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QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSAS MORADORAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DA CIDADE DE MONTES CLAROS MG

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Academic year: 2021

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QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSAS MORADORAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA

PERMANÊNCIA DA CIDADE DE MONTES CLAROS – MG

Lígia Graciele Morais1

Ilana C. Mendes Gonçalves2 RESUMO

O presente estudo objetiva avaliar a relação entre qualidade da alimentação e estado nutricional de 14 idosos, do sexo feminino, institucionalizados na cidade de Montes Claros-MG, com idade superior ou igual a sessenta anos. A avaliação qualitativa da alimentação mostrou que os grupos de alimentos com maior inadequação na oferta em relação à recomendação foi o das frutas, com oferta média de 14% da recomendação, seguido das hortaliças, com 19% da adequação. O grupo de leite e derivados atingiu 66% de adequação e o das carnes, peixes, feijões e ovos (105% da recomendação). Em relação ao consumo do grupo dos óleos, gorduras e doces, não existe na instituição controle do que é ofertado e consumido, impossibilitando esta avaliação. Através da análise do estado nutricional, feita a partir do IMC, perceberam-se desvios nutricionais. Cerca de 42,86% das idosas apresentam-se eutróficas, e a mesma proporção com baixo peso. Menor prevalência de obesidade foi observada, tendo como diagnóstico o excesso de peso (14,29%). O planejamento e a adequação do cardápio são de suma importância para atender às necessidades nutricionais dos idosos, possibilitando uma intervenção satisfatória a fim de auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado nutricional destes. Conclui-se que a oferta alimentar no presente estudo foi preocupante e inadequada.

Palavras-chave: avaliação nutricional, adequação nutricional, idoso, instituição de longa permanência.

1 Graduada em Nutrição - Faculdades Unidas do Norte de Minas.

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INTRODUÇÃO

Devido ao envelhecimento populacional brasileiro, a busca por instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) tornou-se uma alternativa para as pessoas da terceira idade que perderam seus vínculos familiares ou para as famílias que não têm condições de manter os idosos em um ambiente seguro e confortável. Porém, a mudança para a instituição impõe alterações na rotina diária dos idosos, sobretudo na área da alimentação, que podem acarretar modificações de hábitos alimentares e fragilizar a saúde destes indivíduos (HENDRICKS; CALASANTI, 1986). É considerada idosa a população de 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento e maiores que 65 anos nos países desenvolvidos (VERAS, 1994).

O padrão dietético do idoso permanece semelhante àquele estabelecido pelos hábitos da juventude, e o estado nutricional normalmente continua a ser adequado mesmo na velhice. Entretanto, há muitos fatores que começam a atuar mais frequentemente quando chegam numa idade mais avançada e podem levar a deficiências nutricionais. São fatores relacionados às mudanças nas circunstâncias econômicas, no modo de vida, que ocorre frequentemente com a aposentadoria, acompanhado da incidência aumentada de doenças e incapacidades (CURIATI; GARCIA, 2005).

A avaliação do estado nutricional do idoso é importante para determinar o seu estado de saúde. A desnutrição é a maior causa de morbidade e mortalidade nessa população (CHUMLEA et al., 1998). São vários os métodos utilizados para avaliar a composição corporal, devido ao alto custo, poucos são aplicados, sendo o Índice de Massa Corporal (IMC) o mais utilizado, por ser um método simples e de baixo custo (NAJAS et al., 1994).

Diante disso, este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre qualidade da alimentação e estado nutricional das idosas moradoras de uma instituição de longa permanência no município de Montes Claros – MG.

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capacidade para 120 kg, com precisão de 100 g. Para altura: fita métrica inelástica com comprimento de 150 cm e precisão de 0,1 cm, fixada em parede lisa, sem rodapé, a 100 cm do piso.

A avaliação da oferta alimentar foi obtida por meio de um registro alimentar de sete dias (domingo a sábado), onde constaram horário, tipo da refeição (desjejum, colação, almoço, lanche, jantar e ceia), alimento e quantidade em medidas caseiras. Esses dados foram anotados pela funcionária da instituição, previamente treinada e esclarecida sobre a metodologia. Em seguida, os dados, em medidas caseiras, foram transformados em porções, seguindo a orientação da tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras da autora Sônia Tucunduva Philippi (2001). A oferta alimentar foi dividida em grupos de acordo com as recomendações propostas pela Pirâmide Alimentar. A classificação do estado nutricional foi realizada através do IMC para população idosa proposto por Lipschitz (1994).

A pesquisa foi analisada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos das Faculdades Unidas do Norte de Minas (nº 0237/09).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na instituição há um total de 37 internas. A amostra foi constituída por aquelas que aceitaram a participar da pesquisa (N=14), excluindo-se as que apresentavam idade inferior a 60 anos (N=2), acamadas (N=13) e as idosas que não aceitaram participar do presente estudo (N=8).

A instituição oferece cinco refeições diárias (desjejum, almoço, lanche, jantar e ceia), com consistência branda e/ou pastosa. Não há nutricionista responsável pela elaboração dos cardápios; estes foram confeccionados pelas cozinheiras ou pela disponibilidade de alimentos. Salienta-se que o cardápio apresentado é monótono, sem variedade alimentar nem adequações para os pacientes com necessidades alimentares especiais.

A comparação entre o preconizado pela Pirâmide Alimentar e a distribuição da oferta dos grupos alimentares observada na instituição é apresentada na Tabela 1.

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Tabela 1 – Distribuição percentual da adequação entre a oferta dos grupos alimentares observada no cardápio da Instituição e as recomendações propostas pela Pirâmide Alimentar

1Oferta alimentar semanal (sete dias) dos Idosos. 2 Desvio-padrão

Fonte: Dados coletados.

A análise dos cardápios oferecidos na instituição mostrou que os grupos de alimentos com maior inadequação na oferta, em comparação com as recomendações, foram o das frutas, com média de adequação 14%. Este baixo consumo pode ser explicado pelo fato das frutas oferecidas serem provenientes de doações, não fazendo parte da rotina alimentar da instituição estudada. Dietas pobres nesse grupo constituem um risco de deficiência de micronutrientes, uma vez que correspondem às principais fontes de vitaminas e minerais (SOUZA; MOREIRA, 1998).

Conforme classificação do IMC para idosos, cerca de 42,86% Grupos de alimentos Número médio de porções recomendado/ dia

Número médio de porções oferecido1

Máxim o Mínim o Média DP2 % Adequação Pão, cereal, arroz e massas ≥6 6,50 4,50 5,57 0,60 92,83 Hortaliças ≥3 1,00 0,00 0,57 0,45 19 Frutas ≥2 1,00 0,00 0,28 0,48 14 Leite, iogurte e queijos ≥3 2,00 2,00 2,00 0,00 66 Carne, peixes, feijão e ovos ≥2 3,00 2,00 2,10 0,37 105

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idosas apresentaram menor prevalência de obesidade, sendo o diagnóstico de excesso de peso observado em 14,29% .

CONCLUSÃO

O presente estudo comprovou que 57,15% das idosas institucionalizadas avaliadas encontravam-se em estado nutricional inadequado.

A oferta e elaboração de um cardápio adequado são de suma importância para atender as necessidades dos idosos e este deve ser planejado de acordo com as preferências, hábitos alimentares e limitações da faixa etária, possibilitando auxiliar na prevenção, recuperação e manutenção do estado nutricional das idosas. Os cardápios monótonos e rotineiros e a oferta insuficiente de hortaliças e frutas interferem negativamente no processo de alimentação, podendo conduzir as pacientes à inapetência.

Essa realidade deve alertar os planejadores de saúde a fim de adequar a oferta de serviços e preparar profissionais da saúde qualificados para atender à demanda crescente representada pelos atuais e futuros grupos de idosos.

ABSTRACT

The present study aims to evaluate the relationship between food quality and nutritional status of 14 elderly female bodies of the city of Montes Claros-MG, aged not less than sixty years. This is a study of a quantitative and descriptive. The feeding of the elderly in the institution was assessed using a food record for seven days in which we performed a qualitative assessment of a weekly menu compared to the recommendations made by the food pyramid, and those relating to the days of the week. A qualitative assessment of feeding showed that food groups with most inadequate supply in relation to the recommendation were the group of fruits with an average supply of 14% recommended the group of plants with 19% of the recommendation. The supply of food group of milk, yogurt and cheeses obtained 66% of the requirement and the group of meat, fish, beans and eggs (105% of recommendation). For the group

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of oils, fats and sweets are not made by the institution control of what is consumed. The classification of nutritional status, based on their BMI, which is perceived nutritional disorders, about 42.86% was presented a well-nourished and the same proportion with low weight. The participants had a lower prevalence of obesity, having being diagnosed with overweight (14.29%). The planning and the adequacy of the menu are very important to meet the nutritional needs of older people, providing a satisfactory intervention to aid recovery and / or maintenance of the status of the elderly. Concluded that the food supply in this study was disturbing and inappropriate.

Word-key: Nutritional evaluation; Nutritional adaptation; Senior; Institution of Long Permanence.

REFERÊNCIAS

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CHUMLEA, W. C.; HALL, C.; LILLY, M. R. F.; GUO, S. S. S. A MAN e a Composição Corporal de Adultos Saudáveis. Mini Avaliação Nutricional (MAN) Pesquisa e Prática no idoso. Anais Nestlé, Vevey: Nestlé, 1998. CURIATI, Jose Antônio Esper; GARCIA, Yolanda Maria. Geriatria fundamentos, clinica e terapêutica. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2005. HARRIS, N. G., et al. Nutrição no Envelhecimento, Krause Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11. Ed. São Paulo: ROCA, 2005.

HENDRICKS, J.; CALASANTI, T. M. Social dimensions of nutrition. In: CHEN, L. H. (Edit). Nutritional aspects of aging. Boca Raton: CRC Press, v. 1, p. 77-98, 1986.

LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary care, v. 21, n. 1, p. 55-67, 1994.

MORIGUTI, Julio Cesar; LUCIF, Nelson Jr.; FERRIOLLI, Eduardo. Nutrição no Idoso, cáp. 14, Ciências Nutricionais. São Paulo: SARVIER, 1998.

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NAJAS, M. S. et al. Padrão alimentar de idosos de diferentes estratos socioeconômicos residentes em localidade urbana da região sudeste, Brasil. Rev Saúde Pública, v. 28. n. 3, p. 187-91, 1994.

PHILIPPI, Sonia Tucunduva. Departamento de Nutrição/FSP/USP.

“Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras”, 2001.

RAUEN, Michelle Soares; MOREIRA, Emília Addison Machado; CALVO, Maria Cristina Marino; LOBO, Adriana Soares. Avaliação do Estado Nutricional de idosos institucionalizados,Rev. Nutr. v. 21 n. 3, 2008. SOUZA, F. T. F.; MOREIRA, E. A. M. Qualidade de vida na terceira idade: saúde e nutrição. Rev. Cien. Saúde, v. 17, n. 2, p. 55-76.

TAVARES, E. L.; ANJOS, L. A. Perfil antropométrico da população idosa brasileira. Resultados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição. Cad. Saúde Pública, v. 15, p. 759-68, 1999.

VERAS RP. País jovem com cabelos brancos: a saúde do idoso no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1994 p.193-98.

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