RESOLUÇÃO CMN Nº 4.275, DE 31 DE OUTUBRO DE 2013 TABELA COMPARATIVA
Resolução CMN nº 3.792/2009 Resolução CMN nº 4.275/2013 Comentários
Art. 7º - A EFPC pode designar um administrador estatutário tecnicamente qualificado (AETQ) para cada segmento de aplicação previsto nesta Resolução.
Art. 7º Nos termos do art. 35, §§ 5º e 6º, da Lei Complementar nº. 109, de 2001, a EFPC deve designar o administrador estatutário tecnicamente qualificado (AETQ), responsável pela gestão, alocação, supervisão, controle de risco e acompanhamento dos recursos garantidores de seus planos e pela prestação de informações relativas à aplicação desses recursos
A nova redação do art. 7º retoma a linha de Resoluções já revogadas (3.121/2003 e 3.456/2007), no sentido de detalhar e reforçar as atribuições e responsabilidades legais e regulamentares do AETQ, que não constaram expressamente na Resolução 3.792/2009, em sua redação original.
Art. 8º - A aplicação dos recursos dos planos da EFPC requer que seus administradores e demais participantes do processo decisório dos investimentos sejam certificados por entidade de reconhecido mérito pelo mercado financeiro nacional.
Parágrafo 1º - O disposto no caput se aplica também aos empregados da EFPC que realizam operações com ativos financeiros.
Parágrafo 2º - Os prazos para a certificação mencionada neste artigo são:
I - para o AETQ, até 31 de dezembro de 2010;
Art. 8º A aplicação dos recursos dos planos da EFPC requer que seus administradores e demais participantes do processo decisório dos investimentos sejam certificados por entidade de reconhecida capacidade técnica.
§ 1º O disposto no caput se aplica: I - ao AETQ;
II - à diretoria-executiva;
III - à maioria dos membros do conselho deliberativo;
Foi substituído o critério anterior de “entidade de reconhecido mérito pelo mercado financeiro nacional” pelo de “entidade de reconhecida capacidade técnica”, sem especificar a área e tornando mais abrangente as certificações possíveis.
Por outro lado, a Resolução nº 4.275/2013 passa a elencar expressamente todos aqueles sujeitos à certificação: diretoria-executiva, membros do conselho deliberativo e dos comitês de assessoramento que atuem diretamente com investimentos e demais empregados diretamente responsáveis por aplicação de recursos.
II - para os demais administradores, participantes do processo decisório e empregados da EFPC que realizam operações com ativos financeiros, devem ser observados os seguintes percentuais mínimos em relação ao contingente:
a) vinte e cinco por cento até 31 de dezembro de 2011;
b) cinquenta por cento até 31 de dezembro de 2012;
c) setenta e cinco por cento até 31 de dezembro de 2013; e
d) cem por cento até 31 de dezembro de 2014.
IV - aos membros dos comitês de assessoramento que atuem diretamente com investimentos; e
V - a todos os demais empregados da EFPC diretamente responsáveis pela aplicação dos recursos de que trata o art. 1º desta Resolução. § 2º A partir de 31 de dezembro de 2014, os membros elencados nos incisos II, III e IV do § 1º terão prazo de um ano, a contar da data de nomeação, para obter a certificação.
§ 3º A certificação prevista no caput deve ser renovada em periodicidade não superior a quatro anos, contados da data da última certificação
O prazo para obtenção das certificações, a partir de 31/12/2014, com exceção do AETQ, passou a ser de um ano, tomando por base a data da nomeação, o que implica dizer que a certificação poderá ser obtida posteriormente, não sendo requisito prévio para o exercício do cargo.
Passou a ser expressa a necessidade de renovação da certificação a cada período de quatro anos.
O cronograma original da Resolução nº 3.792/2009 foi parcialmente alterado, passando a ser o seguinte (art. 10 da Resolução nº 4.275/2013):
I - para os membros do conselho deliberativo, até 31 de dezembro de 2014;
II - para a diretoria-executiva, os membros dos comitês de assessoramento que atuem diretamente com investimentos e os demais empregados da EFPC diretamente responsáveis pela aplicação dos recursos de que trata o art. 1º da Resolução nº 3.792, de 2009:
a) 50% (cinquenta por cento), na data de publicação desta Resolução;
b) 75% (setenta e cinco por cento) até 31 de dezembro de 2013; e
c) 100% (cem por cento) até 31 de dezembro de 2014.
Art. 18 - São classificados no segmento de renda fixa:
(...)
Parágrafo 1º - Os títulos ou valores mobiliários de emissores não relacionados nos incisos deste artigo somente podem ser adquiridos se observadas as seguintes condições:
(...)
III - com garantia real de valor equivalente a no mínimo o valor contratado da dívida, no caso de cédula de crédito imobiliário; ou
(...)
Art. 18 - São classificados no segmento de renda fixa:
(...)
Parágrafo 1º - Os títulos ou valores mobiliários de emissores não relacionados nos incisos deste artigo somente podem ser adquiridos se observadas as seguintes condições:
(...)
III - com coobrigação de instituição financeira, no caso de cédula de crédito imobiliário (CCI); ou (...)
Deixa de ser possível adquirir CCI sem a coobrigação de instituição financeira.
Em contrapartida, passou a não ser exigida garantia real equivalente, no mínimo, ao valor da dívida.
A CCI já adquiridas em condições diversas poderão ser mantidas em carteira até seu vencimento (art. 11 da Resolução nº 4.275/2013)
Art. 19 - São classificados no segmento de renda variável:
(...)
III - os títulos e valores mobiliários de emissão de sociedades de propósito específico (SPE)
(...)
Parágrafo único - A SPE, mencionada no inciso III deste artigo, deve:
I - ser constituída para financiamento de novos
Art. 19 - São classificados no segmento de renda variável:
(...)
III - os títulos e valores mobiliários de emissão de sociedades de propósito específico (SPE), com ou sem registro na Comissão de Valores Mobiliários;
...)
Parágrafo único - A SPE, mencionada no inciso
O conceito de valor mobiliário está diretamente associado ao poder regulatório da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
A nova redação ressalva que as EFPC poderão investir em títulos e valores mobiliários emitidos por sociedades de propósito específico, ainda que não contêm com registro na CVM, obviamente desde esse registro seja dispensado ou desnecessário pelas normas legais ou regulamentares da própria CVM, o que demanda a análise pontual das características do investimento.
(...) I - ser constituída para financiamento de novos projetos, incluindo aqueles decorrentes de concessões e permissões de serviços públicos; (...)
Em consonância com a política governamental, especialmente na área de infraestrutura, foi feita expressa menção aos projetos relativos a serviços públicos concedidos e permitidos, entre aqueles que deverão ser objeto da SPE investida.
Vale ressaltar que a redação do § 6º do art. 42 foi mais ampla, ao mencionar SPE que detenham concessão, permissão, arrendamento ou autorização.
Art. 22 - São classificados no segmento de imóveis:
I - os empreendimentos imobiliários; (...)
Art. 22 - São classificados no segmento de imóveis:
I - os empreendimentos imobiliários, entendidos como aqueles imóveis que estejam em fase de construção, sem conclusão por habite-se, auto de conclusão ou documento equivalente concedido pelo órgão administrativo competente.
(...)
Somente imóveis ainda não concluídos passam a se enquadrar no conceito de empreendimento imobiliário.
Art. 30 - A aquisição de títulos e valores mobiliários classificados nos segmentos de renda fixa e de renda variável, bem como a prestação de garantias em investimentos de SPE, devem ser precedidas de análise de risco. § 1º - A análise de crédito deve considerar a opinião atualizada expedida por agência classificadora de risco em funcionamento no País ou ser aprovada por comitê de investimento da EFPC.
Art. 30 - A aquisição de títulos e valores mobiliários classificados nos segmentos de renda fixa e de renda variável, bem como a prestação de garantias em investimentos de SPE, devem ser precedidas de análise de risco. § 1º A análise de risco deve ser aprovada por órgão de governança competente nas áreas de investimento e de risco da EFPC, podendo considerar, dentre outros critérios, a opinião emitida por agência de classificação de risco de
A redação original do § 1º era restrita à análise de crédito, não obstante o caput do art. 30 aludir aos riscos em geral. Pela regra anterior, a análise de crédito poderia ser baseada em relatórios de rating ou apenas contar com a aprovação do comitê de investimentos.
A nova redação, além de se referir a qualquer risco do investimento, e não apenas o de crédito, exige que sua análise seja objeto da aprovação do órgão competente, dentro da estrutura da EFPC,
crédito registrada ou reconhecida pela Comissão de Valores Mobiliários.”
o qual deverá embasar sua decisão em critérios objetivos, entre eles os relatórios de rating. A partir da Instrução CVM nº 521, de 25/04/2013, a classificação de risco de crédito no âmbito do mercado de valores mobiliários passou a ser atividade regulada e privativa de agência de classificação de risco de crédito registrada, no caso de agência domiciliada no Brasil, ou reconhecida, no caso de agência domiciliada no exterior, pela CVM.
Art. 41 - A EFPC deve observar, em relação aos recursos de cada plano por ela administrado, os seguintes limites de alocação por emissor: (...)
III - até dez por cento se o emissor for: (...)
Art. 41 - A EFPC deve observar, em relação aos recursos de cada plano por ela administrado, os seguintes limites de alocação por emissor: (...)
III - até dez por cento se o emissor for: (...)
j) fundo de investimento ou fundo de investimento em cota de fundo de investimento classificado como dívida externa no segmento investimentos no exterior.
(...)
§ 7º O somatório dos valores prestados em garantia pela EFPC, em relação às obrigações contraídas pela SPE, é limitado à participação direta ou indireta da EFPC no capital total da SPE.
Com a inclusão da alínea “j” ao inciso III foi criado um limite de alocação por emissor específico para investimento em fundos de dívida externa.
O § 7º reproduz, com redação aperfeiçoada, o que já dispunha o § 4º do art. 53 da Resolução nº 3.792/2009. A prestação de garantias pela EFPC é limitada ao valor da participação direta ou indireta no capital da SPE garantida.
O § 8º, por sua vez, exige que os recursos de custeio alocados ao PAG sejam mantidos em instituição financeira que conte com garantia integral do FGC, de modo a eliminar o risco de perdas.
(...)
§ 8º O Plano de Gestão Administrativa (PGA) pode manter até 100% dos seus recursos garantidores em depósitos à vista ou investidos em títulos e valores mobiliários de uma mesma instituição financeira, desde que tais recursos estejam integralmente cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Art. 42 - A EFPC deve observar, considerada a soma dos recursos por ela administrados, o limite de até vinte e cinco por cento:
(...)
IV - do patrimônio líquido de um mesmo:
(...)
Art. 42 - A EFPC deve observar, considerada a soma dos recursos por ela administrados, o limite de até vinte e cinco por cento:
(...)
IV - do patrimônio líquido de um mesmo: (...)
e) fundo de investimento ou fundo de investimento em cota de fundo de investimento classificado como dívida externa no segmento investimentos no exterior.
(...)
§ 6º O limite estabelecido no caput deste artigo pode ser elevado para trinta por cento do capital de uma mesma SPE, desde que constituída exclusivamente para atuar como concessionária, permissionária, arrendatária ou autorizatária.
Com a inclusão da alínea “e” ao inciso IV foi criado um limite de concentração por emissor específico para investimento em fundos de dívida externa. O § 6º criou regra de exceção ao limite de concentração, permitindo sua elevação para até 30% do capital social de SPE, a fim de privilegiar os investimentos das EFPC em infraestrutura.
Art. 53 - É vedado à EFPC:
I - realizar operações entre planos por ela administrados, exceto nos casos de transferência de recursos, desde que observadas as condições estabelecidas
pelo CGPC ou pela SPC; (...)
§ 3º Para os fundos de investimento e fundos de investimento em cotas de fundos de investimento classificados como multimercado, incluídos no segmento de investimentos estruturados, não se aplicam as vedações estabelecidas nos incisos VII, IX, X e XI.
§ 4º As garantias prestadas na forma do § 4º em relação ao total de garantias prestadas pela SPE devem ser, no máximo, proporcionais à participação da EFPC no capital total da SPE.
Art. 53 - É vedado à EFPC:
I - realizar operações de compra e venda, ou qualquer outra forma de troca de ativos entre planos de uma mesma EFPC;
(...)
§ 3º Para os fundos de investimento e fundos de investimento em cotas de fundos de investimento classificados como multimercado, incluídos no segmento de investimentos estruturados, não se aplicam as vedações estabelecidas nos incisos VII, IX, X e XI do caput deste artigo, podendo tais fundos, inclusive, locar, emprestar, tomar emprestado, empenhar ou caucionar títulos e valores mobiliários. § 4º A vedação de que trata o inciso IV do caput deste artigo não se aplica à prestação de garantias em obrigações contraídas por SPE na qual a EFPC participe desde 1º de janeiro de 2010.
§ 5º A vedação estabelecida no inciso I do caput deste artigo não se aplica às transferências de recursos entre planos de benefícios e o PGA, referentes ao custeio administrativo e, em caráter excepcional, àquelas resultantes de reorganização societária ou de outros movimentos previamente autorizados pela Superintendência Nacional de Previdência
As transferências de ativos entre os planos passam a demandar a demonstração do seu benefício econômico-financeiro e, sem prejuízo da prévia aprovação da PREVIC, devem contar com as aprovações do conselho deliberativo, da diretoria executiva e do conselho fiscal da EFPC. O § 3º passou a permitir expressamente que os fundos de investimento multimercado enquadrados como investimento estruturado realizem operações de locação, empréstimo e garantia com títulos e valores mobiliários integrantes da carteira.
Deixou-se de ser vedada a concessão de fiança, aceite ou coobrigação de qualquer natureza, pela EFPC à SPE, desde que a participação societária remonte a 01/01/2010.
I - a transação se mostre de inequívoco interesse dos planos envolvidos, inclusive quanto ao preço dos ativos a ser praticado; e II - a operação seja aprovada pela diretoria-executiva e conselho deliberativo da EFPC, com anuência do conselho fiscal.