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Desvelando a Percepção dos Docentes da Rede Municipal de Ensino sobre o Suporte Social e Organizacional no Trabalho

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Desvelando a Percepção dos Docentes da Rede Municipal de Ensino sobre o Suporte Social e Organizacional no Trabalho

Autoria: Simone Alves Pacheco de Campos, Taís de Andrade, Vania de Fátima Barros Estivalete

Resumo

O objetivo deste estudo consiste em analisar a percepção dos docentes da rede municipal de ensino sobre o suporte social e organizacional no trabalho, bem como verificar a relação entre estes construtos . Através de uma survey, foram investigados 336 docentes, aos quais foram aplicados questionários elaborados a partir dos modelos EPSST e EPSO. Os resultados expõem que a maior incidência foi atribuída ao Suporte Organizacional, enquanto a menor prioridade refere-se ao Suporte Social Instrumental. Considerando a relação entre os construtos, percebeu-se, a maior associação entre a percepção de Suporte Social Emocional e a Percepção de Suporte Organizacional.

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1. Introdução

O trabalho assume um papel central na sociedade, sendo caracterizado como agente de relações sociais, proporcionando a superação das necessidades individuais e a realização profissional (ANTUNES e ALVES, 2004). Há de considerar-se, no entanto, que, quando se analisam as condições e o contexto sóciocultural em que ocorre o trabalho, nem sempre este é indicador de realização, tornando-se fonte de desconforto e sofrimento (TAMAYO, 2007). Em muitos casos, o desequilíbrio entre o indivíduo e seu ambiente laboral, contribui para o crescimento do sofrimento mental e dos distúrbios psicológicos de modo geral.

O novo processo produtivo, influenciado pela disposição de deixar que as mutantes demandas do mundo externo determinem a estrutura interna das instituições, afeta os elementos referenciais dos indivíduos (SENNET, 2009), contribuindo para gerar situações de conflito, instabilidade e insegurança. As atividades docentes inserem-se nesse contexto de mudanças sociais e tecnológicas, onde as alterações ambientais (políticas, econômicas, sociais e culturais) e as pressões decorrentes sobre determinadas tarefas têm alterado as experiências no trabalho e os seus significados (OLIVEIRA, 2003). Como afirmam Gasparini et al. (2005), o papel do professor extrapolou a mediação do processo de conhecimento do aluno e ampliou-se para além da sala de aula, a fim de garantir uma articulação entre a escola e a comunidade, incluindo sua participação na gestão e planejamento escolar.

Desta forma, as demandas associadas as atividades docentes congregam um desafio para a gestão de pessoas no setor público educacional (Wichenje et al., 2012), tendo em vista que os desgastes, físico e mental, ocasionados pelas exigências permanentes da profissão docente trazem, certamente, impactos em termos de bem-estar e saúde, para a maioria dos profissionais desta categoria (OLIVEIRA, 2003), demandando novas formas de interação e apoio social no trabalho.

Neste cenário o suporte social e organizacional no trabalho assumem grande relevância como um importante fenômeno psicossocial (BERTHELSEN, HJALMERS e SODERFELDT, 2008). O suporte no trabalho pode atuar de forma direta ou indireta para suprir as necessidades dos colaboradores, em nível emocional, instrumental e informacional (SIQUEIRA e GOMIDE JR., 2008), podendo agir, inclusive, como um moderador das doenças ocupacionais. No que concerne especificamente à categoria docente, conforme Brackett et al. (2010) o suporte social no trabalho encontra-se relacionado ao aumento da satisfação e bem-estar no trabalho.

Assim, percebe-se que os estudos sobre a temática apontam que o suporte social e organizacional são fatores imprescindíveis na contribuição para o bem-estar, saúde física e mental dos indivíduos (PLAISER et al. 2007), além de possibilitar vantagens para a organização com o aumento do comprometimento e da satisfação no trabalho.

Tendo em vista as especificidades do trabalho docente e da gestão pública municipal, este estudo buscou analisar a relação entre o indivíduo e a organização sob a ótica do suporte no social no trabalho e do suporte organizacional, procurando responder aos seguintes questionamentos: “Qual a percepção dos professores sobre o suporte social e

organizacional?De que forma tais percepções se relacionam entre si?”. Frente a estes

questionamentos, a fim de contribuir para a exploração do tema, este estudo tem como objetivos: (i) identificar a percepção dos docentes acerca dos tipos de suporte social no trabalho; (ii) analisar a percepção dos docentes em relação ao suporte organizacional; (iii) verificar como os tipos de suporte social no trabalho se relacionam com o suporte organizacional.

Na próxima seção, são abordados os pressupostos teóricos relacionados a temática deste estudo. Na seção seguinte, são apresentados os aspectos metodológicos relacionados à

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3 coleta e análise dos dados, para posteriormente (seção quatro) apresentar os resultados encontrados. Por fim, na seção cinco, são apresentadas considerações finais acerca do estudo realizado, limitações e sugestões para pesquisas futuras.

2. Gestão de Pessoas nas Organizações Públicas

Ao longo de sua formação enquanto campo de estudos, a Gestão de Pessoas tem se desenvolvido com enfoque mais direcionado para empresas, o que se refletiu em uma atenção relativamente reduzida às organizações do setor público. Mesmo sendo responsáveis por um conjunto amplo de ações estruturantes que afetam diversos stakeholders (BACH; KESSLER, 2007) e atuando sob pressões políticas e fiscais que alteram o desenvolvimento e a implementação de políticas e práticas de gestão de pessoas (BOXALL; PURCELL, 2003), não se percebe um foco contínuo de pesquisas que explorem aspectos importantes dessa área na esfera pública (BACH; KESSLER, 2007).

Corroborando essa perspectiva, Lengnick-Hall et al. (2009) ao analisarem a evolução e o desenvolvimento da área em aproximadamente trinta anos de pesquisa, constataram que a gestão estratégica de recursos humanos é mais provável de ser adotada por empresas privadas ou de capital estrangeiro do que em organizações públicas, especialmente em países de economia emergente. Para Bach e Kessler (2007) esta atenção limitada deriva das características do setor público, como a sua operação de acordo com princípios próprios e da utilização de práticas de emprego que não tem sido vistas como inovadoras.

No entanto, pode-se destacar algumas iniciativas à nível internacional com a intenção de discutir as contribuições da gestão de pessoas no setor público. Ressalta-se a pesquisa realizada por Gowing e Lindholm (2002), na qual os autores analisam estudos relacionados a atuação da área no setor público norte-americano. Através deste levantamento, os autores ressaltam a importância da gestão de pessoas para o desenvolvimento do setor público, tendo como foco as competências individuais, a satisfação dos servidores e clientes, qualidade e melhor desempenho.

Considerando a esfera pública, Mello e Amâncio (2010) afirmam que a gestão estratégica de recursos humanos não está restrita ao planejamento e controle da força de trabalho. Esta integra as pessoas aos objetivos organizacionais, por meio da implantação de um conjunto de diretrizes, políticas e ações. Os autores complementam ainda, que a gestão estratégica de recursos humanos pode ser considerada uma ferramenta para dar suporte à relação contínua entre as pessoas e a organização, estabelecendo condições para promover o envolvimento dos indivíduos no processo de construção das ações para a realização da missão institucional.

Nesse contexto, Pires et al. (2005, p.12) citam dois importantes desafios para o estabelecimento de políticas de gestão de pessoas: “a construção de mecanismos efetivos de motivação dos servidores; e o alinhamento das atividades de gestão de pessoas às estratégias das organizações e às diretrizes gerais estabelecidas pelos governos”. Percebe-se a incorporação implícita em ambos os desafios propostos pelos autores da busca por uma maior eficiência no serviço público.

Além disso, para Schikman (2010) a exigência de transparência, ética, a crescente escassez de recursos em todas as esferas de governo e a necessidade de aproximação do usuário dos serviços públicos reforçam a abordagem por meio da eficácia e da descentralização e exigem um aumento da flexibilidade, prontidão e capacidade de adaptação dessas organizações. Mesmo que essas transformações sejam mais comuns em organizações privadas, nas organizações públicas elas representam uma mudança e ressignificação dos sentidos que o servidor e a sociedade atribuem ao que é público.

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4 A busca dessa maior eficiência resulta na migração e significativa convergência de algumas práticas de gestão de pessoas entre os setores privado e público – adoção de metas, implantação de mecanismos de controle, intensificação das rotinas de trabalho e deslocamento de parte do ônus para a força de trabalho, por exemplo – e remodelagem de outras práticas tradicionais que tanto podem resultar em consequências inesperadas, como podem se reverter em uma valorização da força de trabalho (BACH; KESSLER, 2007).

Por outro lado, Siqueira e Mendes (2010) advogam que a gestão de pessoas no setor público deve ser desenvolvida a partir de uma lógica diferente da que existe no setor privado, fomentando a motivação e a criatividade. Os autores consideram ainda, que o número expressivo de indivíduos desmotivados ou apenas parcialmente motivados na administração pública, deve-se não apenas à estabilidade relativa no emprego, mas a inúmeros elementos que levam o indivíduo à desmotivação e à apatia no ambiente de trabalho.

Especificamente no setor público educacional, a questão da gestão de pessoas encontra um grande desafio (WICHENJE et al., 2012). Considerando, especificamente os docentes, Reis et al. (2005) destacam que esta categoria é uma das mais expostas à ambientes conflituosos e de alta exigência de trabalho, tais como tarefas extraclasses, reuniões e atividades adicionais, problemas com alunos, pressão do tempo e sobrecarga de trabalho. Estes elementos, somados ao sentimento de desvalorização profissional, contribuem com os desgastes vivenciados por esta profissão, considerada como uma das mais estressantes.

Assim, Siqueira e Mendes (2010) destacam que o desenvolvimento da gestão de pessoas no setor público é prioridade, mas uma gestão remodelada que garanta o alcance de resultados de modo participativo e que não adoeça o indivíduo e nem faça uso de mecanismos de manipulação. Como se pode depreender dessa discussão, a gestão de pessoas no setor público exerce influência direta sobre o ambiente de trabalho e revela diversos questionamentos sobre o suporte social e organizacional que merecem ser estudados para se alcançar uma melhor compreensão das relações construídas no ambiente organizacional e de sua percepção.

3. Suporte Social e Suporte Social no Trabalho

O apoio social está intimamente relacionado ao conceito de rede social, ou laços que o indivíduo mantém com família, amigos, colegas de trabalho, os quais possuem determinada importância para o mesmo, haja vista que se trata dos aspectos qualitativos de uma rede social, referindo-se potencial em que a rede social tem para fornecer auxílio quando necessário (RAKESH, 2012). O suporte social, enquanto campo de estudo, consolidou-se na década de 1970, na área da psicologia, a partir de estudos que enfatizaram a importância dos relacionamentos e do apoio exercido pelos mesmos para manutenção da saúde e bem-estar, bem como para redução do nível de stress (SHERBOURNE e STEWART, 1991).

Ampliando esta discussão para o mundo do trabalho, têm-se claro que o suporte social configura-se como um importante aspecto psicológico do ambiente laboral. Segundo a ótica de Gomide Junior, Guimarães e Damásio (2004, 2008), o suporte social no trabalho refere-se à crença global, por parte dos funcionários, de que a organização da qual faz parte oferece os três tipos de suporte social (emocional, instrumental e informacional), os quais são necessários à realização do trabalho.

O suporte social emocional relaciona-se às expressões de empatia, carinho e confiança (COHEN, 2004). Hogan, Linden e Najarian (2002) afirmam que este tipo de suporte envolve a comunicação verbal e não-verbal, de carinho e preocupação. Para Gomide Junior, Guimarães e Damásio (2008), no contexto do trabalho, este tipo de suporte refere-se às crenças dos funcionários de que na organização existem pessoas em que se pode confiar, que se mostram preocupadas umas com as outras, que se valorizam e se gostam.

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5 O suporte social instrumental, no entendimento de Cohen (2004), refere-se ao fornecimento de auxílio material (assistência financeira ou ajuda nas tarefas diárias). Cohen (2004) este tipo de suporte envolve o fornecimento de bens materiais, além de reduzir sentimentos de inadequação pessoal. Em relação à percepção de suporte instrumental percebido no trabalho, essa se relaciona à crença do indivíduo de que a empresa fornece insumos materiais, financeiros, técnicos e gerenciais necessários à realização de suas tarefas (GOMIDE JUNIOR, GUIMARÃES e DAMÁSIO, 2008).

Por fim, a percepção de suporte social informacional, de acordo com Cohen (2004), envolve o fornecimento de informações relevantes, destinadas a auxiliar o indivíduo a lidar com as dificuldades, materializando-se em forma de conselhos ou orientações para lidar com seus problemas pessoais. No contexto do trabalho, este tipo de suporte , de acordo com Gomide Junior, Guimarães e Damásio (2008), refere-se à crença, por parte do funcionário de que a organização possui uma rede de comunicações comum, através da qual são veiculadas informações precisas e confiáveis.

4. Suporte Organizacional

Recentemente, organizações preocupadas em proporcionar melhores condições de trabalho aos funcionários buscaram soluções no sentido de oferecer um melhor ambiente de trabalho aos mesmos (PADOVAN, 2005). Tais melhorias podem ser entendidas em termos de oferecimento de suporte organizacional, uma vez que este conceito relaciona-se às ações da organização no sentido de desenvolver seus funcionários, prover recursos, garantir autonomia, visibilidade e reconhecimento (ASELAGE e EISENBERGER, 2003).

De acordo com o entendimento de Eisenberger et al. (1986), a percepção de suporte organizacional refere-se à crença do funcionário acerca da extensão em que a organização valoriza as suas contribuições e cuida de seu bem-estar. Assim, a percepção de suporte organizacional constitui a base da relação de confiança entre funcionários e organização, uma vez que a organização irá perceber e recompensar pelos esforços extras realizados pelos indivíduos (EISENBERGER et al. 2002).

Para a compreensão deste conceito e de sua importância, faz-se necessário, todavia, ampliar o entendimento acerca dos mecanismos de troca social e de reciprocidade que ocorrem entre indivíduos e organizações, os quais estabelecem e sustentam os vínculos entre ambos. Assim, o conceito de suporte organizacional encontra-se alicerçado em duas vertentes teóricas: a teoria das trocas sociais de Blau (1986) e a teoria da norma da reciprocidade, de Gouldner (1960).

Sob a ótica de Aselage e Eisenberger (2003), tendo em vista a norma de reciprocidade e a teoria das trocas sociais, os funcionários irão empenhar-se em retribuir para a organização por esta lhes fornecer um alto nível de suporte organizacional, aumentando seus esforços para que a organização alcance os seus objetivos. Eisenberger et al. (1986) enfatizam que, de acordo com a teoria do suporte organizacional, o desenvolvimento da percepção de suporte surge devido à tendência dos funcionários em atribuir características humanas às organizações. Tais pressuposições encontram-se consubstanciadas no trabalho de Levinson (1965), no qual o autor afirma que as ações tomadas pelos atores da organização são, muitas vezes, vistas como indícios da intenção da organização, ao invés de ser atribuído exclusivamente aos motivos dos agentes pessoais.

Para Zagenczyk et al. (2009), a percepção de suporte organizacional não é somente psicológica, mas também um processo social, influenciado pelas informações que os funcionários adquirem do contexto no qual estão inseridos. Além disto, a percepção de suporte organizacional atua no sentido de aumentar as expectativas dos funcionários tanto em

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6 relação aos recursos materiais (salário e benefícios) quanto aos simbólicos (elogios, reconhecimento). da organização são sinceras, bem intencionadas e não manipulativas.

5. Métodos e Procedimentos

Visando atingir aos objetivos propostos, desenvolveu-se uma pesquisa descritiva, através da utilização do método survey. A coleta de dados foi realizada mediante aplicação de questionários a população alvo, a qual constou de professores das escolas urbanas da rede municipal de ensino da cidade de Santa Maria, RS, a qual consta de 1558 docentes. Os questionários foram distribuídos a toda a população alvo, obtendo-se um índice de retorno de 25,34% dos questionários enviados, resultando em 336 pesquisados.

O instrumento de coleta de dados foi estruturado em torno de dois modelos teóricos: (i) Escala de Percepção de Suporte Social no Trabalho (EPSST), de Gomide Junior, Guimarães e Damásio (2008); e, Escala de Percepção de Suporte Organizacional (EPSO), em sua versão reduzida, criada por Siqueira (1995;2008). A figura 1 demonstra o modelo de pesquisa utilizado no estudo.

Figura 1 – Modelo de Pesquisa Fonte: Elaborado pelos autores

Para a análise dos dados quantitativos, os questionários foram tabulados em uma planilha criada no Microsoft Excel, e, posteriormente, transpostos para o software “Statistical

Package for the Social Sciences – SPSS 13.0”, através do qual se realizou as análises

estatísticas descritivas, de freqüência, análise fatorial e coeficiente de correlação de Pearson, os quais serão tratados na seção dos resultados.

6. Análise e Discussão dos Resultados

A presente seção apresenta os resultados do estudo, alinhados com os objetivos propostos. Anterior a análise e discussão dos resultados específicos da pesquisa, faz-se necessário uma breve descrição dos respondentes. Compuseram a amostra 336 professores, sendo que, destes 286 desenvolvem suas atividades em escolas de ensino fundamental , de artes e de ensino profissional, enquanto que 50 estão atuando em escolas de educação infantil. No que diz respeito ao gênero, quase a totalidade dos respondentes é do sexo feminino, 93%,; enquanto apenas 7% dos respondentes são do sexo masculino.

A grande maioria dos professores (52,8%) possui formação no curso de Pedagogia, caracterizando um perfil de formação mais genérico. Ao considerar o tempo de atuação na profissão docente, a pesquisa revelou que a maioria dos pesquisados possui mais de 20 anos de profissão (42,9%), sendo também expressiva a parcela dos que possuem entre 11 e 20 anos

Informacional

Suporte Social no Trabalho EPSST (Gomide, Guimarães e Damásio, 2004) Instrumental Emocional Suporte Organizacional EPSO (Eisenberger et al., 1986 traduzida por Siqueira, 1995)

Questionários (n=336) Docentes da rede

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7 de atuação docente (31,5%). No que tange ao número de disciplinas ministradas, a maior parte dos pesquisados desempenha atividades relacionadas a modalidade disciplinar currículo por atividades (57,2%). O número expressivo de professores nesta categoria é explicado devido ao fato desta modalidade contemplar as séries inciais do ensino fundamental (1º a 4º série), as quais são grande maioria das escolas pesquisadas. Cabe salientar o reduzido número de professores que ministram três (1,1%) e quatro (1,4%) disciplinas. Este dado é positivo, na medida em que os docentes que ministram grande número de disciplinas estão expostos a uma maior carga de trabalho.

Em relação à carga horária, os resultados evidenciaram que, em média, os pesquisados possuem uma carga horária de 12 horas semanais. Este resultado se mostra positivo, tendo em vista que os estudos de Reis et al. (2005) com docentes demonstrou que cargas horárias superiores a 30 horas geram cansaço mental e nervosismo, indicando que o desgaste psíquico pode ser desencadeado ou agravado pela jornada de trabalho elevada.

Evidenciou-se que, em média, os pesquisados possuem 24 alunos por turma. Ainda, observou-se que os pesquisados dedicam, em média, 9 horas semanais à realização de atividades extraclasse. No entendimento de Codo (1999), o trabalho do professor não se restringe ao exercício de sua função dentro da sala de aula, haja vista que contempla atualização e preparação constantes para ser realizado de modo satisfatório; muitas tarefas são realizadas sem a presença dos alunos, fora da sala de aula e, frequentemente, fora da escola, estendendo a jornada de trabalho.

6.1 Suporte Social no Trabalho

A fim de compreender como se dá a percepção acerca do suporte social no trabalho, realizou-se, primeiramente, a técnica estatística da análise fatorial, através do método de componentes principais. Anterior a aplicação da referida técnica, faz-se necessário a realização de testes estatísticos que confirmem a adequação do conjunto de dados. Para tanto, o conjunto de dados foi avaliado de uma forma geral, através dos testes de

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e de Esfericidade de Bartlett; e através de suas variáveis individualmente,

através da Medida de Adequação da Amostra. Neste sentido, ambos os testes atestaram à fatorabilidade dos dados, uma vez que foi obtido para o KMO igual a 0,857, considerado, por Pestana e Gageiro (2003) como bom para análise fatorial e, para o teste de Bartlett, o resultado mostrou significativo; em relação a adequação da amostra, os valores excederam aos níveis mínimos aceitáveis, o que indica que o conjunto de dados é adequado à realização da analise fatorial.

Tendo em vista a adequação dos dados, realizou-se a análise fatorial, através do método de componentes principais com normalização Kaiser e rotação varimax. Após, foram testadas as comunalidades, sendo obtidos valores superiores a 0,5, valor considerado por Pestana e Gageiro (2003) como mínimo. Para a determinação do número de fatores a serem extraídos foram utilizados, como critérios, o percentual de variância explicada, devendo ser igual ou superior a 60%; e autovalores superiores a um (HAIR et al., 2009). Obtiveram-se quatro fatores explicativos da percepção de suporte, os quais explicam conjuntamente 63,4% da variância total.

Em relação à confiabilidade, foi calculado o coeficiente Alpha de Cronbach, o qual resultou em índices satisfatórios para três dos quatro fatores. Apenas em um dos fatores não foi obtido um índice de confiabilidade significativo (0,251). Este fator incluiu questões referentes à percepção de suporte social instrumental, versando sobre a percepção sobre as recompensas financeiras pelos esforços realizados. Assim, os resultados mostram a existência de três fatores explicativos da percepção de suporte social no trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Convém enfatizar que se manteve a mesma estrutura fatorial proposta na escala de

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8 Gomide Junior, Guimarães e Damásio (2008), visto que a composição dos fatores permaneceu a mesma, exceto no que diz respeito às variáveis excluídas.

Em relação às cargas fatoriais, os resultados obtidos são significativos, visto que são superiores à 0,4, valor considerado como mínimo por Hair et al. (2009). A fim de analisar a percepção acerca dos tipos de suporte social no trabalho, foram calculados os valores de média, mediana e desvio-padrão, conforme pode ser visto no Quadro 1.

Fator 1 – Suporte Social Informacional no Trabalho α = 0,885

Variáveis Carga Med Mdn Desv.

As informações importantes são compartilhadas por todos. 0,824 3,928 4,00 0,863 As informações importantes são repassadas com agilidade. 0,786 3,788 4,00 0,891 Os superiores compartilham informações importantes. 0,779 3,918 4,00 0,836 Há facilidade de acesso às informações importantes. 0,734 3,702 4,00 0,942 As pessoas são informadas sobre as decisões que envolvem o trabalho 0,623 4,064 4,00 0,710 Os professores têm os equipamentos necessários para as suas tarefas. 0,619 3,477 4,00 1,063 As informações circulam claramente entre os setores da escola. 0,589 3,854 4,00 0,890

TOTAL 3,818 3,857 0,696

Fator 2 – Suporte Social Emocional no Trabalho α = 0,869

Variáveis Carga Med Mdn Desv

As pessoas são amigas umas das outras. 0,801 3,863 4,00 0,773 Pode-se confiar nas pessoas 0,763 3,595 4,00 0,909 As pessoas gostam umas das outras. 0,758 3,958 4,00 0,738 As pessoas podem compartilhar seus problemas pessoais. 0,726 3,784 4,00 0,855 As pessoas se preocupam umas com as outras. 0,582 3,725 4,00 0,878 Pode-se confiar nos superiores 0,575 3,955 4,00 0,806

TOTAL 3,813 4,00 0,667

Fator 3 – Suporte Social Instrumental no Trabalho α = 0,692

Variáveis Carga Méd Mdn Desv

São pagos salários compatíveis com os esforços dos professores. 0,724 2,120 2,00 1,180 Há ajuda financeira para que os professores se especializem. 0,677 2,331 2,00 1,199 Os equipamentos estão sempre em boas condições de uso. 0,518 3,514 4,00 1,031

TOTAL 2,669 2,667 0,793

Quadro 1 – Média, Mediana e Desvio Padrão da EPSST

De acordo com Gomide Junior, Guimarães e Damásio (2008), os resultados da EPSST devem considerar que, quanto maior for o escore médio dos fatores, maior é a percepção dos respondentes acerca do suporte social no trabalho. Desta forma, médias iguais ou menores que 2,0 sinalizam que o funcionário não percebe o suporte indicado, enquanto que, médias iguais ou superiores a 4 indicam a percepção do suporte (GOMIDE JUNIOR, GUIMARÃES e DAMÁSIO, 2008). Diante do exposto, a análise dos resultados expostos no Quadro 20, permite inferir que, de um modo geral, os pesquisados demonstram perceber os tipos Informacional e Emocional do suporte social no trabalho, enquanto que tendem a não perceber o tipo instrumental.

Os resultados obtidos demonstram que o tipo de suporte social no trabalho que obteve maior média (3,818) diz respeito à Percepção de Suporte Social Informacional no Trabalho. Mesmo este fator tendo obtido escore inferior a quatro, pode-se constatar, através da análise da mediana, que os pesquisados tendem a perceber a existência de suporte social informacional, uma vez que o valor obtido foi igual a quatro.

No que tange a este fator, a variável que obteve maior média refere-se (9) “As pessoas

são informadas sobre as decisões que envolvem o trabalho que realizam”, demonstrando que

os professores percebem que as informações pertinentes ao seu trabalho estão disponíveis. Em relação a este resultado, cabe acrescentar a contribuição de Ducharme e Martin (2004) que afirma que este tipo de suporte apresenta um papel fundamental, na medida em que é através

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9 dele que o indivíduo recebe informações sinceras, confiáveis, transparentes e confortáveis, traduzindo-se sob a forma de conselhos e orientações, visando à resolução de problemas.

Por outro lado, o fator que obteve menor média refere-se à percepção de suporte social instrumental no trabalho. Convém ressaltar que a média atribuída a este fator resultou em valores em torno de 2, revelando que os pesquisados não percebem que a escola oferece este suporte. O suporte instrumental envolve o fornecimento de materiais, como transporte, dinheiro e assistência física (HOGAN, LINDEN e NAJARIAN, 2002). Pertinente a este tipo de suporte, a menor média foi atribuída à variável (14) “São pagos salários compatíveis com

os esforços dos professores”, demonstrando que os pesquisados não percebem que a

remuneração recebida é compatível com seus esforços.

Quanto à análise do desvio padrão, os resultados permitem inferir que, considerando os três tipos de suporte social no trabalho analisados no presente estudo, os pesquisados demonstraram maior coerência entre si em suporte social emocional, e maior divergência em suas respostas em relação à percepção de Suporte Social Instrumental no Trabalho. Tendo em vista que as médias obtidas para os tipos de suporte social no trabalho resultaram em valores muito próximos, fez-se necessário a realização do teste t para amostras emparelhadas, visando identificar se há diferença significativa entre as médias para um mesmo respondente (MALHOTRA, 2006), conforme pode ser visto no Quadro 2, a seguir:

Pares Diferenças entre Pares Médias Desvio t Sig. Suporte social Informacional – Suporte Social Emocional 0,03457 0,50482 1,255 0,21 Suporte social Informacional – Suporte Social Instrumental 1,81052 0,98290 33,664 0,00 Suporte Social Emocional – Suporte Social Instrumental 1,77675 0,93622 34,683 0,00

Quadro 2 – Teste t entre os tipos de suporte social no trabalho

Os resultados obtidos com o teste t, expostos no Quadro 2, demonstram que não existe diferenças de médias estatisticamente significantes apenas entre os tipos de suporte Informacional e Emocional no Trabalho, visto que o valor de sig foi maior que 0,05. Com base nesse resultado, pode-se inferir que os professores pesquisados apresentam percepções semelhantes em relação à existência de suporte social emocional e informacional nas escolas.

Considerando a realidade vivenciada por professores, Pomaki et al. (2010) mencionam que os docentes se encontram em contato diário com seus colegas de trabalho, o que faz com que estes sejam importantes fontes de apoio. Nesta mesma ótica, Yee (2010) afirma que, em organizações escolares, para lidar com o stress os professores precisam desenvolver relações positivas com os colegas de trabalho, as quais são importantes fontes de suporte social emocional.

Visando identificar se a percepção dos pesquisados em relação ao suporte social no trabalho difere quando consideradas as variáveis sócio-demograficas e profissionais, realizou-se o teste t para amostras independentes. Contudo, de acordo com Pestana e Gageiro (2003), primeiramente torna-se necessário realizar o teste F para testar a hipótese de variâncias iguais nos grupos analisados. Caso as variâncias nos grupos sejam iguais, deverão ser utilizados os resultados obtidos com o teste t homocedástico e, caso as variâncias sejam diferentes, deverá ser realizado o teste t heterocedástico (PESTANA e GAGEIRO, 2003). Em relação à significância do teste, foi considerado um nível de 95%. Apenas para as variáveis gênero, carga horária, dedicação em atividades extraclasse, e posição de gerência não foram obtidas diferenças significativas entre os tipos de suporte social no trabalho.

Em relação à idade dos pesquisados, foi obtida diferença significativa apenas para a percepção de suporte social emocional, tendo sido realizado o teste t heterocedástico ( t= -1,808; p<0,005). Pode-se afirmar, com 95% de confiança, que os funcionários com idade inferior a 45 anos (idade média), atribuem médias superiores (3,884) se comparado aos com idade igual ou superior à idade média (3,752).

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10 Considerando o tempo de atuação como docente, a percepção dos pesquisados mostra diferir em relação ao Suporte Social Informacional no Trabalho (t = -2,000; p<0,05) e ao Suporte Emocional no Trabalho (t = -3,090; p<0,05), sendo que para ambas o teste t realizado foi o heterocedástico. Os resultados sinalizam para o fato de que os professores que atuam por um período inferior a 17,86 anos apresentam uma maior percepção em relação ao suporte social informacional (3,897) e ao suporte social emocional (3,935) do que os que atuam como docente por um período igual ou superior a este período, para os mesmos tipos de suporte (suporte social informacional: 3,746; suporte social emocional: 3,711).

Para a variável tempo de escola, foi realizado o teste t heterocedástico, o qual se mostrou significativo para a percepção de suporte social emocional no trabalho ( t = -0,712; p<0,05). Assim, considerando um nível de significância de 5%, é possível afirmar que os professores que atuam na escola por um período inferior à 7,34 anos (tempo médio) atribuem médias estatisticamente superiores (3,855) às atribuídas por aqueles que estão na escola por um período igual ou superior a este (3,796).

Ao analisar as diferenças de médias para os professores que estão no cargo por períodos superiores e inferiores ao tempo médio (8,61 anos), os resultados do teste t mostraram-se significativos para o de suporte social emocional, para o qual foi realizado o teste t heterocedástico (t = -1,971; p<0,05). Os resultados demonstraram que a percepção em relação ao suporte emocional é maior para aqueles que estão no cargo por tempo inferior a 8,61 anos (3,941), comparado aos professores que estão por um período igual ou superior a média (3,797).

Por fim, os testes revelaram diferenças de médias também ao considerar as percepções dos professores com mais e menos alunos por turma. Neste sentido, considerou-se os grupos através da média de alunos por turma (24 alunos), e, após, realizou-se o teste t homocedástico para a variável suporte social instrumental no trabalho (t = -2,096; p<0,05). Com base neste teste, constatou-se que os professores que possuem menor número de alunos por turma atribuem médias estatisticamente superiores (2,770) em relação àqueles que possuem maior número de alunos (2,575). A Figura 2 sintetiza os resultados obtidos.

Figura 2 – Resultados do Teste t para Suporte Social no Trabalho Fonte: dados da pesquisa

6.2 Suporte Organizacional: Compreendendo a relação Professor- Escola

Para a exploração dos dados referentes à Escala de Percepção de Suporte Organizacional, buscou-se analisar as estatísticas referentes à adequação dos dados, para posteriormente, aplicar a técnica de análise fatorial. Primeiramente, foram avaliados os testes de KMO e Bartlet, sendo que os resultados obtidos em ambos (KMO = 0,858 ; Bartlet < 0,000) atestaram para a adequação dos dados. Além disto, os resultados obtidos para a Medida de Adequação da amostra também se mostraram a adequação dos dados, em nível individual.

Idade Inferior a 45 anos Suporte Social Emocional

Tempo Atuação

Suporte Social Informacional Inferior a 17,86 anos

Tempo de Escola Inferior a 7,34 anos Suporte Social Emocional

Tempo no Cargo Inferior a 8,61 anos Suporte Social Emocional Alunos por

Turma Suporte Social Informacional

Suporte Social Emocional

Inferior a 24 alunos

(11)

11 Após, procedeu-se a realização da análise fatorial, através da técnica de componentes principais com normalização Kaizer e rotação varimax. Contudo, primeiramente analisou-se o valor das comunalidades e a variável “Esta escola estaria disposta a ampliar as suas

instalações para me ajudar a utilizar melhor minhas habilidades no desempenho do meu trabalho”, obteve valor inferior a 0,5 (0,426), sendo necessário a sua exclusão. Após, os

dados foram rotacionados novamente, obtendo-se um conjunto de variáveis que atendeu aos pressupostos necessários.

A análise fatorial resultou em um único fator que explica aproximadamente 70% da variância, valor considerado satisfatório por Hair et al. (2009). Em relação à confiabilidade, o índice Alpha de Cronbach resultou em um valor de 0,903, revelando uma intensidade de associação excelente (HAIR et al., 2009). Tais resultados, corroboram a literatura acerca da temática, ao caracterizar o suporte organizacional como um construto unidimensional (SIQUEIRA, 2008). Cabe ainda enfatizar que, os valores das cargas fatoriais para todas as variáveis resultaram em valores superiores a 0,7, conforme proposto por Hair et al.( 2009). Para fins de análise, calcularam-se as médias, medianas e desvio-padrão para as variáveis, bem como para o fator, conforme exposto no Quadro 3.

Percepção de Suporte Organizacional (P.S.O) α = 0,903

Variáveis Carg Méd Mdn Desv

Esta escola preocupa-se com a minha satisfação no trabalho. 0,918 4,139 4,00 0,720 Esta escola realmente preocupa-se com o meu bem-estar. 0,894 4,060 5,00 0,833 Esta escola tenta fazer com que o meu trabalho seja interessante possível. 0,872 3,674 5,00 1,001 Esta escola está pronta a me ajudar quando eu preciso de favor especial 0,842 4,081 4,00 0,881 É possível obter ajuda desta escola quando tenho um problema. 0,850 4,054 4,00 0,795

TOTAL 4,070 4,00 0,7111

Quadro 3 – Media, Mediana e Desvio Padrão da EPSO

De uma forma geral, pode-se observar, que os professores das escolas municipais participantes da pesquisas percebem um alto nível de suporte organizacional, fato este evidenciado através da média obtida para o fator (4,07). Este resultado significa que os professores percebem que a escola valoriza suas contribuições e cuida do seu bem-estar (EISENBERGER et al., 1986). Convém enfatizar que uma elevada percepção de suporte organizacional, faz com que os funcionários sintam-se comprometidos com a organização, engajando-se em comportamentos que possibilitem a consecução dos objetivos organizacionais (ALLEN et al., 2008).

Em relação à avaliação das variáveis individuais, a maior média obtida (4,139) foi para a variável (23) “Esta escola preocupa-se com a minha satisfação no trabalho”. Os resultados sinalizam para o fato de que os professores participantes da pesquisa percebem as iniciativas organizacionais que visam à satisfação no trabalho, concretizadas através das políticas e práticas de gestão de pessoas das escolas.

Em contrapartida, a menor média (3,674) foi atribuída a variável (24) “Esta escola

tenta fazer com que o meu trabalho seja o mais interessante possível”. A partir deste

resultado, pode-se inferir que os pesquisados percebem com menor intensidade iniciativas da escola direcionadas à manutenção de um ambiente de trabalho interessante. Convém ressaltar que uma das formas de concretizar tais iniciativas, é prover meios para que os docentes participem ativamente das decisões escolares, tanto às relacionadas à gestão quanto à organização pedagógica (SOMECH e BOGLER, 2002).

Visando ampliar a compreensão acerca de como os professores pesquisados percebem o suporte organizacional, buscou-se analisar como esta variável se comporta em relação às variáveis sócio-demográficas e profissionais. Para isto, realizou-se o teste t para amostras independentes. Para a realização deste teste, a percepção de suporte organizacional foi avaliada em sua esfera global, e não através das variáveis que a compõe.

(12)

12 Quando comparado às variáveis sócio-demográficas e profissionais, a percepção de suporte organizacional mostrou diferir apenas em relação à variável tempo de cargo (t = -2,336; p<0,05), sendo realizado o teste t homocedástico, uma vez que foi detectado que as variâncias entre os grupos são iguais, em relação ao tempo médio de cargo (8,61 anos). Desta forma com 95% de confiança, pode-se afirmar que os professores que ocupam o cargo por um período maior que a média atribuíram médias superiores (4,244) em relação aos que estão no cargo por um período igual ou inferior (4,039). Este resultado indica que os professores que ocupam o cargo há mais tempo revelam uma maior percepção em relação ao compromisso da escola para com eles, acreditando que a mesma reconhece seus esforços e os recompensa por tal, oferecendo a às suas necessidades sócio-emocionais e os ajudando quando necessário (EISENBERGER et al., 1986; ALLEN et al., 2008).

6.3 As Relações Entre o Suporte Social no Trabalho e o Suporte Organizacional

A fim de compreender a relação entre os construtos, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson, tendo em vista que este é próprio para o caso de associação entre variáveis intervalares (MALHOTRA, 2006). Os resultados obtidos encontram-se expostos na Tabela 1, a seguir.

Tabela 1 – Matriz de Correlação

S.S.Informacional S.S.Emocional S.S.Instrumental P.S.Organizacional

S.S.Informacional 1 ,682** ,472** ,715**

S.S.Emocional 1 ,368** ,742**

S.S.Instrumental 1 ,385**

P.S.Organizacional 1

*Correlação é significativa ao nível de 0,05 **Correlação é significativa ao nível de 0,01. Fonte: Dados da Pesquisa

No que tange à relação entre os tipos de suporte social no trabalho, todos os valores de coeficiente de correlação são positivos, indicando que as variáveis possuem o mesmo sentido de associação e, em relação às intensidades, na maior parte são consideradas moderadas; apenas a associação entre suporte social emocional e instrumental pode ser considerada baixa (PESTANA e GAGEIRO, 2003).

A maior correlação obtida (0,682) se deu entre os tipos Informacional e Emocional do suporte no trabalho. Este resultado indica que os professores pesquisados associam a percepção de que a organização possui um sistema de comunicação confiável e efetivo à percepção de apoio emocional recebido dos colegas de trabalho, através da crença de que existem pessoas com as quais possa compartilhar seus problemas (PADOVAN, 2005; GOMIDE JUNIOR, GUIMARÃES e DAMÁSIO,2008).

Este resultado enfatiza a importância atribuída ao sistema de comunicação na percepção de suporte emocional no ambiente de trabalho, o qual é caracterizado, principalmente, pelo apoio advindo dos colegas (DUCHARME e MARTIN, 2000; HOGAN, LINDEN e NAJARIAN, 2002). Assim, a percepção de que é aceito e cuidado pelo grupo encontra-se associada à percepção de que, no local de trabalho, há fornecimento de conselhos, orientações bem como todo o tipo de comunicação, seja ela relativa ao trabalho ou não (DUCHARME e MARTIN, 2000).

Por outro lado, a menor correlação entre os tipos de suporte social no trabalho (0,368) residiu entre o Suporte Social Emocional e o Suporte Social Instrumental. Este resultado pode ser explicado pelo fato de que estes tipos de suporte podem representar dimensões opostas do conceito: uma de caráter afetivo e outra de caráter prático e utilitário (SIQUEIRA, 1998). Na concepção de Siqueira (2008), o suporte emocional revela um caráter afetivo, caracterizado pelo apoio para reagir e superar possíveis transtornos afetivos, para dividir e compartilhar

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13 alegrias, realizações e conquistas e pessoais, enquanto que, por outro lado, o suporte instrumental, refere-se à dimensão prática do suporte social, estando relacionado à percepção de segurança e tranquilidade, uma vez que poderá suprir suas necessidades de ordem prática através da sua rede social.

Considerando as correlações obtidas entre as percepções de suporte social no trabalho e de suporte organizacional, pode-se observar que a maioria dos valores podem ser considerados elevados, apenas entre a percepção de Suporte Social Instrumental e a Percepção de Suporte Organizacional, possui uma correlação de intensidade moderada (PESTANA e GAGEIRO, 2003).

Aa maior associação (0,742) se deu entre a percepção de Suporte Social Emocional e a percepção de Suporte Organizacional. Este resultado remete à compreensão de que a percepção de suporte organizacional influencia direta e positivamente a percepção de suporte social no trabalho e vice-versa. Assim, quanto maior for a percepção dos professores de que possuem relações sociais positivas com os colegas, através das quais encontra fontes de suporte emocional (GOMIDE JUNIOR, GUIMARÃES e DAMÁSIO, 2008), maior será a percepção de que a escola fornece cuidado, tratamento justo, reconhecimento e valorização aos seus professores.

Acrescenta-se a esta discussão a contribuição de Casper et al. (2002), que reafirmam a importância da percepção de suporte emocional no trabalho, principalmente no que tange ao auxílio para lidar com problemas pessoais, para a percepção de suporte organizacional. Para estes autores, ações organizacionais, no sentido de mostrar compreensão em relação aos problemas pessoais de seus funcionários, trazem como consequência um sentimento de que a organização se preocupa com o bem-estar dos mesmos, disponibilizando um ambiente acolhedor (CASPER et al., 2002).

Convém ressaltar que, entre as percepções de Suporte Social Informacional e suporte organizacional, a correlação obtida (0,715) também é considerada elevada (PESTANA e GAGEIRO, 2003). Este resultado revela que os pesquisados associam a percepção acerca do sistema de comunicação da escola com a provisão de suporte organizacional. Em relação a este resultado, acrescenta-se o entendimento de Zagenczyk et al. (2009), que enfatiza que a percepção acerca do suporte organizacional pode ser entendida como um processo social, influenciado pelas informações que os funcionários adquirem do contexto no qual estão inseridos.

Por outro lado, a menor correlação (0,385) se deu entre a percepção de suporte organizacional e a percepção de Suporte Social Instrumental no trabalho. Este resultado sainaliza que os pesquisados relacionam com intensidade baixa a percepção do compromisso que a organização tem para com eles, com a disponibilidade de recursos materiais existentes na mesma.

6.5. Considerações Finais

O contexto do trabalho docente é caracterizado por muitos autores como sendo de constantes pressões, stress, desgaste emocional e físico, contribuindo para a concepção de que a docência é uma das atividades mais estressantes (REIS et al.; 2005). Inserido nesta temática, este estudo teve por objetivo identificar a relação entre o suporte social e organizacional percebido no trabalho, tendo em vista a percepção de professores da rede municipal de ensino. Em relação ao suporte social no trabalho, observou-se que há uma maior percepção da presença do suporte social emocional no trabalho, caracterizado, principalmente, pelo apoio de ordem emocional e relaciona-se às expressões de empatia, carinho e confiança (COHEN, 2004). Em relação ao contexto estudado, o apoio emocional possui um papel fundamental, uma vez que o contato com os colegas de trabalho faz com que estes se tornem uma

(14)

14 importante fonte de apoio social emocional, assim, as escolas devem promover um ambiente escolar de incentivo ao desenvolvimento de relações positivas, as quais afetam positivamente a qualidade de vida e o bem-estar no trabalho (POMAKI et. al., 2010; YEE, 2010).

Considerando o suporte organizacional, os resultados sinalizaram a percepção de um elevado suporte organizacional por parte das escolas. A percepçãpo de suporte organizacional apresenta um sentido de continuidade das ações organizacionais em benefício dos seus funcionários, visando retribuir os esforços despendidos por estes, não se configurando através de práticas isoladas e esporádicas da organização.

Convém ressaltar ainda, a relação entre suporte social no trabalho e suporte organizacional. Neste sentido, os resultados remetem ao entendimento de que a percepção de que a organização reconhece o esforço, oferece auxílio e apoio às suas necessidades sócio-emocionais dos seus professores (ALLEN et al. 2008) relaciona-se com a percepção acerca dos informações disponíveis no ambiente organizacional e ao apoio emocional disponibilizado. Diante dos resultados obtidos, pode-se inferir que, considerando a realidade vivenciada por docentes de descolas municipais, existe uma elevada associação entre as percepção de apoio emocional e informacional no trabalho e o suporte organizacional advindo da escola. Este resultado indica que, quanto maior for a percepção de suporte emocional e informacional, maior será a a percepção de compromisso da escola com o bem-estar dos seus professores.

Pode-se perceber que este estudo avançou na linha de entendimento acerca dos aspectos envolvidos nas relações de trabalho no âmbito da gestão publica, tendo em vista a realidade vivenciada por professores de escolas municipais, fornecendo importantes contribuições no que tange às implicações de ações e práticas que visem melhores condições de trabalho destes. Considerando o contexto atual, o qual é marcado por debates polêmicos acerca da qualidade da educação, bem como o papel atribuído aos seus funcionários, este estudo demonstrou a importância da provisão de suporte social e informacional para as relações de trabalho no contexto da docência municipal.

Como fatores limitantes deste estudo, pode-se citar o baixo indice de retorno dos instrumentos de coleta de dados. Sugere-se a realização de estudos futuros que contemplem possíveis comparações entre distintas realidades, tais como a de professores de escolas municipais e estaduais, ou, ainda, em relação a docentes da iniciativa privada

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