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SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: CONCEPÇÕES E DIREITOS EM QUESTÃO DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL

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Academic year: 2018

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

CLEONILDA SABAINI THOMAZINI DALLAGO

SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: CONCEPÇÕES E DIREITOS EM QUESTÃO

DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

CLEONILDA SABAINI THOMAZINI DALLAGO

SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: CONCEPÇÕES E DIREITOS EM QUESTÃO

DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL

Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutora em Serviço Social sob a orientação da Professora Dra. Maria Lúcia Martinelli.

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BANCA EXAMINADORA

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Dedicatória:

A você Renato, companheiro presente de todas as horas, me incentivando e dando forças para seguir em frente. Obrigada por ter acreditado em mim, por me fortalecer sempre e por estar ao meu lado! Amo você!

Aos Meus filhos queridos, Diego e Renata.

Obrigada por compreenderem minha ausência, pelo apoio dado para o alcance deste trabalho, pelo respeito aos meus ideais profissionais e, principalmente, pela ternura e carinho que tenho sempre encontrado. Amo vocês!

À minha Alice “surpresa”, que no designo de Avó, em um momento tão tumultuoso, me fez conhecer um lado tão amado e feliz da vida. Amor, amor da minha vida!

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AGRADECIMENTOS

Ao final da caminhada na elaboração desta tese, é possível vislumbrar muitas pessoas que, de diferentes formas, compartilharam a jornada e colaboraram para que fosse possível chegar à sua finalização. Neste momento, nos fogem as palavras para expressar meus sentimentos, para revelar uma emoção que somente o coração consegue expor. É em meio a esta emoção que tentarei.

Meu especial agradecimento à minha orientadora Profa. Dra. Maria Lúcia Martinelli pela paciência, pela amizade, pelo incentivo, pelo apoio, e pelo carinho dedicados, que, com sua leveza, foi parceira e companheira no exercício da orientação, acreditou em mim e me fez sentir segurança para prosseguir nesta caminhada. Obrigada professora!

Aos professores do curso: Maria Lúcia Martinelli, Maria Carmelita Yazbek, Maria Lúcia Barroco, Evaldo Vieira pelo vigor dos debates sobre o Serviço Social.

Às professoras Dra. Maria Lúcia Carvalho e Silva; Dra. Marta Campos; Dra. Eliana Bolorino Canteiro Martins; e ao Prof. Dr. Alfredo Aparecido Batista pela aceitação do convite para compor a banca examinadora; às professoras Dra. Maria Carmelita Yazbek e Dra. Esther Luíza Lemos que, além de aceitarem o convite para compor a banca de defesa, vêm trazendo importantes contribuições desde a banca de qualificação.

Às colegas do Curso de Pós-Graduação em Serviço Social pela troca, pelas discussões teóricas e pelas amizades: Vera, Marize, Mailiz, Andréia, Sandra, Kelly, Solange, Maria Lúcia.

Às colegas da Unioeste pela compreensão de minha ausência durante o período do doutorado, pelo apoio e incentivo da pesquisa: Vera, Marize, Ineiva, Cristiane, Alfredo, Esther, Carmen, India Nara, Marli.

A toda família extensa, de Toledo e de Cuiabá, pela torcida, pelo apoio e compreensão de minhas ausências e falta de comunicação.

Às minhas grandes amigas/os Neuza e Teixeira; Sandra e Sergio. Saudades dos bons papos, dos chimarrões e das férias.

Ao Renato, Diego, à Renata, à Isabel, à Raquel e à minha Mãe Ana, pessoas muito próximas que, nos últimos tempos, me incentivaram e acreditaram em mim, demonstrando carinho e amor nos momentos mais difíceis. Obrigada!

À Dona Inês, vizinha querida que desde muito cedo incentivara o estudo, já se foram: graduação, especialização, mestrado e, agora, doutorado.

Um agradecimento especial, à minha amiga India Nara que com seu filho Rodrigo mergulharam comigo nos últimos dias de trabalho para finalizar as correções ortográficas e a formatação final da tese. Querida amiga meu eterno agradecimento.

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À secretária do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Lucinéia Maria dos Reis Correa, pela preocupação e responsabilidade de estar sempre nos orientando para o melhor caminho na resolução das questões burocráticas. Grande amiga!

À Clarice Stahl, pelas contribuições na formatação da tese, em um primeiro momento bastante decisivo de organização do trabalho.

À professora Dra. Ana Maria Formoso Cardoso e Silva pela dedicada revisão ortográfica da tese. Parabéns por seu profissionalismo e empenho!

Às assistentes sociais atuantes na política de educação na região Oeste do Paraná pela participação na pesquisa e acolhimento na busca de informações durante o estudo.

Às instituições que viabilizaram a participação no Curso de doutorado do Programa de Estudos de Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), à Coordenadoria de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa parcial no período de dois anos, e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa integral no período de dois anos. Apoio e incentivos financeiros que são determinantes para a permanência e a conclusão do curso de doutorado.

A tod@s meus agradecimentos!

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“A aprendizagem é a nossa própria vida, desde a juventude até a velhice, de fato quase até a morte; ninguém passa dez horas sem nada aprender”.(Paracelso)

“A grande questão é: o que é que aprendemos de uma forma ou de outra? Será que a aprendizagem conduz à auto-realização dos indivíduos como ‘indivíduos socialmente

ricos’ humanamente (nas palavras de Marx),

ou está ela a serviço da perpetuação, consciente ou não, da ordem social alienante e definitivamente incontrolável do capital?”

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DALLAGO, Cleonilda Sabaini Thomazini. Serviço Social na educação: concepções e direitos em questão.320f. 2014. Tese (Doutorado em Serviço Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

RESUMO

A presente tese tem como objeto de estudo o Serviço Social nos meandros da concepção e da efetivação dos direitos na educação na região Oeste do Paraná. Objeto que vai se solidificando em meio a algumas questões que direcionam esta pesquisa, entre elas a preocupação em entender como a profissão vem encontrando espaço para desenvolver seu trabalho na área da educação na região Oeste do Paraná, bem como delimitar em que municípios as profissionais se alocam e em quais setores dessa política social. A pesquisa perpassa pela centralidade de compreender como Serviço Social pode contribuir para a construção de uma educação que liberta o homem das amarras do capital, diante da embrutecida encruzilhada que o poder do capital imprime às relações sociais. A fim de responder tais questionamentos, a pesquisa levantou dados quantitativos e qualitativos, criando, em um primeiro momento, um banco de dados para localizar os municípios que têm em seu quadro de contratação um assistente social atuando na área da educação; e, no segundo momento, visitamos os municípios identificados, providas de um roteiro de questões que levantavam os itens: identificação institucional, identificação profissional e exercício profissional. Após tabulação dos dados, tivemos a participação de 15 (quinze) assistentes sociais que responderam o roteiro de questões, sobrevindo de uma prévia discussão, em locus, com a pesquisadora. Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa qualitativa, abarcando a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo. A investigação expôs como resultado o importante papel de apreender a categoria educação em seu movimento dialético com o modo de produção vigente em sua intrínseca relação com a categoria trabalho, na perspectiva de que a análise dos fundamentos dessa categoria é central para os profissionais assistentes sociais que atuam na área da educação, na orientação da efetivação dos direitos constituídos na Política Nacional de Educação e operacionalizados na região oeste do Paraná, bem como para entender o papel que a educação formal assume nessa dada sociabilidade de consistência mercadológica que limita a relação dos direitos e da cidadania. Analisamos algumas categorias que são centrais para o fortalecimento e manutenção do capital – alienação, contradição, desigualdade, direito, cidadania, entre outras -, para então compreender a atribuição dada à educação sob o domínio do capital e desmistificar a plausível tarefa da educação na contribuição para um mundo mais humano, igual e livre, que somente será possível com um trabalho que pense o futuro e materialize os valores no presente, na estratégia de uma transformação radical para uma educação “para além do capital”.

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DALLAGO, Cleonilda Sabaini Thomazini. Social Work in Education: conceptions and rights in question. 320f. 2014. Thesis (Doctorate in Social Work). Pontifical Catholic University of São Paulo.

ABSTRACT

This thesis has as its object of study the Social Work in the intricacies of the conception and implementation of rights in education in the western Paraná. Object that defines itself through some questions that conduct this research, including the concern to understand how the profession is finding space to develop its work in the education field in the western Paraná, as well as define in which municipalities the professionals are allocated and in which sectors of this social policy. This research goes through the centrality of understanding how the Social Work can contribute to the construction of an education that frees man from the shackles of capital, before the difficult crossroad that the power of capital sets for social relations. In order to answer these questions, the research raised quantitative and qualitative data, creating, at first, a database to locate the municipalities that have on their contractual framework a social worker working in the area of education; and, secondly, we visited the municipalities identified, provided with guide of questions that raised the following items: institutional identification, professional identification and professional practice. After tabulating the data, we had the participation of fifteen (15) social workers that answered the list of questions, after a previous discussion, on locus, with the researcher. From the methodological point of view, it is a qualitative research, covering the literature and field research. The investigation exposed as a result the important role of understanding the education category in its dialectical movement with the prevailing mode of production in its intrinsic relationship with the working category, in view of the analysis of the foundations of this category is central to professional social workers in the area of education, in the orientation of the realization of the rights comprised in the National Education Policy and operationalized in western Paraná, as well as to understand the role that formal education assumes in this given sociability of market consistency that limits the relationship of rights and citizenship. We analyze some categories that are central to the strengthening and maintenance of capital - alienation, contradiction, inequality, rights, citizenship, inter alia – so that we can understand the assignment given to education under the rule of capital, and demystify the plausible task of education in contributing for a more humane, just and free world, which will only be possible with a work that thinks the future and materialize the values in the present, in a radical transformation strategy for an education "beyond the capital".

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1– Apresentação dos municípios e do número de assistentes sociais por locais. 28 Quadro 2– Microrregião do Oeste do Paraná... 42 Quadro 3– Municípios participantes da pesquisa... 43 Quadro 4– Etapa e modalidade de ensino aos quais a atividade profissional está

vinculada... 45 Quadro 5– Cursos de Pós-Graduação ... 51 Quadro 6 – Condições (possibilidades e entraves) para a materialização do Projeto

Ético-Político Profissional nas experiências do Serviço Social na Política de Educação na região Oeste do Paraná...

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LISTA DE FIGURAS

Mapa 1 –Brasil com destaque região paranaense... 41 Mapa 2– Estado do Paraná Mesorregiões com destaque da Região Oeste... 41

Gráfico 1– Percentual de Assistentes Sociais atuando na Política de Educação na

Região Oeste do Paraná ... 31 Gráfico 2– Municípios com Assistentes Sociais no ano de 2012 ... 32 Gráfico 3– Apresentação do percentual de Assistentes Sociais contratados no setor de

categoria pública e particular ... 33 Gráfico 4– Distribuição de Assistentes Sociais por sexo ... 46 Gráfico 5– Distribuição doa Assistentes Sociais quanto à natureza das instituições... 48 Gráfico 6– Distribuição dos assistentes sociais quanto à origem da instituição

formadora... 49 Gráfico 7– Distribuição dos Assistentes Socais por período de graduação... 49 Gráfico 8– Distribuição dos assistentes sociais quanto à procura por de Curso de

Pós-Graduação... 51 Gráfico 9– Distribuição dos Assistentes Sociais quanto à participação em conselhos de direitos... 52 Gráfico 10– Distribuição dos Assistentes Sociais quanto a participação em órgão da

categoria profissional... 53 Gráfico 11–Distribuição dos Assistentes Sociais quanto à atuação junto às instâncias de poder decisório... 54 Gráfico 12– Distribuição dos Assistentes Sociais quanto ao vínculo empregatício... 55 Gráfico 13– Distribuição dos Assistentes Sociais quanto à carga horária de trabalho... 56 Gráfico 14– Distribuição dos Assistentes Sociais por período do tempo em que

trabalham na sua atual unidade educacional... 57 Gráfico 15– Distribuição dos Assistentes Sociais por período do tempo que atuam na

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11 LISTA DE SIGLAS

AID Agência Internacional de Desenvolvimento

ARENA Aliança Renovadora Nacional

BID Banco Interamericano de Desenvolvimento

BIRD Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento CAIC Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente

CEI Centros de Educação Infantil

CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe

CBE Conferência Brasileiro de Educação

CEE Conselho Estadual de Educação

CONED Congresso Nacional de Educação

CFE Conselho Federal de Educação

CFESS Conselho Federal de Serviço Social

CFI Corporação Financeira Internacional

CIACs Centros Integrados de Atendimento à Criança

CISDI Centro Internacional de Solução para Disputas sobre Investimentos

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CMAS Conselho Municipal de Assistência Social

CMDCA Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente

CME Conselho Municipal de Educação

CNE Conselho Nacional de Educação

CONAE Conferência Nacional de Educação

CRESS Conselho Regional de Serviço Social

CRESS-PR Conselho Regional de Serviço Social do Paraná

DCE Diretrizes Curriculares Estadual

EAD Educação a Distancia

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

EPT Educação para Todos

ENEM Exame Nacional de Ensino Médio

FAO A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

FHC Fernando Henrique Cardoso

FIES Financiamento ao Estudo de Ensino Superior

FMI Fundo Monetário Internacional

FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e da Valorização dos Profissionais da Educação

FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e da Valorização dos Profissionais do Magistério

FUNET Fundação Educacional de Toledo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDA Associação Internacional de Desenvolvimento

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

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INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas da Educação IPES Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais

ISEB Instituição Superior de Estudos Brasileiros

LDB Lei de Diretrizes e Base para a Educação

MDB Movimento Democrático Brasileiro

MEB Movimento de Educação de Base

MEC Ministério da Educação e Cultura

MIGA Agência de Garantia de Investimentos Multilaterais NESEF Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino da Filosofia NUCRESS Núcleo Regional de Serviço Social

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

OEA Organização dos Estados Americanos

PAR Plano de Ações Articuladas

PIB Produto Interno Bruto

PISA Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes PNATE Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar

PNE Plano Nacional de Educação

PROEJA Programa Nacional Educação de Jovens e Adultos PROENA Programa Nacional de Educação e Reforma Agrária

PROINFÂNCIA Programa Nacional Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para Rede Escolar Pública de Educação Infantil

PROJOVEM Programa Nacional de Inclusão de Jovem PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

REUNI Programa Universidade para todos

SER Responsabilidade Social da Empresa

SAEB Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

SEEC Secretaria de Estado e da Cultura

SEED-PR Secretaria de Estado de Educação do Paraná

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI Serviço Social da Indústria

SETU Secretaria de Estado do Turismo

SISU Sistema de Seleção Unificado

SS Serviço Social

SUED Superintendência da Educação

UDC União Dinâmica de Faculdades Cataratas

UEL Universidade Estadual de Londrina

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNIAMERICA Faculdade União das Américas

UNIOESTE Universidade Estadual do Oeste do Paraná

UFPR Universidade Federal do Paraná

UNIPAR Universidade Paranaense

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13 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 14

1 A CONSTRUÇÃO DA PESQUISA ... 21

1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: CAMINHOS PERCORRIDOS... 23

1.2 CONTEXTO E UNIVERSO DA PESQUISA... 36

1.2.1 A Região Oeste do Paraná... 40

1.2.2 Identificação dos Profissionais Participantes da Pesquisa... 45

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIMENSÃO ONTOLÓGICA DA EDUCAÇÃO EM FACE DA CONSTITUIÇÃO DO TRABALHO E DA SOCIABILIDADE... 60

2.1 TRABALHO E EDUCAÇÃO: VIDA, APRENDIZAGEM E HISTÓRIA ... 61

2.2 MARX E LUKÁCS: A ARTE DA TELEOLOGIA E DA OBJETIVAÇÃO... 66

2.3 TRABALHO, EDUCAÇÃO E SOCIABILIDADE: CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS... 75

2.3.1 Trabalho Alienado e Educação Institucionalizada no Contexto do Estado Capitalista... 90

3 CAPITALISMO E EDUCAÇÃO NO BRASIL: LUTAS DE CLASSES E DIREITOS EM QUESTÃO... 117

3.1 EDUCAÇÃO E POLÍTICA SOCIAL NO ESTADO BRASILEIRO: TRAJETÓRIA HISTÓRICA E ORGANIZATIVA... 119 3.2 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA CONTEMPORANEIDADE: DIREITOS E LEGALIDADES... 156 3.2.1 O Estado do Paraná no Contexto da Política Nacional de Educação: Educação, Direitos e Serviço Social... 188

4 SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: CONSTRUÇÃO DE LEGITIMIDADE NO CONTEXTO DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ... 209

4.1 O SERVIÇO SOCIAL NO ÂMBITO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO: CONSIDERAÇÕES DE UMA PROFISSÃO ... 210

4.2 EDUCAÇÃO, SERVIÇO SOCIAL, CONCEPÇÕES E DIREITOS: DESAFIOS DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO PROFISSIONAL... 241

TECENDO CONSIDERAÇÕES: A PROFISSÃO SERVIÇO SOCIAL NA INTERLOCUÇÃO COM A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO: RESSALVAS PARA NOVOS TEMPOS... 267

REFERÊNCIAS... 276

APÊNDICES... 292

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INTRODUÇÃO

Não está ao meu alcance criar uma sociedade ideal, contudo está ao meu alcance descrever o que, na sociedade existente, não é ideal para nenhuma espécie humana em sociedade.

(Florestan Fernandes)

Esta tese apresenta um trabalho de pesquisa que objetiva investigar como a profissão vem apreendendo e efetivando a perspectiva do direito à educação na região Oeste do Paraná. Tema que articula o Serviço Social à educação, sublinha a importante tarefa de compreender uma categoria considerada fundamental para a vida em sociedade, a Educação. Na perspectiva de que existe uma relação intrínseca entre a categoria trabalho e a educação para a formação e constituição do homem e da vida social, destaca a consideração não linear da história, na certeza de que as conquistas e os retrocessos inerentes às relações educacionais e de direito estão atrelados aos acontecimentos e às mudanças econômicas, políticas e sociais que regem as formas de sociabilidade.

Entendemos que os contextos históricos devem ser apreendidos no movimento das relações econômicas, políticas e sociais que conduzem o desenvolvimento da sociabilidade, na perspectiva de compreender a dinâmica das relações sociais vigentes nas diferentes conjunturas históricas, nas diferentes relações jurídicas de direitos e na importante tarefa de se compreender a concepção de educação que se faz presente nas diferentes formas de sociabilidade. Por isso, voltamos a atenção, neste trabalho de pesquisa, para a categoria Educação, devido à preocupação e inquietação diante das prerrogativas que estão sendo dadas aos processos educativos nas últimas décadas, os quais afetam diretamente a vida societária e, de modo mais imediato, a vida dos homens que vivem e sobrevivem submergidos nas relações de produção nesta sociedade do capital.

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atributo de exemplos a serem seguidos. Essa contraversão impregna a vida em sociedade, com valores de um modo de produção capitalista, de propriedade privada, de modo que as relações de trabalho assalariado vêm se pautando em relações sociais de exploração cada dia mais aviltantes, com um processo educativo trajado na institucionalidade da dualidade do caráter de classe. Esse processo perde sua finalidade de formação na vida e para a vida e passa a se direcionar à formação para o mercado de trabalho, para o domínio político e econômico, tendo em vista a manutenção do processo de reprodução do capital. Diante de tão intensas e instigantes mudanças, recorremos à epígrafe desta Introdução para expressar que tais valores societários não são ideais “para nenhuma espécie humana em sociedade”.

Assumimos, dessa forma, a compreensão de que discutir a área da educação na atualidade e principalmente exercer a profissão Serviço Social, nessa determinada política social na sociedade capitalista, remete à análise da centralidade que esta categoria, Educação, ocupa na vida social, na constituição do homem, da sociedade e da história, bem como à força social que a educação formal adquire no campo de disputas entre projetos societários distintos. No específico papel do Serviço Social no enfrentamento das expressões da “questão social”1, com um poderoso objetivo: aquisição de conhecimentos para a inserção no mercado produtivo, legitimando a mercantilização da educação e transferindo para a educação formal a tarefa de enfrentamento das desigualdades e das contradições econômicas e sociais. Tal lógica, que vem ocultando, no processo formativo, os princípios analíticos da política, da economia, das relações de trabalho e das relações sociais como um todo, retiram do processo educativo a possibilidade da leitura e análise crítica da lógica perversa do sistema capitalista de produção e reprodução do capital. Dessa forma, conforme defende Mészáros (2005), oculta-se o valioso sentido que o processo educativo pode ter na formação de resistência e construção de uma sociabilidade “para além do capital”.

Em uma ampla perspectiva, analisamos que o procedimento educativo se estabelece no processo de produção e reprodução das relações sociais, sob o comando do modo de produção estabelecido, o qual deve demarcar as circunstâncias na sua totalidade e não na fragmentação dos fatos e consequências econômicas e sociais. Segundo essa concepção, o processo educativo vai além da educação formal, direcionada e demarcada para o mercado financeiro, situando-a na reprodução da vida social, na incumbência do desvelamento de

1 Com Yazbek (2012, p. 289) analisamos que “a questão social resulta da divisão da sociedade em classes e da

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novos princípios e valores, em um processo dialético transformador/educador do homem e das circunstâncias, na medida em que se afirma, com Marx (2002, p. 53), “[...] que as circunstâncias fazem os homens tanto quanto os homens fazem as circunstâncias”.

Portanto, avaliar o processo educativo explicita o peso da mudança das circunstâncias em prol das deduções da educação formal. Explicita o peso centralizador da práxis humana na intervenção da realidade, em que essa práxis deve transformar as circunstâncias para a subsequente transformação do homem, na perspectiva do desenvolvimento de forças produtivas capazes de construir novos homens, novas relações sociais, novas consciências; no entanto, não novas classes sociais, uma vez que, de acordo com Marx (2002, p. 52):

[...] é necessária uma transformação massiva dos homens, que só pode acontecer num movimento prático, numa revolução; que, portanto, a revolução não é necessária porque a classe dominante de nenhum outro modo pode ser derrubada, mas também porque a classe que a derruba só numa revolução consegue aniquilar toda a podridão do velho sistema e tornar-se capaz de fundar a sociedade sob novas bases.

Diante dessas ressalvas, sublinhamos a importância de compreender a intrínseca relação das categorias educação e trabalho, tendo como primeira exigência a inversão dos termos dessa relação. Conforme esclarece Almeida (2000a), a centralidade do trabalho deve tomar um lugar de destaque nas discussões referentes ao processo educativo em uma sociedade que demarca as relações sociais nas basilares relações do mundo do trabalho. Relações de trabalho que medeiam à organização social, tanto de sobrevivência como de tomada de consciência, um processo educativo e formativo de largo alcance nos tempos presentes.

Para Tonet (2005a), pensar a educação no contexto da sociedade capitalista, assume, na atualidade, questionamentos gritantes em torno do uso do conceito de cidadania de forma pouco crítica, de forma que a assenta como sinônimo de plena liberdade e, mais, consiste em ocultar as reais contradições presentes na sociedade de classes, suas desigualdades e injustiças econômicas e sociais. Distanciando, assim, a precisa relação entre trabalho e educação enquanto formação de um homem inteiro, capaz de propiciar um conhecimento crítico e prático para contestar e atravessar os antagonismos da sociedade capitalista em busca de uma educação emancipadora.

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destacar, nesta tese, a importância de compreender e analisar o caminho ontológico da criação e recriação da educação, em um contexto relacional, sem separação entre o homem, a educação e a vida social. Direção analítica que fundamenta as categorias trabalho e educação, destacadas, nesta tese, por meio das obras de: Marx (2004, 2001, 1992, 1979), Lukács (1979), Lessa (2007, 2002), Mészáros (2006, 2005), Fernandes (1989, 1987) e Tonet (2007, 2005a).

Nessa perspectiva, transita-se pela história da educação para que possam ser percebidas as orientações e as discussões a respeito da constituição dos valores e dos posicionamentos políticos, econômicos e sociais que caracterizam a educação no contexto das relações societárias. Também intenciona-se a aproximação e a compreensão das esferas constitutivas do trabalho profissional dos assistentes sociais que atuam na área da política social da educação, com a tese de que o Serviço Social tem todo um conhecimento formativo para estar, fazer parte e contribuir com a equipe técnica da área da política de educação, além de contribuir com um processo educativo que almeja a constituição de um homem analítico e crítico diante das contradições e injustiças econômicas e sociais praticadas nesta dada forma de sociabilidade. Considerações que buscamos fundamentação, com destaque, nas obras de: Iamamoto (2001,1995), Netto (2009, 2006, 2002, 2001a), Guerra (2007), Barroco (2011, 2012, 2001, 2000, 1996), Martinelli (2010, 2008, 1999) e Yazbek (2013, 2012, 2009, 2001).

Importa relatar que a inquietação quanto aos desafios do trabalho profissional do assistente social acompanha-nos desde o ano de 2001, quando da admissão, por meio de concurso público, como docente do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), no Campus de Toledo. O ingresso no cargo permitiu assumir atividades de ensino, ministrando as disciplinas de Estágio Supervisionado I e II, Ética Profissional, Práxis Profissional e Oficina de Formação Profissional; a partir de 2004, a coordenação de Estágio Supervisionado em Serviço Social; em 2008, a suplência na Coordenação do Curso e, na atualidade, a Coordenação do Curso como também as aulas do Núcleo Temático Serviço Social e Educação.

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acadêmica dos campos de estágio (atividade que possibilitou o contato com as várias áreas de atuação do Serviço Social) despertou o interesse e o desejo de continuar investigando, no doutoramento, o tema trabalho profissional direcionado para o contexto empírico da área da educação. Tal escolha é justificada pelas visitas aos campos de estágio e pelas reuniões de supervisão de estágio na área da educação2 de que participávamos enquanto Coordenação dessa atividade, na qual foram alçadas as maiores inquietações junto aos profissionais assistentes sociais que estão inseridos neste âmbito.

Por outro lado, se as visitas aos campos de estágio e as reuniões de supervisão levaram a conhecer a existência de proposições que acompanham o trabalho profissional do assistente social, também trouxeram a possibilidade da aproximação, mesmo que em um âmbito restrito de um município, com as condições em que se objetiva o trabalho profissional do assistente social na área da educação, em relação aos recursos disponíveis, à falta de espaço físico, à jornada de trabalho, à redução no número de profissionais contratados para atuar nessa área e, principalmente, à falta de pesquisas e discussões que contribuam com o trabalho profissional. Enfim, são questões determinantes para a aproximação ou o distanciamento de uma intervenção que possa ser uma mediação social, ética e política em resposta às demandas que se colocam à categoria profissional na área da educação.

Nesse percurso, ainda no estágio do desenvolvimento das reflexões e dos debates acerca do campo empírico desta pesquisa, Educação e Serviço Social, também se evidenciaram, no ano 2010, discussões e pesquisas por parte da categoria profissional, no conjunto CFESS/CRESS, em esfera nacional. Estabeleceram-se propostas de lutas para a conquista da inserção do assistente social no sistema educacional, tendo como referência legal o histórico de alguns Projetos de Lei que procuram garantir sua inserção no quadro de profissionais da área da educação, embora alguns estejam, ainda, aguardando pareceres finais, como é o caso do Projeto de Lei nº 3.466, de 2012, que “Dispõe sobre a instituição do Serviço Social nas Escolas Públicas, Entidades Filantrópicas, OSCIPs e Fundações cuja atividade principal seja o provimento da educação”. No estado do Paraná, temos aprovada a Lei nº 15.075, de 4 de maio de 2006, que autoriza a implantação do Programa de Atendimento Psicopedagógico e Social em todas as unidades escolares que integram a Rede de Ensino Público.

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Tais questões foram centrais para despertar o interesse e a motivação desta pesquisa, para localizar, aproximar e conhecer a realidade desses profissionais que vêm enfrentando as determinações dessa área de atuação no momento em que a política de educação tem sofrido tantas influências e rebatimentos do capital.

Com esses pressupostos, partiu-se para a investigação com as seguintes questões norteadoras:

 Quais municípios da região Oeste do Paraná têm em seu quadro de funcionários um assistente social atuando na política de educação?

 Como está o índice de contratação de assistente social na política de educação na região Oeste do Paraná? A profissão está encontrando espaço para desenvolver seu trabalho?

 O Serviço Social pode contribuir para a construção de uma educação que liberta o homem das amarras do capital?

Tais questões evidenciam que a pesquisa, desde sua origem e ao longo do seu desenvolvimento, teve uma inquietação concreta e imediata: a relação entre Serviço Social e educação na problemática busca da garantia dos direitos à educação na região Oeste do Paraná.

Pautando-nos nessas questões, definimos como objetivo geral analisar como a profissão vem apreendendo e efetivando a perspectiva dos direitos à educação na região Oeste do Paraná. Como objetivos específicos elencamos: analisar a intrínseca relação entre educação e trabalho nas dadas formas de sociabilidade; compreender as condições históricas e de direito da política educacional brasileira; identificar, no nível da educação básica, a que etapa e/ou modalidade o Serviço Social está vinculado na região Oeste do Paraná e compreender qual a concepção de profissão e de educação que fundamenta o trabalho profissional do assistente social que atua nesse nível da política de educação na referida região.

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No Capítulo 2, apresentam-se considerações sobre a natureza da educação em face das particularidades do trabalho e da sociabilidade, em um contexto de exposições históricas que coloca o trabalho e a educação em uma intrínseca relação de centralidade na vida social, na constituição do homem, das formas de sociabilidade e da história. Enfatizando as mudanças que foram incidindo às categorias trabalho e educação no contexto da sociedade capitalista.

O desafio do Capítulo 3 é compreender a formação do Estado nacional brasileiro, com a emergente entrada do capitalismo no Brasil, a constituição do complexo do direito em meio às lutas desencadeadas diante das contradições econômicas e sociais que se alastravam no país. Desse modo, resgata-se a trajetória histórica da organização da política social brasileira, particularmente da política social da educação e apresenta-se a contemporaneidade legal do direito à educação no Brasil e no Estado do Paraná.

No Capítulo 4, adentra-se no universo das relações de trabalho dos assistentes sociais que atuam na área da educação no Oeste do Paraná, enfatizando-se a compreensão da profissão Serviço Social na interlocução com a relação do direito à educação colocando-se à prova as concepções de educação que se estabelecem em suas relações de trabalho.

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1 A CONSTRUÇÃO DA PESQUISA

Todo o começo é difícil – isto vale em qualquer ciência. (Karl Marx)

O propósito deste capítulo é o de reconstruir a trajetória da pesquisa realizada, para analisar a profissão Serviço Social no contexto das relações de direitos na área da Educação, tem como pressuposto a necessária apreensão do objeto em seu movimento real, a partir do conhecimento, analise, desvelamento e interpretação das relações que o envolvem e o reproduzem, em uma difícil tarefa peculiar de todo começo. Neste contexto, priorizamos a particularidade do aporte teórico para o processo, compartilhando com Netto que:

[...] o conhecimento teórico é o conhecimento do objeto tal como ele é em si mesmo, na sua existência real e efetiva, independentemente dos desejos, das aspirações e das representações do pesquisador. A teoria é para Marx, a reprodução ideal do movimento real do objeto pelo sujeito que pesquisa: pela teoria, o sujeito reproduz em seu pensamento a estrutura e a dinâmica do objeto que pesquisa. E esta reprodução (que constitui propriamente o conhecimento teórico) será tanto mais correta e verdadeira quanto mais fiel o sujeito for ao objeto (NETTO, 2009, p. 673).

Portanto, o conhecimento da realidade é inevitável para a compreensão e projeção de novas possibilidades de ações, e independente dos desejos do pesquisador, o movimento do objeto comporta uma existência objetiva, real. Mas, de acordo com Netto esta relação sujeito/objeto não se constitui como uma relação de externalidade, como na citologia ou na física, “[...] é uma relação em que o sujeito está implicado no objeto. Por isto mesmo, a pesquisa – e a teoria que dela resulta – da sociedade exclui qualquer pretensão de ‘neutralidade’.” ( 2009, p. 674).

(23)

Com base nestas observações, acrescentamos, com Marx e Netto, que, para o pesquisador, esta reprodução da realidade a partir do conhecimento do pesquisador não se constitui em um “olhar”, um “mirar”:

[...] Esta reprodução, porém, não é uma espécie de reflexo mecânico, com o pensamento espelhando a realidade tal como um espelho reflete a imagem que tem diante de si. Se assim fosse, o papel do sujeito que pesquisa, no processo do conhecimento, seria meramente passivo. Para Marx, ao contrário, o papel do sujeito é essencialmente ativo: precisamente para apreender não a aparência ou a forma dada do objeto, mas a sua essência, a sua estrutura e a sua dinâmica (mais exatamente: para apreendê-lo como um processo), o sujeito deve ser capaz de mobilizar um máximo de conhecimentos, criticá-los, revisá-los e deve ser dotado de criatividade e imaginação. O papel do sujeito é fundamental no processo de pesquisa. Marx, aliás, caracteriza de modo breve e conciso tal processo: na investigação, o sujeito “tem de apoderar-se da matéria, em seus pormenores, de analisar suas diferentes formas de desenvolvimento e de perquirir a conexão que há entre elas.” (NETTO, 2009, p. 675).

Mantendo coerência com tal citação, ressaltamos a importância da teoria social de Marx para a interpretação do real, reconhecendo que as relações sociais estabelecidas em cada contexto histórico devem ser consideradas na conjuntura das estruturas econômicas, políticas, sociais e culturais. Ademais conhecer e distinguir a aparência além disso a essência dos fatos se coloca em um patamar de prioridade, conforme anotações de Netto: “Para Marx, como para todos os pensadores dialéticos, a distinção entre aparência e essência é primordial; com efeito, ‘toda ciência seria supérflua se a forma de manifestação [a aparência] e a essência das coisas coincidissem imediatamente’.” (NETTO, 2009, p. 674, grifo nosso).

Deste modo, entre o singular (o concreto aparente) e o universal, situa-se o objeto de estudo, o particular. É neste campo que se coloca a pesquisa, sendo considerado o único e verdadeiro campo das mediações. Logo, a pesquisa se constitui em um movimento através do qual iremos captar as mediações entre o singular e o universal, na busca de apreender, por meio de sucessivas aproximações o particular, ou seja, no caso específico desta tese, o concreto pensado na totalidade do trabalho profissional do assistente social, na política de educação da região Oeste do Estado do Paraná.

(24)

1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: CAMINHOS PERCORRIDOS

As pesquisas baseadas e fundamentadas na teoria social de Marx demandam um método que expressa uma opção política consistente, crítica e interventiva. Seus estudos buscam, conforme apresentado anteriormente, apreender o objeto na sua totalidade, o que pressupõe que este primeiramente se revela na aparência, na sua singularidade, na síntese conhecida sobre o existente que o objeto mostra em vários pontos do universal; portanto, o singular está em constante movimento sobre o universal.

O uso do método dialético no desenvolvimento de uma pesquisa qualitativa, permite/exige que o pesquisador não fique fora, ausente, externo ao que estuda; ao contrário, nela se insere, participando da vida cotidiana do sujeito, buscando a interpretação e a análise dos significados da realidade que investiga. Este tipo de pesquisa é capaz de proporcionar avanços significativos para o conhecimento crítico da realidade, reafirmado que:

O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações (CHIZZOTTI, 1995, p 79).

Tais fundamentos possibilitam o desvelamento das múltiplas determinações do objeto situado, permitem a interpretação dinâmica e totalizante da vida social. Com isso, Martinelli (1999, p. 27) destaca o caráter inovador da pesquisa qualitativa com três considerações:

A primeira é quanto ao seu caráter inovador, como pesquisa que se insere na busca de significados atribuídos pelos sujeitos às suas experiências sociais; a segunda é quanto à dimensão política desse tipo de pesquisa que, como construção coletiva, parte da realidade dos sujeitos e a eles retorna de forma crítica e criativa; a terceira é que exatamente por ser um exercício político, uma construção coletiva, não se coloca como algo excludente ou hermético, é uma pesquisa que se realiza pela via da complementaridade, não da exclusão.

(25)

No primeiro momento de aproximação com o tema Serviço Social na Educação, foram realizados levantamentos bibliográficos com o objetivo de conhecer e analisar as contribuições teóricas já existentes sobre o assunto, visando compreender as condições históricas da emergência da política educacional e como esta constitui espaços profissionais para o Serviço Social. Assim, foram selecionados livros, dissertações, teses, artigos e leis, com o propósito de conhecer e desvelar as leis que determinam o processo educativo e a particularidade da intervenção profissional do Serviço Social estudado até o momento, aportes teóricos que foram basilares para a elaboração dos capítulos da tese, formando o corpo teórico-metodológico do presente trabalho. Neste processo, ressalto a importância da pesquisa bibliográfica, a qual possibilita, conforme fundamenta Severino (2007, p.122) a utilização de dados e categorias teóricas decorrentes de pesquisas anteriores devidamente registradas. “Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. ”

Neste primeiro levantamento das contribuições teóricas existentes, a pesquisa foi dividida em dois pilares: as produções de teses, dissertações e livros e as legislações legalmente existentes. O primeiro pilar incidiu em consultas de pesquisas direcionadas às produções, referentes ao Serviço Social na Educação, realizadas junto ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), enfatizando as seguintes teses de doutorado: de Eliana Bolorino Canteiro Martins (2007), intitulada “Educação e Serviço Social: elo para a construção da cidadania”, a qual aborda a prática profissional dos assistentes sociais no âmbito da política de educação nos municípios paulistas; de Ilda Lopes Witiuk (2004), intitulada “A trajetória Sócio-Histórica do Serviço Social no Espaço da Escola”, que levanta uma significativa produção teórica sobre o tema e destaca a Política Social de Educação e o Serviço Social, apresentando a trajetória percorrida pela profissão neste espaço sócio-ocupacional; de Eliana Aparecida Gonçalez Albonette Frois (2009), intitulada “O Processo de Formação do Assistente Social: desafio permanente”, a qual, percorrendo uma trajetória investigativa sobre o Serviço Social e a Educação, estuda os limites e possibilidades para que se formem assistentes sociais críticos e éticos. Seu universo de pesquisa foi o curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina (UEL), estado do Paraná.

(26)

demandas mediadas pelo projeto ético-político, e Thalita Giovanna Büll (2010), dissertação intitulada “Trajetória do Serviço Social Escolar de Limeira: Construção de uma ‘Educação para além do capital’”, que busca evidenciar o trabalho dos assistentes sociais analisando e retratando a trajetória histórica pela qual esses profissionais chegaram à Secretaria Municipal de Educação.

Dentre os livros pesquisados sobre Serviço Social na educação, destaco o papel e as contribuições significativas para a discussão, do assistente social e professor Dr. Ney Luiz Teixeira de Almeida, pela dedicação e persistência com que vem tratando o tema e pela sua participação como assessor junto ao Grupo de Trabalho Serviço Social na Educação, do conjunto CFESS/CRESS, que vem promovendo debates e pesquisas sobre o tema, além de realizar um mapeamento dos assistentes sociais que atuam na área da Educação em âmbito nacional e elaborar um relatório da pesquisa - Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação – com o propósito abaixo explicitado:

O presente documento tem a finalidade de, a partir do acúmulo teórico e político da categoria, construído em especial nas duas últimas décadas, sobre a inserção do Serviço Social na educação, contribuir para o aprofundamento da reflexão sobre uma concepção de educação coerente com o projeto ético-político profissional que, por sua vez, oriente o debate das particularidades do trabalho do/a assistente social nesta política pública, assim como as ações profissionais, no sentido de fortalecer as lutas sociais em defesa de uma educação emancipadora (CFESS, 2011, p. 3).

Na área da educação, trabalhando sua historicidade em uma perspectiva de desenvolvimento social, econômico e cultural em uma relação intrínseca com a categoria trabalho, apossamo-nos das fundamentações de: Marx e Engels (1965, 1992, 2009); Lessa (2012); Ivo Tonet (2007); István Mészáros (2005); Gaudêncio Frigotto (2001); Antonio Gramsci (1991, 1987); Florestan Fernandes (1989) e Luiz Antonio Cunha (1979).

(27)

No segundo pilar constituiu-se consultas na busca de localizar legislações de nível nacional e municipal que tratassem da política da educação e da implantação do Serviço Social nesta política. Assim, serviram como fontes de pesquisa: na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, especificamente o Art. 205, que aponta a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, e o Art. 206, que retrata o ensino com base nos princípios de igualdade, liberdade, pluralismo, gratuidade, valorização, democracia e garantia de qualidade no ensino e aos profissionais envolvidos; a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB/1996), que estabelece a finalidade do desenvolvimento, do preparo para o exercício da cidadania e da qualificação para o trabalho; o Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001 (PNE/2001), que, dentre seus objetivos e prioridades, caracteriza os níveis de ensino, divididos em educação básica – que comporta a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio – e educação superior, distingue as modalidades educação de jovens e adultos, educação a distância e tecnologias educacionais, educação tecnológica e formação profissional, educação especial e educação indígena e evidencia a importância da formação dos professores e da valorização do magistério, destacando, em todos os itens, os objetivos, as metas, os financiamentos e a gestão; o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA/1990), priorizando os artigos 53, 54, 55 que tratam dos direitos da criança e do adolescente relativos ao acesso e à permanência na escola pública e gratuita, bem como à sua participação democrática, versando sobre os deveres do Estado e as obrigações dos pais e responsáveis; e a Lei nº 15.075, de 04 de maio de 2006, que autoriza a implantação do Programa de Atendimento Psicopedagógico e Social em todas as unidades escolares que integram a Rede de Ensino Público, no estado do Paraná. Constatamos que, apesar de existirem projetos de lei enfocando a matéria de implantação do Programa Psicopedagógico e Social em vários estados brasileiros e um tramitando em nível federal, até o momento pesquisado, o Paraná é o único estado brasileiro que tem uma lei que efetivamente o institui.

(28)

nacional. Assim, na segunda quinzena do mês de julho de 2010, a diretoria do CRESS-PR e demais regiões enviaram aos Coordenadores dos Cursos de Serviço Social uma solicitação de divulgação, através da Coordenação do Estágio Supervisionado em Serviço Social e demais contatos, de um e-mail cujo assunto em destaque foi “o levantamento de dados sobre atuação na área da educação”3.

Todavia, no período de maio a julho de 2010, em decorrência de não haver informações do CRESS-PR acerca de profissionais assistentes sociais atuando na política da educação no estado do Paraná, analisamos e ponderamos (orientadora e pesquisadora), mapear a região, selecionando os municípios que contemplam a região Oeste do Paraná, para localizarmos os locais que contam com a inserção de assistente social na política de educação. Construímos um banco de dados, para podermos identificar onde estavam situados os sujeitos da pesquisa e as condições para realizá-la, definindo a partir de então a região Oeste por considerar o universo do estado do Paraná muito amplo para toma-lo na sua totalidade, impossibilitando a pesquisadora de visitar todos os municípios, um total de 399.

Para a construção deste banco de dados, em um primeiro momento, foram utilizados os recursos de acesso à internet para realizarmos um levantamento através de sites dos 399 municípios do Estado do Paraná e, consecutivamente, após a delimitação do universo pesquisado, através da página do IPEA, que traz informações da mesorregião do Oeste Paranaense,formada pela união de cinquenta municípios agrupados em três microrregiões que contemplam as cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo. Os municípios partícipes da região Oeste do Paraná foram mapeados com o auxílio de um instrumental (apêndice A), por meio do qual foram levantados seus nomes, telefones da secretaria da educação ou prefeitura, número de escolas de ensino particular com seus respectivos telefones e se havia assistente social atuando na equipe de trabalho nesta área no local, seja no setor público ou particular.

Na sequência, entramos em contato, via telefone, com a Secretaria da Educação, de todos os municípios, apresentando-nos como pesquisadora doutoranda do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e profissional do Curso de Serviço Social da UNIOESTE. No momento da ligação,

3 Texto do e-mail encaminhado no dia 22 de julho de 2010: At. Coordenadores/as e Orientadores de Estágio do

(29)

obtínhamos a informação da contratação do profissional assistente social no quadro de funcionários ou não. Quando da resposta positiva procurávamos falar diretamente com o profissional, mostrando a importância da pesquisa e informando que, na próxima etapa, estaríamos visitando o local, para a realização de uma entrevista. Observamos que houve uma qualitativa aceitação e que todos mostraram entusiasmo e profissionalismo na ênfase da necessidade de estudos e análises da questão, acompanhadas de muitas dúvidas e apreensões que ainda cercam seus trabalhos. Na mesma ligação telefônica, procuramos levantar a existência, no município, de escolas de ensino particular, anotando telefone e endereço para posterior contato, seguindo os procedimentos efetuados para o setor público.

O banco de dados nos permitiu confirmar, no ano de 2010, que, dos cinquenta municípios que fazem parte da região Oeste do Paraná, onze municípios contam com assistente social atuando na política da educação, perfazendo um total de vinte e seis profissionais contratados, conforme descrito no quadro abaixo:

Quadro 1 –Apresentação dos municípios e do número de assistentes sociais por locais

Município Local Categoria Número de

Assistente Social

1. Assis Chateaubriand

Secretaria da Educação do Município

Pública 01

2. Santa Helena Secretaria da Educação do Município

Pública 01

3. Céu Azul Secretaria da Educação do Município

Pública 01

4. Toledo

- Secretaria da Educação do Município;

- CAIC – Centro de Atenção Integral a Criança e ao Adolescente; -Universidade

Tecnológica Federal do Paraná UTFPR

Pública

01

01

02

- Colégio La Salle;

-Colégio Vicentino Imaculado Coração de Maria;

-Fundação Educacional de Toledo–FUNET

Particular

01 01

01

5. Foz do Iguaçu Secretaria da Educação do Município

(30)

6. Matelândia Secretaria da Educação

do Município Pública 01

7. Ramilândia Secretaria da Educação do Município

Pública 01

8. São Miguel do Iguaçu

Secretaria da Educação do Município

Pública 01

9. Cascavel Colégio Santa Maria Particular 01 10. Guaraniaçu Secretaria da Educação

do Município

Pública 01

11. Medianeira

- Secretaria da Educação do Município;

-Universidade

Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

Pública

01

01

Fonte: Pesquisa realizada na região Oeste do Paraná no período de julho a setembro de 2010, por esta pesquisadora.

Dos vinte e seis assistentes sociais atuantes na política de educação na região, vinte e dois profissionais estavam alocados no setor de categoria pública e quatro profissionais, encontravam-se no setor de categoria particular. Na primeira4 investigação para a produção do banco de dados, em 2010, constatamos que, de um total de sessenta e uma escolas de categoria particular em atendimento na região Oeste do Paraná, apenas quatro contavam com assistente social em seu quadro de funcionários.

O terceiro momento da pesquisa,com vistas ao cumprimento das disposições do Regimento interno do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foi elaborado o Memorial para o Exame de Qualificação, o qual visou apresentar e justificar um projeto de pesquisa que se configurou historicamente em meio a uma trajetória de vida acadêmica e profissional. Assim, o referido Memorial expôs aspectos da trajetória acadêmico-profissional desta pesquisadora até o nível do doutorado, elaboração que segundo Severino (2010, p. 245), realiza uma retomada documentada dos dados do Curriculum Vitae e constitui, além disso, uma autobiografia, “[...] configurando-se como uma narrativa simultaneamente histórica e reflexiva.” Histórica e reflexiva pelo desafio de recuperar e apresentar uma identidade, uma trajetória que não é meramente cronológica, mas que vai além do aparente, na luta pela desmistificação do real, do vivido. Conforme Martinelli (2010), falar de identidades é compreendê-las como

4 Primeira investigação pelo fato de a pesquisa empírica ter-se iniciado no ano de 2010 e os contatos com as

(31)

construções históricas, culturais, políticas em um processo permanente de construção e reconstrução.

Portanto, dentro de um espaço de lembranças, esquecimentos, análises e críticas, tentamos retratar o movimento dialético da história na tarefa de pensar e reconstruir uma trajetória de vida, na busca de oferecermos à banca examinadora elementos que revelassem o trajeto percorrido. Com base em Marx (1965, p. 35), ressaltamos, e procuramos atentar à necessidade de permanecermos “constantemente com os pés no chão real da história; ele não explica a prática pela ideia, mas sim a formação das ideias segundo a prática material”. É a dialética da consciência e da realidade a um só tempo no movimento das relações sociais. Sobre esse embasamento teórico, apresentamos a trajetória acadêmico-profissional, o projeto de pesquisa e as atividades desenvolvidas até o momento, novembro de 2011. Vale destacar que a elaboração do Memorial constituiu-se em um momento relevante, ao permitir a reflexão detalhada da trajetória de vida pessoal e intelectual, um processo que se constrói enquanto aprendizagem e maturidade na relação com o mundo e com os homens.

Desse modo, as contribuições que os estudos vêm possibilitando nesta trajetória manifestam o peso das relações socialmente estabelecidas, da importante tarefa teórico-metodológica dos fundamentos na emergência e manifestação das práticas sociais, particularmente com a materialidade de novos valores na luta pela libertação das influencias conservadoras tão evidentes e marcantes nesta dada sociedade capitalista. De maneira geral, registramos o quão importante foi o processo de Exame de Qualificação e da elaboração do Memorial na ocasião da banca, para o amadurecimento da pesquisadora e do seu olhar para o objeto investigado.

O quarto momento da pesquisa constituiu o período de ir a campo, conhecer os profissionais a serem entrevistados e os municípios, na tentativa de nos aproximarmos dos assistentes sociais que atuam na política de educação na região Oeste do Paraná, abordarmos seu dia a dia de trabalho e sua intervenção profissional na área da educação.

(32)

ensino de educação básica, que comporta, conforme orientações do PNE/2011, a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio.

Desse modo, ao entrarmos em contato com todos os municípios da região Oeste do Paraná, constatamos que houvera alterações no quadro das informações: dos onze municípios apresentados no primeiro levantamento de dados – quadro 1 oito continuaram a contar com assistentes sociais atuando na política de educação. Podemos acompanhar os números em percentual no gráfico a seguir:

Gráfico 1 –Percentual de Assistentes Sociais atuando na Política de Educação na Região Oeste do Paraná

Fonte: Pesquisa realizada nos municípios da Região Oeste do Paraná no período de julho a setembro de 2012.

Observa-se que os oito municípios que têm assistentes sociais atuando na política de educação na região Oeste do Paraná representam apenas 16%, contra 84% que não têm contratação nessa área, no universo dos cinquenta municípios contatados.

Tais contatos possibilitaram verificar que a alteração no número de municípios ocorreu pelo seguinte motivo: os municípios de Assis Chateaubriand, Ramilândia e Guaraniaçu, que, na ocasião do primeiro contato, em 2010, tinham em seu quadro de funcionários na Secretaria de Educação um assistente social, tiveram este profissional transferido para a Secretaria de Assistência Social. Também tomamos conhecimento de que, um dos oito municípios que continuaram a apresentar a contração de assistentes sociais na área de educação, Céu Azul, a profissional estava afastada, em período de licença-maternidade. Assim, partimos de um universo de cinquenta municípios que compõem a região Oeste, transitamos em 2010 por um número de onze e, confirmamos como partícipes da pesquisa sete municípios. Conforme ilustra o gráfico a seguir:

[]

84%

Municípios com Assistente Social

(33)

Gráfico 2 –Municípios com Assistentes Sociais no ano de 2012

Fonte: Pesquisa realizada nos municípios da Região Oeste do Paraná no período de julho a setembro de 2012.

Após estas constatações, demos início ao processo de agendamentos e visitas aos sete municípios que se mantiveram do quadro do universo da pesquisa, com as particularidades apresentadas no gráfico 2: no município de Toledo, um total de cinco assistentes sociais na educação básica, sendo duas no setor público (Secretaria da Educação e escolas) e três em colégios particulares, cômputo no qual não entram as duas Assistentes sociais que trabalham na UTFPR, conforme apresentado no quadro 1, que não foram entrevistadas pelo fato de este campus não ofertar nenhuma modalidade de ensino de educação básica; no município de Santa Helena, uma profissional na Secretaria da Educação; no município de Foz do Iguaçu, quatorze profissionais para o atendimento às escolas do setor público, número acrescido em relação a primeira pesquisa, que contabilizou nove profissionais; no município de Matelândia, uma profissional na Secretaria da Educação; no município de Medianeira, duas profissionais no setor público, portanto uma a mais em relação à pesquisa anterior , devendo-se informar. Porém, que a profissional assistente social deste município vinculada à UTFPR, um campus que ofertar a modalidades de ensino médio, encontra-se de licença médica, o que impossibilitou a entrevista; no município de São Miguel do Iguaçu setor público, uma profissional na Secretaria da Educação e, no município de Cascavel uma profissional em um colégio particular, que não é o mesmo apresentado na primeira pesquisa de 2010 - na atualidade, a contratação é no Colégio Marista. Verificamos, portanto, que, apesar da redução no número de municípios, a região Oeste do Paraná continua contando praticamente com o mesmo quantitativo de profissionais atuando na política de educação, na medida em que houve a diminuição no número de municípios e, ao mesmo tempo, houve o aumento na quantidade de assistentes sociais contratados, pois os municípios de Foz do Iguaçu e de

19%

4%

58% 4%

7%

4% 4%

Toledo - 5

Santa Helena - 1

Foz do Iguaçu - 14

Matelândia - 1

Medianeira - 2

São Miguel do Iguaçu - 1

(34)

Medianeira ampliaram o número de contratações, referendando, assim, o total de vinte e cinco assistentes sociais, vinte e um no setor de categoria pública e quatro no setor de categoria particular5. O Percentual é figurado no gráfico a seguir:

Gráfico 3 –Apresentação do percentual de Assistentes Sociais contratados no setor de categoria pública e particular

Fonte: Pesquisa realizada nos municípios da Região Oeste do Paraná no período de julho a setembro de 2012.

Ao agendamos e efetuarmos as visitas aos sete municípios, tínhamos o propósito de realizarmos as entrevistas ou de termos um primeiro contato para apresentarmos os objetivos do estudo, o Roteiro da Pesquisa (apêndice C) e as propostas metodológicas descritas no Termo de Consentimento (apêndice B), que recomendava “responder as questões de imediato – se possível com a autorização do uso de um gravador” ou “combinar um prazo para a devolução do roteiro das questões respondidas no material impresso ou digitalizado via e-mail”. Levantamos também a possibilidade de retornar em uma outra data para a realização da entrevista.

Assim, no momento da coleta de dados, apesar, de não efetivamos na integra, uma entrevista, foi possível estabelecer certa aproximação, com uma relação de interação e discussão das questões planejadas no roteiro, compreendendo, com Minayo (1993), que a

5 No grupo Identificação Institucional do roteiro da pesquisa, questão b, Natureza Jurídica, duas escolas se caracterizam como particulares e filantrópicas, porém, foram tomadas como particulares, tendo em vista que a caracterização “filantrópica” se justifica na esteira da Bolsa de Estudos, Lei n.12.101, de 7 de novembro de 2009, que “[...] dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social; regula os procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social; altera a Lei no 742, de 7 de dezembro de 1993; revoga dispositivos das Leis nº 8.212, de 24 de julho de 1991, 9.429, de 26 de dezembro de 1996, 9.732, de 11 de dezembro de 1998, 10.684, de 30 de maio de 2003, e da Medida Provisória no 187-13, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências, com especial atenção aos artigos de 12 a 17”. (BRASIL, 2014, caput)

16%

84%

(35)

entrevista, além de possibilitar a coleta de dados permite a situação de interação e análise das informações entre sujeitos da pesquisa e entrevistador. Logo, a vivência que esta interação ocorreu e possibilitou discussão e conhecimento dos locais e do trabalho profissional desenvolvido, enriqueceu a pesquisa e, ao mesmo tempo fortaleceu e qualificou o entendimento na área da educação desta pesquisadora.

Neste contexto, diante das propostas metodológicas elencadas e da exposição do Roteiro da Pesquisa6, tivemos uma profissional que optou em responder o material impresso e, posteriormente entrar em contato, via telefone, para devolvê-lo; as demais profissionais optaram em responder ao questionário digitalizado e enviá-lo por e-mail, ressaltando a importância de um maior tempo para analisar e refletir sobre as questões focadas. Desse modo, no momento desta escolha entregamos o roteiro da pesquisa, que estava salvo em um pen drive, ou o encaminhamos via e-mail, dependendo da opção. Logo, a vivência dessa interação e discussão, viabilizada pelo fato de os encontros terem durado, em média 60 a 90 minutos, bem como o conhecimento dos locais e suas estruturas. De todos os contatos somente uma profissional não aceitou participar da pesquisa.

Não poderíamos deixar de esclarecer que, para compor um dos grupos em que se subdividiu o Roteiro da Pesquisa, o Exercício Profissional, as questões utilizadas foram extraídas do roteiro elaborado pelo Grupo de Trabalho Serviço Social na Educação do conjunto CFESS/CRESS, grupo que desenvolve uma pesquisa de mapeamento dos assistentes sociais que atuam na área da Educação em nível nacional. A procedência do uso das questões sobreveio da avaliação de que elas continham um nível de reflexão teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa que abarcava uma coletividade representativa da categoria profissional e que as mesmas contemplavam os objetivos propostos para a pesquisa. Porém, antes da utilização, foi feito uma consulta junto ao CRESS-PR, informando e solicitando uma manifestação quanto ao uso; não havendo nenhum impedimento, desde que nos valêssemos das condições éticas na utilização, assim, foram dados os encaminhamentos indispensáveis: no Roteiro da Pesquisa, foi elaborada uma observação em nota de rodapé sobre a origem da produção das questões, informação fortalecida verbalmente junto aos profissionais pesquisados.

Dos momentos das entrevistas, ressaltamos um diferencial no município de Foz do Iguaçu, pelo fato de comportar um número representativo de contratações, quatorze

Imagem

Gráfico 1 – Percentual de Assistentes Sociais atuando na Política de Educação na Região  Oeste do Paraná
Gráfico 2 – Municípios com Assistentes Sociais no ano de 2012
Gráfico 3  –  Apresentação do percentual de Assistentes Sociais contratados no setor de  categoria pública e particular
Gráfico 4  –  Distribuição de Assistentes Sociais por sexo
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