Esôfago de Barrett
Grupo:
Isabelle Sasso, Izabelle Neves, João Arthur Pazello, João Kleinübing, Jodilson Veloson, Jonathan Gapski, Jonathan Trentini, José Bresolin, José Camargo, Julia Hexsel, Laura Silveira, Layse Hiroki, Lucas Arisi, Lucas Rosa, Lucas Valoni, Lucila Yosetake.
Introdução
Complicação da DRGE
Substituição da mucosa escamosa normal do esôfago distal
por metaplasia intestinal (colunar com células caliciformes).
Incidência:
10% dos indivíduos com DRGE sintomática
Mais comum em homens brancos entre 40 e 60 anos.
É uma condição pré-maligna.
Displasias presentes em 0,2% a 2% dos pacientes com
esôfago de Barrett.
ABBAS, A. K.; KUMAR, V.; FAUSTO, N., 2010. BRAUNWALD et al, 2002.
Fisiopatologia
REFLUXO DE CONTEÚDO GASTROENTERAL LESÃO DA MUCOSA GÁSTRICA ESOFAGITE COLUNIZAÇÃO DO EPITÉLIOGuedes, Virgílio, et al. "Critérios morfológicos no esôfago de Barrett." HU rev39.1/2 (2013): xx-xx.
Fisiopatologia
NAPERMANÊNCIA DO REFLUXO
EPITÉLIO COLUNAR SIMPLES
PROGRESSÃO PROXIMAL DA TRANSFORMAÇÃO EPITELIAL
METAPLASIA INTESTINAL
Fisiopatologia
Uma das hipóteses para a colunarização é a estimulação de
células-tronco subepiteliais, submucosas ou de glândulas esofágicas.
Acredita-se que a metaplasia intestinal seja uma adaptação da
mucosa para resistir à acidificação do meio. Essa hipótese é
reforçada pela observada diminuição da inflamação local na
presença de metaplasia.
A progressão de epitélio colunar simples para metaplasia intestinal é
gradual e leva de 5 a 10 anos.
Volkweis, Bernardo Silveira, and Richard Ricachenevsky Gurski. "Esôfago de Barrett: aspectos fisiopatológicos e moleculares da seqüência metaplasia-displasia-adenocarcinoma-artigo de revisão." Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Rio de Janeiro.
Fisiopatologia
Refluxo ácido apenas não é suficiente para desencadear o processo
Refluxo gástrico associado a refluxo duodenal geram metaplasia
Três tipos de tecido são usualmente encontrados:
Epitélio junctional, que apresenta glândulas mucosas
Epitélio fúndico gástrico, que apresenta células parietais
Epitélio especializado ou metaplásico, que apresenta células
caliciformes
Volkweis, Bernardo Silveira, and Richard Ricachenevsky Gurski. "Esôfago de Barrett: aspectos fisiopatológicos e moleculares da seqüência metaplasia-displasia-adenocarcinoma-artigo de revisão." Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Rio de Janeiro.
Fisiopatologia
• Embora apresente maior resistência à situação de estresse pelo refluxo, o epitélio metaplásico está mais associado ao desenvolvimento de
câncer.
• A carcinogênese envolve uma série de anormalidades genéticas e epigenéticas que ocorrem em múltiplas etapas e resultam em: 1. atividade proliferativa descontrolada;
2. bloqueio da morte celular programada (apoptose); 3. estímulo à angiogênese e invasão tecidual.
Volkweis, Bernardo Silveira, and Richard Ricachenevsky Gurski. "Esôfago de Barrett: aspectos fisiopatológicos e moleculares da seqüência metaplasia-displasia-adenocarcinoma-artigo de revisão." Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Rio de Janeiro.
Quadro clínico
Pacientes obesos, sexo masculino e caucasianos Refluxo duoedonogastroesofágico
Regurgitação (≠ vômito) Pirose retroesternal
Disfagia
Dor torácica muito semelhante à de origem cardíaca Bolo histérico
ESÔFAGO DE BARRETT: ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E MOLECULARES DA SEQÜÊNCIA METAPLASIA-DISPLASIA-ADENOCARCINOMA - ARTIGO DE REVISÃO - Bernardo Silveira Volkweis¹; Richard Ricachenevsky Gurski, TCBC-RS
Quadro clínico
Síndromes extra-esofágicas: Tosse crônica Laringite Asma Erosões dentáriasESÔFAGO DE BARRETT: ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E MOLECULARES DA SEQÜÊNCIA METAPLASIA-DISPLASIA-ADENOCARCINOMA - ARTIGO DE REVISÃO - Bernardo Silveira Volkweis¹; Richard Ricachenevsky Gurski, TCBC-RS
Diagnóstico
A identificação do EB é feita através de métodos endoscópicos e confirmada pela análise histopatológica.
Existe a possibilidade do paciente apresentar metaplasia intestinal sem esta estar presente na biópsia obtida, já que essa demonstração depende do número e tamanho das biópsias realizadas.
Shaheen, N. et al. ACG Clinical Guideline: Diagnosis and Management of Barrett’s Esophagus. Am J Gastroenterol 2016; 111:30–50
Diagnóstico
Endoscopia
- Critérios Morfológicos Endoscópicos:
Visualização de mucosa de coloração rosa-salmão típica do EB e aspecto aveludado.
PONTOS DE REFERÊNCIA: a junção gastresofágica (JGE) e a junção
escamocolunar (Linha Z). Classificação:
longo(≥3cm); curto(1-3cm);
ultra-curto(<1cm; difícil diferenciar de uma linha Z irregular).
Classificação pelo Sistema de Praga C e M
Classificação de Tygat
Shaheen, N. et al. ACG Clinical Guideline: Diagnosis and Management of Barrett’s Esophagus. Am J Gastroenterol 2016; 111:30–50
Diagnóstico
Metaplasia Intestinal Tipo I
Tipo II (Subdivisão em IIA e IIB) Barret Não displásico
Diferenças entre Esôfago de Barret e Metaplasia Cárdica
Biópsia de Metaplasia Intestinal Imunohistoquímica
Distinção Macroscópica
Distinção Histológica
Shaheen, N. et al. ACG Clinical Guideline: Diagnosis and Management of Barrett’s Esophagus. Am J Gastroenterol 2016; 111:30–50
Diagnóstico
Screening
Screening endoscópico para população de risco
População de risco identificável
Associação de fatores de risco
DRGE crônica + 3 (>50a, raça branca, sexo masculino, obesidade) Se HF de EB ou carcinoma de esôfago: menos de 3 fatores de risco Outros fatores de risco
Distinção de Displasia e Adenocarcinoma
Progressão do EB: sequência de mudanças celulares
A extensão do EB tem associação intima com a probabilidade de se identificar displasia e progredir para adenocarcinoma.
Shaheen, N. et al. ACG Clinical Guideline: Diagnosis and Management of Barrett’s Esophagus. Am J Gastroenterol 2016; 111:30–50
Diagnóstico
Displasia
Diagnóstico histológico baseado na observação de alterações citológicas e morfológicas.
Alterações Importantes e características: Depleção de mucinas.
Perda das céls caliciformes. Perda da polaridade nuclear. Nucleomegalia.
Aumento na razão núcleo/citoplasma.
Displasia de Baixo Grau
Displasia de Alto Grau
Diferenciação entre DAG e ACE
Shaheen, N. et al. ACG Clinical Guideline: Diagnosis and Management of Barrett’s Esophagus. Am J Gastroenterol 2016; 111:30–50
Acompanhament0
Esôfago de Barrett sem displasia
Repetir endoscopia após 3-5 anos:
Progressão do EB sem displasia para adenocarcinoma foi calculada em 6 anos
Custo-benefício
Esôfago de Barrett com displasia
Repetir endoscopia, com biópsia, após 3, 6, 12, 18 e 24 meses do tto.
Após dois anos: exame anual
Protocolo de Seattle: Biópsia nos quatro quadrantes e a cada 2cm do segmento esofágico envolvido
Sem os critérios a chance de detectar displasia diminui significativamente
Se houver qualquer tipo de alteração na mucosa (nódulo, úlcera, depressão etc) deve-se realizar biópsia de modo separado ao protocolo, valorizando a lesão
Tratamento
Finalidades: Atuar sobre o epitélio metaplásico para limitar sua progressão Prevenir desenvolvimento do adenocarcinoma
Clínico: Inibidores da bomba de prótons (IBP)
Cirúrgico: Fundoplicatura, tratamentos endoscópicos e esofagectomia
Não se tem conhecimento de tratamento eficaz quando o objetivo é a regressão do epitélio metaplásico
Características do paciente (idade, aderência ao tratamento, presença de morbidades) + outros fatores (resposta ao tratamento, presença de
erosões na mucosa esofagiana, sintomas atípicos, complicações)
Moraes filho et al. I Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo Gastroesofágico. 2002. Henry et al. Abcd Arq Bras Cir Dig, 2014; 27: 210-215
Tratamento Clínico
Objetivos: Aliviar sintomas
Cicatrizar lesões incidentes na mucosa
Prevenir o desenvolvimento de novas complicações
Individualizar a dieta de cada paciente, levando em
consideração as queixas particulares em relação aos alimentos à maior eficácia e adesão ao tratamento
Carvalhaes et al. Revista da Associação Médica Brasileira 2012; 58:18-24. Elevar cabeceira da cama (15cm)
Moderar ingesta de:
• alimentos gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos de tomate
Cuidados com medicamentos “de risco”:
• anticolinérgicos, teofilina, antidepressivos tricíclicos, bloqueadores de canais de cálcio, agonistas ß adrenérgicos, alendronato.
Evitar deitar-se nas 2 horas que se seguem às refeições Evitar refeições copiosas
Tratamento Clínico
Medidas farmacológicas Inibidores da bomba protônica (IBP).
Inibição da produção de ácido pelas células parietais do estômago em cerca de 90% (contra 65% dos inibidores de H₂)
Proteção da barreira mucosa pelo aumento da produção de muco e do fluxo sanguíneo
Omeprazol é um dos IBPs mais utilizados no BR, fornecido pelo
Ministério da Saúde para a população de baixa renda
Outros IBPs: lansoprazom, pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol Doses:
Barret curto: dose padrão
Barret longo: dose dupla em duas tomadas diárias
Tratamento Clínico
Em estudo Hillman et al. (2004).
Em uma avaliação por Nguyen et al. (2009) de 344 pacientes demonstrou probabilidade de 7,4% de desenvolvimento de displasia de alto grau e adenocarcinoma naqueles em uso de inibidor de bomba de prótons e de 14,2% naqueles sem a droga.
Hillman et al. The Medical Journal Of Australia, 2004;180:387-391.
Tratamento Cirúrgico
Tratamento cirúrgico anti-refluxo
Fundoplicatura de Nissen - laparotomia ou laparoscopia
Diminui o refluxo patológico (ácido e não ácido)
Não é preconizado como medida para evitar a progressão para adenocarcinoma
Recomendado para pacientes que não respondem ao tratamento farmacológico.
Esofagectomia:
Tratamento cirúrgico é considerado padrão ouro para adenocarcinoma precoce com extensão para a submucosa devido ao risco de metástase para linfonodos
Elimina todo o tecido com risco de malignização
Obtém tecido para avaliação do grau de invasão
Remove gânglios linfáticos que poderiam estar envolvidos
Fitzgerald, et al. Gut 2014;63:7-42.
Tratamento endoscópico
Displasia de baixo grau: Seguimento ou tratamento endoscópico
Terapia ablativa é a alternativa preferível para os pacientes que aceitam o risco do procedimento
Displasia de alto grau ou carcinoma intramucoso: Tratamento endoscópico
ou esofagectomia)
Terapia endoscópica é preferível à esofagectomia ou acompanhamento endoscópico
Melhor escolha: Ressecção endoscópica
Tratamento endoscópico
Risco de metastização quando não há invasão da submucosa é baixo (2% dos pacientes com displasia de alto grau e
carcinoma intramucoso)
Se alguma das amostras demonstrar invasão da submucosa: endoscopia não é recomendada
Maior preocupação do tratamento endoscópico: Não erradicação de todas as células displásicas
Podem ocorrer áreas em que o epitélio escamoso "cobre" o tecido metaplásico da visão do endoscopista (desenvolvimento de adenocarcinoma a partir desses
depósitos residuais de metaplasia)
Lewin, Appelman. 1996.