CARLOS llORROHEU*
ressaote. espero
o
FUnJRO DO LIVRO33 ), der. 1983
0Prof. do Depart~nto de Teoria da Arte e Expressão Artí.tica/UFPE.
Cad. Bibliotecon •• Recife (7\
Apesar da facilidade que a no\'. cultura eletrõnica apresenta. exigindo· menos esforço oa recepçÃo da mensagem, como ê O caso da TV, do video cassete. e o processamento e armarenamento de in-formações de maneira bem maia prática e eficiente, através de
computa-HÃ vinte anos. os profetas da revolução eletrânica anunciaram a morte dos livros e a falência da palavra impre•••• No
en-tanto. Até agora, esta profecia não ~e cumpriu e parece que n80 se e~
prirã. Ao contrário, os mrios de comunicação gráfica vêm .presentando uma crescente aceitação por parte do pÚblico. e o mercado do livro te. registrado altas formidáveis.
Talve% estas perguntas dêem margem a um debate inte -Tentarei. a seguir. nao responder. mas colocar alguns elementos elucidativos às seguintes interrogações:
- Qual o futuro do livro tal como conhecelllOs?
_ Qual serà o lu!:"t do livro em um cundo mais influenc.iado pelo &urgi-mento de meios 'le cOlIlUIlicação cada ve% llUIÍ8 espetaculare.?
- Qual a influência dos livros nos países subdesenvolvidOS?
QulUldo c""",cei a colocar no papel 41g\llllas idéias so-bre o tema. tomei consciência de que. ape.ar de nào ser especialista
na referida área. o tema é comum ao estudioso da comunicaçÃo geral.
(
...
)Assím, desde os primeiros
estãgio~
dal~~turâJ
desde &leiturA inici-altie c profe.ssor faz pergur.t3-S circunscritas ao concretO, ao,,~vido.
a criança,nos limites de sua experiencla e ce sua compreensão. poderi pensar nO que 1:;;; -ictl.gu da adequação, da verdade do que • lido; pode pl!'rcebt!'r o c.lima etnOcicmal do texto, a i.nt~nç·à" do Autor; fazer c.ome.~ tãrios em torno J~j assunto. p,'oce.dirncI';,tOS de ensino associado a perg~ tas bem fonnuladasc~Yrldut..em
o aluno, a refletir e. se l"Jpr~"prio
profes-sor 'se detiver o\,') estudo do text.o , para analist!í BS perguntas de unsiti..!,nual, ja:a.ais se t"t·an::.torrn,ará em ~tl9f:ro burocrAta, das pergunt.&S e res ... postas". ocorI'endo~ lh~ a possibi liriade de enriqul!ce'C a aula com ol.ctru perguntas •• oh ângulos não vislumbrados pelo Autor.
(
...
)Muito do malogro do ensino da leitur& deve-se:
1) à falta de pré-requisitos, cem<> por e"""'P lo • um bom ensino da lin-gua
t sem. o que nãohá leit.ur a;
2) ã falca de objetivos reai& e definidos nO 'lc"n~inatunH doprogt'UI.' 3) ao descuo do professor que prefere prvcediment".
si~list&li
I plr nos _is elaboradoa;4) ã falta d" critérios que estabeleçam o que r ....lmrr.te deve ser alo",!!-çado. de anO para anot de série: para ,série;
5) li falta de bQm material que oriente o prof.... o r em seu. planoa
diá-rios;
6) ã falta de c:c-::lunic.açào efetivoiI no sistem.a esco1.a-r .. ignorando o' al-tos escalÕeS o que ocot'1:e na escola 0;.";. por
i~s(!,
falt.8nd •.,-lhe oc.onhe-cimento dos 'Ceais n,\:-.reis alcan~.da •• leitura.
Uma pe
noa ;; hHlcionalwoonte Alfabetizada. explicl ta Cra)' (19'8). quan-do adquire. conhecimentoS e habi li.dacies em leitura e e'Scri.ta"l' eatal'ldo capacitada par.!l e-ntTegar-ee, efetivame nteI a todAS as atividadca eaup.le
.. alfabetização é necessária em sua cultura. ou grupo.
(
...
)Embora" ucnologia estejA cada ve' ",,,is
avan~ada
e as di"",ns;;". docurr~culo
mais 3't1'SPliada..'i.t o l.ivt'ot~~m
ainda valor ponderável. cabendoà escola
c~mpenettar-se
de- suas.re~p()nsabiliciades,
quanto à ft.colh* delise melO de aquisiç"ào de conhecimentos e desenvolvimento pe1J&oal do aluno. optando sempre velo melhor. Livro e leitura campl~ta.-ae e se°
indivíduo lê mal" livro nãoir~
preencher 5Uas finalidades. privan4o-se a educação de um dosinstru~ntos
mais rlefinidos e neceEsãrioa para a realização de seus L~jetivo ••"0 ensino da leitura. está e:tt falência. t.espreparo dos prof... ,;oreal' ía-diferfl!nça, desca.lio, i.nérciat o fato f:. que as críanças ficam retidas .na
l~ seríe. porque não sabem ler. As que conseguem p&8&ar parA a .e~
da, lêem mal e. d~ ano para ano, 3c.umulando falh.s. não têm, na leitu-ra. um instrumento válido para a ex~ansão das experiências individuai. ou de estudo em çJut.ra.s 'área6.
l.nsi no pobre. mal ar icnt.:.tdot dl:;ve r::-et:.Jc..:par tlutoridades. pai$ e profe!.
sores, uma ve& que estão em jogo pessoas e realizações humanas. ao ee~
mo te.~o que 8e priva a sociedade de benefícios que lhe poderia ~ra:er
cada indivíduo. se fosse me,lhor i\.5sistido.
r..
pois. da inteira responsabilidade do governo" de cada escola. que be pr~v4 em'todo território, uma alfab~tização funcional quesr
.,-tenda ror todo o 19 gT8U, com um. b"'::11 curríc'Jlo de leitura. sobretudO nas. quatro priuêiras series iniciais - período em que se ~9tabttlece.os hâbit"•• atitudes e habilidades de leitura. "Habetizasão funcio--nal é e"Pressâo criad. por espE-:cialiEtas, e designa fi espécie de
alfa-beti~açâo e~i~idA n~S dia6 de hoje. significando c3?scidadc de ler e
escrc'\'e:r '::.:úiA(~lficic;nt.e facilidade, bem com.) o 1J50 dfiS. c(Hr.petência. da
Faço mlnha.~ &; palavra.. da professora Maria Tvonnc
Atalécío de Araújo, Mestre €tIl EJ~caçdo ptla UFRJ .. no at"tigo"O En.ino
da Leitura - Proce.'$O em Fdlê"ci'" - publicado pela revista Tecnologia F.ducacional em seu nQ 47~ do qual tr.:U":.scrcVo algunl trechos:
,
Muita gente lê por prazer e considera a lei~u~. uma expet'iência gratificante. Para mim o priuçi?al apelo motivaeional d. leit.ura ê o puro e r.imples deleite. Nef;.tf. sentldo as nossa. elcolu têm um pecado grave: tirar da leítura o SêU elemento atais sedutor: o
praur.
Alguns afinD.'lJll que o grande público. seguindo a l"i do menor esfor,o, prefere informar-se por meio. audioviluaia a ler. tase argumento tem. sem dúvida, a lul verdade, pois o ser humano tenda a evitar "trabalhos enílldonh<''!t,·'. Nc· e,ntanto. isso nÃo implica que to-du as t ..refas difíceis sejam consideradas enfadonhas. caio contrário não exi.tid"", tant .... modalidades e.portiva•• Odesafio l! o pra:r.eT de-corrente de sua superação figuram entre as motivaçÕês mais forte. da atividade humana.
dorel. o público continua com o hábito de leitura.
.~ :~ CAd. Bibliot.econ., RIH:i{e P) ]]-.5. dez. 1983
Cad~':.~.ibli:, ...t~.:-:nn~ t- Recife (7) 33-45, dez. 1"Pé
Livro e t~Kto saO artes iIldepenàentt!'s. tanto que o A capacidade de ler e escrev.. r serã umpre aleo illllPo!,
taut" e fundamental para a sobrevivência de nossa civili.ação.
Á ind~.tria livreira conatitui uma força civili~adora
de capital iroportãncia. A palavra impr.ssa continua a satisfa~er aa ~ cessidadea e anseios mais imperiosos do homem.
37 neo
de ue livro exige interpretação prc -arquiteto. O bom projeto, o bOlll "de-sistema informacional e do ais teme e~
33-45, dez. 1983
apreaentação gráfica do livro, a•• im como um bom ~o.co gráfico consegue atribuír valor a um texto medíocre.
Aboa concepção funda do texto. p~r parte do seu sigo". usegura • comunicaçno do tédco.
U1Zlpernambucanot recentemente. f ale~j,dú.ll Ah~, (l;;,'" A" u..: galhãe., tambe~ incur.ionou nesta nova concepção grÁfica do livro. A obra "O!'leioii a Mensagem", COlO texto de MacLuh<?n e projeto vi.ual de Quentin Fiore, foi ~~ protótipo de uma nova concepção do livro. Ue1a o projetista
é
apresentado como co-auCor. Este f ." ê <1e gr~"daCad. ~ibliotecon., Racife (7)
Em diversas ocasiões a movimentoa, a arta moderna te~
se voltado também para a idéia âo livro como uma criação plástica ori-ginal. A Baubaus muito contribuiu neste sentido.
No contexto da Comunicação de !'!assa " li'l..ro eatà pu-aando e pusará por algUlllas transformações marcanCea. A sua ill!Pregna··
ção
pela imagem; a sua fragmentação sarialirada em fascículos de jorn~leiroa em garal feita também em função do novo prestígio da imagem; a sua inclusÃo na categoria de meio-misto; a nOVa concepção de projeto visual e i~ginístico do livro de alta tiragem, tudo isto é uma r8&li-dl'ód& •
Num desafio ~s linguagens dos oeios de comunicação da mas.a modernos, alguns procuram aplicar aos livros os múltiplos recur-so. das técnicas atuais. D:'stanciando da concepção do ''hOlllelll til'ogrifi co", isto e, o hOllltm de hábitos visuais linear"., MacLuhlll\, belll co_ artistas e intelactuais, procuram produzir livros que levam a UIIl regi~
tro global dos dados.
Além de ~ símbolo cultural coa valores .e~ticos
pois o livro pode ser considerado um objeto cultural, fonte de emoção estética, com valores plásticos que agradam ao espírito, i viacaa ao tato, acompar~a o valor intelectus1 do texto o prazer de ler um liVro impre8so com belos caracteres, de sentir o espaço estético da. mea.a-gens e o silêncio dos br.1ncos, de tocar aeu papel de grãos vibrantes ou de superfície8 macias ou acetinad...
j
I.
da
::13-45, de.r. l'j31 qualidade
Cad. llibliotecon., Recife
(n
36
valor intrínseco de um texto nao
e
afetadO pela máO. livros tambem visam aUIIla .êrie de _cu, du quais transmitir
info~aç(~s
e
apenas umelemento. Os livros cont.. hiató-rías. i.-:'l.t~Tprêtam, pre.dí%em, pregam, divertem,. etc~ Certamente UJIIcoa--plJ.r.ador nã.o cQns~guirã ann.aunar nos bancos de dados e nos transmitir a m8gia e 8 "assoidade de um bom romance 80bre uma determinada época.
l! ttlUit.o illlPorr.ante o papel do arquíuto do livro,8Il"!, le que cria seus espaços interiores. harmonizando o conjunto d~ ..ns~ gens. a.. sagu'rando a u1\idaó" da concepção giobal do livro. Olivro exi~
te graças ã sua.iorma arquitetênica, independente dos penaamentos a d;.s imagens que contem.
o
livro é portador de uma ansagem lIIÚltipla, resultS;!!. te da conjugação do s~u teor literário e da ínformaçio visual. A medi-da em que d.uroer.ta :1 contrib·.• i·,âo dessas divets&S artes (texto. ílustr,! ção. arquitatura do livro, tipografia. etc), a mensagem múltipla do li vro se enriquec~ e desperta mais forte a percepçÃo.! bom res~altar, contudo, que oa livroa não cê. spe
-nas a função de divertir. Constituem tamb~m instrumentos educacionais de fund.lme'1tal importância. fontes de referência básica embibliotecaa
~ expresf>i vos ~ios de comunicação nos âmbitos acadêmicos e pl"ofi.,io-nais~
(
...
)Em ua primeiro momento, uma avaliação do nível de leitura da população escolar, ao fim da ~! serie iria tra~er contribuição valio.a ea ta~' do que se tem feito, nesaa área. Funcionando emnív~ia baixo., a l.it~
p.xa " liVT'o ..
A e.xp?ln3i.i.~ ot:.~ ;"~':~"fl.c~:itt) do l.ivt"o;' perc.r.pt'I:vel tk~,m
It
o
39 como
L~~SCO. rQ~onhecendo •
a
1983
fut~.n~as par.3 U!'I m'tmdCl!Dai.s lína.
es tap~les tra sere .abordar um
M-A Ncvs OTd~m Mundial da r~formação ft da
~ 33-45, 11el;. rt" déc.:lda de 70
g.erãi:'~"<:Z
NrJ ini~io
info~rn e P~~P~t~~ US
lI\8i. jUfitO.
Eis porque os li \'roa nao vao morrer ..
A. leitura exige. n1uitl'~!li..~ .:ta l!'h~;;i.naç.ão do qoo oa meios
!tudicyisuais~
A capacidude do esc;r1 t.o:-~<1l: i'-:sti::t'uLn~.s-
in\~entiva
ê UM. das qualidades apreciadas pe:'c
p~!hl.i~:~~
.~
!Q'.Jit.f) difer-.:nta. s-pas-' sividade CClm que um telespectador,~.:t
t:~~J~v:~$ãc
e B.cn~er,iênci~
dac,,~
uhão e.ntre. o trabalho do autor e ,8 ítr;.:t12·ji':.-aç&:o di}.l';itor~
Acredito que PO fl.~tur~J me:,,:mo ci.F-pondod~ co!: putadorss e 0'..11:1"8$ in'tençôes tecnológi.cas ". ~:'t "! trar,gcissâe: dlt
ínfol.-maçõell, continuará s<'mtindo " prazer
i"t,,)c,,~'ú
""~r.~tico
de ler.!,,,.!. 5uir e manusear ~ belo livro.t.
:f.<"ji~p(;,:;·;-1v~~1 ~J:~ \~lnçulo estreite- Cf.')'J11;pr""6r~n-. d,~ed'~caç8o
l'erllL~nente
" 'Üúc'c'oc",ç',~",
já que 8"de""'n~trOlJ
que asc~..!!.
n.~e.s de a.lfabeti:;ação fathr3",,:.;zn i'..;,r,do n:;t'> hO!'s~.:"a 'ln.Bteri41 doi! leiturl~Em conseqUência
~isso
a nUi.:V;:;7.'pt';'rt~
doa p"J'u1.a:;;o snundí21 vive dndamergulh.;:da no analfabet.iRmtJt ne pobrez;!j f.~ nl1 ignorância. Todo &Ov~t'no
deve ter em mente que unIpDbliGO
infor~~!ido
é
f.;b.~~~
do pr.ograsso~
do d4aenvolvi~ntQ.A~ n~Jas íor~a& ale~rôpica5 de comunicação
audiovi.u-a1, os i"aS$ trEdi.a.t não cor..S!Bguir~r;, ni ':'"td,a. sDplanti-lo, ,,-sslm
foi e,squncido com o advent,:~ do cinem.~ e esse não fei .'Ub!9:ti Televhiio,
o l:~>;1rc'apre$l>'fj:':~ 5:le.d ..,\ t.\.~ :tt"t-?ort2.nte atra.tivo qUi! OS
outros meios de comunicação de. ;;;":'~ 0:"':,1" Alo;-.' ,~>;)nSf;gue, é o da
mnteria.lf.qa-de palpivel. Isto preciuz
U~ s~n'H~{!';.tc
d~ p('.;s~e
e de intill..:i.dade envol-vente Hével por ~xc.:elênci1i~ :) li·..."!',·, i.N,>'-:C, .aco~ljfJa.."'lhar o h~m em set18:mc~ntos de reflexão, ondr. ,:!Uf.';::· ;di:'- ~~;~t~j:!\ ..
teatro n'ào tufd" pela
!'ião poderia terminar pe~to qu~ ~on$idero ral~vante:
CO~lnioa~ão - ~.
r:t:,G~ Bibli'::.,";:;nn
recur-a{\.
~nt~7P.:t~t'.h3!') (\
33-4~, t~~. 1983
Ç,d. '>ibli.otecon,. Rl!cife (7) Net,fi;se:'tamo-f",ê.e liv'ros qt.u~ eduquem.
38
~ hom res$alt;aT~ nest.e roomr!\tc" ~l'--~e a proouçã." de: li-vro nao POd4 ~p.r e. ú::1ica meta. ~la de"J.l?: e.star ~comy.anhRrl,,, de um cot),t'
-tante eefoyt;t. pn'!'8l prom:l'\~er o h~bi to da lei..t..:.r.a (;':'!.tre milhóas th~ l~it.2. res putenciais em tod~ omun~o~
Nos prÔXimD$ an~6 ê vr~visto o cref.c.i~nto do
probla-m~ .~conêoicQ
e isto,.s~m
~úvida,
j,~:';.f:tL~~nçizxSí
& fC:f7r.il do li'llro I!!! o.~
todo d~ sua produção e di~tribuiçõo. Chegatâ o ~~~nt0 €m que • di.pc-nibilidade e. C C'..t!lto crescente ào pfQ~l &ie't~~t";.!,,, c.'3.fl1\ 'lez mail- ..$*l~ çio da f,:trt'1& de gr~t,::,;, a expreS'IlBO c:d.,~t·,L".".~"
Da mes'!e3 t'"Janeira que 6~':: iTPri'f;SOraS rotáti\,l-'M dI!' alta capac.idade aceleraram CI
de1terr:u:'!l':,í~rtto
r},::. a eletrônicQ e,.t.iagora revolucionando as ets-pa!'; pTepa~4~"!:;:rins"- f!..t','! <lfu~is processol d.e
i~ressão e encadernação do liv~o~
Já
ê ~~ra dG se r~vi8ar todo Opr~cesso de :?rodução do livro e i::odas ae fiUn$
CQ':l??}t~X31t
Clperaç"ões.C~
Afina1l.dade de simp'liHcllr e redu:ir os c"SI:,)I'.
Desta fQl~n o livro porleri imçor-,e ~ais ainda z~ meio de. comuni.-:.ac;ão de
~iUUH\
em~t1e
se~on.
...e!'teu neste~1.timo
seculo,.. encont::rand" o seI' lusar ao 1.!:lo de outros ,...,ios de cO=::licaçào.A i'ndúst.r'iA do livt~C ~st.â S~~ b~ne~:l(:i{mcic dI) êxit~ " da prolife~~ção de n~las t~cnnlogias que tornam?o~5iv~1 pYcdu~ir e vende.r li·J"!:{)8- de formB. Naie racional e. r'..picia .. '1cs
pt;1~~s
dee·envolvi -dos. e&t~ interaç.'ão livro-co-JJPutad,~r5'8
é lJ~& -rf"<~lid;'i~~·~em capas d·e livros infsntisr d~ ';~~,a,,::(~;'i.r t:,,:,idi~!!1~io~~i~ qUê: a"roeA'tt i~ gens da te1.evisão~ L#.VE'.-~H~. aii\(L?. e~ c<,,'··nt.~ Stl lp)f:.rc:a.;.i.~~ tO'1"~d&s cem Q
.formato das páginas cu ':Msm~ du ;.!)~nteiT.8e. de ,;u:} i~s.:t't~g~,:;iC)~ OJ: liV"ro!l. infantis em fo~ de b~choSf b~)~cos Ou autr.o~ objet~s jásic b~st«Oe.
cOClllJll,I.
em sua .me-rtv.ra e plas:-:.i.~id;~,d~' ,~ ':'.'j;;r;,."'i-S: ~~íc~, ~ Já é .o:.omurn
'3'l.gx.il..tJ.Ci'j,ç.~lO e çev-t'~~':;'-Bnt:.0 un &\-,.11'0 nO e.'ltclu~í:vifi.re.-o do pre.~,:.ti.@;io do t!:!,
Voeis, certamente, gostariam. agora, de me perguntar o que i que isto tem a ver com o tema de nosss palestr.: OFuturo do Livro.
! a partir deata constatação que a UNESCO p...p~O'"'
por o estabelecimento de uma Nova Ord"lll M","iíal da InfonDação fi d. C0-municação, que corrija as situações de injustiça, elimine as de.isusl-dades e as ralações de dominação existente ••
Para reslizar essa tarefa r-ao vut.. e lUi>iciosa, •
UN!.seo considerou que o _lhor meio seria fOr&ar um grupo de trabalho e reflexão integrado por pessoas de diversas origens e de alto nível de competência intelectual e profissional. Assim na'ceu a Comis.ão In-ternacional para o Estudo dos Problemas da Comunicação (eIC), pre.idi-da pelo irlandês HacBriel.
41 eatamo.
33-4~. dez. 1983
Vej~os: vivemos nuo pats subdp.senvolvido e
No tampo da infor'!!lllção, que nos interessa no lIlOmento, • dependência brasileira abrange as telecomunicaçõe~ eletrônicas, pu-blicidade •.,cinema,. tel~visãolo agências de noticias'. discos. histô't'i.. e1l> qua<:rinho, fotqno"elas e.ll:!.!:2!..
1) um controle dos meios de produção por proprietã rios da iniciativa privada;
2) uma situação de dependência das economias cspita _ listas centrais, que se raprodu: através ca identificsçeo de interes _ se. das elites nacionais com as elites internacionais.
re31i~ando este encontro nuea região ainda mais subdese~volvida. come
todos sabemo•• Talvez a opulê;cia desse
Ce~tro
de (.onvecções noa faça esquecer, no ~nto, esta triste realidad~.o
que acarreta pera a maioria decnossa~opulação o .ubdesenvolvimentoto
carãeer capitalista da economia brasileira - dentro do qual se movem8$~strururas
deC~~nicação
~em
se livrar õoecondi-cion~nto. a elas i~ostos por esse cararer - se manifestA de
seguin-te manaira:
Com relação LO histórias e~ quadrinhos, sabe-se que existe U2& obrigatoriedade da publicação de 60% de material brasileiro e sa.a-se também que a esmagadora maioria das histerias publicadas é estrangeira. Omesmo acontece com relação a fotonovelas. Não vamos fa-lar aqui no que se passa com relação 80 cinema.
i
TV, discos, etc, por não serem objeto de nossa palestra. V~s nos deter no setor livreiro onde a situação também é bastante grave. Não disponho de dados recen-tes, talvez tenham mais atualízados que estes.Vejamos os dados fornecidos pelo Sindicato Nacional de Livreiros,. dos totaís editados em t!tulos entre 1971 e 1975 ••onde se registra um aumente considerável de trtu10s tradu:idos e editados em nosso pais, em relação aos nacionais.
Cad. Bibliotecon., Recife (7) 33-45. dez. 1983
Cad. Bibliotecon., Recife (7) 40
o
Informe l'\acllrid. cO"'" é chamado. elaborado por UIIIa comissão composta de 16 especialistas foi publicado em 1980. O .eu cb-jetivo era estudar a totalidade dos problemas da Comunicação nas soci~ dades modernas, com especial atenção 80S problem.. relativos a uma circulação livre e equilibrada de informaçio. ao estabelecimento d. _a noVa ordelS econômica e informativa e a solução do. grande.proble-mas da CoMlnicação.
!! -
Países do 39 mundo estão muito preocupados coa o desequil[brio existente.(Participei e.te ano de alguns simpósio. e se~nãrios sobreI - comunicação e Democracia
- Co~nitação e Poder
- comunicação e Direito. Humano.).
...00 1971 1972 1973 li]4 1915
NaeiOllah 2.126 2.710 3.844 2.27~ 6.427
EI trangeirOl 8~5 1.315 3.236 1.889 3.768
P.r~llt\lal 42% 49% 84% 831 591
,
Est." dados reve lllll que e.ti h8Vendo
u".
verdadeira iI!. vasao cultural através dOI livros. Talvez isto poderia .er con.iderado um problema de '~gurança nacion~l porqu~ vai diminuindo nos.a indivi -dualidade cultural e ideolégica de conformidade coa no.... tradiçõe. semânticaa, como povo capaz de pensar por si próprio e encontrar por• i _S1llO seu CGÚalto.
Sabe-Ie, por exemplo, que a maioria de obras de ciêll-ci .. Sociêll-ciais são traduzidas e de orisem norte-_rieana, que
não
ate!! dem às neeelsidades culturais e universitári .. brasileir...Hã
uma dominaçÃo cultural nociva à nossa individuali· dade como nação emergente, que precisa de índepend~ncia para encontrar o seu prÓprio caainho.Vm outro problema, possivelmente o mail grave, quando falamos de invasão~ultural, é o violento processo desnacionalizador da. editora. brasileir...
Os editores estrangeiros já controlam setenta por oe~
to do mercado brasileiro de livros técnicos. O livro universitário • hoje praticamente editado no Brasil por empresas estrangeira••
Enquan-to i~.o a ind~~t~ia nacional do livro não é fcrtalecida pelo loverno
n~~ para SObc9viver, e muito ~nos par. competir CO~ as indústrias e.-trangeiras instaladas no Br.sil. Ao tempo em que as editoras e.tranae! rAS prosperam,
a.
nacionais requerem concordata..Segundo o Sr. Edgar Blucher, da Ed. Ediar Blucher Ltda., "n30 dege haver nenhuma editora brasi leira que não tenha .ido abordada ao menos uma vez por umA empresa estrangeira pera objetivoa
de .sloci.çã~ ou de compra". E acrescentil: "eu ~smo já recebi trê.
oferta. tentadoras': Nâo se pode culpar qualquer editor br ... ileiro,que, 5e= condições de competir. num fcturo prõxi~. seja compelídc • 8S'O -ciação ou
à
ven~a a empresas e.tran~eira ••Para se ter ~a idéia da dimensão delta realidade,
ci
tarei agora trecho. do livro: ''lo!ultinacion.ie • Siate... ele Co....nie.-çao", de Ar...nd Hattelart.•••• ,A"õs outroa r/llllOa da indúltria, .. arendea edito-ras européias tOlDam a ofensiva na internacion.lização da produção cul-tural. Em 1972, • Lon~, co~anhia cuja história tea ..i. de 250 anoa e que durante aua c3rreira fez o .uceaao de romaneel como RObia-lon Crusoe, de Defoe, retirava do Exterior 80% do seu faturamento. Sua rede de filiais estende-se de Hong-Kong às Caraibas. p •••• pela Áfric. do Sul, África Ocidental e Oriental. atr.vessa todo mundo arabe ati • Malasia, Singapura, AUStrália e Nova Zelindi&, e frequentemente publi-c'a os livros da cu. "ia loco".
A empresa Hachette - entre as primeiras editora. eur~ péias co.. um faturamento anual de lMis de três bilhões de fr&ncos con-tra 1,8 bilhões de trupo alemão Axel Springer, a BOO ailhõe. da firas italiana Mondadori - não fi",a devendo
às
suas mngêneresbritânic... O número que controla équase interminável. -••1.
revistas econômicas e de inloraaçÃo geral (Vision, Visão, Progresso), que circulam em todos parses latino-~ricanos, vi~ ram somar-se ~~:~as revistas especializadas para quadros e e..preeario, particularmente no Brasil. bem como uma rede de editoras que publie.. prioritariamente textos didáticos - uníversitãrios e-ensaio. polí~icoeconómicos recomendados pela Agêocia de propaganda do governo america-QO.
Vision (Visão) que nao passa de um ramO editorial do clã Rock!eller, a revista nasceu na esteira do eh.se
l'la~~attan
Bank • de outrol empreendimentos da Família do atual vice-pre.idente dos E.t~do. Vnidos nos par.es do ~ercado Comua •
A editora itali~a Fratelli Fabbri Editori, editora
c~ntrolada p~la Fiat e que publica enciclopédias médicas e livr~ d.
arte, destaca-.e sobretudo, graças a sua produçao de livro. didatico••
Além da Fratelli Fabbri, a construtora de automóveia controla as editores Bompiani, Adolphl. ~orin&hi"ri. Sonz.ano e aa c01llpanhiaa Etas-Kampess (que publicam .ai. de 21 re"iltu técnicas ... )'
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Cad.
Bibliotecon., Recife (]) 33-45, der. 1983 Cad. Bibliotecon" R~cife (7) ))-45, daz. 198343
E.cu poucas cicaçõe8 do "'..attel.TI: nol' 1DO,tr_ que .. multinacionais estão <:ontrolando o mercado editorial não só nOll paI s•• i'lldustrialindes. IDa" principal_nu nos paIse. subdesenvolvidos.
nesta maneira, a illlPrensa. a televisão. a produção
ci
nematogrâfica, as &gênciu de noeiei .... o rádio. as editora. são, d. UIDa forma ou outra. controlados pelo grande clIPied.Diante d.s.a r~alidade, poderíamos concluir afirmando que o futuro do livro para o Brasil e para os outro. países do Tercei-ro Mundo !lão parece prOlllissor, DO sentido de UlIl8 eOIllUni.<:Ação liberta.d~
ra que ajude a nossa nação. a Ilosaa gente aUIII dese1wolvimento mais h_o. lIlais equtlibradoe _is alobal.
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Rie de J_iro,
são Paulo, E.C.A - V.S.P. BOloti. UNESCO, Janeiro 1982.
33-45, 4... 1'83 Brastli•• Abril a julho, 1981
Cad. Bibliot&c:on•• "ltecU. (7)
MAltTlNS DE CAJlVAUtO. HorÃcio. A dClllÍJlaçÃo burgu. . . . 0 control. polI tic:o-ieleoíõaic:o do. _ios ele COlUniC.ÇÃO. Uo d. J_iro, âDA
i
EI»/Ff;'i, 1979. BOLETIM AlDF.
SALClfAo. Jo.i Davi. O liraai1 e • ordem infor1llativa Intem.ciOD.l. Brasília. Depart_nto d. COlIIUIlicação d. IJHB, 1980.
CAlmRBOS ele Jornalis_ a Eelitoraçio. CEltUL. Rodeias so\>n o livro.
Billliosrafia
LOPES. Moacir C. A dtuação do ucritor no Braan. 14. CÃtadra, 1971.
MAnELAIlT, Armand. Multin.cionais a d.te.. da c_nic.çio. sio
P.ll1e. Livraria EeI. "Ciüeiaa HUIIÍl1laI Ltd.
33-45. de~. 1983
.Cad. Bibliotecon., aecife (7) Assim, temno o meu r.cado.
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Não resta dúvida de "lu. a denúncia observada, DO'
mais distutes tipos de trabalho sobre comunicação de lUsaa. Bobre m0-nopólio da informação veiculada pelas agências de noddas ou sollra o controle exercido pelo grande cAl'it.1 sobre os meios de comunica
-são,
facilitou a compreensão da na.tureza da dCtDinação do capital inte! nacional. Permitiu. também. acentU4\" a percepção de que nulU sociedade de clauea, a claue dominante não dispensa, sob hipótese algu1l\ll. ocontrol. ideoIÕ&ic~, desde a escola atê o. meios de comunicação de ~
a•• par. o exercício da dOlllÍDaçio.
Por que tudo bso I"