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Diagnose da Podridão Radicular da Mandioca na Comunidade Boa Esperança, Santarém, Pará

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Academic year: 2021

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Modelo para elaboração do resumo expandido para o XXX Congresso Brasileiro de

Agronomia

Diagnose da Podridão Radicular da Mandioca na Comunidade

Boa Esperança, Santarém, Pará

Geomarcos da Silva Paulino

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; Eronaldo Lima de Oliveira

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; Juliana Silva e

Silva

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; Claudione Sousa Cunha

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; Sayd Medeiros Tapajos

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Estudante de Agronomia; Universidade Federal do Oeste do Pará; Santarém, Pará; geomarcospaulino19@gmail.com; eron.orion@gmail.com; euju_16021993@hotmail.com; claudiocunha1083@gmail.com; sayd.myg@hotmail.com

RESUMO: A podridão radicular, causada pelos fungos Fusarium sp., constituem em sérios problemas na produção de mandioca no Estado do Pará por ocasionar severas perdas de raiz, o que tem elevado os custos de produção e inviabilizando a fabricação dos produtos como farinha, farinha de tapioca, beiju, entre outros. Objetivou-se com este trabalho diagnosticar o principal agente causal da podridão radicular da mandioca nas áreas de cultivo. O trabalho consistiu inicialmente de uma visita campal na área localizada na Comunidade Boa Esperança, Km 37, as margens da PA-370, rodovia Curuá-una. Realizou-se entrevista informal com o produtor, e procedeu-se a coleta dos órgãos vegetais de 5 plantas sintomáticas. Posteriormente no Laboratório de Fitopatologia do IBEF/UFOPA procedemos as diagnoses complementares das raízes coletadas em campo, onde visualizou-se os sinais e sintomas da doença com auxílio de um estereomicroscópio e de um microscópio ótico. As plantas sintomáticas apresentavam apodrecimento das raízes e do colo, amarelecimento e murcha das folhas, o que culminou na morte de algumas plantas em reboleiras. As colônias apresentam micélio flocoso abundante, de coloração branca, macroconídios falciformes alguns quase retos, formados em monofiálides longas sobre as hifas, com 2 a 4 septos, microconídios abundantes em falsas cabeças, elípticos, e clamidósporos a maioria agrupados e alguns isolados. A medida que a doença evoluía as raízes com sinais do patógeno, apresentaram tecido de cor marrom, estrias negras, desintegração dos tecidos e exsudados de odor fétido. Concluiu-se que a doença estudada refere-se à podridão radicular da mandioca causada pelo fungo Fusarium sp.

Termos de indexação: Fusarium sp.; danos econômicos; Manihote sculenta

INTRODUÇÃO

Mesmo sendo uma cultura bastante tolerante a condições edafoclimáticas, a mandioca é atacada por muitas doenças, o que compromete significativamente sua produção e comercialização. Dentre as doenças, a podridão radicular da mandioca, causada por um complexo de patógenos, é uma das doenças mais destrutivas (Boas, 2015).

O gênero Fusarium pertence à classe dos Deuteromicetos e caracteriza-se por apresentar conídios com vários septos transversais, formados sobre conidióforos de aparência hialina de forma variável

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(Farias, et al. 2006).

A podridão seca apresenta como consequências estrias negras nas raízes, amarelecimento, queda das folhas, seca, murcha foliar parcial ou total e a morte das plantas (Boas, 2015).

A podridão radicular vem ocasionando uma redução na produtividade dos mandiocais na comunidade de Boa Esperança, no município de Santarém, estado do Pará. A cultura da mandioca na região é feita de forma rudimentar sem a utilização de métodos e manejos integrados de controle de doenças, o que vem reduzindo sua produção ao longo dos anos.

A diagnose de doenças de plantas constitui o passo básico e fundamental para o manejo integrado de doenças (MID). Sem a diagnose correta do agente causal de uma doença, não haverá controle eficiente das doenças, (Zeni, et al. 2003).

A diagnose correta de plantas nesse tipo de doença não está sendo feito nas plantações de mandioca na comunidade de Boa Esperança. O que ocasiona erros de manejos da doença e consequentemente eleva os custos de produção. O presente trabalho objetivou a realização da diagnose cientifica campal e laboratorial em plantas de mandioca apresentando podridão radicular.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho de diagnose foi realizado no período de fevereiro a abril de 2016. Primeiramente, realizou-se visitas na área de cultivo localizada na Comunidade Boa Esperança, Km 37, as margens da PA-370, rodovia Curuá-una. Na atividade em campo, realizou-se entrevista com o produtor com objetivo de colher informações acerca da área de cultivo, e em seguida realizou-se a coleta dos órgãos vegetais de várias plantas sintomáticas em duas áreas de cultivo. Já no Laboratório de Fitopatologia do IBEF/UFOPA procedemos as diagnoses complementares das raízes coletadas em campo, onde visualizou-se os sinais e sintomas da doença com auxílio de um estereomicroscópio. Para esta etapa o material foi lavado para retirada da terra e desinfestada em álcool etílico 70%, e em hipoclorito 2%, e por último em água esterilizada para retirada do excesso de hipoclorito, secas em papel toalha e acondicionado em câmara úmida por 5 dias. As avaliações posteriores para identificação do patógeno foram realizadas no terceiro e quinto dia de incubação, onde com o auxílio de uma agulha histológica, foram montados vários conjuntos lâmina-água-lamínula, com estruturas do patógeno, para a visualização em microscópio óptico comum (Diagtech XJS900T-PH). Os isolados foram identificados com base nas características morfofisiológicas, com auxílio de um estereomicroscópio e um microscópio óptico, de chaves taxonômicas e outras literaturas com informações descritivas sobre o fitopatógeno. Após identificação do agente causal da doença, o mesmo foi inoculado em raízes sadias para verificar a reprodução dos sintomas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como Observou-se em plantas sintomáticas (FIGURA 1A), o apodrecimento das raízes e do colo (FIGURA 1B), causando amarelecimento e murcha das folhas (FIGURA 1C), culminando com a morte das plantas (FIGURA 1D) em reboleias, o que ocasiona perda na produtividade. Lorenzi e Dias (1993), relataram que a doença ataca plantas jovens e adultas, causando murcha repentina, severo desfolhamento e podridão das raízes.

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Figura 1 – sintomas e sinais diagnósticos da doença em campo: (1A) planta sintomática; (1B) podridão das raízes; (1C) amarelecimento e murcha das folhas; (1D) planta parcialmente morta.

As colônias apresentam micélio flocoso abundante, de coloração branca (FIGURA 2A). Os macroconídios (FIGURA 2B) são falciformes alguns quase retos, formados em monofiálides longas sobre hifas, com 2 a 4 septos. Produz abundantes microconídios (FIGURA 2C) em falsas cabeças, elípticos, e clamidósporos a maioria agrupados e alguns isolados. A descrição diagnostica do patógeno foi semelhante à descrita por Poltronieri et al. (2002).

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Figura 2 – estruturas do patógeno: (2A) micélio do fungo; (2B) macroconídios; (2C) microconídios. A medida que a doença evoluía as raízes com sinais do patógeno (FIGURA 3A), apresentaram tecido de cor marrom, estrias negras (FIGURA 3B), desintegração dos tecidos (FIGURA 3C) e exsudados de odor fétido. A partir da inoculação do isolado em raízes sadias verificou-se reprodução dos sintomas (FIGURA 4).

Diferentes medidas de manejo podem ser utilizadas para evitar as perdas com as doenças radiculares. Entretanto a utilização de cultivares resistentes a diferentes patógenos é a prática de manejo mais eficaz na cultura da mandioca, por garantir a sustentabilidade ao sistema de produção.

CONCLUSÕES

Comparando os sintomas e sinais diagnosticados da doença com os relatados em literatura especializada, concluiu-se que a doença estudada, a qual vem ocorrendo na comunidade de Boa Esperança, Santarém, região oeste do Pará, refere-se à podridão das raízes da mandioca causada Figura 3 – sinais e sintomas da doença visualizados em

laboratório: (3A) raiz com sinais do patógeno e sintomas da doença no primeiro dia diagnose; (3B) raiz apresentando coloração marrom e estrias negras no tecido; (3C) raízes em processo de desintegração.

Figura 4 – raiz coletada em campo com sintomas e sinais da doença visualizados em laboratório (4A) e raiz inoculada com estrutura do fungo isolado a partir da diagnose (4B).

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REFERÊNCIAS

BOAS, S.A.V. Identificação de fontes de resistência e espécies de fungos e oomicetos causadores de podridão radicular em mandioca. Cruz das Almas. 2015.

FARIAS, A. R. N. et al. Aspectos socioeconômicos e agronômicos da mandioca. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical – Cruz das Almas, 817 p. 2006.

LORENZI, J. O.; DIAS, C. A. C. Cultura da mandioca. Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI, 41p. 1993. (Boletim Técnico, n.211).

POLTRONIERI, L. S. et al. INCIDÊNCIA DE Fusarium solani Em Mandioca No Estado Do Pará, Revista Fitopatologia brasileira. Belém, vol.27, n.5, p.544-544. 2002.

SILVA, L. S.; TEIXEIRA, N. V. Esporulação e crescimento micelial de Fusarium solani em diferentes meios de cultura e regimes de luminosidade, Revista Agroambiente. Boa Vista, v. 6, n. 1, p. 47-52. 2012.

ZENI, G.F.M., et al. Resultados de amostras de plantas recebidas pelo centro de atendimento fitossanitário (Unipinhal). Espírito Santo do Pinhal-SP. 2003., J. A. & MEURER, E. J. Inibição da absorção de magnésio pelo potássio em plântulas de milho em solução nutritiva. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 21:47-50, 1997.

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