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O uso de tecnologias de informação e comunicação como ferramenta para proporcionar a inclusão social, digital e educacional para pessoas com deficiência

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O ESTÁGIO DISCENTE NUMA PERSPECTIVA INCLUSIVA: USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO

FERRAMENTA PARA PROPORCIONAR A INCLUSÃO SOCIAL, DIGITAL E EDUCACIONAL PARA PESSOAS COM DEFICIENCIAS.

Autores: Profª Drª Elisa Tomoe Moriya Schlünzen Profº Doutorando Eder da Silva Santana

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INTRODUÇÃO... 4, 5, 6 e 7 1. DESCRIÇÃO DO ACOMPANHAMENTO API... 8,9 e 10 1.1. RELAÇÃO DOS PARTICIPANTES...10 2. RESULTADOS OBTIDOS DURANTE O ACOMPANHAMENTO API... 11 2.1. DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ACOMPANHAMENTO API...12 3. FORMAÇÃO NO .API...12 e 13 4. ROL DE ACOMPANHAMENTO DO API...13 4..1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS E RELATOS DE

EXPERIÊNCIAS DOS BOLSISTAS ...13 e 14 4.1.1. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO G...14, 15 e 16

4.1.2. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO L ...16, 17 e18

4.1.3. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO R...18, 19 e 20

4.1.4. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO D... 20, 21 e 22

4.1.5. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO A... 22,23 e 24

4.1.6. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO P... 24, 25 e 26

4.1.7. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO I... 26 e 27

4.1.8. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO FZ ... 27 e 28

4.1.9. RELATOS ACOMPANHAMENTO ALUNO LF ... 28

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Introdução

O presente artigo passa a relatar experiências referentes ao acompanhamento junto às Pessoas com Deficiência (PD) pelo Grupo de Pesquisa Ambientes Potencializadores para Inclusão (API), coordenado da Professora Doutora Elisa Tomoe Moriya Schlünzen docente do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho(UNESP) de Presidente Prudente. A concretização desse trabalho conta com auxilio de estagiários procedente de cursos de diversas áreas desta universidade.

O grupo de pesquisa cadastrado no CNPQ desde 2002 (http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=7346754405819238) realiza reuniões quinzenais, nas quais abrem-se discussões sobre a inclusão digital, social e escolar, proporcionando uma intensa troca de informações entre os participantes (professores da rede pública, professores itinerantes, alunos de licenciatura da Unesp, psicólogos e docentes das universidades existentes em Presidente Prudente), o grupo também conta com a realização de oficinas e mini-cursos, ou seja, uma formação em serviço direcionados a todos os profissionais interessados na área.

Para tanto, o projeto de acompanhamento de alunos com deficiência está vinculado ao Grupo de Pesquisa “Ambientes Potencializadores para a Inclusão” (API) que desenvolve estratégias para a construção de uma escola para todos, usando as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como ferramentas potencializadoras de habilidades humanas, proporcionando a inclusão.

Neste sentido, a perspectiva de educação para todos hoje constitui um grande desafio, uma vez que o sistema educacional como um todo tem o dever de aprender a valorizar as diferenças dos alunos, sejam eles PD ou não, visando assim promover uma escola inclusiva de qualidade para todos, que desenvolva as habilidades e a potencialidades nos seus alunos. No cenário educacional

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brasileiro, estamos vivenciando um processo de inclusão de crianças deficientes nas escolas de ensino regular. Tal atitude colabora para o desenvolvimento cognitivo dessas crianças, contribuindo também para que essas crianças sejam incluídas de forma igualitária, munidas de seus direitos e deveres dentro de uma mesma sociedade.

Vale Salientar, que para determinados alunos, esse direito tem sido sistematicamente negado. São alunos que, por terem uma maneira peculiar de lidar com o saber, ou por apresentarem condições diferenciadas de comunicação e sinalização, colocam em xeque os referenciais aprioristas e empiristas nas ultimas décadas tem alimentado a docência. (MEC/SEESP , 2005).

Omote (2004, p. 2) afirma que “Na verdade, as sociedades humanas vêm tornando-se progressivamente inclusivas há longos séculos”. Mas, essa inclusão, em que pese os esforços empreendidos, mormente nessas últimas décadas, é ainda muito incipiente. Contudo, o processo de inclusão escolar traz como proposta aos professores e alunos ditos “normais”, e mais recentemente, conforme preconizado no artigo 5° da Lei 9394/96, aos alunos com deficiência, a garantia e a qualidade de ensino a cada um dos seus alunos, reconhecendo e respeitando as diferenças, e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades. Nesse sentido, a atitude do educador frente ao processo de aprendizagem é determinante para uma pratica reflexiva, que induz mudanças; mudanças que se dão a partir da necessidade de flexibilização da prática.

Cabe ressaltar a importância de uma metodologia que possibilite aos alunos “normais” e “deficientes” a construção de seu próprio conhecimento. Sendo assim, uma escola considerada verdadeiramente inclusiva deve atuar de forma diversificada, levando todos a compreender a conviver com as diferenças.

Se pensarmos na formação inicial de professores, observamos que nas Universidades, geralmente, grande parte dos cursos de licenciatura não favorece esse contato dos licenciandos com alunos “deficientes”, uma vez que esses profissionais concluem seus cursos e vão para docência, muitas vezes, sem

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nenhum tipo de preparo teórico ou prático para lidar com alunos deficientes que venham a freqüentar suas salas de aula. Muitos professores, por falta de conhecimento, acabam por reforçar ainda mais a exclusão do aluno deficiente na escola, devido às dificuldades em reconhecer suas capacidades e potencialidades e somente visualizarem as suas deficiências. Quando há casos de alunos deficientes inseridos em salas comuns, a principal atitude a ser tomada pelo professor é a mudança em seu fazer pedagógico, construindo um método de ensino para todos os alunos e que tal pratica valorize as particularidades e as especificidades inerentes a cada educando.

Diante deste cenário, alguns profissionais da Educação, preocupados com o desenvolvimento daqueles que possuem dificuldade em utilizar o material tradicional, passaram a desenvolver alguns recursos pedagógicos que viabilizassem o ensino dos deficientes. Dentre esses recursos, está o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que, de acordo com pesquisas já realizadas, possibilita a criação de um ambiente para favorecer uma aprendizagem Construcionista, Contextualizado e Significativo (CCS), possibilitando assim a inclusão digital, social e escolar da PD (Schlünzen, 2000).

Para o desenvolvimento dos trabalhos e estágios, o grupo API conta com o apoio do importante projeto de extensão NÚCLEO DE ENSINO, que oportuniza, junto àquele grupo, a vivência e o aprendizado de alternativas de trabalho com PD, visando o estudo das diversas patologias, desenvolvimento de projetos, uso das TIC, entre outros recursos metodológicos, visando aflorar as diferentes habilidades, tanto dos estagiários, quanto dos alunos atendidos. Para a realização desse trabalho, utilizamos um laboratório didático de informática - LATE do campus da FCT e temos dois dias da semana em que essas pessoas são acompanhadas individualmente no período 7:00h as 17:00h.

Durante esses trabalhos, os estagiários vislumbraram o desenvolvimento de diversas habilidades antes “escondidas”. Ao realizar suas produções, surpreenderam-se com os textos e outros atividades que elaboram, pois, percebem que a deficiência não impede que os alunos ultrapassem os limites

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que a sociedade as impõe. Esse desvelar de potencialidades é vislumbrado também pelo próprio aluno assistido.

Desta forma, o grupo de pesquisa API busca proporcionar um ambiente no qual as PD tenham a oportunidade de romper os limites estabelecidos, demonstrando suas capacidades, proporcionando o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, e melhorando muito sua auto-estima. Reconhecemos assim, que o estágio desenvolvido proporciona esse contato direto com crianças, jovens e adultos com deficiência, e torna-se essencial para a formação dos licenciandos. Assim, os estagiários têm a oportunidade de vivenciar em um ambiente real, a experiência de como proporcionar uma verdadeira inclusão, num ambiente CCS.

O público atendido no API busca novas oportunidades educacionais e a inclusão no mercado do trabalho, uma vez que um dos recursos mais relevantes do API é criar estratégias do uso do computador como uma ferramenta para proporcionar não só inclusão digital, mas também possibilitar mais recursos pedagógicos e adequações para trabalhar com as diferenças e desenvolver as habilidades humanas.

Tendo em vista tais aspectos e a relevância de um trabalho como esse para a comunidade acadêmica e social de nossa cidade e região, o Acompanhamento realizado pelo grupo API tem se expandido cada vez mais, aumentando a demanda de alunos (atualmente 32 alunos) que desejam participar das atividades, o que exige do API um maior número de estagiários e profissionais de áreas multidisciplinares dispostos a atuar e pesquisar em tal projeto. Finalizado este texto introdutório, discorreremos a seguir sobre a Descrição do Acompanhamento API.

1. Descrição do Acompanhamento API

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Inclusão Social, Digital e Escolar de PD, utilizando as TIC como ferramentas pedagógicas nesse processo. Para que tal objetivo fosse viabilizado, o projeto teve como princípio trabalhar em um ambiente CCS, que leva o aluno a construir conhecimento partindo de seus temas de interesse e contexto para a realização das atividades, permitindo que o processo da aprendizagem se torne significativo, usando o computador e mídias digitais. Para tanto, a estratégia pedagógica utilizada para tais finalidades foi o trabalho com projetos.

Assim, o Acompanhamento iniciou-se tendo como público-alvo PD que se inscreveram no início de cada semestre para participar das atividades. Para atender a demanda de alunos, o API contou com uma equipe de dezesseis (16) estagiários, oito (8) bolsistas desse projeto de extensão. São eles alunos dos cursos de Matemática, Estatística, Educação Física e Pedagogia da UNESP/ FCT, campus de Presidente Prudente.

As atividades foram realizadas em um laboratório didático de informática -LATE, em que os alunos eram acompanhados individualmente pelos os estagiários em encontros semanais com duração de 1h30min no mínimo.

É necessário destacar que os alunos acompanhados pelo API trazem diferentes deficiências, entre elas físicas, motoras, mentais e síndromes entre outras. Tal diversidade exigiu de cada um dos estagiários, estudos teóricos aprofundados sobre as temáticas relativas às deficiências de seus respectivos alunos, bem como sobre o uso do computador para proporcionar a prática e o ambiente construcionista, além de estudos sobre trabalho com projetos e práticas pedagógicas para a inclusão.

Uma vez contando com esse norteador teórico, as ações dos estagiários ficaram melhor direcionadas, possibilitando uma formação na prática para lidar com a deficiência e necessidades que cada aluno requeria.

Assim, o passo inicial deste trabalho é conhecer o contexto dos alunos (diagnóstico), por meio de entrevistas com eles mesmos e seus responsáveis, para identificar:

Qual é a sua deficiência ou patologia;

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-Seu histórico de acompanhamentos médicos e terapêuticos;

-Suas experiências educacionais anteriores, seja em escolas

-especiais/instituições especializadas ou em escolas regulares, por meio de tentativas de inclusão;

Quais são seus interesses individuais em participar de uma proposta

-de Acompanhamento como o API, -detectando suas preferências para chegar a um consenso de qual será a temática de seu projeto para ser trabalhado ao longo do ano ou do semestre.

De acordo com a proposta do API, é indispensável conhecer quais são as preferências e interesses dos alunos para que seja possível elaborar os projetos a serem trabalhados. Tal etapa é imprescindível, pois acreditamos que não só para as PD, mas também para os alunos de forma geral, seria muito mais relevante e interessante participar de algo que faça parte do seu contexto, tanto de preferências, como de sua realidade. Portanto, as orientações “transmitidas” aos estagiários, são que não se chegue com algo “pronto” para os alunos; na verdade, o projeto exige constante reflexão, elaboração e readequação para que as propostas atinjam, de fato, tanto os nossos objetivos como os dos alunos.

Uma vez tendo as informações necessárias para a elaboração dos projetos em parceria com os alunos com deficiência, os acompanhamentos semanais vão se desenvolvendo e cada avanço ou dificuldade percebida de acordo com os objetivos propostos, vão sendo descritos em relatórios semanais de atividades e postado na plataforma TelEduc, com o objetivo também de consignar eventuais inconsistências, e propostas de melhorias contínuas.

É evidente que, a despeito da temática escolhida por cada aluno, não se perdeu de foco o objetivo de analisar como favorecer a Inclusão Social, Digital e Escolar de PD, utilizando as TIC, em especial o computador, como ferramentas pedagógicas nesse processo.

Uma das formas eficazes que temos encontrado em relação ao uso do computador e de seus recursos diz respeito à implementação e utilização de Objetos de Aprendizagem (OA) nas áreas de Física e Matemática. Em parceria

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com o projeto da Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED), disponível em http://rived.proinfo.mec.gov.br/, os estagiários do API também realizam pesquisas com o objetivo de desenvolver OA, que são recursos pedagógicos/tecnológicos utilizados para auxiliar o ensino de diversas disciplinas curriculares.

Pensando em fornecer ao professor mais um subsidio didático pedagógico, a equipe de Presidente Prudente produziu materiais nas áreas de Matemática, Física, Educação Física e Educação Especial, que foram aplicados e testados em contextos educacionais e no próprio acompanhamento do gupo API, tendo três frentes de trabalho: equipe pedagógica (responsável pelo Design Pedagógico, Roteiro e Guia do Professor), equipe de design (responsável pelos Desenhos das Telas) e equipe tecnológica (responsável pela Programação/Implementação dos OA).

Neste sentido, os OA são elaborados pensando em fornecer subsídios à utilização desse tipo de material pedagógico para aprendizagem de determinados conceitos, tanto nos Acompanhamentos do API, como na disponibilização desse material para ser utilizado em contextos de educação inclusiva. Assim, o que buscamos é conciliar interatividade e educação da melhor maneira possível. Para comprovar a relevância do material produzido, após a implementação, os OA finalizados são utilizados junto aos alunos com deficiência que freqüentam o API.

Em suma, as atividades descritas visaram possibilitar, portanto, a cada um dos alunos acompanhados, novos conhecimentos disciplinares ou não, destacando e potencializando suas habilidades. Acreditamos que tais procedimentos são capazes de introduzir essas pessoas para uma nova visão de mundo, possibilitando ao mesmo tempo reflexão e autonomia, o que culmina em um processo inicial de inclusão social, digital e educacional.

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Acompanhamento API

O ambiente API congregou no exercício em lide 16 (dezesseis) estagiários de cursos de licenciatura e bacharelados: Pedagogia, Física, Educação Física, Estatística. Desse total, 08 (oito) bolsistas se referem especificamente ao relatório do Núcleo ora apresentado.

Esses estagiários foram os responsáveis pelo acompanhamento de 32 (trinta e dois) alunos de patologias diversas, e distúrbios de aprendizagem. Após a descrição do acompanhamento API, passaremos aos resultados obtidos.

2. Resultados obtidos durante o acompanhamento API

No decorrer do ano de 2008, a realização do trabalho com projetos, o uso das TIC aliado a um novo recurso tecnológico educacional os OAs, possibilitou aos alunos com deficiência envolvidos que obtivessem grandes progressos na aprendizagem, bem como avanços no uso do computador, na sociabilidade, na afetividade e no convívio social entre ambos e também com as demais pessoas que fazem parte de seu cotidiano. Dessa forma, acreditamos que os recursos digitais desenvolvidos foram excelentes ferramentas para que o aluno assimilasse conceitos fundamentais da educação de uma forma digital.

A utilização dos OAs no decorrer das atividades foram relevantes para a quebra de algumas barreiras, no que diz respeito às limitações cognitiva e social dos alunos acompanhados. O primeiro grande avanço a ser percebido foi à superação da idéia de que, em tempos atuais, somente pessoas dotadas de boas condições financeiras é que têm o acesso à inclusão social e digital. Vale salientar, que os OAs produzidos são disponibilizados pelo RIVED/MEC para todas as escolas públicas do Brasil e podem ser ferramentas eficazes para o desenvolvimento de conceitos de Matemática, Física, Educação Física e

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Educação Especial, por ser um software que todos têm acesso, e que todas as escolas podem utilizar, acreditamos que o desenvolvimento destes OAs deva ser ampliado para que todas as áreas sejam beneficiadas, o que sugere que a ampliação e a continuidade desse projeto é de fundamental importância.

Além desses novos recursos que também puderam ser utilizados com os alunos, o diferencial do Acompanhamento é a emissão de “certificação” que passou a fazer parte do fechamento de módulos do API. Tal processo consistiu em garantir certificados aos alunos com deficiência (que eles “vislumbraram” como “diplomas”) que comprovassem o período e a relevância das atividades que eles desenvolveram ao longo do ano. Consideramos que tal incentivo contribuiu para seu progresso educacional e para o fortalecimento de uma auto-estima intelectual de cada aluno. Cabe salientar, que os estagiários também receberam certificados com contagem de horas de trabalho, se constituindo em um significativo incentivo para a composição curricular e acadêmica dos estagiários do grupo API.

2.1. Dificuldades encontradas Acompanhamento API

Segundo relato dos estagiários existiram algumas dificuldades para o desenvolvimento dos acompanhamentos, principalmente quanto a:

Disponibilidade do local (reservado ao API apenas duas vezes por §

semana). Em outros dias é utilizado por docentes da FCT para ministrar suas aulas diversas;

Locomoção dos alunos; §

Quanto aos computadores que são poucos em funcionamento e §

requer a instalação de recursos específicos a deficiência de cada aluno;

São necessários alguns recursos de acessibilidade para viabilizar a §

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aprendizagem dos alunos, como: mouse e teclado adaptado, cadeiras ergométrica, etc.

Banheiros adaptados próximo ao local; §

3. Formação no API

No decorrer do ano de 2008 foram oferecidas diversas oficinas: a) Braille e Soroban e algumas dicas de como utilizar o programa DOX-VOX ministrada pelo Professor da Associação de Cegos Vagner; b) Oficina sobre Salas de Recursos; c) Oficina sobre “Conhecendo a Síndrome de Down”; d) Oficina sobre “como trabalhar com alunos deficiente mental”; e) oficina sobre a elaboração de um OA e sua utilização como ferramenta pedagógica a todos os alunos do ensino público.

Estes e outros cursos que foram oferecidos durante o ano tiveram o intuito de difundir o conhecimento sobre os temas da área, promovendo troca de conhecimentos e experiências, contribuindo assim para aprendizagem e o desenvolvimento das atividades tanto nas escolas quanto na própria FCT, junto aos alunos do API. Neste sentido, por meio da reflexão, estudo e prática o grupo tem participado constantemente de congressos nacionais e internacionais contribuindo com o meio acadêmico e social.

4. Rol de Acompanhamento API

No grupo API buscamos envidar esforços, que viabilizasse uma aprendizagem mútua, principalmente no que tange a como tratar e ensinar os alunos assistidos, e superar as dificuldades tanto deles quanto as nossas. Esse aprendizado é de muita importância para nossas vidas profissionais e pessoais,

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pois, para os que ainda não estão diariamente atuando em sala de aula, futuramente seremos professores atuantes. Trabalhando com os alunos, percebemos a grande vontade de aprender que têm e como superaram vários obstáculos. Trabalhamos com eles durante um ano e, juntos, tentamos achar caminhos para o desenvolvimento de suas habilidades. Aprendemos a definir estratégias para melhorar o processo de aprendizagem dos alunos como: alfabetização, conceitos disciplinares, uso das TIC e utilização dos OAs entre outros.

4.1. Descrição das Atividades Realizadas e Relatos de experiências dos bolsistas

Antes de iniciar os acompanhamentos no API, procuramos buscar em bibliografias da área, material que pudesse nos auxiliar a compreender a patologia dos alunos, estudar suas limitações, para entender como se dá o processo de ensino-aprendizagem e, assim, buscar a melhor maneira de envolvê-los nas atividades, de forma prazerosa e motivadora.

Também buscamos informações sobre os alunos através de entrevistas com os pais ou pessoas próximas, para melhor entender o seu dia-a-dia, sua rotina, suas preferências, seus desejos, suas dificuldades, expectativas, etc. Da mesma maneira, procuramos conversar muito com os alunos assistidos durante os acompanhamentos, para ampliar as informações prestadas pelos familiares e melhor conduzir o trabalho.

Sabendo do objetivo principal do projeto, que é promover a inclusão social, digital e escolar de PD através do uso das TIC, procuramos preparar e adaptar as atividades de acordo com as necessidades de cada aluno, respeitando suas vontades e limitações, valorizando suas habilidades e procurando sempre oferecer oportunidade de crescimento e conhecimento, dentro do possível.

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1Síndrome de Down é uma patologia que foi descrita em 1866 por um médico inglês chamado John Langdon Down. A

Síndrome de Down é um acidente genético, que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Na célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. O indivíduo com Síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21.

...

Sendo assim, vamos apresentar, mais detalhadamente, o trabalho realizado com os alunos durante o ano, através do relato pessoal de cada bolsista:

4.1.1. Relato de acompanhamento aluno G

O aluno G tem 10 anos de idade, e apresenta diagnóstico de Síndrome de Down1. O principal objetivo com esse aluno foi trabalhar a alfabetização, pois ele

não conhecia as letras e somente alguns números. Também não sabia identificar as cores. Sabemos que para que aconteça, efetivamente, a inclusão escolar, social e digital da pessoa com Síndrome de Down é imprescindível que, no mínimo, ela seja alfabetizada, ou seja, tenha o domínio da leitura e escrita.

Nos primeiros acompanhamentos, G resistia às atividades propostas para a auxiliar sua alfabetização. Assim, procuramos utilizar outros meios e focar na sua satisfação e, ao mesmo tempo, descobrir suas habilidades e potenciais. Percebemos, com efeito, que o aluno se identificava muito com jogos competitivos, e então trabalhamos com ele o jogo de tabuleiro Loto Letras (figura 1), no qual existem diversas letras, e a intenção é montar palavras pré determinadas pelas figuras existentes no tabuleiro. Desta forma, era realizada uma competição para ver quem montava primeiro as palavras.

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Figura 1-Jogo educativo loto letras

Com a utilização desse jogo educativo, foi possível notar grande avanço no processo de alfabetização, pois o aluno no decorrer dos acompanhamentos aprendeu praticamente todas as letras do alfabeto, e no início ele só reconhecia as letras do seu nome e algumas vogais.

Da mesma maneira, também foram desenvolvidas atividades para ensino das cores, utilizando jogos virtuais do site www.iguinho.com.br, como o pintura virtual (figura 2). No jogo existe uma figura em branco e diversas cores para colorir o desenho, onde era pedido uma determinada cor e o aluno a utilizava para colorir parte do desenho. No mesmo site também existia outro jogo, chamado Limpe a Praia (figura 3), representando uma praia suja, com lixo reciclável, e latas de lixo recicláveis, cada uma com sua cor especifica, e para completar o jogo, o aluno deveria levar cada lixo até a lata de cor respectiva.

Com essas atividades, o aluno também evoluiu no aprendizado das cores, apresentando maior facilidade para reconhecê-las e nomeá-las após os acompanhamentos.

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O Jogo das Mimocas é um software educacional, com características de Objeto de Aprendizagem, desenvolvido em Portugal.

Figura 2: jogo “Limpe a praia” do site iguinho Figura 3: jogo “Pintura virtual”do site iguinho

Outras atividades também eram realizadas com o aluno como: jogo da memória, word para digitação de texto, jogos para melhorar concentração e cognição, jogo das mimocas2, dominó, baralho. Todas essas atividades tinham

como principal objetivo desenvolver as habilidades necessárias para o avanço do aluno, pois como salienta Valente (1993), esta ferramenta (computador) não deve ser o foco de um novo processo, mas um instrumento que permita a complementação, aperfeiçoamento e possível transformação e mudança para a qualidade do ensino.

4.1.2. Relato de acompanhamento aluno L

O aluno L, com Síndrome de Down, tem 33 anos de idade, é alfabetizado, mas possui algumas dificuldades na escrita e leitura. Gosta de assistir vídeos do youtube (super-heróis), realiza muitas atividades de maneira independente, ou seja, sem intervenção direta do estagiário.

Para trabalhar a melhora da escrita do aluno, era proposto que este assistisse aos vídeos que gostava no youtube e depois descrevesse no word o que havia assistido. Com esse tipo de atividade, no decorrer dos

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acompanhamentos, percebemos que o aluno apresentou avanços significativos, chegando a escrever frases completas.

Dentro do contexto do projeto, como já dito, procuramos focar os acompanhamentos nas necessidades específicas e da realidade de cada aluno. Um exemplo significativo, é um fato interessante que ocorreu com o aluno L, e que passamos a relatar: L sempre pedia para ir até a cantina da faculdade para comprar refrigerante, levando sua carteira com dinheiro. O aluno entregava o dinheiro para o caixa, mas não sabia se havia ou não troco e o valor que seria, caso houvesse. Diante disso, propomos atividades que envolvessem questões financeiras para proporcionar maior independência e autonomia ao aluno nas questões cotidianas.

Para isso fora trabalhado com ele o jogo Banco Imobiliário Infantil (figura 4), com ausência de algumas regras para facilitar sua compreensão.

Figura 4- jogo Banco Imobiliário infantil

O aluno apresentou certa dificuldade no início, mas demonstrou muito interesse, já que proporcionamos uma atividade significativa e um ambiente

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favorável onde ele foi capaz de avançar em relação à aprendizagem tanto de conceitos escolares e da vida cotidiana como em relação ao seu desenvolvimento.

4.1.3. Relato de acompanhamento aluno R

R é um garoto de 16 anos com Síndrome de Down, que freqüenta o API desde 2007 e não está alfabetizado, apesar de ter freqüentado a rede regular de ensino durante quatro anos.

Nosso objetivo pedagógico principal foi auxiliá-lo no processo de alfabetização para promover sua inclusão social, digital e escolar e, assim, voltasse à escola regular.

Sabemos que a alfabetização é algo imprescindível para que se possibilite a igualdade de condições a todos os seres humanos, garantindo seu direito de viver dignamente em sociedade. A alfabetização é, segundo SOARES (2003B:80) apud MENDONÇA (2007) “... o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia __ do conjunto de técnicas __ para exercer a arte e ciência da escrita”.

Assim, ela é um instrumento de integração, comunicação, entendimento, expressão e capacitação, e para Paulo Freire, isso é um modo de vida, algo que lhe dá as “respostas dos desafios da sociedade” e que transforma o mundo, o homem e toda a sociedade.

Dessa forma, procuramos preparar atividades utilizando as ferramentas do computador e internet, como Word, Powerpoint, Vídeos, Softwares interativos e educacionais, jogos educativos on-line como o alfabeto do smartkids, jogos de raciocínio lógico, memorização, concentração. Além do Jogo das Mimocas ainda trabalhamos com o Alfacel- alfabetização acerelada, Alfabetizar brincando, Fazenda Rived, entre outros. Tudo isso, para permitir que

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se desenvolvam as habilidades necessárias para a efetiva alfabetização, pois os programas computacionais são valiosos instrumentos para auxiliar a criança no seu processo de compreensão da linguagem escrita numa perspectiva diferente daquele comumente realizada pelo ensino tradicional.

Assim, partindo de suas necessidades, respeitando suas vontades e limitações, aproveitamos o Jogo das Mimocas, que o aluno tanto gosta, para trabalhar a leitura e escrita. Esse jogo possui várias fases, e a que mais lhe agradou foi a da Discriminação Auditiva3 das vozes dos animais, que utilizamos para ensiná-lo a escrever, no software Word, o nome daquele animal que ele ouviu. Num primeiro momento ele faz cópias; depois, tenta escrever sozinho. Assim, se ele ouve um som de um latido, passamos para o Word, para escrevermos a palavra Cão. Esse tipo de atividade é muito prazerosa para o aluno R. Exemplo: CÃO CÃO ELEFANTE ELFATEE OVELHA OUELHA MACACO WACACO

ALINA (galinha, escrita livre) ÇAVLO (cavalo, escrita livre)

Q (tentou escrever macaco sozinho)

Para auxiliar na realização da atividade, também fizemos o uso de fichas com as letras (alfabeto móvel), para que o aluno perceba a quantidade de fichas/letras necessárias para escrever alguma palavra. R. possui dificuldade em ultrapassar o nível silábico de alfabetização, e por isso, preparamos atividades para que ele compreenda a composição de uma palavra, ou seja, com quantas letras se escreve, e a noção de sílaba.

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Também usamos música: trabalhamos o texto (letra da música), cantamos, fizemos a busca de clips no youtube (site que hospeda vídeos, imagens e dados diversos na rede mundial de computadores) e, assim, exploramos vários conteúdos, habilidades, despertando interesse do aluno em aprender e interagir.

Dentro desse contexto, pudemos observar o aluno está progredindo consideravelmente, dentro de suas limitações, no processo de alfabetização. Ele tem demonstrando muito interesse pelas atividades desenvolvidas durante os acompanhamentos e já faz associações interessantes da sua realidade com as situações virtuais aplicadas. Assim, pode-se observar a importância de se utilizar as novas tecnologias para propiciar a inclusão dessas crianças na escola e na sociedade em geral.

R. durante o acompanhamento Participação dos pais.

4.1.4. Relato de acompanhamento aluno D

Assim como R., o aluno D. também tem a Síndrome de Down e com 23 anos completados nesse ano, concluiu o 3º colegial numa escola pública.

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D. sua autonomia e independência diante do computador e, conseqüentemente, diante de sua vida em geral, oportunizando sua inclusão digital e social. Sassaki (1999) afirma que a inclusão é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, e também do próprio portador de necessidades especiais. Assim, é indispensável a independência e a autonomia no processo de inclusão, pois com ele as PD terão uma participação social mais efetiva, tanto na condição de beneficiários dos bens e serviços que ela oferece, como também na de contribuintes ativos no desenvolvimento social, econômico, cultural e político do país.

Nesse sentido, a leitura e a escrita consistem em significativos meios de comunicação, que permitem entender e apreciar as idéias dos outros e expressar as suas, a mostrar o que se sabe, o que se quer dizer para o resto do mundo e o que os outros estão lhe transmitindo ou expressando. Isso também ajuda o individuo a ser incluído no mundo, de um modo igualitário e justo.

Diante desse contexto, cadastramos o aluno no orkut4, abrimos uma conta de e-mail e MSN (principais meios de comunicação virtual no momento) e, a partir daí, ele se desenvolveu rapidamente, e inclusive possuindo muitos amigos virtuais, com os quais interage diariamente, faz pesquisas de seu interesse, nos sites de busca google e youtube, inclusive de sua própria casa, participando de comunidades virtuais, enfim, interagindo com o “mundo” sem que suas limitações sejam evidenciadas.

Estes são exemplos de recados enviados por ele pelo orkut, sem a intervenção de qualquer pessoa:

D. R.

:

oi pro fesora eu fo na sua aula amanha sem fauta sim tem uma coisa te lisiosa pra faz na sala de aula fala o seu marido eu gosdo dele e a sua filinha ten bem

Responder

(oi professora eu vou na sua aula amanhã sem falta sim, tem uma coisa deliciosa pra fazer na sala de aula. Fala pro seu marido que eu gosto dele e da sua filhinha também.)

D. R.:

oi profesora tudo bom com voce amanha tem aula na qualna fera eu fo sem fauta beijo eu metei

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uma a praso em nome grede i a sua finha e o seu marido seu qurido aluno esbesial ?

Responder Exibir essa conversa

(oi professora, tudo bom com você? Amanhã tem aula, na quarta-feira eu vou sem falta. Beijo. Eu mandei um abraço ....? e a sua filha e seu marido. Seu querido aluno especial.)

Podemos perceber que o aluno ainda possui sérios problemas de ortografia, e troca de letras, pois ele escreve do jeito que fala, ou seja, como possui a pronúncia “errada”, acaba reproduzindo a falha na escrita. Mas, todas essas inconsistências foram trabalhadas durante os acompanhamentos, encima de suas produções textuais, como mensagens via e-mail ou orkut. Além disso, utilizamos jogos on-line de alfabetização, que trabalhem a ortografia.

O fato mais marcante em D, em nossa opinião, é sua vontade de estudar e trabalhar, de fazer novas amizades, namorar, enfim, de viver intensamente todas as possibilidades que a vida pode oferecer e é muito satisfatório para o projeto poder fazer parte da sua realidade e contribuir significamente para o desenvolvimento de seus conhecimentos, habilidades e atitudes.

D.e R. durante acompanhamento num momento de interação.

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5Síndrome de Asperger não foi completamente estabelecida. Sabe-se que é causada por fatores orgânicos diversos,

que afetam o desenvolvimento de algumas áreas do cérebro, está relacionada com o autismo, com a diferença de não retratarem um atraso no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem. É um distúrbio que prejudica a maneira de uma pessoa se comunicar e se relacionar com os outros. Entretanto, não apresentam dificuldades com a fala e geralmente se expressam fluentemente. No entanto, suas dificuldades não são tão acentuadas como nos autistas. As características típicas dos portadores da Síndrome de Asperger estão relacionadas à dificuldade de relacionamento social, não tanto Há três anos sendo acompanhado no API, o aluno A. está matriculado, atualmente, em uma instituição especializada denominada Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), freqüentando também o supletivo de uma escola regular. O referido aluno já é alfabetizado, mas tem certa dificuldade com a escrita, seus textos não apresentam coesão e coerência. No entanto é extremamente desenvolvido no aspecto da oralidade e é muito perceptivo quanto a seus erros.

Como portador da Síndrome de Asperger5, possui interesses restritos.

Por isso, procuramos desenvolver atividades bem diversificadas, como vídeos, leituras, jogos, softwares, pinturas, com o intuito de tentar lhe “provocar” interesse a outros assuntos, interagir com outras mídias, outras formas de interação, e descobrir outras habilidades, ainda não despertadas.

Entretanto, este nosso principal objetivo não foi totalmente alcançado, já que houve uma recusa do aluno perante a maioria das atividades propostas, por não serem relacionadas com o assunto de sua preferência, já que ele sempre se mostrou disposto a aprender. Assim, quase tudo o que desenvolvemos durante aproximadamente dois semestres, foi voltado a uma determinada série de televisão denominada: Kidou Keiji Jiban, de total interesse do aluno. Geralmente, A assistia atentamente cada episódio do seriado e redigia em seu caderno as falas dos personagens, obtidas pelas legendas, já que este não é um seriado nacional. Transcrevemos abaixo um exemplo de texto digitado por ele, após o termino do filme:

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6Dislexia: A Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura, soletração, escrita, em

linguagem expressiva ou receptiva, pensamento racional e cálculos matemáticos, como na linguagem corporal e social. Antes de qualquer definição, dislexia, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente.

“Jiban morreu

Coração o barco saiu do jiban vai morrer porque lutar com espada madogarbo vai mata yoko vai chorar não morra jiban o leson levou o jiban ao laboratório colocou a mesa jiban...”

No decorrer dos encontros, todavia, notamos que A. passou aceitar novas idéias, permitindo que trabalhássemos com novos softwares, como por exemplo, o objeto de aprendizagem “Fazenda do Rived” e ainda pôde perceber que o computador oferece muito mais possibilidades do que simplesmente assistir filmes no youtube, como era de seu costume.

4.1.6. Relato de acompanhamento aluno P

Diagnosticada com Dislexia6, a aluna P, de 13 anos, é acompanhada no

API há dois anos e freqüenta escola pública regular, que conta com uma sala de recursos. Ela não está totalmente alfabetizada, já que possui sérias dificuldades na leitura e na escrita.

Neste contexto, para que a inclusão da aluna na escola seja efetiva e de qualidade, é necessário percorrer e explorar novos caminhos que contribuam para uma prática pedagógica que facilite sua aprendizagem e o seu desenvolvimento. Isso porque a escola, na maioria das vezes, até favorece a inserção dos alunos deficientes em classes regulares, mas não garantem que eles irão aprender o que lá é ensinado, se irão lá permanecer ou se serão equiparadas as oportunidades de desenvolver as suas potencialidades. Desse

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modo, para Mantoan (2003), o termo inclusão não deve se restringir apenas “à inserção dos alunos deficientes e/ou com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares”, mas ser empregado quando houver ”a flexibilização dos critérios de admissão e de permanência nos ambientes escolares”.

A partir disso, iniciamos nosso trabalho com a apresentação de um software Alfabetização Acelerada (ALFACEL) apoiado em informática e multimídia e através dele passamos a desenvolver atividades voltadas para a fixação de vogais e de consoantes.

Em uma das atividades propostas, pedimos que fosse digitado no Word, palavras que iniciassem com a vogal a. Observe:

“avifa – avina” (avião), “ Anora” (amora)

Nota-se que para escrever a palavra avião, a aluna teve sérias dificuldades, marcando uma das características presente nos dislexos, a troca auditiva, troca do f pelo v. Num outro momento, após colorir uma figura, pedimos para ela digitar uma frase relacionada à pintura. Observe:

"A Barbie esta vestido: uma blusa branca, uma saia asul (azul), uma bota amarela uma dosa(bolsa) azul".

Nesse trecho, podemos observar alguns erros ortográficos, além de uma das características marcantes da dislexia, a chamada escrita de espelho. A Matemática é outra dificuldade apresentada pela aluna, e por isso, tentamos diversificar o trabalho, não enfocando apenas a leitura e a escrita, que é um dos

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nossos maiores objetivos, mas também desenvolver temas que envolvam conceitos matemáticos, Ciências Biológicas, História, entre outros. Além de passeios no Campus, como ao museu da UNESP, onde ela pôde adquirir novos conhecimentos, principalmente quanto à história do Brasil

Durante este ano, procuramos desenvolver atividades variadas, utilizando recursos do computador e internet, como vídeos, leituras de histórias em quadrinhos, leitura de pequenos livros, notícias de artistas de seu interesse, jogos de raciocino lógico, softwares de alfabetização como ALFACEL, portal SAE, MIMOCAS, SEBRAN, jogos interativos, softwares educacionais, pintura on-line, visando minimizar suas dificuldades em sala de aula. Assim, conforme reflexões de Valente (1999),

... os sistemas computacionais apresentam hoje diversos recursos de multimídias, com cores, animação e som, possibilitando a apresentação da informação de um modo que jamais o professor tradicional poderá fazer com giz e quadro negro, mesmo que ele use giz colorido e seja um exímio comunicador. (Valente, 1999)

Sabemos que não conseguimos concretizar, totalmente, todos nossos objetivos, pois os avanços são lentos, mas foi gratificante perceber o quanto a leitura de P. evoluiu, desde que iniciamos o acompanhamento.

4.1.7. Relato de acompanhamento aluno I

A aluna I é uma mulher de 42 anos, com DM, que não está alfabetizada, tendo grande comprometimento cognitivo. I aprecia estar em contato com outras pessoas, faz amizade facilmente e gosta mais ainda das datas comemorativas, das festinhas que o grupo promove.

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percebemos que antes seria necessário propiciar o desenvolvimento de outras habilidades, tais como: coordenação motora, seqüenciação e raciocínio lógico, memória visual, percepção, concentração, essenciais para dar início à alfabetização.

Dessa forma, procuramos utilizar softwares, como o da Mimocas, Fazenda Rived, e jogos da internet como jogo da memória, 7 erros, colorir on-line, o que ajuda na coordenação motora; ainda, utilizamos jogos de peças como o dominó dos bichos, para trabalhar sequenciação; folha e papel para ela “escrever” cartas a seu pai falecido; vídeos das suas novelas preferidas, como a Cabocla, etc.

Na deficiência mental, segundo Schwartzman (1999), há um inevitável atraso em todas as áreas do desenvolvimento, porém, não há um padrão previsível em todas as pessoas afetadas, uma vez que a capacidade de compreensão depende muito, também, das influências do meio.

Nesse sentido, nosso trabalho no API, proporciona à aluna um sentimento de importância perante a sociedade, pois ela se sente parte integrante de um grupo que se preocupa com seu bem-estar, eleva sua auto-estima, delega responsabilidades e está sempre comprometido com seu desenvolvimento em todos os aspectos. Ainda, o computador torna-se um instrumento hábil, capaz de favorecer certas habilidades, pois interage de maneira lúdica, divertida e motivadora, além do grande apelo visual e auditivo, fundamentais para essas pessoas, que não desenvolvem estratégias espontâneas de aprendizagem.

Apesar dos avanços de I serem lentos, há avanços, sempre, por mínimos que sejam, e isso é o mais significativo. Sabemos que cada indivíduo é único e devemos evitar comparações, principalmente nos casos de DM, em que o grau de deficiência e os estímulos do meio são variáveis. As PD necessitam e têm o direito a esses recursos especiais para o desenvolvimento de suas potencialidades, de poder se comunicar, se expressar, com a dignidade, o respeito e a cidadania, que são direitos do ser humano e resguardados pela justiça brasileira..

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Aluna I. durante acompanhamento Reunião dos alunos para comemoração.

4.1.8. Relato de acompanhamento aluno FZ

O aluno FZ tem 39 anos, e freqüenta a APAE desde o seu nascimento, porém nunca foi alfabetizado, e seu diagnóstico também é DM. Ele é um aluno muito comunicativo, gosta de opinar e expressar suas idéias, o que favorece o processo de aprendizagem. Gosta muito de usar o computador, para acessar internet, consultar e-mails, sente muita necessidade de se comunicar com outras pessoas e namorar. Mas não se interessa muito pela alfabetização, embora utilizamos esses momentos para estimular a leitura e escrita.

O trabalho do grupo de pesquisa se mostra vital para o mesmo, que durante o decorrer do ano espera ansiosamente pelo dia do acompanhamento, quase nunca falta ou chega atrasado, e no período de férias, o mesmo fica aflito para retornar as atividades e sempre retorna reclamando que as férias foram muito longas.

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Quando chegou ao grupo, o aluno LF, de 19 anos, com DM, já estava inserido no mundo de trabalho. LF possui certa autonomia e vem aos acompanhamentos sozinho; sempre foi muito comunicativo e expressivo.Como o aluno anterior, freqüenta a APAE desde o nascimento, mas não está alfabetizado. Conhece apenas algumas letras do alfabeto e escreve seu nome de forma mecânica.

Percebemos que dentre seus principais interesses, destacaram-se a paixão pelo futebol e a curiosidade pelo uso do computador, que até então nunca havia feito uso. Nosso objetivo, portanto, foi à princípio a familiarização do aluno com o computador;depois realizamos várias pesquisas sobre seu time favorito e utilizamos o tema com o intuito de favoreciam sua alfabetização. LF. Continuamente demonstrou imenso interesse nas atividades e nos solicitava material impresso para realizar em casa durante a semana. Sua interação com o computador foi surpreendente e, em pouco tempo, ele já possuía um e-mail, que era seu sonho;memorizou seu endereço e senha de forma rápida e eficiente.

Desse modo, no decorrer dos acompanhamentos foi notório o desenvolvimento do educando tanto em relação ao uso do computador, quanto em relação às atividades alfabéticas e ao seu desenvolvimento social e pessoal.

4.1.10. Relato de acompanhamento aluno JC

A aluna JC tem 42 anos, e seu diagnóstico é DM com comprometimento físico severo do lado esquerdo do corpo, apresentando sérias dificuldades de coordenação motora fina e de fala. JC nunca freqüentou instituição escolar especial ou regular, dificultando o estabelecimento de socialização e integração com grupos, pois sempre ficava “recolhida” em sua própria residência com os familiares. Assim, demonstrava muita timidez, o que dificultava os acompanhamentos, comunicando-se apenas de forma gestual e dificilmente falava.

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que não era a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), mas que foi desenvolvido pela família. Dessa forma, o projeto proporcionou à aluna a oportunidade de interagir com pessoas conhecidas, familiares que há muito não tinha notícia, enfim, diminuiu a barreira existente pela sua limitação física e mental. Além disso, foi determinante na sua integração social, pois pela primeira vez ela passou a fazer parte de um grupo.

Foram muitas as dificuldades iniciais no manuseio do mouse e uso do computador, devido suas dificuldades motoras finas, mas surpreendeu no seu avanço, principalmente, a sua coordenação motora, sua nova postura diante da vida e da sociedade, sua autonomia para buscar assuntos de seu interesse, como por exemplo, músicas no YouTube. Tal foi seu desenvolvimento na fala que passou a tentar se comunicar oralmente com as pessoas, mesmo com dificuldade, e acabou sendo encorajada a cantar suas músicas preferidas, que o fez para os outros alunos de forma desinibida e feliz, “esquecendo” de sua limitação oral.

Este tipo de trabalho deu a JC. não só a oportunidade de se desenvolver de forma cognitiva e motora, mas lhe deu a oportunidade de estabelecer relacionamentos afetivos com um grupo diferente da família e mais autonomia nas questões cotidianas.

Figura: Aluna JC utilizando o computador

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A aluna L, de 20 anos, obteve grandes avanços em nosso ponto de vista. Quando iniciamos o acompanhamento, parecia estar desanimada, cansada, desmotivada e aos poucos fomos notando que o foco seria alfabetizá-la. Porém, talvez, ela não estivesse preparada para isso. Então, com base em algumas leituras que havíamos feito nas aulas, começamos a delinear as atividades, a partir de seus interesses e necessidades, e assim, o trabalho começou a fluir melhor.

Começamos a sair um pouco da tela do computador, e passamos a fazer atividades manuais, atividades essas que aflorou na aluna um maior interesse, mostrando-se mais animada, ocasião em que apresentou um desenvolvimento mais significativo da coordenação motora.

Exemplo de algumas atividades do segundo semestre de 2008:

28/08- trouxemos a 2º atividade para ela. Quando ela viu, já abriu um sorriso e falou: "Que legal !!!". A atividade era o desenho de uma mesa com alguns livros em cima, e alguns embaixo. Ela deveria pintar os livros em cima de vermelho e os embaixo de verde. Fez isso com muita facilidade, notamos que ficou muito alegre...

18/09- L. pediu que colocassemos uma música. Quando acabou a música contamos uma história à ela: A Cortina da Tia Bá de Virginia Woolf, traduzido por Ruth Rocha. Ela adorou. Ao término, pedimos que fizesse um desenho do que ficou guardado da história, com o objetivo de verificar sua memória. Ela se lembrou de muitas coisas, e pediu que repetíssemos a atividade ...

23/10- Neste dia, apresentamos Os Jogos das Mimocas, trabalhamos a parte 1, Contextualização. Ela ficou encantada, principalmente quando começamos a deixá-la à vontade, tentando mexer no mouse, descobrindo os botões, o movimento do cursor, e então, depois de um tempo, ela começou a mexer no mouse sozinha. Com isso, ela ficou muito animada. Foi a superação de mais um obstáculo.

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vimos mais uma parte do Jogo das Mimocas, que a aluna se identifica bastante. Ela joga sozinha, vai nos falando, e conduzindo o mouse sem a nossa ajuda. Por último fomos relembrando as letras. Nosso objetivo foi iniciar aos poucos com algumas atividades que envolvam mais letras e números, para que ela não fique irritada, e aos poucos vá aprendendo de acordo com seu tempo.

Acreditamos que esses foram alguns dos muitos avanços da aluna L. Porém, sempre partindo dos seus interesses, até se chegar à alfabetização propriamente dita. Tudo isso, de acordo com o seu tempo e desenvolvimento.

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4.1.12. Relato de acompanhamento aluno R

Já no caso da aluna R., o trabalho é feito de forma diferente, devido ao fato dela já ser alfabetizada, bem desenvolvida e muito estimulada desde pequena pela mãe. Portanto, realiza algumas atividades sozinha, só precisa de alguém para auxiliar, por conta do seu problema de baixa visão. Então, não adianta preparar atividades, pois ela já chega ao API com assunto definido.

Para nossa surpresa, de uns tempos para cá, ela começou a se interessar pelas funções do computador, e cada vez mais sua curiosidade aumenta também pelas opções da internet. Com isso, posso partir de seus interesses e desenvolver um trabalho bem melhor.

R. é bem responsável e gosta das coisas bem certinhas, apesar de ser um pouco teimosa as vezes. Certo dia, ela trouxe um caderno e pediu que eu anotasse todas as coisas novas que tenho ensinado, sobre as ferramentas do computador e da internet, e a forma de configurar o computador conforme suas necessidades, para que outras pessoas que forem auxiliá-la tenha conhecimento do que ela necessita e do que ela já sabe fazer. Então, me deu a oportunidade de participar mais ativamente dentro de seus interesses e curiosidades.

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4.1.13. Relato de acompanhamento aluno D e aluna M

Durante a realização dessa pesquisa visamos à construção de um ambiente Construcionista, Contextualizado e Significativo (CCS) para pessoas com deficiência PD, apropriando-se das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) como ferramentas potencializadoras de habilidades para favorecer a inclusão social e digital. O presente trabalho foi desenvolvido ao longo de quatro meses, do período setembro a dezembro com dois alunos considerados PD. Para a construção metodológica temos que considerar os perfis dos dois alunos, sistematizados conforme a tabela 01.

Ambos foram acompanhados com o objetivo de oportunizarmos uma aprendizagem que tenha significado para eles. Sendo assim, procuramos atender os seus desejos e interesses, não negando suas deficiências, mas fomentando suas capacidades. Neste sentido, a Abordagem que escolhemos foi o Construcionismo, no qual a estratégia adotada foi a metodologia de projetos.

Nessa perspectiva, o computador foi utilizado como uma “máquina a ser ensinada”, ou seja, como uma ferramenta potencializadora, que permite que os alunos sejam construtores de seu conhecimento. As atividades foram realizadas com D 15 anos, com diagnóstico de anemia falciforme congênita, que ocasionou um derrame no aluno quando este tinha 11 anos e cursava o ensino fundamental (6º série). Sua coordenação motora aparentemente normal e aparentemente nenhum problema congênito. Percebemos que a paralisia não deixou seqüelas físicas e nem cognitivas. O maior problema do aluno é se reintegrar no ambiente escolar, uma vez que sua mãe passa essa insegurança. O aluno diz gostar muito do computador, e me relatou em conversa que: “ encontrei um mundo novo”. F vê o computador como um instrumento que lhe proporciona um ambiente de socialização onde não sofre o preconceito por parte de outras pessoas.

Na entrevista realizada com o aluno foi percebido que este gosta muito do personagem homem aranha, logo esse foi o tema escolhido para realização do

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nosso primeiro trabalhar. Dentre as atividades abrimos uma conta no e-mail, MSN e Orkut com o objetivo de estimular o aluno a escrever; logo percebemos que F não tem confiança na hora de escrever e para incentivar o aluno a ler, trabalhamos com histórias em quadrinho do seu super herói o Homem Aranha. Utilizamos também o you tube e o site de pesquisa Google, pois estes auxiliaram na pesquisas sobre o super herói e vídeo coletados do personagem em quadrinhos.

Quanto ao trabalho com M 32 anos Paralisia Cerebral congênita, com alterações predominantemente associadas à deficiência na fala e no músculo-esquelético. Escolaridade ensino superior incompleto, ou seja, o cognitivo da aluna não sofre nenhuma alteração. M apresenta habilidade ao manusear o computador e gosta muito acessar o seu e-mail e o Orkut, pois estes dois são meios onde ela pode se socializar com outros. Trabalhamos com diversas atividades como: problemas que envolviam matemática e física. No começo achamos que o maior interesse da aluna era de poder aprender conteúdos escolares para prestar vestibular ou fazer algum curso Técnico em Informática, mas um dos seus maiores maior objetivo era mesmo a da socialização.

Portanto, pude perceber que as Tecnologias de Informação e Comunicação TICs desempenhou papel fundamental nos desenvolvimento das atividades e na socialização de ambos, pois possibilitou aos alunos que interagissem por meio de chats, orkut e e-mails. Ao analisarmos as mudanças ocorridas no processo de aprendizagem de nossos alunos percebemos que foi possível construir em cada um a percepção de que são capazes de aprender e interagir no meio em que vivem, sendo seres atuantes.

4.1.14. Relato de acompanhamento aluno T

O aluno T. com 23 anos já concluiu o ensino médio e adquiriu uma paralisia cerebral de grau leve no momento em que nasceu. Nos procurou com

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ao objetivo definido, compreender como utilizar as mídias e ser aperfeiçoar no uso das novas tecnologias de informação. Sua intenção era ser incluído no mercado de trabalho. Segundo “ele sua mãe desempenhou papel fundamental em sua vida, continuamente incentivava-o a participar de diversas atividades comum a qualquer criança ou jovem de sua idade . Freqüentou a escola comum e sala especial e fez diversos cursos profissionalizante, quando terminou o ensino médio, procurou o API com objetivo de aperfeiçoamento e preparação para o mercado de trabalho.

Durante as atividades no API, o aluno utilizava o computador para se atualizar quanto as noticias e informações sobre concursos. Abrimos um e-mail e uma conta em alguns diversos sites de empregos. Em pouco tempo T. dominava algumas ferramentas (e-mails, orkut, Word, pesquisa, etc) com facilidade. Fez diversos amigos e se comunicava com eles através do orkut e e-mail. Para facilitar um pouco a vida de T. na busca de emprego, o auxilie a fazer seu currículo digital, assim poderíamos enviar via on-line para empresas, supermercados, etc. O aluno buscava ficar sempre bem informado dos seus direitos de deficientes amparados por lei, sempre comentava que cada empresa tinha que destinar 1% de suas vagas de empregos a pessoas deficientes,

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O API é um grupo de pesquisa que a 05 (cinco) anos vem buscando uma maior interação entre alunos da FCT/Unesp de Presidente Prudente (estagiários), e profissionais de diferentes áreas de conhecimento, como Pedagogos, Psicopedagogos, Psicólogos, Fisioterapeutas, entre outros, de forma a realizar trabalhos empíricos destes alunos, juntamente com PD’s, oportunizando um “olhar” para além do teórico (igualmente importante, mas que concomitante com a prática, consistirá em uma maior aprendizagem para os estagiários da FCT).

Neste sentido, para subsidiar essa interação promovida pelo grupo, nosso objetivo principal é auxiliar no desenvolvimento de estratégias para a construção de uma escola para todos, por meio do uso as TIC como ferramentas potencializadoras de habilidades humanas, proporcionando a inclusão.

Assim, pode-se citar o progresso que os alunos tiveram referente às características de sua determinada deficiência.

Esta parceria anteriormente mencionada, além de trazer benefícios importantes para a formação pessoal, profissional e acadêmica dos alunos e profissionais envolvidos, oportuniza que os alunos assistidos, das diversas patologias e dificuldades apresentadas, aflorem o seu potencial, muitas vezes adormecidos, por conta de uma sociedade excludente e elitista, mas que, aos poucos, vem se tornando inclusiva.

Se por um lado, os estagiários em seus relatos se mostram “surpresos” quando os alunos assistidos transpõem barreiras, que eles mesmos [os estagiários] supunham intransponíveis, por outro lado, os próprios alunos assistidos muitas vezes não se dão conta de sua potencialidade, e na medida em que vão desenvolvendo suas capacidades cognitivas, motoras e afetivas, suas auto-estima vão tomando vulto, sua socialização vai fluindo de um maneiro melhor, e a inclusão vai também se ampliando.

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sala de aula com a diversidade de alunos, e que poderão contribuir para ampliação de atitudes sociais positivas em relação à inclusão da PD, e conseqüentemente, com a redução dos estigmas que certamente enfrentarão.

Referências Bibliografica

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COLL, C. et al (orgs). Desenvolvimento psicológico e Educação. Vol. 3.

HERNANDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: projetos de trabalho, 1998.

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PIAGET, J. Aprendizagem e Conhecimento, 1974.

SCHLÜNZEN, E.T.M. Mudanças nas práticas pedagógicas do professor: criando um ambiente construcionista contextualizado e significativo para crianças com necessidades especiais físicas, Tese de Doutorado, 2000.

VALENTE, J. A. Liberando a mente: computadores na educação especial. Campinas: UNICAMP, 1991.

DOENÇAS DEGENERATIVAS MITOCONDRIAIS E LISOSSOMICAS; Lecionada por: Prof. Paula Duarte. Disponível em:

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MANTOAN, Maria.Inclusão Escolar: o que é? por quê? como fazer?.São Paulo:Moderna, 2003.

NÚCLEO DE ATENDIMENTO À CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL(NACPC). Bahia/Salvador. Disponível em:

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Referências

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