“
Memórias Mineiras:
O passado identificado no presente e
como referência para o futuro”
Alexandre Leite FEUP /Dep. Minas
aleite@fe.up.pt
“Os mineiros do novo turno agrupam-se à saída das casas da
malta, buscam os lampiões, enquanto o guarda verifica o
número e a conservação, penduram o gancho na jaleca,
enterram o boné na testa com a pala revirada para cima, para
que o forro do cabedal dê o alarme nos madeiramentos
baixos...
...Bruscamente, lavandarias, correias, roldanas, moinhos,
agitam-se num ritmo alucinado...
... A procissão de mineiros desaparece nas bocas da terra.
O clarão do amanhecer hesita à entrada, ainda acompanha os
mineiros até ao primeiro quadro, mas já aí as trevas húmidas
se preparam para o devorar. Os olhos dilatam-se para se
adaptarem ao halo desmaiado do carboneto...
... Os mineiros dividem-se pelas galerias transversais, pelos
poços, e os últimos continuam a marcha até aos desmontes...”
HOMENS
CIDADE
OrganizaçãoHOMENS
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PROCURA
MATÉRIA PRIMA
PROSPECÇÃO
•INDIRECTA
- GeofísicaEXPLORAÇÕES
MINEIRAS
SUBTERRÂNEA
POÇOS
GALERIAS
ESCAVAÇÕES
CÉU-ABERTO
PEDREIRAS
TRANSFORMAÇÃO DA
MATÉRIA PRIMA
•FRAGMENTAR
•CLASSIFICAR POR TAMANHO
•SEPARAR POR PROPRIEDADES
SUBSTÂNCIA ÚTIL
MINÉRIOS METÁLICOS
Fe, Cu, Pb, Zn, Sn, W, Au, Ag, Al, Hg. . . .
MINÉRIOS NÃO METÁLICOS
Caulinos, Feldspatos, Argilas, Areias, . . .
ROCHAS
Lousa, Granito, Calcário, Mármore, Basalto, . . .
RECURSOS HÍDRICOS
O Património Mineiro Nacional sofreu nas duas últimas décadas um abandono generalizado em virtude do encerramento de inúmeras unidades mineiras que fizeram história em muitas localidades do País
Em alguns casos, as Minas subjaziam aos povoados e foram a verdadeira razão da sua génese e desenvolvimento.
A Mina mostrou-se capaz de dinamizar e sustentar minimamente a vida de vastas zonas tendencialmente deprimidas dos pontos de vista económico e social.
Bairro Mineiro de Montesinho
Compressor
Os tempos de vigência dessas Minas foram épocas de actividade caracterizada, por um lado, por uma dureza e periculosidade inerentes à tarefa de subtrair ao interior da crusta terrestre as substâncias úteis ao homem, mas também, por outro lado, pelo exercício de uma certa “Arte”, de cujo domínio exclusivo
Isto porque, não obstante o pesado tributo em sofrimento e sangue que a Natureza por vezes não se esquecia de cobrar aqueles que persistentemente ousavam revolver-lhe as entranhas, os Mineiros socorriam-se de técnicas e
meios verdadeiramente únicos no panorama de todas as indústrias conhecidas, o que os convertia em trabalhadores algo exóticos, sempre “especiais” no
É que a larga maioria das ferramentas manuseadas no interior das Minas, os equipamentos de perfuração, desmonte e transporte aí operados pelos Mineiros, as próprias fontes de energia mobilizadas para as diversas operações e a maquinaria que facultava a separação das espécies minerais, integram uma panóplia de meios possuidores de particularidades funcionais e conceptuais absolutamente invulgares que vêm a colocá-los no rol dos artefactos com características “sui gereris” geralmente desconhecidos do cidadão comum.
Devido principalmente a conjunturas de mercado, as Minas encerram em situação difícil, após tempos áureos que todos se orgulham de ter vivido.
Restam então as escombreiras, as máquinas e as ferramentas (que costumam ir parar às sucatas), os edifícios e os "buracos".
Fica a história geológica, redescoberta em cada palmo de rocha retirado das entranhas da crusta.
E restam também (quando restam!) os arquivos de mapas, cadastros e documentos diversos da empresa que animou a actividade mineira .
Mas fica na mente de todos essa actividade exercida com sacrifício, coragem e determinação na luta contra o filão, extraindo dele o que de importante possuía. Na Mina das Chãs ou na Mina da Fraguinha era o volfrâmio que se extraía.
A par deste património histórico-científico-industrial (é assim que deve ser considerado), fica a ferida do fim da actividade e mesmo do desemprego.
O denominado desenvolvimento sustentável, que permita às gerações presentes satisfazer as suas necessidades sem pôr em risco a possibilidade das gerações futuras virem a satisfazer as suas próprias necessidades, não mais se
compadece com o abandono do Património Mineiro no fim da exploração. A par da reabilitação paisagística, da descontaminação e da resolução dos problemas sociais, surge a preservação do património mineiro (objectos, espaços e memória), como uma nova actividades a desenvolver.
Trata-se da emergência de todas as questões do período post-mina.
A preservação de toda a informação sobre o passado do Homem, cada vez mais é considerada como um princípio fundamentador e orientador do presente e encarada como um meio potencialmente capaz de fecundar o desenvolvimento cultural e económico dos povos.
Não pode escapar a esta regra de preservação e valorização o espólio da actividade mineira (varias vezes milenar) que ocorreu no nosso País
Há em cada Mina encerrada algo invulgar da actividade do homem que deve ser preservado a todo o custo.
E em primeiro lugar para benefício local, contribuindo (num futuro mais ou menos próximo) para ajudar a sarar a tal ferida que naturalmente se abriu com o encerramento da actividade mineira.
Isto porque o carácter particular da actividade mineira e o orgulho que mais ou menos todo o Mineiro teve da sua actividade são mais reais do que se possa imaginar.
Esta tarefa é enorme e urgente.
Enorme porque pouco foi feito até ao momento.
Urgente pois cada dia que passa mais património fica irremediavelmente perdido.
Nesta tarefa todos podemos participar. Todos devemos participar.