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Rev. LatinoAm. Enfermagem vol.21 número5

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Academic year: 2018

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Editorial

Rev. Latino-Am. Enfermagem

21(5):[02 telas] set.-out. 2013 www.eerp.usp.br/rlae

Doenças crônicas e os desafios para a produção de conhecimento

em saúde

Regina Aparecida Garcia de Lima

A atenção às doenças crônicas não transmissíveis, tais como as

cardiovasculares, o diabetes mellitus, o câncer, a doença pulmonar obstrutiva crônica, é um desaio para os sistemas de saúde em países desenvolvidos ou

em desenvolvimento. A essas doenças, em 2008, foram atribuídos 63% da

mortalidade mundial e 45,9% do quantitativo global de doenças. Em países

de baixa e média renda, os valores de mortalidade por doenças crônicas não

transmissíveis chega a 80%(1).

Ao reconhecer a oportunidade de melhoria desses indicadores, a

Organização Mundial da Saúde lançou o projeto Cuidados Inovadores para Condições Crônicas e propôs um plano de gerenciamento das condições crônicas aos sistemas de saúde,

visando a resolução de problemas de saúde, em contraposição ao tratamento apenas dos sintomas quando eles

aparecem(2).

Essa constatação tem por base as investigações que mostram que a maioria das pessoas acometidas por

tais agravos não recebe atenção adequada. Do total de atendimentos, aproximadamente metade desses são

diagnosticados e recebem cuidados médicos. Por essa razão, a Organização Pan-Americana de Saúde(3) elaborou

um documento no qual apresenta o Modelo de Cuidado Crônico. Nesse modelo, a atenção primária em saúde

tem papel central, mas deve ser complementada pelos centros de atenção especializados e intensivos, tais como

clínicas de atenção especializada, hospitais e centros de reabilitação.

Para o sucesso e qualiicação do cuidado, baseado no Modelo de Cuidado Crônico, o foco do cuidado deve estar centrado no paciente e sua família; na elaboração de políticas multissetoriais para o manejo das

doenças crônicas, entre elas o acesso universal às melhores práticas; na criação de um sistema de informação

clínica para monitoramento e avaliação das estratégias de melhoria de qualidade; na operacionalização de apoio

sistemático para o automanejo do paciente; na orientação da atenção, tendo por base a prevenção da doença e a promoção da saúde, com a participação comunitária; na criação de redes de cuidados liderados pela atenção primária à saúde; na reorientação dos serviços de saúde, mediante a criação de cultura de cuidados crônicos,

incluindo atenção proativa, baseada em evidências, e conformação de equipes de saúde multidisciplinares, garantindo a educação permanente para o manejo das doenças crônicas.

Por outro lado, se queremos, de fato, enfrentar os desaios, esses problemas devem constituir objeto

de investigação no campo das doenças crônicas, em diferentes contextos como clínico, hospitalar, domiciliar,

comunitário e de políticas públicas. Tais problemas de pesquisa comportam uma diversidade de métodos

como aqueles de revisões integrativas e sistemáticas; os ensaios clínicos; os avaliativos e metodológicos e os

(2)

Tela 2

Lima RAG

Como citar este artigo:

Lima RAG. Doenças crônicas e os desaios para a produção de conhecimento em saúde [Editorial]. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. set.-out. 2013 [acesso em: ___ ___ ___];21(5):[02 telas]. Disponível em:

_______________________________

Regina Aparecida Garcia de Limaé Editor Cientíico da Revista Latino-Americana de Enfermagem, e Professor Titular da Escola

de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvimento da pesquisa

em enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil, e-mail: limare@eerp.usp.br.

dia

mês abreviado com ponto ano

URL

de saúde. Inúmeros instrumentos de pesquisa podem ser utilizados, como testes de laboratório, questionários e escalas

de mensuração, entrevistas em profundidade e observação. Isso porquê esse tema especial de pesquisa se move

do nível celular ao comunitário, do individual ao familiar, do público ao privado, do particular ao geral, do clínico ao

epidemiológico, do diagnóstico à sobrevivência ou à morte.

Não existe, portanto, uma fórmula única para o desenvolvimento de um sistema de saúde eiciente e eicaz para o

controle das doenças crônicas. Outros projetos, protocolos e recomendações podem ser formulados e em todas essas

situações a pesquisa tem papel essencial, pois, a partir dela, fortes evidências contribuirão para a tomada de decisão das

melhores práticas para o controle das doenças crônicas.

Referências

1. World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases. Geneva: WHO; 2010.

2. Organização Mundial da Saúde. Cuidados inovadores para as condições crônicas: componentes estruturais de ação:

Relatório Mundial. Brasília; 2013.

Referências

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