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Comparação entre blocos estruturais de concreto sem selo e com selo de qualidade da ABCP

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEONARDO IRINEU SCHUWINDEN THIAGO HENRICH DA SILVA MEDEIROS

COMPARAÇÃO ENTRE BLOCOS ESTRUTURAIS DE CONCRETO

SEM SELO E COM SELO DE QUALIDADE DA ABCP

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LEONARDO IRINEU SCHUWINDEN THIAGO HENRICH DA SILVA MEDEIROS

COMPARAÇÃO ENTRE BLOCOS ESTRUTURAIS DE CONCRETO

SEM SELO E COM SELO DE QUALIDADE DA ABCP

Este trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro de Civil.

Orientador: Prof. Roberto de Melo Rodrigues, Esp.

Palhoça 2019

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dagradecim entos

Agradecemos a Deus por proporcionar este momento de suma importância em nossas vidas.

A nossos pais que foram fundamentais contribuindo com a educação, que serviu para nos tornamos as pessoas que somos hoje, com o incentivo, que nos ajudou a ultrapassar as barreiras e dificuldades para a conclusão desta etapa.

As nossas, namorada e noiva, que foram de grande importância no incentivo e compreensão, para que conseguíssemos concluir esta monografia.

A empresa NS Pré-Moldados e ao Engenheiro Diego Maurício que disponibilizou o laboratório e equipamentos.

Ao professor e orientador desta monografia, Roberto de Melo Rodrigues que nos concedeu o conhecimento e tempo para tornamos esta experiência, algo que levaremos para nossas vidas profissionais.

A todo corpo docente da Unisul que sempre dispostos nos ensinaram com muita dedicação, de maneira especial ao professor e orientador Roberto de Melo Rodrigues pela sua dedicação e empenho no auxilio deste TCC.

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“Evoluir é reconhecer nossos erros. Não para conserta-los, mas para não repeti-los.” (Amanda Chakur)

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RESUMO

O objetivo principal de tal obra é abordar os ensaios físicos e mecânicos em blocos estruturais de concreto de quatro empresas localizadas na região da Grande Florianópolis – SC, sendo três empresas sem o certificado ABCP e uma empresa com certificado ABCP. Com a avaliação dos dados obtidos buscou-se comparar a qualidade de blocos produzidos por tais empresas. Verificando se os materiais produzidos pelas indústrias estão dentro das especificações da ABNT, para os parâmetros de resistência à compressão, a absorção de água, conformidade de dimensões e aspectos visuais dos produtos avaliados.

Para a realização dos ensaios primeiramente foram coletadas as amostras das quatro empresas para verificação das conformidades e qualidades dos blocos. Ao todo foram coletadas nove amostras de cada empresa, totalizando trinta e seis amostras. Destas, seis de cada empresa, serão realizadas análises dimensionais, conforme especificado na NBR 6136:2016 e NBR 12118:2013. Em seguida será realizado o ensaio de compressão axial. Três peças de cada lote serão submetidas ao ensaio de absorção de água e área líquida. Todos os dados coletados serão apresentados através de tabelas.

Os resultados obtidos para os parâmetros avaliados indicam que apenas a empresa com o selo de qualidade ABCP passou em todos os ensaios realizados enquanto que as demais foram reprovadas em pelo menos em um dos critérios de avaliação dos ensaios aplicados de acordo com a Norma NBR6136:2016, ou seja, estas empresas estão em desacordo com as especificações obrigatórias para garantia de qualidade do produto de acordo com norma NBR 6132:2016.

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ABSTRACT

The main objective of this work is to approach the physical and mechanical tests on structural blocks of concrete of four companies located in the region of greater Florianópolis - sc, three companies without the ABCP certificate and an ABCP certified company. With the evaluation of the obtained data we tried to compare the quality of blocks produced by such companies. Verifying if the materials produced by the industries are within ABNT specifications, for parameters of compressive strength, water absorption, dimensional compliance and visual aspects of the evaluated products. For the accomplishment of the tests the samples of the four companies were first collected to verify the conformities and qualities of the blocks. In all, nine samples of each company were collected, totaling thirty-six samples. Of these, six of each company, will be carried out dimensional analysis, as specified in NBR 6136: 2016 and NBR 12118: 2013. Then the axial compression test will be performed. Three pieces of each lot will be submitted to the water absorption and liquid area test. All data collected will be presented through tables. The results obtained for the evaluated parameters indicate that only the company with the seal of ABCP quality passed in all the tests performed while the others were rejected in at least one of the evaluation criteria of the tests applied according to the NBR 6136: 2016 , that is, these companies are in disagreement with the mandatory specifications for product quality assurance according to NBR 6132: 2016.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Esforços solicitantes da alvenaria ... 18

Figura 2: Assentamento da Alvenaria. ... 21

Figura 3: Argamassa mista. ... 22

Figura 4: Argamassa industrializada semi-pronta. ... 23

Figura 5: Argamassa estabilizada pronta. ... 24

Figura 7: Dimensões dos principais blocos comercializados. ... 26

Figura 8: Agregados. ... 28

Figura 9: Balança de pesagem. ... 35

Figura 10: Régua metálilca. ... 36

Figura 11: Prensa hidráulica. ... 36

Figura 12- Inspeção visual das amostras. ... 38

Figura 13: Inspeção visual individual das amostras. ... 38

Figura 14: Ensaio dimensional das amostras. ... 39

Figura 15: Registro dos dados do ensaio dimensional. ... 39

Figura 16: Retifica das amostras para ensaio de compressão. ... 42

Figura 17: Retifica das amostras. ... 42

Figura 18: Amostra retificada para ensaio de compressão. ... 43

Figura 19: Ensaio de compressão. ... 46

Figura 20: Amostra após o rompimento. ... 47 Figura 21: Amostras submersas para ensaio de absorção... Erro! Indicador não definido.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Requisitos para a resistência característica á compressão, absorção. ... 29

Quadro 2 – Resultados Ensaio Dimensional ... 41

Quadro 5 – Ensaio de compressão (Empresa 03)... 45

Quadro 6 – Ensaio de compressão (Empresa com Selo de Qualidade) ... 46 Quadro 7 - Ensaio de absorção (Empresa 01) ... Erro! Indicador não definido. Quadro 8 - Ensaio de absorção (Empresa 02) ... Erro! Indicador não definido. Quadro 9 – Ensaio de absorção (Empresa 03) ... Erro! Indicador não definido. Quadro 10 – Ensaio de absorção (Empresa com Selo de Qualidade) ... Erro! Indicador não definido.

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Sumário 1 Introdução... 12 1.2 Objetivos ... 12 1.2.1 Objetivo geral ... 12 1.2.2 Objetivos específicos ... 13 1.3 Problema de pesquisa ... 13 1.4 Justificativa ... 13 1.5 Limitação de pesquisa ... 14 1.6 Metodologia ... 14 1.7 Estrutura do trabalho ... 16 2 Revisão bibliográfica... 17 2.1 Alvenaria estrutural ... 17

2.2 Histórico da alvenaria estrutural ... 19

2.3 Alvenaria estrutural no brasil ... 20

2.4 Argamassa de assentamento ... 20 2.5 Graute ... 24 2.6 Armaduras ... 25 2.7 Blocos de concreto ... 25 2.8 Materiais constituintes ... 27 2.8.1 Cimento Portland ... 27 2.8.2 Agregados ... 28 2.8.3 Água ... 29

3 Método de pesquisa ... Erro! Indicador não definido. 4 ABCP (Associação Basileira de Cimento Portland) ... 31

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4.2 Programa setorial da qualidade de blocos vazados de concreto com função estrutural

e peças de concreto para pavimentação ... 32

4.2.1 Requisitos do programa setorial de qualidade ... 32

4.2.2 Objetivos da qualidade ... 32

4.2.3 Responsabilidades das Empresas que fabricam os produtos alvo do Programa. 33 4.2.4 Auditorias ... 33

4.2.5 Amostragem ... 34

4.2.6 Avaliação de conformidade ... 34

4.3 Equipamentos e calibrações ... 35

5 Estudo de campo ... 37

5.1 Coleta das amostras ... 37

5.2 ensaios ... 37

5.2.1 Aspecto Visual ... 37

5.2.2 Dimensional ... 39

5.2.3 Compressão ... 41

5.2.4 Determinação da absorção de água e da área líquida ... 48

6 Considerações finais ... 52

6.1 Sugestões para trabalhos futuros ... 53

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1 INTRODUÇÃO

Sendo um dos sistemas construtivos mais antigos da história da construção civil, e também sendo um dos mais utilizados na atualidade, pode-se dizer que a alvenaria estrutural tornasse importante por sua agilidade, organização, facilidade na modulação de layouts, por ter produtos com várias dimensões, tornando-se, se bem executado, mais barata do que outros sistemas construtivos.

Com a crescente busca por esse produto, surge um número significativo de fornecedores, porém poucos com selos de qualidade ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), e programas de qualidade como ISO9001. Essas poucas empresas precisam elevar o custo do seu produto por manterem estes intensivos programas de qualidade. Isso não significa que outros fornecedores que não possuam estes selos, não apresentem qualidade nos seus produtos, muitas vezes os mesmos obtêm materiais com ampla qualidade e preços muito competitivos.

Apesar da chegada um pouco tardia deste processo construtivo no Brasil, a alvenaria estrutural acabou se firmando como uma alternativa eficiente e econômica para a execução de edifícios residenciais e industriais. As indústrias de artefatos de cimento, especificamente as de blocos de concreto, buscam a adequação a este programa de qualidade em busca de espaço no mercado da construção civil no que diz respeito à alvenaria estrutural (RICHTER ,2007).

Para se obter argumentação sobre o assunto, a investigação é o melhor procedimento, solicitando cotações de vários fornecedores, com ou sem selo de qualidade, e analisando ensaios com os produtos dos dois modelos de empresas, para assim se obter uma avaliação de qual produto utilizar, muitas vezes se alcançando amplas qualidades com produtos de preços competitivos. Cuidando sempre para que a construção obtenha um padrão normatizado, e assim, evitando futuros inconvenientes.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é a comparação entre blocos estruturais de concreto de empresas sem selo e com selo de qualidade da ABCP.

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1.1.2 Objetivos específicos

Analisar em laboratório, amostras de blocos de concreto estruturais de fabricantes da região da Grande Florianópolis, realizando-se as devidas verificações para a avaliação da qualidade segundo os seguintes parâmetros:

 Comparar resistência à compressão dos blocos.  Comparar absorção dos blocos.

 Comparar padrão dimensional dos blocos.  Comparar aspecto visual dos blocos.

 Apresentar os resultados obtidos através do estudo. 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

O problema de pesquisa consiste em verificar se os blocos de concreto para uso em alvenaria estrutural fornecidos pelas empresas escolhidas atendem as especificações da ABNT, e se há alguma diferença entre a qualidade entre as empresas com e sem o selo de qualidade.

1.3 JUSTIFICATIVA

O sistema construtivo em alvenaria estrutural é caracterizado da união de blocos sobre blocos, que unidos por uma junta de argamassa e o com o conjunto bloco e argamassa travado pelas lajes dos pavimentos. O bloco de concreto tem a função de receber as cargas e a junta de assentamento transmite e/ou absorve os esforços da alvenaria estrutural, atuantes entre os blocos. Assim sendo, a resistência à compressão dos blocos e suas características físicas influenciam diretamente na resistência das alvenarias e no seu desempenho.

Com o crescente aumento da utilização de alvenaria estrutural na construção civil, o mercado da fabricação de blocos de concreto ganhou força, aumentando assim o número de empresas neste setor. Porém poucas destas empresas têm o selo de qualidade, pelo fato de ser burocrático, necessitar de um laboratório e ensaios diários. O que acaba gerando um

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questionamento, empresas que não possuem selo de qualidade realmente não possuem produtos de qualidade?

Com base a esta situação este TCC tem como objetivo geral, verificar a qualidade dos blocos de concreto para uso em alvenaria estrutural com e sem selo de qualidade da ABCP fornecidos por algumas empresas da região da grande Florianópolis.

1.4 LIMITAÇÃO DE PESQUISA

A pesquisa será realizada em empresas do segmento de produção de artefatos de cimento em cidades na região da grande Florianópolis. Será selecionada uma empresa com selo ABCP, para base de dados e serão selecionadas três empresas sem o selo ABCP, para comparação dos resultados. Para essa pesquisa serão utilizados dados de empresas de grande e médio porte.

1.5 METODOLOGIA

Para esta monografia, será utilizado o método exploratório. Pesquisando e aprofundando-se nos procedimentos técnicos a partir do estudo de publicações em meios virtuais e livros, revistas, artigos, dissertações e teses sobre o tema proposto, procedendo de uma abordagem dedutiva, onde parte-se de algo particular para uma questão mais ampla, ou seja, geral. Com a realização final dos ensaios de qualificação laboratorial dos blocos de concreto, conforme a norma NBR 16522:2016. A proposta de metodologia do trabalho será desenvolvida considerando as seguintes etapas gerais:

 Revisão bibliográfica.

 Coletar amostras de blocos estruturais de diversas empresas, com e sem selo de qualidade ABCP.

 Realizar os ensaios normativos.

 Elaborar planilha para resultados obtidos.

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Esta monografia tem como abordagem a pesquisa quantitativa, onde haverá os estudos em que os dados coletados da realidade estão em um formato numérico, com significados marcados pela expressão objetiva da análise dos próprios dados. A pesquisa quantitativa trabalha com amostras, que é o caso desta monografia, e também com amostragem, que vem a ser a técnica utilizada para obtenção de amostras representativas.

Segundo Moresi (2003, p.08), a pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classifica-las e analisa-las.

Quanto á natureza da pesquisa, vamos considerar ela básica, onde haverá estudos com foco na formulação de teoria para a compreensão dos fenômenos. Tem como objetivo gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência. De acordo com Cervo, Bervian (2002), o pesquisador busca satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento, e sua meta é saber.

Ao objetivo, esta monografia estará visando o tipo de pesquisa exploratória, onde pelo fato de não existir ainda muitas informações sobre o tema analisado, que é a comparação entre blocos estruturais sem selo e com selo de qualidade da ABCP. Temos como objetivo realizar a construção do levantamento bibliográfico sobre o tema.

Com principal finalidade de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisadas para estudos posteriores. Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com objetivo de proporcionar visão geral, do tipo aproximado, a cerda de determinado fato.

(GIL, 1999, p.43).

Quanto ao método, trata-se de um estudo de caso, que Segundo Yin (2005), o estudo de caso surge da necessidade de se compreender fenômenos, onde se permite uma investigação que preserva as características holísticas e significativas.

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.

(GIL, 1999, p.47).

Para Barros (2000, p.95), O estudo de caso se volta a coleta e o registro de informações sobre um ou vários casos particularizados, elaborando relatórios críticos organizados e avaliados, dando margem a decisões e intervenções sobre o objeto escolhido para a investigação.

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1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta monografia será organizada em cinco capítulos. Capitulo um, que será uma etapa introdutória, onde é realizada uma breve introdução, contextualização e apresentação do tema e problema de pesquisa, assim como a apresentação dos objetivos, justificativa, procedimentos metodológicos e descrição da estrutura do trabalho.

No capítulo dois são abordados conceitos importantes relacionados à alvenaria estrutural de blocos de concreto, como a história da utilização no mundo e no Brasil e elementos adicionais presentes no sistema construtivo, necessários para sua concepção, como argamassa de assentamento, armadura e graute. O capítulo três apresenta os tipos de blocos de concreto e suas especificações técnicas (dimensões, modelos e funções).

No capítulo quatro serão apresentados os resultados obtidos através de ensaios normatizados. No capitulo cinco são apresentadas as principais conclusões sobre o tema apresentado na presente monografia.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL

A alvenaria estrutural é um sistema que traz em seu conceito a utilização de peças industrializadas de peso e dimensões que as fazem de fácil manuseio, ligadas por argamassa, tornando o conjunto único. Este método construtivo é basicamente um processo no qual, as paredes são utilizadas simultaneamente em dois aspectos, na função de elementos de vedação e também como elementos resistentes á carga verticais e laterais. As cargas laterais são originadas a partir da ação do vento. As cargas Verticais são originadas através do peso próprio da estrutura e também das cargas de ocupação.

A utilização deste tipo de alvenaria nos permite obras de grande proporção ao que se refere à estrutura. Possibilita também construir prédios, hospitais, escolas e hotéis com agilidade, economia e qualidade.

O principal conceito da alvenaria estrutural é a transmissão de ações através de tensões de compressão. Porém, pode-se admitir a existência de tensões de tração. Entretanto, estas tensões devem se limitar a pontos isolados, caso contrário, tem-se uma estrutura tecnicamente viável, porém economicamente não viável.

(Ramalho e Corrêa, 2003, pg. 1).

A alvenaria estrutural é um método construtivo eficaz e rápido, mas que exige bastante na parte de elaboração de projetos, pois são necessários projetos especializados, elaborado por projetistas com conhecimento do sistema de alvenaria estrutural. “Como a resistência das paredes é essencial neste sistema, todos os outros projetos (arquitetônicos, hidráulicos, elétricos e outros) deverão ser elaborados e supervisionados em constante comunicação com o projetista estrutural”. (GUIMARÃES, 2014).Conforme a NBR 15961-1 (2011, pg. 2), a alvenaria estrutural pode ser dividida em:

 Elemento de alvenaria não armada – elemento de alvenaria no qual não a armadura dimensionada para resistir aos esforços solicitantes.

 Elemento de alvenaria armada – elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras passivas que são consideradas para resistir aos esforços solicitantes.

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 Elemento de alvenaria protendido – elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras ativas.

Entre o sistema construtivo em alvenaria estrutural, pode-se dizer que a alvenaria não armada de blocos vazados de concreto manifesta ser a mais promissora, pois proporciona economia, e também pelo o número de fornecedores presentes nos dias de hoje, tendo sua aplicação mais voltada para edificações residenciais de médio e baixo padrão. Os esforços atuantes em uma alvenaria estrutural são os esforços de compressão, flexão e cisalhamento conforme a figura 1.

Figura 1: Esforços solicitantes da alvenaria

Fonte: MOHAMAD, G. Analise de Alvenaria Estrutural, 2015.

Segundo Gihad Mohamad (2015, pag. 22), as paredes estão preponderantemente submetidas a esforços de compressão, devido ao peso próprio dos elementos e das cargas das lajes sustentadas pelas paredes. Outro esforço a ser considerado nos edifícios é o resultante das cargas de vento.

O vento origina forças horizontais, perpendiculares aos planos das paredes externas, ocasionando, nesses painéis, esforços de flexão. Esses esforços horizontais que atuam sobre as paredes externas são transmitidos pelas lajes, na forma de tensões de cisalhamento, as paredes internas transversais. Estas, sucessivamente, transmitem os esforços para os andares inferiores

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até chegarem as fundações do edifico. Consequentemente, haverá a necessidades que nos cálculos de prédios em alvenaria estrutural, devem-se admitir os esforços de cisalhamento, compressão e flexão aos quais os elementos da estrutura estarão submetidos.

2.2 HISTÓRICO DA ALVENARIA ESTRUTURAL

Quando se fala sobre a História da Alvenaria Estrutural, tivemos várias obras realizadas com a utilização de blocos de diversos materiais, como pedra, argila e outros.

Foram produzidas obras que desafiaram o tempo, chegando até os dias de hoje, como grandes

obras,com grande valor histórico para humanidade.

Tem-se como exemplos marcantes e pontuais a serem citados, a Catedral de Notre-Dame (França), o Parthenon (Grécia), o Coliseu (Itália) e a Muralha da China (China). Havia um problema na época, pois se compararmos atualmente, este sistema construtivo não era realizado como um procedimento de dimensionamento racional, ou seja, tratava-se de um sistema construtivo empírico, tendo como consequência o uso de estruturas muito robustas, com pesos elevados e havendo pouca economia.

De acordo com Oliveira, Bedin e Prudêncio (2002, pg. 9), a alvenaria perde seu conceito como estrutura no período do final do século XIX, com o surgimento das estruturas de aço e de concreto, com embasamento em teorias racionais de cálculo, proporcionando estruturas menos robustas, mais leves e mais arrojadas.

Após esse período a alvenaria passa a ser viável novamente, no momento que surgem teorias de cálculos para este sistema construtivo e a inovação sobre industrialização de blocos vazados de concreto, sendo assim possibilitando a utilização de estruturas mais leves e menos robustas.

Oliveira, Bedin e Prudêncio (2002, pg. 9) Por volta do ano de 1950, surge a alvenaria estrutural, com a descobertas de teorias de cálculos. A partir disso, em 1951 a construção de um edifício de 13 andares, com 41,4 metros de altura, respaldada pelo advento dos blocos de concreto (Inglaterra) e a produção dos blocos vazados de concreto em grande escala (Estados Unidos).

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2.3 ALVENARIA ESTRUTURAL NO BRASIL

O surgimento da técnica de construção sobre alvenaria no Brasil veio acontecer apenas no final da década de 1960, pois anteriormente não era considerada igual a utilizada atualmente, era conhecida como “alvenaria resistente”, ou seja, fruto apenas de conhecimento empírico, como consequência da inexistência de regulamentos que fixassem critérios de dimensionamento e segurança dos elementos estruturais, de forma a relacionar as diferentes tensões atuantes a resistência do elemento (MOHAMAD, 2015).

No Brasil o estado que liderou a implantação deste sistema construtivo foi São Paulo, no Conjunto Habitacional Central da Lapa, onde se localizou os primeiros edifícios construídos em alvenaria estrutural com blocos de concreto.

Segundo Oliveira, Bedin e Prudêncio (2002, pg. 10), “estima-se que tenham sido construídos no Brasil, entre 1964 e 1976, mais de dois milhões de unidades habitacionais em alvenaria estrutural”. Mesmo com todo esse avanço, este sistema construtivo ainda acaba sendo até hoje um pouco desconhecido da maioria dos profissionais da Engenharia Civil. Entretanto, existe uma crescente em relação à abertura de novas fabricas de materiais, alinhado a isso temos o surgimento de grupos de pesquisa sobre o tema, sendo assim a alvenaria estrutural passa novamente a ser difundida no Brasil, conquistando até os dias de hoje cada vez mais espaço no mercado da construção civil.

Oliveira, Bedin e Prudêncio (2002, pg. 11) citam que, “a alvenaria estrutural atinge seu apogeu no Brasil na década de 80, quando diversas construtoras e produtoras de blocos investiram nesta tecnologia para torná-la mais vantajosa”.

“Atualmente, no Brasil, o sistema construtivo em alvenaria estrutural tem experimentado um grande impulso. Devido a estabilização da economia, a concorrência tem feito com que o número crescente de empresas passe a se preocupar mais com os custos, acelerando as pesquisas e a utilização de novos materiais”.

(Ramalho e Corrêa, 2003, pg. 6).

2.4 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO

A argamassa de assentamento é um material composto por um ou mais aglomerantes, como cimento e cal, e por agregado miúdo, como areia, e uma quantidade de água suficiente para tornar a mistura plástica. Pode-se também utilizar argamassa industrializada, constituída de cimento, areia e aditivos plastificantes. (MOHAMAD, 2015).

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Ramalho e Corrêa (2003, pg. 8) citam que, “usualmente composta de areia, cimento, cal e água, a argamassa deve reunir boas características de trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade para o desempenho de suas funções”.

A argamassa tem como função ser o elemento de ligação entre as unidades de alvenaria, de forma a constituir um elemento monolítico. Dessa forma, com uma boa execução, as tensões aplicadas são transmitidas entre os blocos uniformemente, as deformações são absorvidas e as juntas são seladas, evitando a entrada de água. Além disso, com a união dos blocos, a argamassa deve ajudar a alvenaria a resistir a esforços laterais.

A NBR 15961 (2011, pg. 2), define argamassa de assentamento como “componente utilizado na ligação dos blocos”. Conforme figura 2, utilização da argamassa de assentamento na construção de Alvenaria estrutural.

Figura 2: Assentamento da Alvenaria.

Fonte: autores, 2019.

Para se alcançar um desempenho útil, a argamassa deve ter certas propriedades, como:

● Trabalhabilidade – distribui-se facilmente ao ser assentada, não agarra à ferramenta quando está sendo aplicada, não segrega ao ser transportado, não endurece em contato com superfícies absortivas e permanece plástica por tempo suficiente para que seja completada a operação.

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● Aderência – capacidade de absorver tensões tangenciais e normais à superfície de interface argamassa/base;

● Resistência mecânica – Quanto maior a resistência a compressão, maior a resistência aos outros esforços solicitantes.

● Elasticidade – capacidade de se deformar sem apresentar ruptura no regime elástico. ● Durabilidade – a partir da sua aplicação a argamassa pode ter a sua integridade

comprometida por diversos fatores: retração na secagem, penetração de água de chuva, temperaturas excessivamente baixas, choque térmico (incêndio).

As argamassas de assentamento utilizadas na alvenaria estrutural podem ser:

● Argamassa mista – são dosadas na obra (cimento + areia + cal + água), preparadas com betoneira. Conforme a figura 3, pode se ter uma melhor noção do método.

Figura 3: Argamassa mista.

Fonte: autores, 2019.

● Argamassa semi-pronta – são adquiridas já pré-dosadas (areia + cal), adicionado na obra o cimento e a água, preparadas com betoneira;

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● Argamassa industrializada semi-pronta – adquiridas ensacadas ou em granel, já pré dosadas (cimento + areia + cal), adicionado na obra a água, sendo substituído o emprego da betoneira por um misturador. Conforme a figura 4, tem se um exemplo dos tipos comercializados.

Figura 4: Argamassa industrializada semi-pronta.

Fonte: https://www.votorantimcimentos.com.br/produtos/argamassas-votomassa/votomassa-massa-pronta/

● Argamassa industrializada pronta – são entregues prontas (cimento + areia + cal + água), geralmente em baldes ou contêineres. Essa argamassa mantém-se plástica por um determinado período pré-estabelecido devido a adição de aditivos. O início da cura se dá após o contato da argamassa com o bloco, no seu assentamento. Este material é entregue na obra em um caminhão betoneira, conforme a figura 5.

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Figura 5: Argamassa estabilizada pronta.

Fonte: https://www.maxmohr.com.br/solution/argamassa-estabilizada/.

2.5 GRAUTE

Segundo Ramalho e Corrêa (2003, pg. 08), o graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e relativamente fluido, possivelmente necessário para o preenchimento dos vazios dos blocos. Sua utilização serve para provocar o aumento da área da seção transversal das unidades ou também possibilitar a solidarização dos blocos com eventuais armaduras posicionadas nos seus vazios.

Graute é definido como “componente utilizado para preenchimento de espaços vazios de blocos, com a finalidade de solidarizar armaduras à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente”.

(NBR 15961-1, 2011, pg. 2).

O graute não é um elemento que substitui pilares, ele é apenas um componente do sistema que serve para dar solidarização à estrutura, afirma Pastro (2007). O graute pode ser um composto de cimento, areia e pedrisco, possui alta fluidez com slump entre 20 e 28cm, e por isso alta relação entre água/cimento, podendo chegar até 0,9. Para garantir a fluidez e plasticidade do graute e também diminuir sua retração, é aconselhável a utilização de cal até o volume máximo de 10% do volume de cimento.

O graute pode ser preparado no próprio canteiro de obras ou industrializado. É recomendado utilizar o industrializado pois o controle tecnológico e de segurança utilizados durante a produção, garantem maior qualidade à mistura. Neste caso, basta adicionar a

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quantidade de água recomendada pelo fabricante ao composto e o graute terá uma consistência fluida adequada. (PEREIRA,Caio. 2018). Porém, Sánchez (2002, pg. 19) lembra que, deve-se procurar não confundir este graute para alvenaria com o graute industrializado, porque apesar de serem ótimos para o emprego em alvenaria estrutural, trata-se de um produto com funções especiais e seu uso desnecessário do ponto de vista econômico.

Se a opção for por realizar a mistura dos agregados na obra, o traço do graute deverá ser definido de acordo com a finalidade e a resistência necessária para a aplicação. (PEREIRA, Caio.2018).

Diferente da argamassa de assentamento, o graute garante resistência à compressão bem superior a resistência dos blocos. Segundo a NBR 15961-1 (2011, pg. 9), para alvenarias armadas o graute deve ter resistência característica mínima de 15 Mpa.

2.6 ARMADURAS

As armaduras da alvenaria estrutural são previstas para resistirem aos esforços de tração atuantes, como no concreto armado convencional ou de desaprumo. Estas tensões de tração surgem na alvenaria devida ao efeito do vento.

As armaduras são utilizadas verticalmente nos pontos estabelecidos pelo projeto estrutural e horizontalmente, em pontos que sofrem solicitações de cagas, como nas canaletas, vergas e contra-vergas, “elas são nada mais que peças como vigas que sofrem solicitações de cargas de compressão e de tração” (PASTRO, 2007), tendo que ser envolvidas por graute para que o trabalho conjunto com o restante dos componentes da alvenaria seja alcançado. Nas zonas de armação a resistência à compressão das paredes também fica maior devido à contribuição do aço.

Geralmente as armaduras construtivas verticais são colocadas em cada lado de qualquer abertura, nos cantos das paredes, nas extremidades livres, nos cruzamentos de paredes. (REBOREDO, 2013).

2.7 BLOCOS DE CONCRETO

O principal conceito estrutural ligado à utilização da alvenaria estrutural é a “transmissão de ações através de tensões de compressão. Esse é o conceito crucial a ser levado em conta quando se discute a alvenaria como processo construtivo para elaboração de estruturas”. (RAMALHO; CORRÊA, 2008).

(26)

Os blocos de concreto são unidades de alvenaria fabricadas a partir de uma mistura de cimento, agregados (areia e brita) e água. A mistura é introduzida em máquina de moldar, onde, através de pressão e vibração, se produz os blocos. Os processos de fabricação e cura dos blocos devem assegurar a obtenção de um concreto suficientemente compacto e homogêneo.

De acordo com a norma NBR 6136:2006, o bloco se define como um elemento de alvenaria cuja área liquida é igual ou inferior a 75% da área bruta. Os blocos de concreto são classificados pela NBR 6136:2016 “Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural” em classe A e B.

O bloco de Classe A aplica-se em alvenarias externas sem revestimento, devendo o bloco possuir resistência característica a compressão superior a 6 Mpa, além da capacidade de vedação. Enquanto o bloco de classe B aplicasse em alvenarias internas ou externas com revestimento devendo possuir resistência característica a compressão de no mínimo 4,5 Mpa. (Silvia Maria Baptista Kalil, 2007).

A norma NBR 6136:2016 define as características dos blocos de concreto utilizados na alvenaria estrutural, então os principais blocos com função estrutural comercializado

atualmente apresentam as seguintes dimensões conforme a figura 6:

Figura 6: Dimensões dos principais blocos comercializados.

(27)

2.8 MATERIAIS CONSTITUINTES

Para a produção de blocos de concreto utilizam-se alguns materiais comuns na construção civil, basicamente são: Cimento Portland, agregados graúdos e miúdos e água. Esses componentes são os mais comuns, porém é preciso atender requisitos específicos, podem-se adicionar materiais como minerais pigmentos e aditivos.

Segundo a NBR 6136:2006, o concreto deve ser constituído de cimento Portland, agregados e água. Para que o bloco de concreto seja conforme, no ponto de vista de qualidade, os materiais utilizados na sua produção precisam ser especificados e utilizados conforme suas propriedades. Os materiais de uso comum citados acima serão descritos juntamente com suas características e conceitos.

2.8.1 Cimento Portland

O cimento é um dos materiais mais utilizados na construção civil. Sua utilização é essencial em obras de pequeno e grande porte, visto que:

Cimento, na acepção geral da palavra, pode ser considerado todo o material com propriedades adesivas e coesivas capaz de unir fragmentos e minerais entre si de modo a formar um todo compacto “

(NEVILLE, 1997, p.23).

O cimento Portland é o material de construção de mais extenso uso no mundo. Apesar de sua invenção ter ocorrido a mais de um século e, em nosso País, sua efetiva produção ter-se iniciado a cerca de 75 anos, muitos são os que fazem uso dele sem conhecê-lo com maior rigor. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Guia básico de utilização do cimento Portland. 7.ed. são Paulo, 2002. 28p. (BT-106)).

Por definição, é um “aglomerante hidráulico resultante da mistura homogênea de clínquer Portland, gesso e adições normatizadas finamente moídas” (MARTINS et al., 2008).Aglomerante porque tem a propriedade de unir outros materiais. Hidráulico porque reage (hidrata) ao se misturar com água e depois de endurecido ganha características de rocha artificial, mantendo suas propriedades, principalmente se permanecer imerso em água por aproximadamente sete dias (MARTINS et al., 2008).

Diante de tais definições, é importante observar os aspectos físicos que influenciam na produção do bloco de concreto:

(28)

 Enrijecimento – perda de consistência da pasta plástica do cimento e esta associada ao fenômeno de perda de abatimento no concreto. (MEHTA e MONTEIRO, 1994).

 Pega – significa a solidificação da pasta plástica do cimento, ou seja, a mudança do estado fluido para um estado rígido. (MELO, 2000).

 Endurecimento – é o fenômeno de ganho de resistência com o tempo, ocorre durante a pega. (MELO, 2000).

2.8.2 Agregados

Entende-se por agregado o material granular, sem forma e volume definidos, de dimensões e propriedades adequadas para o uso em obras de engenharia. As propriedades dos agregados são fundamentais na produção de blocos de concreto, pois interferem na aderência com a pasta de cimento. Os agregados são classificados quanto à origem, massa unitária e dimensões das partículas, conforme figura 8. (Jose Américo Alves Salvador Filho, 2007).

Figura 7: Agregados.

Fonte: autores, 2019.

Os agregados para a indústria da construção civil são os insumos minerais mais consumidos no mundo. A ABNT NBR 7211 fixa as características exigíveis na recepção e produção de agregados, miúdos e graúdos, de origem natural, encontrados fragmentados ou resultantes da britagem de rochas. Dessa forma, define areia ou agregado miúdo como areia

(29)

de origem natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, ou a mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 0,075 mm. Define ainda agregado graúdo como pedregulho ou brita proveniente de rochas estáveis, ou a mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm (Fernando Mendes Valverde, 2001, p.2).

Segundo a NBR 6136, os agregados graúdos e miúdos devem estar de acordo com a ABNT NBR 7211:1983. Materiais como escórias de alto forno, cinzas volantes, argila expandida ou outros agregados leves não podem ser usados com a condição de que o produto final atenda aos requisitos físico-mecânicos, onde cita que os blocos vazados de concreto prescritos na NBR 6136:2006 devem atender aos limites de resistência, absorção e retração linear por secagem, estabelecidos no quadro a seguir. Recomenda-se que a dimensão máxima característica do agregado não ultrapasse a metade da menor espessura de parede do bloco.

Quadro 1 – Requisitos para a resistência característica á compressão, absorção.

Fonte: NBR 6136:2016.

2.8.3 Água

Conhecida como solvente universal, a água é fundamental na preparação do concreto para a fabricação do bloco. A correta dosagem do elemento interfere diretamente nas reações químicas da mistura e, consequentemente, nas características técnicas de resistência e durabilidade do bloco.

(30)

Para ser empregada no concreto, a água deve ser potável. “A presença de matéria orgânica prejudica a durabilidade”. De maneira geral, a água de abastecimento público atende aos critérios necessários.

(31)

3 ABCP (ASSOCIAÇÃO BASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND)

A ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) foi fundada em 1936 com o objetivo de promover estudos sobre o cimento e suas aplicações. É uma entidade sem fins lucrativos, mantida voluntariamente pela indústria brasileira do cimento, que compõe seu quadro de Associados. É reconhecida nacional e internacionalmente como centro de referência em tecnologia do cimento. Tem como missão:

 Consolidar e expandir o mercado de produtos e sistemas à base de cimento.

 Representar técnica e institucionalmente a indústria do cimento em: competitividade industrial, normalização, qualidade e meio ambiente.

 Prestar serviços tecnológicos de excelência.

 Organizar a informação técnica, difundir, transferir tecnologia e capacitar.

3.1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND NA ALVENARIA ESTRUTURAL

Com o intuito de contribuir para uma melhor qualidade para produtos de alvenaria de blocos de concreto e desestimular a presença, no mercado, de produtos que não possuem qualidade mínima, foi criado em 2001 o programa de selo da qualidade da ABCP, onde este dá suporte e fiscaliza, para que empresas produtoras desses materiais possuam uma qualidade aceitável para venda, certificando a conformidade dos produtos com as normas brasileiras, porém não discrimina as fabricas cujo produtos sejam irregulares.

A adesão do selo contribui para a imagem positiva do sistema construtivo da empresa, estimula a utilização do produto de acordo com as normas da ABNT, agrega valor aos produtos com qualidade, garante maior segurança na aquisição de produtos e trás melhorias na relação fornecedor/cliente. Um bloco bom, de qualidade comprovada, deve apresentar:

 Dimensões regulares;

(32)

 Grande durabilidade;

 Resistência adequada à sua aplicação.

Além disso o Selo da Qualidade ABCP pode ser utilizado como instrumento de marketing, na conscientização dos consumidores quanto às vantagens representadas pela utilização de produtos em conformidade com as especificações das normas nacionais. O selo da qualidade ABCP é obtido a partir de varias etapas de auditorias que verificam o controle de qualidade da produção ao produto final, que devem estar em conformidade com o “Regulamento de Obtenção e Uso”.

3.2 PROGRAMA SETORIAL DA QUALIDADE DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO COM FUNÇÃO ESTRUTURAL E PEÇAS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO

Tal documento tem como objetivo as condições técnicas e a divisão de responsabilidades do Programa Setorial da Qualidade de Blocos Vazados de Concreto com função estrutural. Assim são abordados os requisitos do Programa Setorial da Qualidade, informando a responsabilidade de cada uma das partes e as atividades de normalização e auditorias realizadas no âmbito do programa, resultando com avaliação da conformidade e os critérios de classificação das empresas, bem como relatórios elaborados.

3.2.1 Requisitos do programa setorial de qualidade

Os requisitos do Programa Setorial de Qualidade dependem dos documentos técnicos que são utilizados como base. Estes documentos são revisados anualmente, ou quando houver um fato relevante.

3.2.2 Objetivos da qualidade

a) Atingir e manter a qualidade dos produtos, segundo as especificações técnicas pertinentes, de forma a atender às necessidades dos usuários;

b) Prover de confiança os participantes do Programa de que a qualidade pretendida está sendo atingida e mantida;

(33)

c) Prover de confiança os compradores do produto de que a qualidade pretendida está sendo alcançada e mantida nos produto fornecidos;

d) Fornecer informações que permitam o efetivo combate a não-conformidade sistemática.

3.2.3 Responsabilidades das Empresas que fabricam os produtos alvo do Programa

As empresas que fabricam os produtos alvo são responsáveis por garantir a qualidade dos mesmos. Para isso, elas devem se comprometer, através de acordo, a cumprir algumas tarefas, onde são listadas abaixo tarefas voltadas a qualidade e produção do produto:

 Somente produzir e fornecer produtos alvos que atendem aos requisitos estabelecidos nas normas técnicas brasileiras e de referência do programa;

 Permitir as auditorias e coletas feitas pela ABCP;

 Obter qualificação para todos os produtos alvo por ela fabricados;

 Obter a qualificação para todas as unidades fabris vinculadas à empresa participante;  Se responsabilizar pelo envio a ABCP da(s) amostra(s) coletadas(s) em fábrica pelo

auditor.

3.2.4 Auditorias

A ABCP é responsável por realizar a auditoria nas fábricas participantes do programa. Estas auditorias são sempre realizadas com enfoque no processo produtivo e no produto final, ou seja, são verificadas as condições de fabricação e as características dos produtos alvo como produto final ao mercado consumidor. A periodicidade das auditorias é determinada pela ABCP, tendo em vista o histórico de resultados da empresa, suas ações corretivas, verificando-se a evolução, redução ou manutenção da qualidade dos produtos auditados.

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3.2.5 Amostragem

A ABCP pode realizar as amostragens nas fábricas dos participantes do programa e eventualmente, em revendas de materiais de construção ou canteiro de obra. Os procedimentos de coleta em fábrica, em revendas ou canteiro adotados pelo Programa Setorial de Qualidade estão detalhados no Regulamento do Selo de Qualidade da ABCP e nas normas técnicas referentes ao produto. Os resultados dos ensaios, realizados no Laboratório Institucional referem-se a amostras obtidas diretamente da produção ou estoque das empresas adquiridos da rede de revendedores de materiais de construção ou em canteiros de obras quando possível.

3.2.6 Avaliação de conformidade

Com base nos resultados do programa de auditorias é realizada, a cada trimeste, no âmbito do Programa Setorial de Qualidade, a avaliação da conformidade e a classificação das empresas seguindo os critérios descritos na sequência:

 Empresas Qualificadas ou Conformes: empresas que participam do Programa e que apresentam histórico de conformidade em todos os produtos produzidos, em relação aos requisitos especializados nas Normas Técnicas e de referência do Programa (Dimensional, resistência à compressão, absorção e marcação);

 Empresas Não-Qualificadas: empresas participantes do Programa Setorial da Qualidade cujos produtos produzidos, apresentaram reprovações eventuais em um ou mais requisitos analisados pelo programa, durante dois trimestres consecutivos, ou, que no período de análise;

 Empresas Não-Conformes: empresas que participam ou não do Programa e que possuem histórico de fabricação de produto alvo produzido, em não conformidade sistemática aos requisitos de desempenho estabelecidos nas Normas Brasileiras, regulamentações, legislações.

(35)

3.3 EQUIPAMENTOS E CALIBRAÇÕES

Para a realização dos ensaios descritos neste documento, foram utilizados equipamentos para pesagem, medição e aplicação de carga nas amostras. É obrigatório que tais equipamentos estejam calibrados, para que os resultados dos ensaios tenham precisão e conformidade. Essas calibrações são feitas por laboratórios de metrologia certificados e são executadas de acordo com o plano de qualidade da fabrica. É uma atividade recomendada e de grande importância para os laboratórios de ensaios de blocos de concreto, pois esse segmento utiliza seus instrumentos de uma maneira intensiva e também extensiva. A não calibração dos equipamentos podem causar pequenos erros, porem podem comprometer uma alta produção ou até resultar em consequências mais sérias, como não conformidade em seus produtos.

Com a realização da calibração de equipamentos, é possível ir além da certificação de que os processos estão sendo realizados da forma correta, pois também são adquiridas vantagens valiosas, dando resultados a curto e longo prazo. As figuras 9, 10 e 11, mostram os equipamentos sendo utilizados em laboratório.

Figura 8: Balança de pesagem.

.

(36)

Figura 9: Régua metálica.

Fonte: autores, 2019.

Figura 10: Prensa hidráulica.

(37)

4 ESTUDO DE CAMPO

4.1 COLETA DAS AMOSTRAS

Para realização dos ensaios foram coletados material de 4 empresas, sendo no total de 9 amostras de cada uma. Onde 6 amostras foram utilizadas para compressão e 3 para absorção e para aspecto visual e dimensional foi levado em consideração todas as amostras.

Empresa 1

Vendeu os blocos afirmando que sua resistência deveria ser superior ou igual a 4,5Mpa, mas que não tinha conhecimento sobre a qualidade da absorção do mesmo.

Empresa 2

Vendeu os blocos afirmando que sua resistência deveria ser superior ou igual a 4,5Mpa e que suas dimensões e absorção do mesmo estariam em conformidade.

Empresa 3

Vendeu os blocos afirmando que sua resistência deveria ser superior ou igual a 4,5Mpa e que suas dimensões e absorção do mesmo estariam em conformidade.

Empresa com Selo de Qualidade ABCP

Se tratando de uma empresa com selo de qualidade ABCP, levamos em consideração que todos os requisitos estariam em conformidade.

4.2 ENSAIOS

4.2.1 Aspecto Visual

Quanto ao aspecto visual, a norma NBR 6136:16 especifica no item 4.3.1 e 4.3.2 , Onde blocos devem ser fabricados e curados por processos que assegurem a obtenção de um concreto suficientemente homogêneo e compacto e que de maneira geral que os blocos devem ter arestas vivas e não devem apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento ou afetar a resistência e a durabilidade da construção, não sendo permitido qualquer

(38)

reparo que oculte defeitos eventualmente existente no bloco.

A inspeção visual permitiu verificar que todas as amostras analisadas estão em conformidades com as especificações, conforme figura 11 e 12, onde foram feitas inspeções individuais e no conjunto de amostras.

Figura 11- Inspeção visual das amostras.

Fonte: autores, 2019.

Figura 12: Inspeção visual individual das amostras

(39)

4.2.2 Dimensional

Quanto as dimensões, a NBR 6136/16 especifica no item 5.1 que as dimensões permitidas para os blocos de concreto, na situação em estudo, são de (140 ±2) mm para a largura, (190 ±3) mm para altura e (390 ±3) mm para o comprimento.

Antes de serem executados os ensaios de compressão e absorção foram utilizas seis amostras, de cada empresa, para o ensaio dimensional. Todas as amostras foram coletadas com a data de fabricação 11/03/2019. Utilizando uma régua metálica foram retiradas as dimensões da altura, largura e comprimento. As figuras 13 e 14 mostram as medições sendo executadas e os resultados sendo inseridos na planilha.

Figura 13: Ensaio dimensional das amostras.

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Figura 14: Registro dos dados do ensaio dimensional.

Fonte: autores, 2019.

4.2.2.1 Resultados

Os ensaios realizados permitiram verificar que as amostras analisadas da empresa 1, empresa 3 e a empresa com selo de qualidade da ABCP estão em conformidade com as especificações dimensionais, já a empresa 2 não está. Conforme o quadro 02, a empresa 02 possui uma amostra que ultrapassou o limite dimensional na altura, obtendo uma altura de 19,4cm.

(41)

Quadro 2 – Resultados Ensaio Dimensional

Fonte: autores, 2019.

4.2.3 Compressão

Este relatório apresenta os resultados dos ensaios de resistência à compressão, referente a um lote de amostras de blocos de concreto contendo 6 corpos-de-prova de cada empresa. Todas as amostras foram coletadas com a data de fabricação 11/03/2019 e foram ensaiadas no dia 08/04/2019, alcançando assim a idade necessária, de 28 dias, para os ensaios.

Antes de serem ensaiadas, todas as 6 amostras de cada empresa foram retificadas (figuras 15 e 16), tirando todas as imperfeições da parte inferior e superior do bloco, deixando a superfície totalmente lisa, conforme figura 17.

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Figura 15: Retifica das amostras para ensaio de compressão.

Fonte: autores, 2019.

Figura 16: Retifica das amostras.

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Figura 17: Amostra retificada para ensaio de compressão.

Fonte: autores, 2019.

Para blocos vazados de concreto classe B deve-se tomar como referencia o calculo da resistência a compressão característica estimada.

4.2.3.1 Resultado

Seguindo o ensaio de compressão, com as amostras da empresa 01, obtiveram-se os resultados conforme quadro 03. Analisando tais resultados observasse que a resistência característica do lote ensaiado não atinge a resistência declarada pelo fabricante, ficando com um valor bem abaixo do esperado (resistência declarada 4,5Mpa x resistência característica 3,15Mpa). Analisando os resultados isoladamente, observasse que apenas a amostra de número 6 alcançou a resistência declarada.

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Quadro 3 – Ensaio de compressão (Empresa 01)

Fonte: autores, 2019.

Seguindo o ensaio de compressão, com as amostras da empresa 02, obtiveram-se os resultados conforme quadro 04. Analisando tais resultados observasse que a resistência característica do lote ensaiado não atinge a resistência declarada pelo fabricante. Analisando os resultados isoladamente, observasse que todas as amostras alcançaram a resistência declarada.

Quadro 4 – Ensaio de compressão (Empresa 02)

(45)

Seguindo o ensaio de compressão, com as amostras da empresa 03, obtiveram-se os resultados conforme quadro 05. Analisando tais resultados observasse que a resistência característica do lote ensaiado não atinge a resistência declarada pelo fabricante, ficando também com um valor bem abaixo do esperado (resistência declarada 4,5Mpa x resistência característica 3,68Mpa). Analisando os resultados isoladamente, observasse que a amostra de número 3 não alcançou a resistência declarada.

Quadro 5 – Ensaio de compressão (Empresa 03)

Corpo-de- prova nº Massa quando recebido (g)

Dimensões médias das peças (mm) Área (mm²) Carga de ruptura (N) Resistência à compressão (MPa) Largura Comprimento Altura

1 12040 139 390 189 54210 351000 6,47 2 11855 140 389 187 54460 327500 6,01 3 11875 140 389 189 54460 225000 4,13 4 11895 140 390 189 54600 360400 6,60 5 11955 140 391 189 54740 389000 7,11 6 11880 140 390 188 54600 439500 8,05

Resistência média à compressão - fbm - (MPa) 6,40

Desvio padrão - s - (MPa) 1,31

Resistência característica à compressão - fbk - (MPa) 3,68

Inspeção Visual

Os blocos de concreto não apresentam defeitos que possam prejudicar o assentamento ou desempenho estrutural.

Fonte: autores, 2019.

Seguindo o ensaio de compressão, com as amostras da empresa com selo de qualidade ABCP, obtiveram-se os resultados conforme quadro 06. Analisando tais resultados observasse que a resistência característica do lote ensaiado atinge a resistência declarada pelo fabricante, sendo o único fabricante que teve os produtos conformes no ensaio de compressão. Analisando os resultados isoladamente, observasse que todas as amostras ultrapassaram a resistência declarada.

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Quadro 6 – Ensaio de compressão (Empresa com Selo de Qualidade) Corpo-de- prova nº Massa quando recebido (g)

Dimensões médias das peças (mm) Área (mm²) Carga de ruptura (N) Resistência à compressão (MPa) Largura Comprimento Altura

1 11770 140 390 192 54600 380000 6,96 2 12020 141 390 191 54990 346800 6,31 3 11730 141 390 191 54990 327000 5,95 4 11665 140 390 192 54600 351000 6,43 5 11630 141 390 191 54990 327300 5,95 6 11935 141 390 191 54990 260000 4,73

Resistência média à compressão - fbm - (MPa) 6,05

Desvio padrão - s - (MPa) 0,75

Resistência característica à compressão - fbk - (MPa) 4,72

Inspeção Visual

Os blocos de concreto não apresentam defeitos que possam prejudicar o assentamento ou desempenho estrutural.

Fonte: autores, 2019.

As figuras 18 e 19 mostram a execução do ensaio de compressão e o resultado após o rompimento do corpo de prova.

Figura 18: Ensaio de compressão.

(47)

Figura 19: Amostra após o rompimento.

Fonte: autores, 2019.

Com os resultados obtidos, é correto afirma de acordo com a NBR 6136/16 que a única amostra que atende ás especificações de resistência para blocos de classe B foi a Empresa com selo de Qualidade ABCP.

4.2.3.2 Formulário utilizado:

fbk = resistência característica à compressão, em MPa e é obtido pela expressão:

Equação 01 -

𝑓𝑏𝑘 = 2 𝑓𝑏 1 +𝑓𝑏 2 +⋯𝑓𝑏 𝑖−1 𝑖−1 -fbi

(48)

fb(1),fb(2),...,fbi =são os valores de resistência a compressão individual dos corpos de prova da

amostra, ordenados crescentemente;

n = é igual á quantidade de blocos ensaiada

sd = desvio padrão da amostra em MPa, dado pela expressão:

i = n / 2

Fbk não pode ser menor que Fb(1) x 0,89

4.2.4 Determinação da absorção de água e da área líquida

A NBR 6136/2016 especifica no item 5.3, tabela 3 os requisitos para os valores de absorção dos blocos de concreto, levando em consideração o tipo de agregado e a classe dos blocos ensaiados. O ensaio de absorção conta com dois pontos importantes, a preparação das amostras submersas, onde é utilizado um tanque, ou caixa d agua conforme figura 20. Outro ponto é o processo de secagem das amostras em estufa conforme figura 21.

Figura 20: Amostras submersas para ensaio de absorção.

Fonte: autores, 2019

𝑠 = 𝑓𝑏 − 𝑓𝑏𝑖 2

(49)

Figura 21: Estufa utilizada para o ensaio de absorção.

Fonte: autores, 2019.

Seguindo o ensaio de absorção, com as amostras da empresa 01, obtiveram-se os resultados conforme quadro 07. Analisando tais resultados observa-se que a absorção do lote ensaiado não está em conformidade com as especificações normativas, tanto individualmente quanto na média. Sendo assim o lote ensaiado está reprovada neste parâmetro.

Quadro 7: Ensaio de absorção (Empresa 01).

Fonte: autores, 2019.

Seguindo o ensaio de absorção, com as amostras da empresa 02, obtiveram-se os resultados conforme quadro 08. Analisando tais resultados observa-se que a absorção do lote

(50)

ensaiado está em conformidade com as especificações normativas, individualmente e também na absorção média. Sendo assim o lote ensaiado está aprovado neste parâmetro.

Quadro 8: Ensaio de absorção (Empresa 02).

Fonte: autores, 2019.

Seguindo o ensaio de absorção, com as amostras da empresa 03, obtiveram-se os resultados conforme quadro 09. Analisando tais resultados observa-se que a absorção do lote ensaiado está em conformidade com as especificações normativas, individualmente e também na absorção média. Sendo assim o lote ensaiado está aprovado neste parâmetro.

Quadro 9: Ensaio de absorção (Empresa 03).

Fonte: autores, 2019.

Seguindo o ensaio de absorção, com as amostras da empresa com o selo de qualidade ABCP, obtiveram-se os resultados conforme quadro 10. Analisando tais resultados observa-se que a absorção do lote ensaiado está em conformidade com as especificações normativas, individualmente e também na absorção média. Sendo assim o lote ensaiado está aprovado neste parâmetro.

(51)

Quadro 10: Ensaio de absorção (Empresa com selo de qualidade ABCP).

Fonte: autores, 2019.

Os ensaios realizados permitiram verificar que a amostra da empresa 1 analisada não está em conformidade com as especificações de absorção.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado durante o estudo para o desenvolvimento desta monografia, a alvenaria estrutural com blocos de concreto está crescendo com facilidade e rapidez, por ser um sistema construtivo pratico e rápido, reduzindo assim o tempo de execução da obra e também por diminuir desperdícios, sendo assim, elevando a qualidade final das edificações.

Neste sistema construtivo, pelo fato de a alvenaria desempenhar função estrutural, é de suma importância que haja um controle dos materiais empregados na edificação, para que os mesmos atendam as especificações das normas brasileiras (ABNT).

Analisando as amostras de blocos de concreto de fabricantes da região, pode-se entender com clareza que, apesar de ser um produto com grande utilização na região, alguns fabricantes não oferecem produtos que atendam aos requisitos normativos. De acordo com os ensaios realizados, foram obtidos resultados que nos comprovaram tal situação. A empresa 01 estava em não conformidade no ensaio de resistência à compressão e no ensaio de absorção, tanto individual quanto na absorção média. A empresa 02 estava em não conformidade no ensaio de resistência à compressão. A empresa 03 estava em não conformidade no ensaio de resistência à compressão. E a empresa com selo de qualidade, como esperado, atendeu a todos os requisitos ensaiados.

Analisando os resultados dos ensaios, confirmamos que nem sempre o mercado oferece a garantia de um produto de qualidade. As empresas 01, 02 e 03 não possuem controle de qualidade do seu material, inserindo no mercado um produto que pode causar transtornos ao cliente final, que muitas vezes se preocupa com o custo e não observa a importância da qualidade destes materiais.

Desta forma pode-se concluir que, na hora da compra dos produtos, a presença do Selo de Qualidade, desenvolvido pela ABCP para assegurar o cumprimento dos procedimentos determinados pela ABNT – NBR 6136, atesta que os blocos de concreto foram fabricados em conformidade com as normas brasileiras. Para o consumidor, o selo é uma garantia de produto de qualidade.

Tal estudo executado contribuiu para que fosse tirada a prova real de que, apesar de ser um processo burocrático, e necessitar de um intenso trabalho de verificações, os produtos que estão presentes no mercado, que possuem o selo de qualidade da ABCP, estão acima dos produtos que não possuem, no quesito qualidade.

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5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestão pra futuros trabalhos, pode se citar:

 Verificação de qualidade dos blocos de concreto para vedação;

 Verificação de patologias causadas pelo uso de matérias em não conformidade;

 Comparação de custos de uma obra feita com alvenaria convencional e alvenaria estrutural;

 Quais variáveis podem afetar a qualidade do bloco de concreto para alvenaria estrutural?

 Implantação do selo de qualidade ABCP em industrias de artefatos e cimento.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Agregado para concreto. ABNT NBR 7211, Rio de Janeiro 1983.5p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Blocos de concreto – parte1: Projeto. ABNT NBR 15961- 1, Rio de Janeiro 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Métodos de ensaio. ABNT NBR 12118, Rio de Janeiro 2013. 20p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Blocos vazados de concreto – Requisitos. ABNT NBR 6136, Rio de Janeiro 2016. 17p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND Guia básico de utilização de cimento Portland. 7. Ed. São Paulo, 2002. 28p.

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Referências

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