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INDICADORES DE SUCESSO DO CONTRA-ATAQUE EM ANDEBOL. ESTUDO DO CAMPEONATO DA EUROPA DE 2002, COM RECURSO À ANÁLISE SEQUENCIAL

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INDICADORES DE SUCESSO DO CONTRA-ATAQUE EM ANDEBOL. ESTUDO DO CAMPEONATO DA EUROPA DE 2002, COM RECURSO À ANÁLISE SEQUENCIAL

J. Prudente (1); J. Garganta (2) ; M.T. Anguera (3)

(1) Departamento de Educação Física e Desporto. Universidade da Madeira. Portugal (2) Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física. Universidade do Porto. Portugal (3) Faculdade de Psicologia. Universidade de Barcelona. Espanha

Introdução

A preparação e o treino do Andebol requerem o estudo de diversos aspectos do jogo, e o conhecimento das características e exigências impostas pela competição.

A análise da dimensão táctica colectiva, em particular dos métodos de jogo, permite a modelação do treino e garante uma maior identificação deste com a realidade vivida na competição, dado que, “os designados modelos de jogo, entendidos como conjuntos de ideias e princípios sobre o modo de jogar das equipas, funcionam como referenciais importantes na construção do processo de treino da táctica e da estratégia”(Garganta, 1997).

O Andebol tem vindo a registar uma evolução na utilização cada vez maior do contra-ataque enquanto método de jogo ofensivo, bem como uma maior eficácia. De facto, não só a frequência de utilização é maior do que em décadas anteriores, como é também mais elevado o número de golos obtidos através deste método de jogo (Spate, 1991). O jogo está mais rápido, com uma maior velocidade de execução das acções (passes, remates), existindo um aumento claro do ritmo das combinações tácticas de grupo entre dois ou três jogadores, e o número de ataques e de remates é maior (Seco, 1999). Numa análise às tendências da evolução do jogo de Andebol, o mesmo autor, a partir dos dados observados no Campeonato do Mundo de seniores masculinos do Egipto 99, chamou a atenção para alguns aspectos dessa evolução, dos quais nos permitimos destacar os seguintes:

a) – Como reflexo do aumento do ritmo de jogo, o número de ataques por jogo e por equipa continua a aumentar: de 47,9 em 1993 e 52,6 em 1995, para 54,3 em 1999;

b) - Confirmou-se a tendência ascendente para o número de golos obtidos por jogo e por equipa (de 22,4 em 1993, para 26 em 1995, 25,1 em 1996, 26,2 em 1997 e finalmente 28,3 em 1999);

c) - Confirmou-se uma maior utilização do contra-ataque pelas diferentes equipas, tendo aumentado, a percentagem de golos marcados em contra-ataque de 13,7% em 1988, para 20,6% em 1998.

(Mocsai, 2002), analisando o Campeonato da Europa de Andebol de 2002 (CE 2002), registou que 16,3% dos golos tinham sido obtidos através do contra-ataque, o segundo valor mais elevado, a seguir aos golos obtidos de meia-distância, se nos reportarmos às zonas e situações de finalização: ponta, 6m, meia-distância, penetração, contra-ataque e 7m.

Cardoso (2003), no seu trabalho sobre a caracterização do contra-ataque no Andebol, refere os valores percentuais de golos marcados em contra-ataque nos Jogos Olímpicos de 2000 (19,5%) e no Campeonato do Mundo de 2003 (16%).

Ainda segundo os dados das estatísticas oficiais das competições, divulgadas pela IHF (International Handball Federation), podemos verificar que a percentagem de golos marcados na sequência de contra-ataque nos Jogos Olímpicos de 2004 e no Campeonato

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do Mundo de 2005, foi, respectivamente, de 18,3% e de 17,8%, valor próximo do máximo atingido em 1998.

No que respeita à eficácia da finalização das zonas e situações atrás referidas (Mocsai, 2002), para os remates efectuados na sequência da utilização do contra-ataque, no Campeonato da Europa 2002 foi obtida, também, a segunda percentagem mais elevada (75,6%), logo a seguir aos valores da eficácia do remate em penetração. Como comparação Seco (1999) registou, no Campeonato do Mundo de 1999, uma eficácia do contra-ataque uma percentagem de 62,8%, logo a seguir à eficácia dos 6m (70,7%), enquanto que no Campeonato da Europa 2004, segundo os dados estatísticos oficiais da EHF (European Handball Federation), a eficácia do contra-ataque atingiu os 74%, logo seguida da eficácia dos tiros de 7m (71%).

A utilização da Metodologia Observacional, com recurso à análise sequencial retrospectiva (“retrospectividade genuína, a partir da conduta critério, da frente para trás, com transições negativas”(Anguera & Mendo, 1997), permite-nos perceber como, condutas anteriores àquela que consideramos como conduta critério, guardam uma relação estável entre si, e por consequência, as acções que se revelam como “preparatórias” para a ocorrência da conduta critério, em cada uma das transições contempladas.

Estas acções poderão considerar-se como indicadores de êxito, e são as que justificam uma atenção particular na preparação dos jogadores.

Objectivos do estudo

Com este estudo pretende-se verificar como se desenvolveu o contra-ataque nas equipas de topo, durante o CE 2002 e que condutas e comportamentos estiveram ligados à utilização eficaz deste método de jogo, identificando padrões de conduta respeitantes a zonas e acções de recuperação da bola, modo de início e desenvolvimento, que ocorrem nessas zonas, e que conduzem à finalização bem sucedida.

Metodologia

Para a concretização deste estudo utilizou-se a Metodologia Observacional, com recurso à análise sequencial retrospectiva.

Optou-se por um desenho diacrónico (i.e., a observação reporta-se a uma sucessão de jogos repartidos no tempo, neste caso o Campeonato da Europa de 2002), intensivo retrospectivo, com transições negativas, com o objectivo de identificar os padrões de conduta que conduzem ao êxito (o golo) no contra-ataque.

Amostra

A amostra utilizada no presente estudo é constituída pela totalidade dos contra-ataques (n=306) realizados pelas equipas classificadas nos sete primeiros lugares do Campeonato da Europa de 2002 (Quadro 1). Tais eventos de jogo correspondem, portanto, a jogos em que estas equipas se defrontaram.

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Quadro 1. Amostra utilizada: número de contra-ataques observados por jogo

JOGO Nº de contra-ataques

por equipa

Total de contra-ataques por jogo 1-Dinamarca-Alemanha 17-12 29 2-Alemanha-Suécia 15-14 29 3-Islândia-Alemanha 12-14 26 4-Suécia-Islândia 18-22 40 5-Suécia-Rússia 18-9 27 6-Russia-Dinamarca 13-13 26 7-Dinamarca-Islândia 17-14 31 8-Islândia-França 19-17 36 9-Espanha-França 15-18 33 10-Espanha-Alemanha 14-15 29 Total 306 Média ± desvio-padrão p/ jogo 30.6 ± 4.6

Amplitude de variação 26-40

O contra-ataque

Os métodos de jogo compreendem um conjunto coordenado de princípios, de dispositivos e de acções técnicas individuais, que tem por objectivo a organização racional do ataque e da defesa, a passagem rápida da situação defensiva à situação ofensiva e vice-versa (Teissie, 1969).

Por método de jogo ofensivo deve entender-se a forma (estrutura e funcionalidade) como os jogadores de uma equipa desenvolvem o processo ofensivo, desde o momento da aquisição ou recuperação da posse da bola, até ao momento de finalização ou perda da posse da bola (Garganta, 1997).

Na bibliografia relativa ao Andebol é frequente a utilização, de forma indistinta, dos termos métodos de jogo e fases do jogo. Por isso é clara a confusão terminológica e a utilização de um ou outro termo para o mesmo significado.

Como assinala (Mortágua, 1999), não existe uniformidade na definição e na terminologia quanto aos métodos de jogo ofensivo. Por sua vez, Fonseca (1999)), refere a confusão em torno destes conceitos, afirmando que aquilo que na literatura do Andebol surge como fases do jogo ofensivo, deve ser considerado como métodos de jogo ofensivos. Logo após a recuperação da bola, independentemente do método de jogo ofensivo utilizado, a equipa desenvolve o processo ofensivo passando por três fases: a construção do processo ofensivo, criação de situações de finalização e a finalização.

Assim, o método de jogo consiste em transportar a bola da defesa até ao ataque, de uma forma organizada e planificada através das fases do ataque.

De acordo com diversos autores (Teodorescu, 1984); (Latiskevits, 1991); (Marczinka, 1993), o contra-ataque como método de jogo, é utilizado na fase do jogo de Andebol, que se segue à recuperação da posse da bola. Sintetizando a perspectiva dos autores acima citados, e relativamente a este método de jogo, podemos considerar diferentes fases do seu desenvolvimento: o contra-ataque simples ou 1ª onda (para ficar como no Brasil), realizado por um ou dois elementos e com um só passe de transição; o contra-ataque apoiado ou 2ª onda em que participam quatro ou mais elementos, sendo estas duas fases realizadas com o objectivo de conseguir, ou aproveitar, situações de superioridade numérica, explorando-as; e ainda o contra-ataque continuado ou 3ª onda, em que participam todos os jogadores e em que a equipa atacante, apesar de não estar

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em superioridade numérica, face à recuperação defensiva do adversário, não pára o contra-ataque tentando aproveitar a desorganização temporária da defesa, bem como uma maior passividade nos deslocamentos e acções contra os adversários, por parte de alguns defensores (Spate, 1991). (Quadro 2)

Quadro 2. Caracterização das fases ou ondas do contra-ataque (adaptado de Garcia, J., 1991)

1ª onda 2ª onda 3ª onda

-Contra-ataque directo

-Desenvolvido por um ou dois especialistas

- Inicia-se sem esperar pelo resultado do remate adversário -Fundamental a velocidade e precisão do primeiro passe -Procura de situações 1x0

- Contra-ataque apoiado entre vários jogadores

-Participação mínima de 4-5 jogadores

-Inicia-se após a recuperação da bola

-Procura de superioridade numérica

-Contra-ataque prolongado ou continuado, sem diminuição de ritmo, ligando-se a uma fase de desenvolvimento do ataque em sistema

-Situações de 5x5 ou 6x6

-Aproveita desorganização defensiva ou mudanças ataque -defesa

-Procura soluções de jogo de meia -distância e jogo aéreo. Após as alterações às regras, em 1997, que passaram a permitir o recomeço do jogo após golo, com jogadores da equipa que marcou ainda posicionados no meio campo adversário, surgem cada vez mais equipas a explorarem uma reposição rápida da bola, utilizando o contra-ataque nesta situação como método de jogo.

A situação de reposição rápida no centro do terreno, após golo, é neste trabalho considerada como parte integrante de uma sequência ofensiva que utiliza o contra-ataque como método de jogo, sempre que corresponda a uma situação de vantagem numérica e/ ou posicional que caracteriza as restantes situações de contra-ataque em que participam a 2ª e 3ª ondas.

Existem assim diferentes momentos, situações e modos de desenvolvimento do jogo ofensivo, com características próprias, que permitem distingui-las entre si, mesmo quando o método de jogo utilizado é o mesmo.

Evidentemente, o desenvolvimento do ataque dependerá da capacidade de cooperação entre os elementos da equipa que está de posse da bola, mesmo ainda na fase defensiva que a precede, e da oposição da equipa contrária.

A noção de ataque no Andebol não pode estar apenas relacionada com a posse da bola, já que há muito as equipas “defendem” “atacando”: o portador da bola, as linhas de passe e as trajectórias de penetração, ou seja, os espaços possíveis de circulação da bola e dos jogadores adversários, com um comportamento individual e colectivo pró - activo. Isto mesmo é referido por (Cardoso, 2004), citando Moutinho 2000): “ actualmente, em qualquer JDC, os conceitos de defesa e ataque independentes e estáticos já não fazem parte do entendimento organizacional do jogo”, acrescentando que “todas as acções do jogo contêm, na sua essência, uma dimensão ofensiva e defensiva em relação à preocupação/objectivo individual e colectivo”.

E esse comportamento ofensivo, dos elementos da equipa sem bola, é determinante não só para uma mais rápida recuperação da bola, como para o sucesso do desenvolvimento e finalização do ataque, já que permite a utilização do método de jogo contra-ataque, possibilitando uma finalização em condições facilitadas: com menor oposição e de zonas mais perto da baliza.

Por tudo isto, e como facilmente podemos constatar, nem sempre o jogo ofensivo se desenvolve do mesmo modo, utilizando o mesmo método de jogo, e muito menos

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obrigatoriamente atravessando todas as fases do ataque/contra-ataque tradicionalmente consideradas.

Dependerá, isso sim das condições/situação inicial no momento em que se dá a ruptura do ataque da equipa contrária, da adequação dos meios utilizados para ultrapassar a oposição, e, por último, do modo mais ou menos eficaz como é concluído.

Nesta análise são considerados três tipos de contra-ataque:

a) - Simples, que corresponde a uma situação de vantagem inicial, executado por um ou dois jogadores;

b) - Apoiado, que corresponde a uma situação de vantagem numérica e/ou posicional e em que participam três ou mais jogadores. Incluímos aqui todas as situações de ataque, enquadradas na definição acima mencionada, que decorrem até ao momento em que a equipa opta por um ataque dito organizado, ou é obrigada a realizá-lo.

c) - Realizado a partir da reposição da bola no meio campo, após golo.

Dado que não era nosso objectivo o estudo detalhado do método de jogo denominado de contra-ataque, não foram considerados separadamente os diferentes tipos de contra-ataque utilizados, tendo-se apenas registado as sequências ofensivas em que esta forma ocorreu.

Para a análise e caracterização do contra-ataque no Campeonato da Europa de 2002 foram consideradas as seguintes variáveis:

1) - Relação organização do ataque/organização da defesa no momento anterior à recuperação da bola;

2) - Comportamento ofensivo da equipa sem posse da bola;

3) - Relação numérica existente entre as duas equipas, no momento em que se inicia o contra-ataque;

4) - Resultado do marcador no momento em que se inicia o contra-ataque bem como o tempo de jogo decorrido;

5) - O modo de recuperação da bola, considerando o guarda-redes e os jogadores defensores;

6) - O início do contra-ataque considerando o local e o modo;

7) - As sequências de condutas observadas considerando o local e a conduta;

8) - A situação de relação numérica, considerando o núcleo central de jogo, no momento anterior à finalização;

9) - A finalização do contra-ataque, considerando o tipo de finalização, o local e a oposição;

10) - O resultado do contra-ataque, considerando a ocorrência ou não ocorrência de remate e/ou golo, e como terminou o contra-ataque em que não houve remate;

11) - Número de jogadores que intervieram no contra-ataque.

Este lote de variáveis foi apurado com base na experiência profissional de treinador de Andebol, adquirida ao longo de mais de vinte e cinco anos, tendo-se sustentado igualmente na reflexão efectuada na dissertação de Mestrado do autor (Prudente, 2000), bem como em bibliografia consultada (Konzag, 1996; Czerwinski, 1993; Garcia, 2000; Latiskevits, 1991; Prudente, 1989; Seco, 1999).

Procedimentos estatísticos

Para descrever a amostra utilizou-se as medidas de estatística descritiva: frequência, média, amplitude de variação e desvio-padrão. Para comparar proporções recorreu-se à

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estatística teste Z= p1-p2/√pq(1/N1+1/N2) e ao teste do qui-quadrado, sendo de α=0.10 o nível de significância utilizado.

Para testar a fidelidade intra-observador utilizou-se a estatística Kappa de Cohen.

Para detectar os padrões de comportamento representativos usou-se a análise sequencial, através do programa GSEQ-SDIS, com recurso às estatísticas: frequências conjuntas de transição, dos resíduos ajustados de Haberman e dos níveis de significância p para resíduos ajustados.

O nível de significância utilizado foi estabelecido em α=0.05. Resultados e discussão

Dos resultados obtidos, começaremos por analisar o total de contra-ataques ocorridos por relação numérica (Figura 1).

Figura 1- Total de contra-ataques ocorridos nos jogos observados e por relação numérica

Como se pode verificar a maioria dos contra-ataques realizados (69,9%), durante os jogos incluídos na amostra, ocorre numa relação numérica de 6x6. Este facto era esperado dado que em média, por jogo, a desigualdade numérica acontece durante 16 a 18 minutos, o que significa que mais de 70% do tempo total de jogo decorre em igualdade numérica (Garcia, 1994); (Seco, 1998); (Anti, 1999); (Prudente, 2000), estando próximo do resultado de 75% obtido por (Jorge, 2004).

Em segundo lugar, com 20,9%, encontram-se os contra-ataques ocorridos numa relação numérica de 6x5, o que está de acordo com o facto de ser esta relação de jogo em desigualdade que ocorre mais frequentemente (Prudente, 2000), tendo (Jorge, 2004), obtido para esta relação numérica 14%. Este resultado vem ao encontro do caso já assinalado por diversos autores (Anti, 1999; Barbosa, 1999; Prudente, 2000), de que as

214 69,9% 64 20,9% 16 5,2% 6 2,0% 4 1,3% 1 0,3% 1 0,3% 6x6 6x5 5x6 5x5 6x4 4x6 5x4

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equipas em superioridade numérica registam uma menor utilização do método de jogo contra-ataque

Relativamente à frequência observada de utilização do contra-ataque ao longo do jogo, o tempo total de jogo foi dividido em períodos de dez minutos (Figura 2) e procurou-se

verificar o total de contra-ataques e o total de golos ocorridos em cada um desses períodos.

Figura 2 – Frequências de utilização do contra-ataque ao longo do jogo

No nosso estudo a maioria dos contra-ataques (52%) ocorreu durante a 1ªparte dos jogos, contra 53% dos contra-ataques ocorridos na 2ªparte, referidos no estudo conduzido por (Jorge, 2004), em que o autor estudou o contra-ataque e o comportamento da selecção nacional.

Para este autor, a distribuição observada teve a seguinte característica: foi maior entre os 40’ - 50’, seguido do período 20’- 30’ e em terceiro entre os 50’- 60’, sendo menor nos dez primeiros minutos de jogo. Como pode ser verificado na Figura 2, a distribuição por

nós observada regista também as maiores frequências, embora por ordem inversa, no período 20’-30’, seguido do período 40’-50’

Dado o número reduzido de sequências ofensivas em que se verificou a utilização do contra-ataque nas relações numéricas 5x5, 5x4 e 6x4, isto é, seis, um e quatro ocorrências, respectivamente, as mesmas não serão alvo de análise detalhada.

Considerando apenas as relações numéricas mais significativas (6x6, 6x5 e 5x6), merece ser realçado que a maior percentagem de contra-ataques ineficazes (contra-ataques perdidos por falhas técnicas e faltas atacantes) se dão quando a equipa que contra-ataca está em inferioridade numérica (37,5%), enquanto a menor percentagem de contra-ataques ineficazes acontece quando as equipas se encontram em superioridade numérica (23,4%) (Ver Quadro 3).

49 52 58 53 55 37 2 13 14 22 19 25 12 0 0 10 20 30 40 50 60 70 0'-10' 10'-20' 20'-30' 30'-40' 40'-50' 50'-60' 60'-70' Nº de contra-ataques Golos marcados

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Numa análise mais detalhada, reteve-se apenas as sequências ofensivas que se iniciaram e terminaram através da utilização do contra-ataque, tendo os resultados obtidos, referentes à ineficácia, sido de 42,9% para a relação 5x6, de 37% em igualdade 6x6 e de 26,3% para a relação 6x5.

Comparando as proporções obtidas nas diferentes relações numéricas consideradas, através do teste qui-quadrado para o nível de significância de 0.10 com 2 g.l., obteve-se o valor de 1.92 no primeiro caso e de 2.6 no segundo caso, pelo que, em ambos os casos, não são consideradas estatisticamente significativas as diferenças observadas. Este facto, sugere que os resultados obtidos poderão ser explicados pelo facto de, em inferioridade numérica, os pontos de apoio serem menores e a oposição maior, criando mais dificuldades no desenvolvimento do contra-ataque, aumentando, assim, a sua ineficácia. Já a superioridade numérica permite mais pontos de apoio e menor oposição, contribuindo para maior segurança no desenvolvimento do contra-ataque.

A passagem do contra-ataque para ataque organizado, durante a mesma sequência ofensiva, dá-se, em maior número, numa relação de 6x6 (15,4% dos contra-ataques iniciados), sendo menor quando numa situação de inferioridade (12,5%) e ainda mais pequena quando a equipa se encontra em superioridade numérica (10,9%). (Jorge, 2004), refere que nos casos observados no seu estudo sobre a selecção nacional, houve uma mudança para o ataque rápido ou ataque posicional, ou seja o método de jogo contra-ataque não foi utilizado até final da sequência ofensiva, em 9% dos casos, valor referente a todas sequências que se iniciaram utilizando o contra-ataque, independentemente das relações numéricas observadas. Este valor é inferior ao por nós detectado (14%), considerando também a totalidade das sequências ofensivas.

Tendo realizado o teste qui-quadrado com nível de significância 0.10, com 2 g.l., obtivemos o valor de 0.853, pelo que podemos afirmar que não foram detectadas diferenças significativas entre as proporções consideradas.

Os resultados observados (ver Quadro 3), poderão ser interpretados como a procura de

maior segurança nas acções, não querendo as equipas correr riscos quando existe uma situação de jogo em igualdade, ou quando em inferioridade numérica, arriscando um jogo mais rápido, recorrendo ao contra-ataque até final da sequência ofensiva, nas situações de superioridade numérica.

Quadro 3 - Resultado dos contra –ataques considerando diferentes relações numéricas

Resultado 6x6 % 6x5 % 5x5 6x4 5x4 5x6 % 4x6 Total Remate s/ G 40 18,7% 19 29,7% 0 1 1 3 18,8% 0 64 Golo 74 34,6% 23 35,9% 2 1 0 5 31,3% 0 105 Contra ataque ineficaz 67 31,3% 15 23,4% 3 2 0 6 37,5% 1 94 Sub-total 181 57 5 4 1 14 1 263 Passagem a Ataque Organizado 33 15,4% 7 10,9% 1 0 0 2 12,5% 0 43 Total 214 64 6 4 1 16 1 306

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Aparentemente, fica evidenciada uma possível ligação entre a relação numérica e o comportamento táctico-estratégico: a desistência do contra-ataque e passagem a ataque organizado em sistema, que no entanto carece de confirmação.

Figura 3 – Resultado das sequências ofensivas iniciadas com contra-ataque, em diferentes relações numéricas

Esta mudança de método de jogo, durante a sequência ofensiva, pode ocorrer por oposição do adversário, fazendo pressão sobre as linhas de passe e sobre o portador da bola, atrasando deste modo a progressão do ataque contrário, ou por uma rápida recuperação defensiva que leva a equipa que ataca a perder a vantagem posicional e numérica (mais provável numa situação de jogo em igualdade ou inferioridade numérica, como nos casos acima observados), mas também por uma decisão táctica - estratégica em que se valoriza o controlo do tempo de jogo e resultado, em determinados momentos do jogo.

Em relação à recuperação da bola, anterior à utilização do contra-ataque, esta é maioritariamente feita pelos jogadores de campo (valor médio de 55,6%) qualquer que seja a relação numérica considerada.

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%

Com Remate Sem Remate Passagem

a ataque organizado

6x6 6x5 5x6

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37,60%

55,60%

6,90%

Rec da bola pelo Gr Rec da bola pelos JC Rec da bola após Golo sofrido

Figura 4- Recuperação da bola pelo guarda-redes e jogadores de campo. (Legendas: Rec- recuperação; GR- guarda-redes; JC -jogadores de campo)

Mesmo sem considerar a recuperação da bola Após Golo, são os jogadores de campo que de forma maioritária recuperam a bola, com valores iguais ou superiores a 52,8%, atingindo os 87,5% de bolas recuperadas numa situação de relação numérica de 5x6, o que se poderá explicar pelo comportamento activo das defesas no Andebol moderno (ver Quadro 4)

Quadro 4 – Contra-ataques por modo de recuperação da bola e considerando as diferentes relações numéricas ocorridas Relação Numérica Recuperação pelo GR sem defesa Recuperação com defesa do GR Recuperação Pelos Jog.Campo Rec. pelos Jog.Campo após Res. Rec. AG Total 6x6 54 – 25,2% 33 15,4% 74 34,6% 39 18,2% 14-14,5% 214 6x5 12 – 18,8% 12 18,8% 26 40,6% 8 12,5% 6-9,4% 64 5x5 0 2 2 1 1 6 6x4 0 0 4 0 0 4 5x4 0 0 1 0 0 1 5x6 1 - 6,3% 1 6,3% 9 56,3% 5 – 31,3% 0 16 4x6 0 0 1 0 0 1 Total 67 48 117 53 21 306

(Jorge, 2004), obteve também resultados que confirmam que são os jogadores de campo que recuperam maioritariamente a bola antes do início da utilização do contra-ataque (81,6%), sendo de 18,4% o resultado da recuperação da bola por esses jogadores e na sequência de ressaltos defensivos, o que está dentro dos valores por nós obtidos (valor médio de 17,3%, considerando todas as relações numéricas).

Relativamente ao resultado obtido nas situações de 5x6, com apenas dezasseis ocorrências registadas, pensamos que o facto de estar em inferioridade, leva muitas vezes os defensores a uma maior concentração, actuando com mais cooperação entre si e velocidade nos deslocamentos, isto por um lado, e os jogadores atacantes diminuem os níveis de concentração, pensando em maiores facilidades ou jogam inibidos com um jogo demasiado dirigido, por outro lado, razão pela qual as equipas que atacam em superioridade numérica têm taxas de insucesso significativas (Mraz, 1988; Alonso, 1994; Anti, 1999; Prudente, 2000).

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Temos ainda como explicação para os resultados obtidos, que em inferioridade numérica na defesa, as situações de finalização do ataque contrário consistem sobretudo em remates de proximidade em relação à baliza, nomeadamente da zona central dos 6m e das pontas, portanto mais difíceis de serem defendidos pelo guarda-redes (Prudente, 2000). Assim, quando existe recuperação da posse da bola e se inicia a sequência ofensiva utilizando o contra-ataque, tal acontece sobretudo através da acção dos jogadores de campo (ver Fig.5).

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% GR com defesa GR sem defesa JC JC com ressalto Apos Golo sofrido 6x6 6x5 5x6

Figura 5 – Modo de recuperação da bola em diferentes relações numéricas: GR com defesa (bola recuperada pelo guarda-redes com defesa); GR sem defesa (bola recuperada pelo guarda-redes sem este ter efectuado defesa da bola); JC (bola recuperada pelos jogadores de campo); JC com ressalto (bola recuperada pelos jogadores de campo após ressalto defensivo); Após Golo sofrido (bola recuperada após êxito total do adversário)

Por último, em inferioridade numérica, as equipas tendem a prolongar o tempo de posse da bola, gerindo o tempo de jogo, só arriscando a utilização do contra-ataque em situações de clara vantagem espacial e numérica, o que nesta situação de 5x6 só acontece quando recuperam a bola através de acções dos jogadores de campo, como por exemplo através de intercepções.

Nesta última situação, relação numérica de 5x6, ocorre o menor número de bolas recuperadas pelo guarda-redes: apenas 12,5%, num total de 16, e atingindo o máximo de 40,7% num total de 214, na relação de 6x6 e 37, % num total de 64 na relação de 6x5. Comparando as proporções com recurso ao teste qui-quadrado e ao nível de significância de 0.10 e com 2 g.l., obtivemos o valor de 5.018, podendo afirmar-se que existem diferenças significativas entre os resultados obtidos para cada relação numérica. Estes resultados parecem indiciar uma relação entre a recuperação da bola pelo guarda-redes e a relação numérica: em igualdade numérica maior número de bolas recuperadas pelo guarda-redes, em contraste com o menor número de bolas recuperadas por este jogador em inferioridade numérica. Podemos explicar estes resultados, pelo facto de ser em igualdade numérica que as equipas conseguem garantir mais apoio e uma maior cooperação guarda-redes/ jogadores de campo, conseguindo mais facilmente impedir a finalização de zonas mais próximas da baliza, bem como uma maior oposição ao ataque.

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Os resultados obtidos relativamente à eficácia dos contra-ataques iniciados deram valores muito próximos nas situações de 6x5 (35,9%) e de 6x6 (34,6%), com o resultado da situação 5x6 a ser inferior (31,3%) (Ver Quadro 5).

Se analisarmos a eficácia na utilização dos contra-ataques, considerando as sequências que se iniciaram e concluíram utilizando apenas este método de jogo, verificamos que a melhor eficácia passa a ser na situação de 6x6 (40,9%), mantendo-se muito próxima (40,4%) na situação de 6x5 e sendo a eficácia menor a registada em situação de inferioridade (35,7%) (Ver Quadro 5).

Quadro 5 – Eficácia do contra-ataque considerando diferentes relações numéricas (6x6, 6x5 e 5x6) Relação numérica Total contra-ataques Total de golos marcados % de eficácia dos CA iniciados C. A. Que passaram a A.O.

% Eficácia dos C.A. concluídos

6x6 214 74 34,6% 33 40,9%

6x5 64 23 35,9% 7 40,4%

5x6 16 5 31,3% 2 35,7%

Comparando as proporções obtidas através do teste qui-quadrado, ao nível de significância de 0.10 com 2 g.l., obtivemos o valor de 0.139 no primeiro caso e de 0.146 no segundo caso, pelo que não se consideram estatisticamente significativas, em ambos os casos, as diferenças observadas.

Fomos de seguida explorar a relação entre o modo de recuperação da bola e o resultado dos contra-ataques, tendo detectado diferenças nos resultados obtidos, segundo o modo de recuperação da bola.

Como podemos observar (Quadro 6), a maior eficácia (40,4%) é obtida quando a bola é

recuperada pelos jogadores de campo, seguida pelos contra-ataques iniciados após recuperação da bola pelo guarda-redes quando este não efectua defesa (37,3%).

Quadro 6– Resultado dos contra-ataques 6x6, 6x5 e 5x6, por modo de recuperação da bola

Rec. bola Golo DGR RF FS Fat FT AO Eficácia Total

GR/ s/Def 25 11 7 9 1 5 9 37,3% 67 DGR 14 5 3 6 3 2 13 30,4% 46 J.Campo 44 15 6 16 1 16 11 40,4% 109 Res. Def 15 5 6 12 1 8 5 28,8% 52 AG 4 4 0 6 0 2 4 20% 20 Total 102 40 22 49 6 33 42 294

O teste Z para comparação de proporções foi aplicado e, com um nível de significância de 0,10, obtivemos Z=0.409, pelo que podemos concluir que existem diferenças significativas entre estas duas eficácias.

De entre a totalidade de recuperações efectuadas pelo guarda-redes, é de salientar a diferença das eficácias quando a bola é recuperada por este, com defesa da bola (37,3%) e sem defesa (30,4%).

Uma hipótese explicativa para estas diferenças pode ser a de que, em resultado da sua intervenção para a parada da bola, o guarda-redes fica em desequilíbrio, o que não lhe permite uma rápida recuperação da mesma e consequente passe, sem demora, para um jogador de campo, ao contrário da situação em que ele, sem perda de equilíbrio, se preocupa apenas em recuperar a bola (lançada para além da linha final, deixada cair na

(13)

área de baliza ou deixada no solo após o árbitro ter assinalado uma falta), podendo com velocidade e precisão lançar a bola para um seu companheiro. Assim, o tempo que demora o passe poderá ser decisivo para garantir condições de sucesso do contra-ataque, dificultando ou impedindo, uma recuperação defensiva eficaz.

Em relação às bolas recuperadas pelos jogadores de campo, também se regista uma diferença de eficácia nos contra-ataques quando a bola é recuperada por estes sem que tenha havido ressaltos defensivos (40,4%), ou quando a recuperação é efectuada na sequência de ressaltos defensivos (28,8%).

No caso dos jogadores de campo, a hipótese explicativa avançada, tem a ver com a orientação dos defensores quando recuperam a bola após um ressalto defensivo: quase sempre de frente para a sua baliza, mas de costas para o sentido do seu ataque. Assim a primeira preocupação dos defensores ao ganharem o ressalto é a protecção da bola e não a progressão no terreno para o qual estão de costas voltadas, ao contrário de todas as outras situações em que a bola é recuperada pelos defensores e em que estes se encontram de frente para os atacantes e orientados no sentido do seu ataque, podendo assim mais rapidamente iniciar a sequência ofensiva.

Comparando ambas as eficácias testámos a igualdade das proporções. Com o mesmo nível de significância, obtivemos o valor Z= 1.43 pelo que confirmámos existirem diferenças significativas entre elas.

Tentando perceber a importância das diferentes causas na conclusão do contra-ataque sem remate à baliza, explorámos os resultados obtidos e verificámos que a Falta Sofrida é a primeira razão para não haver conclusão do contra-ataque com remate (37,7%), seguida da mudança para o método de jogo Ataque Organizado (32,3%) (ver Fig.6).

A não finalização, por falha técnica (mau passe, má recepção, infracção à regra dos passos, drible, violação da área de baliza), explica 25,4% dos casos e a falta do atacante sobre um defensor 4,6%.

No caso estudado por (Jorge, 2004), a Falta Sofrida é a segunda causa para não haver conclusão com remate (35%), sendo a primeira a perda da bola por falha técnica (44%) muito superior ao valor por nós detectado e a falta atacante ocupa o terceiro lugar com 17%, valor também superior ao valor por nós obtido.

Figura 6 – Resultados dos contra-ataques concluídos sem remate 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% Falta sofrida Falha técnica Ataque organizado Falta do ataque C.A.

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A larga maioria dos contra-ataques (69,9%) é iniciada com um passe curto (lateral, para trás ou para a frente), sendo o drible a segunda acção mais utilizada para iniciar o contra-ataque (18,6%) (ver Quadro 9).

No entanto, se nos reportarmos à eficácia dos contra-ataques, os menos eficazes são os que se iniciam com um passe curto (32,2%) e com drible (35,1%) sendo os mais eficazes os iniciados com um passe em salto (66,7%) e com passe longo (57,1%).

Quadro 9 – Modo de início e eficácia do contra-ataque por relação numérica

Início 6x6 6x5 5x5 6x4 5x4 5x6 4x6 Total % Golos % Eficácia

Passe Curto 155 45 4 2 1 7 0 214 69,9% 69 32,2% Passe longo 16 3 0 1 0 1 0 21 6,9% 12 57,1% Passe Salto 3 2 1 0 0 0 0 6 2% 4 66,7% Drible 36 12 0 0 0 8 1 57 18,6% 20 35,1% Inobservado 4 2 1 1 0 0 0 8 2,6% 0 0 Total 214 64 6 4 1 16 1 306 105

Submetidos os resultados à análise sequencial, e considerando como categoria critério o Modo de início, obtivemos as seguintes frequências (Quadro 10):

Quadro 10 – Frequências observadas no Modo de início por modos de recuperação da bola

Rec pelo G.redes Rec c/Def. G.redes Rec. Pelos J.Campo Rec. J.Campo c/Ressalto Totais Passe curto 56 43 66 32 197 Passe longo 10 3 8 0 21 Passe salto 0 0 4 2 6 Drible 0 0 37 18 55 Total 66 46 115 52 279

Realizado o tratamento estatístico dos dados, foram obtidos os seguintes resultados dos resíduos ajustados, para valores de p ≤ 0.05 (Quadro 11):

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Quadro 11 – Resíduos ajustados referentes à análise sequencial (os dois pontos indicam resíduos ajustados que não cumprem os requisitos da aproximação normal)

Rec pelo G.redes Rec c/Defesa G.redes Rec. Pelos J.Campo Rec. J.Campo c/Ressalto Passe curto 2.91 3.73 -4.06 -1.59 Passe longo 2.69: -0.28: 0.30: -2.28: Passe salto -1.38: -1.10: 1.28: 0.93: Drible -4.61 -3.68: 4.38 2.99

Os valores encontrados, superiores a 1.96 e que cumprem os requisitos de aproximação normal, demonstram que a recuperação da bola pelo guarda-redes (sem defesa e com defesa da bola) são comportamentos excitatórios de um passe curto, como comportamento padrão para início do contra-ataque.

A recuperação da bola pelos jogadores de campo, tanto directamente como na sequência de um ressalto defensivo, é excitatória de utilização do drible como comportamento padrão no modo de iniciar o contra-ataque, enquanto que a recuperação sem ressalto é um comportamento inibitório da ocorrência de um passe curto como modo de início. Aprofundando o modo de recuperação da bola, podemos verificar o peso que tem a recuperação desta pelo guarda-redes e pelos jogadores de campo, após a marcação de uma falta aos atacantes, ou seja por intervenção dos árbitros: um em cada quatro contra-ataques realizados (ver Quadros 12 e 13), sendo no entanto maior o seu peso se considerarmos apenas os jogadores de campo.

Quadro 12 - Discriminação das recuperações da posse da bola pelo guarda-redes

Rec pelo GR sem defesa Rec pelo GR após falta assinalada ao ataque Rec pelo GR com defesa Total

54 13 48 115

Quadro 13 – Discriminação das recuperações da posse da bola pelos jogadores de campo

Rec JC Rec JC após Ressalto Rec Após Golo sofrido Rec JC após falta assinalada ao ataque Total

49 53 21 68 191

Esta constatação deverá ser tida em conta no treino, de modo a ser rentabilizada na competição, já que mais de 25% dos contra-ataques se iniciam com a marcação de uma falta assinalada pelos árbitros.

O número de contra-ataques efectuado após golo sofrido, através de uma reposição rápida da bola a meio – campo é indicativo de uma ainda incipiente utilização da possibilidade aberta pela alteração das regras. No entanto a frequência observada (21 contra-ataques em 10 jogos), significa já uma média de 2,1 contra-ataques por jogo. Ao relacionarmos o modo de recuperação da bola com a relação Ataque/Defesa, imediatamente anterior a essa recuperação, podemos verificar e perceber algumas diferenças de comportamentos táctico - estratégicos (ver Quadro 15).

(16)

Assim, podemos constatar um maior predomínio das recuperações da bola pelos jogadores defensores face às bolas recuperadas pelo guarda-redes, nas situações de jogo em que a relação ataque /defesa se traduz pelas seguintes formas de organização: ataque 3:3 ou 2:4-3:3 contra uma defesa 5:1 (87,1% - 12,9%); ataque 3:1, 3:2 ou 3:3 contra uma defesa mista (64,1% - 35,9%) e ataque 3:3 ou 2:4 contra uma defesa em inferioridade numérica 5:0 (92,9%).

Um equilíbrio maior entre as recuperações da bola pelos jogadores defensores e pelos guarda-redes, nas situações de jogo em que a relação ataque/defesa se traduz nas seguintes formas de organização: ataque 3:3, 3:3-2:4 ou 2:4 contra uma defesa 6:0 (54,3% - 45,7%); ataque 3:2 ou 2:2 contra defesa em superioridade numérica 6:0 ou 5:1 (54,5% - 45,5%) e contra-ataque contra uma defesa temporária, durante a recuperação defensiva (57,8% - 42,2%)

Quadro 14 – Modo de recuperação por relação Ataque/Defesa

At.3:3 , 2:4 e 3:3-2:4 x Def.5:1 At. 3:3, 2:4 e 3:3-2:4 x Def.6:0 At. 3:2, 2:2 x Def. 5:1 e 6:0 At.3:1,3:2 e 3:3 x Def. mista H x H 7m At. 3:2 x Def.5:0 At.3:3 e 2:4 x Def. 5:0 CAxD T RecGR 2 29 5 7 0 1 0 1 9 Gr após F 1 2 3 3 0 0 0 0 4 RecDGR 1 28 7 4 0 0 2 0 6 RecJC 7 19 5 5 1 0 1 5 6 JCapósF 13 18 9 12 3 0 1 5 7 RecJC após Ressalto 6 25 3 6 0 2 0 3 7 RecAG 1 8 1 2 3 0 0 0 6 Recup GR 12,9% 4 45,7% 59 45,5% 15 35,9% 14 0 1 33,3 % 50% 2 7,1% 1 42,2% 19 Recup JC 87,1% 27 54,3% 70 54,5% 18 64,1% 25 100% 7 66,7% 2 50% 2 92,9% 13 57,8% 26

No estudo de (Jorge, 2004), relativamente ao processo defensivo da selecção nacional, verificou-se que a maioria dos contra-ataques tiveram o seu início na fase de defesa organizada (83%) o que é semelhante ao resultado obtido no presente estudo (85%). No que concerne à relação entre recuperação da bola e sistema defensivo utilizado, no estudo referente à selecção nacional elaborado por (Jorge, 2004), o sistema de defesa 5:1 foi o que registou um valor mais elevado com 44% de casos observados, enquanto que no presente estudo o sistema 6:0, com 42,5%, foi a forma de organização defensiva mais utilizada.

Relativamente ao número de jogadores envolvidos no contra-ataque, foram considerados aqueles que desde o primeiro passe, durante todo o desenvolvimento da sequência ofensiva e até à sua conclusão, contactaram com a bola (ver quadro 15).

(17)

Quadro 15- Modo de recuperação da bola por número de jogadores participantes no contra-ataque

Recuperação pelo guarda-redes

Recuperação pelos jogadores de campo jg. Rec. pelo GR s/defesa Após Falta assinalada Ao Atacante Rec pelo GR com defesa Rec pelos JC com Inter- cepção após Falta do ataque Rec JC após ressalto defens. Rec após golo sofrido de C. A. % 1 2 0 0 22 11 4 1 1 26 8,5 2 10 1 3 30 8 11 10 9 62 20,3 3 18 1 9 37 8 13 23 6 93 30,4 4 24 3 22 19 4 8 15 0 80 26,1 5 7 4 9 6 0 3 3 0 25 8,2 6 0 0 1 1 0 0 0 1 3 1 Inob 6 2 4 3 0 3 0 4 17 5,6

A participação de um ou dois jogadores representa 28,8% e ainda menos expressivo é o resultado obtido para a participação de cinco ou seis jogadores (9,2%).

Como se pode observar no Quadro 15, a maioria das vezes o contra-ataque foi realizado

com a participação de três ou quatro jogadores (30,4% e 26,1% respectivamente), o que perfaz mais de metade das sequências que utilizaram o contra-ataque (56,5%).

No caso do estudo sobre o contra-ataque na selecção nacional (Jorge, 2004), a participação de três ou quatro jogadores apenas acontece em 47% dos casos, tendo os contra-ataques com a participação de um ou dois jogadores, representado 50% dos mesmos. No entanto é com dois e três jogadores (34% em ambos os casos) que se realizaram a maioria (68%) dos contra-ataques.

As diferenças encontradas nos dois estudos parecem indiciar uma divergência na forma de organização deste método de jogo ofensivo: no caso da selecção nacional, baseado sobretudo na 1ªonda, enquanto que a análise das equipas classificadas nos sete primeiros lugares do CE 2002 revela a utilização maioritária da 2ªonda. No entanto, outros motivos de âmbito estratégico-táctico, como por exemplo a necessidade de garantir segurança defensiva, poderão ajudar a entender este facto.

A eficácia das sequências ofensivas que utilizam o contra-ataque como método de jogo, parece variar de acordo com o número de jogadores participantes, atingindo o valor mais elevado com dois jogadores (45,2%), seguido da participação de três jogadores (36,6%), de 26,9% no caso de um jogador e por fim, com quatro jogadores (20%) (ver Quadro 16).

Este resultado, poderá ser explicado pelo facto de o contra-ataque com dois participantes corresponder à utilização da 1ªonda, ou seja acontece numa situação de jogo em que existe vantagem espacial e numérica do ataque, possibilitando condições facilitadas de finalização. Já relativamente ao contra-ataque com apenas um participante há que ter em conta que corresponde a duas situações distintas: a primeira em que acontece uma intercepção permitindo uma finalização em condições favoráveis (sete golos em onze tentativas conforme se pode observar no quadro 16) e a segunda, referente a sequências ofensivas iniciadas, que não tiveram continuidade por perda da bola causada por uma falha técnica (erro no passe e recepção).

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Quadro 16 – Modo de conclusão dos contra-ataques, por número de jogadores participantes Jog. G G 7m Remates Defendidos Pelo GR Remates 7m Defendidos Pelo GR Remates Falhados C.A. Ineficaz Dos quais C.A. Interrompi do por FS Passa gem a AO % Eficá cia 1 7 0 3 1 0 15 3 0 26,9 2 24 4 6 0 3 22 11 2 45,2 3 30 4 11 0 5 25 17 18 36,6 4 23 5 6 1+1(RF) 9 21 14 15 35 5 5 0 8 0 1 6 3 5 20 6 0 0 0 0 2 0 0 1 0 Inobs 2 1 6 0 2 4 4 2 17

Legenda: Nº Jog.-número de jogadores;G-golo; G7m- golo de 7m; GR-guarda-redes;C.A.-contra-ataque;FS- falta sofrida; AO-ataque organizado; Inobs- inobservalidade do número de jogadores

No entanto, é de referir que as diferenças detectadas entre as eficácias em que participam dois, três e quatro jogadores, não são estatisticamente significativas, já que testada a igualdade com recurso ao qui-quadrado, para um nível de significância de 0.10 e com 2 g.l., o valor obtido foi de 1.721.

Através da análise sequencial procurou-se perceber como se desenvolveram as sequências ofensivas que utilizaram o contra-ataque como método de jogo e tiveram total ineficácia.

De acordo com a tabela de frequências registadas (Quadro 17), o passe curto (37) e o drible (34) são as acções que mais vezes antecedem o final do contra-ataque, quando não existe remate à baliza. No entanto existe uma diferença entre estas duas acções e o peso que têm na ineficácia do contra-ataque: o drible é a acção que mais antecede uma interrupção por falta sofrida (26 contra 17 do passe curto), ou seja é a acção que mais favorece uma interrupção do contra-ataque pelos defensores.

Quadro 17- frequências registadas de acção anterior à finalização do contra-ataque sem remate Acções Falta Sofrida Falha Técnica Perda da bola

(Desarme + Intercepção) Total Passe curto 17 14 6 37 Passe longo 1 2 2 5 Passe em salto 4 3 2 9 Drible 26 7 1 34 Passe picado 2 3 1 6 1x1 2 0 0 2 Totais 52 29 12 93

Isto mesmo é confirmado pelo resultado obtido no tratamento estatístico com o programa de análise sequencial. De acordo com a tabela de resíduos ajustados, o único valor com significado, é o referente ao drible como acção excitatória de uma falta sofrida (3.24), considerando o valor de p ≤ 0.05.

(19)

O drible e o passe curto são as acções que apresentam uma frequência mais elevada, antecedendo o remate (Quadro 18). Os resultados obtidos, devido à pouca quantidade de

registos, não permitem uma análise mais detalhada, não apresentando a tabela de resíduos ajustados nenhum valor superior a 1.96. Não podemos assim confirmar se a probabilidade de ocorrência de uma acção é ou não excitatória de um remate com êxito.

Quadro 18 – frequências das acções anteriores à finalização do contra-ataque com remate Acção Remate com Golo Remate sem Golo

Passe curto 34 27 Passe longo 11 4 Passe em salto 7 5 Drible 40 20 Passe picado 9 4 1x1 4 3 Inobservada 0 1 Totais 105 64

O remate em salto é o mais utilizado para finalizar o contra-ataque (82,8%), o que representa um valor semelhante, embora inferior (88%), ao encontrado por (Jorge, 2004) . A utilização do contra-ataque permitiu a conquista de tiros de 7m em número significativo, um total de 17, que possibilitaram o remate de 7m (10,1%), valor superior ao detectado no estudo sobre a selecção nacional e que foi de 6% (Quadro 19).

Quadro 19- tipo de remate utilizado na finalização

Remate em salto Remate em apoio Remate em queda Remate de 7m

Totais 140 – 82,8% 6 – 3,6% 6 – 3,6% 17 – 10,1%

Das sequências ofensivas que utilizaram o contra-ataque como método de jogo, foram concluídas com remate um total de 169 (55,2%), tendo a eficácia no remate sido de 62,1%. (Cardoso, 2004), registou 62,5% dos contra-ataques das equipas portuguesas de alto rendimento concluídos com remate, tendo a eficácia deste sido de 65,1%.

Utilizando a estatística teste Z para comparação de proporções, obtivemos Z= - 2.045, para os contra-ataques concluídos com remate, e Z= -0.654, para as eficácias desses contra-ataques. Assim podemos afirmar que, ao nível de significância de 0.10, existem diferenças estatisticamente significativas entre os resultados dos dois estudos.

A finalização com remate foi executada maioritariamente (121 remates - 71,6%) da 2ªlinha ofensiva (pontas e 6m), tendo sido da zona central dos 6m que, por sua vez, se registaram mais remates (39 remates - 32,2%), (Fig 7 e Quadro 20).

72% 18% 10% 2ªlinha 1ªlinha 7m

(20)

(Jorge, 2004), obteve para a finalização da 2ªlinha 88%.Este autor registou valores de 6%, tanto para os remates de 7m como para os de 1ªlinha, inferiores aos encontrados neste estudo, de 10,1% e 17,8% para remates de 7m e 1ªlinha respectivamente. (Cardoso, 2004), num estudo sobre equipas portuguesas de alto rendimento obteve 91,3% de remates efectuados de 2ªlinha, sendo a zona central dos 6m aquela que registou o valor mais elevado (37,9%), tal como ocorreu no nosso caso.

Quadro 20 – Eficácia por zonas de finalização dos contra-ataques concluídos com remate

Estes resultados reflectem as diferenças na utilização e formas de organização do contra-ataque desenvolvido pela equipa nacional, em que em 50% dos casos é realizado por um ou dois jogadores. Contrariamente, no resultado por nós obtido apenas 28,8% dos contra-ataques são realizados por um ou dois jogadores, o que é um resultado próximo do obtido por (Mocsai, 2002), na sua análise sobre o CE 2002 e que foi de 23,6% dos contra-ataques. (Cardoso, 2004), registou que as equipas portuguesas utilizaram um ou dois jogadores em 47,7% das sequências, valor semelhante ao obtido por (Jorge, 2004), no seu estudo sobre o Andebol português, baseado na selecção nacional.

Conclusões

As sequências ofensivas em que se verificou a ocorrência do contra-ataque como método de jogo, pertencentes aos jogos do CE 2002 e realizadas pelas equipas classificadas nos sete primeiros lugares, tiveram as seguintes características:

• A maioria desenrolou-se numa situação de jogo em igualdade 6x6 (69,9%) e numa situação de superioridade 6x5 (20,9%);

• A maioria das sequências ocorreu durante a 1ªparte (52%), tendo o período de jogo entre os 20’ e os 30’ registado a maior frequência e o período entre os 50’ e os 60’ a menor frequência;

• A bola foi recuperada maioritariamente pelos jogadores de campo (valor ≥ 52,8%), antes do início das sequências ofensivas com contra-ataque, atingindo 87,5% no caso das equipas que o utilizavam se encontrarem em inferioridade numérica;

• A eficácia da utilização do contra-ataque foi maior, nas situações de igualdade 6x6, quando a bola foi recuperada pelo guarda-redes, sem este ter efectuado a defesa da bola (38,9%) e quando foi recuperada pelos jogadores de campo, sem ressalto defensivo (37,8%), sendo menor quando a recuperação se efectuou pelo

Zonas Remates por zona Golos por zona % de remates por zona Eficácia do remate Ponta esq 13 9 6m (esq) 26 16 2ªlinha 65,3% 6m (centro) 39 30 71,6% 6m (dir) 23 15 Ponta dir 20 9 Lateral esq 7 3

Lateral dir 6 2 1ªlinha 40%

Central 17 7 17,8%

7 metros 17 14 7m

10,1% 82,4%

Área de baliza 1 0

(21)

guarda-redes após defesa (27,3%) ou quando a bola foi recuperada pelos jogadores de campo após ressalto (28,6%);

• Nas situações de jogo em superioridade 6x5, a eficácia foi maior nas vezes em que a bola foi recuperada pelos jogadores de campo, sem ressalto defensivo (46,2%) e pelo guarda-redes após defesa (41,7%), sendo menor na recuperação pelo guarda-redes sem defesa (33,3%) e na recuperação da bola pelos jogadores de campo com ressalto (25%);

• Nas situações de jogo em inferioridade 5x6, todas as recuperações da bola foram efectuadas pelos jogadores de campo, tendo sido registada a maior eficácia na sequência da recuperação da bola pelos jogadores de campo sem ressalto defensivo (44,4%);

• O contra-ataque resultou mais ineficaz (37,5%), nas situações em que as equipas contra – atacavam partindo de uma situação de jogo em inferioridade numérica e menos ineficaz (23,4%), quando se encontravam em superioridade numérica. No entanto as diferenças registadas não são estatisticamente significativas, para um nível de significância de 0.10;

• A Falta Sofrida por um atacante foi a primeira causa de interrupção do contra-ataque (37,7%);

• A larga maioria dos contra-ataques inicia-se com um passe curto (69,9%), sendo o drible a segunda acção mais utilizada (18,6%);

• Os contra-ataques menos eficazes são os que se iniciam com drible (35,1%) e com passe curto (32,2%), sendo os mais eficazes os iniciados com passe longo (57,1%) e com passe em salto (66,7%);

• Em 56,5% das sequências com contra-ataque, participam três a quatro jogadores, sendo a eficácia maior quando participam dois (45,2%) e três (36,6%), sendo menor quando participam um (26,9%) e cinco (20%);

• Os contra-ataques são finalizados na 2ªlinha de ataque (71,6%), na 1ªlinha (17,8%) e de 7m (10,1%);

• A eficácia do remate no contra-ataque foi menor de 1ªlinha (40%) e maior de 2ªlinha (65,3%).

Utilizando a análise sequencial, obtivemos resultados que nos permitem ainda concluir que:

• A recuperação da bola pelos jogadores de campo, após ressalto e sem ressalto, é excitatória da utilização do drible como modo de início do contra-ataque, enquanto a recuperação da bola pelo guarda-redes, com e sem defesa, é excitatória da ocorrência de um passe curto como modo de início da sequência; • O passe curto e o drible são as acções que mais vezes antecedem o final do

contra-ataque sem remate e com remate;

• O drible é a acção que mais frequentemente antecede uma interrupção por falta, sendo excitatória de uma Falta Sofrida;

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Agradecimentos

Os autores agradecem o apoio do CITMA (Centro de Ciência e Tecnologia da Madeira) na realização deste estudo.

Referências

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