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O MEDO DA MORTE NA IDADE MÉDIA: UMA VISÃO COLETIVA DO OCIDENTE

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Academic year: 2021

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O MEDO DA MORTE NA

IDADE MÉDIA: UMA VISÃO

COLETIVA DO OCIDENTE

INTRODUÇÃO

Estarei trabalhando o medo da morte em uma perspectiva coletiva do Ocidente em um período de conflitos e mudanças sociais e religiosas.

Percebe-se na Europa nos anos 1000 a expressão, de uma solidariedade ativa, firme,

enfrentando tanto a miséria quanto a conseqüência das calamidades; solidariedade que não se restringia aos vivos e sim aos defuntos; na forma de oração, confissão penitência, pois as boas obras permitia atenuar o temor ao inferno e prestar auxilio as almas do outro mundo. A matança de bruxas e judeus, a guerra dos cem anos e a peste negra afirma a idéia, pois o continente foi quase despovoado e tudo isto semeava a insegurança da sociedade que gemia e lamentava aperca de mais um “homem medroso”.

A cristandade, assim criava um imaginário em volta da morte, até nas pinturas, um grande Lúcifer era representado como o grande causador dos problemas, pois ele provocava a fome, a doença, o medo e a morte dos indivíduos. O medo da morte é algo obcecador, e o homem com a sua convivência, passa a cultuar, promovendo ensaios

rompendo com o “silêncio do medo”, uma relação direta da morte com grandes temores que ameaçavam o desaparecimento da raça humana.

Satanás e os demônios eram assustadores no imaginário medieval, mas também ridículos e engraçados; confirma Jean Delumeau “ainda não havia chegado à hora do grande pavor satânico”; além disso, o poder da Igreja restringia a violência, sacralizando à função militar, preservando em cada homem a garantia da paz divina, alimentando o medo do outro, do

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normando, do judeu, do sarraceno em esporádica superação.

A partir do século XIV, acumulavam grandes catástrofes, iniciando uma gigante e

dramática caça as bruxas, não tardando a guerra dos cem anos, que fez afluir perseguições nas cidades; e em outros lugares a peste negra abateu “um terço do mundo”. As desgraças multiplicam á peste desencadeando na Europa uma enorme angústia, a qual é apontada pelo historiador Jean Delumeau em a História do Medo no Ocidente.

Portanto os tempos modernos parecem ser obcecados pelo o medo da morte; rompendo com o silêncio sobre o medo, utilizando a comparação das epidemias de peste com duas guerras mundiais, que semeava uma insegurança coletiva.

JUSTIFICATIVA

Este pré-projeto tem como finalidade dar inicio a minha pesquisa cujo tema é “O MEDO DA MORTE NA IDADE MÉDIA: UMA VISÃO COLETIVA DO OCIDENTE”.

A micro-história abre caminhos que possibilita a busca pela investigação cientifica de tal trabalho. Na pesquisa que se apresenta como proposta, pretende-se mostrar de forma investigatória, como que se deu o processo de formação e transformação do medo no Ocidente, que trazia angústia coletiva de um povo. Pretende-se com esta pesquisa

desenvolver um trabalho investigativo até mesmo provocando dúvidas e indagações sobre o assunto em pauta.

A formação de um medo coletivo que traz várias conseqüências para o Ocidente é o foco de investigação.

A morte como fenômeno físico, já foi evidentemente estudado, sendo um objeto de

pesquisa, porém permanece um mistério, quando aventuramos no terreno do “psiquismos’; a morte ao mesmo tempo em que ajuda a estudar as idéias das atividades humanas,

mostra o medo do homem de que um dia a vida chegará ao fim”.

O estudo da morte, e algo muito interessante e inovador, um assunto que está ligado a

nossa realidade e um tema pouco trabalhado, que chama muito a atenção; a Nova História ou a História das Idéias, dá uma relevância ao conceito relacionado com a morte. Mostrando que não podemos fugir do medo ou da memória, dos fatos esotéricos e sobrenaturais, a morte é uma obsessão onipresente em nossa vida.

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Uma nova visão detalhada nos mostra que a historiografia trás evidencias claras da

influencia do medo na sociedade Ocidental. Através da pesquisa realizada, posso perceber a grande importância do tema para o campo historiográfico.

Justificadamente o objetivo, não é só expor o medo, mas também construir uma visão diferente, de um momento imaginário no qual relaciona a morte, a um período de conflitos religiosos de guerras.

OBJETIVO GERAL

O tema abordado tem como objetivo mostrar que os grandes medos da sociedade

Ocidental foram aplicados como interesse de um controle da religião sobre os cidadões, que buscavam na Igreja refugio contra o mal.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Representar o “medo da morte na totalidade” de uma sociedade, que se alimentava do medo e da dor, os quais poucos tinham a esperança de um novo amanhã; na Idade Média há uma oposição claramente exposta, pois junto com o medo, nascia o culto da morte, que

prevalecia como uma homenagem aos seus santos, ou a membros da família.

• Mostrar de forma investigatória, como se deu o processo de formação e transformação do medo no Ocidente.

• Relacionar com a realidade, única e singular, do medo em uma coletividade histórica. • Promover um percurso histórico que evidência o drama do medo na sociedade Ocidental, que visava os valores e crenças que assegura o equilíbrio entre seus poderes e limites.

• Analisar a noção de “internalização” no âmbito da história intelectual e das idéias, abrangido um campo de tendência definida em função ao método utilizado e do tipo de objeto abordado.

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tende a ambição da diversidade dos objetos a alteridade cultural.

REFERENCIAL TEÓRICO

O trabalho de pesquisa que se inicia, será baseado em alguns autores que já pesquisaram o assunto, sendo necessário buscar junto a estes as principais teorias produzidas. Para a realização da presente pesquisa, faz-se necessário recorrer a referências, da Nova História, História Cultural, História da Idéias e a História do Medo no Ocidente; considerando a idéia de autores como, Phillippe Áries, Santo Agostinho, Jean Delumeau entre outros, onde de acordo com esses os mesmos era, é preciso levar em consideração as diversas manifestações do passado, com intuito de encontrar as explicativas fundamentais. Estes consideram o medo da morte, como a união indissolúvel de objetos e ações que nos indicam, como e onde e para que foi fundamental o medo.

O autor Phillippe Áries, que estuda a questão do medo no Ocidente, mostra os debates em torno das características, bastante controvertidos. Já o autor Jean Delumeau, que tem na história do medo um instrumento não só de mudança, como também um, meio de revelar novos campos de investigação, derrubando barreiras que existem entre as gerações Ocidentais. Santo Agostinho traz em sua obra toda historicidade das transformações nos conceitos e ideais católicos acerca do tema.

É relevante ressaltar a importância de se pesquisar esses autores, pois as obras em análise fazem parte da micro-história, tendo como objetivo estudar as relações, do medo da morte, com o imaginário cristão e o papel de uma “sociedade medrosa”.

Essas obras possibilitaram a realização do estudo do medo da morte no espaço coletivo do Ocidente.

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Para realizar a pesquisa foi utilizada, fontes historiográficas secundárias ou terciárias. É na verdade e essencialmente uma discussão bibliográfica

METODOLOGIA

Para desenvolver a seguinte pesquisa será realizada uma investigação teórica consultando os autores... Phillippe Áries, Santo Agostinho, Edgar Morin, Jean Delumeau e Maurice

Halbwachs. A investigação do medo da morte na Idade Média: uma visão coletiva do Ocidente será realizada por levantamentos bibliográficos; um estudo do passado, que tem como base a história escrita por pessoas que relataram o medo da morte, que permanecia presente na vida social, religiosa e econômica da sociedade.

No processo de evolução humana, a medida em que se desenvolvia a habilidade lingüística a qual leva o homem cada vez mais para o domínio abstrato dos símbolos, revelando um mundo que se estende além do aqui e do agora, aflorando a concepção de uma decisiva consciência que vislumbra que o medo da morte não é considerado um aspecto que fascina e ao mesmo tempo, aterroriza a humanidade, historicamente sucede de fonte de inspiração para doutrinas filosóficas e religiosas bem como uma inesgotável fonte de temores, angústia e ansiedade para os seres humanos.

Para analisar tal período histórico devemos ter como parâmetro a história das idéias, espaço compartimentalizado e pluralizado metodologicamente; idéia que não constitui uma esfera distinta e separada da existência social, as quais são unidades estruturais da história. No século XX a historiografia das “idéias” diversificou-se bastante, funcionando como orientador temporal de acesso as questões e debates e abordagens a modelos e métodos propostos, a história das idéias cede lugar aa história sociocultural; os historiadores

abandonam as velhas questões tradicionais e partem em busca de “longos períodos” e para isto inventam novos métodos e instrumentos.

Juntamente com a configuração da sociedade, não podemos deixar de lado o processo de configuração de uma história das religiões, dotada de objetivos e métodos próprios. Estruturando como disciplina a etnologia conseguindo ganhar reforços poderosos de

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discussão positivista e evolucionista para a analise do sistema religioso.

O estudo do papel social das religiões mostra que as crenças e praticas beneficiou a

constituição de um novo campo do conhecimento, tornando-se uma disciplina autônoma, na medida que categoria social e sociedade, tornava papel privilegiado do estudo, entre eles a religião que passava a merece maior atenção, com um estudo mais objetivo e sistemático. O termo religião se estruturou num contexto de lentas e definitivas laicizações, conhecendo vários significados, de diversos autores, como Durkhein, Marx, Levi-Strauss, Weber, Gramsci, Brelich e outros; promovendo o método comparativo entre sagrado e profano, sociologia e antropologia, abrindo caminhos importantes para uma proposta, mas adequados à abordagem historiográfica; conjugando o desenvolvimento e a vivência de crenças religiosas um estudo rico e complexo, passando pela produção no campo da mentalidade, demonstrando ser um campo fértil para a continua reflexão metodológica e futura investigação historiográfica.

Ao fazer um balanço geral da historiografia nos últimos 40 ou 50 anos, Cardoso identificou com nitidez dois grandes paradigmas: O iluminismo e o pós-modernismo, ou seja, na Nova História existe uma confusão entre sujeito e objeto, resultado da crença de observar e investigar parte integrante daquilo que se estuda. Tratando do predomínio de um processo hermenêutico de interpretação dos microrrecortes, de estudo de pequenos grupos; que leva ao declínio o “paradigma iluminista” como no caso da história das mentalidades, assim chamada pela a Nova História. O estudo dos aspectos culturais aparece, como uma análise de conflitos; vertentes que se apóia em métodos estáticos para classificar, as estruturas domiciliares, ora voltando para a sociabilidade e “sentimentos, domésticos cruzando com a história do cotidiano e da vida privada”, assim afirma Mary Del Priore.

Portanto, os caminhos e descaminhos da história, enfrentam com serenidades as diferenças de opiniões e opção teóricas buscando o equilíbrio dos problemas a serem investigados. PROBLEMATIZAÇÃO

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Esta transformação levaria o homem do Ocidente, a se profundar nos fenômenos humanos inevitáveis; com a morte, percebemos os mecanismos psicológicos que entram em ação,

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neste momento de confronto; pois na Idade Média tiveram papel decisivo na história, não se tratando de uma história ainda de uma historia das idéias e sim, de uma história geral da civilização relacionada ao conceito de cultura, mas não existe recorte das “idéias enquanto objeto particular historiográfico”.

A partir daí um serie de conteúdos negativos começaram a ser associado à morte: conteúdos perversos e macabros bem como torturas e flagelos passam a se relacionar com a morte provocando um total estranhamento do homem e o evento da morte.

Portanto, o homem historicamente temia a morte e teme, por motivos materiais, não somente religiosos, pois, o homem tenta fugir da perda da vida, do conhecimento, ou seja, da bagagem intelectual dos relacionamentos criados no meio físico, evitando a relação á morte.

Um medo comum na coletividade da sociedade Ocidental, o medo da morte é o medo básico e ao mesmo tempo fonte de todas as nossas realizações; tudo quilo que fazemos é para transcender a morte; prevalecendo o materialismo de Marx e Engels, como superação tanto positivista como idealizadora.

BIBLIOGRAFIAS

CARDOSO, Ciro Flamarion, Ronaldo Vainfas. Domínio da História: ensaios de teoria e metodologia – Rio de Janeiro: campus. 1997.

ÁRIES, Phillippe. História da Morte no Ocidente – Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977. ÁRIES, Phillippe. O Homem Diante da Morte/ tradução de Luiza Ribeiro-Rio de Janeiro: F. Alves, 1990.

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HALBWACHS, Maurice. O Método 5: A Humanidade da Humanidade. 2 ed. Porto Alegre: Sulina, 2003.

DELUMEAU, Jean. História do Medo no Ocidente: 1300-1800; Uma Cidade Citiada/

tradução, Maria Lucia Machado/ tradução das notas, Heloisa Jaln – São Paulo: Companhia das letras, 1989.

Obra original disponível em:

http://www.overmundo.com.br/banco/o-medo-da-morte-na-idade-media-uma-visao-coletiva-do-ocidente

Referências

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