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AVALIAÇÃO DAS 120 UNIDADES HABITACIONAIS POPULARES DA QUADRA 408 NORTE EM PALMAS/TO

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Academic year: 2021

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

AVALIAÇÃO DAS 120 UNIDADES HABITACIONAIS POPULARES DA

QUADRA 408 NORTE EM PALMAS/TO

NOME DOS AUTORES:

Rita Siqueira Campos Lourenço1; Prof. Dra. Arq. Mariela Cristina Ayres de Oliveira 2.

1

Aluno do Curso de Arquitetura e Urbanismo; Campus de Palmas; lourenco.rita@uol.com.br “PIVIC/UFT”

2

Orientador(a) do Curso de Arquitetura e Urbanismo; Campus de Palmas; mariela@mail.uft.edu.br:

RESUMO

A importância do levantamento de dados sobre conforto térmico em habitação de interesse social é identificar a qualidade de vida que essas casas irão oferecer, sabendo que a população de baixa renda não possui fundos para manter aparelhagens condicionadoras de ar, e que o organismo humano é vulnerável à temperaturas altas que levam à fadiga e a queda de rendimento das atividades, podendo, a longo prazo, causar algum tipo de dano físico (tontura, desmaio, etc.). A notoriedade dessa situação se intensifica ainda mais quando se confirma o fato de que o município de Palmas – TO é uma das cidades mais quentes do país, chegando a registrar, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a marca de 41,9ºC em setembro de 2013. Este relatório visa analisar e caracterizar a construção das 120 unidades habitacionais de interesse social, localizadas na quadra 408 Norte, na cidade de Palmas, mantendo em foco o estudo da qualidade do conforto térmico desses apartamentos e um levantamento geral de dados para aprendizado sobre habitação popular. Esse condomínio estudado faz parte do conjunto de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), administrado pelo Ministério das Cidades juntamente com a Caixa Econômica Federal (CEF), do ano de 2009. Porém, desde 2013 a obra encontra-se paralisada. O conteúdo deste relatório foi elaborado através de consulta a bibliografia indicada, operação de cálculos dos índices de conforto térmico e comparação dos mesmos com os índices constados nas NBR’s que abrangem este tema, como a ABNT NBR 15220 e NBR 15575.

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

INTRODUÇÃO

O objeto de pesquisa desse trabalho são as 120 unidades de moradia de interesse social da quadra 408 Norte de Palmas – TO e a qualidade de conforto térmico que elas irão proporcionar para seus futuros habitantes.

O conforto térmico é obtido sempre que se consegue manter um equilíbrio entre as necessidades do corpo em cada atividade e a oferta climática do entorno (PROCEL, 2011).

Há vários tipos de cálculos de previsão do desempenho térmico, podem ser citados os de Mahoney , de Nessi e Nissole e o do CSTB . Considera-se o do CSTB o mais adequado, pois ele se baseia em dados climáticos disponíveis de levantamentos reais e numa abordagem acessível no que tange às características dos materiais (FROTA, 2001). Neste trabalho foi utilizado o método CSTB.

A importância dessa análise técnica se dá devido a recorrente crítica às construções de habitações sociais modulares do século XX em diante, construídas sem muitos critérios a respeito de sua salubridade e qualidade de conforto térmico. Ainda mais quando localizadas em uma das cidades mais quentes do país, Palmas/TO, que registrou em setembro de 2013, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a marca de 41,9ºC.

As informações contidas nesse relatório foram obtidas através de consultas bibliográficas e interpretação de duas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e cálculos matemáticos dos índices de conforto térmico (CSTB) propostos no livro de Anésia Frota e Sueli Schiffer, o Manual de Conforto Térmico (2001).

O percurso desta pesquisa até a sua conclusão se estabeleceu de uma forma didática, sempre conceituando termos e ideias antes do seu desenvolvimento.

Este método de estudo foi escolhido em virtude do próprio motivo de existência desse projeto: ser uma pesquisa de extensão do aprendizado dos conteúdos vistos ao decorrer do processo de graduação em Arquitetura e Urbanismo e um início dentro da carreira acadêmica científica.

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento dos dados pertinentes ao projeto se deu através do projeto arquitetônico original do condomínio de apartamentos cedido pelo próprio projetista, o Arquiteto Luíz Gomes Júnior e também docente na Universidade Federal do Tocantins. As normas brasileiras consultadas foram a NBR 15575/2013 (Desempenho de Edificações Habitacionais) e a NBR 15220/2003 (Desempenho Térmico de Edificações).

O aparato teórico para o levantamento de informações sobre a Política Brasileira de Habitação Popular foi principalmente retirada de livros dos teóricos Pablo Benetti, 2012, Sérgio Azevedo, 2007, e Adauto Cardoso, 2013. Também foi utilizada como referência a pesquisa de mestrado, de 2011, de Jobair Assis Rangel da Universidade Vale do Paraíba.

As informações técnicas para obtenção dos índices de conforto térmico aqui estudados e conceitos foram retirados do livro de Anésia Frota e Sueli Schiffer, o Manual de Conforto Térmico, publicado pela Editora Studio Nobel, em 2001.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através do passo-a-passo do item 5.3.4 do livro Manual de Conforto Térmico foi feito todo o cálculo do método CSTB descrito nessa tabela abaixo:

Tabela 1 - Tabela de temperaturas resultantes do método CSTB.

Temperaturas Levantadas – Palmas/TO* LEGENDA:

Ts: Média das máximas anuais do mês mais quente

Td: Média das máximas diárias do mês mais quente

ts: Média das mínimas anuais do mês mais quente

td: Média das mínimas diárias do mês mais quente

UR: Umidade Relativa

Temax: Temperatura externa máxima Temin: Temperatura externa mínima te: Temperatura externa efetiva Timax: Temperatura interna máxima

Ts 34,8 ºC

Td 31,3 ºC

ts 20,3 ºC

td 21,5 ºC

UR 84%

*Fonte: Prof. Dr. Arq. Mariela Oliveira ÍNDICES DE TEMPERATURA EXTERNA

Temax 33,05 ºC

Temin 20,90 ºC

te 26,98 ºC

‘ÍNDICES DE TEMPERATURA INTERNA

Timax 35,82 ºC

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

[...] localidades onde o valor da temperatura externa média já é superior ao limite do conforto humano, ou seja, 28°C, não é possível garantir, internamente às construções, temperaturas dentro da faixa de conforto apenas utilizando-se recursos naturais. (FROTA, 2001, p.146)

Levando em conta esse trecho do livro Manual de Conforto Térmico, pode-se definir que o ambiente em questão está fora da zona de conforto higrotérmico e pode-se faz necessário remediações para não prejudicar a qualidade de vida dos moradores. Podemos citar as seguintes formas de amenizar o clima quente:

• Utilização de ventiladores; • Utilização de ar condicionado;

• Adicionar algum revestimento termo-isolante às paredes;

• Cobrir as janelas com material termo-isolante para evitar a radiação solar direta. Pode-se dizer que, as considerações finais a serem expostas neste relatório se constituem em uma lista de dificuldades e curiosidades encontradas no percurso da pesquisa, que estão pontuadas a seguir:

• Há muita divergência entre a relação de dados técnicos dos materiais apontados pelas normas e outros livros de referência, como o Livro Selo Casa Azul e O Manual de Conforto Térmico. Isso gerou muitas dúvidas quanto à veracidade dos dados encontrados nas normas e nesses outros materiais, deixando a questão de que não se sabe qual fonte é a mais adequada.

• Realmente é um fato curioso que os materiais de envoltória utilizados na obra tenham atingido o mínimo de adequação para obtenção de conforto térmico na zona bioclimática 7. Tendo em vista que os cálculos de temperaturas avaliaram o ambiente interno como totalmente fora da zona de conforto.

• É notável a falta de conhecimento que os órgão públicos tem sobre as suas próprias obras no município de Palmas. Apesar de diversas tentativas, foi impossível encontrar junto a esses órgãos qualquer relação completa de obras de interesse social executadas em Palmas.

• Outro ponto a ser levantado aqui é um relato de que há algo duvidoso na implantação da obra estudada, uma vez que o arquiteto responsável não tinha ciência de que seu projeto havia sido alterado sem sua consulta prévia. Será que isso é um fato esporádico ou cotidiano no ramo das habitações sociais? Quem se responsabiliza por possíveis erros gerados nessas alterações?

Todos esses são fatos a serem mitigados em pesquisas direcionadas, por se tratarem de temas amplos e com muito a ser discutido.

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

Conclui-se que a obra das 120 unidades habitacionais da quadra 408 Norte em Palmas – TO não possuem condições térmicas favoráveis para moradia sem acondicionamento do ar.

Também pôde-se concluir que há muito ainda o que se estudar e investir no ramo de projeto e execução de habitações populares voltadas para municípios como Palmas, que possuem uma alta temperatura externa e uma população de pouco recurso financeiro.

Sugere-se aqui que seja adotado algum tipo de material de melhor qualidade térmica voltada às regiões quentes, que possuam uma boa resistência térmica, como, por exemplo, o Poliestireno Expandido (“Isopor”), as paredes duplas de alvenaria cerâmica, as telhas termoacústicas, entre outros

LITERATURA CITADA

CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Desempenho de edificações

habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013.

Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013.

BENETII, Pablo. Habitação Social e Cidade: Desafios para o ensino de projeto. Rio de Janeiro: Rio Book’s, 2012.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF). Selo Casa Azul: Boas práticas para habitação

mais sustentável / coordenadores Vanderley Moacyr John, Racine Tadeu Araújo Prado. São

Paulo: Páginas & Letras - Editora e Gráfica, 2010.

CARDOSO, Adauto Lucio. COLEÇÃO HABITARE. Habitação social nas metrópoles

brasileiras: uma avaliação das políticas habitacionais em Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo no final do século XX / Organizador Adauto

Lucio Cardoso. — Porto Alegre: ANTAC, 2007.

FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli. Manual de Conforto Térmico. Anésia Barros Frota, Sueli Ramos Schiffer. São Paulo: Studio Nobel, 2001.

RANGEL, Jobair Assis. O programa “Minha Casa Minha Vida” e seus desdobramentos no

Local: Um Estudo da Pequena Cidade de Ponta de Pedras, Pará. Dissertação de mestrado

da Universidade do Vale do Paraíba. São José dos Campos, 2011.

AZEVEDO, Sérgio. Desafios da Habitação Popular no Brasil: políticas recentes e

tendências / COLEÇÃO HABITARE. Porto Alegre: ANTAC, 2007.

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, à minha professora orientadora Prof. Dra. Arq. Mariela Cristina Ayres de Oliveira, que, junto com a Universidade Federal do Tocantins, me deu a oportunidade de conhecer o meio da pesquisa acadêmica.

Agradeço também aos meus familiares, amigos e namorado que me apoiaram nos momentos de preocupação e entusiasmo ao decorrer do desenvolvimento deste trabalho.

Referências

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