• Nenhum resultado encontrado

UTILIZAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Melaleuca alternifólia COMO COADJUVANTE NO TRATAMENTO DA ONICOMICOSE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UTILIZAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Melaleuca alternifólia COMO COADJUVANTE NO TRATAMENTO DA ONICOMICOSE"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

1 UTILIZAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Melaleuca alternifólia COMO

COADJUVANTE NO TRATAMENTO DA ONICOMICOSE

Jéssica Maria Plantes Cordeiro1, Neiva Lubi2.

1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

2 Farmacêutico, Prof. Msc. Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); Orientadora. Endereço para correspondência: jessicampc91@hotmail.com

RESUMO: A Onicomicose é caracterizada como uma infecção fúngica que atinge as unhas e tem afetado grande parte da população mundial. Há diversas características desta infecção sendo o principal agente causador o Trichophyton rubrum. Esta onicopatia causa comprometimento da saúde e da aparência das unhas. Uma das opções que vem sido apontada como indicação para o tratamento de infecções como esta, é a utilização do óleo essencial de Melaleuca alternifólia, o qual possui comprovada ação antisséptica. A utilização deste óleo essencial, associado a outros medicamentos, possui grandes perspectivas para o tratamento da onicomicose. O objetivo deste trabalho é o de revisar a literatura, descrevendo a ação terapêutica do óleo de melaleuca, pois o mesmo possui comprovada ação fungicida, podendo ser indicado como coadjuvante no tratamento da onicomicose. Palavras-chave: Onicomicose, Trichophyton rubrum, Melaleuca alternifólia.

_____________________________________________________________________ ABSTRACT: Onychomycosis is characterized as a fungal infection that affects the nails and has affected a large part of the world population.There are many characteristics of this infection being the main cause of Trichophyton rubrum. This onychopathy causes damage to the aparence and the health of the nails. One of the options that has been indicated for the treatment of the infection is the use of the Melaleuca alternifólia oil, which has been proven antisseptic action. The use of this oil, assossiated this other medicines, has the great prospects for the treatment of onychomycosis. The objective of this essay is to review the literature and describe the therapeutic actions of the Melaleuca oil, because is has proven fungicide, and can be indicated as an adjunct in the treatment of onychomycosis.

Keywords: Onychomycosis, Trichophyton rubrum, Melaleuca alternifolia.

(2)

2 INTRODUÇÃO

A onicomicose representa um amplo grupo de infecções fúngicas que afeta aproximadamente 5% da população mundial e representa mais de 50% das onicopatias diagnosticadas (LIMA et al., 2008).

Existe uma dificuldade generalizada para tratar esta onicopatia, a ação dos medicamentos via oral, por exemplo, é comprometida devido a pouca vascularização local, principalmente nas unhas dos pés (SIDRIM, ROCHA, 2004).

As pesquisas científicas em relação à utilização dos óleos essênciais no tratamento de infecções dermatológicas, tem se expandido muito nos últimos anos, devido à ação antisséptica, a qual ocorre devido às propriedades químicas presentes nas plantas, das quais esses óleos são extraídos (SILVA, 1998).

O óleo essencial de Melaleuca alternifólia, também denominado Tea tree (árvore do chá) é nativo da Austrália, possui comprovada ação antisséptica contra fungos, bactérias e algumas espécies de vírus além de possuir atividade repelente contra diversos insetos (NEVES et al., 2012).

O objetivo deste trabalho é o de revisar a literatura de forma a descrever a ação terapêutica e fungicida do Tea tree, indicando-o como coadjuvante no tratamento da onicomicose.

ESTRUTURA DA LÂMINA UNGUEAL

A unha é definida como um anexo cutâneo, que se localiza sobre a face dorsal das falanges distais (MAGALHÃES, SUCCI, SOUSA, 2003).

Os principais componentes das unhas são: a matriz, o eponíqueo, as pregas laterais, a borda livre, a lâmina onde se localiza a lúnula, entre outros. As unhas são constituídas por queratina, ácidos aminados ricos em enxofre e cálcio, os quais são responsáveis pelo crescimento constante da lâmina (SAMPAIO, RIVITTI, 2008).

O crescimento das unhas é cerca de 4,5 mm por mês, com variações individuais. Possuem a função de pinça, proteger as falanges distais de impactos traumáticos, além da função de embelezamento e estética (MAGALHÃES, SUCCI, SOUSA, 2003).

(3)

3 Segundo BARBOSA et al. (2013) as unhas podem apresentar diversos distúrbios, como as infecções fúngicas, que podem ocorrer por influências internas ou externas, dentre estas alterações está a Onicomicose.

ONICOMICOSE - DEFINIÇÃO

Em geral, micoses são infecções ocasionadas por fungos parasitas que necessitam de alimentos orgânicos para sobreviver (ZAITZ, 1995). Em relação à contaminação das unhas, os fungos podem infestar toda a lâmina ungueal, causando a destruição da mesma, sendo a queratina a principal fonte de nutrição destes parasitas (MOLINARO, CAPUTO, AMENDOEIRA, 2010).

A Onicomicose, também denominada tinea unguium, atinge, sobretudo as unhas dos pés. Em geral a contaminação compromete mais de uma das lâminas. Esta infecção pode apresentar diferentes formas clínicas e agentes causadores. O Thicophyton rubrum, fungo do grupo dos Dermatófitos, é apontado como o principal causador infectante, representando 71% dos casos diagnosticados (AZULAY et al., 2011).

Segundo SILVEIRA (2007) o T. rubrum foi inicialmente isolado por Castelanni em 1910. Evidências genéticas apontam que a origem deste dermatófito tenha sido na África e foi disseminado por outros continentes através de imigrantes.

O T. rubrum é caracterizado por ser cosmopolita, possui facilidade de burlar as defesas inatas do hospedeiro e permanecer como uma infecção de difícil tratamento (SIDRIM, ROCHA, 2004).

A tinea unguim, em si, é consequência da reação do hospedeiro às enzimas liberadas pelo fungo durante o processo de digestão dos tecidos queratinizados, os quais lhe fornecem nutrientes como o carbono e nitrogênio, essenciais para sobrevivência do parasita (SILVEIRA, 2007).

CLASSIFICAÇÃO DA ONICOMICOSE

A onicomicose pode apresentar diferentes formas clínicas, as principais são classificadas como: Subungueal distal, a qual a lesão inicia-se na borda livre da unha e evolui, tornando-se esbranquiçada, opaca e espessa. É responsável, em algumas regiões, por mais de 90% dos casos diagnosticados.

(4)

4 Já a onicomicose branca superficial caracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas na parte medial da lâmina, que se tornam amareladas conforme a evolução da lesão. Neste caso, a penetração do fungo no interior da unha pode ser facilitada por algum trauma anterior. Representa 2 a 5% das onicomicoses diagnosticadas (SIDRIM, ROCHA, 2004).

Na forma clínica subungueal proximal, ocorre o aparecimento de manchas opacas esbranquiçadas. Esta lesão é comum em pacientes HIV positivos. Neste caso o acometimento das unhas se dá aproximadamente em 25% dos pacientes diagnosticados (AZULAY et al., 2011). Quando estas lesões decorrem de um longo período de infecção fúngica e não são tratadas adequadamente, evoluem para a destruição total da lâmina ungueal ou a denominada Onicodistrofia Total. Neste caso, ocorre alteração na tonalidade da unha e o acometimento da matriz ungueal, restando apenas alguns resíduos de queratina aderidos ao leito ungueal (ZANARD et al., 2008).

FATORES DE TRANSMISSÃO

São diversos os fatores de transmissão da onicomicose, dentre eles pode ser considerado os traumatismos que podem ocorrer nas unhas associados com a umidade que pode haver no local. Fatores envolvendo alguma carência são importantes e podem facilitar a contaminação, como doenças crônicas que comprometem a imunidade ou simplesmente por deficiência alimentar (KIOSHIMA, OLIVEIRA, SVIDZINSKI, 2002).

Existe uma grande probabilidade de se adquirir agentes patogênicos nos salões de beleza e/ou centros de estética (PERSON, FREITAS, [?]) O compartilhamento de materiais de manicure e pedicure como alicates, tesouras, entre outros, tem sido apontado como uma das formas de transmissão de algumas espécies de fungos (MELO, ISOLANI, 2011). Considerando que os processos de esterilização são indispensáveis nestes materiais para o controle destas infecções (GHISIN, SANTIN, 2011).

ÓLEOS ESSENCIAIS

Os óleos essenciais constituem os elementos voláteis contidos nas plantas e assim são denominados por possuírem composição lipofílica (SIANI,

(5)

5 et al., [?] ). Estes elementos são responsáveis pelos diferentes odores que emanam das plantas. A evaporação destas essências é considerada um mecanismo de defesa da planta contra fungos e bactérias, além de ser um mecanismo de aproximação de pássaros e insetos polinizadores, o que garante sua reprodução (NOVACOSK, TORRES, 2006).

Os óleos são substâncias complexas, provenientes de flores, folhas, talos, haste entre outros, produzido por praticamente todas as plantas. São constituídos por centenas de substâncias químicas como aldeídos, álcoois, fenóis entre outros. Os quais são responsáveis por sua ação antisséptica (CORAZZA, 2002).

Em relação ao aspecto, os óleos essenciais em geral são incolores ou amarelos- claros, mas existem algumas exceções, como o óleo de Camomila Azul. Apesar do fato de serem designados como óleos são pouco densos e não gordurosos. Em geral, os óleos essenciais são altamente concentrados, o que significa que, uma pequena quantidade proporciona grandes efeitos. Em geral, devem ser utilizados de maneira diluída, havendo apenas algumas exceções (DAVIS, 1996).

Devido a sua complexidade química, os óleos essenciais atuam de diversas maneiras, possuindo ação fungicida, analgésica e anti – inflamatória. As propriedades terapêuticas encontradas nestes óleos são consideradas muitas vezes mais vantajosas e eficientes do que quando comparadas a medicamentos quimicamente sintéticos (MACHADO, JUNIOR, 2011).

ÓLEO ESSENCIAL DE Melaleuca alternifólia

A melaleuca é uma espécie arbórea da família Myrtaceae. É denominada cientificamente como Melaleuca alternifólia e é conhecida internacionalmente como Tea tree (árvore do chá). Seu principal produto é o óleo essencial, o qual possui grande importância terapêutica, pelo fato de possuir comprovada ação bactericida, sendo utilizado em diversas formulações de medicamentos e cosméticos (CASTRO et al., 2005).

Existem evidências, que séculos antes do conhecimento científico sobre microrganismos, aborígenes australianos esmagavam as folhas da melaleuca para obter cataplasmas de ação bactericida (SIMÕES et al., 2002).

(6)

6 O potencial terapêutico do Tea tree passou a ser conhecido no Ocidente a partir de 1770, quando a expedição do capitão James Cook aportou na baía de Botany na Austrália, e observou nativos da região utilizando as folhas desta planta para fins medicinais. Durante a segunda guerra mundial soldados australianos, utilizavam de forma tópica o Tea tree para o tratamento de feridas. Atualmente, o óleo de melaleuca é empregado como agente antimicrobiano ou preventivo em escala cosmética e farmacêutica (OLIVEIRA et al., 2011).

Os principais produtores desta espécie se encontram na Austrália, sendo ela o principal fornecedor mundial deste óleo, aproximadamente 400 t/ano. O consumo deste óleo está espalhado pelo mundo inteiro, sendo muito utilizada em indústrias de cosméticos, farmacêuticas, de higiene, entre outras (CASTRO et al., 2005).

A extração do óleo é feita a partir das folhas da melaleuca, caracterizando-se como aromático de aspecto incolor (BÁLME, 1978).

Em relação ao método de produção do óleo essencial de melaleuca o principal utilizado é por destilação a vapor das folhas e ramos (CARSON, HAMMER, RILEY, 2006). Neste processo partes frescas e secas da planta são colocadas em um destilador. O vapor produzido por uma caldeira circula através do material vegetal, havendo um processo químico, o qual libera o óleo essencial. As moléculas deste óleo evaporam junto com o vapor da água passando através da coluna, no alto do destilador, e através do uso de uma serpentina segue para a etapa de resfriamento, onde se condensa. A camada de óleo essencial é separada. Este processo retém muitas propriedades terapêuticas da planta, sendo muito eficaz em uma grande gama de aplicações como desinfetar feridas e cortes, sendo também eficiente contra infecções causadas por bactérias e fungos, como herpes labial, acne, dermatite seborreica, micoses entre outros (CORAZZA, 2002).

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Dados recentes demonstram que a melaleuca possui amplo espectro de ação antibacteriana, antiviral e antifúngico devido suas propriedades químicas. Esta planta possui cerca de 100 componentes (OLIVEIRA et al., 2011) alguns

(7)

7 dois quais raramente foram encontrados em outra parte da natureza. Essas substâncias não são eficazes se usadas isoladamente. Entretanto, ao seu usar todos os componentes unidos da planta, se obtém o máximo de potencial benéfico e mesmo com alto potencial germicida, não ocasiona danos aos tecidos juntamente com as bactérias (CORAZZA, 2002).

Os principais componentes presentes no óleo de melaleuca são: terpineol, cineol, terpeneno, cimeno, limoneno, sabineno entre outros (CARSON, HAMMER, RILEY, 2006). A maioria dos compostos do tea tree possui atividade inibitória contra fungos e bactérias (SAGAVE, 2014). Dentre seus diversos ativos existem dois significantes: o cineol e o terpineol, com níveis máximos e mínimos de concentração estabelecidos para ambos na formulação, pois o cineol é apontado como um irritante da pele devido sua toxidade (NEVES, 2012). Já o terpineol é considerado o principal responsável pelas propriedades antissépticas entre os demais compostos químicos (VIEIRA et al., 2004). Este componente possui grande afinidade com os demais. Age promovendo a perda da membrana bacteriana, interferindo na integridade e fisiologia da mesma. (CARSON, HAMMER, RILEY, 2006).

Em relação à dosagem de fabricação, à composição do óleo de melaleuca é regulamentada pela ISSO 4730 (MARTINS et al., 2010), e segundo as normas do padrão australiano AS (Australian Satandard), o terpineol deve estar presente em 30 a 40% do conteúdo e o cieneol em 15% ou menos. O padrão de fabricação em grau farmacêutico é mais rigoroso e exige um conteúdo de 35% para o terpineol e de 5% para o cineol. A estabilidade e ação do óleo essencial podem ser afetadas, na presença de luz, calor, ar, e umidade. Sendo que para sua conservação o local de armazenamento deve ser adequado (SILVA, 1998).

O óleo essencial de M. alternifólia, não ocasiona manchas, possui boas propriedades de permeabilidade tecidual e é considerado um bom solvente, possui propriedades antissépticas, sendo ativo contra um amplo grupo de bactérias e fungos (SIMÕES et al., 2002).

A utilização do tea tree é relativamente segura com eventos adversos ocasionais. Quando utilizado em altas concentrações, podem ocorrer reações

(8)

8 alérgicas em indivíduos com pré - disposição à irritação cutânea. Se for ingerido em altas doses, é considerado potencialmente tóxico (PUPO, 2012).

Em relação à utilização da melaleuca em medicamentos, não pode ser utilizada levianamente, sendo que nesse caso a sua prescrição é de competência médica (BÁLME, 1978).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo baseado em uma revisão de literatura, sendo realizada uma pesquisa bibliográfica com publicações entre os anos de 1978 a 2014, por meio de dados retirados de publicações, como sites da Bireme para consulta de seus acervos como Scielo, Medline entre outros.

DISCUSSÃO

Muitas são as indústrias de cosméticos e medicamentos, que vem explorando os efeitos dos óleos essenciais para tratamentos de infecções cutâneas, pois estes são fontes alternativas mais eficazes e menos nocivas a natureza (NOVACOSK, TORRES, 2006).

O óleo essencial de Melaleuca alternifólia, também denominado Tea

tree, tem demonstrado alto potencial de ação contra diferentes espécies de

fungos e bactérias, devido à presença de componentes químicos como o terpineol e o cineol, os quais possuem alto potencial antisséptico (SIMÕES et al., 2002) .

CARSON, et al.(2006) observou a ação do Tea tree em espécies de fungos, e concluiu que a reação antisséptica ocorre, devido as propriedades químicas do óleo romperem a barreira de permeabilidade da membrana dos microrganismos, comprometendo a respiração e consequentemente a diminuição da proliferação dos mesmos.

SIMÕES et al. (2002), em suas pesquisas in vitro comprovou que o óleo de M. alternifólia possui ação antimicrobiana contra espécies de estafilococos sensíveis e resistentes.

Outro estudo, em relação à ação do Tea tree, foi realizado para testar sua eficácia no controle da acne e de infecções fúngicas. Os resultados

(9)

9 demonstraram que os componentes presentes no óleo, são ativos contra as espécies causadoras destas infecções (PUPO, 2012).

Em relação à onicomicose, trata-se de uma infecção que compromete a lâmina ungueal, apresentando-se mais comum nas unhas dos pés. O principal agente causador é o Trychophyton rubrum, espécie do grupo dos Dermatófitos. Vários fatores estão associados à incidência desta onicopatia, desde a deficiência imunológica a maus hábitos de higiene, por contato direto com seres humanos, animais ou solo, ou indiretamente, por contato a utensílios contaminados (KIOSHIMA, OLIVEIRA, SVIDZINSKI, 2002).

Locais como salões de beleza e centros de estética, onde são realizados procedimentos de manicure, pedicure e/ou podologia, possuem grande probabilidade de transmissão de agentes patogênicos. Esta situação exige dos responsáveis pelos estabelecimentos a conscientização em relação aos riscos a que estão expondo seus clientes e funcionários (PERSON, FREITAS [?]) O compartilhamento de materiais como alicates e tesouras, tem sido apontado como uma das formas de transmissão (MELO ISOLANI, 2011). Diante do grande número de infecções por fungos e leveduras, é de grande importância considerar que os processos de esterilização destes materiais são indispensáveis para o controle destas infecções (GHISIN, SANTIN, 2011).

Em relação à ação do óleo essencial de Melaleuca alternifólia no combate ao fungo causador na onicomicose, uma pesquisa realizada por FLORES et al. (2011) avaliou a atividade antimicrobiana in vitro deste óleo, contra isolados de Trychophyton rubrum, principal agente causador desta onicopatia, demostrando que, a associação do óleo essencial com as nanoformulações, aumentaram a atividade antimicrobiana da planta, pois houve maior penetrabilidade dos ativos (SAGAVE,2014).

Em relação à aplicação tópica do óleo essencial de M. alternifólia SILVA (1998) indica a concentração mínima necessária de 0,50 (CMN em percentual) para ação contra o fungo T.rubrum.

Apesar dos progressos em relação às pesquisas que abordam as propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias da Melaleuca alternifólia, poucos trabalhos têm sido realizados sobre a sua segurança e toxicidade. Pesquisas em animais relatam que o Tea tree pode ser tóxico se ingerido.

(10)

10 Nenhuma morte foi relatada na literatura, devido ao seu uso (CARSON, HAMMER, RILEY, 2006).

A utilização tópica do Tea tree é relativamente segura com eventos adversos ocasionais. Quando utilizado em altas concentrações, podem ocorrer reações alérgicas em indivíduos com pré - disposição à irritação cutânea. (PUPO, 2012).

Em relação ao uso da Melaleuca alternifólia em medicamentos, não pode ser utilizada levianamente, sendo que nesse caso a sua prescrição é de competência médica (BÁLME, 1978).

Mais estudos e pesquisas científicas devem ser realizados em relação ao óleo essencial de Melaleuca altenifólia, pois possui cerca de 100 componentes químicos e existe a possibilidade de não ter sido pesquisado todo o seu potencial de ação diferente daquele já encontrado (OLIVEIRA et al., 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que o presente estudo, através de uma revisão de literatura, proporcionou um maior conhecimento em relação à onicomicose e suas principais características, e também em relação ao óleo essencial de

Melaleuca alternifólia, também denominado Tea tree, o qual, devido suas

propriedades químicas, possui comprovada ação bactericida e fungicida. Entre seus componentes, dois são apontados como os principais responsáveis pelo seu potencial antibacteriano: o terpineol e o cineol, os quais, isoladamente podem apresentar toxidade. Sendo o Tea tree muito indicado como um potente terapêutico para uma ampla gama de infecções fúngicas, entre estas, destaca-se a onicomicodestaca-se, assim como é descrito nesta revisão de literatura.

Em relação aos profissionais da área de estética, deve- se considerar a prevenção da contaminação por fungos durante os procedimentos de trabalho e podem obter um maior conhecimento em relação ao uso de óleos essenciais com ação antimicrobiana, como o de Melaleuca alternifólia, e desse modo, indicar estes óleos como coadjuvantes para o tratamento de algumas infecções superficiais, as quais podem comprometer a pele e/ou as unhas dos (das) clientes. Contudo, para o tratamento ser mais eficaz, é importante a utilização

(11)

11 de medicamentos via oral, considerando que o acompanhamento médico é fundamental.

Apesar dos progressos em relação às pesquisas in vitro do Tea tree como um excelente antifúngico, estudos mais profundos devem ser realizados em relação à aplicação tópica em pacientes que apresentam onicomicose, para se estabelecer, por exemplo, as contra indicações. Pois até o presente momento, foram poucos os estudos realizados neste aspecto. Contudo, conforme diversas pesquisas relatam, o óleo essencial de M. alternifólia possui potente ação contra fungos, podendo ser indicado como coadjuvante para tratar a onicomicose, além do que, suas propriedades terapêuticas são muito utilizadas em formulações de medicações, produtos de higiene e beleza.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AZULAY, R. D.; AZULAY L. A. Dermatologia. Rio de Janeiro, 5° edição, editora Guanabara Koogan, 2011.

2. BARBOSA, M. L.; BRITO, E. D.; TEIXEIRA, I. A.; NASSIF, P. W. Uma lição de clínica médica através das unhas: Lesões ungueais relacionadas a doenças sistêmicas. Brazilian Journal of Surgery and

Clinical Research, Vol 4, 2013.

3. BÁLME, F. Plantas Medicinais. São Paulo, editora Hemus, 1978. 4. CARSON, C. F.; HAMMER, K. A.; RILEY, T. V. Melaleuca alternifolia

(Tea Tree) Oil: a Review of Antimicrobial and Other Medicinal Properties. Clinical Microbioogy Reviwes, 2006. Disponível em:

< http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1360273/>

5. CASTRO, C.; SILVA, M. L.; PINHEIRO, A. L.; JACOVINE, L. A. G. Análise Econômica do cultivo e extração do óleo essencial de Melaleuca alternifólia Cheel. Revista Árvore. Minas Gerais, vol. 29, 2005.

6. CORAZZA, S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo, Editora Senac, 3° edição, 2002.

7. CURSI, B. I. ; FREITAS. L. B. C. R.; NEVES. L. P. F.; SILVA. I. C.; COSTA. R. O. Onicomicoses por Scytalidium spp: estudo clínico-

(12)

12 epidemiológico. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, vol. 86, 2011.

8. DAVIS, P. Aromaterapia. São Paulo, 1° edição, editora Martins Fontes, 1996.

9. FLORES, F. C.; RIBEIRO, R. F.; OURIQUE, A. F.; ROLIM, C. M. B.; SILVA, C. B.; POHLMANN, A. R.; BECK, R. C. R.; GUTERRES, S. S. Nanostructured systems containing an essential oil: protection against volatilization. Química nova. São Paulo, vol. 34, 2011.

10. GHISI. J.; SANTIN, N. C. Avaliação do possível crescimento de fungos em amostras de lixas de unha metálicas coletadas em centros de estética e residências no município de Campo Novos, SC. Unoesc & Ciência, vol 2, Santa Catarina, 2011.

11. KIOSHIMA, E. S. OLIVEIRA, A. C. P. SVIDZINSKI, T. I. P. Onicomicoses: do diagnóstico ao tratamento. Arq. Ciência e Saúde Unipar, Paraná, 2002.

12. LIMA, K. M.; DELGADO M.; REGO, R. S. M.; CASTRO, C. M. M. B. Candida albicans e Candida tropicalis: Isoladas de Onicomicose em paciente HIV-Positivo: CO- Resistência in vitro aos Azólicos. Revista de Patologia Tropical. Pernambuco, vol. 37, 2008. Disponível em: < http://www.revistas.ufg.br/index.php/iptsp/article/view/4032 >. 13. MACHADO, B. F. M. T.; JUNIOR, A. F. Óleos essências: Aspectos

gerais e usos em terapias naturais. Cadernos acadêmicos. Santa Catarina, vol. 3, 2011.

14. MAGALHÃES, M. G.; SUCCI, I. C. B.; SOUSA, M. A. Subsídios para o estudo histopatológico das lesões ungueais. Anais brasileiros de dermatologia, Rio de Janeiro, 2003.

15. MARTINS, J. A. S.; SAGATA, E.; SANTOS, V. A.; JULIANTTI, F. C. Avaliação do efeito do óleo de Melaleuca alternifólia sobre o crescimento micelial in vitro de fungos fitopatogênicos. Minas Gerais, vol. 27, 2010.

16. MELO, F. C. A.; ISOLANI, A. P. Hepatite B e C: Do risco de contaminação por materiais de manicure e pedicure à prevenção. Revista Saúde e Biologia, vol. 6, 2011. Disponível em:

(13)

13 <http://revista.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios2/article/view/ 696>.

17. MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOEIRA, M. R. R. Conceitos e métodos para formação de profissionais em laboratórios de saúde, vol. 4, Micologia. Rio de Janeiro, 2010.

18. MURRAY, P.R.; DREW, W. L.; KOBAYASHI, G. S.; THOMPSON, J. H. Micologia Médica. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan S. A. 1990.

19. NEVES. R. C. S.; FERRAZ, R. H. S.; MENDONÇA, A. J.; LIMA,S. R.; CRUZ, F.A.C.S.; ROSA, J. G.; MATEUS, L. A. F.; FERRAZ, V.;

BARROS, L. A. Efeito acaricida do óleo essencial de Melaleuca alternifólia sobre Otodectes cynotis. Revista Brasileira de Ciência Veterinária. Mato Grosso, 2012. Disponível em:

< http://www.uff br/rbcv/ojs/index.php/rbcv/article/view/119 >

20. NOVACOSK, R.; TORRES, R. S. L. A. Atividade antimicrobiana sinérgica entre óleos essenciais de lavanda (Lavandula officinalis), melaleuca (Melaleuca alternifólia), cedro (Juniperus virginiana) tomilho (Thymus vulgaris) e cravo (Eugenia caryophyllata). Revista Analytica. Paraná, 2006. Disponível em:

< http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/21/art04.pdf >. 21. OLIVEIRA, A. C. M.; FONTANA, A.; NEGRINI, T. C., NOGUEIRA, M.

S. M.; BREDAN, T. B. L.; ANDRADE, C. R., SPOLIDORIO, L. C., SPOLIDORIO, D. M. P. Emprego do óleo de Melaleuca alternifólia Cheel (Myrtaceae) na odontologia: perspectivas quanto à utilização como antimicrobiano alternativo as doenças infecciosas de origem bucal. Botucatu, revista bras. de plantas medicinais, vol. 13, 2011.

22. PERSON, S. C.; FREITAS, M. I. P. Elaboração e validação de instrumento para avaliação dos processos de biossegurança e do risco de clientes em salões de beleza e podólogos. Unicamp, São Paulo [?].

23. PUPO, M. Óleo essencial de melaleuca: Aplicação em dermoscosméticos, 2012. Disponível em:

(14)

14 < http://www.mauriciopupo.com/wp/?p=257 >

24. SAGAVE, L. Atividade de diferentes formulações de Melaleuca alternifólia e terpinen-4-ol em isolados de Rhodococcus equi de diferentes origens. Rio Grande do Sul, 2014.

25. SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, E. A. Dermatologia. São Paulo, editora: Artes Médicas, 3° edição, 2008.

26. SIDRIM, J. J. C.; ROCHA, M. F. G. Micologia Médica, à Luz de Autores Contemporâneos. Rio de Janeiro, editora Guanabara Koogan, 2004.

27. SIANI, A. C.; SAMPAIO, A. L. F.; SOUSA, M.C.; HENRIQUES, M. G. M. O.; RAMOS, M. F. S. Óleos essenciais: Potencial anti- inflamatório, Rio de Janeiro, [?].

28. SILVA, A. R. Tudo sobre Aromaterapia: Como usá-la para melhorar sua saúde física, emocional e financeira, São Paulo, Editora Roca, 1998.

29. SILVEIRA, H. C. S. A capacidade de infecção do dermatófito Tricophyton rubrum está correlacionada com a sinalização do Ph extracelular. São Paulo, 2007.

30. SIMÕES, R. P.; GROPPO, F. C.; SARTORATO, A.; FIOL, F. S. D.; FILHO, T. R. M.; RAMACCIATO, J. C.; RODRIGUES, M. V. N. Efeito da Melaleuca alternifólia sobre infecção estafilocócica. Revista Lecta, São Paulo, V. 20, 2002. Disponível em:

< http://dbsaude.com.br/artigos/arquivos/Estudo_melaleuca.pdf >. 31. ZAITZ, C. Atlas de Micologia, 1995.

32. VIEIRA, T. R.; BARBORA, L. C. A.; MALTHA, C.R.A.; PAULA, V. F.; NASCIMENTO, E. A. Constituintes químicos de Melaleuca alternifólia (Myrtaceae). Quimíca Nova, vol. 27, 2004.

33. ZANARDI, D.; NUNES, D. H.; PACHECO, A. S.;TUBONE, M. Q.; FILHO, J. J. S. Avaliação dos métodos diagnósticos para onicomicose. Santa Catarina, Anais bras. de dermatologia, 2008.

Referências

Documentos relacionados

É classificada com zero pontos qualquer resposta que não atinja o nível 1 de desempenho no domínio específico da disciplina. A classificação das respostas

Ao longo desta pesquisa, tinha-se como objetivo principal compreender a forma pela qual processo de recuperação da informação ocorre nos sistemas dos arquivos estaduais do Sudeste

Interessante é percebermos que aqui não mais podemos procurar as causas religiosas primordialmente no judaísmo, mas sim no cristia­ nismo. A convicção de que não

classificar um objeto numa determinada classe com base na probabilidade deste objeto pertencer a esta classe.  O nome Naïve (ingênuo) é dado, pois considera-se

Quando o calor específico é variado em função do campo magnético, como mostrado na figura 5.6, para diferentes valores de temperatura, também, observa-se a descontinuidade que indica

água nas respectivas classes de qualidade segundo os usos preponderantes serão propostos, na forma da legislação, pelos Comitês e, após avaliação técnica pelo Órgão Gestor

A sociedade local, informada dos acontecimentos relacionados à preservação do seu patrimônio e inteiramente mobilizada, atuou de forma organizada, expondo ao poder local e ao

de Tea Tree (Melaleuca alternifólia) como uma alternativa natural no combate ao fungo Candida albicans em mulheres com candidíase vulvovaginal.. CANDIDÍASE