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A VISIBILIDADE DA ENFERMAGEM POR MEIO DA DOCÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 1

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Academic year: 2021

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A VISIBILIDADE DA ENFERMAGEM POR MEIO DA DOCÊNCIA: UM RELATO DE

EXPERIÊNCIA

1

POTRICH, Tassiana

2

; NEVES, Eliane Tastch

3

; PIESZAK, Greice

4

; NASCIMENTO,

Letícia do

5

RESUMO

A prática da docência em enfermagem vem se mostrando cada vez mais presente no meio acadêmico pela crescente regularização de cursos na àrea. Nesse cenário o profissional enfermeiro está cada vez mais atuando neste campo a fim de atender estas demandas educacionais. Nesse sentido o objetivo deste trabalho é descrever e discutir a experiência das autoras na docência de enfermagem. Para tanto foram descritas e discutidas as experiências na docência em enfermagem em nível de graduação na oportunidade de atuação como professora substituta e na disciplina de docência orientada disciplinas da grade curricular do mestrado em enfermagem. Percebemos que, na primeira experiência na docência na graduação enfrentam-se inúmeras dificuldades por estarmos frente ao desconhecido. O desconhecimento da instituição, a dinâmica em que esta atua, cenário em que esta se encontra, turmas heterogêneas com alunos advindos de várias regiões são alguns dificultadores no desenvolvimento das atividades da docência. Ainda podemos citar, a visão apenas tecnicista e assistencialista que a maioria dos discentes possuem do curso ao ingressarem na graduação. Nesse sentido propõe-se criar métodos que possam auxiliar os profissionais enfermeiros na sua primeira experiência na docência integrando-os ao novo cenário e dando suporte pedagógico, possibilitando um processo de ensino aprendizagem efetivo, contribuindo assim para a visibilidade do enfermeiro na docência.

1

Relato de experiência. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2

Apresentadora. Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. E- mail: tassipotrich@yahoo.com.br.

3

Enfermeira Pediátrica. Professora Adjunta do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: elianeves03@gmail.com.

4

Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: gre_mp@hotmail.com

5

Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: let.nasci@yahoo.com.br

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Descritores: Enfermagem; Docência; Enfermeiro.

1. INTRODUÇÃO

A crescente certificação de cursos na área da enfermagem vem demandando um quantitativo elevado de docentes nesta área. A cada dia novos cursos de nível técnico e graduação são incorporados ao cenário da educação abrindo novas oportunidades para quem nutre o desejo de atuar na área da saúde, em específico, na enfermagem.

Tal cenário demanda, além de estrutura física adequada, uma equipe docente qualificada, que atenda às demandas dos cursos e prepare o profissional para atuar no mercado de trabalho em consonância com uma formação crítico-reflexiva, tão vislumbrada nos dias atuais. Desta forma, formar é muito mais que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas, demanda profundidade e não superficialidade na compreensão e

interpretação dos fatos.1

Sendo assim, a formação que temos é, por vezes, excessivamente teórica, outras vezes excessivamente metodológica, mas há um déficit de práticas, de refletir sobre as

práticas, de trabalhar sobre as práticas, de saber como fazer a docência.²

Por tais considerações, entende-se que a temática formação de professores, deve ser incorporada na enfermagem, pois é uma graduação que prepara profissionais para o exercício da docência tanto em nível técnico como em nível superior. Nesse sentido, o presente trabalho irá abordar experiências na docência em um curso de graduação em enfermagem. Assim, tem-se por objetivo descrever e discutir a experiência das autoras na docência de enfermagem.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um relato de experiência onde os cenários apresentados se referem a períodos de docência orientada em disciplinas da grade curricular do mestrado em enfermagem e na oportunidade de atuação como professora substituta no departamento de enfermagem, ambos realizados em uma universidade pública da região central do Rio Grande do Sul/ Brasil.

O período de estudo compreende os anos de 2002 a 2004, 2011 e 2012 onde foram desempenhadas atividades docentes nas disciplinas do curso de Enfermagem da mesma

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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Frente à redução da efetivação de professores permanentes nas universidades federais, a contratação de professores substitutos vem configurando-se uma prática cada vez mais comum nas instituições públicas de ensino superior.³ Alia-se à este cenário a prática da docência orientada, disciplina obrigatória no curso de pós graduação Stricto Sensu, que acaba dando suporte na docência onde o quantitativo de professores efetivos, algumas vezes, se torna insuficiente para atender as demandas advindas das disciplinas.

A enfermagem, por ser uma ciência nova e ainda em fase de consolidação, encontra algumas dificuldades em ir além das práticas meramente assistencialistas, pois esta é, na grande maioria, a visão que discentes possuem ao ingressar nos cursos de graduação em Enfermagem.

Nesse contexto, a partir de nossa experiência em docência na graduação em enfermagem iremos abordar alguns desafios e lacunas encontradas em nossa formação neste percurso.

3.1 O desconhecido como desafio no processo de ensino aprendizagem

Trazemos aqui o desconhecido como sendo um desafio no processo de ensino aprendizagem. Desconhecido porque, por trás de uma sala de aula com uma turma de alunos desconhecidos, está uma instituição de ensino, localizada em um determinado contexto sócio econômico e cultural, que demanda um profissional que atenda as mais diversas necessidades do mercado de trabalho.

Partimos do princípio que, antes de enfrentarmos uma sala de aula precisamos nos familiarizar com a instituição em que a turma está inserida. Qual seu papel, sua missão, seus princípios. Além disso, além de sabermos que, no nosso caso seria um curso de graduação, se faz necessário termos conhecimentos acerca do Projeto Político Pedagógico do curso. Que alunos queremos formar, que capacidade e habilidades deverão eles demonstrar ao final do curso, que postura espera-se deste profissional.

Ainda frente ao desconhecido, se faz necessário conhecer enfim, a turma em que iremos trabalhar. Quem compõe essa turma, quais suas características, quais suas

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demandas, o que a turma espera da disciplina a como ela entende que podemos chegar ao final do semestre, atingindo os objetivos propostos inicialmente.

Ainda, se pensarmos em formação pedagógica na enfermagem sentimos a necessidade de explorarmos mais o universo da educação, pois as relações humanas presentes em sala de aula e o manejo do ensino instiga esta preparação para o docente.

Entendemos que, para que a prática da docência ocorra de forma satisfatória, todos esses desafios precisam ser superados para dar espaço aos novos que virão com a prática da docência propriamente dita.

3.2 O desafio da construção do conhecimento

Sabemos que a prática da docência demanda inúmeras competências e habilidades que se apresentam como desafios na oportunidade da primeira experiência docente. Para tanto, se faz necessária a aquisição dos conhecimentos e habilidades vinculadas à atividade

docente para melhorar sua qualidade.4

Além do conhecimento teórico e prático acerca das disciplinas a serem ministradas, o professor precisa compreender qual a sua posição no contexto da aprendizagem. A tradicional missão do docente como transmissor de conhecimento está ultrapassada, dando

espaço ao seu papel como facilitador da aprendizagem de seus alunos.5 Em um primeiro

momento pode-se ter a compreensão errônea de que, a partir da afirmação anterior, o professor não necessita ter conhecimento prévio da disciplina, fato contestado pela nossa prática.

Ao assumirmos o papel de educador nos dias atuais, nos deparamos com uma geração de discentes com características adversas às metodologias tradicionais até pouco tempo utilizadas focalizadas apenas na transmissão de conhecimentos onde o aluno era apenas o receptor da ação. Hoje ele demanda uma série de habilidades que vão além da detenção do conhecimento. É uma composição de mão dupla, em que a formação do aluno se dá em tempo em que se dá a formação do formador, ambos imersos em uma mesma

dimensão.6

Esse cenário se torna desafiador na prática do professor. Além de dominar os conteúdos é necessário estar aberto a discussões, a reflexões, a críticas construtivas e a debates que atendam as reais necessidades dos alunos. Além de seus conhecimentos,

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fazê-los pessoas mais cultas e, por sua vez, mais complexas sob o ponto de vista pessoal e social.5

Essa tarefa, na prática, se mostrou como desafiadora no momento em que o aluno se mostra como um ser ativo no processo de ensino-aprendizagem. Este não aceita mais receitas prontas de como realizar suas atividades, passa a ser então sujeito crítico de suas ações e formador do seu próprio saber.

O próprio aluno desempenha um papel importante em sua aprendizagem. Esta deve ser vista como um processo interno do indivíduo e algo que não ocorre no vazio social, mas

em um contexto de trocas.6 Esse contexto permeado por diferenças e particularidades,

cabendo ao professor o processo de mediador e facilitador do processo de ensino-aprendizagem.

É necessário compreender que a docência é uma prática estritamente humana, jamais perceber a educação como uma experiência fria, sem alma, em que os sentimentos, as emoções, os desejos, os sonhos não são considerados como elementos essenciais na prática docente.¹ Desse modo, devemos atentar para que as primeiras experiências na docência, sejam gratificantes e satisfatórias tanto para ambos envolvidos, estimulando assim um processo de ensino aprendizagem gratificante.

4. CONCLUSÃO

Concluimos que é necessária uma formação pedagógica específica para atuação como docente de Enfermagem. É preciso investir em uma capacitação que vislumbre um aprofundamento teórico sobre as atuais políticas educacionais e uma reflexão sobre a posição do professor frente às modificações da educação contemporânea.

É indispensável uma urgente reorganização da formação para a profissão docente na Enfermagem, rever como estão sendo integrados os jovens professores nesta área, verificando a necessidade do apoio dos mais experientes e com incrememento no respaldo pedagógico. Se faz necessário que sejam desenvolvidos cursos de formação continuada de professores, uma vez que as dificuldades de compartilhar situações conflituosas são prejudiciais ao processo de ensino-aprendizagem e, sobretudo, ao ver-se como professor.

Neste momento, é imprescindível acabar com a invisibilidade destes novos professores, das dificuldades que enfrentam, medos e dúvidas de início de carreira docente. Necessitamos ser reconhecidos, prestigiados, pois almejamos ser o professor que fará a

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diferença. Devemos atuar na Pedagogia da Esperança, que nos alimenta como educadores e como pessoas.¹

REFERÊNCIAS

1 Freire P. Pedagogia da autonomia, saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Ed. Paz e Terra; 2011.

2 Nóvoa A. Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo.Sindicato dos professores de São Paulo- SINPRO. São Paulo: Via Impressa Design Gráfico; 2007.

3 Powaczuk ACH, BOLZAN DPV. Docência em caráter substitutivo: um lugar de aprendizagem docente no ensino superior. Políticas Educativas. 2008; 1(2): 62-74.

4 Zabalza MA. Os professores universitários. In: Zabalza MA. O ensino Universitário: seu cenário e seus protagonistas. Artmed. 2004; 239: 105-144.

5 Zabalza MA. Os alunos universitários. In: Zabalza MA. O ensino Universitário: seu cenário e seus protagonistas. Artmed. 2004; 239: 181-225.

6 Amorim VM, Castanho ME. Da dimensão estética da aula ou do lugar da beleza na educação. In: Veiga IPA. Aula, Gênese, Dimensões: Princípios e práticas. São Paulo: Papirus; 2008.

Referências

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