• Nenhum resultado encontrado

FERTILIDADE E DENSIDADE DO SOLO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO DO TOMATEIRO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "FERTILIDADE E DENSIDADE DO SOLO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO DO TOMATEIRO"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

FERTILIDADE E DENSIDADE DO SOLO EM SISTEMA DE

PLANTIO DIRETO DO TOMATEIRO

Roberto Botelho Ferraz Branco1; Eduardo Suguino; Sally Ferreira Blat; Denizart Bolonhezi; Arthur Bernardes Cecílio Filho2; Walter Seiti Minami3

1

Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Avenida Bandeirantes, 2419, 14.030-670, Ribeirão Preto-SP; 2FCAV/UNESP; 1Centro Universitário Moura Lacerda, Av. Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, 14076-510

RESUMO

O sistema de plantio direto de culturas proporciona diversos benefícios ao ambiente que dentre os quais podemos relevar a melhora das condições física, química e biológica do solo. No entanto, neste experimento, objetivou-se estudar a densidade e a fertilidade do solo cultivado com tomateiro em sistema de plantio direto. Os tratamentos constaram-se das plantas coberturas, mucuna-anã; crotalária juncea; milheto; área de pousio com livre crescimento da vegetação espontânea; e preparo convencional do solo, totalizando cinco tratamentos em delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições. As características estudadas foram a fertilidade do solo pela análise química a 0,20 m de profundidade e a densidade do solo de 0-10 cm e de 0-10-20 cm, coletando amostras indeformadas de 100 cm3 de solo. Os dados foram processados estatisticamente com auxílio do programa SAS. Houve aumento no teor de matéria orgânica do solo dos tratamentos com plantio direto sobre palha de milheto e vegetação espontânea em relação ao cultivo convencional. Tanto os macro como os micronutrientes não diferiram em teores no solo entre os tratamentos estudados. A densidade do solo também não teve diferença significativa entre os tratamentos em nenhuma das profundidades.

PALAVRAS-CHAVE: Licopersycon

esculentum Mill.; plantas de cobertura; adubos verdes

ABSTRACT

Fertility and density of soil in no-tillage of tomato

The no-tillage of cultivations provides several benefices to environments which we could quote the improvement of physical, chemical e microbiology conditions of soil. In this experiment it was aimed study the density and fertility of soil in no-till growth of tomato. The treatments were constituted by cover crops, mucuna-dwarf, sun hemp, millet and rest with the natural herbs to formation of straw on soil surface to no-till grown and maize to witness treatment to conventional tillage to tomato’s grown. The experiment was carried out in randomized complete block design with five treatments and four replications. It were evaluated the fertility, at the 20 cm of depth and density of soil at the 0 to 10 cm and 10 to 20 cm of depth, harvesting undisturbed samples from the 100 cm3 of soil. The data were processed statistically using the SAS program. There was an increase in organic matter content of soil with tillage treatments on millet straw and weed vegetation in relation to conventional tillage. Both the macro and micro levels did not differ in the soil among the treatments studied. The soil density also had no significant difference between treatments in any of the depths.

KEYWORDS: Licopersycon esculentum Mill.;

(2)

INTRODUÇÃO

O plantio direto de hortaliças proporciona ao ambiente alguns benefícios em relação ao cultivo convencional principalmente nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo e conseqüentemente na produtividade das culturas. Com aumento da matéria orgânica devido a constante permanência de palha na superfície do solo evidencia-se melhor estruturação e conseqüentemente melhoria nos atributos físicos e químicos.

A ciclagem de nutrientes pela absorção radicular de perfis mais profundos para a parte aérea das plantas de coberturas, retornado os minerais à superfície do solo para serem mineralizados e disponíveis à nutrição das culturas sucessoras é mecanismo proporcionado pela tecnologia de rotação de culturas com plantas de coberturas em sistema de plantio direto. A fixação biológica do nitrogênio pela simbiose do sistema radicular das plantas leguminosas com bactérias diazotrópicas fixadoras do N atmosférico confere ao sistema adição de quantidades consideráveis de N para nutrição de culturas sucessoras. Contudo, objetivou-se neste experimento estudar os atributos de densidade e fertilidade do solo em tratamentos de plantas de cobertura para o plantio direto do tomateiro.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios (APTA), Ribeirão Preto – SP. Local com coordenadas geográficas de 21°12’26” S e 47°51’48” N e altitude média de 646 m. A precipitação média anual de 1427 mm, com temperaturas média máxima de 25°C e média mínima de 19,3°C. De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999) o solo da propriedade está classificado como Latossolo Vermelho eutroférrico, textura argilosa (Oliveira e Muniz, 1975).

Os tratamentos do experimento foram diferentes espécies de plantas de coberturas, mucuna-anã, crotalária junceae, milheto, pousio com livre crescimento da vegetação espontânea e como testemunha o preparo convencional do solo cultivado previamente com milho. Realizou-se a correção do solo elevando a saturação em bases do solo a 80%, com aplicação de 2 t ha-1 de calcário, para o cultivo das plantas de cobertura, sendo dispensada fertilização devido a boa fertilidade natural do solo. Semeou-se a mucuna-anã (Mucuna deeringiana) e a crotalária (Crotalária juncea) no espaçamento de 0,50 m entre linhas, com densidade de 8 e 27 sementes por m linear, respectivamente, e o milheto (Pennisetum americanum) no espaçamento de 0,30 m entre linhas e densidade de 55 sementes por m linear. Desde então se deixou livre crescimento da vegetação espontânea nas unidades experimentais destinadas ao pousio. No cultivo convencional, semeou-se o milho, no espaçamento de 0,9 m entre linhas com 12 sementes por m linear. Ao final do ciclo vegetativo das plantas de cobertura fez-se a roçada, deixando repousar a massa vegetativa na superfície do solo. O milheto foi roçado aos 72 dias após a semeadura, a mucuna-anã aos 86 dias após a semeadura e crotalária aos 94 dias após a semeadura, juntamente com a roçada da vegetação espontânea e do milho que sua massa vegetativa foi incorporada ao solo no preparo. Posteriormente transplantaram-se as mudas de tomateiro em sistema de plantio direto sobre a palha remanescente das plantas de cobertura, com espaçamento de 1,20 x 0,40 m. O ciclo do tomateiro foi de 133 dias do transplante das mudas até o final da colheita. As características estudadas no experimento foram a fertilidade e a densidade do solo.

(3)

As colheitas de amostras de solo para análise química realizaram-se aos 16 DAT do ciclo de cultivo do tomateiro, sendo posteriormente enviadas ao laboratório para análise da matéria orgânica, dos macronutrientes P, K, Ca, Mg e dos micronutrientes B, Cu, Fe, Mn e Zn. Para análise da densidade colheram-se amostras indeformadas de 100 cm3 com auxílio do trado tipo Uland nas profundidades de 0-10 cm e de 10-20 cm, aos 36 DAT e aos 128 DAT do tomateiro, sendo posteriormente secadas em estufa de circulação de ar forçada até atingirem massa constante.

Para o cálculo da densidade mediu-se a massa seca do solo do volume de 100 cm3

dividindo-a pelo volume conhecido de 100 cm3, estabelecido pela fórmula universal da densidade, d = m/v (g cm-3). Os dados foram processados estatisticamente com auxílio do programa SAS.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A matéria orgânica do solo foi superior nos tratamentos de milheto e vegetação espontânea em sistema de plantio direto do tomateiro em relação ao tratamento de preparo do solo convencional cultivado previamente com milho, entretanto sem diferir dos tratamentos de mucuna-anã e crotalária (Tabela 1).

A incorporação da palha de milho no cultivo convencional foi prejudicial à manutenção da matéria orgânica do solo. Com relação aos nutrientes no solo não teve diferença significativa entre os tratamentos estudados sendo que as plantas de cobertura em sistema de plantio direto apresentaram teores semelhantes tanto de macro como de micronutrientes em relação ao sistema convencional de preparo de solo para o cultivo de tomateiro. Sendo assim, as espécies estudadas têm capacidade semelhante em ciclagem de nutrientes extraídos pelas raízes de camadas mais profundas do solo devolvendo-os à superfície do solo pela parte aérea das plantas.

A densidade do solo de 0-10 cm e de 10-20 cm de profundidade não teve diferença significativa entre os tratamentos em nenhuma das épocas amostradas, aos 36 e aos 128 DAT do ciclo do tomateiro. Sendo assim admite-se que em termos de densidade do solo sinaliza-se para não ocorrência de compactação, até o presente momento, quando da comparação entre o sistema de plantio direto e o convencional. Argenton et al. (2005) relataram que após cinco anos de cultivo o preparo reduzido do solo com o cultivo de milho intercalado com mucuna cinza resultou no aumento da macroporosidade, porosidade total bem como redução da densidade do solo, sendo que essas melhorias, advindas do uso de plantas de cobertura, não foram observadas no preparo convencional. No entanto, com a evolução no tempo deste experimento de plantio direto do tomateiro sobre palhas de plantas de cobertura possa vir ocorrer melhoria das condições físicas do solo.

Em termos de fertilidade do solo alguns autores relataram melhoria das características química do solo quando realizada adubação verde, destacando-se principalmente as leguminosas como crotalária juncea e guandu (Alcântara et al., 2000; Silva et al., 2002).

Neste experimento observou-se apenas melhoria nos teores de matéria orgânica quando o solo foi cultivado com milheto e deixado em pousio em relação ao preparo convencional, não havendo melhoria nos teores de nutrientes no solo.

(4)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARGENTON, J; ALBUQUERQUE, JA; BAYER, C; WILDNER, LP. 2005. Comportamento de atributos relacionados com a forma da estrutura de latossolo vermelho sob sistemas de preparo e plantas de cobertura. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 29: 425-435.

ALCÂNTARA, FA; FURTINI NETO, AE; PAULA, MB; MESQUITA, HA; MUNIZ, JA. 2000. Adubação verde na recuperação da fertilidade de um latossolo vermelho escuro degradado. Pesquisa agropecuária brasileira, 35(2): 277-288.

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Centro Nacional de Pesquisas de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Manual de métodos de análise de solo. 2a ed. Rio de Janeiro, 1999, 212 p. (Documentos, 1).

OLIVEIRA, JB; MUNIZ, AC. Levantamento pedológico detalhado da Estação Experimental de Ribeirão, SP. Bragantia, Campinas, v. 34, n. 2, p. 2359-2362, 1975.

SILVA, JAA; VITTI, GC; STUCHI, ES; SEMPIONATO, OR. 2002. Reciclagem e incorporação de nutrientes ao solo pelo cultivo intercalar de adubos. Revista Brasileira de Fruticultura, 24(1): 225-230.

(5)

Tabela 1 Matéria orgânica (MO), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) do solo dos tratamentos

de plantio direto de tomateiro na palha de mucuna-anã, crotalária, milheto, vegetação espontânea e preparo convencional após o cultivo de milho (Organic matter, phosphorus, potassium, calcium and magnesium of soil at differentes treatments of tomato’s no-till on the straw of mucuna-dwarf, sun hemp, millet, weed and convencional till after growth of maize). Ribeirão Preto – SP, 2008.

Tratamentos MO P K Ca Mg Mucuna-anã 20,8 ab 73,0 a 2,4 a 26,6 a 16,4 a Crotalária 20,6 ab 73,6 a 3,2 a 28,2 a 18,0 a Milheto 21,8 a 74,3 a 3,3 a 28,0 a 15,6 a Vegetação espontânea 22,8 a 70,6 a 2,6 a 29,2 a 18,4 a Convencional (Milho) 19,0 b 79,6 a 3,2 a 31,0 a 17,8 a CV% 5,8 10,3 21,3 13,4 22,6

* Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 2 Boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn) do solo dos tratamentos de plantio direto

de tomateiro na palhada de mucuna-anã, crotalária, milheto, vegetação espontânea e convencional após o milho. Ribeirão Preto – SP, 2008.

Tratamentos B Cu Fe Mn Zn Mucuna-anã 0,17 a 5,7 a 10,4 a 26,0 a 0,54 a Crotalária 0,17 a 6,0 a 11,2 a 30,5 a 0,52 a Milheto 0,15 a 5,9 a 10,2 a 25,9 a 0,50 a Vegetação espontânea 0,17 a 5,5 a 11,2 a 32,2 a 0,44 a Convencional (Milho) 0,16 a 5,4 a 10,4 a 31,1 a 0,58 a CV% 8,4 4,5 8,8 14,9 24,6

* Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade.

Figura 1. a - Densidade do solo (g cm3) na profundidade de 0 – 10 cm; b - profundidade de 10 – 20 cm dos tratamentos de plantio direto de tomateiro na palha de mucuna-anã, crotalária, milheto, vegetação espontânea e do preparo convencional do solo após o cultivo de milho (a - Soil density at 0-10 cm depth; b – 10–20 cm depth from tretaments with no-till of tomato on the straw of mucuna-dwarf, sun hemp, millet, weed and convencional till after growth maize). Ribeirão Preto, 2008.

Referências

Documentos relacionados

Não se trata aqui, evidentemente, de menosprezar a importância da transmigração da família real para o Brasil, mas de entrevê-la como parte de um processo histórico mais amplo –

Foi escolhido o contexto do 1º CEB para a concretização desta investigação por duas razões essenciais: primeira, pelo facto da investigadora, enquanto aluna do curso de

Eleitoral – Artº 35º - 6 / Estatutos – Artº 40º - 5 46 Clube Recreativo e Desportivo Brasileiro Rouxinol AGDS. 47 Clube Recreativo e Desportivo do

Finally, all studies engage in multivariate regression analyses and include at least one of 14 independent variables: Socio-economic variables (i.e. population size,

Resíduos de Glifosato e seu metabólito AMPA (mg/kg) no solo nas profundidades de 0 a 10 cm e 10 a 20 cm após a aplicação de herbicidas em pré- plantio e em pós-emergência da soja

Entretanto, em algumas linguagens orientadas a objetos, tal como Smalltalk-76 [31], existem dois tipos de elementos geradores no modelo de objetos: (i) metaclasses que geram classes

Conforme regulamento dos processos nº 18101.000641/2008-57 e 18101.000642/2008-00, será gerado (01) um elemento sorteável, para que o participante possa concorrer aos prêmios,

Apesar de as pirâmides de energia representarem, de modo satisfatório, o fluxo de energia através dos diversos níveis tróficos, ainda que adotemos o modelo trófico aqui