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1º DESAFIO PARA O AGRONEGÓCIO DO LEITE

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Academic year: 2021

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Proposta de parceria

1º DESAFIO PARA O AGRONEGÓCIO DO LEITE

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1. Motivação

Com faturamento próximo aos R$ 60 bilhões em 2015, resultante de um crescimento de 78% desde 2010, o setor de laticínios é o segundo na indústria de alimentos, atrás apenas do setor de derivados de carne. É uma posição de destaque, já que hoje o país é um dos principais players nos setores de carne bovina, de frango e suína. Representa, portanto, mais de 10% dos R$ 562 bilhões de faturamento de uma indústria que participa com quase 10% do PIB. Em termos comparativos, o montante é similar ao faturado pela indústria farmacêutica.

O setor lácteo também se destaca expressivamente por sua importância social. Estima-se que 4 milhões de trabalhadores atuem nas diferentes etapas da cadeia produtiva do leite. A grande maioria, no setor produtivo. São cerca de 1 milhão de produtores, espalhados em mais de cinco mil municípios no país. No ano de 2015, esse segmento gerou valor bruto da produção de R$ 33 bilhões.

De forma geral, contudo, a eficiência desse segmento ainda é baixa. A produtividade média no Brasil é de 1.525 litros por vaca, com pico regional de 3.034 litros no Rio Grande do Sul. Há, portanto, um caminho a percorrer em busca de maior competitividade, que fica claro quando se observam as produtividades em países como os Estados Unidos, a Alemanha e a Nova Zelândia: 9.902, 7.293 e 3.947 litros por vaca, respectivamente. Os avanços recentes da cadeia mostram que o caminho para elevar a competitividade já começou a ser trilhado. Seguindo uma tendência mundial, as propriedades leiteiras no Brasil estão ficando mais produtivas e o número de propriedades está decrescendo. Entre os anos 2004 e 2014, a produção cresceu 50%, chegando a 35,174 bilhões de litros. Tal aumento foi alcançado com crescimento expressivamente inferior ao do rebanho bovino, de aproximadamente 4%.

A cadeia produtiva do leite é longa, complexa e está em profunda transformação. Envolve os segmentos de insumos agropecuários; produção na fazenda; logística de captação e de distribuição; a indústria de laticínios; e os mercados e consumidores. Esse encadeamento de elos produz mais de 100 derivados lácteos, como queijos e iogurtes, além de aproximadamente 90 produtos que possuem leite em sua composição, tais como xampus e sorvetes. A interligação entre os segmentos traz consigo a ideia de que a geração de valor em um deles tem o potencial de gerar ganhos para toda a cadeia. Porém, o nível de otimização dos processos ainda é baixo. Há gargalos e desafios tecnológicos e gerenciais em todos os elos da cadeia. Há incontáveis processos a se otimizar, muitos problemas a se solucionar e conexões importantes a se estabelecer entre os diferentes atores.

O crescimento do setor e suas perspectivas tornam o presente momento ideal para investir em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Tal constatação é fortalecida por se tratar de um setor ainda não explorado pelos empreendedores, que querem gerar negócios a partir de software web, aplicativo mobile e/ou solução de hardware. As possibilidades de ganhos a partir da resolução de problemas dos diferentes segmentos podem ser vislumbradas ao longo de todos os elos da cadeia.

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É nesse contexto que será realizado o 1º Desafio de Startups para o Agronegócio do Leite — Ideas for Milk. A iniciativa se dá no momento em que o processo de inovação está se reinventando para fazer frente ao ambiente cada dia mais complexo e de mudanças rápidas. Hoje, a inovação se baseia no compartilhamento de informações, na integração de competências de diferentes instituições e no uso amplo de TICs. Por isso, os realizadores do Desafio reconhecem a necessidade de trabalhar em parceria com as Universidades, que desempenham papel de destaque na condução dos processos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, bem como na formação de pessoas que atuarão nesse novo ambiente.

2. O projeto 2.1. O que é

O Ideas for Milk é o primeiro desafio de startups para o agronegócio do leite no Brasil, correalizado pela Embrapa, a Litteris Consulting, a Qranio e a Carrusca Consulting. Dentre as unidades da Embrapa, fazem parte do esforço a Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora – MG), a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas – SP), a Embrapa Instrumentação (São Carlos - SP) e o Departamento de Tecnologia da Informação (Brasília - DF).

Podem participar do evento equipes com propostas inovadoras ou startups já constituídas. Serão aceitos os projetos que propuserem inovações em modelos de negócio, produtos, processos, serviços e tecnologias. Os inscritos deverão entregar projetos de software web, aplicativos mobile e/ou soluções de hardware, como dispositivos para internet das coisas (IoT). A iniciativa busca equipes com interesse em gerar negócios lucrativos, sempre com foco em soluções para aumentar a eficiência de um ou mais segmentos da cadeia produtiva do leite no Brasil.

Será, portanto, uma iniciativa voltada para buscar soluções de TICs para a cadeia produtiva do leite, na qual estarão envolvidos atores do meio acadêmico, pesquisadores, empreendedores, investidores, empresas de Tecnologia da Informação e empresas privadas da cadeia do leite.

2.2. Objetivos

Em 2015, apenas 80 startups estabelecidas no Brasil ou 2% do total eram ligadas ao agronegócio, setor que representou 23% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional no ano. A maioria dessas startups tem foco nas cadeias produtivas de grãos, sendo o agronegócio do leite uma cadeia ainda não captada pelo radar de empreendedores e investidores de soluções em TIC.

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O Ideas for Milk tem como objetivo identificar, dar destaque a empreendedores e colaborar para que suas ideias inovadoras se tornem negócios lucrativos e que solucionem problemas da sociedade. Como consequência, deverá estimular a criação ou contribuir para o desenvolvimento dos ecossistemas locais de inovação. O evento, em linha com a atuação da Embrapa, tem foco na inovação tecnológica para a cadeia do agronegócio do leite.

2.3. Etapas do desafio de startups

A iniciativa consiste em três fases. Na primeira, as equipes/startups se inscrevem e apresentam o detalhamento do projeto de software web, aplicativo mobile e/ou solução de hardware que estão propondo. A segunda fase, o desafio das startups, será composta de oito Finais Locais, nas quais apenas as equipes/startups selecionadas dentre as inscritas na primeira fase competirão entre si. Por fim, a terceira fase, denominada solução para o agronegócio do leite, será a final nacional, quando as equipes/startups vencedoras de cada uma das Finais Locais apresentarão seu projeto para escolha e premiação da melhor proposta de solução.

Após a primeira avaliação das ideias inscritas, até 40 projetos seguem para as oito finais locais, que serão realizadas dentro de universidades que são referência em agropecuária. Apenas oito projetos, um de cada Final Local, irão para a Final Nacional. O cronograma das atividades está no Quadro 1.

Quadro 1 – Cronograma das atividades do Ideas for Milk

Atividade Período

Apresentações do desafio em 8 cidades 25/07 a 10/09

Inscrições 1º/08 a 12/10

Divulgação dos projetos selecionados para as Finais Locais 03/11

8 Finais Locais, realizadas dentro das universidades 17 a 30/11

Final Nacional do desafio de startups 14/12

2.4. Parcerias

Considerando o propósito de colaborar para que ideias inovadoras se tornem negócios efetivos, gerando soluções para os problemas da cadeia produtiva do leite e estimulando o desenvolvimento de ecossistemas locais, o Ideas for Milk será realizado por uma rede de parceiros, com diferentes propósitos e missões.

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O primeiro time de parceiros, já constituído, é formado por universidades reconhecidas como referência em ciências agrárias e tecnologia da informação. Vinculados a essas instituições e com papel relevante no desenvolvimento dos ecossistemas locais, estão as aceleradoras e incubadoras de startups, as empresas juniores, o corpo docente e técnico e os próprios estudantes interessados em gerar novos negócios. Tais instituições, listadas a seguir, estão localizadas em oito cidades, que serão as sedes das Finais Locais.

1. Universidade de São Paulo – São Carlos (USP-São Carlos) 2. Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)

3. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

4. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / USP (Esalq/USP) 5. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

6. Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) 7. Universidade Federal de Viçosa (UFV) 8. Universidade Federal de Lavras (UFLA)

9. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) 10. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

As empresas de produtos e serviços de TICs formam o segundo grupo de parceiros, com capacidade de fornecer insumos para o desenvolvimento de startups, como plataformas informatizadas e mentoria técnica. Por outro lado, se beneficiam do contato com os empreendedores, com a possibilidade de novos negócios e de ingressar no nicho de mercado do agronegócio do leite.

O Ideas for Milk se completa com a parceria de organismos ligados ao agronegócio do leite, diretamente interessados nas soluções que a iniciativa irá gerar, e instituições públicas que têm a missão de desenvolver um segmento específico ou a cadeia produtiva do leite como um todo, sendo o projeto uma oportunidade de alavancar resultados concretos.

3. Resultados Esperados

A realização do evento propiciará a reunião de empreendedores, ideias, investidores, aceleradoras e demandas do mercado lácteo em torno de projetos inovadores. A cadeia produtiva do leite pode ser vista como um dos principais beneficiários da iniciativa. O Desafio estimulará a inovação e o empreendedorismo voltados ao agronegócio do leite, o que pode resultar em maior eficiência e competitividade. Além disso, o surgimento de soluções de TIC para a cadeia tende a despertar outras transformações no setor.

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Os realizadores e os parceiros se tornam precursores de um mercado com alto potencial de geração de negócios lucrativos, com impacto na geração de renda e empregabilidade. Terão a oportunidade de associar sua imagem a um novo nicho e fortalecê-la diante do público mais jovem e empreendedor. Poderão se aproximar dos empreendedores e participar ativamente dos processos de inovação que surgem no novo contexto de instabilidade e mudanças rápidas. É uma importante oportunidade de fazer parte de novas redes de inovação ligadas às TICs.

Os concorrentes têm oportunidade de adquirir aprendizados sobre o processo de inovação e a cadeia produtiva do leite. Não apenas a equipe/startup vencedora do Ideas for Milk, como também outras competidoras, ampliam a chance de ver sua startup alavancada e com maiores chances de se estabelecer no mercado.

4. Considerações Finais

A Embrapa, a Litteris Consulting, a Qranio e a Carrusca Consulting enxergam na iniciativa uma oportunidade para desenvolver um novo mercado, que associa o conhecimento disponível em instituições de pesquisa e ensino e, também, o conhecimento prático às tecnologias da informação e comunicação. E isso será feito em torno de problemas reais da cadeia do leite.

Além disso, veem na iniciativa a capacidade de difundir uma nova visão sobre a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação no agronegócio do leite, com destaque para as formas de disponibilizar conhecimentos e tecnologias para os usuários finais e de estabelecer novas conexões entre os diferentes atores. A transformação da cultura de PD&I deverá perpassar estudantes, docentes, pesquisadores, profissionais, extensionistas rurais, empresários e investidores. O surgimento e o crescimento de ecossistemas de inovação pautados em cultura colaborativa, empreendedora e inovadora têm grande potencial de contribuir para essa transformação. Os movimentos em curso no país e no exterior mostram que esse caminho é imprescindível na busca de desenvolvimento econômico e ganhos de competitividade no contexto de mudanças rápidas, instabilidade e ampla disponibilidade de informações.

Em sua primeira edição, o Ideas for Milk concentra esforços em três estados: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, por se tratarem de economias com destacada importância para a cadeia produtiva do leite. Sendo a Fapesp uma das principais agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica do país, os organizadores veem uma ligação forte dos seus objetivos e de suas linhas de atuação com os resultados esperados da iniciativa. Investir na formação e no desenvolvimento de ecossistemas de inovação com foco na cadeia produtiva do leite tem potencial de gerar impacto positivo no agronegócio e na cultura de PD&I, bem como impactos econômicos e sociais nas localidades onde esses ecossistemas se estabelecerão.

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