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ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DO ALGODÃO MOÇAMBICANO NO MERCADO INTERNACIONAL NO PERÍODO DE EDNA HELENA MUSSAVELE

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______________________________________________________________________________ ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DO ALGODÃO

MOÇAMBICANO NO MERCADO INTERNACIONAL NO PERÍODO DE 2000-2017 ______________________________________________________________________________

(2)

UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal Departamento de Economia Agrária e Desenvolvimento Rural

ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DO ALGODÃO MOÇAMBICANO NO MERCADO INTERNACIONAL NO PERÍODO DE 2000-2017

Autora: Edna Helena Mussavele

MOCUBA 2020

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal Departamento de Economia Agrária e Desenvolvimento Rural

ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DO ALGODÃO MOÇAMBICANO NO MERCADO INTERNACIONAL NO PERÍODO DE 2000-2017

Autora: Edna Helena Mussavele Supervisor: Mestre Victor Virgílio Mutepa

Monografia submetida á Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal, Departamento de Economia Agrária e Desenvolvimento Rural em parcial cumprimento dos requisitos para obtenção do grau de licenciatura em Economia Agrária.

MOCUBA 2020

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal Departamento de Economia Agrária e Desenvolvimento Rural

ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DO ALGODÃO MOÇAMBICANO NO MERCADO INTERNACIONAL NO PERÍODO DE 2000-2017

Autora: Edna Helena Mussavele Supervisor: Mestre Victor Virgílio Mutepa

Monografia submetida á Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal, Departamento de Economia Agrária e Desenvolvimento Rural em parcial cumprimento dos requisitos para obtenção do grau de licenciatura em Economia Agrária.

MOCUBA 2020

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DECLARAÇÃO

Eu, Edna Helena Mussavele declaro que este trabalho de conclusão de curso para obtenção do grau de licenciatura em Economia Agrária na Universidade Zambeze cujo tema é análise da Competitividade do Algodão Moçambicano no Mercado Internacional de 2000-2017 é da minha autoria e este ainda não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico.

Mocuba, aos de 2020 _______________________

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DEDICATÓRIA

Pela força, pelo carinho e pelo amor incondicional dedico o estudo a minha amada mãe Catarina Aurélio Cossa que muito fez e ainda faz para que não me faltasse instrução académica e que muito admiro pela grande mulher que é;

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AGRADECIMENTOS

Quero acima de tudo e todos agradecer a Deus meu senhor que me guardou e me deu sabedoria até que pudesse chegar ao fim do meu percurso académico, me permitindo realizar e concluir o presente estudo.

Endereço o meu especial agradecimento ao meu supervisor Dr. Victor Mutepa.Msc, pela assistência dada, pelos conselhos e pela sua paciência ao transmitir seus ensinamentos durante todo o percurso académico e na realização do estudo.

Ao Instituto do Algodão como instituição e em particular ao Sr Fernando Nhampossa por me facultar informação e dados pertinentes para a realização do estudo, o meu muito obrigado. A Universidade Zambeze pela oportunidade de poder me formar, ao corpo docente da Faculdade de Engenharia Agronómica e florestal (FEAF), em particular do departamento de Economia Agrária e Desenvolvimento Rural agradeço pelo apoio, suporte, paciência durante todo percurso académico de vós veio muito do aprendizado que me permitiu concluir o curso.

A minha mãe Catarina Aurélio Cossa, pelo apoio em todos momentos, as minhas irmãs Delcia Dil cossa e Neide Reginaldo Mussavele e ao meu pai Reginaldo Mateus Mussavele pelo suporte. Ao meu namorado Alcísio Natal pelo companheirismo, carinho e suporte obrigada.

A minha amiga/irmã Carla Maoco inseparável durante a formação, pela amizade em todos os momentos o meu muito obrigada, Miguel Pena, a Rosita Chemane, Ercia Muianga, Rolindo chamo, Abrantes Chemule ao eng. Mugabe e dr Alexandre Pita agradeço por tudo.

Aos meus colegas e amigos do curso da economia agrária geração 2016 com os quais partilhei desta experiência, com os quais aprendi bastante o meu carinho, respeito e enorme gratidão. E a todos os que directa ou indirectamente dentro e fora da academia contribuíram para a minha formação o meu muito obrigada pelo apoio.

(8)

Conteúdos ÍNDICE pagina

RESUMO ... i

ABSTRAT ... ii

Lista de Gráficos ... iii

Lista de Tabelas ... iii

LISTA DE ABREVIATURA ... iv

I. INTRODUҪÃO ...1

1.1. Contextualização ...1

1.2. Problema de pesquisa ...2

1.3. Objectivos ...3

CAPITULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...4

2.1. Competitividade entre nações ...4

2.2. Análise da competitividade ...6

2.4. Produção do algodão ...8

2.4.1. Panorama Mundial ...8

2.4.2. Panorama nacional ... 10

2.5. Participação do algodão Moçambicano no Mercado mundial... 12

2.6. Principais destinos da fibra do algodão ... 13

2.7. Produtos substitutos da fibra de algodão ... 14

2.8. Revisãode estudos sobre analise competitiva ... 15

3.1. Indicadores de Competitividade de algodão... 17

3.1.1. Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) ... 17

3.1.2. Vantagem Comparativa Relativa Simetrica (VCRS) ... 18

Taxa de Cobertura Sectorial (TCS) ... 18

(9)

Page | 9

3.1.3.1. Efeito crescimento do comércio mundial ... 19

3.1.3.2. Efeito destino das exportações ... 19

3.1.3.3. Efeito competitividade ... 20

3.2. Dados e Fontes ... 20

3.3. Análise dos dados ... 21

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 22

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 28

5.1. Conclusões ... 28

5.2. Recomendações……….………28

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS……...………. ……… 29

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i RESUMO

O presente estudo tem como objectivo analisar a competitividade das exportações do algodão produzido em Moçambique no mercado internacional no período 2000-2017, de modo a avaliar a capacidade do país de manter, ampliar ou conquistar posições competitivas nos mercados doméstico e internacional, visto que o subsector do algodão constitui uma importante fonte de rendimento no meio rural em Moçambique. Para a análise da competitividade do Algodão Moçambicano no período 2000-2017, os seguintes indicadores são empregados: Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (IVCR), Indicador de Vantagem Comparativa Revelada simétrica (IVCRS), Taxa de Cobertura (TC); e modelo Constant Market Share (CMS). A análise dos indicadores demonstrou que as exportações do algodão Moçambicano não mostraram ter vantagem comparativa no período analisado com excepção do ano 2004, embora o país tenha se portado como vendedor em todo período analisado apresentando uma cobertura acima da unidade. Observou-se também que os efeitos crescimento do comércio mundial e destino das exportações contribuem positivamente para o aumento da participação das exportações do algodão enquanto por outro lado o efeito competitividade afecta negativamente.

Palavras-chave: Algodão, Competitividade, Indicador de Vantagem Comparativa Revelada – VCR, Modelo constant market share.

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ii ABSTRAT

The present study aims to analyze the competitiveness of cotton exports produced in Mozambique on the international market in the period 2000-2017, in order to country’s ability to maintain, expand or conquer competitive positions in the domestic and international markets, since the cotton subsector is an important source of assess income in rural areas in Mozambique. For the analysis of the competitiveness of Mozambican cotton, in period 2000-2017, the following indicators are used: Indicator of Comparative Advantage Revealed (IVCR), Indicator of Comparative Advantage Symmetric (IVCRS), Coverage Rate (TC), and Constant Market share (CMS) model. The analysis of the indicators showed that Mozambican cotton exports did not prove to have a comparative advantage in the period analyzed, with the exception of 2004, although the country has behaved as a seller in the entire period analyzed, with coverage above the unit. It was also observed that the effects of growth in world trade and the destination of exports contribute positively to the increase in the share of cotton exports, while on the other hand, the competitiveness effect affects negatively.

Keyword: cotton, competitiveness, Indicator of Comparative Advantage Revealed (IVCR), and Constant Market share (CMS) model.

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iii Lista de Gráficos

Gráfico 2.1: Percentagens da produção continental de Algodão caroço 2004-2014 ...9

Gráfico 2.2: relação de produção do algodão em alguns países nos anos 2000-2017 ...9

Gráfico 2.3:Distribuição das explorações do algodão por exploração ... 10

Gráfico 2.4: Produção Moçambicana de Algodão caroço de 2000-2017 ... 11

Gráfico 2.5: Destino da fibra do algodão (continentes) ... 13

Gráfico 4.1:Evolução da Vantagem Comparativa revelada simétrica deMoçambique…………24

Lista de tabelas Tabela 2.1: participação em % dos maiores exportadores de algodão nas campanhas 1999/00 e 2016/17………..……12

Tabela 4.1: Vantagem Comparativa Revelada (VCR- algodão) dos principais exportadores em relação ao mundo ... 22

Tabela 4.2: Vantagem Comparativa Revelada simétrica dos principais exportadores de algodão em relação ao mundo 2000-2017. ... 22

Tabela 4.3: Taxa de Cobertura Sectorial ... 24

Tabela 4.4: Participação média das exportações do algodão de Moçambique no mundo no período 2003 a 2017 em milhões de USD……….25

Tabela 4.5: Fontes do crescimento das exportações Moçambicanas no período de 2003 a 2017 ………....25

LISTA DE EQUAÇÕES Equação 3.1: Indicador de Vantagem Comparativa Revelada ………17

Equação 3.2:Vantagem Comparativa Revelada Simétrica………...…….. 18

Equação 3.3:Taxa de Cobertura Sectorial………...18

Equação 3.4: Modelo Constant Market Share ……….19

LISTA DE APÊNDICES Apêndice A- valores de exportação do algodão no mundo, principais países exportadores e Moçambique de 2000 a 2017 em milhões de dólares ………...………33

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iv LISTA DE ABREVIATURA

CMS- ---Modelo Constant Market share; CR- ---Razão de Concentração;

EUA- --- Estados Unidos da América;

FAO- --- Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (Food and Agriculture Organization);

GDS- --- Global Development Solution, LLC; IAM- --- Instituto do Algodão de Moçambique;

ICAC- --- Comité Consultivo Internacional do Algodão; IDE- ---Investimento Directo Estrangeiro;

INE- --- Instituto Nacional de Estatística; IVA- ---Imposto Sobre Valor Acrescido;

IVCR- ---Indicador de Vantagem Comparativa Revelada;

IVCRS- ---Índice de Vantagem Comparativa Revelada Simétrica; IOR- ---Índice de Orientação Regional;

LDCs- ---Least Developed Countries/ Países Menos Desenvolvidos; PIB- --- Produto Interno Bruto;

TC - ---Taxa de Cobertura;

UN COMDRADE- --- United Nations Commodity Trade statistics Database; USDA- --- United States Department of agriculture.

UNIDADES DE MEDIDA: Mt- --- Meticais;

USD- --- Dólares Norte Americanos; Ton- --- Toneladas.

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Página | 1

I. INTRODUҪÃO

Nas subsecções que se seguem, descreve-se a contextualização a que está inserido o tema deste estudo, declara-se o problema da pesquisa, definem-se os objectivos do estudo e apresenta-se a estrutura desta monografia.

1.1.Contextualização

O algodão (Gossypiumspp.) é uma cultura economicamente importante para muitos países em desenvolvimento, e constitui a mais importante fibra têxtil, chegando a representar cerca de 30% do consumo mundial de fibras distribuído entre mais de setenta países do mundo, sendo que aproximadamente 80% da área e da produção localizam-se no hemisfério norte (INTERNATIONAL, 2014).

Em Moçambique a cultura do algodão é considerada símbolo de dominação colonial pois teve a sua produção intensificada a partir do século XIX, desde então passou por modelos distintos de produção. Actualmente a produção da cultura no país é baseada no sistema de concessões de áreas às empresas de descaroçamento do algodão, que são responsáveis pela assistência aos produtores e extensão rural desta cultura que é praticada maioritariamente pelos pequenos produtores do meio rural (BRUNA, 2014).

Quanto ao seu peso, a produção do algodão no país representa menos de 0.1% do comércio global, menos de 1% da produção do continente africano e menos de 10% da produção da região austral de África. O país é um pequeno exportador de algodão, caracterizado por ser um país receptor de preços, por isso, eventos que afectam as condições de mercado e de preços, são cuidadosamente observados ao nível do subsector algodoeiro e do Estado (IAM, 2011). O presente estudo tem como objectivo analisar a competitividade das exportações do algodão produzido em Moçambique no mercado internacional e identificar os factores que afectam a participação da cultura no período de 2000-2017, de modo a avaliar a capacidade do país manter, ampliar ou conquistar posições competitivas nos mercados doméstico e internacional, visto que o subsector do algodão constitui uma importante fonte de rendimento no meio rural em Moçambique.

A importância do algodão reflecte-se, também, no peso do mesmo na balança comercial, pois constitui um dos produtos agrícolas mais exportados na última década. Contudo as características do comércio em Moçambique mudaram significativamente nos últimos 15 anos, uma vez que tanto as importações como as exportações cresceram dramaticamente em resultado

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Página | 2 do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em mega projectos, e é provável que essa dinâmica continue num futuro previsível (COMERCIO, 2016).

Assim, observa-se que as reformas económicas em Moçambique desde 2000 resultaram na reintegração gradual da economia nos mercados regional e mundial, com impacto directo na estrutura comercial do país e permitindo que o comércio desempenhasse um papel importante na facilitação do crescimento económico (COMERCIO, 2016).

A natureza dos produtos tipicamente exportados por Moçambique registou uma notável mudança ao longo dos últimos anos, Moçambique é tradicionalmente conhecido pela exportação de crustáceos (camarão, caranguejo e lagosta) e de culturas de rendimento (castanha de caju, o algodão, o tabaco e o açúcar) estes produtos já representaram 80% do total das exportações em 2000. Este cenário veio a mudar em 2015 com o aumento das exportações do sector extractivo chegando a representar 70% dos produtos exportados (COMERCIO, 2016).

Face as mudanças registadas ao longo do tempo, para se entender até que nível as exportações Moçambicanas da cultura do algodão em particular tem contribuído para o comércio nacional e internacional é pertinente uma análise do desempenho destas exportações.

Em relação à estrutura do presente estudo, este apresenta cinco capítulos, nos quais o primeiro expõe a introdução apresentando a problematização do estudo e os objectivos propostos. O segundo capítulo mostra a revisão da literatura onde são apresentadas as principais teorias do comércio Internacional e da competitividade, os panoramas Moçambicano e Internacional de produção do algodão e a participação desta cultura no mercado mundial.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada para análise dos indicadores de competitividade apresentados, apresentam se as fontes dos dados secundários levantados. No quarto capítulo são apresentados os resultados e discussões da análise com base nos dados colectados por via dos indicadores apresentados na metodologia. No quinto capítulo são feitas as conclusões e recomendações do estudo.

1.2.Problema de pesquisa

O algodão é uma cultura de rendimento importante para vários países sejam eles desenvolvidos e/ou em desenvolvimento como é o caso de Moçambique, onde este subsector representa uma importante fonte de rendimento, contribuindo na geração de rendas para cerca de 200 mil famílias produtoras e na geração de divisas para o País contribuindo em 10% das exportações do sector Agrário (IAM I. D., 2019).

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Página | 3 A produção desta cultura em Moçambique, é predominantemente feita pelo sector familiar, nas regiões Centro e Norte do País, pois estas apresentam uma aptidão solo climática mais favorável em comparação com a região Sul (IAM, 2011), e cerca de 95% do total de algodão produzido em Moçambique destina-se à exportação como resultado do colapso da indústria têxtil nacional, a comercialização é realizada pelas grandes empresas concessionárias localizadas no país que garantem extensão rural e insumos agrícolas aos produtores da fibra (MUSSA & DADA, 2018).

Embora seja notória a relevância da cultura para o país, a sua importância no contexto mundial é insignificante por não se comparar com a de outros países actuantes no sector (caso dos EUA, Índia, Mali, Burkina Faso e muitos outros). De salientar ainda que apesar do algodão ser uma cultura cuja produção é maioritariamente voltada as exportações, existe uma indisponibilidade no país de estudos que analisem o desempenho das exportações da cultura no mercado internacional diante de seus concorrentes. Face a este défice o presente estudo busca responder a seguinte questão:

Qual tem sido o desempenho das exportações do Algodão Moçambicano nos mercados internacionais, e quais factores têm influenciado a sua participação no mercado mundial?

A análise da competitividade das exportações do algodão mostra-se relevante, pois permitirá com base em dados mensuráveis averiguar qual tem sido a participação da cultura no comércio mundial e sua evolução ao longo do período em análise permitindo assim, que as estruturas Governamentais e privadas que actuam no sector conhecendo a performance do produto no mercado internacional possam aplicar medidas de impulsão com vista a garantir o crescimento e sustentabilidade do sector.

1.3.Objectivos

O presente estudo tem como objectivo geral analisar a competitividade das exportações do algodão Moçambicano no mercado internacional no período de 2000-2017. Mas especificamente o estudo pretende responder aos seguintes objectivos:

 Analisar a participação do algodão Moçambicano a nível do mercado Internacional;  Identificar os factores que influenciam no desempenho das exportações algodão de

Moçambique;

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Página | 4 CAPITULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo apresenta se dividido em subsecção nos quais e feita a fundamentação teórica do presente estudo: Na primeira subsecção são expostas as principais teorias económicas que podem explicar as relações entre o comércio e o crescimento económico, segue se a apresentação dos panoramas mundial e nacional de produção do algodão.

Na terceira subsecção é feita a análise da participação do algodão no mercado internacional e por último são apresentados alguns estudos empíricos da competitividade do algodão e de outros produtos em Moçambique e em outros países do mundo.

2.1.Teoria económica do comércio internacional

Já data a anos a tentativa de se explicar a relação que advém do comércio entre nações e o crescimento económicos dos países de todo o mundo, esta questão tem sido analisada tendo se como base a era em que vigorava o regime Mercantilista, passando a formulação de teorias clássicas, neo-clássicas e a formulação de novas teorias que espelhem a dinâmica do comércio nos dias actuais.

Em meio a uma vasta bagagem teórica sobre o comércio internacional, o presente estudo é fundamentado pelas novas teorias do comércio, pois estas demonstram que as teorias tradicionais das vantagens comparativas, mostravam se incompletas, necessitando de hipóteses, que espelhassem a nova dinâmica do comércio como as economias de escala, economias de escopo, factores do lado da demanda como diferenciação de produto, tecnologia de mercado devido à competição imperfeita e política governamental (BADO, 2004).

Contudo, é de se ressaltar que independentemente de sua simplicidade, as teorias clássicas abarcam uma mensagem indispensável até aos dias actuais: de que o comércio induz a processos de especialização que podem tornar as economias mutuamente mais eficientes, com o mais alto padrão de produção e de consumo (SARQUIS, 2011). Mais adiante segue se explanação acerca da competitividade das nações e sob qual perspectiva poderá ser analisada no presente estudo.

2.2.Competitividade entre nações

Conceituar a competitividade é algo complexo, pois o seu conceito é passível de ser aplicado a países, sectores, empresas ou até mesmo a produtos. A competitividade poderia ser definida como a capacidade de uma indústria (ou empresa) produzir mercadorias com padrões de qualidade específicos, requeridos por mercados determinados, utilizando recursos em níveis

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Página | 5 iguais ou inferiores aos que prevalecem em indústrias semelhantes no resto do mundo, durante um certo período de tempo (HAGUENAUER, 1989).

A competitividade de mercado pode ser definida como uma condição que diferencia a empresa em relação aos seus concorrentes. Em termos práticos, são as características que fazem o cliente pensar que consumir a marca X é mais vantajoso que comprar a Y. Para ser considerada competitiva, a organização precisa ser reconhecida por alguma competência central específica uma habilidade adquirida, necessária no segmento em que actua, e que sua organização simplesmente faz muito melhor que seus concorrentes (FOCCO, S/A).

No âmbito de uma região ou país, a competitividade é associada a ganhos de participação no comércio externo e à geração de valor agregado e de emprego, podendo ser determinada por vantagens competitivas estáticas, como a abundância de recursos naturais e de mão-de-obra, ou dinâmicas, como o melhoramento de produtos e novas formas de organização empresarial, que são fortemente estimuladas com o investimento em capital humano (JUAREZ e PADILLA, 2007).

Pode se assim dizer com base nos conceitos supra apresentados que a competitividade é a forma como uma empresa ou um país faz com que seu produto se destaque em relação aos seus concorrentes no mercado, podendo ser pelo uso mais eficiente dos recursos disponíveis para produção do bem ou pela diferenciação do produto ao gosto dos clientes. Ainda se pode também associar a competitividade a capacidade de estabilização e crescimento no mercado repleto de concorrentes. Este estudo tem como foco o conceito de competitividade aplicado a países. Para (RAMALHO, 1991), a elevação do nível de competitividade de uma nação deve ter por objectivo primordial a melhoria do padrão de vida de sua população. Resulta em grande parte, da competitividade das empresas que operam em seu território, que por sua vez, necessitam de um ambiente económico, político e social favorável ao desenvolvimento e manutenção de sua capacidade competitiva.

Para PORTER (1999), “A prosperidade nacional não é algo herdado, mas sim o produto do esforço criativo humano. Não é algo que emana dos dotes naturais de um país, de sua força de trabalho, das taxas de juros ou do valor da moeda, como insistem os economistas clássicos.” A competitividade de um país depende da capacidade de melhoria e inovação da sua indústria. Assim sendo, o único conceito significativo para a competitividade na visão do autor é a produtividade (valor da produção de uma unidade de trabalho ou capital), e esta por sua vez é a

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Página | 6 principal determinante do padrão de vida de longo prazo de um país e a causa principal da renda percapita nacional.

Um alto padrão de vida depende da capacidade das empresas de um determinado país de atingir altos níveis de produtividade e aumentá-lo com o tempo. Então, competitividade em nível nacional deve ser entendida como produtividade nacional (AMARAL, COUTINHO, FILHO, & PEIXOTO, 2006).

2.3.Análise da competitividade

HAGUENAUER (1989), em uma resenha sobre estudos recentes da competitividade abordou que a competitividade pode ser conceituada sob uma óptica de desempenho e eficiência:

a) Desempenho

A qual a autora considera tratar-se de um conceito ex post, que avalia a competitividade através de seus efeitos sobre o comércio externo. É ainda o conceito mais amplo de competitividade, abrangendo não só as condições de produção como todos os factores que inibem ou ampliam as exportações de produtos e/ou países específicos, como as políticas cambial e comercial, a eficiência dos canais de comercialização e dos sistemas de financiamento, acordos internacionais (entre países ou empresas), estratégias de firmas transnacionais, etc..

b) Eficiência

Nesta vertente a competitividade é vista como um conceito ex ante, e como uma característica estrutural, conceituando-a como a capacidade de um país de produzir determinados bens igualando ou superando os níveis de eficiência observáveis em outras economias. O crescimento das exportações seria uma provável consequência da competitividade, não sua expressão.

Uma abordagem ex-post, é aquela que avalia a actual posição de competitividade de empresas e países a partir da sua posição nos mercados doméstico e internacional. Uma segunda abordagem refere-se a competitividade como a capacidade de longo prazo para competir ex ante. (RAMALHO, 1991).

A principal diferença entre as duas abordagens é que a primeira utiliza indicadores e a segunda enfatiza factores para avaliação da competitividade. Ou seja, no primeiro caso procura-se avaliar a competitividade a partir de procura-seus efeitos ou resultados, enquanto no procura-segundo, busca-procura-se investigar suas causas (RAMALHO, 1991).

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Página | 7 A avaliação ex-post da competitividade, é através de indicadores como volume de exportações, participação no mercado ou balança comercial relativamente simples. Já a avaliação ex-ante exige uma análise ampla dos seus factores determinantes, incluindo factores externos a empresa, quais sejam, o ambiente macroeconómico e institucional, infra-estrutura económica, técnico-científica e educacional e factores internos a empresa (RAMALHO, 1991).

O presente estudo é baseado em uma análise ex post das exportações do algodão Moçambicano no mercado internacional, tendo como base indicadores de desempenho para medir e identificar a actual posição ocupada pelo nosso produto no mercado internacional em comparação com os seus potenciais concorrentes.

2.4.Evolução histórica da cultura de algodão em Moçambique

O algodoeiro é conhecido desde 8 mil anos A.C e existem divergências sobre a origem do algodão. Alguns autores a situam no continente americano, enquanto outros afirmam ser originário da África Central, do Paquistão ou então da Índia (LUNARDON, 2007).

Em Moçambique o algodão era um símbolo de dominação colonial no sector familiar, pelo trabalho obrigatório nas machambas ou pelo seu cultivo forçado nas machambas. Um considerável número de produtores começou a cultivar algodão durante o tempo colonial (VIDAL, 2008).

Segue-se o resumo da evolução faseada da produção do algodão em Moçambique, segundo o (IAM, S/A ) e (BRUNA, 2014):

1) Fase de introdução XIX – 1930

Dados históricos apontam para o princípio do século XIX, como a fase de intensificação na produção do algodão no país, porém nessa época a cultura não era exportada pois verificava se uma deficiência de meios técnicos e equipamentos para descaroçar o algodão, assim sendo só mais tarde a produção tornou-se comercialmente significativa com a introdução da máquina de descaroçar.

2) Fase da cultura forçada 1928 - 1964

Nesta fase a cultura do algodão passou a ser uma das principais fontes de rendimento do governo colonial Português, por esta, foram envergadas medidas para regulamentação da produção e fomento do algodão pelas famílias e concessionárias. O diploma do trabalho forçado para o algodão de 1928 obrigava cada família rural a ter uma parcela de, pelo menos, ½ hectare para a produção do algodão. Deste modo, a produção do algodão registou aumentos.

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Página | 8 3) Fase de intensificação 1964 - 1974

Após a revogação do decreto que impunha trabalho forçado do algodão, que resultou na redução da área cultivada deste produto, manteve-se o crescimento em termos de volume produzido. Nesta fase, houve investimentos na investigação, mecanização e em inputs (semente melhorada, fertilizantes e pesticidas) para este subsector. Portanto, foi nesta fase que Moçambique alcançou a produtividade máxima, tendo produzido em 1973-1974 cerca de 144.000 toneladas de algodão.

4) Fase do cultivo do algodão após 1975

Após a independência, o estado continuou reconhecendo a relevância da cultura na geração de renda e divisas para o país, por esta foram envergados esforços para manter o sector activo e mais produtivo como a colectivização da produção (pela criação de cooperativas), no princípio da década de 80 a iniciativa mostrou resultados positivos com um notório aumento na produção e maior aderência do sector familiar ao cooperativismo.

Contudo gradualmente foi se assistindo a um período considerado mais crítico para este subsector, tendo registado a produção mínima de 5.000 toneladas, devido, principalmente, à guerra civil e às secas severas e a má gestão estatal.

5) Fase de privatização (1989 – 1995)

Pela imposição do banco mundial o Estado Moçambicano teve que criar um Programa de Reajustamento Estrutural no qual foram formados empresas mistas (privada e pública), em que eram adjudicados distritos para o fomento da produção do algodão junto ao sector familiar. De (1995 – 1998) iniciou-se o Programa de Relançamento do Algodão (PRA), coordenado pelo IAM, com objectivo de reintroduzir a produção do algodão em zonas que haviam sido abandonadas.

6) Fase da crise do preço internacional (1998 – 2005)

A produção do algodão em Moçambique é totalmente dependente do preço internacional, pelo facto de se exportar o volume total do algodão-fibra. Neste período, o preço internacional registou decréscimos influenciando negativamente na produção do algodão.

2.5.Produção do algodão 2.5.1. Panorama Mundial

O algodão tornou-se a mais importante fibra cultivada do mundo, plantado em 100 países, em cinco continentes, envolvendo mais de 350 milhões de pessoas em sua produção,

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Página | 9 desde as fazendas até a logística, descaroçamento, processamento e embalagem, e com uma média de plantio nos últimos anos ao redor de 35 milhões de hectares (CHITARRA, RODRIGUEZ, SEVERINO, & FILHO, 2019). O gráfico 2.1 abaixo apresentado apresenta as percentagens continentais de produção do algodão de 2004 a 2014.

Gráfico 2.1: Percentagens da produção continental de Algodão caroço 2004-2014

Fonte: autora a partir dos dados fornecidos pela FAO apresentados em VIP CottonAfrica 2017.

De 2004-2014 a Ásia mostrou ser o continente com maior desempenho na produção de algodão contribuindo com cerca de 69.4% da produção mundial, seguida pela América que apresentou um desempenho de 21.1% da produção global, a África com 6% sendo Burkina Faso e Mali os maiores produtores, Oceânia com 2.1% e por último a Europa com cerca de 1.5% da produção global (VIB, 2017).

Gráfico 1.2: Relação de produção do algodão em alguns países nos anos 2000-2017

Fonte: FAOSTAT, 2020 69,40% 21,10% 6% 2,10% 1,50%

Produção mundial de algodão caroço

Asia America AfricA Oceania europa

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Página | 10 Com base no gráfico 2.2 acima apresentado é constatável que os países africanos apresentam níveis de produção excessivamente baixos quando comparados aos países desenvolvidos. A China, Índia e os Estados Unidos apresentam uma produção acima de 5 milhões de toneladas enquanto países como Moçambique, Benin, Burkina Faso e Mali não chegam a alcançar estes níveis.

Este cenário é devido as condições e níveis de investimento para a produção do algodão nos diferentes pontos do mundo, os países em desenvolvimento caracterizam se pela produção com poucos custos ocasionada pelos baixos níveis de investimento na produção (mecanização), por outro lado os países desenvolvidos tem aplicado maior investimento para a produção do algodão e como resultado são mais significativos no mercado desta fibra.

2.5.2. Panorama nacional

A produção do algodão em Moçambique é maioritariamente praticada em pequenas explorações (98%) pelo sector familiar, nas regiões Centro e Norte do país, pois são zonas onde a aptidão solo climática e mais favorável comparativamente com a região Sul conforme ilustrado no gráfico 2.3 abaixo (IAM, 2011).

Gráfico 2.3:Distribuição das explorações do algodão por exploração

Fonte: CountrySTAST, (MUGAUA, 2012);

Segundo o IAM (2011), Nampula é a província que lidera o ranking de produção nacional do algodão caroço com cerca de 30% da produção, seguida por Cabo Delgado com cerca de 25% da produção nacional, de tal modo que juntas as províncias de Nampula e Cabo delgado são detentoras de 55% da produção nacional. Em termos de empresas a PLEXUS lidera o mercado com cerca de 25% da produção nacional.

98,77 1,21 0,02

Pequenas Medias Grandes

(24)

Página | 11 Gráfico 2.4: Produção Moçambicana de Algodão caroço de 2000-2017

Fonte: autora com base em dados fornecidos pelo IAM, 2020

A produção de algodão no país tem apresentado uma notável evolução, tendo registado os seus picos nas campanhas 2011/12 (recorde de produção em Moçambique) com a produção do algodão caroço estimada em cerca de 184,141 toneladas produzidas, e 2005/06 com cerca de 122,287 toneladas (recorde pós-independência), porém nos anos anteriores e subsequentes o país não conseguiu alcançar e manter o mesmo nível de produção.

O país apresentou os mais baixos níveis de produção registados nas campanhas de 1999/00 (35,365 toneladas) e na campanha 2016/17 35,832 toneladas de algodão produzidas. No período em análise a produção média foi de 72,846 toneladas.

O baixo desempenho de Moçambique como produtor de algodão é decorrente dentre vários factores do baixo nível de uso de tecnologias para a produção e de uma pobre extensão para os produtores, segundo SUTTON (2014) em resultado dos preços praticados as empresas responsáveis por dar assistência aos produtores não conseguem meios para continuar ajudando os produtores. Também, o potencial de produção é limitado devido ao uso ineficiente de insecticidas contra lagartas que atacam várias cápsulas, especialmente a Harmigera.

Assim sendo, busca se a protecção do produtor de algodão da flutuação de preços no mercado internacional ou local, com a aplicação de um preço mínimo no país, contudo face a volatilidade do preço do algodão no mercado internacional, que tem uma influência directa no preço doméstico aplicado aos produtores, estes migram para culturas alternativas, aparentemente mais remuneradoras ou rentáveis como meio de gestão de riscos impostos por este sector (OIT, 2019). 35 365 71 04884 674 54 144 93 205 78 683 122 287 72 17569 505 60 303 41 287 70 649 184 141 67 39282 063 45 85042 641 35 832 0 20 000 40 000 60 000 80 000 100 000 120 000 140 000 160 000 180 000 200 000 (2 00 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 ) p rod u ção em t on Série1

(25)

Página | 12 2.6.Participação do algodão Moçambicano no Mercado mundial

Em termos de participação no mercado mundial do algodão, os EUA apresentam por si só aproximadamente ¼ do valor das exportações globais frutos do volume de exportação do país com cerca de 24.06% no ano 2000, ano este no qual Moçambique teve uma participação de 0.19% (menos de 1%).

No ano 2017 os EUA continuaram na liderança em termos de volume e valor das exportações do algodão com uma aumento de 15 pontos percentuais, de seguida a Índia e Austrália apresentaram a segunda e terceira melhor margem de participação respectivamente conforme ilustra a tabela 2.1 abaixo.

Table2.1: Participação dos maiores exportadores de algodão nas campanhas 1999/00 e 2016/17

2000 2017 Países Exportações em ooo metric tonnes Participação em % Exportações em ooo de metric tonnes Participação em % Mundo 6,108 100 8,241 100 EUA 1,470 24 3,248 39 Índia 16 0.26 991 12 Brasil 2 0.032 607 7.37 Austrália 696 11 812 9.85 Uzbequistão 893 14 403 4.89 Burkina Faso 95 1.55 247 2.99 Mali 182 2.97 239 2.90 Turquia 42 0.68 72 0.87 Moçambique 12 0.19 37 0.45

Fonte: Autora a partir de dados fornecidos pela USDA e ICAC, 2020.

Moçambique apresentou um aumento no volume de exportações de cerca de 0.26 pontos percentuais, os EUA, a Índia a Austrália e o Brasil são actualmente os líderes de mercado, tendo estes os últimos países mais do que duplicado o valor das exportações de algodão ao longo dos últimos anos analisados. Contudo no ano 2000 a participação da Índia e do Brasil nas exportações do algodão era bastante baixa quando comparada aos níveis apresentados em 2017.

(26)

Página | 13 Em África, Moçambique é ultrapassado por países da África Ocidental, com o valor das exportações de algodão no Benim e na Costa do Marfim a crescer significativamente mais do que em Moçambique, e a Nigéria e o Burkina Faso a ultrapassar Moçambique no ranking mundial (CATINE, 2015).

2.7.Principais destinos da fibra do algodão

No que tange aos destinos da fibra, acima de 90% desta é destinada as exportações devido ao colapso das indústrias têxteis locais. Portugal já foi um dos principais destinos da fibra do algodão Moçambicano, contudo actualmente o mercado Asiático é o que mais absorve a fibra (63%) sendo Bangladesh, Malásia e Singapura os principais destinos e no continente Africano o maior destino é a Ilha Maurício e eventualmente a África Do Sul e o continente consome 36% da fibra Moçambicana e os restantes 1% são destinados a Portugal conforme ilustrado no gráfico 2.5 abaixo.

Gráfico 2.5: Destino da fibra do algodão Moçambicano (países)

Fonte: IAM, 2017.

A importância de Moçambique como exportador de algodão melhorou ligeiramente durante o período 2006-2014, tendo passado do 23º para o 18º lugar no ranking mundial por valor de exportação e com a quota do mercado mundial a aumentar de 0,48% para 0,54% no mesmo período (COMERCIO, 2016).

Em um estudo do MINAG (2011) citado em (CATINE, 2015), afirmava-se que as exportações do algodão ocupam o sétimo lugar entre os produtos de exportação de Moçambique e contribuindo assim para a balança de pagamentos entre 30 a 40 milhões de USD anualmente.

(27)

Página | 14 2.8.Produtos substitutos da fibra de algodão

Segundo (SUTTON, 2014), um dos maiores constrangimentos observados no sector do algodão em Moçambique e em outros países do mundo é a competitividade com as fibras artificiais, estas que representavam metade do mercado mundial em meados da década de 1970 e representam actualmente 60% do mercado mundial.

O algodão já respondeu por cerca de 80% do consumo mundial de fibras. No entanto, com a entrada no mercado das fibras artificiais e sintéticas na década de 1950, também denominadas químicas, essa proporção reduziu para cerca de 72% em 1960, chegando a cerca de 40% no ano 2003 (JUNIOR, 2007). Contudo, não foi necessário mais do que 30 anos para que as fibras químicas sintéticas se tornassem tão importantes quanto as naturais, servindo como matéria-prima para a indústria têxtil (ALCOUFFE, FREIRE, & Melo, 1997).

As fibras químicas são produzidas pelo homem e constituem dois grandes grupos, o das fibras artificiais e o das fibras sintéticas, onde as fibras artificiais são basicamente produzidas a partir da celulose, enquanto as fibras sintéticas são obtidas de derivados do petróleo. Por outro lado as fibras naturais são produzidas a partir de fibras existentes na natureza (o algodão, o linho, a seda e a lã) e estas podem ter origens diversas dentre animal, vegetal e mineral (ALBURQUEQUE, CARVALHO, KHAN, & LIMA.P, 2007).

O mercado mundial de fibras têxteis é dividido quase de forma equitativa entre as fibras químicas (cerca de 5% para fibras artificias e de 45% para fibras sintéticas na participação do mercado) e as fibras naturais. Por este motivo, pode se afirmar que as fibras químicas sintéticas desempenham um papel cada vez mais relevante na indústria têxtil, modificando características tecnológicas das máquinas de fiação e propriedades dos tecidos, que exercem por sua vez forte influência sobre a indústria de confecções (ALCOUFFE, FREIRE, & Melo, 1997).

A diferenciação no consumo mundial das fibras naturais e químicas deve se em grande parte as propriedades intrínsecas que estas apresentam, genericamente denominadas por “qualidade da fibra”, e da previsibilidade de fornecimento, havendo superioridade das químicas em ambos os casos. Em relação à previsibilidade de fornecimento das fibras de algodão, considerando a amplitude dos períodos de produção mundial, é possível inferir ser essa uma questão menor na actualidade, representando, até mesmo, uma oportunidade aos países do hemisfério sul que podem colocar sua oferta no mercado em um período distinto da produção do hemisfério norte (JUNIOR, 2007).

(28)

Página | 15 Porém, mesmo com a opção de produtos substitutos, durante os últimos anos, o consumo mundial de fibras de algodão cresceu em razão das tendências favoráveis na distribuição de renda, na relação de preços das fibras e no crescimento do mercado de têxteis (JUNIOR, 2007). O que significa que as fibras naturais ainda mantém a sua relevância e o seu lugar no mercado, e que países como Moçambique ainda podem ampliar suas estratégias para fornecerem cada vez mais fibras que respondam a qualidade exigida pelo mercado doméstica e ou internacional. 2.9.Revisão dos estudos sobre Análise competitiva

Sob a perspectiva de tentar analisar a dinâmica e actuação de diversos sectores dentre eles o do algodão foram e continuam sendo realizados estudos com distintas abordagens metodológicas, resultados e conclusões que muito tem contribuído para percepção da actuação de certos sectores, mas vale destacar os seguintes estudos sobre a competitividade: Alves e Penha (2018), Alburqueque .et.al. (2007), Bruna (2014), Copetti e Coronel (2019), Santos e Sousa (2017),

Alves e Penha (2018) realizaram um estudo com objectivo analisar o desempenho das exportações brasileiras do melão Potiguar e Cearense empregado o modelo Constant market share. Os resultados indicam que o crescimento efectivo das exportações do melão cearense foi determinado pela maior competitividade. Já no caso potiguar, o crescimento do comércio mundial foi uma das principais fontes de crescimento efectivo.

Alburqueque .et.al. 2007 realizou um estudo cujo tema é a competitividade externa da amêndoa de castanha de caju Brasileira no período de 1990 a 2007 com o objectivo principal de analisar a competitividade das exportações da amêndoa de castanha de caju Brasileira no período de 1990 a 2007. A metodologia utilizada compreende a análise dos indicadores de vantagem comparativa revelada (VCR), taxa de cobertura (TC), desempenho das exportações (DES) e modelo constant market share (CMS). Os resultados dos indicadores de competitividade analisados indicam que mesmo havendo aumento das exportações brasileiras de ACC, o Brasil vem perdendo competitividade externa, dada a lenta evolução de suas exportações frente aos seus principais concorrentes.

Bruna (2014), realizou um estudo que foi publicado no observatório do meio rural cujo objectivo era de analisar a Competitividade do algodão em Moçambique de 2001 e 2011. Para a análise, teve-se como referência o índice de competitividade global (ICG), publicado pelo world economic forum (WEF). Foram analisados os diferentes pilares da competitividade que mais

(29)

Página | 16 influenciam ou se relacionam com o subsector em questão. Como resultado, constatou-se que o baixo rendimento por hectare (devido, principalmente, a factores como práticas de cultivo pobres, uso ineficiente de inputs, falta de investigação, entre outros), o fraco suporte institucional, o modelo de fixação de preço desajustado (não tem em conta a flutuação da taxa de câmbio), a fraca investigação e os constrangimentos da cadeia de valor desaceleram a dinâmica e o crescimento do subsector do algodão.

Leonardo Copetti e Daniel Coronel (2019), elaboraram um estudo cujo objectivo foi o de analisar a competitividade das exportações brasileiras no mercado mundial do algodão, entre 2000 a 2017, em comparação ao terceiro maior produtor e maior exportador mundial, os Estados Unidos. A metodologia empregada baseou-se no Índice de Vantagem Comparativa Revelada Simétrica (VCRS), na Razão de Concentração (CR), e no Índice de Orientação Regional (IOR). Os resultados revelaram que a partir de 2001, os dois países apresentaram vantagem comparativa relevada simétrica, tendo sido o Brasil mais competitivo em 2009 e de 2011 a 2017. Em relação à CR, o Brasil e os Estados Unidos revelaram concentração das exportações. O IOR indicou orientação das exportações de algodão do Brasil para a Indonésia, o Vietnã e a Turquia. Já o IOR dos Estados Unidos apresentou orientação das exportações de algodão ao Vietnã, à China, à Turquia, e à Indonésia.

Santos e Sousa (2017), realizaram um estudo cujo objectivo primordial era analisar a competitividade das exportações do melão brasileiro no período 2000 a 2015, para tal empregaram-se os índices de vantagem comparativa revelada (VCR), de vantagem comparativa revelada de Vollrath e o modelo Constant Market Share (CMS) para identificar as fontes de crescimento das exportações brasileiras de melão, considerando três subperíodos: 2000–2007, 2008–2011 e 2012–2015. Como resultados o estudo constatou os estados que Ceará e Rio Grande do Norte possuem alta competitividade em todo o período analisado, com destaque para o Rio Grande do Norte. Também pelo CMS concluiu-se que a competitividade e o crescimento do comércio mundial foram, respectivamente, os efeitos que mais contribuíram para o crescimento das exportações de melão no Brasil.

(30)

Página | 17 CAPÍTULO III. METODOLOGIA

Neste capítulo são abordados os métodos de pesquisa aplicados para o alcance dos objectivos da pesquisa, as técnicas e meios que permitiram a de recolha de dados, e os indicadores usados para medir a competitividade.

3.1.Indicadores de Competitividade de algodão

Para analisar a competitividade das exportações do algodão Moçambicano no período compreendido entre 2000 a 2017, foram analisados os seguintes indicadores, Indicador de vantagem comparativa Revelada (IVCR), Indicador de vantagem comparativa revelada Simétrica (IVCRS), Taxa de Cobertura (TC) e Constant Market share (CMS), utilizados em estudos realizados por: (ALBURQUEQUE et.al. 2007), (SANTOS & SOUSA, 2017) . A escolha desses indicadores deve-se ao facto de:

3.1.1. Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR)

O Índice de Vantagem Comparativa Revelada foi desenvolvido por Balassa (1965), utilizando como base a teoria de Ricardo (1817), O indicador VCR revela se para a região analisada j, as exportações de um determinado produto i têm maior peso que para a região de referência k, considerando sua participação nas exportações totais da região de referência k. É expresso da seguinte forma:

CVRij= 𝑿𝒊𝒋 𝑿𝑱 𝑿𝒊𝒌 𝑿𝒌 ⁄ (3.1) Onde:

VCRij: é a vantagem comparativa revelada do produto (i) da região ou país (j); (j): país analisado; (k): país/região de referência; (i): produto/sector de actividades; Xij: é o valor das exportações do produto (i) da região ou país (j); Xik: é o valor das exportações do produto i da região/país de referência (k); Xj: é o valor das exportações totais da região ou país (j); Xk: é o valor das exportações totais da região/país de referência (k).

O VCRij pode variar de 0 a infinito. Se VCRij> 1, significa que o produto (i) da região ( j) apresenta vantagem comparativa revelada em relação à região de referência (k), ou seja, o produto (i) é mais representativo para a região (j) do que esta para a região de referência (k).

(31)

Página | 18 Se VCRij< 1, significa que o produto (i) da região (j) apresenta desvantagem comparativa revelada em relação à região de referência (k), ou seja, o produto (i) é menos representativo para a região (j) do que esta para a região de referência (k).

3.1.2. Vantagem Comparativa Revelada Simétrica (VCRS) VCRS=𝑉𝐶𝑅𝑆−1

𝑉𝐶𝑅𝑆+1 (3.2)

O índice representa a Vantagem Comparativa Revelada Simétrica (VCRS). Assim, o valor do índice passa a variar entre -1 e 1. Se o índice se encontrar entre -1 e 0, a economia do estado não possui vantagem comparativa revelada naquele determinado produto; entre 0 e 1, a economia possui vantagem comparativa revelada e quanto mais próximo de 1, maior será a vantagem.

3.1.3. Taxa de Cobertura Sectorial (TCS)

A Taxa de Cobertura (TC) é um indicador utilizado para verificar o tipo de actuação de uma região ou país no comércio internacional de um determinado produto, ou seja, se a região ou país é comprador ou vendedor. O indicador de taxa de cobertura pode ser desagregado a nível de produto/sector, e para o caso concreto do estudo é usada para determinação da cobertura do algodão.

A taxa de cobertura é expressa pela relação entre o valor das exportações e importações de um determinado produto (i) da região ou país (j), num certo período de tempo.

TCij =𝑿𝒊

𝑴𝒊 (3.3)

Onde:

TCij: é a taxa de cobertura do produto (i) da região ou país (j); Xi: é o valor das exportações do produto i da região ou país (j); Mi : é o valor das importações do produto (i) da região ou país (j).

Se TCij> 1, as exportações ultrapassam as importações do produto (i) da região ou país (j), havendo, portanto, vantagem comparativa e uma especialização no sector. Se TCij< 1, as exportações são inferiores às importações do produto (i) da região ou país (j), havendo, nesse caso, desvantagem comparativa no comércio desse produto o que simboliza um sector deficitário (FORTE, 2011).

(32)

Página | 19 3.1.4. Modelo Constant Market Share (CMS)

(BONANNO, 2014), afirma que as versões originais do modelo foram propostas por Leamer e Stern (1970) e Rhichardson (1971), tendo se como pressuposto básico do modelo que um país ou região mantém constante sua parcela no comércio mundial e se houver variação na participação das exportações do país, ela é atribuída à competitividade, a qual é actualmente entendida como um factor mais abrangente, influenciador das oscilações das exportações.

O Modelo Constant Market Share identifica a variação das exportações como decorrente de quatro efeitos: crescimento do comércio mundial; composição da pauta; destino das exportações; e, residual ou competitividade. Como no presente estudo é analisado o desempenho de um único produto, o algodão o efeito composição da pauta é nulo e, portanto, foi desconsiderado (ALBURQUEQUE .et. al. 2007). A equação de CMS a ser utilizada é a seguinte: ∑ (𝑽𝒌 𝒊𝒌 − 𝑽𝒊𝒕) = ∑ (𝒓𝒌 𝒊 𝑽𝒊𝒌)+ ∑ (𝒓𝒌 𝒊𝒌 −𝒓𝒊)𝑽𝒊𝒌+ ∑ (𝑽𝒌 𝒊𝒌 − 𝑽𝒊𝒕 − 𝒓𝒊 𝑽𝒊𝒌) (3.4) Onde:

(𝑉𝑖𝑘 − 𝑉𝑖𝐾)é a variação efetiva total do valor das exportações do produto i da região j para o Mercado; 𝑉𝑖𝑘: é o valor das exportações do produto (i) da região (j) para o mercado (k) no período 2; 𝑉𝑖𝑘: é o valor das exportações do produto (i) da região (j) para o mercado (k) no período 1; 𝑟𝑖 : é a taxa de crescimento do valor das exportações mundiais do produto (i), do período 1 para o período 2; 𝑟𝑖𝑘: é a taxa de crescimento do valor das exportações mundiais do produto (i) para o mercado (k), do período 1 para o período 2.

3.1.4.1.Efeito crescimento do comércio mundial ∑(𝒓𝒊 𝑽𝒊𝒌)

𝒌

Corresponde ao incremento das exportações do produto i da região j devido ao aumento no comércio mundial desse mesmo produto. Representa o incremento verificado das exportações do produto (i) da região (j), caso estas tivessem crescido à mesma taxa do comércio internacional.

3.1.4.2.Efeito destino das exportações

∑(𝒓𝒊𝒌 −𝒓𝒊)

𝒌

𝑽𝒊𝒌

Representa os ganhos ou perdas nas exportações do produto e devido ao fato de a região (j) exportar para mercados que cresceram a taxas superiores ou inferiores à média observada para

(33)

Página | 20 todos os países. Através desse efeito, identifica-se o direcionamento das exportações para países mais ou menos dinâmicos.

3.1.4.3.Efeito competitividade

∑ (𝑽

𝒊𝒌− 𝑽𝒊𝒕 − 𝒓𝒊 𝑽𝒊𝒌)

𝒌

Conhecido como efeito contribuição ou efeito residual, representa os ganhos ou perdas nas exportações do produto (i) nos diferentes mercados devido aos ganhos ou perdas de competitividade, advindos seja da estrutura de preços e custos, da melhoria na qualidade do produto e/ou das condições de investimentos.

Segundo Viana et al., citado por (2006), (ALBURQUEQUE, CARVALHO, KHAN, & LIMA.P, 2007), e (SANTOS & SOUSA, 2017) a aplicação do modelo CMS requer o estabelecimento de períodos para permitir uma comparação entre pontos discretos no tempo, os quais reflictam fatos marcantes que possam influenciar as exportações de uma região ou país. Para o presente estudo foram estabelecidos os períodos abaixo apresentados que partem do ano 2003 por insuficiência de dados referentes aos anos 2000,2001 e 2002.

Período I: (2003-2006): período caracterizado pela crise do preço internacional, maior produção do algodão desde que foi declarada a independência de Moçambique e pela mudança da moeda nacional, que trouxe um grande impacto para o país

Período II: (2007-2011): este período foi marcado pela grande crise mundial e crise do petróleo que gerou aumento na procura de cereais e bio combustíveis, factor esse que levou os produtores de algodão a emigrar para outros sectores de produção, e lançamento do programa de revitalização do algodão pelo IAM.

Período III: (2012-2017): a produção do algodão atingiu o seu recorde histórico no ano 2012, o preço do algodão em 2017 subiu para mais de 20mts/kg, e crise económica ocasionada pelas dívidas públicas em Moçambique.

3.2.Dados e Fontes

Os dados usados no presente estudo, são de série temporal referentes ao período 2000 a 2017, estes dados são referentes as exportações e importações mundiais e Moçambicanas de algodão avaliadas em milhões de dólares. Foram utilizados dados secundários disponibilizados pelos bancos de dados do International Cotton Advisory Committee (ICAC), Food and Agriculture Organization (FAO), Un COMDRADE, Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e

(34)

Página | 21 Instituto do Algodão de Moçambique (IAM) em um período de tempo pré-fixado de 17 (dezassete) anos, ou seja, de 2000 até 2017, para Moçambique e seus principais concorrentes produtores e comerciantes do algodão no mundo.

3.3.Análise dos dados

Após a colecta dos dados secundários, foram realizadas análises matemáticas através do Microsoft Office Excel 2007.

(35)

Página | 22 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da aplicação da metodologia apresentada no capítulo anterior que apresenta os indicadores de competitividade, no processamento dos dados referentes ao desempenho da cultura do algodão Moçambicano no mercado internacional busca se determinar se o algodão é ou não competitivo no mercado internacional e apresentar os factores que condicionam tal desempenho. A tabela 4.1 apresenta o desempenho de Moçambique e de alguns dos países que mais exportam algodão em relação ao mundo.

a) Vantagem Comparativa Revelada

Tabela 4.1: Vantagem Comparativa Revelada (VCR- algodão) de Moçambique e alguns dos principais exportadores em relação ao mundo 2000-2017.

Ano/Pais Moçambique EUA Índia Burkina Faso

Brasil Mali Austrália

2000 0.57 2.08 0.09 4.74 0.05 2.50 1.14 2001 0.19 2.52 0.09 4.96 0.23 3.28 1.35 2002 0.31 2.84 0.01 5.73 0.15 - 0.98 2003 0.16 3.72 0.25 5.34 0.20 2.71 0.66 2004 1.62 41.02 0.81 54.59 3.28 27.60 6.36 2005 0.13 4.22 6.08 7.07 3.73 2.31 6.90 2006 0.18 44.91 7.91 - 2.55 1.66 6.21 2007 0.13 44.98 12.59 - 3.52 1.52 3.66 2008 0.17 47.15 11.33 5.16 4.42 1.30 2.50 2009 0.12 37.35 6.56 3.50 5.09 - 3.07 2010 0.11 41.58 12.33 1.54 3.75 0.74 4.01 1011 0.13 44.85 8.95 0.89 4.85 0.66 7.11 2012 0.23 32.84 10.39 - 6.99 1.18 8.47 2013 0.08 31.91 12.19 1.46 4.03 - 8.75 2014 0.12 31.95 10.48 1.99 6.96 - 8.63 2015 0.08 34.58 9.51 1.77 8.80 - 5.62 2016 0.08 33.65 6.74 2.03 8.03 1.12 7.71 2017 0.05 43.9 7.17 - 7.26 - 8.09

Fonte: Autora com base nos dados fornecidos pelo UN Contrade, 2020; e INE, 2020.

Buscando se uma explanação mais ampla dos índices de vantagem comparativa revelada viu se a necessidade do calculo da vantagem comparativa simétrica cujos valores estão expressos na tabela 4.2 abaixo, onde os valores variam de 0 a 1.

Tabela 4.2: Vantagem Comparativa Revelada simétrica dos principais exportadores de algodão em relação ao mundo 2000-2017.

Ano/Pais Moçambique EUA Índia Burkina Faso

(36)

Página | 23 2000 -0.27 0.35 -0.83 0.65 -0.90 0.42 0.06 2001 -0.68 0.43 -0.83 0.66 -0.62 0.53 0.14 2002 -0.52 0.47 -0.98 0.70 -0.73 - -0.01 2003 -0.72 0.57 -0.6 0.68 -0.66 0.46 -0.20 2004 0.23 0.95 -0.10 0.96 0.53 0.93 0.72 2005 -0.76 0.61 0.71 0.75 0.57 0.39 0.74 2006 -0.69 0.95 0.77 - 0.43 0.24 0.72 2007 -0.76 0.98 0.85 - 0.33 0.20 0.57 2008 -0.70 0.95 0.83 0.67 0.63 0.13 0.42 2009 -0.78 0.94 0.73 0.55 0.67 - 0.50 2010 -0.80 0.95 0.84 0.21 0.57 -0.14 0.60 1011 -0.76 0.95 0.79 -0.05 0.65 -0.20 0.75 2012 -0.62 0.94 0.82 - 0.77 0.08 0.78 2013 -0.85 0.93 0.84 0.18 0.60 - 0.79 2014 -0.78 0.93 0.82 0.33 0.74 - 0.78 2015 -0.85 0.94 0.80 0.27 0.79 - 0.69 2016 -0.85 0.94 0.74 0.34 0.77 0.05 0.77 2017 -0.90 0.95 0.75 - 0.75 0.77

Fonte: Autora com base nos resultados da Vantagem Comparativa Revelada do algodão (2000-2017).

A tabela acima faz a ilustração do índice da Vantagens comparativas dos principais exportadores do algodão de 2000 a 2017, e é a partir desta constatável que os Estados Unidos da América em toda a série temporal analisada revelaram ser o país mais competitivo no sector algodoeiro em relação aos seus concorrentes, visto que no período em análise sua vantagem esteve sempre acima de 0 e com tendência crescente resultante do volume de exportações apresentados no país.

Para Índia verifica se um período de desvantagem que parte do ano 2000 ao ano 2004, isto deveu se ao facto deste país apresentar nesta fase um baixo volume de exportações e altos níveis de importação do algodão quando comparado aos períodos subsequentes. Contudo a partir do ano 2005 o país começou a registar um significativo aumento das exportações do algodão resultando em aumento da competitividade da cultura no mundo.

Os países africanos analisados (Mali e Burkina Faso), no período em análise mostraram oscilações apresentando vantagens e em alguns períodos desvantagem comparativas, e mais relevante é uma tendência de redução do índices ao longo da série analisada, sendo este um ponto preocupante pois mostra que embora fortes fornecedores mundiais de algodão a sua estabilidade no mercado internacional face aos países mais desenvolvidos esta ameaçada.

(37)

Página | 24 No caso concreto de Moçambique, o pais revelou se em desvantagem nas exportações do algodão o que significa que o sector não é competitivo, e quando comparado aos concorrentes mundiais apresenta uma prestação muito a quem do esperado e com tendências a decrescer ao longo do período analisado, assim o estudo entra em concordância com (MAHALAMBE, 2012) . Somente no ano 2004 o país apresentou um índice positivo reflexo do grande volume mundial de exportações neste ano.

O Brasil tem ganhado destaque neste sector pois assim como a Índia, superou a desvantagem que apresentava nos primeiros 4 anos da análise e mostrou ser um competitivo exportador de algodão no mundo. A Austrália tem mantido uma forte actuação nas exportações de algodão excepto nos anos 2002 e 2003.

Gráfico 4.1:Evolução da Vantagem Comparativa revelada simétrica de Moçambique

Fonte: Autora através dos resultados do IVCRS

O gráfico 4.1. acima apresentado vem demonstrar que o desempenho das exportações do algodão por Moçambique é deveras muito baixo, e nos últimos anos tem atingido o extremo o que pede a uma intervenção rápida no sector.

-0,27 -0,68 -0,52 -0,72 0,23 -0,76-0,69-0,76-0,7 -0,78 -0,8 -0,76 -0,62 -0,85-0,78-0,85 -0,85 -0,9 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 (2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017) Série1

(38)

Página | 25 b) Taxa de cobertura

Table 2.3: Taxa de Cobertura Sectorial TC Ano/País Moçambiq

ue

EUA Índia Brasil Burkina

Faso Mali Austráli a 2000 ---- 50.2665 0.20174 0.10318 --- ---- --- 2001 ---- 64.3623 0.1179 1.59728 --- ---- --- 2002 ---- --- 0.04203 1.41594 --- ---- --- 2003 ---- --- 0.61067 1.44189 --- ---- --- 2004 ---- --- 0.34758 2.52757 --- ---- --- 2005 ---- --- 4.03771 10.7465 --- ---- --- 2006 ---- --- 6.20859 3.45285 --- ---- --- 2007 ---- --- 8.59143 4.02041 --- ---- --- 2008 ---- --- 3.90924 12.5416 --- ---- --- 2009 ---- --- 5.54142 34.1814 --- ---- --- 2010 ---- --- 35.118 11.913 --- ---- --- 2011 ---- --- ---- 4.05756 --- ---- --- 2012 ---- --- 7.97544 ---- --- ---- --- 2013 ---- --- 11.619 ---- --- ---- --- 2014 ---- --- 5.73973 ---- --- ---- --- 2015 3.2252 --- 4.9662 ---- --- ---- --- 2016 ---- --- 1.63944 ---- --- ---- --- 2017 1.4186 --- 1.90359 ---- --- ---- ---

Fonte: elaborado pela autora com base em dados fornecidos pelo UN COMTRADE

(---) Países que não apresentaram registo de importação do algodão no ano em análise, assim sendo o valor de taxa de cobertura e superior a unidade.

A análise da taxa de cobertura para a cultura do algodão foi feita para seis dos principais exportadores do algodão no mundo e Moçambique, e destaca-se que o Brasil e Índia embora grandes exportadores conforme antes referido também têm importado a cultura tendo a Índia apresentado de 2000 a 2004 uma taxa inferior a unidade e o Brasil apenas no ano 2000 o que significa que os países nestes períodos não apresentaram competitividade em termos de cobertura das importações ou seja suas importações superaram as exportações.

Nos anos subsequentes os países registaram crescimento das exportações em detrimento das importações, o que somou positivamente para os países. Os Estados Unidos embora tenham até registado importações do algodão nos anos 2000 e 2001 não superaram as exportações fazendo com que o país em toda série analisada se mostrasse competitivo em termos de cobertura das exportações.

Para o caso de Moçambique, mesmo tendo apresentado ocasionais registos de importação em toda a serie temporal analisada o país mostrou se competitivo em termos de cobertura das

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