novamente, os autores devem ser congratulados pela inicia-tiva de ter a participação bastante próxima da equipe cirúrgica, demonstrada pela presen-ça dos mesmos no artigo.

Finalizo dizendo que é com muito entu-siasmo que vejo os esforços dos autores em divulgar tão importante e acurada metodolo-gia de imagem (a USIO) na revista de divul-gação científica do Colégio Brasileiro de Ra-diologia.

REFERÊNCIAS

1. Silveira CRS, Hauagii ASF, Wiltgen JE, et al. Ultra-sonografia intra-operatória na localização de insuli-noma – relato de dois casos. Radiol Bras 2002;35: 307–9.

2. Machado MM. Contribuição da ultra-sonografia intra-operatória (USIO) no estudo do fígado em pacientes candidatos à ressecção hepática por metástase de adenocarcinoma colorretal. (Tese de Doutorado). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002. 3. Luck AJ, Maddern GJ. Intraoperative abdominal

ultra-sonography. Br J Surg 1999;86:5–16.

4. Huai JC, Zhang W, Niu HO, Su ZX, McNamara JJ, Machi J. Localization and surgical treatment of pan-creatic insulinomas guided by intraoperative ultra-sound. Am J Surg 1998;175:18–21.

5. King CMP, Reznek RH, Dacie JE, Wass JAH. Imaging islet cell tumours. Clin Radiol 1994;49:295–303. 6. Machado MM. Ultra-sonografia intra-operatória

(USIO). (Editorial). Radiol Bras 2001;34(6):V–VI. 7. Machado MM, Rosa ACF, Cerri GG. Ultra-sonografia

intra-operatória (USIO). In: Cerri GG, Oliveira IRS, eds. Ultra-sonografia abdominal. Rio de Janeiro, RJ: Re-vinter, 2002:573–84.

Márcio Martins Machado

Médico Radiologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

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