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Vista do Foi golpe ou não foi golpe. Análise das estratégias argumentativas de Veja e CartaCapital sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff

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Foi golpe ou não foi golpe? Análise das estratégias

argumentativas de Veja e CartaCapital sobre o processo

de impeachment de Dilma Rousseff

Rejane de Oliveira Pozobon Jornalista. Doutora em Ciências da Comunicação. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria. Carolina Siqueira de David Jornalista. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria.

Resumo

Este artigo analisa, a partir de estratégias argumentativas (BRETON, 1999, 2012), as construções dos discursos de Veja e Carta Capital sobre a nomenclatura do acontecimento impeachment de Dilma Rousseff. São quatro as estratégias elencadas com o propósito de identificar como as revistas reforçam o ponto de vista que defendem: autoridade, comunidade, reenquadramento e analogia. Outros conceitos angariados são o de acontecimento (FRANÇA, 2012; REBELO, 2006) e as especificidades do jornalismo de revista (SCHWAAB; TAVARES, 2013). Como conclusão, observam-se que as duas revistas se diferenciam quando argumentam sobre a nomenclatura do acontecimento impeachment: enquanto Carta Capital utiliza a denominação golpe, Veja rechaça essa nomenclatura.

Palavras-chave

Argumentação; acontecimento; Veja; CartaCapital; impeachment Dilma Rousseff.

Abstract

This article analyzes, based on the argumentative strategies (BRETON, 1999, 2012), the constructions of the discourses of Veja and CartaCapital on the nomenclature of Dilma Rousseff ’s impeachment. There are four strategies listed with the purpose of identifying how magazines reinforce their point of view: authority, community, reframing and analogy. Other concepts raised are about the event (FRANÇA, 2012; REBELO, 2006) and the specificities of magazine journalism (SCHWAAB; TAVARES, 2013). As a conclusion, it can be observed that the two magazines differ when they argue about the nomenclature of impeachment process: while CartaCapital uses the denomination coup, Veja rejects this nomenclature.

Keywords

Argumentation; event; Veja, CartaCapital; Dilma Rousseff’s impeachment.

Introdução

O processo de impeachment de Dilma Rousseff teve início em dezembro de 2015 quando Eduardo Cunha, na época presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, aceitou o pedido manifestado por advogados do partido de oposição. O desfecho deu-se exatamente em 31 de agosto de 2016, momento em que, pela razão formal de ter cometido pedaladas fiscais, Dilma Rousseff deixou a presidência da República para dar lugar a Michel Temer, então vice-presidente.

Todos os momentos desse segundo1 processo de impeachment levado a cabo no Brasil

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foram acompanhados pelos veículos midiáticos que reportavam os fatos de acordo com suas perspectivas editoriais, econômicas e sociais. Veja e CartaCapital, duas importantes revistas brasileiras, não pouparam páginas, capas e comentários a respeito do processo e, assim como outros veículos, apresentaram versões e explicações para o que aconteceu.

O acontecimento impeachment, portanto, desenvolve-se em paralelo a disputas de construções discursivas para o que ocorre. Partindo desta hipótese, nos interessa analisar, neste artigo, como Veja e CartaCapital construíram sua argumentação no que tange à nomenclatura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Sabem-se que as duas revistas possuem inúmeras diferenças nas suas trajetórias e consequentemente no relato dos fatos, dessa forma cabe aqui a investigação para confirmar ou não a hipótese apresentada.

Para alcançar tal objetivo, toma-se como norte a teoria da argumentação (PERELMAN; OLBRECTS-TYTECA, 2005; BRETON, 1999, 2012), mais especificamente a análise das estratégias argumentativas. Outro conceito que também nos ajuda a perceber a diferença no trato com a realidade é o de acontecimento (FAUSTO NETO, 2016; FRANÇA, 2012; REBELO, 2006), bem como o de jornalismo de revista (SCHWAAB; TAVARES, 2013), que relata as especificidades do discurso aqui analisado. Nessa perspectiva, o artigo primeiro discute as proposições teóricas, depois apresenta a metodologia empregada, logo após expõe a análise e, por fim, as considerações.

A transitividade do acontecimento

Acontecer implica mudar. Algumas mudanças podem ser significativas; outras não, mas acontecer é modificar estados. Não necessariamente ao nível físico – de estado A para estado B, por exemplo – mas sim interrupções numa certa linearidade. Mais além nesta linha de pensamento, França (2012) propõe que o acontecimento é a “renovação do pensamento”, isto é, que o acontecimento provoca novidade.

Os acontecimentos sempre afetaram pessoas; contudo, anteriormente, eram pessoas próximas ao que ocorreu. Atualmente, com as tecnologias, qualquer pessoa pode ser afetada – ao nível do emocional, por certo – pelo acontecimento. Nas palavras de França (2012, p. 49), os acontecimentos perturbam “os níveis cognitivos [...]. A desorganização em um quadro não é resolvida apenas internamente, ela repercute em outros. [...] Vemos, por aí, um movimento de mudança”. É esse caráter multiplicador que concede a potencialidade do acontecimento, pois o que acontece conecta pessoas e influencia suas escolhas em sociedade, em outras palavras, desorganiza e reorganiza os quadros de sentidos.

Quando se fala em acontecimento os sentidos temporais não podem ficar renegados a um segundo plano. O passado, o presente e o futuro caminham junto com as potencialidades que o conceito apresenta: “Ao desorganizar o presente, o acontecimento instala uma temporalidade estendida, convoca um passado com o qual ele possa estabelecer ligações, anuncia futuros possíveis” (FRANÇA, 2012, p. 47). A temporalidade é inerente à compreensão de um acontecimento porque a explicação sobre algo faz parte da consciência humana. Compreender o que ocorre é quase instintivo para quem vive em sociedade e procura sentidos sobre o que vivencia. Aliada a essa procura de explicações e significações está a produção de discursos. Estes últimos, que por certo são um instrumento de poder, têm certos padrões predeterminados: o apelo a certos arquétipos e estereótipos que acompanham a história das civilizações.

Estereótipos e arquétipos, como o apelo à narrativa melodramática em que estão presentes o triângulo amoroso, a luta, o bem, o mal, o herói, o vilão, o monstro, entre outros, são parte dos discursos sobre acontecimentos presentes nos veículos midiáticos. Para

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Arquembourg (2013, p. 56): “As narrativas dos acontecimentos operam escolhas nas maneiras de apreender, compreender e explicar o que acontece. [...] remetem implicitamente para representações da Natureza, de Deus e do Mal”. A título de exemplo, a revista Veja (Edição 2529, ano 50, nº 19, 10 de maio de 2017), ao antecipar um acontecimento referente à Operação Lava Jato2, coloca o ex-presidente Lula e o juiz Sérgio Moro num ringue: “O primeiro encontro cara a cara: Moro X Lula”.

Conforme Rebelo (2006, p. 20), as narrativas sempre orientaram os seres humanos funcionando como um meio de legitimação: “Nas sociedades tradicionais, as narrativas míticas, instaurando uma ordem discursiva do mundo, produziam efeitos de sentido através dos quais as coisas eram legitimadas e vividas”. E a importância das mesmas se dá até hoje pelo mesmo motivo: são as narrativas que auxiliam a reconstrução dos quadros de sentido depois que esses foram rompidos pelos acontecimentos, elas seriam a “materialização da procura de sentido” (REBELO, 2006, p. 17).

Mais uma vez a centralidade da mídia é evidenciada quando se constata o poder que ela tem em contar as histórias desses acontecimentos que, na enorme maioria das vezes, não estão ao alcance presencial das pessoas: “A maior parte dos acontecimentos que chegam a nosso conhecimento serve-se dessa forma de história; afinal de contas, é reduzido o número daqueles que conhecemos enquanto objetos de uma investigação empreendida por nós mesmos ou da qual participamos” (QUERÉ, 2012, p. 34). Uma história que não só informa, mas que é filtrada e que condiciona o pensamento de quem lê.

Fausto Neto (2016), ao analisar as estratégias discursivas das capas de revistas semanais relacionadas ao processo de impeachment, propõe uma “fabricação” do acontecimento por parte das mesmas. Para o autor, as revistas abandonaram a ideia de “elo” entre instituições e leitores e agiram como “atores de uma enunciação interessada” ao anteciparem julgamentos e sentenças. O autor referido não acredita na total centralidade do jornalismo enquanto “produtor” do acontecimento, Fausto Neto (2016) profere que outras narrativas, advindas da instância política, econômica e judiciária, por exemplo, também dinamizaram o acontecimento; no entanto, ao jornalismo é reservada a eleição de um “corpo significante” que enuncia inteligibilidades sobre o acontecimento. Esse “corpo significante” é, precisamente, as fotos corporais editadas de Dilma Rousseff nas capas das revistas Veja,

IstoÉ, Época e CartaCapital. Para o autor, as revistas, ao optarem por determinadas fotos

editadas nas capas, e não por aquelas de atividade testemunhal, na qual a foto era reproduzida no contexto original, emolduraram o acontecimento de acordo com seus pontos de vistas.

Para Fausto Neto (2016), portanto, o processo de impeachment foi uma fabricação das revistas pelos antecipamentos que as mesmas anunciavam antes da temporalidade da instância política. Exemplo disso é o fato de que mesmo antes de o pedido de impeachment ser aceito pelo Congresso Nacional, Veja por exemplo, já antecipava que “Ela passou a faixa”, assim como as outras revistas que procuravam expor fotos editadas da presidente sozinha, isolada e cabisbaixa. Para Fausto Neto (2016, p. 22): “Distante ainda do impeachment, a enunciação jornalística já atualizava o tema [...] antecipando pistas da sua possível viabilização. Texto e imagem aludem a uma saída da presidente ao anunciar fatos novos que são modalizados segundo a artilharia interpretativa jornalística”.

Depois do pedido de impeachment ser devidamente acolhido pela Câmara dos Deputados, o autor propõe que as revistas, ao anunciarem o começo do processo, já comemoravam sua conclusão ao fazer “edições especiais”, deixando, mais uma vez, transparecer a diferença de temporalidade entre a instância política e a midiática. Para o autor, portanto, a instauração do processo de impeachment foi feita antes na instância midiática do

2 Iniciada em 2014, a Operação Lava Jato investiga os casos de corrupção ligados a Petrobras, maior estatal do

Brasil. Mais informações: http://www.mpf.mp.br/para-o-cidadao/caso-lava-jato/entenda-o-caso. Acesso em: 2 abril 2018.

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que na instância política: “Pensando sobre o impeachment, considera-se que se trata de um acontecimento que é construído na esfera da mídia jornalística, em termos processuais” (FAUSTO NETO, 2016, p. 17). É tanto pela extrema edição das capas quanto pelos discursos que o jornalismo de revista se distingue de outras formas, como o jornalismo diário, de fazer jornalismo. Portanto, o próximo subcapítulo se dedica a mostrar algumas características do funcionamento desse jornalismo específico.

Jornalismo de revista: os acontecimentos em Veja e CartaCapital

De acordo com Schwaab e Tavares (2013), a revista como meio de comunicação teve sua consolidação em paralelo com o crescimento da tipografia no século XIX, nos Estados Unidos e Europa. Com a Revolução Industrial, segue os autores, e a melhora tecnológica dos formatos comunicacionais, o cidadão comum alfabetizado, morador dos centros urbanos passou a ser uma audiência em potencial para um novo produto: a revista. Todavia, é no século XX que as “magazines consolidam-se, demarcando um lugar próprio em relação ao jornalismo e seu universo e estabelecendo [...] uma maneira própria [...] de dizer sobre a sociedade e com ela se relacionar” (SCHWAAB; TAVARES, 2013, p. 29).

Em meio às especificidades do jornalismo de revista, a palavra segmentação é, segundo Benetti (2013), o eixo norteador desse tipo de jornalismo que procurou se destacar ao direcionar temáticas de acordo com públicos específicos. Segmentação importante também para o espaço que a publicidade estava obtendo nas suas páginas pelo processo de financiamento, visto que editor e anunciante buscavam atingir um alvo ideal de seus produtos.

O jornalismo de revista tem produção e funcionamento único quando comparado a outras mídias. Primeiro, pode-se atentar para a especificidade do material no qual a revista se apresenta: a durabilidade e, por consequência, a profundidade das reflexões presentes nesse jornalismo específico proporcionam uma experiência única entre a revista e seu público, o que acarreta, inclusive, determinadas coleções de edições das revistas. Coleções que são possíveis devido à diferente periodicidade que as revistas assumem, algumas podendo ser semanais, quinzenais e mensais, por exemplo. A diferença da periodicidade entre revista e jornal diário, escancara, de acordo com Schwaab e Tavares (2013, p. 34) a distinção entre os produtos, pois as revistas não podem abranger simplesmente o que o jornal diário se presta, necessitam ir além: “[...] fica evidente a questão temporal atuando sobre a prática jornalística, criando e configurando necessidades outras de investigação, apuração, redação, etc”. Fausto Neto (2016) salienta o poder das capas das revistas como “operadoras de sentidos”, afirmando que o tratamento das imagens de capa vai além da “mediação” que o jornalismo se propõe, revelando a argumentação presente na construção dos acontecimentos.

Desaparece o jornalista como ator central, conforme assim ocorria na ‘sociedade dos meios’– e emergem os editores de artes e designers. Tira-se o fotojornalismo do palco, e através de outros processos de intervenção sobre a imagem, aponta-se, de modo retocado, a existência da atualidade. Vários fragmentos de reais retocados e associados a signos do calendário e imaginário da semana santa (calvário, agonia, via crucis, etc.), servem como fonte para nomeação e inteligibilidade do acontecimento enunciado nas capas (FAUSTO NETO, 2016, p. 12).

Dessa forma, é a partir dessa perspectiva que se entende o papel que as revistas Veja e

CartaCapital desempenham no imaginário histórico-social de seus públicos: pela expectativa

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comunicação no qual a argumentação pode se fazer presente. Portanto, antes de seguir para a análise, faz-se necessário expor algumas características das revistas aqui tidas como objetos de estudo.

O Grupo Abril, conglomerado ao qual pertence Veja, iniciou suas atividades no território brasileiro em 1950 sob o comando do empresário ítalo-americano Victor Civita, membro de uma experiente família em termos de produções gráficas. Depois de uma bem-sucedida lista de produções importantes no território nacional, Roberto Civita, filho de Victor Civita, propôs a produção de uma nova revista em parceria com o ítalo-brasileiro Mino Carta: nascia, em 11 de setembro de 1968, a revista Veja.

Entre altos e baixos índices nos seus quase 50 anos de atuação, atualmente a revista afirma que ultrapassou o marco de 1,2 milhão de exemplares. Também se declara como “a maior entre as semanais de informação do Brasil e a segunda maior no mundo, alcançando toda semana mais de 6 milhões de leitores”3. Quanto às especificidades de seu público, Veja

afirma que 51% são homens e 49% mulheres e que 49% são da classe B e 36,6% da classe C. Ademais, a maior circulação da revista se encontra na região sudeste. Nas plataformas digitais, na rede social Facebook, a revista conta com 7.277.841 de curtidas4.

A política sempre teve destaque nas reportagens de Veja, desde sua primeira edição o título “O grande duelo no mundo comunista” já evidenciava essa perspectiva. Além disso, a revista sofreu censuras devido à instituição do AI-5, considerada uma das medidas mais rigorosas da Ditadura Militar brasileira. De acordo com Iuan (2014, p. 12), a censura aos meios de comunicação fez com que Mino Carta “na época diretor de redação, deixasse esta revista em 1975, devido a pressões da ditadura contra o veículo (SOUZA, 1988, p. 99). Isso corrobora a influência que o contexto político teve em relação à imprensa brasileira da época”. Depois de orientações e reorientações na linha editorial da revista, no seu aniversário de 2.000 exemplares, Veja é objetiva quanto ao seu posicionamento político:

VEJA se declara liberal: “Para nós, ser liberal é querer o progresso com ordem, a mudança pela evolução e a manutenção da liberdade e da iniciativa individuais como pedra angular do funcionamento da sociedade”. Em sua reafirmação de princípios, a revista defendia, então, o capitalismo por acreditar que “a livre iniciativa é o meio mais eficiente para promover o progresso social [...] por ser o único sistema compatível ao mesmo tempo com uma sociedade pluralista, com as liberdades fundamentais do indivíduo, com a eficiência, com o dinamismo e inovação”.5

A revista Veja já foi corpus de um número valioso de trabalhos que puderam concluir não só as especificidades do jornalismo de revista, mas também características próprias do texto de Veja. Nessa linha, Prado (2013) parte do princípio que as mídias não só informam, mas oferecem mapas cognitivos de compreensão de mundo, isto é, orientam seus leitores de acordo com certos valores como o sucesso, a saúde, o prazer. O autor, ao analisar a construção da realidade em Veja, afirma que a revista se apresenta como detentora de um saber a partir de certas estratégias discursivas que oferecem uma “orientação de mundo” para chegar à riqueza e à ascensão social: o “aprenda” com Veja é ressaltado nesses tipos de matérias.

Dessa forma, Prado (2013) elenca três características do discurso de Veja: 1) o mundo é tal qual Veja o descreve (frequentemente situando as descrições em relação aos Estados Unidos); 2) as pessoas que sabem X e fazem Y têm sucesso, são poderosas e 3) Veja explica

3 Disponível em: http://publiabril.abril.com.br/marcas/veja. Acesso em: 03 out 2017. 4 Disponível em: https://www.facebook.com/Veja/. Acesso em 25 set. 2017.

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os passos que o leitor deve dar (ação) para saber X, fazer Y e ter sucesso. Portanto, ampliando a perspectiva de Fischer (2002), que propõe a televisão como um “dispositivo pedagógico”, pode-se dizer, em conjunto com as características de Prado (2013), que as mídias em geral atuam como um “dispositivo pedagógico”, como “um lugar especial de educar, de fazer justiça, de promover a “verdadeira” investigação dos fatos [...] e ainda de concretamente “ensinar como fazer” determinadas tarefas cotidianas [...]” (FISCHER, 2002, p. 155).

As histórias de Veja e CartaCapital se entrecruzam. Mino Carta, ítalo-brasileiro fundador de outros títulos brasileiros como Quatro Rodas, IstoÉ e, inclusive, Veja, edita até hoje a revista CartaCapital, a qual também criou. A revista, criada em 1994, teve periodicidade mensal e também quinzenal, tornou-se semanal somente em 2001, quando passou a pertencer à Editora Confiança. De acordo com a própria revista, a mesma é: “leitura obrigatória para todas as pessoas que buscam não apenas informação exclusiva e qualificada, mas uma visão crítica dos acontecimentos da política, economia e cultura, no Brasil e no mundo”6. Essa definição própria revalida o que pesquisas salientam, isto é, que se sobressai

em CartaCapital, assim como em Veja, o caráter crítico-analítico sobre o opinativo.

Apesar de CartaCapital ser considerada, em conjunto com as revistas IstoÉ, Época e

Veja, uma das quatro principais revistas brasileiras (BENETTI; HAGEN, 2010), seus índices

de tiragem e audiência são bem menores do que os dessa última. Segundo dados7 fornecidos pela própria revista no ano de 2015, CartaCapital tem tiragem de 65 mil exemplares, sendo a maior circulação na região sudeste (57%). A revista também conta com 231 mil leitores: 64% homens e 36% mulheres. Em relação às classes sociais, 88% são AB e, além disso, 64% tem renda familiar acima de R$ 7.650,00. Quanto a qualificação de seu público, CartaCapital afirma que 82% possui curso superior completo e que 63% possuem ou estão cursando pós-graduação. Na rede social Facebook, a página da revista conta com 1.844.6358 de curtidas. Depois de delineado o histórico e algumas características dos veículos que aqui serão analisados, expõe-se o método de pesquisa que constitui o aporte metodológico da análise.

Método de pesquisa

O método de pesquisa aplicado neste artigo tem como base a teoria da argumentação alçada em Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005) e Breton (1999, 2012). Os autores compartilham certas concepções como a possiblidade de criação de situações argumentativas a partir da proposição de debater uma questão que não é evidente. Isto é, afirmam que a argumentação é possível onde não há uma verdade científica, onde há o embate entre perspectivas, o lugar das versões para os fatos. Partindo desse pano de fundo, o convencimento de uma versão sobre um fato dá-se a partir do uso de estratégias argumentativas. Essas estratégias ou “mecanismos de pensamento” (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 2005) podem ser simplificadas em quatro de acordo com Breton (2012): autoridade, comunidade, reenquadramento e analogia. Esta última estratégia pode se manifestar tanto pela analogia metáfora como pela analogia comparação, portanto, têm-se cinco estratégias argumentativas.

A estratégia argumentativa de autoridade mobiliza pessoas ou coisas que pelo seu notável conhecimento ou legitimidade são consideradas elementos importantes na construção dos discursos das revistas. No corpus investigado pode-se ver que países, pessoas, empresas, instituições, profissionais, entre outros, são exemplos de autoridades que ajudam a construir o

6 Disponível em: https://www.facebook.com/pg/CartaCapital/about/?ref=page_internal. Acesso em: 25 set. 2017. 7Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/editora/cartacapital/MIDIAKITCARTACAPITAL2015.pdf.

Acesso em: 03 out. 2017.

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ponto de vista defendido. Já a estratégia de comunidade utiliza valores e crenças compartilhados por um auditório (BRETON, 2012). Em relação ao momento aqui analisado – de embate entre os campos midiático e político – é inerente a mobilização de palavras como democracia, popularidade e ideologia, por exemplo.

A estratégia de reenquadramento maximiza ou minimiza certos aspectos de uma argumentação. De acordo com Breton (1999), essa estratégia aborda os problemas de uma nova maneira. Nessa perspectiva, uma opinião pode estar contida numa simples frase ou numa frase mais problematizada, que implica causas e consequências. Por fim, a estratégia de

analogia pode se manifestar tanto pela metáfora, que é o uso literal dessa figura de

linguagem, quanto pela comparação que coteja pessoas ou objetos.

O que nos interessa, ao analisar as construções que as revistas fazem do acontecimento

impeachment, é verificar em suas frases como foram mobilizadas essas estratégias

argumentativas recém expostas. Para tanto, foi delimitado como corpus de análise as edições de Veja e CartaCapital de 27 de abril de 2016, relativas à primeira votação na Câmara dos Deputados (Edição 2475 de Veja e Edição 898 de CartaCapital) e as edições de 7 de setembro de 2016, relativas à votação final no Senado Federal (Edição 2496 de Veja e Edição 917 de

CartaCapital).

Partiu-se de uma análise mais ampla9 para chegar aos resultados aqui expostos. Dessa forma, entre os vários resultados obtidos em análise maior, compila-se aqui somente os dados que estão relacionados à nomenclatura do processo de impeachment que, por sua vez, foram encontrados nas seguintes matérias pertencentes à revista Veja: “O golpe do golpe” (p. 54-56) de Kalleo Coura, “A virada na economia” (p. 50-52) de Giuliano Guandalini e “Visão histórica” (p. 62-63) de Fernanda Allegretti e nas seguintes pertencentes à revista

CartaCapital: “Bem pior que 64” (p. 16-17) e a “Inteligência impotente” (p. 16-19) ambas de

Mino Carta, “O espírito da lei” (p. 26-29) de Antonio Costa, “Temer e o Caso Etanol” (p. 30-31) de Mauricio Dias, “Golpe e resistência” (p. 32-33) de Roberto Amaral, “Mergulho nas trevas” (p. 36-37) de Alfredo Bosi, “E fez-se o caos” (p. 20-26) de André Barrocal e “Do Fora Temer ao Diretas Já” (p. 36-38) de Mino Carta e Nirlando Beirão.

Foi golpe ou não foi golpe? Análise das revistas Veja e

CartaCapital

Começando por CartaCapital, é possível ver que esta revista entende o processo de

impeachment como um golpe, crime ou mesmo uma farsa; a revista ainda pauta a falta de

provas para condenar Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Abaixo são delineadas as estratégias argumentativas utilizadas para comprovar essa argumentação defendida pela revista.

Figura 1: Argumentação de CartaCapital sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff

9 Derivada da dissertação de Mestrado de título “Impeachment de Dilma Rousseff: análise das estratégias

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42 Fonte: elaboração própria.

CartaCapital faz uso das cinco estratégias argumentativas para afirmar que o processo

de impeachment foi um golpe. A estratégia de autoridade aparece nas frases que colocam a Constituição como uma autoridade, por exemplo: “O golpe, ao rasgar a Constituição, manda às favas o presidencialismo republicano para substituí-lo pela lei do mais forte” (CARTA, p. 18). Outra variação é a autoridade de países ou pessoas que entendem o impeachment como golpe. Têm-se um país: “[...] tudo obra de quem vê com reservas o impeachment, classificado como ‘golpe de Estado’ por Cuba como óbvia constatação” (BARROCAL, p. 21) e um humorista: “Do Fora Temer ao Diretas Já: No Jogo de Carta, Gregorio Duvivier lamenta que o golpe tenha sido festejado e propõe uma nova bandeira ao movimento de resistência” (CARTA; BEIRÃO, p. 36).

CartaCapital também aponta o financiamento obtido pela Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo, que também é uma autoridade, para endossar seu ponto de vista: “A Fiesp e seu pato sempre atrás do golpe até sua consumação” (BARROCAL, p. 22). Além disso, angaria, agora na condição de apontar o impeachment como um “crime”, a autoridade do Senador Cristovam Buarque ao afirmar que o mesmo “[...] reconhece, Dilma é uma mulher honesta [...] mas as ‘pedaladas’ são criminosas e ele tem de se render às suas responsabilidades de cidadão e de parlamentar para cumprir a missão de condená-la. Abjeta tentativa de se mostrar como varão de Plutarco, enquanto participa de um crime [...]” (CARTA, p. 18).

A estratégia argumentativa de comunidade aparece em duas frases, ditas por Gregorio Duvivier, quando entrevistado pelo Jogo de Carta em uma seção da revista CartaCapital. Nas palavras do humorista, pode-se ver essa estratégia quando há referência à democracia: “[...] o que demonstra o quão pouco apreço o brasileiro tem pela democracia” (CARTA; BEIRÃO, p. 36)” e “[...] preferem uma ruptura democrática a conviver com um governo popular ou de esquerda” (CARTA; BEIRÃO, p. 36). A estratégia argumentativa de reenquadramento, aquela que propõe uma outra abordagem para os problemas, também reforça o ponto de vista de

CartaCapital. Nas simples frases, a nomenclatura golpe é deliberadamente usada: “O golpe

do impeachment [...]” (BOSI, p. 37) e “Consumado o golpe [...]” (BOSI, p. 36), bem como em frases mais provocativas que explicitam a articulação do processo: “Essa [a classe dominante] continuou no comando do golpe” (AMARAL, p. 33); ou que explicam as razões dessa nomenclatura: “Quando um governo legítimo é deposto por motivos políticos sem se dar oportunidade ao voto, a isso se chama golpe de Estado” (COSTA, p. 29)”. Como uma mídia que atua muitas vezes como um dispositivo pedagógico, CartaCapital promove, nas duas frases anterior, explicações que defendem sua concepção sobre o processo de

impeachment, isto corrobora as potencialidades expostas acima do conceito de

acontecimento: a revista oferece sentidos para o que está acontecendo.

Também inerente ao acontecimento é o resgate do passado. Pela estratégia argumentativa de reenquadramento, CartaCapital remonta aos avanços que, conquistados 1985, podem sofrer retrocessos: “O golpe destes dias devolve o Brasil aos tempos mais

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remotos e demole inexoravelmente todos os avanços ocorridos depois de 1985” (CARTA, p. 17). Outras nomenclaturas que também deslegitimam o processo sofrido por Dilma Rousseff são as que reenquadram o impeachment como uma farsa: “Golpeadas pela farsa do

impeachment [...]” (AMARAL, p. 33); e as que reforçam que não houve prova para o crime

de Rousseff: “[...] já que a quadrilha manda, a mesma que precipita o impeachment de Dilma Rousseff sem prova de crime de responsabilidade” (CARTA, p. 18).

Como parte da construção dos discursos das revistas semanais, as metáforas também são utilizadas na narrativa que nomeia o impeachment como golpe. Duas frases exemplificam essa asserção: “Golpear o governo Dilma, sem prova do crime de responsabilidade, significará botar lenha na fogueira. Um pouco antes das festividades juninas” (DIAS, p. 31) e “Um país que se permite um golpe desta natureza carece de saúde mental” (CARTA, p. 16). A

comparação entre o Brasil e uma “republiqueta” também é evidente: “O golpe em andamento,

de inspiração paraguaia e hondurenha, confere ao Brasil a condição de republiqueta [...]” (CARTA, p. 16). Nas duas últimas frases aqui expostas, CartaCapital produz, em seu discurso, um efeito de essencialização que, segundo Charaudeau (2015), é definir um termo de forma natural, isto é, a revista essencializa o Brasil como se fosse um sujeito, dessa forma apela também para uma dramatização em seu discurso.

Diferente de CartaCapital, a revista Veja apresenta o processo de impeachment sob uma outra ótica. Abaixo se encontra a análise das estratégias argumentativas que endossam os pontos de vista defendidos por Veja.

Figura 2: Argumentação de Veja sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff

Fonte: elaboração própria.

Como aponta o primeiro quadro da Figura acima, a revista Veja faz uso das estratégias argumentativas de autoridade e reenquadramento para refutar a tese de golpe. Para isso, angaria a autoridade de ministros: “[...] o ministro Dias Toffoli, advogado-geral da União no governo Lula, disse que a versão do golpe ‘contradiz a própria atuação da defesa da presidente’” (COURA, p. 55), “os ministros Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia já tinham desqualificado publicamente a tese de golpe” (COURA, p. 55) e cita literalmente a frase de “Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal” (COURA, p. 56): “Há um gravíssimo equívoco em falar na existência de um golpe” (COURA, p. 56), bem como a autoridade do Supremo Tribunal Federal: “[...] as atas do impeachment foram enviadas ao Senado. Tudo dentro da legalidade, segundo o STF” (COURA, p. 55).

Nas frases anteriores, observa-se que a estratégia argumentativa de autoridade recai de forma direta sobre o prestígio da pessoa ou do objeto que é citado. Quando Veja utiliza em

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seus textos uma variedade de ministros bem como a própria instituição Supremo Tribunal Federal pode-se ver a força dessa estratégia na construção de discursos visto que apela para a competência e experiência dos mesmos.

A estratégia de reenquadramento aparece, por sua vez, problematizando as relações entre o Judiciário e o Político no que envolve o processo de impeachment:

[...] além das pedaladas fiscais, Dilma está ficando cada vez mais encalacrada no próprio petrolão e suas conexões com o caixa dois da campanha que a reelegeu. Pode-se alegar que essas acusações não constam da base jurídica do impeachment, mas é evidente que constam da base política – e o impeachment é instrumento da política (COURA, p. 55).

Há uma ressalva na argumentação de Veja. Enquanto não mede esforços para defender que o processo de impeachment não pode ser considerado um golpe, também propõe, pela estratégia argumentativa de reenquadramento, a seguinte problematização quanto a uma possível injustiça com Dilma Rousseff:

A defesa de Dilma não fala de golpe no sentido militar, naturalmente. Refere-se mais ao fato de que a acusação contra ela – as pedaladas fiscais – nunca foi usada para cassar o mandato de outros presidentes que também pedalaram. Seria, nesse sentido, um ‘golpe parlamentar’. Que a acusação é frágil para ceifar seu mandato é uma questão que rende debate (COURA, p. 55).

Outra questão que se observa em Veja é que a revista angaria a denominação golpe em dois momentos: quando o nega e quando afirma que é uma “versão” de Dilma Rousseff para o acontecimento impeachment. Esta última argumentação, presente no segundo quadro ressaltado na Figura 2, é constatada nas frases que utilizam a estratégia de reenquadramento: “A agenda da presidente se restringe à concessão de entrevistas, nas quais ela denuncia o que considera um golpe contra seu mandato, a democracia e o primeiro governo popular da história” (GUANDALLINI, p. 52). A revista ainda chama de “O golpe do golpe” (COURA, p. 54) o fato de que Rousseff “planejou usar o púlpito da ONU para disseminar ao mundo a versão de que é vítima de uma trama ilegal” (COURA, p. 54). Outras frases também desqualificam a fala de Rousseff no que toca a sua versão sobre o impeachment: “[Dilma Rousseff] iria, sim, ao encontro de chefes de Estado em Nova York [...] para dizer ao mundo que o processo de impeachment a que responde é um ‘golpe’ perpetrado por seus adversários contra ela e contra a democracia” (COURA, p. 54).

Por fim, aparece na última edição de Veja aqui analisada – que compreende a votação final no Senado Federal – uma argumentação que questiona as nomenclaturas do processo de

impeachment bem como a de outros acontecimentos ocorridos o Brasil. São as estratégias de reenquadramento e metáfora as utilizadas para mais uma vez refutar a tese de golpe.

A estratégia de metáfora faz a alusão à “dança das palavras” (ALLEGRETTI, p. 63) em relação à denominação dos acontecimentos: “Vencedores e derrotados põem o rótulo que desejam de modo a construir suas ideias” (ALLEGRETTI, p. 63) e a estratégia de

reenquadramento propõe: “O que não se sabe é como a história contará o que levou a isso:

terá sido impeachment ou golpe?” (ALLEGRETTI, p. 62). Pela mesma estratégia, a revista, então, expõe a variação de nomenclaturas referentes ao Golpe Militar de 1964: “Golpe ou Revolução? A pretexto de deter o avanço comunista, o movimento de 1964 foi chamado de revolucionário” (ALLEGRETTI, p. 63) e afirma que: “[...] além do que houve em 1964, os movimentos de 1889 e 1930 também poderiam ser classificados como golpes militares, e, no

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entanto, a história escolheu denominá-los de forma mais nobre: ‘Proclamação da República’ e ‘Revolução de 30’” (ALLEGRETTI, p. 63).

Suscintamente, o que se pode depreender em relação à análise aqui exposta é que houve a construção de diferentes discursos sobre a nomenclatura do acontecimento impeachment. Nesse sentido, as análises encontram eco no que Schwaab e Tavares (2013) entendem por jornalismo de revista, no qual os acontecimentos são construídos de acordo com perspectivas diferentes de enquadre de mundo.

Neste sentido, observou-se que Veja e CartaCapital criaram situações argumentativas onde todas as estratégias utilizadas voltaram-se para o reforço da sua ótica, criando, neste contexto, uma situação de disputa entre discursos: por parte de CartaCapital a nomenclatura devida para o processo de impeachment de Dilma Rousseff é golpe enquanto para Veja o

impeachment é um processo legítimo, endossado pelo Judiciário e Legislativo.

Nessa perspectiva, a partir da análise aqui empreendida, verificou-se que ambas revistas buscaram conceder explicações recorrendo a fontes e a valores sociais que endossam a argumentação que defendem sobre o impeachment de Dilma Rousseff, em outros termos, as revistas inseriram o ocorrido num quadro de inteligibilidade que priorizou sua orientação de mundo. Isto muitas vezes torna os discursos entre as revistas antagônicos, como confirmado em outras pesquisas (BARREIROS; AMOROSO, 2008; IUAN, 2014; FERNANDES, 2016) que tiveram ambas como objetos de estudo.

Referências

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