• Nenhum resultado encontrado

Orientações Estratégicas Mundukide

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Orientações Estratégicas Mundukide"

Copied!
27
0
0

Texto

(1)

Orientações Estratégicas

Mundukide 2015-09

Índice de matérias

1 Introdução ... 1

2 O trabalho da Mundukide ... 1

3 Análise de contexto ... 7

3.1 Analise estatística (2011) ... 7

3.2 Análise de proximidade (2015) ... 11

3.3 Outros factores ... 13

4 Missão, Visão e Valores ... 17

5 O quê fazer ... 18

5.1 Análise de potenciais intervenções ... 18

5.2 Análise de cadeias de valor ... 21

5.3 Análise de mercados ... 23

6 Definição do objectivo ... 23

7 Ultima consideração ... 25

8 Notas ... 26

1 Introdução

O presente documento tenta clarificar a visão estratégica do Programa Moçambique da Mundukide.

2 O trabalho da Mundukide

A Fundação Mundukide iniciou trabalhar no distrito de Marrupa no 2002 com o objectivo de apoiar o desenvolvimento socio económico da população rural. Ao longo dos anos tem trabalhado principalmente: na abertura de novas estradas terciarias (2002-2010 com um impacto muito positivo); na promoção de micro empresas rurais (2002-2008 com poucos resultados) e na diversificação e aumento de produtividade agrícola (2005-actualidade com um enorme impacto).

No ano 2008, uma vez verificado o impacto positivo do trabalho em Marrupa, decidiu-se ampliar o foco do Programa para apoiar o desenvolvimento do corredor Lichinga – Pemba, trabalhando na actualidade nos distritos de Majune, Marrupa, Balama, Namuno e Montepuez.

Desde o ano 2011 o trabalho da Fundação Mundukide está completamente virado para o sector agrícola familiar. A estratégia fundamental é de promover culturas e técnicas que aumentem o rendimento do trabalho agrícola (conseguir mais com menos esforço) e a produção de culturas com duplo uso alimentar/comercial e mercados estáveis e de proximidade.

O fomento de ditas culturas e técnicas é realizado a traves dum processo massivo de transferência tecnológica desde outras zonas do País, mais avançadas em termos agrícolas, para os distritos do interior de Niassa e Cabo Delgado. Para isto, colabora-se com associações de camponeses de outras províncias que enviam seus membros para trabalharem no dia-a-dia com os camponeses locais realizando uma transferência de conhecimentos directamente de camponês a camponês.

Ao mesmo tempo, no caso de as novas técnicas precisarem do uso de insumos, ferramentas ou equipamentos não disponíveis no mercado local o Programa realiza uma função facilitadora, procurando os

(2)

melhores fornecedores para ditos insumos e materiais, transportando, armazenando e facilitando a distribuição dos mesmos a preço de custo.

No que se refere aos resultados podemos indicar que nos últimos anos a participação dos produtores/as está a aumentar fortemente. Assim, na última campanha (Novembro 2014 - Outubro 2015) foram um total de 11.478 participações de camponeses/as (3.392 mulheres e 8.086 homens) que produziram principalmente hortícolas e gergelim, mas também caju, feijão boer, feijão manteiga e batata reno.

Nesta última campanha as hectares de gergelim aumentaram em 2.197ha com um valor comercial de 19 milhões de meticais e os hectares de hortícolas chegaram aos 1.705 hectares divididos em mais de 600 micro sistemas de irrigação. O valor comercial da produção de ditas hortas ultrapassa os 130 milhões de meticais.

Ademais os pequenos camponeses/as investiram na sua actividade mais de 5 milhões de meticais (semente, adubo, motobombas, pulverizadores, etc.)

Considerando que o salário mínimo agrícola legal é de 3.183MZN. A receita antes referida de 150 milhões de meticais a beneficiar aos pequenos camponeses/as é equivalente à criação de 3.900 empregos agrícolas permanentes (12 meses).

Dito crescimento das receitas tem um forte impacto nas condições de vida das famílias rurais. Assim, por exemplo em Marrupa o número de casos de desnutrição infantil diminuiu num 43% entre os anos 2006 e 2013.

Figura 1: Machambas que receberam assistência técnica nas campanhas 2013/14 e 2014/15

Nota: No total estão no sistema mais de 18.000 machambas cartografadas com GIS (pontos pretos). As borbulhas amarelas representam a população (censo 2007). Em Namuno está a se trabalhar na primeira campanha

Figura 2: Número de participações por cultura e ano

Nota: O número de pessoas físicas é algo menor por ter alguns camponeses/as que participam em mais dum fomento

Figura 3: Área irrigada para produção de hortícolas (HA)

Nota: Quando o programa iniciou não existia irrigação em nenhum dos distritos. Todos esses hectares são de mais de 600 micro sistemas de irrigação realizados ou com micro barragens ou motobombas

Figura 4: Casos de doenças relacionadas com a desnutrição infantil (Marrupa 2006-2013)

Nota: A figura amostra o número de casos de tratamentos mensais no centro nutricional de crianças das Irmãs Consolatas de Marrupa. Os dados vão desde Janeiro de 2006 até Novembro 2013.

Os casos são de desnutrição, falta de leite materna, crescimento demorado, anemia, marasmo, kwashiorkor, etc.; todas elas, doenças relacionadas com carências nutricionais

(3)

Figura 5: Eficiência Económica do Programa 2002-2015(€)

Nota: Em baixo (vermelhos) os valores gastos pelo programa; a cima (verdes) o incremento da renda agrícola dos participantes em actividades directamente ligadas ao programa. A linha (azul) o saldo do programa (lucro dos camponeses – gastos do programa)

Figura 6: Valor de insumos facilitados pelo programa (MZN)

Nota: O programa está a promover o crescimento no uso de insumos com o objectivo de criar uma demanda suficiente para o sector privado entrar na sua comercialização

Merece destaque também a alta rentabilidade social do Programa. Por exemplo na ultima campanha por cada metical que o programa tem gastado tem-se conseguido que os/as participantes ganhem acima de 5 novos meticais.

Figura 7: Fotografias dos fomentos

Nota: Processo selecção instrutores na União de Napacala

Nota: Processo selecção instrutores na União de Napacala

Nota: Grupo de instrutores/as caminho de Montepuez Nota: Instrutores/as a ajustar as bicicletas antes de sair para suas aldeias de destino

(4)

Nota: Machamba de gergelim Nota: Gergelim a secar para ser debulhado

ota: Machamba de feijão boer Nota: Machamba de feijão boer

Nota: Instrutora a preencher o caderno de seguimento Nota: Produtora com sua colheita de feijão boer

Nota: Produtoras a vender o gergelim Nota: Produtoras a vender o gergelim

(5)

Nota: Produtora na sua nova barragem Nota: Produtores a construir uma barragem

Nota: Produtoras a abrir um canal de irrigação Nota: Produtores a limpar um canal de irrigação

Nota: Produtores a limpar viveiros de cebola Nota: Produtores a regar viveiros de cebola

Nota: Produtores a transplantar cebola Nota: Produtora a regar as bacias de cebola

(6)

Nota: Horta de repolho Nota: Horta de alface

Nota: Campo de batata reno Nota: Horta de tomate e alface

Nota: Instalação duma nova motobomba

Nota: Campo de multiplicação de semente de cebola

(7)

Nota: Produção de cebola ensacada pronta para a venda Nota: Dirigentes da União Geral de Associações e Camponeses de Nampula a visitar o trabalho dos instrutores que enviaram para Montepuez

Nota: No sentido do relógio: barragem com material local, canal de irrigação, viveiros de cebola, transplante, irrigação por inundação, multiplicação de semente, localização das barragens nos distritos de Majune e Marrupa

3 Análise de contexto

3.1 Analise estatística (2011)

No 2011 realizamos uma análise comparada da situação de Moçambique que se reflectiu no documento

“Politica Desenvolvimento”. Para obter uma visão global e ao mesmo tempo prática decidiu-se analisar quatro aspectos da realidade que vivem seus habitantes:

 Em primeiro lugar e considerando a situação visível de pobreza profunda que se vive no país este foi um dos temas analisado.

 Em segundo lugar analisou-se a iniquidade, pois ao utilizar médias na hora de analisar a pobreza seria possível estarmos a perder de vista situações de carência profunda.

 Em terceiro lugar analisou-se o grau de pro-actividade das instituições face à sua obrigação por se dedicar à superação das carências existentes.

 Finalmente foram analisados vários indicadores referentes à situação de direitos civis e políticos.

No total foram seleccionados 34 indicadores que foram recopilados para todos os países e regiões disponíveis e fizeram-se duas análises diferentes. Numa primeira analisou-se a situação de Moçambique em relação a outros países e regiões com o objectivo de detectar prioridades e num segundo analisaram-se as relações entre as várias temáticas com o objectivo de identificar ligações de causalidade que pudessem ajudar a marcar mais uma vez as prioridades:

 Se olharmos de forma isolada aos indicadores tiraremos a conclusão de que todo esta mal: insuficiente democracia, alta corrupção, iniquidade de género, iniquidade económica, analfabetismo, pobreza extensiva e intensa, enorme desemprego, baixa produtividade agrícola, etc. Isto indica que efectivamente é necessário cooperar com Moçambique, mas não ajuda a identificar as prioridades.

 Quando num segundo passo compararmos Moçambique com países comparáveis (africa subsaariana, baixo IDH, baixa renda per capita…) vemos que Moçambique não está igualmente mal em todo. Há aspectos nos que está pior do que seus pares mas também aspectos nos que está melhor do que seus pares. Claramente a prioridade deveria ir para aquelas áreas nas que o país mostra um desempenho relativamente pior.

 Na “Figura 8: Prioridades de desenvolvimento em vários países e comparação com Moçambique”

mostra-se a situação comparada de Moçambique em vários aspectos.

A figura mostra a posição (ranking) de Moçambique em relação aos outros países e regiões do mondo.

Quanto mais para fora estiver o indicador, significará que mais atras está na classificação, quer dizer, está numa situação pior, há mais por fazer. Quanto mais ou centro estiver indicará que mais adiantado está na classificação, quer dizer a situação não é tão má (sempre em relação aos outros países).

Os círculos têm quatro sectores: Os três primeiros indicadores (no sentido do relógio) medem a pobreza, os três a seguir medem a iniquidade, os próximos três, o esforço público a favor do desenvolvimento e os últimos três, as liberdades políticas e civis.

Os indicadores seleccionados são:

Pobreza: IDH (índice de desenvolvimento humano); IPM (índice de pobreza multidimensional); %p Desnutrição (% da população desnutrida).

(8)

Iniquidade: IDH-INQ (índice de desenvolvimento humano depois de descontar os efeitos da iniquidade); Gini (índice de iniquidade na distribuição da renda); IIG (índice de iniquidade de género).

Esforço pro desenvolvimento: %GDP ES (% do produto interior bruto dedicado à educação e a saúde); AOD pc. (Ajuda Oficial ao Desenvolvimento por habitante); %AOD ESA (% da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento destinada à educação, saúde e agricultura).

Libertardes: IPC (índice de percepção da corrupção); ILP (índice de liberdade de prensa); ID (índice de democracia)

Na figura mostra-se a situação de Moçambique e outros países com o objectivo de validar os resultados e verificar que efectivamente a ferramenta dá resultados diferentes para cada pais e coerentes com a informação geral que podemos ter de cada um desses países. Por exemplo, podemos observar que há países que destacam por ter grandes carências nos mínimos vitais (Moçambique, Republica Centro Africana e Senegal); países que destacam por suas grandes desigualdades sociais (Colômbia, Bolívia, Guatemala, Equador); países que destacam por sua iniquidade de género (Republica Centro Africana, Bangladesh); países que destacam pela falta de democracia (Marrocos, Republica Centro Africana), etc.

Figura 8: Prioridades de desenvolvimento em vários países e comparação com Moçambique

Notas:

 Olhando agora para o caso de Moçambique (ver “Imagem 8: Prioridades de Moçambique em Direitos Humanos”) podemos constatar que o seu problema principal é a pobreza generalizada e profunda. Num

SN - Senegal

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

BO - Bolivia, Plurinational State Of

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

CO - Colombia

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

BD - Bangladesh

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

MZ - Mozambique

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

MA - Morocco

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

EC - Ecuador

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

CF - Central African Republic

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

GT - Guatemala

0 75 150 225 IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP ID

(9)

segundo nível, temos a iniquidade de desenvolvimento humano (causada principalmente por um muito lento progresso nas áreas rurais). E no terceiro lugar a corrupção e a falta de dedicação da AOD à agricultura.

Figura 9: Prioridades de desenvolvimento de Moçambique

Notas:

 Moçambique mostra um índice de iniquidade económica (Gini) relativamente elevado em relação a outros países de IDH e no geral condições semelhantes que conseguem ter uma iniquidade económica menor. Pelo tanto é uma área que claramente pode ser melhorada. Achamos que esta desigualdade deve-se sobre tudo à desigualdade entre a população urbana e a rural e sobre todo os que tem emprego e os que não tem (a imensa maioria). (Ver “Figura 10: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Gini”)

 Ao contrário do que acontece com a iniquidade económica, a iniquidade de género mesmo sendo elevada em Moçambique é menor do que noutros países com IDH comparável. Ademais, também ao contrário do que acontecia com a iniquidade económica, não há nenhum país com um IDH muito baixo que tenha um IIG baixo ou médio e não há nenhum país com alto IIG que tenha conseguido alto IDH.

Quer dizer, parece que não é possível conseguir grandes avanços na equidade de género sem antes sem antes conseguir um nível geral de desenvolvimento (educação, saúde, economia) médio e ao mesmo tempo não é possível conseguir um alto desenvolvimento humano sem primeiro diminuir a iniquidade de género. Os dados mostram que primeiro é preciso atingir um IDH médio (>0,6), depois com esse nível de desenvolvimento pode se lutar para lograr diminuir o IIG e uma vez alcançado um IIG relativamente baixo (<0,4) então pode se procurar um IDH elevado (>0,8). A conclusão é que neste momento a prioridade em Moçambique para lograr uma menor iniquidade de género seria aumentar primeiro o IDH geral (ver “Figura 11: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Iniquidade de Género”)

 No caso da corrupção se repete a situação da iniquidade de género: para diminuir visivelmente a corrupção é preciso primeiro alcançar um IDH médio e para avançar ainda até um IDH alto então vira necessário diminuir a corrupção até um nível baixo. Ademais também neste caso Moçambique está melhor que a maioria de países comparáveis. (ver “Figura 12: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Percepção da Corrupção e Figura 11: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Iniquidade de Género”)

MZ - Mozambique

0 75 150 225

IDH

IPM

%p Desnutr

IDH-INQ

Gini

IIG

%GDP ES AOD pc

%AOD ESA IPC

ILP

ID

(10)

Figura 10: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Gini

Notas: Cada círculo representa um pais. A área do círculo é proporcional à população do Pais. O círculo laranja é Moçambique. A linha representa a tendência linhal.

Elaboração própria

Figura 11: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Iniquidade de Género

Notas: Cada círculo representa um pais. A área do círculo é proporcional à população do Pais. O circulo laranja é Mozambique. Os eixos de abcissa e ordenada estão na média dos respectivos indicadores. A linha representa a tendência linhal. Elaboração própria com dados do PNUD

Figura 12: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Percepção da Corrupção

R2 = 0,5487

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

IPC

IDH

Notas: Cada circulo representa um pais. A área do circulo é proporcional à população do Pais. O circulo laranja é Moçambique. A linha representa a tendência linhal.

Elaboração própria com dados do PNUD e Transparency International.

Figura 13: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Democracia

R2 = 0,4132

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

ID

IDH

Notas: Cada circulo representa um pais. A área do circulo é proporcional à população do Pais. O circulo laranja é Moçambique. A linha representa a tendência linhal.

Elaboração própria com dados do PNUD e The Economist

 No caso da democracia mais uma vez se repete a mesma situação: nenhum país sem um IDH médio- alto alcança altos patamares de democracia ao mesmo tempo que nenhum país sem democracia médio- alta alcança altos níveis de IDH. Neste caso também Moçambique está melhor do que os países comparáveis. (ver “Figura 13: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Democracia e Figura 11: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Iniquidade de Género”)

 No caso do investimento em saúde, educação e agricultura (como % do orçamento geral do estado e da ADO), em nenhum dos casos se detecta uma forte correlação com o IDH, mais em tanto que em educação e saúde em Moçambique se faz um maior esforço do que nos países comparáveis o contrário

R2 = 0,1351

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Gini

IDH

y = -0,8749x + 1,1303 R2 = 0,728

0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00

0,00 0,20

0,40 0,60

0,80 1,00

IIG

IDH

(11)

acontece no caso da agricultura. (ver “Figura 14: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e a percentagem do Produto Interior Bruto destinada a educação e saúde” e “Figura 15: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e a percentagem da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento destinada à Agricultura”)

Figura 14: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e a percentagem do Produto Interior Bruto destinada a educação e saúde

Notas: Cada circulo representa um pais. A área do círculo é proporcional à população do Pais. O círculo laranja é Moçambique. A linha representa a tendência linhal.

Elaboração própria com dados do PNUD

Figura 15: Relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano e a percentagem da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento destinada à Agricultura

Notas: Cada circulo representa um pais. A área do circulo é proporcional à população do Pais. O circulo laranja é Moçambique. A linha representa a tendência linhal.

Elaboração própria com dados do PNUD.

 Logo as conclusões do estudo foram claras:

A prioridade principal é diminuir a enorme pobreza na que vive a população (economia, alimentação educação, saúde). Em educação e saúde o país já está a fazer um esforço inversor importante (mais que seus pares) não assim em agricultura, sector que está relativamente abandonado pelo governo e os doadores

A segunda prioridade é diminuir a importante iniquidade (maior do que no seus pares) que é provocada principalmente pelas diferentes condições de vida entre a população urbana e rural (em prejuízo da segunda)

Em termos de democracia, corrupção, iniquidade de género mesmo que a situação está muito longe de ser satisfatória é melhor do que nos seus pares e a analise de causalidade indica que será difícil realizar grandes melhoras nestas áreas em quanto não se consiga melhorar visivelmente o nível geral de desenvolvimento (IDH)

3.2 Análise de proximidade (2015)

Entre os anos 2009 e 2014 fizemos um importante esforço de recopilação de dados e observações da realidade mais próxima de Moçambique. Dita informação foi analisada e sistematizada dando lugar a uma visão com maior detalhe e concretização no 2015.

A continuação apresentasse dita reflexão e suas conclusões:

 O relatório “Pobreza e bem-estar em Moçambique: Terceira avaliação nacional 2010” produzido pelo Ministério de Planificação e Desenvolvimento em 2010 constata (página xv)

“Esta avaliação assinala tanto sucessos como desafios. Sucessos foram alcançados na expansão do acesso a serviços sociais prestados pelo governo, particularmente educação e saúde, e acumulação privada de bens duráveis. Estes são factores chave para o crescimento a longo prazo e desenvolvimento. Os desafios realçados aqui incluem baixos níveis de consumo, altos níveis de vulnerabilidade e níveis persistentemente altos da malnutrição infantil. Estes desafios estão intrinsecamente inter-relacionados.”

“Tanto factores externos como internos contribuíram para a estagnação das taxas de pobreza de consumo durante o período de 2002/03 a 2008/09. Ao passo que Moçambique não tem influência sobre

y = 0,0215x + 0,4628 R2 = 0,1486

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00

%GDP EDU+SAU

IDH

y = 0,0041x + 0,5355 R2 = 0,006

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00

%AGR ODA

IDH

(12)

os preços internacionais, tem maior controlo sobre factores internos. Um elemento em falta, talvez o principal elemento em falta, no processo de desenvolvimento actual é o crescimento sustentável de produtividade no sector agrícola familiar1. Desenvolver a agricultura, particularmente a familiar, é um desafio sério que continua à espera de ser endereçado como um todo. Mais sucesso em estimular o sector agrícola particularmente, mas não exclusivamente o ramo familiar, é a recomendação central, em termos de políticas, que deriva desta avaliação”

 Segundo as ultimas estimativas do banco mundial, Moçambique tem 25,8 milhões de habitantes2 dos quais 51%3, quer dizer, 13 milhões de pessoas, estão em idade de trabalhar (entre 15 e 64 anos)

 Em base a dados de diferentes fontes pode se estimar que o número de pessoas que tem emprego formal no País não chega ao milhão de pessoas ou 8% da população adulta4, dos quais 50% na cidade e província de Maputo5, sendo de menos de 5% a percentagem da população adulta com emprego no resto do País.

 Os novos grandes investimentos que estão a acontecer no País são na sua maioria intensivos em capital com pouco impacto na criação de emprego. Segundo dados publicados na imprensa os mega-projetos6 investiram uma média de 11.794.098MZN por cada emprego que criaram7. Considerando que no País há actualmente 12 milhões de adultos sem emprego formal, se for para criar emprego para só uma quarta parte dessas pessoas com o nível de eficiência dos mega-projetos (11,8 milhões de meticais por emprego) seria preciso que o PIB crescesse a um ritmo de 7% durante 62 anos8.

 Na prática constata-se que o País está a criar aproximadamente 15.000 empregos novos ao ano9 quando a população activa está a crescer em mais de 350.000 pessoas ao ano10.

 Ao mesmo tempo o 90% da população sem emprego formal dedica-se na agricultura de pequena escala11 e a mesma tem uns rendimentos monetários médios de menos de 3.000 meticais por ano12 e o PIB per capita da população rural é 10 vezes menor que o PIB per capita do resto da população13, vivendo a população urbana acima do limiar da pobreza e a população rural muito em baixo14.

 Uma das consequências desta imensa pobreza rural é que 30% da população sofre insegurança alimentar crónica e mais um 22% é altamente vulnerável a insegurança alimentar transitória. 46,4% da população sofre de desnutrição crónica e 6,6% de desnutrição grave15. Sendo na sua grande maior parte rural a população que está a sofrer dita situação.

 Ao mesmo tempo agricultura apenas recebeu o 3% do orçamento de funcionamento do Estado16 e 4%

da ajuda oficial ao desenvolvimento17.

As estadísticas referidas são totalmente concordantes com nossa experiência concreta nos distritos durante estes 10 anos:

 A grande maioria da população camponesa não tem outra fonte de rendimento que não seja a actividade agrícola. Para a minoria que realiza alguma outra actividade, são actividades de muito pouco rendimento como ganho-ganho, produção de carvão ou pesca tradicional.

 A imensa maioria dos camponeses realiza sua actividade agrícola com só enxada, machado, catana e semente local. Quer dizer, não usa nem maquinaria, nem tração animal, nem irrigação, nem adubos orgânicos, nem fertilizantes, nem sementes melhoradas.

 A prática totalidade dos camponeses só está plenamente ocupada na sua actividade produtiva durante um terço do ano (entre Dezembro e Março), estando muito subocupada durante o resto do ano.

 A produção agrícola da grande maioria das famílias camponesas é muitíssimo pequena. A maioria trabalha uma área total de entre 1 e 2 hectares e consegue produzir aproximadamente 1,2Tn de cereais, menos de 100kg de leguminosas e muito pequenas quantidades de outras culturas sejam alimentares (abobora, etc.) ou de renda (algodão, gergelim, etc.). Essa produção no seu total tem um valor de mercado de entre 10.000 e 15.000 meticais.

 Nesse contexto geral a excepção são alguns distritos específicos com alguma especialização em culturas de rendimento como Chimbonila com a batata reno, N’gauma com feijão manteiga, Mandimba com o tabaco, Malema com a cebola, Balama com o algodão etc. onde podemos encontrar um 10 ou 20% dos camponeses com receitas monetárias que atingem os 10.000 ou 15.000 meticais (ainda muito em baixo do valor dum salário mínimo que corresponde a 40.000 meticais/ano).

 As quantidades de produção antes referidas não são suficientes para alimentar adequadamente um agregado familiar de 5 pessoas18 é por isso que nos distritos do norte o adulto médio apenas chega nos 1,6 metros de altura e 50kg de peso.

 Com os dados recolhidos nos distritos de Montepuez e Majune nos anos 2009 e 2010 foi-se verificar que depois de incluir o valor da produção consumida no lar e as receitas por venda do excedente, a receita anual de uma família camponesa é só o 25%19 duma família das mesmas características mas com um dos membros a ter um emprego de salário mínimo20.

(13)

 No que se refere ao investimento, os serviços de saúde e educação dum lado, e a grande infra-estrutura de outro (estradas, electricidade, telefonia) a situação têm melhorado muito durante estes anos. Mas a agricultura familiar no geral sofre dum grande abandono.

Por exemplo quando Mundukide começou trabalhar em Niassa (uma província de 500 x 500km de extensão, 1,7 milhões de habitantes e 15 distritos) no ano 2001 só havia médico em 2 distritos e agora (2015) existe médico em todos os distritos; só havia escola secundária em 3 distritos e agora existe em todos os distritos; só existia energia eléctrica em 3 distritos e a gora há energia em todos os distritos; só tinham dentista em 2 distritos e agora existe em todos, etc.

Mas estes resultados estão claramente ligados ao esforço inversor que tem existido. Por exemplo há distritos nos que o governo tem 300 professores e só 10 extensionistas. Os serviços de saúde distribuem redes mosquiteiras gratuitas, os de educação distribuem material escolar gratuito mas os de agricultura não dão nem semente, nem nada. Tem-se construído dúzias de novas escolas e centros de saúde: tem- se construído escolas secundárias de 2 milhões de dólares e centros de saúde de 150.000 dólares; tem- se investido mais de 50 milões de dólares na nova estrada Lichinga – Ruassa, mas não se tem construído nenhum sistema de irrigação (todos estes dados são reais não são estimativas)

 E a mesma coisa acontece com a cooperação. Nos últimos anos tem diminuído radicalmente o número e o volume dos projectos de agricultura e consequentemente o número de ONGs a trabalhar no sector.

Temos passado dos grandes projectos da CLUSA, CARE, Visão Mundial, Movimento, Oxfam GB, etc. a um pequeno número de pequenos projectos.

 Logo as conclusões da análise do contexto local também são claras:

Nos últimos 15 anos têm havido avances importantes na grande infra-estrutura, na educação e na saúde. Ainda resta muito por fazer, mas também se fez muito.

Mas do lado da economia os avanços tem estado concentrados numa muito pequena minoria que tem conseguido acesso a emprego formal. 80% da população continua a se dedicar à pequena agricultura e para eles/as quase nada tem mudado.

A produção agrícola da maioria das famílias é tão pequena que nem dá para alimentar adequadamente uma família e ainda menos para satisfazer as necessidades mais básicas. Tão baixa é a produção que a maioria dos camponeses/as sobrevive com o 25% dum salário mínimo.

Esta é a causa principal da pobreza e desnutrição em Moçambique. Não existem atalhos nem corta- matos. Não se trata de vender a mesma pequena quantidade de milho num preço um pouco melhor, nem de aprender como combinar melhor os exíguos alimentos disponíveis. É preciso lograr que as famílias camponesas produzam muito mais e obtenham uma renda anual que aproxime pelo menos ao salário mínimo, o qual significa multiplicar pelo menos por quatro as rendas actuais.

É preciso reforçar muito o combate contra a pobreza. Em educação e saúde o país já está a fazer um esforço inversor importante, o que não acontece em agricultura, sector que quem sido quase que abandonado pelo governo e os doadores nos últimos 8 anos.

A conclusão seria que onde a presente proposta pode ter um maior impacto é na província de Niassa, que é uma Província relativamente esquecida, que não está a beneficiar nem de grandes investimentos privados nem de importantes projectos agrícolas, que é uma província com um grande potencia para irrigação, que é uma província onde a Mundukide já tem muita experiência e onde se poderiam obter resultados muito visíveis ligando sua produção aos corredores de Pemba e Nacala.

3.3 Outros factores

A mulher camponesa

Já se tem mostrado que a grande maioria da população rural sobrevive quase que sem dinheiro. Mas esta situação é ainda pior no caso das mulheres. Não só tem muito pouco dinheiro, mas tem menos que os homens, o qual as coloca numa situação de dependência económica. Esta dependência económica é uma das causas principais das numerosas injustiças sofridas actualmente pelas mulheres, muito mais do que as tradições ou outros factores menos tangíveis.

Ninguém gosta de ter de pedir a outra pessoa para comprar roupa, nem depender de um terceiro para poder ajudar à sua irmã. Ninguém gosta não ser livre para tomar suas decisões. Não podemos esquecer que o dinheiro influencia enormemente as relações, nas só de género. Influencia as relações entre os governos que recebem ajuda e os governos que “dão” a ajuda; influencia as relações entre a gente da cidade e a gente da área rural; influencia as relações entre o “patrão” e o “empregado”. O governo que recebe ajuda e o empregado, o que precisam para se libertar não é tanto a consciência dos seus direitos como os meios reais e concretos para não precisar pedir mais (caixa de resistência). Evidentemente as

(14)

mulheres teriam muito a ganhar se tivessem maior acesso ao dinheiro e menor dependência do marido, pai ou irmão nesse sentido. A predominância dos homens na esfera económica é um dos factores principais que sustentam a sua posição dominante nas interacções com as mulheres. Se as mulheres tivessem recursos económicos próprios, isso debilitaria essa posição de dominação actual do homem. Elas sabem disso e é por isso que querem ter seu dinheiro próprio, para não estar a pedir ao marido cada vez que querem alguma coisa. E eles também sabem disso e é por isso que alguns deles procuram evitar que elas tenham seu próprio dinheiro21.

Esta falta de recursos próprios vira ainda mais importante, de facto vira totalmente crítica, nos casos de relações abusivas (violência, desprezo, etc.), pois a falta de autonomia financeira contribui fortemente para que as mulheres não abandonem ou se libertem de ditas relações tóxicas.

Nesse sentido o projecto, com seu objectivo explicito de ajudar aos camponeses e camponesas a aumentar o rendimento agrícola pode fazer uma grande contribuição.

Pela experiência acumulada nestes anos existem algumas características que podem fazer que umas culturas sejam mais atractivas para as mulheres:

 Que precise de pouco investimento inicial (porque no geral tem muito pouco dinheiro disponível)

 Que tenham duplo uso, quer dizer que possa se consumir ou vender (ela é a gestora oficial do celeiro e há menos resistência para ela gerir as culturas alimentares)

 Que possa se vender localmente na aldeia ou sede distrital (evita as viagem que são especialmente complicadas para ela)

 Que possa se vender pouco a pouco (isto facilita que possam reter o dinheiro e gerir sem intervenção do marido)

 Que se pratique nos meses secos ou se é dos meses chuvosos que tenha uma carga de trabalho relativamente pequena

Sustentabilidade ecológica

 Em primeiro lugar é preciso indicar que obviamente o programa pretende que os/as participantes apliquem novas técnicas que lhes ajudem a aumentar e diversificar sua produção agro-pecuária de forma sustentável no sentido de que possam continuar a aplicar as mesma durante muito tempo sem esgotamento ou degradação dos recursos naturais necessários como os solos ou a agua.

 Em segundo lugar indicar que o primeiro mecanismo para evitar uma degradação do ambiente seria aplicar técnicas que estejam a ser aplicadas desde faz tempo e de forma sustenida noutros lugares. Por definição isso significará que essas técnicas têm superado a prova do tempo e fão sustentáveis no tempo.

 Mas antes de entrar nas técnicas merece realizar duas observações gerais:

Em primeiro lugar é necessário clarificar que o impacto actual no meio ambiente da população rural de Niassa e Cabo Delgado é dos mais baixos que há no planeta: quase que não se usam veículos a motor22, quase não existe maquinaria de nenhum tipo23, a grande maioria dos habitantes não tem acesso a energia eléctrica, quase que não se usam materiais duráveis como cimento e ferro na construção24, a alimentação é praticamente vegetariana com muito pouco consumo de carnes. O índice de pegada ecológica de Moçambique é de 0,77 hectares per capita em relação a um limite de sustentabilidade de 1,8, uma média mundial de 2,7 e valores de 1,56 para Nicarágua, 4,47 para Portugal e 8,26 para Dinamarca25.

Especificamente no que se refere à actividade agrícola a utilização de irrigação, tractores e fertilizantes é minúscula262728, entre 1 e 3% do que usa Portugal para cada um desses factores de produção. É tão baixa de facto que impede sair da pobreza aos pequenos camponeses/as e provoca situações de alta vulnerabilidade. Por exemplo a falta de irrigação faz com que a actividade agrícola só possa ser realizada durante 4 meses ao ano deixando à população totalmente dependente dum fenómeno tão imperecível como a chuva. A falta de fertilizante impossibilita que a população possa trabalhar uma mesma parcela de terra durante mais de 7 anos, obrigando-os a uma vida semi nómada com importantes efeitos negativos. E a falta de mecanização limita as áreas cultivadas impossibilitando a saída dos camponeses/as da pobreza.

Pelo tanto, é preciso declarar claramente que se a actividade humana mundial não é sustentável não é por causa dos habitantes de Moçambique, mas pelo comportamento dos habitantes dos países ricos. E mais especificamente, se a actividade agro-pecuária mundial não é sustentável, isto também não é por causa dos camponeses/as de Moçambique, mas pela actividade agrícola-empresarial dos países ricos. Para os camponeses/as de Moçambique poderem sair da pobreza profunda na que

(15)

vivem é necessário aumentarem a produção e para isso vão precisar algo mais do que força muscular, enxada de cabo curto e ritos tradicionais para favorecer a boa chuva29.

 Passando agora para o contexto local, é necessário destacar que sim existe uma ameaça importante à sustentabilidade ecológica da actividade agrícola dos pequenos produtores/as:

A tecnologia agrícola básica utilizada pelos camponeses é do tipo ‘slash and burn’. Este método (o mais antigo método de agricultura) consiste em cortar um troço de floresta, queimar as ramas e troncos e aproveitando o estrume acumulado nos solos durante o tempo que a floresta cresce e os minerais liberados com a queima da madeira, cultivar dita porção durante um período limitado que em Niassa e de aproximadamente 7 anos. Pouco a pouco a fertilidade do solo diminui e a agressividade das más ervas aumenta até que ao final a pessoa vê-se na necessidade de transferir para outro lugar, cortar outro troço de floresta e voltar iniciar o ciclo. Na antiga machamba, agora abandonada, o mato começara crescer mais uma vez e as árvores, a traves das suas raízes de maior profundidade começarão puxar minerais das camadas mais profundas para a superfície e a traves da actividade de bactérias e outros mecanismos reiniciará um processo de fixação de nitrogénio da atmosfera nos solos e a matéria vegetal. Depois de um longo período (em Niassa leva uns 40 anos) aquela porção será de novo suficientemente fértil para poder ser cultivada de novo30.

Actualmente há dos grandes forças actuando contra esta antiga tecnologia:

A primeira é que as pessoas não querem viver uma vida de miséria e isolação no fundo de mato como seus antepassados. Querem viver perto do hospital, o mercado e a escola pelo que sua mobilidade vê-se muito reduzida.

A segunda é que a população agora e imensamente maior do que foi nos tempos pretéritos, pelo que cada vez é mais difícil encontrar uma mata de 40 anos que a pessoa possa derrubar e cultivar proveitosamente. A consequência é que as pessoas voltam cultivar terrenos que só ‘descansaram’

durante 20, depois 10, depois 3 anos de forma que o solo entra num processo de degradação com uma diminuição da matéria orgânica, diminuição de minerais solúveis, diminuição de capacidade de retenção de agua, erosão, etc. Este processo pode se observar facilmente nos redores das capitais provinciais ou sedes distritais relativamente grandes.

De facto, muito provavelmente esta é a razão pela que as zonas mais povoadas do pais, a pesar de praticarem melhores técnicas agrícolas não apresentam melhores indicadores de nutrição. Segundo os nosso cálculos para praticar de forma sustenida, sem degradação dos solos a técnica de slash and burn no norte de Moçambique são necessárias 26,531 hectares de terreno (floresta) por família, o que significa uma densidade populacional máxima de 4 famílias por quilómetro quadrado.

Com estes cálculos chegamos a conclusão que Niassa ainda tem um excedente de 38 mil quilómetros quadrados, mas Cabo Delgado tem um deficit de 50 mil quilómetros quadrados, que no caso de Zambezia aumenta até os 190.000 e chega aos 220.000 para Nampula. Quer dizer, Nampula e Zambezia (os casos mais extremos) faz muito tempo que entraram numa via não sustentável. Entre as duas e utilizando a tecnologia tradicional não podem alimentar mais de 3 milhões de habitantes de forma sustentável e já tem mais de 8. Estão a se alimentar ao preço de diminuir os períodos de crescimento da floresta com o que estão já numa dinâmica de esgotamento e degradação dos solos.

Estão num processo claro de Malawinização

 Este é um problema extremadamente grave ao qual será preciso responder com uma mudança decidida das técnicas agrícolas. Concretamente, os dois principais problemas que devem ser resolvidos é como manter de forma indefinida um nível suficiente de nutrientes e matéria orgânica e como lutar contra a invasão das ervas daninhas numa machamba que está a ser trabalhada de forma continua.

A primeira proposta costuma ser a de introduzir o uso de estrume animal. Neste caso para poder lograr de forma continuada uma produtividade de 1.000kg por hectare seria necessário ter duas parcelas, uma a ser cultivada e a outra a ser ‘preparada’. Alem de realizar os trabalhos habituais na parcela cultivada na parcela em preparação seria necessário realizar duas lavouras completas para lutar contra as más ervas e incorporar 15Tn de estrume ao ano por hectare. Para produzir essa quantidade de estrume seria necessário que a família tivesse 3 cabeças de gado com pelo menos 21 hectares de mato/capim e um pastor/a dedicado para devolver cada noite os animais com o propósito de poder se aproveitar as deposições no campo em preparação durante a noite. A outra alternativa seria ter uma única cabeça de gado estabulada para cuja alimentação seria preciso cultivar 1,5 hectares de culturas forrageiras (leguminosas e tubérculos) mais uma outra 1,5 hectare de pasto (gramíneas) cultivado e transportar anualmente 12tn de matéria vegetal para alimentar o animal, mais outras 6 para mistura com as deposições.

Isto obviamente apresenta varias grandes dificuldades: não há no país gado suficiente; o investimento inicial para os animais, o estábulo e o equipamento (carroça, charrua, etc.) seria de entre 50.000 e 100.000 meticais por família (equivalente às receitas monetárias de pelo menos 5 anos); seria preciso ultrapassar as serias dificuldades veterinárias (mosca tsé-tsé, etc.); não está claro que as famílias fossem a conseguir enfrentar o aumento da carga de trabalho (pastorear os animais ou alternativamente cultivar mais 3ha para eles, dar de comer 2 vezes ao dia, etc.). Não

(16)

existe nenhum lugar nem em Moçambique nem nos países vizinhos onde este esteja a se fazer, pelo que não temos exemplos reais de que seja viável num contexto como o que temos no norte de Moçambique.

Uma segunda proposta seria a de utilizar fertilizantes mais herbicidas. Neste caso, por exemplo para o caso do milho seria preciso utilizar uma média de 200kg de fertilizante por hectare com um custo no mercado de entre 3.500 e 4.000 meticais. A considerar que a produção média não ultrapassará os 2.000kg por hectare com um valor de mercado de entre 10.000 e 14.000 meticais, pode se ver que é uma aposta muito arriscada. Qualquer irregularidade com a chuva será suficiente para fazer com que o produtor/a não só fique com uma colheita diminuída mas para ademais perder suas poucas poupanças ou ficar com dívidas. Para isto ser viável seria preciso existirem esquemas de subsídio ao fertilizante ou de preços de milho relativamente elevados e garantidos, politicas que não existem em Moçambique mas sim nalguns dos países vizinhos com impactos claramente positivos.

 Em ausência das políticas referidas no último ponto, a única solução que estamos a ver desde o programa é a promoção da irrigação com o objectivo de ter uma produção agrícola continuada durante todo o ano numa superfície menor que permita a utilização de técnicas mais intensivas como: cultivo contínuo sem dar espaço à implantação de más ervas; rotações para lutar contra estabelecimento de pragas e aproveitamento de diferentes nutrientes por parte de diferentes culturas; uso de leguminosas para aporte extra de nitrogénio; aportes limitados de fertilizante para nutrientes e de matéria vegetal para manter a matéria orgânica; produção de culturas mais rentáveis como hortaliças para permitir maiores níveis de investimento, etc.

Terra, agua, mercado e investidores

 Nos últimos anos (aproximadamente desde o ano 2010) tem havido um crescente interesse por parte de investidores privados, o governo e alguns doadores em promover grandes explorações agrícolas de tipo

‘plantação’ com o objectivo de produzir alimentos baratos para a população urbana e criar emprego na área rural.

 Estas tentativas não são novas, podemos considerar que as empresas estatais de outrora tinham os mesmo objectivos e mesmo o Mosagrius é um claro precedente do que esta a se pretender agora.

 Esta tendência apresenta sérias ameaças:

Dum lado, caso essas novas empresas de produção vendam no mercado local o previsível é que o pequeno produtor/a perda quota de mercado. O previsível é que as empresas conseguirão produzir melhor qualidade a menor preço, com o quê o pequeno produtor terá maiores dificuldades para comercializar sua produção voltando para uma situação de produção de subsistência de enorme pobreza. Esta seria a mais seria ameaça32.

Doutro lado, mesmo que se costuma argumentar que existe muita terra, uma análise mais aprofundada mostra que isto é totalmente errado. De facto, já na maioria das províncias está a acontecer um processo de cansaço das terras, porque com a tecnologia actualmente predominante no norte de Moçambique a população e maior do que a terra pode alimentar de forma sustenida.

Ademais esses grandes empreendimentos não desejam simples terra, mas boa terra irrigável, e essa é ainda muito mais escassa. Ademais a disponibilidade de terra irrigável vai ser no futuro próximo condição necessária para permitir que os pequenos produtores/as possam realizar uma actividade agrícola suficientemente produtiva para lhes permitir melhorar minimamente suas condições de vida.

Se essa escassa terra irrigável é ocupada por grandes empreendimentos esta oportunidade de futuro será fechada e quase ficará garantida a impossibilidade dos pequenos produtores poder lograr uma vida digna a traves da agricultura.

É importante também salientar que uma vez obtida a concessão da terra as empresas não precisam voltar negociar nada com ninguém. Podem produzir soja para exportação ou arroz para o mercado local; podem contratar pessoas para trabalhar manualmente ou mecanizar sua exploração. Como quiserem.

De facto a experiencia mostra que a tendência das empresas é a mecanização, para diminuir custos mas sobre todo para evitar dificuldades de supervisão e conflitos laborais.

 O quê pode ser feito ante estas ameaças? Achamos que as possibilidades principais são as seguintes O primeiro ponto é lograr que os pequenos produtores/as ocupem efectivamente a terra. É preciso

ser ciente de que mesmo que a lei reconhece a propriedade da terra por parte das comunidades, se essa terra não é cultivada de forma consistente, antes ou depois a pressão para que essa terra seja aproveitada levará a que se os camponeses/as não a usam, a mesma seja entregue a algum outro agente.

O segundo ponto é lograr que os pequenos produtores/as possam oferecer no mercado produto de suficiente qualidade e bom preço. Isto é fundamental, porque no caso contrario a população urbana continuará a pressionar para ter acesso a alimentos baratos e os potenciais investidores estarão a ver

(17)

uma grande oportunidade de negócio. Se os produtores conseguem responder a este desafio, a pressão da população urbana diminuirá e o interesse dos investidores/aventureiros que procuram grandes margens de benefício também.

Não é preciso conseguir que os camponeses/as passem a cultivar milhões de novas hectares com uma grande produtividade num breve espaço de tempo. A prioridade deve ser dada às terras irrigáveis onde se produziram os produtos com maior demanda por parte da população urbana como hortaliças, fruta, e arroz. De facto bastaria com conseguir que exista um certo número de pequenas explorações rentáveis nas margens dos principais rios que estejam a vender no mercado local e façam impossível lograr grandes lotes de terra para investimento sem expulsar pessoas. Porque neste caso o preço politico de expulsar a um certo número de camponeses/as moçambicanos que estão a realizar uma actividade não de mera subsistência mas plenamente rentável será na maioria dos casos suficientemente elevado para evitar a expropriação.

Também será útil continuar com o fortalecimento dos movimentos camponeses para poderem defender seus interesses. O trabalho que tem feito estes movimentos par obrigar a reformular o ProSavana33 tem sido exemplar nesse sentido. O objectivo fundamental de estes movimentos deveria de ser conseguir a exclusividade da produção agrícola para o pequeno produtor/a nacional, incentivando que os investidores empresariais concentrem seus esforços na provisão de inputs e serviços de assistência dum lado e processamento e comercialização de outro lado34.

Finalmente será útil (mesmo que temos dúvidas da sua efectividade para garantir a posse da terra por parte das comunidades) continuar com o processo de delimitação de terras comunitárias que esta a ter efeito

4 Missão, Visão e Valores

A nossa missão é colaborar para que o maior número possível de pessoas que actualmente vivem situações de pobreza profunda, possam lograr a traves do seu próprio trabalho e esforço produtivo os meios para poder desenvolver uma vida plena e autónoma, libre de privações e dependências.

Para isso trabalhamos em apoiar que as pessoas possam ter acesso tanto aos conhecimentos, como os meios e o contexto que lhes permitam desenvolver no presente e no futuro actividades produtivas de forma proveitosa.

Actualmente a nossa visão se concretiza em lograr que pelo menos um terço dos camponeses/as de Montepuez, Namuno, Balama, Marrupa e Majune aumentem e diversifiquem sua produção agro-pecuária de forma que seu esforço lhes permita obter da forma menos difícil possível alimentos e receitas monetárias equivalentes pelo menos a um salário mínimo ao longo de todo o ano1.

Os valores que nos guiam neste caminho são:

 Oportunidades e não lições: As pessoas com as que trabalhamos vivem em condições de pobreza profunda severa e grande insegurança; vêm-se na necessidade de trabalhar muito duro, realizar grandes sacrifícios e tomar decisões difíceis com a pouca informação à sua disposição.

Nossa função não é de dar lições ou sermões, não é de repreender ou censurar, não é de dar ordens ou ditar o quê deve ser feito e o quê não deve ser feito; mas sim de abrir novas portas, criar novas facilidades, dar acesso a novas oportunidades para que as pessoas possam experimentar novos caminhos e segundo suas necessidades, possibilidades e desejos avançar por uns ou outros.

 Determinação e Flexibilidade: Trabalhamos num ambiente muito incerto, onde os problemas e oportunidades aparecem e desaparecem com rapidez e sem aviso prévio. Ademais a nossa visão é grande, será preciso um trabalho decidido e prolongado para alcança-la e provavelmente muita coisa mudara aqui no meio. Por isso nossa gestão se caracteriza por um firme compromisso com a visão estratégica combinada com uma grande flexibilidade nos meios e caminhos utilizados para sua consecução.

 Eficácia e eficiência: Não cooperamos para nos sentir bem, para reafirmar nossas convicções pessoais, para fazer o que gostamos, nem para inglês ver. Cooperamos para mudar as coisas, de forma concreta e visível. Ademais os meios ao nosso alcance são muito limitados e as necessidades tantas, pelo que assumimos a responsabilidade de realizar o melhor uso dos mesmos, quer dizer, conseguir a maior e melhor mudança possível com aquilo que temos. Em cada momento, aqueles caminhos que ofereçam a oportunidade de lograr maiores avanços na nossa visão ao tempo que apresentam as menores dificuldades serão a nossa prioridade. Queremos conseguir mudanças reais e importantes e este é o parâmetro fundamental para decidir em cada momento o quê ou como faze-lo.

1 Esta visão poderá ser expandida sempre que seja dentro do âmbito da missão e valores do programa.

(18)

5 O quê fazer

A risco de nos repetir, é preciso insistir em que a causa principal da enorme pobreza que sofre a população rural é a sua muito baixa produção agrícola. Baseando-nos na nossa experiência de Niassa e Cabo Delgado constatamos que a maioria dos agregados familiares produz aproximadamente 1,2Tn de cereais, menos de 100kg de leguminosas e pequenas quantidades de outras culturas sejam alimentares (abobora, etc.) ou de renda (algodão, gergelim, etc.) com um valor total agregado de uns 10.000 ou 15.000 meticais por ano. Isto leva a que a maioria dos agregados familiares tenha a sua disposição quantidades limitadas de alimento e menos de 5.000 meticais em dinheiro para passar o ano (por venda de produção ou outras actividades).

Neste ponto é preciso destacar mais uma vez que a desnutrição é menos grave nas cidades que nas áreas rurais e que na aldeia come melhor o professor que o camponês. Quer dizer, a solução do problema da desnutrição virá principalmente de lograr que os agregados familiares rurais tenham uma renda anual suficiente para se alimentar condignamente.

Um objectivo razoável seria que os camponeses também tivessem uma receita anual de pelo menos 40.000 meticais, que é o equivalente a um salario mínimo.

Perante a falta de outras oportunidades económicas para a grande maioria da população, a única alternativa para lograr uma maior renda monetária será a produção agro-pecuária; e para isso será indispensável aumentar a produção agrícola actual.

5.1 Análise de potenciais intervenções

Quando se procuram os factores que estão na raiz do baixo desenvolvimento da produção agrícola familiar de Moçambique a lista de suspeitosos é sempre a mesma: deficientes vias de acesso, deficiente conhecimento técnico da população, falta de ferramentas e equipamentos, falta de insumos (semente, adubo), falta de poder de decisão das mulheres, falta de irrigação, deficientes serviços de extensão, conflitos de terra, falta de pacotes tecnológicos melhorados, carestia de importação nos insumos, falta de crédito, falta de poder negociador dos camponeses, deficiente governança das associações, falta de competitividade ante produtos importados, e um longo etc.

Podemos fazer uma brevíssima análise das principais alternativas (em termos gerais).

 Vias de acesso: É uma questão que deve ser analisada caso por caso, mas não há dúvida que a situação tem melhorado muito nos últimos 15 anos. No ano 2000 este era um problema geral que afectava à maioria de zonas rurais. Agora não. A maioria de zonas de produção tem vias suficientes para permitir o escoamento da produção, o que não quer dizer que num lugar ou outro não seja interessante investir na melhoria das vias terciarias35.

 Aumento de áreas de cultivo36: Actualmente a prática totalidade de agregados camponeses trabalham uma extensão de entre um e dois hectares. Frequentemente declara-se que o tractor seria a solução a dita situação mas quando estudar detalhadamente o requerimento em trabalho das diferentes operações agrícolas se constata que o principal constrangimento das famílias não é a destronca da área nem sua lavoura mas a sacha. Efectivamente uma família que quisesse aumentar sua área de cultivo poderia iniciar o derrube e a lavoura com muitos meses de antecipação (por exemplo Julho) e lograr preparar uma grande área. O problema é que uma vez iniciada a germinação das culturas, nos 60 dias de Janeiro e Fevereiro a família precisa sachar toda a machamba uma ou duas vezes (em função da cultura).

Ademais por ser época chuvosa não todos os dias pode se realizar a sacha, pelo que na prática a família tem pouco mais do que 40 dias para realizar as sachas. Isto quer dizer que a operação que está a limiar o aumento das áreas de cultivo por parte das famílias é claramente a sacha. Uma solução económica e de fácil aplicação para este problema poderia ter um grande impacto no aumento das áreas e pelo tanto da produção e a renda. A solução mais óbvia é a aplicação de quantidades limitadas de herbicida com um custo menor de 1.000 meticais por hectare (quando sachar um hectare com ganho-ganho custa entre 4 e 5 mil meticais e alugar um tractor para lavrar um hectare custa também pelo menos 4 mil meticais).

Ver que com um uso mínimo de herbicida poderia se conseguir que cada família tivesse um hectare de gergelim e feijão boer e pelo tanto um acréscimo na sua renda de uns 9.000 meticais37.

 Uso de adubo (fertilizante): Para os grãos como milho, etc. isto pode significar um investimento de uns 8.000MZN (4 sacos de fertilizante) por hectare para uma produção de aproximadamente 15.000MZN (lucro 7.000MZN) o qual é melhor que o lucro actual de 5.000MZN por hectare que pode conseguir sem adubo. Mas o aumento do investimento (de 0 para 8.000) é muito maior que o aumento do lucro (de 5.000 para 7.000) e ademais tudo fica a depender da chuva, com o que o risco vira totalmente inaceitável. Não é viável para o produtor a não ser que exista garantia de irrigação ou uma empresa fomentadora assuma o risco financeiro.

Referências

Documentos relacionados

Ao destacar como problema de pesquisa a existência ou não de evidências do viés Aversão a Perda no processo de tomada de decisão de alunos de graduação do

Foi analisado o fenótipo de resistência antimicrobiana e correlacionado com a detecção dos genes mecA e pbpD, em seguida, foi avaliada a similaridade entre as sequências do

suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se

o transferência interna: poderá requerer transferência interna o aluno que esteja regularmente matriculado na Universidade no semestre em que solicitar a transferência e

Outra desvantagem da utilização de modelos veículo seguidor existentes para a representação de ônibus é a não consideração da ocupação do veículo (relativo à massa), nem

A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se baseia no fato de que uma

A figura 5 apresenta um agregado de pupas na casca do pequizeiro ligadas com fios de seda, neste agregado podem ser encontradas até 200 pupas.. As pupas retiradas do casulo podem

Em relação a flora, são adotadas técnicas de Exploração de Impacto Reduzido, diminuindo os danos à floresta residual quando comparados a exploração convencional; o